Tristeza, agradecimento e condolências


Não sou religioso, muito menos metido a santo. Aliás, nunca tentei ser. Mas acredito em Deus e respeito a fé alheia. O homem é movido por muitas coisas. Alguns pelo dinheiro, outros pelo poder e ainda existem aqueles que são pela religiosidade. Respeito quem faz o bem e possui uma aliança com Deus. 

No último sábado (12), o barco Reis I , com 64 passageiros que acompanhavam o Círio Fluvial, naufragou. Destas, 46 pessoas sobreviveram a tragédia,  15 morreram e parece que três ainda estão desaparecidas. 

Entre os mortos estava Lavouzier Camilo Gantus, de 65 anos. Ele era aposentado do Banco da Amazônia (Basa) e marido da professora Orquizete Pinto Camilo (que estava no naufrágio, mas graças a Deus está bem). Ambos amigos dos meus pais e pais dos meus amigos de infância Jack, Jana, Lamartine e Jamile.  Imagino a barra que eles passam neste momento. 

Ontem e hoje, vi velórios em Macapá. Aliás, todos que conheço perderam amigos, entre as vítimas, até crianças. Triste, muito triste. 

Também ontem, na casa do meu tio Paulo, agradecemos por nossa família estar bem, enquanto tantas velam e enterram os seus em nossa cidade. Agradecemos pela saúde da minha avó e o amor que nutrimos uns pelos outros. 

Sei o que é perder alguém muito próximo. A todos que sofrem com as perdas no acidente, desejo que Deus conforte seus corações e amenize suas dores. Minhas  sinceras condolências.
“A morte sempre chega pontualmente na hora incerta” – Mário Quintana

Elton Tavares

Naufrágio no Amapá deixa 12 mortos e 6 continuam desaparecidos

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou a morte de 12 pessoas que estavam na embarcação “Reis I”, que naufragou na manhã deste sábado (12), em Macapá, durante o Círio Fluvial no rio Amazonas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 6 pessoas continuam desaparecidas. Buscas foram encerradas na noite de sábado e continuam no domingo (13).

Das 12 mortes, 3 corpos ainda não foram identificados. Entre as vítimas está o comandante do barco, Reginaldo Reis Nobre.

A assessoria de comunicação da Sejusp informou que 21 pessoas foram resgatadas, dessas 12 foram atendidas no Hospital de Emergência de Macapá e 9 no pronto atendimento do município de Santana.

A embarcação naufragou na orla de Macapá, próximo ao Farol da Praticagem, por volta das 10h30. No momento do acidente, o atendimento foi concentrado no balneário de Fazendinha – a cerca de 12 quilômetros da área urbana de Macapá – e na área portuária de Santana, a 17 quilômetros da capital, por estarem mais perto do local do naufrágio do que do Porto das Pedrinhas, de onde partiu a embarcação.

“A equipe foi com bombeiros e voadeiras para o local do evento. Nossos militares relatam que foi tudo repentino, a embarcação de uma só vez. Colocamos médicos da Corporação à disposição, além da equipe de atendimento do Hospital de Emergência”, explicou o coronel Rosário.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o barco tinha capacidade para 40 pessoas, mas no momento do Círio, levava cerca de 70 fiéis. (Inicialmente, o comandante do Corpo de Bombeiros havia informado que o barco transportava 100 pessoas no momento do naufrágio. Posteriormente, o oficial voltou atrás e informou que o número de pessoas era 70. A informação foi corrigida pelo G1 às 17h09).

Já o comandante da Capitania dos Portos no Amapá Carlos Neves informou que a embarcação estava com a sua capacidade normal ao ser vistoriada no momento da saída para o Círio. “O barco tinha capacidade para 40 passageiros. Ela [embarcação] foi vistoriada antes da saída no porto, em Santana. É um procedimento padrão conferir a lista de passageiros quando se trata de um trajeto grande”, disse.

O percurso da procissão do Círio Fluvial é cerca de 15 milhas náuticas, o equivalente a 27 quilômetros.

O barco era uma das mais de 50 embarcações que acompanhavam o Círio Fluvial de Macapá. A procissão deixou o Porto do Grego, no município de Santana, por volta de 7h30 deste sábado. A imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi conduzida por uma balsa que navegou em direção a rampa do bairro Santa Inês, em Macapá. O percurso foi realizado em pouco mais de 2h30.

