Mega Sena

Ontem (6), a Mega Sena, sorteou R$ 115 milhões. Um cara do Rio Grande do Sul levou a bolada sozinho. Tomara que o sortudo ajude, pelo menos, amigos e familiares. Como sempre, não acertei numero algum (risos). Tudo bem, dizem que azar no jogo significa sorte no amor, até agora, ta valendo.

Impressionante foi a fila que se formou ontem na casa lotérica do bairro do Trem, na zona Sul de Macapá. Ela virava o quarteirão. O velho ditado diz que “dinheiro não trás felicidade”, concordo, não trás, manda buscar.

Curtas de sexta

Pra pensar
“Não entendem nada de religião aqueles que afirmam que ela nada tem a ver com a política” (Mahatma Gandhi).
Pra fazer a cabeça tem hora
“Já experimentei droga. Não vou falar qual… Não quero incentivar ninguém a nada disso, mas tenho de ser sincero com minhas experiências” (Fiuk, ator e cantor).
Ah muleque
“Lula apostou um dedo com Neymar pra ver quem era o homem mais poderoso do Brasil. O resto, todo mundo sabe…” (um dos incontáveis #neymarfacts que inundaram o Twitter nesta semana).
Chamem a Supernanny

“Tenho uma consideração e um respeito tamanho por ele. O considero como um filho. É um menino muito bom, que infelizmente teve atitude irresponsável e estava sendo punido” (Dorival Júnior, ex-técnico do Santos, sobre Neymar).

Universo uspiano

Marina (30%), Serra (27%) e Dilma (21%). Este é o resultado da pesquisa realizada pelo Datafolha na USP. Marina ganha entre os alunos, Dilma entre os funcionários e Serra entre os professores.

Coral em si bemol

“Eu prefiro as múltiplas vozes das críticas ao silêncio da ditadura” (Dilma Rousseff, sobre a liberdade de imprensa).
Maldição episcopal

“Se os ministros do Supremo não validarem a Lei [da Ficha Limpa], fiquem sabendo desde logo que vou mandar sobre eles uma grande maldição” (dom Luiz Soares Vieira, vice-presidente da CNBB).

Agradável surpresa

                                                              Por Elton Tavares
Eu não costumo planejar, traçar planos ou tentar organizar minha vida anticonvencional. Sempre deixei rolar, a única coisa que levo a sério é o trabalho, sim, com o trampo eu me preocupo. Estou tentando ser um bom jornalista, um bom profissional e tals.

Mudando de assunto, há algumas semanas, me deparei com uma situação diferente, precisei fazer escolhas, ceder e arriscar. Sabem duma coisa? Eu acertei, pelo menos até aqui. Acho que é isso, uma agradável surpresa, uma mistura de sorte e diálogo.

Continuo sem planejar o futuro, vivendo um dia de cada vez e bem rápido. Mas agora, o presente está muito mais legal, beirando a perfeição. Para fechar este devaneio, deixo a tradução da música “What A Wonderful World”, que reflete o meu atual bem estar.

Que Mundo Maravilhoso – What A Wonderful World (George David Weiss)

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também

Eu as vejo florescer para mim e você

E eu penso comigo… que mundo maravilhoso
Eu vejo os céus azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da boa noite
E eu penso comigo… que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris, tão bonitas nos céus
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: “como você vai?”
Eles realmente dizem: “eu te amo!”
Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo… que mundo maravilhoso

Sim, eu penso comigo… que mundo maravilhoso

O que eu faria com R$ 85 milhões da Mega Sena?

Sempre que entregamos o cartão da Mega Sena, erramos a pergunta. Não deveria ser o que faria com a bolada, mas quem deixaria de ser. Porque não seria mais ninguém. Nada como uma fortuna para aniquilar uma personalidade. O pobre ainda recebe contas, o milionário nem isso. Não teria mais possibilidade de ser santo, um santo depende do sacrifício, um afortunado é apenas filantropo. Não exerceria mais a generosidade, a bondade surgiria como obrigação. Ou dá ou é avarento. Não seria mais pai, mas Papai Noel, materializando com um clique dos dedos qualquer sonho de consumo das crianças.

