Artistas recebem cachê logo após apresentações no Macapá Verão

A prefeitura da capital amapaense valoriza os artistas do Macapá Verão 2019. Assim como em outros anos, as atrações recebem o cachê logo após as apresentações. A dinâmica faz parte do compromisso e respeito a todos os artistas.

“O pagamento é um compromisso da gestão do prefeito Clécio com a classe artística. Sempre fizemos isso pensando numa maneira de fomentar a cadeia produtiva e é uma forma de valorização e respeito a esses profissionais”, destacou a diretora-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Marina Beckman.

Os artistas recebem mediante apresentação de nota fiscal e a prefeitura efetua o pagamento via transferência bancária para uma conta jurídica do profissional. “A gente tem um custo com roupa, espaço de ensaio e dedicação. O Município vem mostrando respeito com os profissionais da dança e eu aproveito para parabenizá-lo e agradecer a oportunidade”, disse o dançarino Maicon Rigor, que se apresentou com o seu grupo de samba de gafieira neste domingo, 21, na Fazendinha.

Cássia Lima
Assessora de comunicação/Fumcult
Fotos: Max Renê

Documentário e livro vão contar histórias do movimento hip-hop em Macapá

Velha guarda do hip-hop de Macapá se reuniu neste sábado (20), na Praça da Bandeira — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Por Taemã Oliveira e Jorge Júnior

A história do movimento hip-hop em Macapá vai virar livro e documentário feito pelos próprios envolvidos na cena entre as décadas de 1980 e 1990. A velha guarda do movimento se reuniu no último sábado (20), na Praça da Bandeira, no Centro da capital, e contou o que busca com as produções.

“O documentário surgiu da ideia de que não tem registro do hip-hop no estado. E nós como precursores do movimento break dance no Amapá buscamos contar a história do começo do movimento“, disse o assistente administrativo Aminadábio Brito.

Durante as narrativas, a mensagem que o grupo pensa em transmitir é a mudança social que a cultura vinda dos Estados Unidos causou na vida dos jovens amapaenses nas duas últimas décadas do século 20.

Historiador João Ataíde — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“Hoje, depois de 30 anos, a gente tem noção do que fizemos. Aonde o poder público não chega, quem chega é o hip-hop. E a nossa geração deu certo: são doutores, comandante do bombeiro, delegado de polícia. E a gente tem noção agora de que se não fosse o hip-hop naquele momento nada disso teria acontecido. O hip-hop nos salvou“, explica o historiador João Ataíde, um dos autores do livro.

A intenção do grupo é lançar as obras até o final deste ano. Outro ponto que busca ser destacado é a dificuldade enfrentada por seguir um estilo de vida nada comum em um território federal que ainda buscava ser reconhecido como estado.

Assistente administrativo Aminadábio Brito — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“A gente andava por Macapá e as pessoas nos viam assim meio que arredios. Na nossa época éramos discriminados, tivemos gravadores quebrados pela polícia, recriminavam nossa roupa, a forma como a gente dançava“, lembra Brito.

E em 2024, um dos elementos do hip-hop, a dança break será uma das competições nos Jogos Olímpicos na cidade de Paris, na França. O b-boy Sidarta Amorim, que há 11 anos participa da cena de dança de rua na capital, fica feliz em ver o reconhecimento da arte nos dias atuais.

Dança break será esporte olímpico em 2024 — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“No momento em que eles estavam a cultura hip-hop ainda estava muito marginalizada e hoje essa imagem ela é quebrada e a gente pega isso e transforma em algo positivo, porque a essência do hip-hop foi sempre combater a violência, trazer a paz e pregar sempre o amor”, define Amorim, que também é estudante de filosofia.

Fonte: G1 Amapá

Neste domingo (14), rola Roda Bandaia no Norte das Águas

Neste domingo (14), a partir das 17h, no bar e restaurante Norte das Águas, será realizada mais uma edição da Roda Bandaia. Idealizado pelo Grupo Bandaia de Batuque e Marabaixo, em novembro de 2015 e com direção musical de João Amorim, o evento visa o fortalecimento de ritmos, musicalidade e cultura locais. Os encontros sempre foram sucesso de público e crítica. A entrada será gratuita.