O barco estava alugado para o Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amapá (Sindsep/AP). O Corpo de Bombeiros dizem que o sindicato não repassou nenhuma lista de passageiros. Os corpos das vítimas foram levados para o Departamento de Polícia Técnico-Científica (Politec).

Adeus, Paparazzo!

Antônio Sena, o nosso velho Paparazzo (fiz essas fotos durante viagens que fiz com ele)

Hoje (22), vítima de um acidente automobilístico, na estrada entre os municípios de Calçoene e Oiapoque, morreu Antônio Sena Cantão, o ilustre fotógrafo “Papaparazzo”. No mesmo desastre faleceu o motorista Manoel Ubiratan Baia, o “Bira”. Também na pick-up do Governo do Amapá estavam o cinegrafista Nairon Gomes e a assessora Karla Marques, que estão hospitalizados. 

Não sei ao certo o que houve. Só que a pick-up com a equipe de comunicação da Secom (onde trabalhei por três anos e possuo vários amigos) capotou.

Sinto muito pelo Bira, mas estou arrasado mesmo é pela morte do Paparazzo, também conhecido como “Andarillho”. O velho fotógrafo era uma amigo querido, com quem fiz essa viagem para o Oiapoque pelo menos umas duas vezes. Antônio Sena foi um dos grandes brothers que fiz nessa profissão. 

O velho Papa era um senhor de cabelos de algodão, mas que tinha muito vigor. Ele faria 65 anos no próximo sábado (24). Difícil é quem nunca o viu cruzando Macapá a pé. Pra tomar cerveja com ele tinha que se garantir, pois o sacana virava uma latinha somente em um gole. O coroa era só saúde.  

Quando viajávamos, eu monopolizava o som do carro, afinal, era o chefe da equipe de comunicação na viagem. Lembro de uma vez que coloquei Pink floyd pra rolar e Papa, indignado, disparou: “Porra, Elton, bota um brega!”. Ô saudade do sacana, que sempre tirava um cochilo nessas idas e vindas ao interior Amapá. 
Eu, Tãgaha e Paparazzo, na última vez que tomei umas com o Papa

Conheci o Paparazzo há anos, superficialmente, quando ele fez fotos minhas em um dos muitos desfiles carnavalescos que participei . Mas amizade mesmo foi de 2011 para cá, quando começamos a trabalhar juntos na comunicação do Governo do Amapá. 

Antônio Sena era um cara admirável. Paparazzo foi um homem muito trabalhador, parceiro, confiável, honesto, discreto, humilde, bem humorado, tranquilo,enfim, uma figura paidégua! 

Estou muito, muito triste com sua partida. Papa, seu velho safado (era como eu o chamava na brincadeira e ele retribuía com “gordo safado”), vou sentir sua falta, amigo. Até a próxima vez!

Elton Tavares

Vá em paz, tio Aílson!


Posso viver muito, mas nunca vou me acostumar com a partida de alguém querido. Quando chega o momento, sempre concordo com o escritor Mario Quintana: “a morte chega pontualmente na hora incerta”. Exato, é sempre assim!

Hoje, 14 de julho de  2013, morreu o torcedor fervoroso do Fluminense e funcionário aposentado do Banco da Amazônia (Basa), Aílson Lobato. 

Ele faleceu no hospital São Camilo, onde estava internado há dias, lutando contra um câncer. 

O “tio Aílson”, velho amigo dos meus pais (principalmente de meu pai, Zé Penha) era uma pessoa que eu conhecia desde que me entendo por gente. 

Ele era casado há décadas com a tia Vera, com quem teve três filhos, todos amigos e que tenho como primos. A Alice, o Allison e Andrew. 

Lembro dele muito cortês e gente fina. Era um cara tranqüilo que amava sua família.  Aílson Lobato tinha 69 anos. Ele deixa esposa, três filhos e dois netos, além de muita saudade no coração dos seus. 

Meu pai “embarcou” em 1998, certamente eles ainda se encontrarão do outro lado. 

