A morte de Brian Epstein foi o começo do fim dos Beatles


No dia 27 de agosto de 1967, aos 32 anos, morreu Brian Epstein . Seu corpo foi encontrado em seu quarto por pessoas próximas que estranharam o fato de Brian não atender ao telefone. Aparentemente o empresário dos Beatles sofreu uma overdose acidental após ingerir estimulantes e bebida alcoólica. 

Peter Brown comunicou aos Beatles por telefone enquanto o grupo estava em Bangor. Os quatro prontamente retornam a Londres. Era o começo do fim dos Beatles, morria o quinto Beatle, segundo Paul McCartney.

Brian Epstein nasceu no dia 19 de setembro de 1934. Começou a carreira como gerente do departamento de loja de discos. Era chamado de o “quinto Beatle” tal sua importância para a criação da lenda em torno dos Fab fuor.


O primeiro encontro com os Beatles aconteceu em 1961, segundo Brian, um cliente chamado Raymond Jones foi até a News um compacto com a música “My Bonnie” gravada pelos Beatles e Tony Sheirdan quando o grupo estava fazendo algumas apresentações em Hamburgo. Brian como não conhecia a banda e ficou sabendo que eles tocavam regularmente num lugar não muito distante de sua loja resolveu vê-los. 

Foi assim que no dia 6 de setembro de 1961, Brian viu os Beatles tocando no Caver Club pela primeira vez. Sua chegada ao Cavern Club foi anunciada nos altos falantes da casa, Brian foi tratado como vip. 

Ele disse mais tarde:”fiquei impressionado de maneira imediata pela música deles, ritmo e sentido de humor sobre o palco. E inclusive, quando os conheci mais tarde, fiquei impressionado pelo carisma pessoal dos rapazes. E foi nesse mesmo instante que tudo começou“…No dia 10 de dezembro do mesmo ano, Brian propôs empresariar os Beatles.


70 anos de Caetano Veloso


O cantor, compositor músico, produtor, arranjador, escritor e poeta brasileiro Caetano Veloso (nascido Caetano Emanuel Viana Teles Veloso, em Santo Amaro da Purificação (BA), no dia 7 de agosto de 1942) completa hoje (7), 70 anos de idade. 

Ele é um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 60 e em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos disponíveis e canções em trilhas sonoras de filmes como Hable con Ella de Pedro Almodovar e Frida de Julie Taymor. 

Ao longo de sua carreira, também se converteu numa das personalidades mais polêmicas e com maior força de opinião nacional. É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira, considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Dylan, Bob Marley e Lennon/McCartney.
O meu amigo, também músico, Adriano Joacy sintetizou muito bem o que Caetano Veloso representa: 

Caminhando contra o tempo, sem lenço e sem documento..” Caetano faz 70 anos e mais de 40 em atividade. E a gente continua querendo saber o que ele anda fazendo, o que ele ta compondo, o que ele ta dizendo, e o que ele ta pensando. É uma verdadeira referência da cultura brasileira. Uma voz afinadíssima, ótimo compositor, ótimo interprete, ou seja, um artista completo. Hoje o Brasil agradece Caetano por ter popularizado nós mesmos para nós mesmos. Parabéns!”, avaliou Adriano Joacy

Meu comentário: muitos que conheço não gostam (até aí tudo bem) de Caetano. Ainda a os que não reconhecem a sua importância, destes eu discordo, pois sua trajetória derruba qualquer argumento negativo sobre sua história e seu valor para a música. Enfim, longa vida a Caetano Veloso. 

Elton Tavares

Fonte: Wikipédia

Ana Cristina César, a Ana C.


Tenho uma folha branca / e limpa à minha espera: / mudo convite / tenho uma cama branca / e limpa à minha espera: / mudo convite / tenho uma vida branca / e limpa à minha espera”

Trajando sandálias chinesas, cabelo punk, carregando um diploma de mestrado em arte e um livro editado em Londres, Ana Cristina César chegou ao Brasil em plena década de 70, para marcar definitivamente a história da poesia contemporânea nacional. Ana C., como gostava de assinar, distinguiu-se por sua voz despudoradamente feminina e por ter criado uma obra poética nova, resultante de uma mistura de ficção e confissão.