Vai rolar o som do Grupo Bandaia e convidados; Saião para as açucenas, Gengibirra e cerveja gelada.

Foto: Márcio Ferreira

Norte das Águas

O Norte das Águas é um dos mais conceituados pontos turísticos de Macapá, que fica situado às margens do rio Amazonas, no Complexo Marlindo Serrano (Araxá). O estabelecimento serve boa comida, cervejas enevoadas e drink’s variados. Além do atendimento porreta. Tudo às margens ventiladas do Amazonas, o nosso riozão bonito.

Enfim, quem curte Batuque, Marabaixo, Zouk, Bandaia e Cacicó vai curtir. Recomendo!

Serviço:

Roda de Batuque Bandaia – Complexo do Araxá
Local: Norte das Águas, localizado no Complexo do Araxá, na zona Sul de Macapá.
Data: 14/07/2019
Hora: a partir das 17h.

Elton Tavares

Festas em barracões de Macapá encerram Ciclo do Marabaixo 2019

Foto: Gabriel Penha/Seafro

Encerra neste domingo (23), a programação do Ciclo do Marabaixo 2019, com festejos em quatro barracões de Macapá: Marabaixo do Pavão, no Bairro Jesus de Nazaré; Berço do Marabaixo, no Santa Rita; Dica Congó, no Bairro Central; e Raimundo Ladislau, no Laguinho.

A partir das 16h inciam as atividades, com a derrubada do mastro. A cerimônia representa o “Domingo do Senhor”, primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi. Nesta data, também acontece o anúncio dos festeiros do ano seguinte.

O Marabaixo foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em novembro de 2018.

Confira abaixo a programação:

Dia 23 de junho (domingo)

Marabaixo do Pavão

16h – Quinto marabaixo da derruba do mastro;

Berço do Marabaixo

17h – Derruba do mastro;

Dica Congó

17h – Domingo do Senhor (derrubada do mastro e encerramento do Ciclo de 2019);

Raimundo Ladislau

17h – Marabaixo do Domingo do Senhor com a derruba dos mastros e escolha dos festeiros de 2020.

Fonte: SelesNafes.Com

Eventos sociais e culturais marcam o Dia Estadual do Marabaixo, em Macapá

Foto: Gabriel Penha/Seafro

Por Gabriel Penha

O domingo, 16, foi especial nos barracões que integram a programação do Ciclo do Marabaixo 2019. Na data em que se comemora o Dia Estadual do Marabaixo, programações sociais, rodas de conversas, apresentação de estudantes e, claro, muita caixa rufando.

No grupo Raimundo Ladislau, no bairro do Laguinho, debates que envolveram políticos, movimentos socais e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na pauta, a implementação de políticas públicas, ações de salvaguarda e projetos, através de emendas parlamentares, para o fortalecimento da maior manifestação cultural do Amapá.

As rodas de conversas também aconteceram no barracão Gertrudes Saturnino, sede do grupo Berço do Marabaixo, no bairro Santa Rita (Favela). Integrantes do grupo fizeram, no sábado, 15, uma ação social com distribuição de sopa em uma área periférica no bairro dos Congós, zona sul de Macapá. Segundo a representante da associação cultural, Valdinete Costa, uma forma de mostrar o lado social e solidário dos marabaixeiros.

No grupo Dica Congó, a programação especial foi coroada com uma rodada de marabaixo. A anfitriã, Elísia Congó, disse que o marabaixo “é resistência e nossa tradição maior”.

A data

A data de 16 de junho é o Dia Estadual do Marabaixo por conta do Projeto de Lei nº 0049/10, do falecido deputado estadual Dalto Martins. A data foi escolhida para homenagear a Santíssima Trindade. Aprovado pela Assembleia Legislativa, a lei foi sancionada em 2010.

Fomento

Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em novembro de 2018, o marabaiaxo recebe apoio do Estado. Para a realização do ciclo 2019, o Governo do Amapá investiu R$ 130 mil, divididos igualmente entre os grupos realizadores.

Marcados pelo culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, os festejos seguem até o chamado Domingo do Senhor, primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi – este ano, dia 23 de junho, próximo domingo.