Apagaria a chance de chegar em casa com um chocolate escondido entre os pães, a mortadela e o queijo e ser festejado pelos filhos. Não poderia reclamar que quase bati o carro ou ser consolado pela mulher diante do medo da demissão. Abandonaria o ofício, a graduação, assumiria a condição vitalícia de empresário.

Não teria mais amigos, mas empregados. Não teria mais esposa, mas uma sócia. Não poderia puxar conversa, puxaria o talão. Não conheceria mesmo a cor do dinheiro, nunca estaria comigo. Passaria a desconfiar da mãe, do cachorro, numa paranóia constante, certo de que desejam se aproveitar de mim.

Perderia o controle da situação. Ao organizar uma pelada, acabaria em campeonato. Ao fazer um churrasco, desbancaria em orgia. Quando destratado por um garçom, compraria o restaurante. Não lutaria por nada, mandaria. Se eu ganhasse R$ 85 milhões, simplesmente não existiria.

Apesar de tudo, não custa tentar. Preenchi meu bilhete.

Dieta do ovo

                                       Por Régis Sanches
Após um longo e tenebroso verão equatorial, hoje, finalmente, criei coragem e subi numa balança de farmácia. Estou com exatos 87 kilos. Trocando em miúdos: 17.000 gramas além do meu peso normal, se é que existe peso anormal. Mas, pensando bem já estava na hora de eu tomar uma atitude, senão o acúmulo de cervejas e tira-gostos vai me levar a uma inesperada obesidade mórbida.

Subir numa balança de farmácia é o primeiro passo para começar a pensar em perder alguns quilinhos. Mas, se tomarmos essa tal OBESIDADE MÓRBIDA ao pé da letra é possível imaginar que o obeso mórbido é aquele cidadão gordo que tem a estranha obsessão de matar pessoas usando apenas o peso do seu corpanzil.

Como este ainda não é o meu caso, o segundo passo para emagrecer é escolher uma dieta. E a variedade é enorme. De Beverly Hills, da Lua, Mediterrânea, passando pela mais simples delas: beber dois copos d’água antes das principais refeições. O grande perigo é o efeito sanfona, que não tem nada a ver se o emagrecente em questão é músico ou não.

Mas, por curiosidade andei vasculhando as dietas exóticas. Descobri uma, usada por índios nativos do Parque Montanhas do Tumucumaque. Trata-se da DIETA DO OVO DE OSGA. A receita é simples: come-se APENAS um ovo de osga por dia. Pode ser frito, mexido ou pochê.

Para os interessados, existem vários tipos de osgas: a osga-moura (Taurentola mautitanica) é nativa de Portugal. Portanto, esqueçam. Como produto importado, seus ovos devem custar mais caro que bacalhau do Porto. Quem quiser emagrecer de forma rápida e segura deve consumir ovos da Hemidactylus frenatus, a nossa vulgar osga-doméstica, ou ainda da Hemidactylus mabouia, uma sofisticada osga-tropical. Nós, macapaenses, devemos nos contentar com ovos de Gonatodes humeralis, uma osgazinha amazônica.

Na verdade, está parecendo papo de aranha, mas trata-se de assunto sério. Usei o ovo de osga apenas como pretexto, pois meu objetivo, mesmo, é emagrecer. Isso não quer dizer que parei de tomar cerveja ou comer tira-gosto de boteco. Vou manter a mesma voracidade gastronômica. Para compensar, vou encarar longas caminhadas, natação e uma academia de ginástica. Mas aí já são outros 500. Não, não estou fazendo campanha para o Randolfe. É apenas força de expressão.

Santo Daime? Não, obrigado

                                           Por Elton Tavares
Eu costumo respeitar todo tipo de seguimento ou manifestação religiosa, pois cada um acredita no quem bem entender. Só não gosto da encheção de saco proporcionada por alguns membros delas, coisas do tipo: “você precisa aceitar Jesus”, “vives em pecado” e “você virá pelo amor ou pela dor”, entre outras.

