Gabba Gabba Hey! Martin Scorcese dirige longa sobre Ramones


O diretor Martin Scorcese irá dirigir um longa metragem sobre a banda de punk rock Ramones. Após o término de Silence, o novo filme do cineasta que começa a ser produzido ano que vem, a cinebiografia entra na mira do homem que conduziu as filmagens de Taxi Driver, O Lobo de Wall Street e Gangues de Nova York.

Ainda muito seminal, o filme ainda não conta com roteirista, mas vem em boa hora porque o conjunto começou a enfrentar a rotina de palcos há quarenta anos e data gera ocasião para um filme. O primeiro disco data de 1976 e a previsão é que o filme saia em 2016. 

Os integrantes originais da banda, Joey, Johnny, Tommy e Dee Dee faleceram ao longo das últimas duas décadas.

Scorcese é fã declarado de rock e blues. Já dirigiu alguns documentários, inclusive com a lendária Rolling Stones no filme Shine a Light. Como os Ramones são de Nova York, Scorsece se encaixa perfeitamente no papel de diretor, pois sua filmogafria é basicamente centrada na utilização da cidade como ambiente e cenários para seus longas.

Morrissey está preparando uma coletânea do Ramones


O nome de Morrissey não deixa o noticiário. A novidade do antigo líder do Smiths, contudo, não tem mais nada a ver com o fato dele ter sido ou não demitido da gravadora que lançou o mais recente disco solo dele, mas, sim, sobre Ramones.

De acordo com a True To You, página de fãs que acabou se tornando uma espécie de ligação entre o músico e os outros fãs (e a imprensa), Morrissey está trabalhando em uma coletânea do Ramones.

Em um parágrafo curto, o site diz que o material será lançado em CD e vinil, através da gravadora Sire-Rhino. “Morrissey está muito agradecido pelo convite”, diz o fim do texto.

O músico nunca escondeu o apreço pelo movimento punk que surgiu em Nova York na década de 1970. Ele já citou New York Dolls e Patti Smith entre as influências mais diretas dele, mas o Ramones também está sempre entre os mais amados pelo músico de Manchester. 

*Contribuição do amigo Marcelo Guido

Liverpool começa a ‘Beatleweek’, semana de homenagens aos Beatles


A cidade de Liverpool, na Inglaterra, começa nesta quarta-feira (20) a “Beatleweek”, uma semana em que bandas de mais de 20 países e fãs de todo o mundo se reúnem para homenagear os Beatles. A programação tem shows, exposições ou palestras de ilustres convidados.

Repetindo um evento que acontece há 30 anos, sempre durante o mês de agosto, fãs do quarteto invadem as ruas dessa cidade ao norte do país. Nos sete dias de festa, vários vêm caracterizados de John Lennon, George Harrison, Ringo Star e Paul McCartney.

A realização da “Beatleweek”, que ocorre até 26 de agosto, não é uma coincidência: este mês foi determinante na carreira do grupo britânico. Em 18 de agosto de 1962, Ringo Star tocou pela primeira vez como membro do quarteto.

Um dos principais palcos dessa festa, que conta com mais de 15 horas de música ao vivo a cada dia, é o The Cavern Club, onde o quarteto fez seus primeiros shows e onde atuaram ao vivo pela última vez há 51 anos.

Entre os eventos mais especiais desta edição, estão: “Paul McCartney, a retrospective”, em cartaz nas salas do Royal Court, e a convenção anual “Beatles all day”, no Hotel Adelphy.

Os visitantes poderão também desfrutar das canções mais emblemáticas do quarteto em um dos palcos mais singulares desta semana, o restaurante Alma de Cuba.

Em paralelo à realização da “Beatleweek’, Liverpool também sediará a Convenção Internacional e o Festival Internacional de Música, cuja programação inclui diversos shows gratuitos no Sefton Park.

Meu comentário: John Lennon e companhia nos ensinaram que devemos valorizar o amor, sermos críticos e termos ideais. Eles cantavam “All you need is Love” e após 45 anos, continuamos e sempre precisaremos de amor. E como!

Portanto, nossos aplausos e agradecimentos aos geniais caras de Liverpool. Viva os Beatles! 


Não deixe o Rock sair de você!


Campanha da rádio Kiss FM de São Paulo mostra que sua essência continuará sempre a mesma, com o bom e velho rock ‘n roll. O filme mostra a prática de um “Endorcismo”(oposto de exorcismo), um roqueiro tentando colocar de volta o verdadeiro espírito do rock no corpo de um rapaz, que aparentemente perdeu seu bom gosto musical. Um duelo sensacional criado pela agência AlmapBBDO. Como o vídeo também vai ser exibido nos cinemas, foram criados dois cartazes inspirados nos cartazes de filmes!