Na programação, ainda constam missas, ladainhas, retirada dos mastros pelos grupos, bailes e jantares e demais rituais que se encerram com as derrubadas dos mastros.

Estudantes do Amapá se encontram no Festival Cantando Marabaixo nas Escolas

O Projeto “Cantando Marabaixo nas Escolas” que irá para sua terceira edição em 2019, irá mobilizar dez escolas da rede pública do Estado. O evento organizado pelo Movimento Nação Marabaixeira (MNM) , acontecerá no dia 15 de junho, sábado, a partir das 15 horas, na Escola Augusto dos Anjos, no bairro do Laguinho, em Macapá.

Para 2019, o evento que terá entrada franca, vai apresentar o show de Osmar Júnior, Poetas da Afrologia Tucuju, grupos de marabaixo e contará pela primeira vez com a participação das escolas de Laranjal do Jari e Amapá. Além das escolas de Macapá, Porto Grande, Comunidade do Ambé, e da Escola de ensino Militar. São elas;

Escola Veiga Cabral (Amapá), Augusto do Anjos, Escola Risalva Freitas do Amaral (Militar), Instituto Federal do Amapá, Escola Quilombola Professor Joaquim Manoel de Jesus Picanço (Ambé), Escola Irandyr Pontes Nunes (Laranjal do Jari), Edgar Lino da Silva, Escola de Educação Popular Paulo Freire, Escola Maria C.Botelho Rodrigues (Porto Grande) e Escola Dom Pedro I (Mazagão).

Para Carlos Piru, coordenador do evento o festival é uma importante ferramenta para a divulgação do marabaixo nas escolas. “O terceiro Festival Cantando Marabaixo nas Escolas, tem por objetivo difundir a história afro-amapaense e brasileira através do marabaixo junto as escolas de todo o Estado, e a Nação Marabaixeira cumpri com seu papel na divulgação da participação de negras/os na construção da sociedade amapaense sob o holofote do marabaixo. Antes dele ser tombado como patrimônio imaterial do Brasil, em novembro 2018, já fazíamos este evento que serviu como instrumento de estudos para o IPHAN, e hoje, mais do que nunca, faz seu papel de salvaguarda do Marabaixo. Além disso, estamos trazendo as escolas para dentro da manifestação cultural do nosso Estado, que é o marabaixo. Teremos o envolvimento de mais de cem jovens de todas as religiões e de diversas culturas do nosso Estado”. destacou, Carlos.

Segundo Dinho Paciência, membro do MNM, “É importante ressaltar que marabaixo é a voz histórica do povo preto o qual se utiliza dos ladrões de Marabaixo para perpetuar o cotidiano de sua história, história essa omitida nos livros oficiais. O festival empodera os discentes sobre sua ancestralidade e provoca um encontro entre o hoje e o ontem”, finalizou.

O Festival que será palco da competição entre os estudantes, também marcará o lançamento do CD de marabaixo, gravado em Macapá com os próprios alunos das escolas.

O Movimento Nação Marabaixeira, fundado em 2016, é um coletivo cultural, situado em Macapá, formado por cidadãos das mais diversas áreas do conhecimento que tem o objetivo de dá visibilidade, de forma positiva, a história do povo negro no Amapá e sua participação na formação da nossa sociedade nos diversos campos de atuação.

O Festival Cantando Marabaixo nas Escolas já foi premiado nacionalmente com o “Prêmio Cultura Popular Selma do Coco” pelo Ministério da Cultura, em 2018.

Serviço: 

Festival Cantando Marabaixo nas Escolas
Realização: Movimento Nação Marabaixeira.
Dia 15 de junho de 2019
De 15h às 20h
Local: Escola Augusto dos Anjos – Avenida Elizer Levy de canto com a Marcílio Dias – Laguinho
Entrada Franca

ASSCOM/MNM – Cláudio Rogério 99141-8420
Fotos: Acervo da Nação Marabaixeira.

