Isso é que é ter nascido num dia de azar…



No filme ‘Curtindo a vida adoidado’, Ferris Buller (Matthew Broderick) afirma logo no comecinho:


– Pedi um carro e ganhei um computador. Isso é que é ter nascido num dia de azar.

Ontem, o dia do meu aniversário, eu só conseguia falar ‘hoje não’, mas o povo ficou surdo… Bati o joelho logo cedo, a internet em casa estava ruim, não consegui adiantar matéria. Quando cheguei ao trabalho, almocei sozinha – e ainda por cima frango! 

Atrasei-me em meus afazeres, fui para uma externa na cara e na coragem e num mormaço desgramado e, ao voltar para redação, percebi que o texto onde me debrucei por uma semana precisava ser quase todo refeito. Ao menos meu chefinho, bom como só ele, me liberou e saí somente uma hora depois do meu horário normal.

À noite, em casa, tive mais três ‘gratas’ surpresas: minha esposa não se sentia bem e a moça que trabalha com minha mãe foi convidada, não por mim, para meu jantar de aniversário. De quebra, meu irmão ia levar a namorada dele – que me detesta – também ao restaurante árabe.

Tentando explicar para minha digníssima genitora o meu conceito de unidade de sangue, brigamos feio ao telefone. Minha mãe me chamou de preconceituosa por tratar-se da moça a secretária da casa (tenha dó) e disse estar me desconhecendo. Putz… não aguentei…

No fim, ela está perfeitamente certa. Minha mãe nunca me conheceu e nunca fez questão disso. Se ela soubesse o que se passa, ou o passado, jamais teria chamado a tal moça sem ao menos perguntar minha opinião.

A vida, meus queridos, é mesmo um desastre. A única resolução possível foi cancelar os kibes, esfirras e a pizza. Minha filha ficou muito triste, pois queria sair para comemorar. Chegou a ligar perguntando se, caso ela falasse com a moça, nós poderíamos voltar à nossa programação.

Sinto muito, filha, agora não dá mais. Estamos todos cansados…

– Mas poxa, mãe, é seu aniversário.

– É só mais um dia comum do ano, meu amor…

Nada feliz aniversário para mim!

Darth J. Vader

Apesar de jornalista, sou limpinha…


O jornalista é um caso à parte da sociedade, só pode… Em qual outra profissão você vê que o que nos importa é a notícia ruim? Que somos cegos pela pauta? Que não reclamamos dos plantões aos sábados à noite? É sim, meu amor, somos estranhos.

O grande jornalista (ou espirituoso) Duda Rangel tem um blog chamado ‘Desilusões Perdidas’. Em sua imensa sabedoria sobre a profissão, ele descreve fatos e relatos do nosso cotidiano, mas que nem a gente percebe direito.

A questão é muito simples: não vemos o próprio umbigo. Estamos muito ocupados em ver o horário da coletiva, em ligar para o entrevistado, fazer e-mail para assessoria e reclamar aos berros da barulheira da redação. Tudo isso, é claro, sem um pingo de bom humor.

Mas fazemos tudo isso por um bem maior: o amor à informação. É mentira, gente, nos matamos por um furo simplesmente para bater no peito e dizer ‘Eu fiz, você leu? Gostou? Pois é, eu sou o fulano!’.

Nunca se engane: todo jornalista tem um ego maior que sua própria casa, seu carro (se tiver um) e, principalmente seu salário. Porque, convenhamos, não dá pra ser bom e modesto ao mesmo tempo.

Apesar de tudo isso (sou assim mesmo, num nego), eu sou limpinha, não ataco tanto a geladeira e adoro um mé. Com uma boa cerveja, tira-gosto e qualquer outro assunto que não seja notícia, chego até ser simpática. E isso, meus queridos, é difícil numa profissão de nariz arrebitado.

Feliz dia do jornalista aos que pediram a Deus para ser inteligentes e se esqueceram da riqueza!

Darth J. Vader

Poema de hoje: Nós gatos já nascemos pobres


Nós gatos já nascemos pobres… (por Darth J. Vader)

Sozinha, matuto pelo dia…
Quente que só a peste!
O sol chega e até derrete
O restante da poesia.
Esqueci o que ia escrever…
Essa dor f*dida insiste e isola…
Pego um livro para ler…
E nada me consola…

Será este o destino dos autores?
Morrer devagar… sozinho?
Sem amigos ou amores?

Eh devaneio raso…
A vida é simples, afinal…
Toda a besteira vem é do caos…
(e tenho dito!)