Nascida no dia 2 de junho de 1952, no Rio de Janeiro, criou-se entre Niterói, Copacabana e os jardins do colégio Bennet. Aos sete anos, publicou seus primeiros poemas no jornal Tribuna da Imprensa. Em 1968, passou um ano em Londres e realizou muitas viagens pelo mundo. Voltou para o Brasil transformada e formou-se em Literatura na PUC-RJ, onde mais tarde deu aulas.

Para sobreviver, fez muitas traduções, escreveu para revistas e jornais alternativos – que seriam o berço dos melhores jornalistas e ilustradores de hoje – e lançou seus livros por editoras independentes. “O Beijo”, um desses jornais alternativos, foi reconhecido em sua época como um dos mais interessantes veículos da contracultura carioca, da década de 70.


Em 1978, após finalizar um Mestrado de Comunicação na UERJ, foi mais vez para Londres, onde obteve, com distinção, o título de Master of Arts em teoria e prática literária. Ao retornar ao Brasil, fixou residência no Baixo Gávea e começou a trabalhar com jornalismo e televisão. Em novembro de 1982, pela primeira vez, ela publicou seus versos por uma grande editora: “A Teus Pés”, editado pela Brasiliense.

O livro reunia seus escritos que já eram conhecidos através de jornais (como a Folha de São Paulo), revistas e livros de tiragem limitada. O lançamento de “A Teus Pés” foi saudado pela crítica, que começou a ver Ana C. como um dos mais promissores talentos poéticos da poesia marginal carioca da geração de 70, o que as pessoas que a conheciam já sabiam.


No texto seguinte, a poeta nos ensina sobre si mesma e sobre a sua arte: “Era noite e uma luva de angústia me afagava o pescoço. Composições escolares rodopiavam, todas as que eu lera e escrevera e ainda uma multidão herdada de mamãe. Era noite e uma luva de angústia… Era inverno e a mulher sozinha… Escureciam as esquinas e o vento uivando… Saí com júbilo escolar nas pernas, frases bem compostas de pornografia pura, meninas de saiote que zumbiam nas escadas íngremes. Galguei a ladeira com caretas, antecipando o frio e os sons eróticos povoando a sala esfumaçada”.

Com todo esse sentimento, a poeta criou “Samba-canção”, uma de suas mais belas poesias sobre o ser feminino contemporâneo: “Tantos poemas que perdi. Tantos que ouvi, de graça, pelo telefone – taí, eu fiz tudo pra você gostar, fui mulher vulgar, meia-bruxa, meia-fera, risinho modernista arranhando na garganta, malandra, bicha, bem viada, vândala, talvez maquiavélica, e um dia emburrei-me, vali-me de mesuras (era comércio, avara, embora um pouco burra, porque inteligente me punha logo rubra, ou ao contrário, cara pálida que desconhece o próprio cor-de-rosa, e tantas fiz, talvez querendo a glória, a outra cena à luz de spots, talvez apenas teu carinho, mas tantas, tantas fiz...”

Ana Cristina César demitiu o verso e a própria vida numa tarde de sábado, dia 29 de outubro de 1983. Tinha 31 anos quando se suicidou, se jogando pela janela de seu apartamento. Quarenta minutos antes de sua morte, Ana C. conversou pelo telefone com o poeta Armando Freitas Filho. O poeta, logo depois que recebeu a notícia da morte, soube que havia uma carta destinada a ele. Nela, havia brincadeiras, digressões sobre a poesia e a vida, histórias de namoros falidos ou mal começados, comentários ácidos sobre tudo e todos em uma só trama, que fez com que Armando Freitas Filho a definisse da seguinte maneira: “Ana Cristina foi uma ventania em câmara lenta que passou na minha vida”.

