Poema de agora: A poesia pode ser um grito – Pat Andrade

A poesia pode ser um grito

eu faço poesia
para gritar no meio da noite
e acordar a madrugada
para espantar o sol
e ninar os galos
nos quintais antigos

eu faço poesia
para estilhaçar o dia
para aquebrantar
cansaços embriagados
no bar do cais

eu faço poesia
para tirar sons
do aço do violino
para ecoar nas caixas
de Marabaixo

eu faço poesia
para assustar os fortes
e saltar das torres
para consolar os fracos
e entender suas dores

eu faço poesia
para tentar
viver tranquila

Pat Andrade

Escritora amapaense na ExpoFavela Innovation Brasil

A escritora Pat Andrade foi selecionada pela Curadoria da Favela Literária Nacional para participar da ExpoFavela Innovation Brasil, que acontece em São Paulo, no início do mês de dezembro deste ano.

A Expo Favela Innovation Brasil é uma feira de negócios, cujos expositores são empreendedores de varios segmentos e startups da favela de todo o Brasil. O objetivo é dar visibilidade para estas iniciativas e, assim, promover um palco para este encontro com investidores que possam acelerar estes
empreendimentos e gerar negócios, a partir das oportunidades que nascerão nos eventos.

Para Pat Andrade, essa é uma oportunidade única, uma vitrine para a literatura amapaense e uma oportunidade de ampliar os seus horizontes como escritora. “Estou feliz demais, porque dentre inúmeras obras de todo o Brasil, as minhas foram selecionadas e estarão lá também”, conclui.

Sobre a autora

Pat Andrade é escritora, artista plástica e produtora cultural. São mais de 30 anos atuando na literatura. Tem pelo menos 30 publicações artesanais, seis livros virtuais, participação em coletâneas e revistas literárias. Publicou seu primeiro livro impresso em 2021: O avesso do verso, através de edital da Lei Aldir Blanc. Em 2023, publicou O peso das borboletas.

Colaboradora do Site De Rocha! e membro do coletivo Urucum, do Sarau do Recomeço e da Associação Literária do Estado do Amapá, Pat se considera uma militante da Literatura: realiza oficinas de literatura e de livro artesanal nas comunidades, escolas e universidades; participa de eventos literários e culturais, os mais diversos, como Concertos de Verão da Confraria Tucuju, Luau da Samaúma, Sarau da Lua – MA, Arte da Palavra – Rede Sesc de Leituras, Folia Literária Internacional do Amapá, Feira de Literatura Infantil Tucuju, Festival Literário de Macapá – FLIMAC, I Feira do Livro Artesanal da Amazônia, entre outros.

Assessoria de comunicação

Poesia de agora: FOLIA – Jorge Herberth

FOLIA

Neste torrão
Tenda folia
Habitava
Amor escondido
De pedras vigilantes
Protegido

Escórias
Do império urdido
Vigiadas pelos séculos
Saque a´dor

Lá fora
Vento
Tambores
Ruabaixo
Rio acima
Onde se ouve
Odes
O n n n D a a s s S

O gemido das rochas
Banho de encantados
No quebr´amar
No amor daluacheia

No torrão dos cantares
Ecoa
Liberdade
De luas negras
Marabaixo
Negros livres
Como rio
Que corta vidas
Em travessias noturnas
Traiçoeiro
De travessuras sexuais

O rio que fecunda flores
Afogamores
Em tardes de sol à pino
De dias nus

Aquidentrofolia
Poesia
Pulsa oriomar
O sexo
A terra
Dançaroda
Dorsaudade
D´água que fugiu
Para outro continente
Onde foi chorar
Uma Fortaleza

Foto: Richard Ribeiro

De sonhos e mágoas
Amor
D´águas passadas
Lua morta
Alvejada
Porcupidestúpido
Duende forasteiro
Marroquino
Em ardenteluar

Jorge Herberth

Poema de agora: Valete de Espada – Luiz Jorge Ferreira

Valete de Espada

Tudo escuro e eu com medo do gato preto de porcelana
…temendo o assovio da Matinta Perera.
E o Merengue da Guiana Francesa, e assim mesmo eu calço com algodão uma unha encrava que me impede de dançar fazendo todos os remelexos, de Oriximiná..
E tu com um par de olhos tipo jabuticabas maduras, tens mais fome que eu agora.
Faltou luz, e eu sem celular estou exangue.
Estou fanhoso, não declamo audível, nenhuma letra inteira do Samba de Noel.
Nem cito diálogos de Romeu e Julieta…em Portunhol.
Nem narro a artimanha do vaqueiro do bumba-meu-boi…
revendendo ao dono o boi morto.
Nem o riso sensual de Gioconda olhando de longe o lustrador de móveis nú no Museu fechado.
Estou a prova de encantos… a escuridão me esconde o pranto.
Choro por luz!