Assista o vídeo (genial): 
A rádio Kiss FM foi lançada em São Paulo no dia 13 de julho de 2001, Dia Mundial do Rock, e até hoje é a única emissora de São Paulo com programação composta genuinamente pelo melhor do rock’n roll. 

Adios, Tommy Ramone, membro original e baterista do Ramones(1949-2014)


Tommy Ramone, ex-baterista e produtor do Ramones, morreu nesta sexta-feira, 11, em decorrência de um câncer no ducto biliar. Segundo informações do site da revista Variety, o músico tinha 65 anos e estava em casa, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, fazendo tratamentos paliativos contra a doença.

Nascido na Hungria, Erdélyi Tamás – nome de batismo de Tommy – participou dos três primeiros álbuns de uma das bandas mais influentes da história do punk – Ramones (1976), Leave Home (1977) e Rocket to Russia (1977) – e coproduziu os dois últimos discos ao lado de Tony Bongiovi e Ed Stasium, respectivamente. O baterista também compôs sucessos como “I Wanna Be Your Boyfriend” e “Blitzkrieg Bop”. Tommy Ramone deixou o Ramones para trabalhar apenas como produtor e foi substituído por Marc Bell (Marky Ramone), um ex-membro da Richard Hell & the Voidoids.

Uma nota oficial foi compartilhada na página da banda no Facebook: “É com tristeza que anunciamos a morte de Tommy Ramone, o baterista original do Ramones, nesta sexta-feira, 11 de julho de 2014”. A mensagem ainda reproduz uma frase de 1978, que é atribuída ao músico: “Ramones não era apenas música: era uma ideia. Era o ato de trazer de volta ao rock todo o sentimento que estava faltando – foi uma explosão para dizer algo novo e diferente. Originalmente, era apenas uma coisa artística; depois, finalmente senti que era bom o suficiente para todo mundo”.

O Twitter oficial do Ramones também noticiou a morte de seu icônico baterista. “Estamos tristes de anunciar o falecimento do baterista fundador dos Ramones, Tommy (Erdelyi) Ramone”.

Sobre o Ramones:

O seminal grupo de punk rock foi criado em 1974, na cidade de Nova York, pelo vocalista Joey Ramone, que morreu em 2001, vítima de um linfoma, e seus companheiros, o guitarrista John Cummings (Johnny Ramone), que morreu em 2004 também por decorrência do câncer, o baixista Douglas Colvin (Dee Dee Ramone), morto por uma overdose em 2002, e Tommy. A banda acabou em 1996 após uma turnê realizada junto ao festival Lollapalooza.

A reação do Punk Rock (Por Adnoel Pinheiro)


Na cidade de Nova York, a blank generation representados pelos grupos Television, Patti Smith e Richard Hell estavam cansados da sofisticação e superficialidade da cultura pop e deram início ao movimento minimal aderindo uma postura existencialista e com letras mais diretas e cruas, sem efeitos tecnológicos. Dentro desse contexto Malcolm Mclaren, idealizador da banda Sex Pistols presenciava o fracasso de seu grupo proto-punk, o New York Dolls, e voltava para Londres com a idéia que ainda havia espaço para a criação de mais um movimento contracultural, que foi aproveitado pelos Ramones em 1976, considerado o precursor do punk nos Estados Unidos.

O movimento punk foi delineado por estratégias de marketing muito bem- cuidadas; caso contrário, não haveria possibilidade do movimento furar o bloqueio comercial imposto pelos meios de comunicação e pelas gravadoras para criar um novo mercado.

Com a explosão do movimento punk em 1976 a impressa não queria escrever sobre o assunto. O espírito da época correspondia ao desemprego e à onda terrorista na Europa. Retomando o estilo básico de guitarra, baixo, bateria e vocal, munidos de roupas sujas e amplificadores baratos, no início a maioria das bandas não tinham dinheiro para gravar seus discos, mas ganhavam cada vez mais as páginas da imprensa pelas atitudes agressivas e repulsivas atraindo gravadoras independentes.

Em 1976 o punk foi uma revolução mais pelo estilo de vida agressivo, roupas e atitudes, do que por suas “idéias anarquistas” ligadas mais a transgressão do que no sentido político e partidário como muitos vieram a confundir posteriormente.