O velório do tio Aílson Lobato será realizado na Capela Santa Rita, no bairro homônimo, localizada perto do Hospital São Camilo. O enterro ocorrerá amanhã, entre 9h e 10h, no cemitério São José . 

Sei o que é perder um pai, a dor é a pior coisa para qualquer um. E nós perdemos um amigo.  Minhas condolências a tia Vera, Alice, Allison e Andrew. 

Elton Tavares

Triste, mas é a vida => Aos 74 anos, morre Ray Manzarek, tecladista e fundador do The Doors


Ex-tecladista do The Doors, Ray Manzarek morreu na Clínica Romed, em Rosenheim, Alemanha, após uma batalha contra o câncer, aos 74 anos. O anúncio foi feito por meio do Twitter e do Facebook oficiais da sua célebre banda. Ele deixa a esposa, Dorothy, os irmãos Rick e James Manzarek; e também o filho Pablo Manzarek.

Filho de poloneses radicados nos Estados Unidos, Ray Manzarek passou a adolescência dividido entre o basquete e o piano. Após uma desilusão com o esporte, optou pela música, não sem antes se formar em economia por uma universidade de Chicago, onde morava. Em Los Angeles, para onde se mudou no começo dos anos 1960, conheceu o estudante de cinema e poeta Jim Morrison. Com ele nos vocais, John Densmore na bateria e Robby Krieger na guitarra, formou o The Doors, em 1965.

Com sua mistura de rock, blues e psicodelia, o The Doors — que debutou em 1967, com um disco homônimo — logo se tornou um dos mais adorados grupos da história. Graças a músicas como “Break on through to the other Side”, “The end,” “Hello, I love you” e “Light my fire”, o The Doors — que tinha no teclado de Manzarek uma das suas principais características — vendeu mais 100 milhões de discos em todo o mundo. Após a morte de Morrison em 1971, o grupo ainda lançou dois discos sem o vocalista, mas encerrou suas atividades em 1973.

Manzarek passou a se dedicar à literatura, publicando romances e também a autobiografia “Light my fire: My life with The Doors” (de 1998). Ele também tocou com grupos como Echo & The Bunnymen, The X, e com artistas como Phillip Glass e Iggy Pop. Em 2004, ele se apresentou no Brasil com o grupo The Doors of the 21st Century, ao lado de Robby Krieger e com Ian Astbury (ex-The Cult) nos vocais. Em 2012, ele, Krieger e Densmore gravaram a música “Breakin’ a sweat”, incluída no EP “Bangarang”, do DJ americano Skrillex.

“Fiquei profundamente triste ao ouvir sobre o falecimento do meu amigo e companheiro de banda Ray Manzarek”, disse Krieger, em comunicado divulgado pelo Doors nas redes sociais. “Estou feliz por ter sido capaz de ter tocado canções do Doors com ele durante a última década. Ray foi uma grande parte da minha vida e sempre vou sentir falta dele”, completou o músico.

Meu comentário: Valeu pra caralho, Ray. Obrigado por tudo!

Lamentável: Após denúncia de José Sarney, Justiça bloqueia conta de blogueira no Amapá


Por meio de uma decisão judicial publicada pelo Juizado Especial de Fazenda Pública e 10ª Zona Eleitoral de Macapá (AP), o ex-presidente do Senado, José Sarney, conseguiu o bloqueio das contas bancárias da professora aposentada e blogueira Alcinéia Cavalcante.

Ex-presidente do Senado vai receber indenização de R$ 2 milhões. Segundo informações do Canal Tech, o juiz José Luciano Assis, responsável pelo caso, ainda determinou a cobrança de R$ 2 milhões, com juros e multa, por danos causados a Sarney.

Alcinéia foi processada após lançar uma proposta em seu blog. Ela sugeria que leitores fizessem um adesivo com a frase “O carro que mais combina comigo é um camburão da polícia” e colassem no veículo de algum político. A ideia não visava um parlamentar específico.

Um internauta comentou a publicação dizendo que este seria o “adesivo perfeito para o Sarney”. O político então, no dia seguinte, entrou com uma ação contra a blogueira, exigindo indenização e a retirada da página do ar.