A verdade é que nós, gatos, já nascemos pobres.
Porém! Já nascemos livres! !!
A merda é o que acontece logo depois… (chuif)

II poema de hoje: E se foi em uma noite chuvosa…


E se foi em uma noite chuvosa… 

Passou o dia em um inferno sem fim…
Trabalhou pouco, escreveu mal…
Pensou em brincar na neve… lembrou o Natal…
Viu sua filha virar puta… Ufa! Não era ela, afinal…

Fez o rancho da feijoada, esqueceu a tintura…
Foi pintar o cabelo, a grana num dava para unha …
Saiu para voltar para casa… e voltou para a sua…
A mulher não estava lá… e sim na rua…

Publicou em um blog… fez sua parte…
Redefiniu sua vida… escreveu uma carta…
Resumiu o que não sentia… E perdeu sua arte…

A chuva lá fora emana umidade,
A vida é pequena, querida…
E ela fica triste e tem saudades…

Darth J. Vader

Ao poeta basta inspiração



Sempre lemos por aí que os poetas é que são felizes. Fazem a gente rir ou chorar com suas construções…Seus devaneios e confusões… mas quem se importa?

Tá, hoje estou deprê. Noite passada, Darth J. Vader descobriu que não pode mais dominar o mundo. O coração não deixa, a mulher num quer… Eita m… do kct!

Se pudesse, jogava logo tudo no ventilador e saía de perto, saca? Mas num dá, mano… não sou poeta… Ao rimador, resta a inspiração. Ao jornalista, o salário do mês…E eita merrequinha fajuta!

Mas dá pelo menos prá cerveja…

Darth J. Vader 

De verdade ou de mentira, tudo acaba em pizza


Mais uma da série aconteceu comigo. Três amigas saíram para jantar e colocar a conversa em dia. No meio do caminho, comentam sobre a manchete de um tablóide de Manaus (AM): “Nova ministra de Dona Dilma é bissexual e a favor do aborto”.

No meio da matéria, lá está: ‘Ela diz ter muito orgulho de ter uma filha lésbica, nascida de uma inseminação artificial…’Coincidências à parte, as três amigas também são lésbicas. A jornalista, então, começa uma conversa sobre o tema.

A jornalista: A Dilma está colocando todas as amigas sob suas asas, num parece?

Andréa: É sim.

A jornalista: Mas deixa eu te falar. Se eu fosse presidente, também faria a mesma coisa.

Ju: Eu concordo! Meu lema é: sou nepotista, mas não lesa.

A jornalista: Pois então, eu vou chamar as duas pra fazer parte do meu ministério. Andréa, qual pasta você quer?

Andréa: Eu num sei se fico com esporte ou cultura… Não, fico com cultura, é mais legal.

A jornalista: Tá bom, e você, Ju?

Ju: Me dê a Comunicação mesmo… Quero dar um jeito naquela grande rede…

A jornalista: Então, no discurso, eu vou falar assim: Meus caros presentes. É com muito orgulho que apresento minha Ministra da Cultura, Andréa, lésbica assumida e casada com a Ministra das Comunicações…

Todas: kkkkkkkkkkkkk

A jornalista: Muito bem, então. Tá todo mundo empossado.

Ju: Beleza, eu gostei.

Andréa: Mas o problema vem depois…

A jornalista: Por que?

Ju: Como assim?

Andréa: Já estou pensando nas manchetes nos jornais: Ministra da Cultura foi amante da presidenta.

Todas: kkkkkkkkkkkkkk

A jornalista: Presidenta assume que é broxa…

Todas: kkkkkkkkkkkkkk

Ju: Ministra da Cultura esteve envolvida com drogas pesadas…

Todas: kkkkkkkkkkkkkk

A jornalista: Ministra das Comunicações não é jornalista formada…

Todas: kkkkkkkkkkkkkk

A jornalista: Bom, a gente vê isso mais tarde. Vamos jantar que é bom.

Andréa: E onde vamos comer, presidenta?

A jornalista: É surpresa… Estamos quase chegando…

As três entram no restaurante. Escolhem uma mesa um tanto afastada, para conversarem sem muitos problemas. Enfrentam os olhares tortos de um casal de héteros, que brinca com os dedos de forma erotizada…

A pizza meia calabresa meia portuguesa finalmente é servida.

A jornalista: Minha querida ministra da Cultura. Já passo agora a sua primeira missão: proíba com todas as forças que puder a música sertaneja no Brasil.