Admito que não sou lá muito religioso, acredito e Deus, mas não freqüento igrejas ou templos de espécie alguma. Sobre os santos, não saco muito deles, mas sempre ouço falar sobre os maios famosos por aqui Expedito, que ajuda os caloteiros, Pedro, que segura as chuvas, José, nosso padroeiro, Thiago, que faz uma galera ir ao Mazagão e etecetera.

Costumo brincar dizendo que só fui batizado por que meus pais me levaram, eu não tive escolha, era um bêbê de colo. A religião que mais se aproxima das minhas idéias é o espiritismo, mas não me considero um espírita, pois eles são muito mais gente boa do que eu ou pelo menos deveriam.

Mas tem um figura que anda muito popular entre os malucos, o tal “Santo Daime”, que nomeia uma religião um pouco misteriosa, que ganhou visibilidade nacional após o assassinado do cartunista Glauco. Ah, é conhecida também como “Doutrina da Floresta”.

Prestem atenção, não estou julgando a religião, é só um comentário. Só acho que tomar um líquido indígena, feito de uma planta que não sabemos nem se “pega de galho”, como dizem os amantes de verde em casa, é uma boa pedida para encontrar a paz espiritual.

Na internet, encontrei a definição: “O Santo Daime é uma manifestação religiosa surgida em plena região amazônica nas primeiras décadas do século XX. Consiste em uma doutrina espiritualista que tem como base o uso sacramental de uma bebida enteógena (para os psiquiatras), uma droga psicodélica), a ayahuasca, com o fim de catalisar processos interiores e espirituais sempre com o objetivo de cura e bem estar do indivíduo. A doutrina não possui proselitismo, sendo a pratica espiritual essencialmente individual, sendo o autoconhecimento e internalização os meios de obter sabedoria.Segundo seus adeptos, a doutrina do Santo Daime é uma missão espiritual cristã, que encaminha os seus praticantes ao perdão e a regeneração do seu ser. Isto acontece porque o daimista, ao participar dos cultos e ingerir o Santo Daime inicia um processo de auto conhecimento, que visa corrigir os defeitos e melhorar-se sempre, para que possa um dia alcançar a perfeição.”

Tááá, eu já fico cabreiro de tomar coquetéis sofisticados com vodcka. Todo esse papo é por causa de uma conversa que tive com um figura, no MSN. Saquem:

Ele: “Fale Elton! Tive minha experiência em Benevides (PA), achei bacana. tomei o chá do Santo Daime. Precisas experimentar.”

Eu: “Fale fulano. Bicho, não estou aberto a novas experiências como esta, deixa isso para lá, curta a sua nova onda, mas eu to fora”

Ele:”Mas é uma filtragem das impurezas mentais e psíquicas e olha que eu tava com medo”

Eu: “Não velho, eu passo”

Ele: “Tudo bem, mas indico, pois não vale com intuito de entorpecer e sim de purificar”

Fiquei offline e bloqueie o cidadão. Tédoidé? Se já não sou tão chegado com os santos tradicionais, ainda mais com os alternativos. Santo Daime? Não, obrigado.

Engolir sapo é osso!

Por Elton Tavares
Cedo ou tarde, nossas vidas pessoais ou profissionais nos colocam em situações adversas. Nestes casos extremos, se não houver saída, precisamos “engolir sapos”, uma difícil tarefa, principalmente para pessoas de temperamento forte. Acostumamos-nos muito fácil com o que é bom, normal, não poderia ser diferente, mas ouvir calado e ser pressionado é osso.

Algumas pessoas demonstram tanto respeito por seus superiores que não sobra nada para si próprios, não sou assim, nunca fui e espero não acostumar com a idéia, seja na vida pessoal ou profissional, afinal, tento andar na linha, justamente para não levar sermão, principalmente na frente dos outros.  

É a velha história de dar um passo para trás, para depois dar dois para frente, talvez. Costumo agir com a razão, pois a emoção já me deu vários prejuízos. Não o caso de falar o que penso, mas realmente pensar. Sim, raciocinar, refletir em situações extremas é raro.

