Poema de agora: Busca fantástica – Patrícia Andrade

 

Busca fantástica

minha barca de Caronte
me embala, me carrega…
eu navego para o inferno.
quem responde?

meu submarino amarelo
me naufraga, me afunda…
eu me afogo por Netuno.
quem me salva?

e aquele gigante zepelim,
que parecia tão chinfrim,
me salva e me responde,
trazendo você pra mim.

Patrícia Andrade

19 anos de Macapá (joia, minha pérola, minha Gotham. Minha cidade) – Por Pat Andrade

Por Patrícia Andrade

Eu vim para Macapá em junho de 1999. Vim passar dez dias, curtir um pouco a cidade e voltar para a Cidade das Mangueiras, minha terra natal… Pois bem, estou aqui há 19 anos!

Muita gente me pergunta por que?

Digamos que foi paixão à primeira vista. Fiquei encantada com o Amazonas, com sua imensidão, sua cor e sua força, batendo no muro de arrimo na enchente da maré.

Me encantei com a quantidade de praças existentes na cidade. Cada uma mais bacana que a outra. Amo árvores e espaços verdes. A Floriano sempre foi a minha preferida…

Me encantei com os sabores, principalmente os que podiam ser degustados na Dedeka’s; maniçoba e pato no tucupi. Melhores, se tem, ainda não provei…

Me encantei com a música, com os ritmos, com o colorido do marabaixo, com a zonzeira da gengibirra, a rima dos ladrões e com a simpatia dos brincantes. Eu não perdia uma roda de marabaixo…

Me encantei com as canções que falavam daqui de suas história e encantos, e de como as pessoas aqui viviam. Que vida boa, sumano…

Me encantei com o Vou vivendo e o Maresia’s, bares que tinham um bom atendimento, garçons como já não se fazem mais e a melhor música da antiga currutela que era a atual Beira Rio.

Nesses 19 anos, muita coisa mudou. Eu mudei. Macapá mudou. Não vou dizer que pra melhor ou pra pior, porque depende muito do contexto e da companhia (se é que me entendem…)

Só sei que é diferente, mas ainda pretendo viver aqui por muitos e muitos anos com meu filho tucuju….

E batalhar, de todas as maneiras e com todas as armas para que o lugar em que vivo se torne cada vez melhor.

Macapá. Minha joia, minha pérola, minha Gotham. Minha cidade.

Poema de agora: Macapá 260 Anos – Pat Andrade

Macapá 260 Anos

Minha cidade comemora mais um ano de existência.
Digo minha, porque me apodero dela, todos os dias, em dura jornada; todas as noites, em longas caminhadas.
Macapá me cobre com seu céu inconstante, me descobre em versos e rimas; me abriga em (m)seus bares, em (m)seus becos, em (minhas) suas praças, (m)seu rio…
Macapá me expõe, me oprime, me liberta…
E aqui permaneço, retribuindo com meu amor, minha esperança e minha alma de poeta.
Te amo, Macapá.

Pat Andrade