A vez que fui reprovado em História da Arte

(Fonte img: google)
Em uma noite qualquer de 2006, recebi minha nota de um trabalho do 2ª semestre de jornalismo, matéria História da Arte. A professora me deu ZERO, aquela cagona. Ela pediu para definirmos os movimentos artísticos Neoclassicismo e Romantismo. Só não sacou que os conceitos estão certos, só foram explicados de forma irreverente. Leiam:
Análise pessoal de movimentos artísticos – Por Elton Tavares

O Neoclassicismo :


O Neoclassicismo aconteceu entre o fim do século XVII e o início do século XIX, expressava os valores da burguesia endinheirada e fútil da época. No neoclassicismo era difundida a idéia de que para uma obra de arte ser perfeita, ela deveria se basear na arte grega e romana, com sua estética clássica (daí o nome: Neoclassicismo, ou seja, novo classicismo).

Pra isso, era necessário que o artista aprimorasse seu aprendizado através de técnicas e convenções da arte clássica (puro academicismo, que por sinal, é o outro nome do neoclassicismo).

Exemplos bem marcantes da arte neoclássica estão na arquitetura ocidental em grandes cidades – principalmente na Europa. Estas construções neoclássicas “coincidiam” em geral com períodos históricos importantes (tipo revoluções, ditaduras, etc), como forma de atender os anseios do “ego descontrol” de algum louco surtado.

Na pintura, a inspiração, além da arte greco-romana, vinha também da renascença italiana, com suas formas humanísticas perfeitas e acentuadas. Na pintura, o mais significativo pintor, o “foda” mesmo foi Jacques Louis David, considerado o pintor da Revolução Francesa, que depois se tornou oficialmente o pintor do império de Napoleão Bonaparte (entendeu a ligação?! Hein! Hein!).

O Romantismo:

Já o Romantismo, aconteceu no século XIX, foi uma reação ao neoclassicismo, suas características são: a liberdade de estilo/expressão do artista e a valorização dos sentimentos/imaginação como princípios da criação artística. Desligando-se assim, dos tecnicismos acadêmicos vigentes na época. Além disso, temas como a natureza (com nuances dinâmicas), o estado emocional do artista (pura viadagem) e acontecimentos contemporâneos e históricos eram comuns nas obras do romantismo – no caso de Goya (a invasão de Napoleão na Espanha) e Delacroix (a revolução de 1830 na França).
Era comum também a pintura de paisagens da natureza (principalmente na Inglaterra), com um forte realismo de imagens, principalmente a modificação das cores causada pela sombra e luz. Esse lance todo tem um “quê” de frescura, essa contemplação toda da natureza, dos sentimentos e blá blá blá. Depois não querem que falem que os ingleses são frescos, rs (não, não sou homofóbico, foi só pra tirar onda). 

Lá pelo quarto ano de faculdade, após eu ter pago a matéria, mostrei este texto para minha coordenadora de curso e alguns professores. Eles foram unânimes, afirmaram que a ideia  o conteúdo sobre os dois movimentos artísticos  foi bem explicado, apesar da brincadeira que fiz no texto.
Agora me digam, como um professor de jornalismo pode ter a cabeça fechada a ponto de não sacar o humor e sarcasmo no texto? Eu me tornei jornalista antes de me formar e acredito que aprendi mais fora do que dentro da faculdade. Sobre a “mestra” em questão, acho que ela  é melhor de Samba do que de interpretação de textos.  

Elton Tavares
*Texto repostado

A exaltação da mediocridade e da futilidade

Por Hélio Doyle

A mídia adora espetáculos. Grande parte da população, no mundo todo, adora contos de fadas, desfiles militares e rituais solenes. Assim, está explicado o sucesso de público que foi a transmissão do casamento do príncipe com a plebeia, em Londres. Há dias que a imprensa vem preparando o clima para o casamento, como se fosse realmente um acontecimento importante para o mundo e como se a rainha da Inglaterra não fosse apenas uma rainha da Inglaterra. Manchetes ridículas, textos vazios, programas televisivos no nível de Caras até mesmos nos melhores canais. Aliás, parecia que a imprensa fez uma grande força para ser um pouco Caras.

Reis, rainhas, príncipes, princesas, duques, marqueses e barões são excrescências no mundo moderno. Monarquias deveriam ter ficado no século 19. Seus ritos e solenidades beiram o ridículo e lembram que nobres, ricos e privilegiados devem manter sempre distância em relação ao povo. Quanto mais solene o ritual, mais distância da plebe. Mas o príncipe está se casando com uma plebeia, dizem, embasbacados, os antigos e novos analistas de futilidades. Sinal dos tempos, realmente. E, afinal, a plebeia tem bastante dinheiro e vai saber se comportar.

Na badalada monarquia britânica, homens têm preferência sobre mulheres na sucessão real. Mulheres são inferiores, pois. Católicos não podem ser reis ou rainhas, nem se casar com eles. Exemplo de tolerância religiosa em um país que, anacronicamente, tem religião oficial. Déspotas, torturadores e assassinos são convidados de honra, desde que sejam reis. Vigoram o luxo e o esbanjamento, pelo jeito aprovados pela maioria dos súditos apesar da grave crise econômica e do alto desemprego. São os resquícios da espoliação colonial, do passado de exploração, opressão e assassinatos nos cinco continentes e ali mesmo ao lado, na Irlanda.