É fácil manipular gente que pensa que pensa. Os velhos repetidores, papagaios de ombro de pirata. É, se você não equilibrar a coisa, a relação se torna volátil, o velho papo dos dois famosos irmãos, o amor e ódio. Hoje aprendi uma nova lição, para permanecer estável, você precisa ser meio hipócrita. Já dizia Mark Twain: “Quem só tem martelo, pensa que tudo é prego”.

É como disseram os Titãs, muitos anos atrás, “Será que é disso que eu necessito?”. Resumindo, engolir sapo é osso!

Sexta-feria 13

                               Por Elton Tavares
Jason Voorhees, hoje ele deve retalhar uma galera (risos).
Tem muita gente que fica “noiada” (pensativa, amendrontada ou cabreira) com o dia de hoje, uma sexta-feira 13. Eu não ligo para todo esse papo furado, mas pensando sobre a besteira popular, resolvi procurar o porquê de tudo isso na internet. Vejam o que encontrei:
A Sexta-feira no dia 13 de qualquer mês, é considerada popularmente como um dia de azar.O número 13 é considerado de má sorte. Na numerologia o número 12 é considerado de algo completo, como por exemplo: 12 meses no ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou 12 signos do zodíaco. Já o 13 é considerado um número irregular, sinal de infortúnio. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e também é considerado um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) tem-se o mais azarado dos dias.
Triscaidecafobia é um medo irracional e incomum do número 13. O medo específico da sexta-feira 13 (fobia) é chamado de parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia.
A superstição foi relatada em diversas culturas remontadas muito antes de cristo. Para se ter uma idéia, o Código de Hamurabi, criado 1700 a.C. vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por superstições.
Existem histórias remontadas também pela mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça. Há também quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar é uma desgraça, simplesmente porque os conjuntos de mesa são constituidos, regra geral, por 12 copos, 12 talheres e 12 pratos.
Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga . Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio, os 13 ficavam rogando pragas aos humanos. Da Escandinava a superstição espalhou-se pela Europa.
No cristianismo é relatado um evento de má sorte em 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França. Os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.Outra possibilidade para esta crença está no fato de que Jesus Cristo provavelmente foi morto numa sexta-feira 13, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico.
Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio.

Note-se também que, no Tarô, a carta de número 13 representa a Morte.
Tudo isso é surreal, pura coincidência e coisa de filmes onde um cara, que usa uma máscara de hóquei, anda a passos largos e alcança todas as suas vítimas (que sempre correm muito, muito mesmo) e corta todo mundo ao meio com um terçado, ou facão, sei lá. É, o Jason Voorhees é foda! (risos).
Claro que não vamos sair por aí dando mole para o azar né? O importante mesmo é que hoje é sexta-feira, dia internacional da cerveja. Vamos beber, ver os amigos, escutar músicas legais e desencanar dessa paranóia de azar. Tenham um ótimo findi, abraços na geral!

Missões impossíveis

Por Elton Tavares
Tem certas coisas que sabemos que vai dar merda, mas muita gente faz mesmo assim. É como fazer besteira no trampo e pensar que não vai levar
 um puxão de orelha do chefe. Como misturar cerveja ou vinho com vodcka e achar que não vai fazer cagada. Como meter a cara em um relacionamento perigoso, só para ver qual é. Enfim, é como não ouvir conselhos maternos, você só se ferra.
Nobres leitores, não insistam em erros, não é uma questão de não tentar, só que nadar contra a maré é burrice. No caso de relacioamentos, já vi muitos amigos se ferrarem, assim como eu. Mas faz parte, não é mesmo? Dizem que “os opostos se atraem”, até concordo. Mas acho que somente os dispostos podem construir uma pequena ou grande história, ah isso é.
Deixa eu explicar: quando você se deparar com uma situação dessas, que pode até parecer tentadora, pule fora. Diga não, obrigado. Nem pense na hipótese, vá embora imediatamente, sem olhar para trás.
Porque nestes casos, quase sempre, existem muitas razões duvidosas e realidades estranhas. E quando você se toca, é como se fosse viciado em drogas e do dia para noite, resolve caretar. Complicado demais.
É isso queridos, quando você escuta amigos (aquela moçada que te atura há tempos, só porque gosta de ti) dizendo “Tédoidé? Num viaja!” . Realmente é hora de repensar. Enfim, evite as “missões impossíveis”.