Hoje é o Domingo do Divino Espírito e rola Marabaixo no Laguinho

Por Mariléia Maciel

Hoje é o Domingo do Divino Espírito celebrado por várias religiões, é bíblico. No catolicismo coincide com o Domingo de Petencostes, 50 dias após a ressurreição. O divino é elemento de consagração na cultura do marabaixo, que é fundamentada no calendário católico. Só o Laguinho festeja o Divino no ciclo do marabaixo.

Mas tbem é o Domingo da Murta da Santíssima Trindade , festejada no Laguinho e Favela.

Por isso teve a missa do Divino acompanhada pelos marabaixeiros do laguinho nas igrejas São Benedito e Jesus de Nazaré.

Agora a tarde, os 4 barracões, laguinho e Favela, abrem para começar a celebração para a Santíssima, azul e branco. A roda de marabaixo inicia às 17h, nos 4 barracões, com o cortejo da Murta da Santíssima, e vai até amanhã de manhã, quando os mastros da Santíssima são erguidos.

Foto: Mariléia Maciel

Mais sobre o Domingo do Divino Espírito

Neste domingo, a Igreja Católica faz memória ao grande acontecimento de Pentecostes. Cinquenta dias após a ressurreição, o Espírito Santo desce em forma de línguas de fogo sobre a comunidade apostólica reunida em oração. Celebrar Pentecostes é vivenciar o grande amor divino que se derrama sobre sua Igreja. O Espírito Santo é o afeto e a docilidade divina, manifestada na alegria das diferenças e diversidades. Por este espírito, todas as raças, culturas e tradições podem ser compreendidas, pois expressam uma linguagem nova; a linguagem do amor! Festejar o Espírito Santo é comemorar a diversidade de dons, serviços e ministério, que partem do coração divino para o bem e a para a felicidade comum. Na presença e companhia do Divino, não há medo, tristeza e nem receios, tudo se faz novo, com ardor e impulso! É a vida que se renova, que floresce, transbordando em sons, cores, aromas e sabores.

Foto: Mariléia Maciel

Viva o Divino Consolador! Viva a diversidade! Viva a vida renovada!

Professor Mestre Moisés Prazeres Bezerra

 

Neste domingo (9), rola Roda Bandaia no Norte das Águas

Neste domingo (9), a partir das 17h, no bar e restaurante Norte das Águas, será realizada mais uma edição da Roda Bandaia. Idealizado pelo Grupo Bandaia de Batuque e Marabaixo, em novembro de 2015 e com direção musical de João Amorim, o evento visa o fortalecimento de ritmos, musicalidade e cultura locais. Os encontros sempre foram sucesso de público e crítica. A entrada será gratuita.

Vai rolar o som do Grupo Bandaia e convidados; Saião para as açucenas, Gengibirra e cerveja gelada.

Foto: Márcio Ferreira

A Roda de Bandaia é uma das coisas mais lindas que existem atualmente nesta cidade. É a balada de quem curte dançar ao som de música popular amapaense. Sob a força de uma energia linda, há quase três anos o músico João Amorim idealizou esse projeto e de lá pra cá vem fazendo acontecer e crescer ao lado de outros músicos e parcerias“, comentou a jornalista Andreza Gil.

Norte das Águas

O Norte das Águas é um dos mais conceituados pontos turísticos de Macapá, que fica situado às margens do rio Amazonas, no Complexo Marlindo Serrano (Araxá). O estabelecimento serve boa comida, cervejas enevoadas e drink’s variados. Além do atendimento porreta. Tudo às margens ventiladas do Amazonas, o nosso riozão bonito.

Enfim, quem curte Batuque, Marabaixo, Zouk, Bandaia e Cacicó vai curtir. Recomendo!

Serviço:

Roda de Batuque Bandaia – Complexo do Araxá
Local: Norte das Águas, localizado no Complexo do Araxá, na zona Sul de Macapá.
Data: 09/06/2019
Hora: a partir das 17h.

Elton Tavares

Neste domingo (9), na Praça da Bandeira Veiga Cabral, rola a 5ª Edição da Electronic Square Movement

Neste domingo (9), a partir das 16h, na Praça da Veiga Cabral, rolará a 5ª Edição do projeto Electronic Square Movement. Assim como as festas anteriores, realizadas, o evento será realizado pela squarEM Underground. Trata-se de um mini festival com DJ’s locais que visa promover entretenimento e diversão, com o objetivo de difundir a Cultura da Música Eletrônica IDM.