Ana C. foi a própria encarnação da modernidade. Soube ser feminina sem ser feminista, sem estar ideologicamente presa a nada. Talvez por isso, tenha morrido cedo, fazendo sobre nossa terra uma passagem permanente. O lugar que ocupa como poeta é na linha do horizonte – virtual e veloz. Seu verso, que pertenceu à vertente cultivada da geração que apareceu em 70, é, hoje, a pedra fundamental de toda a poesia que se quer nova.

Depois de sua morte, Heloísa Buarque de Holanda e Armando Freitas Filho se encarregaram de editar a correspondência da poetisa. Nessa obra, mais do que um mero relato das experiências vividas pela artista, é possível reconhecermos o seu desejo de superar o circunstancial por meio do artifício literário. Intitulado “Correspondência Incompleta”, é composto pelas cartas da jovem poeta carioca endereçadas às suas professoras Clara Alvim, Heloisa Buarque de Hollanda, Cecilia Londres e à amiga Ana Candida Perez, entre 1976 e 1980.

A maneira apaixonada como relevava a sua vida às amigas, rouba a cena nestas correspondências. É uma obra maravilhosa, onde é possível perceber a personalidade de uma das mais sensíveis escritoras da literatura contemporânea. Ana C. transformou a mulher em texto, o corpo feminino em prosa e a vida em arte. Em suas palavras: “A ponto de partir, já sei que nossos olhos sorriam para sempre na distância. Parece pouco? Chão de sal grosso, e ouro que se racha. A ponto de partir, já sei que nossos olhos sorriem na distância. Lentes escuríssimas sob os pilotis.

Após sua morte, a reunião de seus escritos inéditos deu origem a três obras, organizadas por Armando Freitas Filho: “Inéditos e dispersos” (prosa e poesia), de 1985, “Escritos da Inglaterra” (ensaios e textos sobre a tradução e literatura), de 1988, e “Escritos no Rio” (artigos, textos acadêmicos e depoimentos), de 1993.

Mário Prata disse que “as pessoas não ficavam amigas de Ana. As pessoas simplesmente se apaixonavam por ela”. E Armando Freitas Filho: “Ana Cristina encarava a modernidade. Talvez por isso tenha morrido cedo – pura passagem permanente – muitas asas e um desdém pelo que poderia ser raiz. O lugar que ocupa é linha do horizonte – virtual e veloz.

Seu verso, que pertence à vertente cultivada da geração que apareceu em 70, é, hoje, pedra de toque para toda poesia que se quer nova; com seus motivos e matizes estilizados que se deixam acompanhar, ao fundo, por uma brusca e inusitada melodia que parece ter sido feita pela mistura de cristais, heavy metal e tafetá.

A obra é breve, um cinema essencial, e depressa. Morria de sede no meio de tanta seda. Nunca nos esquecemos de sua paixão acesa e seca. O que mais queima: a pedra de gelo ou o ferro em brasa? Vulcão de neve. Ela não foi – ela fica – como uma fera.

Texto: Marina Várzea, escritora e jornalista.

Primeira descrição da Pororoca


1745 – O naturalista francês Charles Maria de La Condamine foi o primeiro europeu a descrever o fenômeno da pororoca no rio Araguari.

Entre Macapá e o cabo do Norte, no local onde o grande canal do rio se encontra mais apertado pelas ilhas, e, sobretudo em frente à grande foz do Araguary, que entra no Amazonas pelo norte, o fluxo do mar oferece um fenômeno singular. Durante os três dias mais próximos das cheias e das luas novas, tempo das marés mais altas, o mar, em vez de levar, cerca de seis horas para subir, chega à sua altura máxima em um ou dois minutos: pode-se bem imaginar que isso não possa ocorrer tranquilamente. Ouve-se a uma ou duas léguas de distância um ruído assustador, que anuncia a pororoca. É o nome que os índios desses cantões dão a essa terrível vaga.