Todas: kkkkkkkkkkkkkk

A jornalista: Faça circulares que eu assino sem olhar. Baixe decretos que qualquer estabelecimento ou residência que tocar esta porcaria, inclusive e de forma mais incisiva o tal sertanejo universitário, seja punido com multa e prisão perpétua.

Todas: kkkkkkkkkkkkkk

Andréa: Ah seu eu pudesse…

Ju: É… o problema é que, tanto na política de verdade quanto na de mentirinha, tudo acaba em pizza!

Darth J. Vader

O bêbado e a equilibrista… no ônibus

Eu voltei a pegar ônibus, sabem? Dei um tempo desta atividade ‘divertida’ por um período simplesmente por me dedicar mais a minha empresa de comunicação. E, uma vez em casa, é difícil querer sair senão de carro.
Pois pois, esta manhã fui para o trabalho, feliz e satisfeita, até o momento em que um senhor cheirando a pipi e absolutamente bêbado adentrou ao ônibus, justamente atrás de mim. Fui saber da existência do cidadão logo em seguida, quando jurava pra mim que tinha esquecido de passar o desodorante… mas não, realmente não era eu…
As coisas, é claro, sempre podem ficar piores. Em pé porque os assentos estavam ocupados, o bêbado resolveu dar uma lição de moral àquela gente mal educada que não cedeu um lugar para ele.
Eu começava a me equilibrar para não enconstar no cidadão e ter seu odor impregnado em minha farda, enquanto rezava para chegar logo ao meu destino.
Como num passe de Harry Porter, o cheiroso sacou uma bíblia e começou a pregar ali mesmo no vão do ônibus, sobre como todos iremos para o inferno. “Diz no Gênese que serão quatro os mensageiros do Apocalipse e que nenhum cavaleiro vai ajudar Madalena a se erguer, depois de ter levado tanta pedrada”.
O pastor-bebum também falou algo como não matarás o homem que se deita com um outro homem, mas essa parte eu perdi, já que tinha de trabalhar. A única coisa que me conforta, em tempos de embriaguez ao volante da vida, é que cada dia a gente encontra um doido diferente… E chega até a aprender com ele, se não desmaiar de susto ou de fedor…
Darth J. Vader

E Darth Vader escreve para o Papai Noel

Querido Papai Noel…
 

Eu não fui exatamente um mal menino este ano. Na verdade, diminuí em 50% meus assaltos a mão armada, 70% os assaltos a banco e até que não matei ninguém… (mas por favor, desconsidere esta última parte se você receber esta carta entre os dias 25 e 26).
 
Apenas briguei com meus vizinhos nada galácticos uma vez por semana (ou duas, mas quem está contando?) e chamei o órgão fiscalizador umas 100 vezes… Nada mal para um ano com 365 dias.
 
Também este ano, resolvi dar um tempo com Mestre Yoda e consegui até que ele fizesse um comercial japonês. Meu filho Luke, infelizmente, não compartilhou desta alegria e continua chateado comigo… não sei se fazendo Eurotrip ou ainda vagando pelo deserto de neve… Certas coisas são complicadas nesta idade…
 
Quanto aos meus planos de dominar o Universo, ainda estou pensando nisso melhor. Com a vinda de um Novo Ano, a palavra agora é planejamento e, uma vez me disse Solo, tenho que me preparar para ataques-surpresa do lado chato da Força – e é claro que não estou falando do meu.
 
De mais a mais, queria pedir de Natal muita Força para mim. Acho que eu mereço, no mínimo porque há anos paro tudo que estou fazendo para reger a Orquestra Sinfônica Brasileira e a Islandesa… e não ganho um tostão por isso.
 

Isso sem contar que até desfilar no Carnaval deste ano eu fui, veja só minha entrada triunfal com a Unidos da Tijuca:
 
Enfim, Noel, só uma última coisa: deixa de ser chato, velho, e venha para o Lado Negro da Força!
Darth J. Vader

Gostem ou não, eu sou gay

por Darth J. Vader
Semana corrida, muito trabalho, pouco lazer… até aí, tudo normal… Você tira um tempo para dar uma olhada no Twitter e dar um oi pros cumpadres e vê, assustado, que existe uma mensagem estranha pra você.