Chove …lama artificial no rosto da atriz…na foto que dela fiz de um Posters no Hotel.
Eu repasso a chave da porta tanto que fica torta.
Ninguém vive em uma gaveta.
Mas nela me escondo.
Sou parte de um livro terrível, de histórias incríveis…
Chamado Pequena História de um pequeno homem que se prometeu ser feliz…mas falhou.
Agora tudo escuro…
Como achar luz.


…se a chuva precisasse de luz elétrica para chover.
Eu amarraria os punhos no fio descascado dependurado na escada.
E cairia chuva… proparoxítonas, virgulas, tremas, hifens e compassos dodecafônicos em um Bolero Latino Americano. …Perfídia ou Resposta ao Tempo…e que fariam os cães vendo brilharem meus cabelos.
Sexo…Entre eles…
Sim…
Que é muito mais simples e não dói…

Luiz Jorge Ferreira

*Do livro Defronte a Boca da Noite ficam os dias de Ontem.

Visita a Pompadour – Texto poético de Luiz Jorge Ferreira.

É verdade…de vez em quando o passado nos visita.
Eu puxo a cadeira descolorida por tantos que nela sentaram e digo fique a vontade
…sei que trás noticias minhas de Ontem coisa que esqueci ou nunca mais lembrei…tens um perfume que não me é estranho, e um cacoete de passar repetida vezes as mãos no cabelo que me lembra alguém…
baixinho cantas Vinícius e Jobim para me emocionar e consegues


Derramo o sal com que ia temperar o alimento…nos meus tormentos que se assustaram com o som que cantas.
Há tempos que não escutava essa Peça do Bach’s….uma das mais suaves…e eu dizia …Sabá…
A intimidade adquirida na amizade feita nos Cabarés Franceses quando de suas apresentações no Theatro Liceu…permitia.
Sabá…você acertou no alvo …criando Mademoselle Dubois e tocando essa peça linda….do Mozart…Pour Elise…
Vá degustar seu Absinto em paz…


Enquanto corto com minha tesoura de pontas tortas a ponta da unha encravada do dedão do pé direito, que me impede de rodopiar como gostaria… Mademoselle Ava Gardner, sorridente e extremamente decotada na Moldura dependurada no Cabaré da Senhora Shuerdapacovack.
…oferece- me chá.

Texto poético de Luiz Jorge Ferreira.

Para escritora, só não lê quem ainda não descobriu a literatura que lhe agrada

Por Douglas Lima

“Não há quem não goste de ler, mas sim quem ainda não descobriu a literatura que lhe agrada”. A provocante manifestação foi feita na manhã desta sexta-feira, na Diário FM 90,9, pela escritora amapaense Patrícia Andrade ou Paty Andrade, pouco antes da abertura oficial da Folia Literária Internacional do Amapá, no Parque do Forte.

Paty costuma dizer que a literatura a salva todos os dias. E não é pra menos! Ela, sem recursos para grandes publicações editoriais, artesanalmente já trouxe a lume 28 livros artesanais, seis virtuais e tantos outros em edições coletivas.

“Estou feliz com a Folia Literária porque ela vem no sentido de aproximar os autores, do público, com espaços formais e informais, como um palco para manifestações poéticas livres, sem programação”, observou a escritora que entre os gêneros literários não deixa de esconder a sua preferência pela poesia.

Paty Andrade também divulgou dois outros espaços na Folia Literária Internacional do Amapá: ‘Pororoca Literária’ e ‘Gengibirra Literária’. No Pororoca estão expostos, para venda, livros de autores amapaenses, mais de 40. O espaço Gengibirra serve para lançamento de obras locais. Há previsão de 15 títulos durante os três dias do evento.