Mas o povo gosta de assistir a casamentos, ainda mais se for de um príncipe. O povo gosta de reis e rainhas, príncipes e princesas. Gosta de ver soldados marchando e cavalgando, gosta de bandas. Adora ver celebridades, mesmo que de longe, apertado num cercadinho com sujeitos armados e mal-encarados, de terno e óculos escuros, olhando feio como se todos fossem terroristas em potencial. E a imprensa e as televisões justificam a baixada de nível alegando que têm de atender a essas expectativas, têm de mostrar esse show no mundo todo.

A monarquia britânica tem de se manter para garantir seus negócios e seus privilégios. A rainha não tem poder de verdade, mas ajuda a compor um sistema de poder. É a cara da Inglaterra, uma atração turística que ajuda a economia do país. Festas como o casamento de sexta-feira ajudam a defender o trono diante dos aventureiros republicanos e a arrecadar milhões de libras com o grande espetáculo. A monarquia britânica hoje é uma marca – que andava desgastada – e um bom negócio. O casamento foi uma estratégica mercadológica bem-sucedida.

O casamento real mostra como a futilidade e a mediocridade se impõem até mesmo em um país considerado avançado e moderno, e se espalham pelo mundo com a ajuda de uma imprensa tão fútil e medíocre quanto.
SEGUE ABAIXO A OPINIÃO DO ROCK AND ROLL SOBRE A FAMÍLIA REAL…
TRADUÇÃO

SEX PISTOLS – DEUS SALVE A RAINHA
Deus salve a rainha
O regime facista
Eles te fizeram de idota
Uma potêncial bomba de hidrôgenio
Deus salve a rainha
Ela não é nenhum ser humano
Não existe futuro
No sonho Inglês
Não conte o que você quer
Não conte o que você prescisa
Não existe futuro
Não existe futuro
Não existe futuro para você
Deus salve a rainha
Nós queremos dizer isso, cara
Nós amamos nossa rainha
Deus salve
Deus salve a rainha
Por que os turistas são dinheiro
E nossa figura
Não é o que parece
Oh Deus salve a história
Deus salve seu louco desfile
Oh Senhor Deus tenha misericórdia
Todos os crimes foram pagos
Quando não se tem futuro
Como pode haver pecado?
Nós somos flores
Na lixeira
Nós somos o veneno
Na sua máquina humana
Nós somos o futuro
Seu futuro
Deus salve a rainha
Nós queremos dizer isso, cara
Nós amamos nossa rainha
Deus a salve
Deus salve a rainha
Nós queremos dizer isso, cara
Não existe futuro
No sonho Inglês
Sem futuro
Sem futuro para você
Sem futuro para mim

Bomba-Relógio

                                                                                         Por Régis Sanches

“No momento, não tenho palavras, é difícil falar. O ponto comercial da loja é alugado e não contratei o seguro contra incêndio. Mas acho que esta cidade não tem infraestrutura alguma!”. O desabafo é da comerciante Adrivânia Martins, dona do Atacadão Paulista, cujo slogan da placa anuncia: “Vestindo Você na Passarela”.

A placa em questão não pegou fogo, mas o estoque de roupas da loja foi consumido por um incêndio no final da tarde do último domingo, 2. Os bombeiros chegaram em 30 minutos, e apagaram o fogo. Felizmente não houve vítimas, pois não havia ninguém no interior do estabelecimento.

O Atacadão Paulista está localizado na confluência da Rua Cândido Mendes com Avenida Mendonça Júnior – mais conhecida como “Rua do Canal” – no Centro Comercial de Macapá. Adrivânia Martins disse que mantém o negócio junto com o marido há 14 anos. A loja emprega cerca de 20 vendedores. Quanto ao sinistro, a empresária disse não saber calcular os prejuízos provocados pelo incêndio, cujas causas são desconhecidas.

Para quem não tem o hábito de percorrer o centro da capital amapaense, a “Rua do Canal” é aquela em que prosperam minúsculos restaurantes improvisados. É nessas barracas que os comerciários tomam café, almoçam e, já no início da noite, apreciam o “Churrasquinho de Gato” vendido a R$ 1,00. Os empregados do comércio elogiam o sabor e o baixo preço da comida. Mas reclamam do odor insuportável do fétido canal.

Imundícies à parte, o incêndio do Atacadão Paulista não foi o primeiro e nem será o último. “Todo o Centro de Macapá é uma imensa bomba-relógio”, diagnostica o tenente Silva, oficial do Corpo de Bombeiros que coordenou a operação de combate ao incêndio. Ele enumera pelo menos três problemas críticos: “As lojas são geminadas; a fiação elétrica é antiga e inadequada (com muitos “gatos”); e não há um único hidrante nem no Centro ou em qualquer bairro de Macapá”.