As gangues e as pequenas organizações ligadas ao movimento começaram a organizar seus próprios grupos musicais, surgiram então os primeiros fanzines e as gravadoras independentes tudo na maneira do “faça você mesmo” sem um guia do politicamente correto, tratava-se de uma guerrilha do jovem contra o sistema, que utilizariam o som e as idéias punks como armas.

Adnoel Pinheiro, jornalista amante e estudioso do Rock and Roll

10 grandes momentos do rock

Por André Barcinski

Benjamin Franklin “descobre” a eletricidade (junho de 1752)

O velho Ben soltou uma pipa no meio de uma tempestade e mudou o mundo. (Sem ela não ia rolar tocar guitarra elétrica, né?)
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Elvis grava um disco para a mãe (4 de janeiro de 1954)

Um caminhoneiro pobre entra nos estúdios da gravadora Sun, em Memphis, e grava um acetato para dar de presente à mãe. Meses depois, quando precisou de um cantor para gravar um compacto, o dono da Sun, Sam Phillips, lembrou-se do rapaz, Elvis. Nascia o rock’n’roll

Morte de Buddy Holly (3 de fevereiro de 1959)

Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper morrem num desastre de avião, depois de um show. Foi a primeira grande tragédia do rock, um evento que ficou marcado como “o dia em que a música morreu”

Beatles aparecem no programa de Ed Sullivan (9 de fevereiro de 1964)

Mais de 50 mil fãs brigaram pelos 703 ingressos disponíveis no estúdio da CBS. Os Beatles cantaram cinco músicas e foram vistos por 73 milhões de americanos. Nascia a Beatlemania

Beatles encontram Bob Dylan (28 de agosto de 1964)

Num hotel de Nova York, o quarteto de Liverpool foi apresentado ao maior bardo do rock e, pela primeira vez, fumaram maconha. O encontro motivou o grupo a abandonar as canções adolescentes. Ali começou a fase psicodélica dos Beatles

Woodstock: lama e paz (15 a 17 de agosto de 1969)

O auge do sonho hippie: meio milhão de pessoas se reuniram para celebrar a paz e o amor, sem policiais ou chuveiros para atrapalhar. Foram três dias de lama, drogas e muito rock’n’roll, ao som de The Who, Jimi Hendrix, Santana, Joe Cocker, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, Grateful Dead e muitos outros

Altamont: violência e morte (6 de dezembro de 1969)

O fim do sonho hippie: concebido pelos Rolling Stones, o festival de Altamont terminou em tragédia quando uma gangue de motoqueiros da facção Hell’s Angels, contratada para fazer a segurança do evento, matou a pauladas um jovem negro. Outras três pessoas morreram na noite: duas atropeladas enquanto dormiam e uma terceira afogada

Sex Pistols xingam a Rainha DA INGLATERRA (maio de 1977)

Em uma esperta jogada de marketing, os Pistols lançaram o compacto “God Save the Queen” a tempo de esculhambar as comemorações do Jubileu da Rainha. O disco foi banido das rádios do país, mas tornou-se o segundo mais vendido

Estréia da MTV (1 de agosto de 1981)

Antes da MTV, o principal meio de divulgação para artistas era o rádio. Logo as gravadoras perceberam o potencial do novo canal e passaram a investir mais em clipes. A imagem de uma banda passou a ser tão importante quanto sua música. Surge a “geração MTV” com estrelas como Madonna, Duran Duran, Prince e Michael Jackson

Michael Jackson compra o catálogo dos Beatles e Elvis Presley (setembro de 1985)

Michael comprou o catálogo com as músicas em 1985 por cerca de 48 milhões de dólares. Em 2008,o seu valor era estimado em mais de US$1 bilhão. Em 1991, ele vendeu metade dele para a Sony por 100 milhões e, mais tarde, deu os outros 50% por causa de enormes dívidas que havia acumulado.

O Lollapalooza Brasil 2014 foi fantástico!


O segundo dia do Lollapalooza Brasil 2014, no domingo (6), foi uma das melhores coisas que vivi nestes quase 38 anos. Com sol a pino, começamos o domingo com Raimundos, única banda brasileira nesta terceira edição do Lollapalooza. Com um grande público, a tocou clássicos como Puteiro em João Pessoa e Eu Quero Ver o Oco. Rodolfo faz falta, mas Digão, Canisso e companhia fazem sim um sonzão.

O guitarrista Johnny Marr, ex integrante do The Smiths arrebentou, mesmo com o fato de o seu show ter sido no palco Onix (longe pra caralho, quase mais de 1km do palco Skol e quase dois para o Interlagos). Ele tocou e cantou canções de seu projeto solo, mas levantou a massa mesmo com músicas dos Smiths. 