Em resposta, a professora publicou a foto de um muro de sua cidade com a frase “Xô, Sarney!”, o que lhe custou seu antigo blog, removido por decisão da Justiça Eleitoral do Amapá (AP).

Meu comentário: Eu realmente lamento qualquer ato de repressão à Liberdade de Expressão. Ainda mais por um comentário de um leitor. Me solidarizo com Alcinéa, pois isso podeira acontecer com qualquer um de nós, livres pensadores e que possuem coragem.

Elton Tavares

Homenagem ao grande jornalista Corrêa Neto


O senador Randolfe Rodrigues e toda a sua equipe lamenta o falecimento do maior jornalista que o Amapá já teve, Antônio Corrêa Neto, na manhã de hoje (21). 

Homem de honra e grande ética, que fazia jornalismo com responsabilidade e com o cuidado que merece a informação.

Pai, avô e amigo, fica o legado, a saudade e o exemplo de pessoa.

Que descanse na graça de Deus, para nós familiares e amigos ficam as recordações.

“Recordar: do latim re-cordis, voltar a passar pelo coração…”

— 
Carla Ferreira
Contato: (96) 81109700
Twitter: @Carlinha_F

Hoje faleceu o jornalista Antônio Corrêa Neto


Hoje (21), morreu o jornalista Antônio Corrêa Neto. Não sei ao certo a causa da morte, mas sei que ele tinha alguns problemas de saúde há anos. Eu não conhecia o Corrêa pessoalmente. Tratei com ele algumas vezes por telefone e conversei várias vezes pelo Facebook. E, como todos os jornalistas de Macapá, lia todos os dias, religiosamente, seu site. 

Aquele lance dele sempre publicar o direito de resposta, mesmo que o interessado não entrasse na Justiça para tal. A abordagem dos assuntos em sua coluna “Geleia Geral”, a forma com que ele elogiava ou criticava era de um refinamento ímpar. Eu admirava o Corrêa.

Sei o que os colegas Márcia e Marcelo estão sentindo neste doloroso momento, pois já perdi meu pai. É uma barra muito pesada para qualquer um. Desejo força aos dois. 

Corrêa era respeitado por jornalistas, políticos, empresários e as demais classes da sociedade amapaense. Era um formador de opinião consistente, imparcial, crítica, séria e com senso de Justiça.  Um verdadeiro exemplo de jornalista para os que atuam nesta profissão. 

O velório de Corrêa Neto será realizado na Capela Santa Rita, no bairro homônimo, localizada perto do Hospital São Camilo. 

Ao Corrêa, meu respeito. Que ele siga seu caminho de luz. Aos familiares e amigos do nobre colega, minhas condolências. 

Elton Tavares

Sobre a tragédia em Santana (via @portalcotidiano )

Na madrugada desta sexta-feira,28, por volta de 00h30, um trágico episódio abalou o município de Santana, no porto da Empresa Zamin Ferrous, antiga Anglo American, afetando também o do Grego, principal área de embarque e desembarque de mercadorias da cidade. Ondas gigantescas destruíram embarcações e deixaram diversas pessoas desaparecidas, na maioria funcionários da empresa que trabalhavam durante a noite. 

Várias embarcações foram atingidas sendo que até então quatro barcos afundaram e uma balsa de um posto de combustível ficou a deriva. Um possível desabamento de uma faixa de terra da área da empresa é apontado como causa do sinistro. 


No local observa-se uma cratera de diâmetro considerável por conta do desabamento da estrutura metálica que dava suporte à esteira que transportava o minério de ferro para o navio  ancorado. Tudo desabou e caiu no rio, levando junto veículos do local. O 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Santana afirmou o desaparecimento de seis empregados que trabalhavam operando o maquinário, embarcando minérios e condutores de caminhões.


Até agora a Capitania dos Portos e o Corpo de Bombeiros trabalham no resgate de corpos e na procura de desaparecidos. Até o fechamento dessa atualização, o 4º BPM de Santana informou que seis mortes foram confirmadas, desses, cinco são trabalhadores da Empresa Zamim Ferrous. Também existem pessoas desaparecidas que dormiam nas embarcações onde não se tem um número preciso.