Em tais circunstâncias, o oficial-bombeiro afirma que os donos de lojas contíguas ao Atacadão Paulista deveriam erguer as mãos para os céus e agradecer. “Os comerciantes das lojas vizinhas tiveram muita sorte, pois o fogo só não se alastrou para os demais estabelecimentos porque o estoque das roupas estava entulhado”.

A ausência de hidrantes fez com que as duas viaturas dos Bombeiros fossem mobilizadas nas unidades da Zona Norte e Zona Sul da Cidade. No momento em que Camilo Capiberibe assumiu o governo sob o signo das mudanças, é preciso olhar com atenção especial para o Centro de Macapá.

Um incêndio já no segundo dia de 2011 é motivo de preocupação. Desta vez não houve vítimas porque era domingo. Mas poderá acontecer em qualquer dia da semana. E, sabemos que não podemos nem contar com o prefeito Roberto. Ele passa uma temporada compulsória em Brasília (DF) e a prefeita Helena não dá sinais de que está realmente preocupada em resolver este problema. Fica o alerta: onde há fumaça, há fogo. Hidrante neles!

Recado aos medíocres

                                                                                                 Por Silvio Carneiro

Lembro da reação dos meus pais quando um dia eu cheguei em casa e disse que eu ia fazer meu primeiro vestibular para Jornalismo. Na época, eu não era lá grande exemplo de filho.

Eu cada vez dava menos valor às coisas que a escola tentava me ensinar em vão e, ao mesmo tempo, começava a supervalorizar o que a vida e as ruas me ensinavam. E aquilo pra mim era natural. Eu tinha sede de vida e fome de mundo!

Meus velhos não se surpreenderam nem um pouco. Pra eles, o importante era que eu me formasse em alguma coisa, tivesse um diploma, desde que aquilo me fizesse feliz e me servisse de alguma coisa depois. E foi com essa sede de vida e fome de mundo que entrei para a faculdade de Jornalismo, no já distante ano de 1995.

O Jornalismo já era uma antiga paixão e agora eu estava cada vez mais me sentindo realizado!

Depois, aos poucos, fui aprendendo na prática, trabalhando numa rádio aqui, num jornal impresso ali, numa emissora de TV acolá…

Só quem é JORNALISTA de verdade e que carrega essa vocação na veia, é que pode saber o que eu sinto.

Não adianta apenas você gostar de ler e escrever pra ser jornalista. Isso é apenas uma das habilidades que o jornalista deve ter. Mas é preciso mais! É preciso andar e bater de porta em porta atrás da informação precisa. É preciso caçar os fatos como um lobo faminto atrás de sua presa. É preciso deixar muitas noites de sono, baladas e encontros com o amor da sua vida, e sair correndo quando a notícia chama. É preciso ser abnegado, atencioso, curioso, dedicado, digno, ético e tranparente para poder transmitir os fatos e esclarecer a sociedade sobre o que anda acontecendo.

Um jornalista deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação. Ele precisa divulgar os fatos e as informações de interesse público; lutar pela liberdade de pensamento e de expressão e, acima de tudo, valorizar, honrar e dignificar a sua profissão! Infelizmente muitos não fazem isso…

Muitos ainda usam a profissão apenas como artifício para estarem junto de pessoas importantes. Outros, para mendigar favores em troca de uma foto na coluna social.

É lastimável o jornalista que abre a boca aqui ou em qualquer outra parte do mundo pra dizer que passa fome com sua profissão. Por que isso? Será que uma pessoa dessa acha que só é jornalista os figurões da Rede Globo como o William Bonner? Querem eles ser estrelas da TV?

Esses argumentos são de quem não tem o jornalismo nas veias!

Seja em qual profissão for, sempre haverá profissionais bem sucedidos e outros mal sucedidos. Sempre haverá os que terão sucesso por serem competentes e os que não terão sucesso, por serem medíocres.

É inadmissível que um jornalista fique preocupado, por exemplo, se o governador vai pintar a residência oficial com as cores do seu partido, quando poderia estar muito mais preocupado em denunciar os graves escândalos nos quais seus patrões estão metidos ou se preocupar com a parcela da população que está sem moradia no seu estado!

Hoje, mais de 10 anos depois de formado, graças a Deus, eu posso dizer que sou motivo de orgulho para meus pais, que antes não acreditaram muito naquele jovem rebelde de antes. Mas que hoje podem ter a certeza de que seu filho não passa fome e trabalha digna e honestamente como tantos outros jornalistas profissionais que, que sustentam suas famílias sem precisar estar pedindo esmolas, fazendo fofocas ou se vendendo em troca da ilusão de ser uma estrela.
Eu e meu amigo Silvio, autor deste texto “de rocha”.
Meu recado pra esses maus profissionais: larguem a profissão o quanto antes. Vão ser palhaços ou prostitutos em outro lugar que lhes dê mais dinheiro ou mais prazer! O jornalismo não precisa de gente como vocês! O jornalismo e a sociedade precisam de jornalistas sérios.