Na medida em que nos aproximamos o ruído aumenta, e logo se vê um promontório de água de 12 a 15 pés de altura, depois um terceiro e por vezes um quarto, a intervalos breves, e que ocupam toda a largura do canal. Essa onda avança com rapidez prodigiosa e, ao passar, destroça e arrasa tudo o que lhe resiste. Vi em alguns lugares um grande terreno arrastado pela pororoca, enormes arvores arrancadas, devastações de toda espécie.

Por toda parte onde passa, a margem fica limpa como se tivesse sido varrido com cuidado. Os botes, pirogas, e até as barcas não tem outro meio de se prevenir contra o furor dessa barre (é o nome francês que lhe dão em Cayenna) senão fundear um local onde haja muita profundidade.

Não entrarei aqui em maiores detalhes sobre o fato, nem em sua explicação. Só indicarei suas causas, dizendo que, após tê-lo examinado com atenção em diversos locais, observei sempre que aquilo só acontecia quando a onda que subia e entrava num canal estreito encontrava em seu caminho um banco de areia ou pouca profundidade, que constituíam obstáculos; era ali e não alhures que começava o movimento impetuoso e irregular das águas que cessava um pouco além do banco quando o canal se tornava de novo profundo ou se alargava consideravelmente. 

La Condamine – Viagem ao Amazonas, 1735-1745, SP, Edusp/Editora Nova Fronteira, 1992, Pag. 113.

Há 12 anos, morreu Moreira da Silva


Há 12 anos, morreu um dos grandes malandros do Brasil, o sambista Moreira a Silva. O criador do Samba de Breque faleceu no Rio de Janeiro, aos 9 anos, em 06 de junho de 2.000. 

Antônio Moreira da Silva nasceu no dia internacional da mentira: 1º de abril. Por profissão, concluía, teria de fazer graça. Rir do mundo. Ou, contando melhor: Moreira da Silva nasceu, na verdade, num dia 15 de junho. Depois, mudou a data para 1º de abril, piada sua que virou verdade. 

Filho mais velho de Bernardino de Sousa Paranhos, trombonista da Polícia Militar e de dona Pauladina de Assis Moreira.Carioca da Tijuca, criado no Morro do Salgueiro, só iniciou os estudos aos nove anos, mas abandonou a escola aos onze anos, quando o pai faleceu. Foi empregado de fábricas, tecelagens e chofer de praça e de ambulância.

Considerado o criador do samba-de-breque, Moreira da Silva iniciou sua carreira em 1931, com Ererê e Rei da Umbanda. Em 1992, foi tema do enredo da escola de samba Unidos de Manguinhos. Em 1995 gravou “Os 3 Malandros In Concert” com Dicró e Bezerra da Silva, aos 93 anos de idade.

Em 1996, foi tema do livro Moreira da Silva – O Último dos Malandros. Com 98 anos de idade, ainda se apresentava em shows. Participou do histórico disco de Chico Buarque de Holanda, a “Ópera do Malandro” de 1979, fazendo dueto com o próprio Chico.

Andava sempre com a indumentária de malandro, personagem mítico de um Rio de Janeiro que já não existe há meio século mas que ele ajudou a consolidar: terno de linho (obrigatoriamente S-120, o melhor) branco, camisa colorida, eventual gravata escura, lenço saindo do bolsinho superior do paletó, lado do coração, chapéu panamá, com faixa escura, de cetim, sapatos brancos, eventualmente bicolores.

Transformava-se. Fazia valer aquilo da identidade secreta que os quadrinhos exploram: ao vestir o uniforme do malandro, virava ­ breque ­ Kid Morengueira, pronto para defender as mocinhas e desacatar os rufiões. 

Apesar da fama de malandro, Moreira trabalhou desde cedo. Perdeu o pai aos 13 anos e parou de estudar para ajudar no sustento da família. Estava aposentado do serviço público desde 1959 e orgulhava-se de não ter faltado ao trabalho nem um dia por causa da boemia, mesmo se dividindo entre programas de rádio e shows nos anos 40 e 50. O fato é que Moreira da Silva sempre teve emprego fixo. Não confiava na música para sobreviver.