A feirante Maria do Socorro, que presenciou o fato, exclamou sobre o ocorrido: “foi terrível, quando a onda veio o rio ‘secou’ e saiu levando tudo o que encontrava pela frente. Teve casa aqui que ficou destruída  o barco do meu marido quase vai para o fundo, lamentável”, afirmou em uma entrevista a rádio local.

*Com informações do 4º Batalhão de Santana

Anonymous Hate anuncia o fim da banda

Aos 39 minutos deste sábado, a banda amapaense Anonymous Hate anunciou via Facebook o encerramento de suas atividades. Segue a nota na íntegra.

NOTA DE ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES

Diante do último e fatídico acontecimento, no caso, o falecimento de nosso amigo e guitarrista Heliton Costa Coêlho, informamos que a banda Anonymous Hate encerra suas atividades. Nossa decisão foi unânime, pois não poderíamos substituir alguém que iniciou, sonhou e deu tudo de si pela paixão à música e ao underground. Continuar sem ele, não seria o mesmo, e nem seria a Anonymous Hate. Nosso pequeno, mas suado legado ficará na memória com boas lembranças e no trabalho que foi produzido durante o tempo em que circulamos por nossa cidade natal, Macapá, e pelo Brasil. Chegamos bem perto de atingir ouvidos mais longínquos, já que nossa turnê européia estava agendada, mas isso não nos esmorece. Encerramos com a sensação de dever cumprido, no qual, estes quase seis anos nos proporcionaram uma gama de experiências. Agradecemos a todas as amizades que conquistamos, bandas que dividimos palco, produtores que nos deram oportunidade, selos que ajudaram em nossos lançamentos e todos que apoiaram nosso trabalho de alguma forma.

Victor Figueiredo
Fabrício Góes
Alberto Martínez
Romeu Monteiro

Convite para a Missa de sétimo Dia da dona Euda


Os familiares de Euda Flexa Nunes, convidam parentes e amigos para a Missa em Ação de Graças pela passagem do sétimo dia de seu falecimento que acontecerá nesta sexta-feira (15), na Igreja Jesus de Nazaré, no bairro de mesmo nome, localizada na Rua Leopoldo Machado, às 18h. 

Se o trabalho me permitir, irei e peço aos que conviviam com dona Euda que vão, pois nessas horas, é muito bom ver os amigos
Elton Tavares

Nosso adeus à dona Euda…

Posso viver 100 anos consciente que todos nós partiremos um dia, mas quando chega o momento, sempre concordo com Mario Quintana: “a morte chega pontualmente na hora incerta”. Nessa madrugada foi a vez da amiga querida Euda Flexa Nunes, a popular “Dona Euda”, fazer sua passagem. Faço minhas as palavras da amiga Sonia Canto: “hoje a boemia está de luto”. Tô triste, muito triste!

Dona Euda passou mal na porta do avião, em Belém (PA) e faleceu. Ela se recuperava de uma angioplastia. 

Conheci dona Euda somente em 2010.Durante dois anos, bebi no Bar da Euda. Gosto tanto do estabelecimento que escrevi sobre ele: http://eltonvaletavares.blogspot.com/2012/04/o-bar-da-euda.html

Ia lá quase toda semana. Dona Euda era meio mãe da gente, os biriteiros assíduos de sua casa. Sempre séria, de poucos sorrisos, mas doce conselheira, centrada e amada pela galera.  Parecia que conhecia aquela senhora.  E sei que ela também gostava muito de mim. 

A vida sempre continua e a morte faz parte dela, todos sabemos. Mas, às vezes, a estrada fica mais triste, o fardo mais pesado e tudo cinzento. Eu e dezenas de amigos estamos arrasados com a partida de dona Euda. Aí estão alguns depoimentos: 


A morte dessa amável mulher, mãe, vitoriosa e dedicada. deixa em nós a lembrança do seu sorriso e a tranquilidade que nos trazia paz ao observá-lo. Vamos ter força para superar esse imenso sentimento de perda que tivemos.Falo em meu nome, e por todos os meus amigos que já tiveram junto a mim, bons momentos em seu tradicional bar, que resultou grandes laços de amizade. Adeus dona Euda, já sentimos saudades. Forte abraço amigo Miguel Nunes” – Aline Vanessa. 