Percebe que se trata do endereço de um blog, então resolve verificar. A surpresa é velha: O blog “pertence à Igreja Católica e oferece apoio espiritual àqueles que sentem atrações pelo mesmo sexo, ajudando-os a enfrentar sua condição junto de Cristo e transmitindo-lhes o ensinamento da Santa Igreja a respeito da sexualidade humana. Coragem não é um programa de reorientação sexual, mas foca-se no chamado à santidade, pela vivência da castidade cristã”. Tá pra ti?

Quer me dizer que ‘coragem’ não é uma ‘reorientação’? Isso não existe! Eu nasci assim e nem por isso faço mal a alguém.

E o cara ainda ficou me enchendo no Twitter: você tem que aceitar Cristo e sair dessa vida… Mas gente, eu num tenho como sair dessa vida! Eu sou feliz assim, trabalho pra burro e ainda sou mãe, esposa, filha, empresária, dona de casa, amiga e blogueira! Como assim??

Eu respondi que não preciso deixar meu sentimento gay para ser aceita por Cristo, já que foi o Pai dele quem me fez. Aí, a coisa piorou: ‘meu pai tem uma tentação com a bebida. Se ele for alcóolatra e argumentar que Deus o fez assim e ele nada fizer a respeito? Seu argumento não é válido’. A loka! Por acaso eu gasto horrores com bebida, prejudico a todos da minha família por que sou gay?

Já chateada com o cidadão, perguntei se ele tinha procuração de Jesus para ficar me julgando e me dizendo o que devo fazer – o que, sinceramente, é o que parece quando os ortodoxos chegam com esse troll. Ele me perguntou se acredito na Bíblia. Eita! Essa foi demais! O cara num tem argumento e aí me passa pra outra história?

Sinceramente, eu num aguento mais isso não. Já estou tirando dos meus contatos aqueles que insistem em querer me ‘salvar’ porque sou homossexual… Já não tenho mais paciência para gente bitolada, que faz da Bíblia sua procuração para julgar a tudo e a todos.

Também não entendo o que minha sexualidade vai impactar na vida do outro. Eu não saio perguntando por aí com quem você se deita e muito menos deixo de dormir por conta da resposta. Aliás, se você perguntar isso para um machão, é mais fácil levar uma surra que uma resposta decente.

Tudo isso para dizer que eu sou feliz assim. E ponto final.

As mulheres e o teste da construção

É quase uma máxima absoluta. Quando as mulheres estão com baixa auto-estima ou simplesmente querem se sentir mais poderosas, elas passam próximo a uma construção. A macharada se agita, cutucadas discretas, ou não, dedos apontados, ou não, e os assovios bem vindos! Ah… como é bom passar na frente da construção!
A gente ouve os mais velhos clichês do mundo, e ainda acha graça! “Essa é a nora que a mamãe pediu a Deus”; “Eu acho que vi o anjo que vai me salvar” e o mais famoso de todos: “Ê lá em casa!”.
Mas, como todo teste, podem haver falhas. E esta história, pra variar aconteceu comigo. Seguinte: tem uma área enorme em frente de casa, onde estão construindo seis torres de apartamento. Tá certo que a obra está devagar quase parando e os bofes são poucos, mas ó… Eu num passei!! E achei liiiiiiiiiindo!!
Gentem! Tem coisa mais chata que levar cantada machista de gente coberta de barro? Ou de cinzas? E no meio da rua, com todo mundo olhando? Que saco!
Como tudo tem um porém, estou fazendo amizade com o vigia do tal empreendimento. Eis que hoje, ao voltar de uma entrevista de emprego, ele me vê e pensa praticamente em voz alta: ‘Você tá linda, bebê! Ficou bem mais jovem com este corte!’.
Minha reação? Ui! Adorei!!
Tá vendo? Mulher é bicho complicado mesmo. O melhor é nem tentar entender muito não… O risco de errar é mais alto… Confie em mim (ou não!). Hehehe!!
Obs. Entenderam por que eu sou muito boa sendo má?
Darth J. Vader

Uma noite no salão

Por Darth J. Vader

Pois pois, a vida nos leva a caminhos variados.

Nunca fui muito vaidosa. Acho que pintar as unhas é uma coisa descartável e pintar o cabelo a cada mês é uó. Sem falar na grana que se gasta com isso, se você for a uma salão de beleza.

E então eu tive que ir a um… Ontem, no fim da tarde, recebi uma ligação importante de, finalmente, uma reunião que estava esperando a tempos (visto que pode haver rendimentos futuros).

Para um ‘encontro’ deste porte, eu simplesmente não poderia ir sem pintar os cabelos brancos… nem dar um corte… nem fazer as unhas (pé e mão, tá pra ti?) e comprar uns apetrechos, que minhas amigas chama de básico.