De acordo com um dos organizadores, o DJ Marcio Spot , o propósito principal é proporcionar ao público experiências singulares, com sonoridades únicas e atualizadas, com apresentações nas principais praças da cidade, objetivando a construção, pelo ouvinte, de seu próprio Conceito de Música Eletrônica. #squarEM

Para quem gosta de curtir música eletrônica, certamente uma ótima pedida. A sonzeira vai até à meia-noite e o Line Up fica por conta de cinco DJ’s. São eles:

× CRISTHIAN DIAS × 16:00
× YAN NIKLAS × 19:00
× NE7OX × 20:00
× SPOTLIGHT × 21:00
× SPEEDFROST B2B SPOTLIGHT × 22:00

× 00:00 FIM ×

“Venha curtir com a gente a quinta edição do “Electronic Squarem Movement”, movimento criado pela squarEM Underground para promover a cultura eletrônica na cidade, através das apresentações dos nossos DJs nas praças locais. Cada um com seu jeito único de levar a pista”, disse Marcio Spot, organizador do evento.

squarEM Underground

A squarEM Underground existe há cinco anos e é formada por um grupo de amigos DJ’s. Eles realizam pequenos e grandes eventos em Macapá, como o Projeto “Electronic Square Movement“, que já teve várias edições em praças da capital amapaense e a festa “Inter-vention Progressive Edition”, que contou com mais de 7h de música eletrônica, cinco DJ’s e Tabacaria lotada, no início de janeiro deste ano..

Serviço:

5ª Edição di Projeto “Electronic Square”
Local: Praça Veiga Cabral, no centro da capital amapaense.
Data: 09 de junho de 2019 (domingo).
Hora: a partir das 16h (até meia-noite)
Entrada franca
Realização: squarEM Underground.

Elton Tavares, com informações de Márcio Spot.

O discurso discriminador do Marabaixo – Fernando Canto

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Foto: Elton Tavares

Texto de Fernando Canto Para o amigo Herialdo Monteiro

Não é de hoje que o Marabaixo é discriminado. Aliás, as manifestações culturais de origem africana sempre foram vistas como ilegais ao longo da história do Brasil. Do samba à religião, seus promotores foram vítimas de denúncias que os boletins de ocorrências policiais e os processos judiciais relatam como vadiagem, prática de falsa medicina, curandeirismo e charlatanismo, entre outras acusações, muitas vezes com prisões e invasões de terreiros.

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Foto: Gabriel Penha

Essa discriminação ocorreu – e ainda ocorre – em contextos históricos e sociais diferenciados, e veio produzida por instituições que tinham o objetivo de combater o que lhes fosse ameaçador ou que achassem associadas às práticas diabólicas, ao crime e à contravenção.

No caso do Marabaixo, há anos venho relatando episódios de confronto entre a igreja católica (e seus prepostos eclesiásticos e seculares), e os agentes populares do sagrado, estes que, por serem afrodescendentes, mestiços e principalmente por serem pobres, foram e são discriminados, visto o ranço estereotipado de que são “gente ignorante” e supersticiosa.

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Foto: Márcia do Carmo

É do século XIX a influência do evolucionismo que tomava como modelo de religião “superior” o monoteísmo cristão e via as religiões de transe como formas “primitivas“ ou “atrasadas” de culto. Para Vagner Gonçalves da Silva (Revista Grandes Religiões nº 6), nesse tempo “religião” opunha-se a “magia” da mesma forma que as igrejas (instituições organizadas de religião) opunham-se às “seitas” (dissidências não institucionalizadas ou organizadas de culto).

É do século XIX também os primeiros escritos sobre o marabaixo. Em um deles um anônimo articulista o ataca, dizendo-se aliviado porque “afinal desaparece o o infernal folguedo, a dança diabola do Mar-Abaixo”.