Em 1995, gravou um disco engraçadíssimo, com Dicró e Bezerra da Silva: “Os Três Malandros in Concert”, uma gozação com os três tenores ­ Pavarotti, Domingo e Carreras. 

Opiniões de Moreira da Silva:

Nem aço nem pau de fogo. Arma branca só gilete, para fazer a barba. Arma de malandro é a saliva, o papo, a baba do quiabo.”
(“Veja”)

Esse negócio de pagode só vale o balanço. As letras são muito fracas, é só essa conversa mole de cama, parece prostituição.
(“Folha de S. Paulo”)

Acho que vou cantar até fazer a minha passagem. Só no além é que se descansa. Mas não é nada disso, minha gente, eu estou de habeas corpus preventivo contra o Zé Maria (morte) até o ano 2000, gastando óleo 60, porque comigo não tem fit nem nick, because I am wich, but not sick. Minha pressão é 12 por 7 e meu colesterol, more or less.”
(“Última Hora”)

Tiradentes: a criação do herói nacional

Por: Márcio Ezequiel – mestre em História/UFRGS e analista-tributário da Receita Federal

21 de abril, Tiradentes, feriado nacional. A Inconfidência Mineira (1788-1792) foi um conflito motivado pela tributação excessiva. A Coroa Portuguesa recolhia o quinto do ouro, ou seja, 20% de todo metal precioso apanhado no Brasil. Contra tal prática levantaram-se os mineiros (de profissão e gentílicos). Joaquim José da Silva Xavier, contudo, foi o mártir do episódio. Por quê? Foi escolhido para isso. Para servir de exemplo.

Dentre vários condenados, foi o único que não foi perdoado. Não era líder e nem mentor intelectual da insurreição. Apenas um oficial de baixo escalão – alferes – que por não gozar do prestígio dos demais insurgentes, não conseguiu se safar da pena máxima. Como dentista também não era uma sumidade. A alcunha pejorativa ainda nos causa arrepios. Apesar de sua memória começar a ser trabalhada ainda em meados do século XIX, foi alçado à condição de herói pelos pensadores da República Velha. Não por coincidência o feriado foi decretado em 1890. O primeiro “21 de abril” foi republicano.

A partir de então ganhou força o culto cívico a Tiradentes, passando a ser retratado com feições de Cristo, com direito a cabelo comprido, auréola e crucifixo à mão. Nenhuma das imagens que conhecemos foi imortalizada por artista que o tivesse encontrado em vida. Representaria um povo sofrido e injustiçado desde o período colonial, passando pelo Império. Morrera como vítima, de forma humilhante a mando da rainha Maria I, (mais tarde, “a Louca”), avó e bisavó dos dons Pedros. Na composição do mito, houve espaço também para o novo Judas – Joaquim Silvério dos Reis.

Se a Inconfidência teve motivação tributária, sua delação e desfecho também o tiveram. Silvério dos Reis, que sequer fora o único traidor, era contratador de tributos, uma espécie de cobrador terceirizado pela Coroa. Estes acabavam sendo os maiores sonegadores. Com avultada dívida e buscando o perdão foi que entregou o movimento. Dez dias depois estava anistiado. Teve que se retirar de Minas Gerais, tamanha comoção popular em torno do réu executado. No Rio de Janeiro, tampouco teve paz. Mudou de nome e foi para o Maranhão, onde morreu em 1818 sem saber que o alferes traído viraria o herói nacional.


Exposição “Antônio Munhoz em Memórias e Nunaces”


Hoje (20), a Galeria Antônio Munhoz Lopes do SESC/AP apresentará ao público a Exposição “Antônio Munhoz em Memórias e Nunaces” que busca apresentar à sociedade amapaense um pouco da trajetória do ilustre educador e incentivador da cultura universal no Amapá.