Lá fui eu, em uma noite fria do inverno amazonense, atrás de um cabelereiro que gosto muito, o Isaías.

Veja bem: a minha intenção era cortar e pintar o cabelo. Ponto. Mas saí de lá com isso, mais manicure, mais hidratação e menos R$ 80…

Foram três horas de conversa solta, sem ter um cigarrinho pra fumar e ainda por cima asssitindo novela da Rede Bobo… sim, eu já estava deseperada… Nem com o jornal consegui segurar o bocejo…

Antes de tudo, chamei minha personal stylist, minha filha Amanda. Aos 14 anos, a menina entende mais de make-up e roupas do que eu, alguns anos mais velha… Foi ela quem escolheu o corte e as unhas no estilo francesinha… e é claro que funcionou!

Saí de lá me sentindo a poderosa, a mulher mais linda do mundo e, já em casa, a digníssima me disse que eu era mesmo. (A gente acredita em cada coisa…)

No dia da reunião, como faz pra me maquiar?! Uia! Eu nunca havia me maquiado sozinha na vida! Sempre alguém fazia por mim (e as pessoas adoram me maquiar, vai entender…)! Para sair deste sufoco, pedi ajuda a uma grande amiga.

Via Skype, a vaidosa – e linda, poderosa e absoluta – Luciana me ensinou, passo a passo, a colocar o pó compacto, como espalhar direito o corretivo e que o gloss, se parecer mais com um batom, não pode ser usado de dia.

E tudo isso, meus caros, por uma reunião que não valeu a pena… nem R$ 80…

Poema de hoje

A morte de Átila
O Átila era um conquistador barato:
Mandava flores, poemas,
levava para o teatro.
Era um romântico de carteirinha
Do tipo que roubava luas
E dedicava suas estrelas para a menina.
Um lutador nato
Pelo tanto que queria
Nunca foi de deixar barato
Nas conquistas que ele tinha.
Foi um amante endiabrado
Que nunca esquecia a camisinha.
A atração por ele era no ato
E ele não negava boa companhia.
Teve um amor que lhe custou caro
E nunca esqueceu a tal paixão.
Até que outra moça viera
E reabriu seu coração.
Mas a mulher nada quis com ele
Além de iludir, além de humilhar,
Além de brincar, além de pisar.
Deu-se a morte para os sentimentos dele.
E foi daí que ele não agüentou:
Morreu para vida, se abandonou.
No pântano e na escuridão ficou.
Hoje é um porco espinho,
E seu coração na escuridão se mantém.
Sem alma, sem amor, sem carinho,
E no seu triste fim: sem ninguém.
Darth J. Vader

Heterofobia: uma tragédia anunciada!

Por Darth J. Vader

Senhoras e senhores, não trago boas novas.Tenho lido com frequência a expressão ‘heterofobia’ que seria, em análise ao termo ‘fobia’ (medo, aversão a algo ou a alguém) com ‘hetero’ como união (sexual e afetiva) entre um homem e uma mulher. Seria a aversão aos héteros.
Ressalto aqui, logo no comecinho para que ninguém venha falar bobagens depois: não sou psicóloga, mas lésbica que sofre com ataques quase diários por ser gay e, portanto, apta a falar sobre o que é perseguição de fato.
A tal heterofobia trata-se de uma tragédia que anuncio com muito pesar.Com este ‘argumento’, os homofóbicos (e não estou falando apenas dos héteros porque há sim gays que são homofóbicos) estão dizendo que os estamos perseguindo; que em pouco tempo será ‘errado’ ser hétero; que ter desejo, sendo homem por uma mulher e sendo mulher por um homem, será considerado uma afronta à sociedade.
Gente, me poupe. A homofobia é caracteriza pela violência, física e/ou emocional, realizada por gente que não entende (ou entende, mas não quer saber) contra pessoas comuns, cuja única diferença é gostar de pessoas do mesmo sexo.
Trata-se de espancar uma lésbica por gostar de usar tênis ao invés de salto alto, de matar homens que preferem falar fino, de mandar a todos pro Inferno pelo amor que sentimos ‘não ser de Deus”.E eles estão chegando cada vez mais, devagar e sempre, com esta estória da carochinha que quando impusermos a‘ditadura gay’ (sim, tem mais esta estupidez), quem ama um homem por ser mulher será morto na esquina.
Até parece: o mundo tem histórico de gays que matam héteros!! Essa é pra acabar… É dizer o mesmo que o Holocausto, uma das maiores covardias que se tem notícia (e pelo qual me entristeço sempre) nunca existiu!Somos um povo pacífico, aloooooow!!
Quando nos metemos em brigas (muito poucas, por sinal) raramente atentamos contra os héteros. Aliás, nós preferimos o arco-íris, os risos, deixar as mulheres mais bonitas para os homens e inventar designers mais arrojados para que eles fiquem na moda – tecnológica, inclusive.
Aí vem mais um leso e diz: É preciso que se crie urgentemente centros psiquiátricos para internar e tratar da Heterofobia (Fobia do Sexo Oposto). Ou seja, querem internar os poucos gays que não gostam de ouvir ameaças constantes – mas nem por isso saem gritando: “héterozinho de m…, você vai pro inferno!! Deus num te quer!!”.
Ôpa! Eu já vi esse filme!! Até 1979 (o ano em que nasci), o homossexualismo era considerado doença mental,tratada veementemente com choques elétricos!!
Vou parar por aqui só por uma questão de tamanho de texto mesmo.De mais a mais, é esperar mais este futuro sombrio, que considero um outro nome para nazismo.“Mentes abertas, almas livres”.