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Foto: Márcia do Carmo

Ele afirma que “será uma felicidade, uma ventura, uma medida salutar aos órgãos acústicos se tal troamento não soar mais…”. Na sua narrativa preconceituosa vai mais além ao dizer que “Graças ao Divino Espírito-Santo, symbolo de nossa santa religião, que só exige a prática de bôas acções, não ouviremos os silvos das víboras que dansam ao som medonho dos gritos dos maracajás (…), que é suficiente a provocar doudice a qualquer indivíduo”. Assevera adiante “Que o Mar-Abaixo é indecente, é o foco das misérias, o centro da libertinagem, a causa segura da prostituição”. E finaliza conclamando “Que os paes de famílias, não devem consentir as suas filhas e esposas frequentarem tão inconveniente e assustador espetáculo dessa dansa, oriunda dos Cafres”. (Jornal Pinsonia, 25 de junho de 1898)

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Foto: Márcia do Carmo

Discursos de difamação do Marabaixo como este e a posição em favor de sua extinção ocorreram seguidamente. O próprio padre Júlio Maria de Lombaerd quebrou a coroa de prata do Espírito Santo que estava na igreja de São José e mandou entregar os pedaços aos festeiros. O povo se revoltou e só não invadiu a casa padre para matá-lo graças à intervenção do intendente Teodoro Mendes.

Com a chegada do PIME – Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras – em Macapá (1948) o Marabaixo sofreu um período de queda, mas suportado com tenacidade por Julião Ramos, que não o deixou morrer. Tiraram-lhe inclusive a fita da irmandade do Sagrado Coração de Jesus, da qual era sócio fiel.

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Foto: Mariléia Maciel

Nesse período os padres diziam que o Marabaixo era macumba, que era coisa ruim, e combatiam seus hábitos e crenças, tidos como hediondos e pecaminosos, do mesmo jeito que seus antecessores o fizeram no tempo da catequização dos índios. Mas o bispo dessa época, D. Aristides Piróvano, considerava Mestre Julião “um amigo” (Ver Canto, Fernando in “A Água Benta e o Diabo”. Fundecap, 1998)

O preconceito dos padres italianos com o Marabaixo tem apoio num lastimável “achismo”. Os participantes são católicos e creem nos santos do catolicismo, tanto que a festa é dedicada ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade e não a entidades e voduns como pensam. Nem ao menos há sincretismo nele.

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Colheita da Murta Foto: Fernando Canto: Arquivo pessoal

E se assim fosse? Qual o problema? Antes de emitirem um julgamento subjetivo sobre um fato cultural é preciso conhecê-lo. É preciso ter ética. Ora, sabe-se que todos os sistemas religiosos baseiam-se em categorias do pensamento mágico. Uma missa ”comporta uma série de atos simbólicos ou operações mágicas” (Vagner Silva op. cit.). Observem-se as bênçãos, a transubstanciação da hóstia em corpo de Cristo, por exemplo. Um ritual de umbanda comporta a mesma coisa. O Marabaixo tem rituais próprios, ainda que um tanto diferentes. Por isso e apesar do preconceito ainda sobrevive. Valei-nos, Santo Negro Benedito!

(*) Do livro “Adoradores do Sol – Novo Textuário do Meio do Mundo”. Scortecci, São Paulo, 2010

Nesta sexta-feira (31), rola apresentação musical da Barca do Iguarany, Laura do Marabaixo e convidados, no Sankofa

A Barca do Ricardo Iraguany, cara porreta que conheci pessoalmente há pouco tempo lá na casa da Clicia e Enrico (mas escuto falar há uma cara) completará cinco anos divulgando composições autorais e canções do cancioneiro brasileiro. Para celebrar, ele se juntou à Laura do Marabaixo e um especial time de convidados, que farão um sonzão lá no Sankofa, nesta sexta-feira (31), a partir das 21h.

O Projeto Barca do Iraguany mistura sonoridades e era realizado somente em outubro, por conta do Círio da Virgem de Nazaré. A imagem que ilustra a barca faz alusão aos milagres da santa.

Ricardo Iraguany é músico, compositor e poeta, ressalta que a Barca leva música, poesia e arte para as pessoas apreciarem. O artista reforça que a música regional e autoral é essencial, bem como abrir espaço para novos talentos.