Delírios nem tão delirantes

                                   Por Elton Tavares
Desde ontem, fui criticado por alguns colegas, por conta de meus delírios (que nem são tão delirantes assim) literários. Devo lembrar que este blog é para escrever o que EU acho, além de escritos de amigos. Nunca me intitulei “dono da verdade”. É pura interpretação de texto, oras.

Eu adoro escrever meus devaneios e mostrar para as pessoas que gosto, e daí? Eu não ganho nada com o blog, muito menos estou preocupado com os achismos alheios. Tirei um auto barato e postei uma resposta, no mínimo, engraçada.

Teve gente que disse: “Pô, eu estudei para caramba e tu dá um papo desses?”. Gesus (com Gê mesmo), o que a falta de um olhar diferente não faz hein? Saiam dessa linha de montagem. Pôtaqueparéu!!

A malucada ainda disse que o meu blog “bomba” (odeio essa expressão, é igual “vibe” e outras palavrinhas da gíria de Shopping Center) por causa das minhas doidices e que não tenho o que fazer. Como não?

Bom, não me esforço para agradar, meus textos são para sacaniar mesmo. Entretanto, se estou agradando a maioria dos leitores deste espaço e incomodando alguns gatos pingados, está valendo.

Esse papo pode passar despercebido ou pode se tornar mais um motivo de críticas, eu não tô nem aí. Vou continuar discordando do comportamento convencional e modismo da “moçada”, doa a quem doer. E tenho dito (risos).

O amigo das mulheres

                                                     Por Igor Reale
Sou amigo das mulheres. Amigo mesmo. Não, esse texto não vai ter uma reviravolta sacana e eu não contarei que depois de ser amigo, eu como as minhas amigas. Isso não acontece e jamais vai acontecer. Sou tão perigoso para uma mulher quanto uma rosa. Se bem que as rosas podem espetar as moças desprevenidas. Eu não espeto nada.

Parem de me julgar. Explicarei a minha origem. Uma vez, eu vi um documentário sobre um homem que matou duas mulheres. O documentário explicava a infância difícil do rapaz. Nossa, como ele sofreu. A mãe obrigava o pobre menino a carregar pedras coisas do tipo. É natural que ele sinta vontade de estuprar, degolar, esquartejar e emparedar pessoas. A origem explica tudo.

A minha origem é a de qualquer viadinho chorão. Meu pai deixou a nossa casa bem cedo. Eu tinha quatro anos e a minha irmã tinha dois. Ao invés de fazer algo saudável, como virar lésbica e cantar MPB, a minha mãe treinou eu e a minha irmã para odiarmos o nosso pai e, a longo prazo, os homens. Ela foi bem sucedida nessa parte. Pelo menos comigo.

A nossa casa estava sempre cheia de mulheres deixadas. Elas conversavam a noite toda sobre os seus ex-maridos, namorados e coisas do tipo. Ao som de Roberta Miranda. Uma delas, fazia perucas. Como eu tinha pouco cabelo, as perucas eram sempre testadas em mim. Às vezes, esse teste exigia um pouco de interpretação teatral da minha parte. Então, eu era lindamente maquiado e me tornava a rainha do baile de inverno por alguns minutos e todos os rapazes iriam querer sair comigo.

Meu pai odiava essa interação. Um dia, ele me flagrou caracterizado e teve uma crise de raiva, rasgou o vestido que eu usava e jogo um copo de água no meu rosto para tirar a maquiagem. ”eu odeio o senhor, papai”, eu disse e ele me bateu. Não pela ultima vez. No entanto, eu parei de me vestir de forma feminina.

Esta é a minha origem. Ela explica algo?