Tiririca e a vingança dos abestados

Ao todo, 1,3 milhões de brasileiros elegeram Francisco Everardo, o palhaço Tiririca, como deputado federal de São Paulo. E parece que isso irritou muita gente. Everardo foi acusado de não sabe ler e escrever. Sim, essa é uma exigência da Constituição. Por isso, o deputado mais votado do Brasil precisou provar – de forma humilhante – que não era analfabeto. Mas o problema é bem maior do que isso…

Tiririca, ao ser questionado, fez o que era mais simples. Evitou aparições públicas e sumiu do mapa. Ele passou o mês de outubro em São Paulo, onde se reuniu com especialistas que fizeram todo tipo de teste para avaliar se ele sabia ler e escrever. Foram encontros reservados, aos fins de fins de semana e feriados. “A principal missão era avaliar o senhor Francisco Everardo sobre o ponto de vista global. Não só se ele era capaz de ler e escrever, mas como ele era capaz. Foram aplicados testes de inteligência”, diz a fonoaudióloga Ana Alvarez.

Inclusive, este talvez seja o detalhe mais importante, de acordo com uma das especialistas contratadas por Tiririca, o QI dele está na média. Na média brasileira, é bom deixar isso claro.

Vale notar que na hora de fazer o teste escrito para provar que não era analfabeto, o juiz ditou para Tiririca um trecho de um livro jurídico. Era um texto curto. Só que das dez palavras principais, Tiririca errou oito. Isto prova de forma inequívoca que Tiririca escreve como a grande maioria dos brasileiros. Ou seja, sem qualquer respeito à língua portuguesa…

E tem mais: Tiririca demorou oito minutos para escrever a frase completa. Teve dificuldades na hora em que o juiz leu “1932”. Foi preciso soletrar os números. “O resultado do ditado foi sofrível”, conta o promotor Mauricio Lopes. Na hora de mostrar seu talento para a leitura, foi mostrada uma página de jornal. Tiririca levou três minutos para ler o título e mais duas linhas. De novo, essa é mais uma prova que o QI de Francisco Everardo está no mesmo nível de seus eleitores.

Então por que implicar com o futuro deputado? Tiririca merece estar no parlamento. Afinal todas as classes sociais têm o direito de estar representadas. Por que os lorpas, os aparvalhados, os basbaques, os atoleimados, os bolônios, os pascácios, os sambangas, os pacóvios não teriam direito a ter um representante?

O Brasil é um país completamente preparado no tange ao quesito boçalidade. Somos autossuficientes em burrice desde nosso descobrimento. Então por que os nossos deputados precisam ter um QI 150? O nosso glorioso país é uma terra abençoada com toneladas e mais toneladas de burrice. É o nosso maior produto de exportação. Logo, por que criticar Tiririca se ele matou algumas aulas no colégio?

No fim das contas, o juiz concluiu que Tiririca sabe ler, apesar da dificuldade da escrita. Portanto, não é totalmente analfabeto, e por isso, pode ser deputado. “Ele terá dificuldades no que diz respeito a uma série de atribuições do seu cotidiano e terá naturalmente que contar com a ajuda de sua assessoria”, explicou o cientista político Humberto Dantas.

Francisco Everardo toma posse em fevereiro, de terno e gravata. É a vingança dos abestados. A ZeroZen só discorda do futuro deputado em um único ponto. Ele disse durante a campanha “Vote em Tiririca. Pior que tá não fica”. Fica sim, Tiririca. Aliás, fica cada vez pior…

Princesas Encantadas por Histórias de Mentiras

Desde de que a gente tem três anos de idade e consegue entender alguma coisa, começam a contar uma mentira deslavada e cruel, que habita muitas estórias infantis: o mito do príncipe encantado. Quem não passou horas na cama ouvindo a mãe, o pai ou a avô narrar a triste vida da gata borralheira? A pobre submissa e explorada, que vivia na faxina, sem final de semana, sem um cineminha ou uma distração?
Mas um belo dia, eis que toda esta tortura é transformada magicamente em felicidade, com a chegada do príncipe encantado, que ainda por cima era herdeiro do trono. Ou seja, tudo em sua vidinha medíocre muda da água pro vinho. Ou melhor, do farrapo pra seda pura.

Primeiro aparece uma fada madrinha, do nada, e a deixa linda de morrer para o baile.

Depois, cheia de auto-estima e segurança, ela manda a patroa e as mocréias das filhas dela catarem coquinho no mato. Tudo isso por que dançou uma valsa com o príncipe durante alguns minutos numa noite estrelada. Ah! Claro, outro detalhe importante: graças ao seu pé 35, que coube no sapatinho de cristal, o príncipe se apaixona por ela. Fala sério! Se um dia eu tiver uma filha, vou esconder estas estórias dela como se fosse uma arma carregada.

É claro que hoje em dia o repertório de livros anda muito mais vasto e criativo, graças a Deus e a autores infantis maravilhosos. Mas quem tem mais de 30 anos não teve acesso a tantas opções, e sabe que todas estas estórias só terminavam quando chegava a hora do casamento perfeito, seguido da felicidade eterna.