Stop Me If You Think You’ve Heard This One Before, Bigmouth Strikes Again e How Soon Is now? (com a presença surpresa de  Andy Rourke, ex-baixista do Smiths, que tocou junto com Marr ). Além disso, na apresentação de Johnny rolou som da banda Eletronic (projeto dele, Bernard Summer do New Order e Neil Tennant do Pet Shop Boys) e The Clash, com I Fought The Law. Foi um showzaço! 

Voltamos ao palco Skol para ver o show do Pixies. Como sempre, Franck Black e seu pessoal mandaram bem demais. Para mim, continua a banda mais lado B e despintada do mundo. Parce que o Pixies odeia ser “rockstar”. Tocaram sem firula ou papo com a galera, mas fizeram um puta show, com direito aos clássicos “Where Is My Mind”, “Here Comes Your Man” e “Hey” fez a alegria da multidão de fãs.

A distância do palco Onix e o cansaço da nossa turma (principalmente deste gordo) impediram que assistíssemos ao show do Soundgarden. Uma pena. É que resolvemos guardar as forças para o último, o New Order. E não nos arrependemos. 

O New Order é uma das bandas que escuto há mais de 25 anos. Eles tocaram no palco Interlagos e fecharam a Festival com um show apoteótico. Apesar da dramática concorrência (a canadenses Arcade Fire, tida como melhor banda do mundo na atualidade, tocou no mesmo horário no palco Skol), decidimos ver o show dos ingleses. Afinal, somos apaixonados pelos anos 80 e toda sua trilha sonora. 

É indiscutível que o Arcade Fire é uma banda foda e seu show é fenomenal, mas fomos ver New Order por ser clássico e por ser o New Order (isso nem deveria deixar dúvida). Como disse o meu irmão: “Ainda veremos os canadenses, eles são jovens. Já o New Order pode acabar”. Sensato!

Tenho certeza que NADA que o Arcade Fire tenha feito no domingo supera o emocionante show do New Order. Como disse o amigo Patrick: que me perdoem os hipsters, mas o New Order é melhor desde o set list a toda a mística que envolve a banda oitentista. 

Mesmo com a ausência do carismático baixista Peter Hook, o New Order (com Phil Cunningham, Gillian Gilbert, Stephen Morris, Tom Chapman e Bernard Sumner) fez uma apresentação fantástica e emocionante. 

Não à toa, o jornal Folha de São Paulo saiu com a manchete: “New Order mostra vida sem Peter Hook”. E bote vida nisso! 

Além de tocar quase todos os seus clássicos, eles executaram Transmission, Atmosphere e Love Will Tear Us Apart, da extinta banda Joy Division (que se tornou New Order após a morte de seu viocalista, Ian Curtis). Foi lindo demais! 

Obrigado aos amigos que dividiram aqueles momentos comigo, principalmente meu irmão Emerson Tavares. Tô muito feliz com tudo isso, valeu pra caralho!

Elton Tavares

Tudo certo para Lollapalooza Brasil 2014. Eu vou!


Ingresso comprado, passagens idem e hotel reservado. Tudo certo pra eu ir ao festival Lollapalooza, a qual a terceira edição brasileira, vai rolar nos dias 5 e 6 de abril de 2014, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

À exemplo dos shows de Radiohead (2009), U2 (2011) e The Cure (2013), a ansiedade já me corrói. O Lollapalooza deste ano acontece em dois dias, mas só irei no domingo (6). Pois , o Muse e o restante das bandas do sábado não me atraem. Aliás, vi o Muse em 2011, eles abriram para o U2, também em Sampa. Não gostei. 

No domingo sim, vai rolar shows do lendário guitarrista do The Smiths,  Johnny Marr (isso se ele ficar bom até lá, parece que o cara fraturou a mão). Quem é fã de Rock 80 sabe a importância dessa apresentação. 

O festival seguirá com a cantora inglesa Ellie Goulding, em sua primeira apresentação no Brasil. Confesso que não conheço o som dela.  

Daí o Lolla dá um “Up” com  os novaiorquinos do Vampire Weekend, uma mistura de indie rock. Escutei com o amigo André Mont’Alverne e gostei muito. De acordo com a revista America Spin e a “Rolling Stone” americana, o álbum dos deles, “Modern Vampires of the City”, foi o melhor disco de ano 2013.  