Fonte: Diário do Amapá.

Poema de agora: CAMINHO DE PEDRAS – Ori Fonseca

Ilustração: Estudo para Retrato de Van Gogh III, de Francis Bacon, 1957.

CAMINHO DE PEDRAS

Um dia, depois outro, e eu estou cansado,
Cada pedra, uma topada e uma queda,
A vida, meu irmão, não se apieda
Do incauto que caminha sem cuidado.
Mesmo eu, depois de tanto passo dado,
Não conheço da vida uma vereda,
E esta me paga na mesma moeda,
Não me reconhecendo a mim, coitado!
E vou caindo e tentando me erguer,
Sabendo que sou pedra também eu
Pra tantos que a vida me ofereceu.
E enquanto espero o sol aparecer,
A esperança será a última a morrer,
Até porque ela ainda nem nasceu.

Ori Fonseca

Escritora Pat Andrade realiza oficina de livro artesanal na Escola Deusolina Salles Farias

Neste sábado, dia 21 de outubro, a escritora Pat Andrade realiza mais uma oficina de livro artesanal. O projeto desta vez vai ajudar a publicar as histórias de vida dos alunos do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Deusolina Salles Farias que, orientados pelo professor Leal Cajari, escreveram suas biografias.

São 54 alunos, ao todo; realidades diferentes, reunidas numa obra artesanal intitulada Nossa Autobiografia. Segundo o professor Leal, os alunos estão muito empolgados com a oficina: “eles leram livros autobiográficos, tiveram orientações a respeito dos estilos de textos e decidiram contar a própria história”. “A Pat é a pessoa mais indicada pra ajudar a gente a realizar a façanha de publicar um livro”, conclui Leal Cajari.

Para a escritora, realizar oficinas desse gênero é apostar no talento e incentivar a produção literária de novos autores. “Um livro é sempre uma vitória e a oficina possibilita que outras publicações possam ser viabilizadas, sem o alto custo das publicações impressas em gráficas, por exemplo”, afirma Pat.

Sobre a escritora Pat Andrade

Pat Andrade é escritora, artista plástica e produtora cultural. Tem 28 livros artesanais e seis livros virtuais publicados, além de participação em coletâneas e revistas literárias. Publicou O avesso do verso – pela Lei Aldir Blanc e O peso das borboletas. Seu trabalho mais recente é o livro artesanal Poesia para alguma coisa ou para coisa nenhuma.

Escritora Pat Andrade – Foto: arquivo pessoal da poeta

Colaboradora do Site De Rocha, membro do coletivo Urucum, do Sarau do Recomeço e do grupo Café e os Poetas, Pat Andrade leva poesia para ruas, praças e cafés; realiza oficinas comunidades, escolas e universidades e participa de eventos literários e culturais, os mais diversos.

A poesia é sua vida.

Assessoria de comunicação da poeta Pat Andrade

Poema de agora: OUTUBRO VI – Joãozinho Gomes

Poeta Joãozinho Gomes

OUTUBRO VI
 
Outra vez outubro
curva-se em meus ombros,
há brio neste mês
que me devora, – mas
não é abril – o mês
que me devora ao clarão
que vês, agora; é outubro,
e a gula é de outrora!  
– Mês que me inebria
que me abriga e me ignora
e me embriaga com orgias;
me verás orar à hora que
antecede este vinteno dia…
e te darei em sacrifício
às nereidas da Aurora,
e me darás o sacro ofício
de escrever tua liturgia
e oferendar teus benefícios
nesta ultra trajetória  
 
Joãozinho Gomes
20/10/2023

Hoje é o Dia Nacional do Poeta (meu agradecimento e homenagem aos queridos da Poesia)

Poema visual de Ronaldo Rodrigues – Ilustração Ronaldo Rony

Hoje é o Dia Nacional do Poeta. O motivo da data é que no dia 20 de Outubro de 1976, em São Paulo, ocorreu o Movimento Poético Nacional, na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia. O objetivo é incentivar a leitura, escrita e publicação de obras poéticas nacionais.

O poeta autor/trovador escreve textos do gênero que compõe uma das sete artes tradicionais, a Poesia. A inspiração, sensibilidade e criatividade deste tipo de artista retrata qualquer situação e a interpretação depende da imaginação dele próprio, assim como do leitor.