É incrível como ninguém se dá conta, mas isso grudou no inconsciente das mulheres de uma maneira que me dá medo. Toda hora eu escuto queixas de princesas desapontadas com os príncipes das suas vidas. E não são princesas com 5 ou 6 anos de idade, não. Elas são advogadas, administradoras, bancárias, mulheres entre 25 e 45 anos, independentes e analisadas. É claro que se você perguntar a qualquer uma delas se está procurando um príncipe, todas dirão que não, que eles não existem. Mas experimente pedir que façam uma lista de tudo o que esperam de um homem. Pronto!

Troque o carro zero por um cavalo branco e você terá a descrição perfeita de um. Não tem jeito. Fizeram uma lavagem cerebral na gente. A crença de que a vida vai ser tudo que sonhamos a partir do momento em que somos amadas por um homem perfeito é tão introjetada na mente feminina, que já se tornou um paradigma. E paradigma é assim mesmo: ninguém percebe que está dentro dele, a não ser que saia. Como um peixe dentro de um aquário, que pensa que o mundo está submerso. Simples assim.

As mulheres precisam formatar seus HDs, reprogramar suas visões e suas expectativas de uma vida inteira se quiserem ser felizes. Só isso.Mas vamos voltar às análises: Branca de Neve agora. Essa já desde pequena tinha uma relação barra pesadíssima com a mãe, que na verdade se dizia sua madrasta. Aquela inveja tão cruel revela, na verdade, muito mais coisas que nem vale entrar em detalhes aqui. Freud explicaria tudinho fácil, fácil. O problema é levar mães pra fazer análise. Ainda mais uma narcisa e psicótica que falava com o próprio espelho.

Quanto botox, quanta plástica pra nada. Tudo em vão, pois a Branca de Neve era muito mais bonita. E o que era ainda pior: mais jovem, e com a vida inteira pela frente pra conhecer um príncipe.Com uma mãe assim, o jeito era sair de casa mesmo. Se lançar a própria sorte, sem grana pro aluguel, sem conhecer a cidade, no caso, a floresta.

(Pra quem não sabe, sempre que tem floresta numa estória, ela simboliza o desconhecido, algo a ser descoberto, desvendado. Pode ser até mesmo dentro da gente. Normalmente é.)

No caso aqui, a Branca de Neve não teve propriamente iniciativa, mas foi impelida a tomar uma atitude, já que do contrário o lenhador a mataria, lembra? Ok, mas mesmo assim vamos dar um voto a ela, pois comparada à Cinderela, até que a bichinha foi bem corajosa. Tá certo que depois ela foi paparicada até dizer chega pelos sete anões.

Detalhe: todos baixinhos, gordinhos, com cara de vovô. Ou seja, a estória já separa bem: pra amigos eles serviam. Agora pra namorar, nem pensar! Todos eles eram caras legais, simpáticos, trabalhadores e educados, mas Branca de Neve estava em busca do Príncipe Encantado.Logo não deu mole pra nenhum deles. E foi justo quando ela comeu a tal maçã envenenada, quando tudo parecia ter um final trágico, o Príncipe Salvador de Destinos aparece para livrá-la de todo o veneno da madrasta, de todo o tédio da floresta e de uma vida inteira sem emoção nem aventuras. Daqui pra frente, a gente já sabe: eles se casaram e vivem felizes para sempre.

Agora eu pergunto: quem garante isso? Quero provas. Fotos da Branca de Neve depois de 2 filhos e 10 anos de casamento. Ninguém tem, né? Claro! Pra mim, a pior estória de todas, a campeã dos absurdos, aquela que deve ter feito mais vítimas das suas fantasias é a da Bela Adormecida.

A coitada nem vida teve antes que o príncipe beijasse seus lábios e a despertasse. Nem amigos bacanas tipo os sete anões, nadinha. Ela vivia presa num castelo, passando o tempo a fiar numa roca onde acabou furando o dedo, e sendo amaldiçoada a dormir por séculos. Ora bolas, o que é um sono desses, se não a própria morte?

Gente, pensa bem: o príncipe ressuscitou a pobrezinha, é mole? Quanto poder tinha esse homem? Antes dele, ela estava morta! Alguém tem alguma dúvida disso? Claro que antes do beijo ele lutou contra uns dragões imensos e botou todos pra correr. Afinal, príncipe que se preze tem que ser lindo, romântico e corajoso.

É por isso que eu digo: não existe sacanagem maior com uma mulher do que contar esta mentirada toda quando ela é criança. Depois crescemos e precisamos nos deparar com realidades que só acreditamos mesmo por que acontecem com a gente. Caso contrário, diríamos que é estória pra boi dormir.Mas uma coisa é certa: cedo ou tarde, antes ou depois de arrastar muita corrente, durante ou depois de muita análise, com 20 anos se for um prodígio de esperteza, com 30 se for bem observadora ou só aos 40 se for muito ingênua, você vai descobrir que:

1. Príncipes são de carne e osso e andam mais medrosos do que nunca. Medos todos idênticos aos nossos: de perder o emprego, de não ser promovido, de ser assaltado, de não ser amado, do dinheiro acabar antes do final do mês…Enfim, a lista é mais longa do que As Mil e Uma Noites.