Depois rola Pixies, uma feliz viagem pelos anos 90. Uma das bandas mais lado B que conheci na vida. Com certeza, um dos grupos mais influentes do indie rock. 

A penúltima banda é simplesmente uma das melhores do mundo, a canadense Arcade Fire. Eles só vieram ao Brasil no Tim Festival 2005. Li que é um dos shows mais intensos da atualidade.

A aventura Rocker não poderia fechar melhor. Nada mais, nada menos que os oitentistas do New Order, banda formada pelos remanescentes do antigo Joy Division e aclamada por nove entre 10 fãs de Rock and Roll, como eu. Parece que ainda vai rolar Soundgarden, mas não tenho certeza. E ainda vai ter Raimundos!

Sem dúvida, será lindo. Já não me agüento de ansiedade. É isso! 

*Ah, no dia 6 de abril, enquanto assisto todos estes shows no setor vip de Interlagos (com direito a birita e comida na faixa, além de visão privilegiada do palco), aqui em Macapá vai rolar “show” do Sambô. Rá!

Elton Tavares

Os bons morrem antes? (Renato Russo faria 54 anos hoje)


A Legião Urbana, extinta banda do rock nacional, marcou a minha geração. Hoje (27), Renato Russo, líder do grupo, faria 54 anos. Apesar das músicas não surtirem tanto efeito como quando tínhamos 15, algumas ainda mexem com quase quarentões e quem tem pouco mais que isso. Em homenagem ao cantor e compositor, republico o texto do amigo Silvio Neto. 

Os bons morrem antes?   

Por Silvio Neto

27 de Março de 1960. Há exatos 54 anos nascia, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Renato Mantredini Júnior, mais conhecido como Renato Russo, um dos maiores poetas do rock brasileiro.

Como ele mesmo diria em uma de suas canções imortalizadas com a Legião Urbana, “é tão estranho, os bons morrem antes…”. É talvez ele estivesse certo, mas aos 36 anos, Renato Russo não morreu antes. Pelo contrário, ele tornou-se verdadeiramente imortal. O poeta de toda uma “Geração Coca-Cola” que criou a trilha sonora da vida de todos que, como eu, viveram intensamente os anos 80 e início dos 90.

Poeta pós-punk, intelectual, bissexual assumido desde os 18 anos de idade, ele foi uma espécie de Jim Morrison brasileiro, não tanto pela sua beleza física, mas pela consistência de suas letras que poderiam muito bem ter sido publicadas em livro sem a necessidade de ser musicadas.

Mas a musicalidade de sua obra também era muito forte, porque era de uma simplicidade crua, oriunda do punk – o que fazia com que os jovens se identificassem de imediato, como jingles de anúncios comerciais.

Suas letras contavam histórias. Muitas delas com personagens inesquecíveis como “o tal João do Santo Cristo”, ou aquele casal ultra-moderno “Eduardo e Mônica”, entre tantos outros.

Sua poesia falava de amor e dor (as duas faces de uma mesma moeda). E mesmo quando desabafava suas dores e impaciência com a doença que o devorava lentamente (a AIDS), falava de um jeito tão doce que mais parecia uma declaração de amor à própria vida.

Hoje, se tivesse completado seus 50 anos, talvez ele estivesse parado, isolado em sua eterna contemplação do mundo, ao invés de fazer como vários de seus contemporâneos que ainda insistem em reascender os velhos sucessos caducos dos longínquos anos 80. Renato não vivia de sucessos passados. Ele mesmo falou no “Acústico MTV” que já não agüentava mais aqueles fãs chatos pedindo: “Toca ‘Ainda é Cedo’!”. Talvez, onde quer que ele esteja, deva estar satisfeito com seu legado.

Morreu ainda no auge. Morreu como morrem as verdadeiras estrelas, brilhando. E como as verdadeiras estrelas, manterá seu brilho ainda por muitos milhares de anos…

Parabéns Renato!

Meu comentário: Renato partiu numa sexta-feira de outubro de 1996. Dia 11, para ser preciso (eu tava numa ressaca daquelas). Ele foi  genial. Um melancólico poeta românico, quase piegas, mas visceral. Era capaz de compor canções doces, musicar a história cinematográfica de do tal João do Santo Cristo, cantada na poesia pós-punk de cordel (159 versos e quase 10 minutos) intitulada Faroeste Caboclo ou melhorar Camões (desculpem a blasfêmia lírica), como em Monte Castelo.

Por tudo isso e muito mais, hoje homenageio Renato Russo, que se eternizou pela sua música, poesia e atitude.  Urbana Legio Omnia Vincit !

Elton Tavares