Admiro os poetas. Sejam cultos, que usam refinados recursos de linguagem ou ignorantes, que versam sem precisar de muita escolaridade. Eles movimentam o pensamento e tocam corações. Não é a toa que as pessoas têm sido tocadas pela poesia há séculos. E nem interessa se o escrito fala de sensatez ou loucura. Tanto faz. O que importa é a criatividade, a arte de imprimir emoções em textos ou declamações.

Não tenho o nobre dom de poetizar, sou plateia. Mas apesar de não existir poesia em mim, uso a tal “licença poética” para discorrer sobre meus devaneios e pontos de vista. Quem produz poesia, uma das sete Artes Tradicionais, merece reconhecimento por sua criatividade, imaginação e sensibilidade de versar sobre a vida.

Alcinéa Cavalcante e Fernando Canto, meus poetas preferidos. Foto: Flávio Cavalcante

Hoje minhas homenagens são para os poetas amapaenses (ou que versam sobre nossa terra) que são meus amigos, além de todos os poetas compositores brothers, que transformam poesia em música. Muito obrigado!

Também saúdo todos os movimentos que fazem Poesia no Amapá, realizando encontros em praças, bares e casas particulares, enfim, saraus para todos os gostos. Portanto, meus parabéns aos poetas, artistas que inventivos fascinam o público que aprecia a nobre arte.

Enfim, muito obrigado. Parabéns poetistas e poeteiros!

Elton Tavares

2° Festival Literário de Macapá reúne artistas e estudantes de escola estadual em evento de contação de histórias e poesias

Com parceria do Governo do Amapá, o 2° Festival Literário de Macapá (Flimac), que teve início na terça-feira, 17, garantiu uma programação especial para estudantes da Escola Estadual Maria de Azevedo Picanço, no bairro Brasil Novo, Zona Norte da capital. O evento trouxe uma diversidade de manifestações culturais para os alunos da escola, que acompanharam contação de histórias e poesias, além de performances de artistas amapaenses.As programações do 2º Flimac se estendem até o próximo sábado, 21.

“Estamos contemplando mais de cem artistas, são diversos espaços que estarão sendo abraçados pela literatura e pela cena cultural do nosso estado”, disse Kássia Modesto, integrante do coletivo Juremas, um dos organizadores do festival.Um dos grandes objetivos do festival, que pretende se espalhar para outros pontos da capital do estado, é incentivar a prática da leitura de maneira lúdica.

João Paulo Silva, acadêmico de Letras, participante do projeto Residência Pedagógica da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), acredita que a presença de projetos como o dele e o Flimac, em escolas públicas, podem incentivar o conhecimento.

“Fazemos aqui um trabalho de auxílio dos estudantes com dificuldades em leitura e escrita, e a gente se deparar com uma iniciativa como essa é muito enriquecedor, pois complementa o nosso trabalho e faz com que os alunos tenham um contato direto com pessoas que exercem a literatura, e que muitas vezes a gente só mostra na sala de aula”, explicou o acadêmico.

Para os alunos, foi uma maneira de sair da rotina das salas de aula e poder aprender em outros contextos. Como é o exemplo de Rafael Henrique, do 1° ano do Ensino Médio, que além de se divertir com as contações de história de Rute Xavier, uma das artistas que se apresentou na Flimac, também foi presenteado com um livro da escritora, durante a dinâmica da programação.

“Fiquei muito feliz de ganhar o livro, ter acesso a esse festival é muito importante, porque traz toda a questão do folclore e é muito legal a gente conhecer mais da nossa cultura”, disse o jovem que levou para casa a história: “O Saci que não tinha uma perna só”.

Outro intuito do Flimac deste ano é apresentar o trabalho de autores locais para o público, estimulando a produção literária, cultural, intelectual e editorial do Amapá, de forma gratuita.

Ao todo foram sete atrações que chamaram atenção dos estudantes. Como o caso do artista performático Nau Vegar, que considera o evento uma maneira de divulgar não apenas a si, mas como também a sua modalidade artística.

“A performance ainda não é uma linguagem tão conhecida, então permitir os alunos terem esse contato, que muitas vezes pode ser o primeiro, é importante para eles entenderem de uma outra forma o sentido da arte”, disse Nau Vegar.