2. Um namorado muito bonito pode dar bastante dor de cabeça, principalmente se ele tiver plena noção disso.

3. Um amor de verdade pode sim mudar a vida da gente pra melhor, principalmente se no enredo sobrar respeito, admiração, confiança, intimidade e cumplicidade. Construir uma relação assim que é uma tarefa pra herói, só que feita a dois.

4. A vida e a felicidade não começam quando você conhece um homem. Na verdade, elas podem até terminar exatamente aí, dependendo de quem ele seja. É bom ficar de olhos bem abertos.

Agora, independente de quem VOCÊ seja, como mulher, tem um compromisso intransferível consigo mesma: começar a ser feliz já, tendo ou não encontrado o homem da sua vida. Até por que não existe ímã mais poderoso pra atrair amores, empregos, sucesso e amigos do que a felicidade e o bom humor. E da próxima vez que você encontrar um livro de fábulas como esses que a gente conhece tão bem, mande pra mim.

Estou juntando tudo pra fazer uma fogueira em praça pública. Aliás, se há 40 anos as feministas tivessem queimado todos eles em vez daqueles sutiãs, hoje estaríamos contando estórias bem diferentes para os nossos analistas.

Texto: Luciana Von Borries

Fonte: FaRoFa

E se o acidente com mineiros tivesse acontecido no Brasil ?

Um grupo de 33 mineiros BRASILEIROS de uma mineradora do governo fica preso em uma mina a 700 metros de profundidade.
1) O Governo Brasileiro cria uma comissão supra-partidária para iniciar o resgate, incluindo 25 membros da situação e 19 da oposição. Cada membro com direito a 5 assessores e dois secretários. Os trabalhos atrasaram três meses, porque não houve acordo para nomear o presidente da comissão.

2) Como as despesas não estavam previstas, o Governo criou uma CPMF (Contribuição Provisória para Mineiros Fumados), que, embora provisória, com vigência até 2020.

 

3) O Chile ofereceu-se para emprestar os equipamentos utilizados no salvamento daquele pais, mas a carga ficou retida na alfândega brasileira por mais de três meses. O chefe da fiscalização somente os liberou após o pagamento de propina.

4) Depois, os equipamentos ficaram parados na estrada brasileira por quase dois meses, pois o MST havia feito uma invasão e bloqueado a rodovia.

5) O consulado brasileiros em Santiago demorou dois meses para conceder visto de entrada aos chilenos operadores do guindaste e da cápsula de salvamento, pois eles não puderam comprovar fonte de renda no Brasil.

6) Quando finalmente tudo foi “regularizado”, o Sindicato Brasileiro dos Operadores de Máquinas entrou na Justiça com uma liminar proibindo o trabalho dos chilenos, pois eles não eram sindicalizados.

7) Como a Justiça brasileira é bastante ágil, a liminar foi “prontamente” derrubada em seis meses e foi permitido o trabalho dos chilenos.

8) Quando o guindaste desce a cápsula de salvamento, o cabo de aço se rompe, pois haviam comprado um cabo de terceira qualidade, embora a preço de ouro.
9) Criou-se uma CPI para levantar as responsabilidades. Depois de quatro meses de discussão, acabou sendo arquivada pelo Conselho de Ética do Senado.

10) FINALMENTE, depois de dois anos e meio, chegou o dia do primeiro resgate.

SURPRESA!!!! O resgatado é o único que ficou preso na mina, pois os outros 32 eram funcionários “fantasmas” e nunca tinham entrado nela.

Eu tenho medo do Felipe Melo

                                            Por Elton Tavares
Felipe Melo, o volante psicótico
A seleção de Dunga está muito longe do que o Brasil poderia mandar para o mundial de futebol. Se não bastasse o futebolzinho feio (o qual o treinador chama de moderno e que ganhou tudo), ainda temos um jogador chamado Felipe Melo. Eu pensei que nada seria pior do que, mais uma vez, Gilberto Silva, mas Felipe Melo é doido de pedra, um verdadeiro cagão.

O cabeça de área, eleito o pior jogador do Campeonato Italiano 2009/2010, sofre surtos psicóticos durante os jogos. O cara adora um cartão amarelo, difícil é quando ele não toma um. Se não bastasse a selvageria que desperta inveja até em Lúcio ou qualquer argentino, ele pecou muito ontem, errou o primeiro passe aos 23 segundos e não parou mais. Um jogador assim pode botar tudo a perder, até o Luiz Fabiano está menos marginal.

Outro ponto negativo é que, o time de Dunga tem seu principal craque, Káká, bichado e jogou contra Tanzânia e Zimbábue, que porra é essa? Mesmo que sejam os melhores times da Tanzânia e Zimbábue de todos os tempos, isso não é adversário, não dá para avaliar o time, a Seleção Brasileira não deveria jogar contra essas seleções medíocres.