Obs: Escrevi este texto na época em que recebi ameaças virtuais muito sérias (porque as que convivo já nem dou muita bola), chegando ao ponto de um ‘anônimo’ dizer que descobriria onde eu moro para me ‘ensinar direitinho o que é o certo e o errado’. É claro que tive medo, fiquei até doente, e deixei um pouco de lado os textos do True Colors.

Casamento com jornalista? Irc!

Por Darth J. Vader
É como eu sempre digo: “O Veríssimo sabe das coisas”.
A crônica abaixo é do escritor, cronista e tudo de bom Luís Fernando Veríssimo. Ele, que assina várias colunasem jornais, têm em sua bagagem textos de humor que considero magníficos. Um dos meus prediletos é “E o noivo estava de tênis”, que faz um breve ‘histórico” sobre o casamento.
Filho do jornalista Érico Veríssimo, acredito que Luís Fernando escreve sobre a profissão por, como todo herdeiro, ter uma segunda visão sobre o tema e seus traumas normais relacionados. Leia a crônica e depois me diz o que acha:
E o noivo estava de tênis

Por Luís Fernando Veríssimo

(…) A verdade é que, até não faz muito, o lado prático do casamento sobrepujava a paixão. Desapareceu o ogro das histórias antigas, ao qual a jovem sacrificava seus sonhos em troca da segurança, mas foi substituído pelo Bom Partido. As moças não eram mais negociadas, grosseiramente, com maridos que podiam lhes garantir o futuro, mas eram condicionadas a escolher o Bom Partido. Não era obrigação, longe disso, elas eram livres.

Na hora de namorar, namorar, tudo bem. Até com o Cascão, o coleguinha da escola. Mas na hora de casar…
—  Eu e o Cascão vamos casar.
—  Vocês dois, hein? Sempre fazendo tudo juntos. Com quem vocês vão casar?
– Ora, com quem! Um com o outro. Nós nos amamos.
– O quê?! Mas, minha filha. Vocês, vocês… Vocês são tão amigos!
– Já marcamos a data.
– Eu nem sei o nome do Cascão!
– O que importa o nome? Vamos nos casar e pronto.
– O que o Cascão faz? Como é que vocês vão viver?
– Ele está estudando.
– O quê?
– Jornalismo.
– AKHü!
A era do Bom Partido acabou quando a mulher ganhou sua independência, e isto é recente. As mulheres tinham que se sujeitar a casamentos que fossem convenientes antes de qualquer outra coisa porque dependeriam do marido para sobreviver.
Paradoxalmente, foi quando abandonou o velho estereótipo da submissão, a velha idéia romântica de ser frágil e sonhadora, que a mulher pôde realizar o ideal romântico do casamento por amor.
Hoje ela pode casar com o Cascão exclusivamente porque o ama. E até sustentá-lo depois do casamento sem que isto ameace sua sobrevivência — ou o amor.
Claro, ainda há muito que fazer até que a mulher conquiste todos os direitos a que tem direito. Mas já vai longe o tempo em que o único jeito de uma mulher avançar socialmente, ou conservar sua posição social, era com um “bom” casamento. Hoje ela casa com quem quer. E não há nada que os pais possam fazer a respeito.