Texto: Luan Rodrigues
Foto: Aog Rocha/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

‘Um momento que nos puxa para arte’, diz autora que voltou a escrever para o 2° Festival Literário de Macapá

Com parceria do Governo do Estado e uma programação diversificada, iniciou nesta terça-feira, 17, o 2º Festival Literário de Macapá (Flimac). O evento foi aberto oficialmente, com intervenções poéticas, na inauguração da “Bibliogarden”, biblioteca comunitária do Amapá Garden Shopping, na Zona Sul de Macapá.

Celebrando a poesia e a literatura genuína do Amapá, a Flimac apresentou em sua primeira noite a performance de Lia Borralho, após dois anos de inatividade. A autora e professora apresentou o texto de sua autoria, “Amapá, teu Marco Zero vou cantar”, um dos 30 selecionados para concorrer ao prêmio Flimac de Poesia de 2023.

“Eu agradeço muito por esse espaço, por estar retornando dentro do Flimac, que abriu as portas para mim, é um momento de muita gratidão, por iniciativas como essa que nos puxam de volta para arte e nos aproximam dos nossos colegas novamente”, reforça a autora.

O evento é uma realização da Associação Artística Cultural Ói Nóiz Akí, Coletivo Juremas com apoio da CSA Equatorial. O Governo do Amapá é parceiro oficial junto com o senador Randolfe Rodrigues, que destinou R$ 180 mil de emenda parlamentar para realização do festival.

A secretária de Estado da Cultura, Clicia Vieira Di Miceli, ressaltou a importância de manter a atividade cultural em movimento, possibilitando o fortalecimento de espaços, e criando novos, como do Garden, para aumentar o acesso à literatura.

“Saímos de uma Expofeira que levou a poesia e a literatura para os palcos, viemos agora para a continuidade das nossas parcerias e já pensamos na nossa próxima atividade que será o Folia Literária Internacional do Amapá, ou seja, estamos realizando uma política pública continuada de fomento do setor, esse é o nosso objetivo, queremos somar com a sociedade civil organizada e debater sempre para que essas iniciativas continuem gerando efeitos, obras e estimulando novas produções”, reforçou a secretária.

A programação do 2º Festival Literário de Macapá, segue até o próximo sábado, 21, na capital, com saraus, rodas de conversa, vendas de livros, performances poéticas e pedal literário.

Prêmio Flimac de Poesia

Para celebrar novas produções, o Prêmio Flimac de Poesia trouxe os autores dos textos selecionados para a abertura. A programação deste ano traz o tema “Literatura e Amazônia: Territórios e Saberes”.

Nomes como da estudante e autora, Nara Ferreira, de 31 anos, puderam estar perto de autores e falar um pouco do trabalho inicial que estão desenvolvendo. O poema dela, “Amapá 80 Anos de encantos e águas”, concorre nesta quarta-feira, 18, em cerimônia que acontecerá no Sesc Araxá, a partir das 18h.

“Eu fiquei animada de ver meu poema selecionado e de estar aqui hoje como convidada neste espaço, a última vez que participei de algo assim foi na escola e agora tomei coragem e voltei a escrever, tem sido maravilhoso e inspirador”, conta.

Texto: Rafaela Bittencourt
Foto: Jorge Junior/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Poesia de agora: Salvem a Palestina – Belo poema triste de Pat Andrade

Uma criança palestina ferida é vista após ataques aéreos israelenses no campo de refugiados de al-Shati, na Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023 – Foto: Ali Jadallah/Agência Anadolu

Salvem a Palestina

suas mãos pequeninas
não alcançam gestos
suas pálpebras se fecham
sem ver outros olhares
seu grito é estilhaçado
sem nenhuma piedade

o menino jesus agoniza
tudo é sede fome dor
sem socorro sem saída

os olhos da menina
são só escombro e pó
por favor, salvem a Palestina

Pat Andrade

 

II Festival Literário de Macapá (Flimac) inicia nesta terça-feira (17)

Entre os dias 17 e 21 de outubro a capital amapaense vai respirar literatura e cultura durante a segunda edição do Festival Literário de Macapá (FLIMAC). Com o tema “Literatura e Amazônia: Territórios e saberes”, a programação envolve mesas de diálogo, saraus, exposições, autógrafos e vendas de livros, intervenções artísticas, circo e mostra audiovisual. Durante as programações também será realizada a entrega do Prêmio FLIMAC de Poesia.