Se não bastasse todos estes problemas, ainda vem o Galvão Bueno, conhecido locutor seca pimenteira, que matou Airton Senna, fez a Dayane dos Santos errar nas Olimpíadas, quebrou os joelhos do Ronaldo Fenômeno e etc. (ele tem muitos feitos em seu currículo de secador) dizer, aos 42 minutos do segundo tempo:

“O Gomes deixou o seu recado, o Júlio Cezar é o melhor goleiro do mundo, mas eu estou aqui para fazer as minhas defesas”. Logo em seguida, Gomes leva um gol, puta merda! Égua-moleque-tu-é-doido-do-secador!! Vou assistir a Copa em qualquer outro canal, menos na Globo.

Não sou expert em futebol, só aprecio o esporte, tomara que eu esteja errado, tomara que este timinho (mas eu gosto do Robinho, Júlio Cesar e outros) arrebente. Lembro que falei muita merda do Roque Jr em 2002 e o cara arrebentou, mas do Felipe Melo, eu tenho medo.

A “Invenção Sexual” do Zé Ramos – Crônica porreta de Fernando Canto

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Foto: Fernando Canto

Por Fernando Canto

Todo mundo percebeu aflição do Zé Ramos naquela Quarta-Feira da Murta. O Marabaixo corria pela noite com as velhas senhoras rodopiando as saias coloridas pelo salão. O Zé suava tocando a caixa que a essa hora devia pesar uns cem quilos. Ele perguntava se chovia lá fora e se sua mulher ainda estava lá na cozinha tomando um caldo. Alguém disse que sim, então ele pedia mais um copo de gengibirra e esfolava a voz contando um velho “ladrão”, “do tempo do Ronca”, disse-me depois, pois “q12uando se entendeu” sua mãe já “tirava” todas essas músicas pelos salões da Favela e do Laguinho nas festas do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade.

A aflição do Zé dava na vista, parecia que ele estava querendo vigiar a mulher, por ciúme e insegurança, afinal só tinham se casado há dois anos. Ela era morena, jovem e bonita, vestia uma bela saia rodada e uma blusa branca de cetim ornada de rendas. Os cabelos ondulados estavam esticados para trás e enfeitados com uma rosa vermelha de plástico e umas folhas de murta presas atrás da orelha esquerda. Usava um cordão e brincos de ouro, além de inúmeros marabaixo3braceletes prateados que emitiam sons quando dançava, muito sem graça, diga-se, pois era extremamente pudica. Devia ter um corpo escultural debaixo daquela saia estampada de flores coloridas. De vez em quando tirava a toalha do ombro para enxugar o rosto suado e os olhos sem maquiagem alguma. Para isso precisava tirar os óculos de grau que lhe davam um ar sério e uma aparência austera, ainda mais com aquelas sobrancelhas densas e negras. No gesto de enxugar os olhos é que a sua beleza se mostrava por segundos. Ela nem dançava na hora do “dobrado”, a parte rítmica mais acelerada do Marabaixo, que exige dos dançarinos preparo físico e destreza. Nesse momento as pessoas que assistem a dança ao redor do salão ficam excitadmarabaixocapaas assim como os dançantes. Flashes explodem quando as mulheres gritam alucinadamente rodando em volta dos tocadores de caixa e sobre si mesmas, mostrando os trajes de baixo, enquanto os tambores rufam o ritmo africano.

Mas o Zé permanecia tocando com a evidente gastura que lhe tomava conta da alma. Ele viu a mulher ebike1 não se sossegou. Nem quando ela, num gesto de amor, foi lhe enxugar o rosto salpicado de suor. E sem perder o ritmo falou alguma coisa no ouvido dela, apontando para cima. Ela sorriu e assentiu com a cabeça. O Zé acompanhou mais um “ladrão”, entregou a caixa para outro tocador, pegou a bicicleta e a mulher e foi embora embaixo do chuvisco sem se despedir de ninguém.

No dia seguinte encontrei o Zé todo sorridente lá no corredor da prefeitura. Disse-lhe que tocava e cantava muito bem, mas que havia notado nele um comportamento completamente oposto ao que via agora. Perguntei-lhe se estava realmente bem. Ele disse que sim e depois me alucoracao-chuvagou o ouvido, me confidenciando sua vida íntima com detalhes.

Disse-me que a sua jovem esposa só gostava de fazer amor quando chovia. Era uma poetisa maluca – com todo respeito aos poetas – que adorava ouvir o barulho da chuva caindo sobre o telhado de Brasilit e se imaginava tomando banho nua, correndo pela rua, a tarada. A água era seu mundo, a chuva seu prazer maior. Só conseguia chegar ao orgasmo quando a chuva batia e escorria pelos sulcos do telhado. Quanto mais forte a chuva maior era a transa. foto-1Indaguei-lhe como fazia no verão. Ele me disse que quase acabou o casamento quando inventou um intrincado sistema hidráulico que sempre ligava nas noites quentes para enganar a mulher, jorrando água da Caesa sobre as telhas de amianto. Gastou um bom dinheiro, mas valeu a pena.

Quando ela descobriu a tal invenção ficou de mal com ele a estiagem toda, que não foi curta. Agora ele torce para que chova todo dia, assiste aos telejornais e as previsões do tempo, para descontar desde já o “atraso” que terá no próximo verão.