A Laura sempre arrebenta cantando os “velsos bandaiados” (ladrões) e músicas do Marabaixo, maior e mais autêntica manifestação folclórica do povo tucuju. A artista também dança e compõe, pois a cantadeira é danada de talentosa.

Os convidados são mais que especiais, pois trata-se dos músicos e cantores: Enrico Di Miceli; Alan Yared; Eloá Cyrus; Nena Silva; Joatan Santarém; Geri Pinheiro da Silva; Banzeiro Brilho de fogo; Peterson Assis e Ronaldo Gomes.

O grupo Banzeiro do Brilho-de-Fogo abrirá o evento, às 16h, com muito Marabaixo. Lá pelas 20h, a Barca, Laura e convidados mandarão muito som para o público curtir.

Encontro de artista será realizado em um show na orla de Macapá (Foto: Ricardo Iraguany/Arquivo Pessoal)

Serviço:

Apresentação musical da Barca do Iguarany, Laura do Marabaixo no Sankofa e convidados, no Sankofa
Data: 31 de maio de 2019
Local: Sankofa, localizado na Rua Beira Rio 1488, Orla do Santa Inês, zona sul de Macapá.
Hora: a partir das 16h
Ingressos: R$ 5,00
Mais informações pelo telefones: 981090563 981150902

Elton Tavares

Sesc AP promove espetáculos e oficinas na 13ª edição do Projeto Aldeia de Artes

 

A programação será nos dias 27/05 a 01/06, no Sesc Araxá, com diversas atrações artísticas.

A Fecomércio AP, por meio do Sesc AP realiza a 13ª edição do Projeto Aldeia de Artes com uma programação que contemplará espetáculos de Teatro, Dança, Circo e oficinas com artistas do Amapá, Rio de Janeiro e São Paulo.

O projeto Aldeia de Artes tem como objetivo incentivar a produção local através de suas produções em Artes Cênicas, na medida em que oportuniza através de outras produções da grade de programação, as trocas em conhecimentos para com as Artes Cênicas. Nessa edição, o evento contará com a presença de dois analistas em Artes Cênicas e Curadoria em projetos de ressonância nacional para emitir seus pareceres no tocante as Reflexões Cênicas sobre as produções locais, como forma de contribuição para as produções encenadas.

Confira a programação completa AQUI

Assessoria de comunicação do Sesc/AP

Governo Federal e grupos tradicionais elaboram políticas de disseminação do marabaixo

Imagem mostra tradicional roda de marabaixo — Foto: Prefeitura de Macapá/Arquivo

Por John Pacheco

Reconhecido no fim de 2018 como patrimônio cultural imaterial do Brasil, as origens e peculiaridades do marabaixo estão sendo discutidas em Brasília por grupos e representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O objetivo é elaborar estratégias para a promoção e disseminação de forma uniforme da manifestação típica das comunidades negras do Amapá.

O encontro reúne representantes dos grupos de marabaixo do estado e membros da Coordenação Geral de Promoção e Sustentabilidade do Departamento de Patrimônio Imaterial. A ação, chamada de salvaguarda, prevê identificar os aspectos que vão liderar as ações de difusão da cultura, seja em escolas, centros e programações alusivas.

O marabaixo é caracterizado pelos cantos e pela dança que narram a luta e a fé dos negros durante a urbanização da capital em paralelo com o avanço do cenário histórico-cultural.

Representantes do marabaixo reunidos com técnicos do instituto — Foto: Iphan/Divulgação

De acordo com o Iphan, os bens culturais e imateriais se caracterizam pelo saber popular através de crenças, ritos, práticas, além de manifestações musicais, plásticas e literárias.

As reuniões para elaboração da salvaguarda iniciaram na quarta (15) e seguem até a quinta-feira (16) na sede do Instituto. Seis representantes do Amapá participam do levante de informações, que foi divivido em quatro eixos:

Mobilização social e alcance da política
Gestão participativa no processo de salvaguarda
Difusão e valorização
Produção e reprodução cultural

Alunos de escola pública aprendem a tocar percussão no ritmo do marabaixo; iniciativa está incluída em política para a cultura — Foto: Rita Torrinha/G1

Para os grupos marabaixeiros, a proposta é difundir a cultura dentro do ensino escolar, além do fortalecimento dos membros fundadores e a expansão do ritmo e da formação nos 16 municípios do estado.