Daí eu descobri que melhor do que desabafar com as velhas amigas sobre os meus casos e descasos de amor, era ouvir os esporros que vinham do outro lado do balcão. Dona Euda dizia sempre aquilo o que eu precisar ouvir. Na medida. Sem vírgulas, sem papas na língua. Papo reto, nu e cru. E ela sabia de tudo, e de todos, rsrrsr…Ralho após ralho, conselho após conselho ela ganhou minha admiração, meu respeito, minha lealdade. Pessoas como ela são presentes divinos que ganhamos. E esse mundo tá cheio de gente escrota por aí. Enquanto isso, essas pessoas especiais, que de repente invadem e se instalam em nossas vidas, se vão” – Cíntia Souza. 

O ano era 1985 da graça de Nosso Senhor. fui naquela esquina beber um pouco de água, estava só de passagem. ela me deu bom dia, tomei uma pinga, serviu caldo e ganhei abraços… fui bem-vindo na família! O corpo, a morte leva. A voz, some na brisa. Mas a amizade fica, eterna..Euda, tu partes me levando saudades...” – Tãgaha Soares. 

Do que vale a vida ,,,se nao viver ,folgastes para poder morrer ou nascer ou ainda continuar tua bela jornada ,vai com Deus minha Amada dona Euda, Mãe,  Amiga ,sabia da vida, obrigado por tudo , sou grato por ti” – Fernando Bedran. 


Dona Euda passou seus últimos dias ao lado de familiares em Belém. Voltando de viagem, passou mal e faleceu no avião. Ela tinha 65 anos. 

O corpo de Euda Nunes chegará hoje (9) em um voo hoje, às 23h. O Velório de nossa amiga será na Capela Santa Maria, na Rua Hamilton Silva, centro de Macapá. Pertinho do seu bar. O enterro está ocorrerá às 16h de amanhã (10), no Cemitério São José. 

Não tenho como fugir do clichê, certamente dona Euda está em um lugar melhor, pois era um ser humano e tanto. Foi mãe também era batalhadora, trabalhadora, honesta, incansável, uma mulher e tanto!

Meus sentimentos à toda a família, principalmente os amigos Miguelzinho e Rosa. E aos parceiros de bar, que também partilham a tristeza da perda de dona Euda. 

Uma hora dessas, os anjos (ou espíritos de luz) já a receberam. A nós, resta a saudade e boas lembranças. Adeus, querida dona Euda!

Elton Tavares

O melancólico adeus de Chorão


Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr, foi encontrado morto na  madrugada desta quarta-feira (6), no apartamento onde morava em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. O músico, batizado de Alexandre Magno Abrão, completaria 43 anos em 9 de abril de 2013. 

O ano era 1997, quando escutei o CD Transpiração Contínua Prolongada e os caras do Charlie Brown jr. invadiram a cidade.  Época em que nós nos achávamos peritos em anatomia e achávamos que manjávamos um pouco de inglês. E o couro comeu naqueles tempos. Aliás, bons tempos!

Este primeiro disco de Chorão, junto com Champignon, Thiago Castanho, Marcão e Bruno Graveto foi uma obra prima. Os caras misturaram cultura urbana, skate punk, ska, rap metal, rock alternativo e reggae. Gostei de poucas canções depois deste álbum, como “Vícios e Virtudes” e “Só Por Uma Noite”. 

Confesso que meu lado brutamontes vibrou quando Chorão deu um murro na cara do Marcelo Camelo, o poeta barbudo da dor de cotovelo, dos Los Hermanos

Chorão foi um poeta urbano, não era nada politicamente correto, mas era talentoso. Além de rockstar, era esportista e levantava a bandeira da prática de skate no Brasil. 

Assim como ele, “às vezes faço o que quero e às vezes faço o que tenho que fazer”. É uma pena que o artista tenha partido dessa forma melancólica (“parecia inofensiva, mas te dominou”). Mas quem sou eu para julgá-lo. Defendo que cada um sabe o que é melhor para si, sempre. 

Não fui um grande fã do roqueiro que partiu hoje, mas tenho respeito pela atitude e talento que ele tinha. Que sua passagem seja tranquila e que você encontre “Aquela Paz”. Adeus, Chorão!

Elton Tavares