Cresci me tornei amigo de muitas mulheres. Elas trocam de roupa na minha frente, falam dos seus relacionamentos, falam de outras mulheres e coisas do tipo. Eu, no meu papel de eunuco obeso engraçado, ouço tudo, aconselho e procuro soluções para as vidas complicadas delas. Tenho alguns amigos homens. Mas não consigo falar sobre coisas de homem. Entedia-me muito.

Um dia, resolvi tentar e narrei esse texto inteiro para outro homem. Ele perguntou do meu pau. Fiquei constrangido, mas respondi que apesar de dormimos juntos, comermos juntos, irmos aos mesmos lugares e tal. Meu pau e eu somos completamente estranhos.

Ecléticos e pseudo ecléticos

Por Elton Tavares
Todo mundo gosta de música. Eu sou movido a som, escrevo, tomo banho, acordo e durmo ouvindo música. Pode ser um som nostálgico como o Legião, politizado como Chico Buarque, besteirol como Júpiter Maçã, romântico como Kid Abelha, non sense como Velhas Virgens, enfim, eu gosto de música legal (o que EU acho legal, claro). Será que sou “eclético”? Talvez. Odeio quando as pessoas me dizem: “Eu sou eclético”, gosto de tudo. Como assim?

Eles usam o termo para mascarar a falta de direcionamento de suas preferências. Para mim, música tem que ter mensagem, tem que ter letra. Salvo os ótimos instrumentais e músicas clássicas , que são exceções dessa regra particular. Resumindo, eu não entendo os “pseudoecléticos”, que se escondem atrás das palavras “sou eclético”, para escutarem qualquer coisa.

Eu não culpo quem não gosta de música boa, que se diz “eclético”, só para ouvir todo o tipo de porcaria que a indústria de massa os empurra goela abaixo. Afinal, a maioria dessas pessoas não tiveram acesso aos livros, filmes, viagens ou qualquer outro canal cultural que refine suas percepções sonoras.

Eu tenho pena dos que são “ecléticos” por opção, que tem a oportunidade de escutar, Rock, Jazz, Blues, Samba, Reggae ou Música Popular Brasileira (MPB). Mas preferem pular na doideira do Brega, Pagode, Zouk, Axé ou Sertanejo (esse último deve ser a trilha sonora do inferno). Acho incrível alguém inteligente, viajada e estudada gostar dessas coisas, mas é o que mais tem por aí.

Para os que acharem que sou uma espécie de xiita musical, não, não sou. Eu era antes, mas hoje em dia, até prestigio eventos com trilha sonora de gosto duvidoso. A contra gosto, é verdade, mas aprendi que amizade está acima das minhas antipatias.

Mas ainda prefiro barzinhos à boates, bandas à djs e gente doida à gente eclética (risos). Claro que isso é a MINHA opinião e cada doido tem suas próprias viagens. Abraços ao meus amigos “ecléticos”, continuo achando que eles não gostam de música e sim de qualquer som que embale uma bagaça.
Em Macapá, tem metaleiro que dança sertanejo, dance e axé, tem cantor que era rock e virou brega, entre outros absurdos. Noite dessas, os amigos me fizeram ir a uma “quinta sertaneja” e na semana seguite a um “pagode”, cruzes! Estou perdendo o controle (risos). Parei por aqui, prefiro ser o bom e velho Godão, o chato musical. Esse “admirável mundo novo” não faz a minha cabeça (risos).

Precisamos, urgentemente

Eu e Lorena -Norte das Águas – 2008
Eu morro de saudades da minha prima, Lorena Queiroz. Dos tempos em que vivíamos juntos, nos bares ou em casa, das conversas, idéias e do sarcasmo dela. Hoje em dia, Loloca está casada com um cara legal, com quem tem uma filha linda e mora em Brasília (DF). Há anos, ela me deu um poeminha. Leiam, só para começar bem o dia:

“Precisamos, urgentemente

Ver

Além dos olhos,

Sentir,

Além do tato

E amar

Além da nessecidade”

(Ronaldo Coelho Teixeira)