Programação:

A programação do primeiro dia de festival inicia às 14h com o “Sarau FLIMAC”, na E.E. Maria Cavalcante, e a noite as atividades serão realizadas no espaço Bibliogarden, no Amapá Garden Shopping, com inauguração do espaço de leitura, exposições e mesa de diálogo. Durante os cinco dias, mais de 100 artistas estarão realizando atividades em diversos espaços de Macapá, como o Sesc, cinema Movieland, Mercado Central e escolas públicas da capital. A expectativa é que a segunda edição do festival tenha participação de 2 mil pessoas.

O encerramento do II FLIMAC conta com a participação do grupo Pedal Sem Destino. Cerca de 100 ciclistas vão realizar o percurso do “Pedal Literário FLIMAC”, tendo como ponto de partida o Monumento Marco Zero. No Mercado Central, o pedal se junta aos artistas para encerrar o festival com muitas músicas, performances, histórias e poesias.

Realizado pelo Coletivo Juremas e a Ói Nóiz Aki, o festival tem o objetivo de celebrar a literatura e a arte, reunindo talentos locais para compartilhar obras e expressões artísticas, e assim estimular a produção artística, literária, cultural, intelectual e editorial do Estado do Amapá de forma gratuita. Este ano o festival conta com o patrocínio do Senador Randolfe Rodrigues, do Governo do Estado Amapá, da CEA Grupo Equatorial Energia e apoio da Prefeitura de Macapá, do Amapá Garden Shopping, Sesc e do grupo Pedal Sem Destino.

Durante os dias de programação, o debate será em torno do fortalecimento de um espaço para as artes e literatura na capital amapaense. A programação na íntegra, atrações confirmadas e outras informações sobre o FLIMAC estão disponíveis nas redes sociais do Coletivo Juremas: @coletivojuremas_oficial.

Confira a programa na íntegra:

17 de outubro terça-feira
TARDE SARAU FLIMAC NA E. E. MARIA CAVALCANTE AZEVEDO PICANÇO
14:00
Apresentação: Kássia Modesto
“Variações do Infinito” com Carla Nobre
Histórias com Angelita
Histórias com Cia Uirapuru
Histórias com Rute Xavier
Poesia com Natanael dObaluae e Osvaldo Simões
Música com Ládio Gomes e Renato Gemaque
“Deixe-me ouvir seu coração” com Nau Vegar
“Desconcerto de Bobagens” com Cia Trecos In Mundos

NOITE
FLIMAC NA BIBLIOGARDEN
Música ambiente: Dj Camila Nobre
19:00 Inauguração da Bibliogarden
Apresentação das diretrizes da ocupação cultural do Espaço Garden de leitura
Conselheiro de cultura Pedro Stlks, Poeta Carla Nobre e Perla de Araújo Moreira

19:30 Abertura de Exposições
“Eco Amapá” por Raih Amorim
“Quem somos? Onde estamos? E pra onde vamos?” por Marcela
Jeanjacque, etnia Galibi Kali’na
“Pele de Rio” por Alex Tavares
“Fluxo, nas marés do Bailique” por Neth Brazão
“Lente Norte” por Eudes Vinícius

20:10 Mesa de diálogo
O processo criativo
Des terra, de Gabriel Yared
Minha essência (poemas)Ana Cristina Tracaioly
Salva-vidas, de Thiago Soeiro
Variações do infinito, de Carla Nobre

20:40 Mesa de diálogo
Os desafios de escrever no século XXI
Mediador: Bruno Muniz
Ana Anspach, Kawan Pinheiro, JoJo Dieira, Gabriel Guimarães e Márcio Barros

18 de outubro quarta-feira
TARDE SARAU FLIMAC NA E. E. CECÍLIA PINTO
14:00
Fala do Conselheiro de cultura Pedro Stlks
Poesia com Sheyzy Brazão e Thiago Soeiro
Circo Contra-Tédio com Cia.Viajarte
Circo “Desconcerto de Bobagens com Cia Trecos In Mundos
Música com Nelis Leão
Música com Ládio Gomes e Renato Gemaque
Performance “Minha cor é vermelha – [ou]vimos os povos da floresta” com Mapige Gemaque
Experimento Cênico Memória Curandeira com o Grupo de Teatro Experimental Andirobas (Composto por Jéssica Thaís, Daniela Aires e Juliane Pantaleão)