“Apesar de ser nosso, o marabaixo está muito centralizado em Macapá. Precisamos levar para todos os municípios através de um calendário cultural nas cidades, para depois trabalhar na formação de novos integrantes e formação de grupos”, argumentou Elísia Congó, líder do barracão Dica Congó.

O diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano Queiroz, destacou que foram adotadas a curto, médio e longo prazos pelo menos dez linhas de ação, que incluem identificação de comunidades, documentação e publicação de memórias e bibliografias dos mestres do marabaixo e a criação do Museu do Marabaixo.

Grupos tradicionais atuam na elaboração de estratégias para divulgação — Foto: Márcia do Carmo/Divulgação

Cultura do marabaixo

A origem do nome remete aos escravos que morriam nos navios negreiros; seus corpos eram jogados na água e os negros cantavam hinos de lamento mar abaixo e mar acima.

Os negros escravizados passaram a fazer promessas aos santos que consagravam, e quando a graça era alcançada se fazia um marabaixo. Sua herança é deixada de pai para filho, e está associada ao fazer religioso do catolicismo popular em louvor a diversos santos padroeiros.

“Os ‘ladrões’ são as músicas do Marabaixo cantadas pelas cantadeiras e pelos cantadores. Algumas pessoas têm a responsabilidade de cantar o ladrão colocando os versos, esses são os puxadores, enquanto outros respondem entoando o refrão, que geralmente é o primeiro verso de cada composição”, detalha o Iphan.

Fonte: G1 Amapá

Dia Estadual dos Cultos Afros terá rodas de conversas e Tambor de Mina

Foto: Márcia do Carmo

Por Gabriel Penha

Rodas de conversas e tambor de mina irão marcar o Dia Estadual dos Cultos Afros no Amapá, que é celebrado no dia 8 de maio (quarta-feira). Nas discussões, que acontecem no período da manhã, o tema central será o combate à intolerância religiosa. À tarde, acontece o Tambor de Mina, na sede da Associação Cultural Marabaixo do Pavão, no bairro Jesus de Nazaré, em Macapá.

A programação foi definida pelos representantes das religiões de matriz africana e pela Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro). Mais uma vez, será prestada homenagem à saudosa Mãe Dulce Moreira, que introduziu o Tambor de Mina no Amapá. O titular da Seafro, Aluizo de Carvalho, incentiva a importância da data dizendo que a programação tem como objetivo reforçar o combate ao preconceito e à intolerância religiosa.

Foto: Cláudio Rogério

A data

Comemorado em 8 de maio, o Dia Estadual dos Cultos Afros foi instituído pela Lei nº 0933/2005. A data foi escolhida em homenagem à Dulce Costa Moreira, a “Mãe Dulce”, uma das precursoras da cultura afro-religiosa no Amapá e fundadora do Terreiro de Santa Bárbara. Ela teria tocado pela primeira vez o Tambor de Mina no Estado, no dia 8 de maio de 1963, depois que veio do estado do Maranhão.

Foto: Mariléia Maciel

Programação: 

8 de maio de 2019

Dia Estadual dos Cultos Afro

Local: Terreiro de Santa Bárbara (Mãe Dulce). Rua Professor Tostes, entre as avenidas FAB e Procópio Rola

8h – Café da manhã;

9h30 – Roda de Conversa: “O Tambor de Mina e suas origens”. Convidados: Pai Marcos (Ilê Ase Ibi Olufonnin Oloyê); Pai Salvino (Unzó Nlunda Kisimbi Junsara Tat’etu Omizangue); Mãe Socorro de Oxum (Mina Nagô Santa Bárbara); Mãe Iolete (Mina Nagô Nossa Senhora das Graças);

11h30h – Encerramento da Roda de Conversa.

Tambor de Mina – Toca do Pavão. Avenida José Tupinambá, entre as ruas Leopoldo Machado e Jovino Dinoá

19h – Abertura;

19h30 – Lançamento oficial do site da Seafro;

20h – Cerimônia religiosa (tambor);

0h – Encerramento/lanche.