Dia desses encontrei com ele e seu inseparável guarda-chuva. Falei: – E aí, Zé? Estás feliz com esse toró que vem aí? Ele respondeu: – Nãão, é cuia!

Noite legal, apesar do público

                                                           Por Elton Tavares
Vila Vintém, Beatle George e Autoramas. Muito legal! – Fotos: Gustavo Mont’Alverne
Certas coisas são engraçadas, as pessoas reclamam da mesmice, da falta de opção e shows em Macapá, mas quando os artistas bons se apresentam na capital amapaense, o público não prestigia. Ontem (14) por exemplo, eu e alguns amigos fomos ao show da banda Autoramas, realizado na Choperia da Lagoa, que foi muito legal. Mas onde estava o público rocker da cidade?

Tá bom, tinham mais dois eventos para o segmento, mas e daí? Não diminuindo a qualidade do Rock Fest ou da rocada realizada no clube Oratório, mas acho que precisamos prestigiar atrações nacionais (se tiverem qualidade, claro). Fora bandas de pagode, calipsos, calcinhas vermelhas e afins (risos). Estes vocês DEVEM deixar de ir.

A noite foi firme, lugar, as apresentações das bandas amapaenses Vila Vintém e Beatle George foram empolgantes e show da Autoramas foi duca. Ah, e o preço da entrada foi muito bom para a estrutura e atrações, 10 paus meia e vinte reco inteira. Tudo muito paidégua!

Se o público não prestigiar, os produtores e empresários não trarão mais shows legais, afinal, é um negócio. No âmbito rock and roll, nossa cidade já está “longe demais das capitais”. Pensem nisso.

                                                                                          

Algumas chatices da terra que amo

                                                                                                                       Por Elton Tavares

Cena do filme “Deby e Lóide – Imagem Google
Eu andei pensando no comportamento de nossa gente. Eu amo o Amapá, nasci e cresci em Macapá, onde fiz muitos amigos e alguns inimigos, mas aqui acontece cada coisa. Não podemos, nunca, culpar as pessoas que não tiveram chance de escolher, falo aqui das que tem e adoram ser parte dos fatos que citarei. Para ser mais exato, falo da juventude de classe média, da qual faço parte. (Se bem que estou quase deixando de ser jovem, RS)
Ser “cool” em Macapá é comprar roupa de marca em loja famosa. Ir para a boite no sábado à noite, ter um carro legal e, é claro, ter sempre seu abadá em mãos. Puta que pariu! As conversas são sempre as mesmas, pessoas que falam de pessoas importantes ou “populares”, cargos, carros, roupas, e todo tipo de futilidade. Muitos querendo ser o que não são e outros curtindo a puxação de saco. Se as coisas não mudarem, a mediocridade reinará para sempre.
Em nosso Estado, a mídia auditiva dominante é o Tecno Brega, a batida nos dá a impressão que estão tocando a mesma música. A musicalidade é de gosto duvidoso e foi importada, como várias outras coisas, do Pará. Entretanto, faz mais sucesso do que a dita Música Popular Amapaense (MPA) ou o Marabaixo, que são genuínas da nossa cultura, como diz um bordão que rola por aqui, “coisas tucujús”.
Na primeira metade dos anos 90, quando adolescente, eu e meu grupo de amigos escutávamos rock e éramos tachados de marginais. Os filhinhos de papai que saíram de Macapá para estudar voltaram tatuados e escutando o mesmo estilo musical. Agora são descolados. Pôtaqueparéu! Nunca precisei sair daqui para deixar de ser otário. Devo a minha consciência cultural as experiências que vivi e a minha família, que me ensinou a separar o joio do trigo.
Lembro de ir tomar gengibirra, em companhia do meu falecido pai, no Marabaixo do Laguinho. Coisas assim forjam o cidadão, escutar Chico Buarque e outros monstros da música nacional em reuniões na casa da minha avó, procurar não acompanhar a sedenta moda, tão importante para alguns. Pequenas coisas fazem falta para muitos e eles nem percebem. Se você está lendo este texto e achando arrogante, é por está nesta esteira de linha de montagem de babacas, senão, está rindo, no mínimo.
Na capital amapaense, andar por aí de “abadá” é sinal de status, se tiver escrito o nome de uma famosa banda baiana então, é ducaralho! Rs, sinceramente, é medíocre. Eu amo o nosso carnaval, em minha opinião, o melhor do Norte do Brasil, já que o de Manaus é pura Toada, bom para eles. Em contrapartida, odeio as ditas “micaretas”. Já participei deste tipo de “divertimento” no início da década passada, mas deu no saco. Tudo “mais do mesmo”.
Estes foram alguns pontos negativos de nossa cidade, que tem muitas coisas ótimas, como culinária, famílias de bem, povo hospitaleiro e muita gente que progride pela força do trabalho. Eu citei somente alguns comportamentos do nosso cotidiano. Não pensem que estou metendo o pau na minha terra, longe disso, comento estes casos por conta da mediocridade coletiva que assola nosso povo.