TARDE E NOITE – FLIMAC NO SESC/AP –FLIMAC NO SESC
16:00 Autógrafos e vendas de livro
Autor: Ravison Dilam
Obras: Linhas da vida

Elielson Júnior
A Anfitriã – Editora Garcia – 2021

Lulih Rojanski
Feras Soltas, Editora Patuá, 2023
Gatos Pingados, Escrituras Editora, 2018

Cláudia Flor d`Maria, Amanda Simpatia, Eva Potiguara, Lucia Tucuju, Nôra Pimentel e Vanessa Guarani – Coletivo Nacional de letras indígenas
Coletânea: Contos indígenas de Pindorama, 2023.

16:15 as 17:30 – Academia Amapaense de Letras no FLIMAC
Mediação: Andreia Lopes
Intervenção poética “Canto, aos olhos meus” com Hayam Chandra

1 Benedito Rostan Costa Martins – Classificações da literatura amapaense
2 Fernando Canto – A importância da AAL na cultura amapaense
3 Fernando Rodrigues dos Santos – História amapaense e cultura
4 Francisco Osvaldo Simões Filho – Contribuição dos escritores migrantes no Amapá
5 José Queiroz Pastana – A importância da biblioteca pública para a cultura amapaense
6 Manuel Azevedo de Souza – Literatura amapaense
7 Paulo Tarso Silva Barros – Literatos amapaenses
8 Piedade Lino Videira – Literatos negros no Amapá
9 Jadson Porto Repensares sobre o Amapá: Ensaios de aprendizados de usos do seu Território
10 Jacson Corrêa Da Silva – Literatura e Educação

Arquivos da Terra com Cláudia Flor D’Maria
18:00 – Feras, línguas e amores
Mediação: Poeta Claudia Flor D’Maria
Escritores Márcio Barros, Mira Neves, Osvaldo Simões, Lulih Rojanski, Mathias de Alencar e Leacide Moura

Fragmentos com Talita Espósito

20:00 Cerimônia do Prêmio FLIMAC de literatura
Poesia com Aroldo Pedrosa e Graça Sena
Recital Penélope Moderna com Mary Paes
Entrega da premiação

19 de outubro quinta-feira
TARDE – FLIMAC NO MOVIELAND/
14:00 Abertura da Mostra de CinemaAmazônico
Carla Nobre – Coordenadora da FLIMAC
Nani Freire – Maia Filmes
Otto Ramos – Articulação – Escritório Estadual do MinC/AP Amapá

Mostra de Cinema Amazônico
14:10
Filme “Os Galibi-Marworno”
Direção: Takumã Kuikuro e Davi Marworno
Tempo: 20:53 Classificação: Livre
Realização: Coletivo Galibi-Marworno de Audiovisual e Projeto de Valorização das Línguas Crioulas do Norte do Amapá.

14:35
Filme “Os Karipuna do Uaça”
Direção: Takumã Kuikuro e Davi Marworno
Tempo: 21:10 Classificação: Livre
Realização: Coletivo Karipuna de Audiovisual e Projeto de Valorização das Línguas Crioulas do Norte do Amapá.

15:00
Filme “Mazagão – Porta do Mar”
Direção: Gavin Andrews e Cassandra Oliveira
Tempo: 52:03 Classificação: Livre
Roda de conversa com o diretor Davi Marworno.

16:30
Curtas do Projeto IBITU PORÃ
Idealização: Coletivo Juremas com Direção Geral de Andreia Lopes
Edição e Direção de Artes: Nathanael Zahlouth
Tempo: 15 minutos/ Classificação: Livre/ Realização: Produtora Oi Noiz Aki
Filme “Encantes – Histórias de Laranjal do Maracá”
Direção: Cassandra Oliveira
Tempo: 20:13 Classificação: Livre
17h
Curta-poético AVIVAR – todas as formas pra sentir
Idealização: Natanael dObaluae
Direção Geral: Natanael dObaluae
Edição e Direção de Artes: Eudes Vinicius
Tempo: 11 minutos/ Classificação: Livre
Realização: Independente
Apoio: Acessa Cult, Baluarte Cultural e House Estúdio

Curta “Significância” reflexões poético-filosóficas sobre o que nos contém e o que em nós está contido.
Roteiro e Direção de Inácio Sena.
Tempo: 10:00 / Classificação Livre

19h
Lançamento do filme “Tempo de Chuva”
Direção: Nani Freire
Tempo: 37:17 – Maia Filmes
Classificação: Livre
Roda de Conversa com a diretora Nani Freire, Dona Glória, Arielson Pantoja e Antonino Corrêa (participantes do filme “Tempo de Chuva”).

20h
Curta: Vozes Negras
Idealização: Arte da Pleta
Direção Geral de Andreia Lopes
Edição e Direção de Artes: Nathanael Zahlouth
Tempo: 15 minutos/ Classificação: Livre/ Realização: Gira Mundo

Minidocumentário: Minha Vida na Amazônia
Produzido pela Produtora Cultural e Agência de Comunicação Amapá nas Entrelinhas
Tempo: 17:21

NOITE – FLIMAC NO QUINTAL ENCANTADO
19:00 Música e poesia
Ládio Gomes e Renato Gemaque
“A trilha do mar” com Ana Anaspach
Cia Uirapuru
Bell Brandão

20:00 Mesa “O papel docente na formação do leitor”
Mediação: Ivaneli Guimarães
Maria Rojanski, Carla Nobre e Alda Sirleni

20 de outubro sexta-feira
NOITE – FLIMAC NA BIBLIOGARDEN
Música ambiente: Dj Camila Nobre

18:00 Mesa da Antologia Mulheres Livres Senhoras de Si

Mediadoras: Amanda Barreiros e Leacide Moura (Organizadoras da Antologia)

Autoras presentes:
Anita Garibaldi
Iramel Lima
Kátia Cardoso
Mira Neves
Li Quintela
Sandra Cardoso

19:00 Mostra de Cinema Amazônico
Curta “Quem me benze” de Bárbara Primavera
Direção artística: Andreia Lopes
Direção de imagem: Hayam Chandra
Edição e Direção de Artes: Nathanael Zahlouth
Tempo: 10:18 Classificação: Livre
Realização: Produtora Oi Noiz Aki

Curta “Capitão Açaí – A origem do nosso herói” inspirado na obra de Ronaldo Rony
Direção de Marcelo Nobre/ Tempo: 05:00 Classificação: Livre

19:30 Mesa de diálogo: Cinema, literatura e fotografia
Manoel do Vale, Raih Amorim, Marcelo Nobre, Ronaldo Rony, Nathanael Zahlouth e Bárbara Primavera

20:00 Música na Praça da alimentação
“Dos Encontros” com Anthony Barbosa, Kássia Modesto e Cami Ante
A Barca do Iraguany

21 de outubro sábado
TARDE – PEDAL LITERÁRIO NO FLIMAC

16:00 Saída do MARCO ZERO DO EQUADOR e CHEGADA NO MERCADO CENTRAL
Pedal Literário FLIMAC
Coordenação: Raih Amorim e Pedro Henrique
Animação: Bereco (Juba Blada) e Pato Kannar
Grupo: Pedal sem destino
Sorteio de livros e outros brindes para o Grupo do Pedal

TARDE – FLIMAC NO MERCADO CENTRAL
16:00 MERCADO CENTRAL
Apresentação: Thiago Soeiro e Hayam Chandra
Pintura de rosto com Naldo Tatoo e Rosa Rente

Histórias com
Palhaços Sukita (Kássia Modesto)
Tia Eli
Lu de Oliveira
“1,2,3 conte outra vez” com Eugenia Mesquita
“Desconcerto de Bobagens” com Cia Trecos In Mundos

Poesias com
Negra Aurea
“Entre a flor e a navalha” com Pat Andrade
Enpretiadu

Chegada do Pedal Literário FLIMAC

Ládio Gomes e Renato Gemaque
Banda Km9
Sabrina Zahara

Serviço:

Festival Literário de Macapá – FLIMAC
Marketing e Comunicação: Produtora Cultural e Agência de Comunicação Amapá nas Entrelinhas – Mayra Carvalho: (96) 98143-6526
Instagram: @coletivojuremas_oficial