A abertura contará também com o lançamento do documentário “Antônio Munhoz em Memórias e Nuances” realizado pelo MIS/AP sobre a exposição e a vida de Munhoz.
Serviço: 
Exposição “Antônio Munhoz em Memórias e Nunaces”
Local: Galeria Antônio Munhoz
Horário: 20h
Data: 20 de Abril

SESC fará exposição de homenagem ao Professor Antônio Munhoz Lopes


A partir do dia 20 de abril os amantes das artes e da história amapaense poderão se deleitar com a trajetória de vida de uma das pessoas mais influentes e reconhecidas do Amapá, o Professor Antônio Munhoz Lopes.

Todo esse caminho será retratado em uma exposição do SESC Amapá, denominada “Antônio Munhoz em Memórias e Nuances”, que através de fotografias, telas, cartas, indumentárias, móveis e objetos do personagem homenageado retratarão a vida desse, que é reconhecido como “O Mestre” das grandes personalidades do Amapá, além de ser cofundador do Bloco dos Sujos, A Banda, que é o maior bloco de rua do Norte do Brasil.

A exposição iniciará no dia 20 de abril, às 19h, na Galeria de Artes Antônio Munhoz Lopes, no SESC Araxá, e contará com a presença ilustre do homenageado, que estará deleitando os presentes com alguns relatos e lembranças de sua vida.

Além da exposição, nesse dia será iniciado um documentário, realizado em parceria com o Museu da Imagem e Som (MIS), com o objetivo de fazer o recorte cinematográfico da exposição para demonstrações futuras.


A exposição ficará aberta ao público na Galeria do SESC Araxá até o dia 20 de maio, das 08 as 12 e das 14 às 18. 

Antônio Munhoz Lopes:


Antes de virar cidadão do mundo, lá trás, em outubro de 1959, trazido por Janary Nunes, chegava à Macapá proveniente de Belém, sua terra natal, o  jovem cheio de sonhos chamado Antônio Munhoz Lopes.

Que antes de conhecer e conquistar as maravilhas do planeta em busca de novas culturas, conhecimento e prazer, Antônio primeiro conquistou os macapaenses e a cidade de Macapá, como cidadão e docentes de literatura do Colégio Amapaense.

Isso quer dizer que Antônio Munhoz não só conquistou o povo amapaense, mas se tornou um de nós ao se entregar de corpo e alma a tarefa nada fácil de nos compreender culturalmente e ajudar a lapidar a juventude do Amapá para um futuro melhor. 

Nilton Cardoso, o militante cultural esquecido


Existem, em todo lugar, algumas injustiças históricas. Dizem que o brasileiro não tem memória. Concordo. No Amapá não é diferente, o pioneiro do antigo Território Federal do Amapá e militante da cultura local, Nilton Cardoso, é um destes casos.

Natural de Uruçuí (PI), o militar piauiense, herói da Segunda Guerra Mundial, veio para Macapá em 1946, a convite de seu amigo e então governador do antigo Território Federal do Amapá, Janary Gentil Nunes. Cardoso se estabeleceu na capital e por aqui constituiu família.

No mesmo ano, na capital amapaense, Nilton, que entendia de cultura em várias vertentes, deu grandes contribuições para nossa Macapá. Foi o fundador da Biblioteca Pública de Macapá, hoje Biblioteca Elcy Lacerda.

Em 1948, foi fundador e diretor do Museu Territorial, que funcionava dentro da Fortaleza de São José. No ano seguinte, Nilton foi pioneiro em expedições arqueológicas no Amapá, onde acompanhou arqueólogos americanos em escavações pelo Rio Maracá, Rio Vila Nova, Rio Araguari e município de Amapá.

Daí não parou mais, se especializou em Arqueologia, explorou e mapeou sítios arqueológicos nas regiões de Cassiporé, Cunany e Calçoene, além de territórios indígenas. Versátil, também trabalhou com Zoologia e ocupou vários cargos do serviço público local. Em 1963, voltou a trabalhar com cultura, pois foi nomeado diretor do Museu Joaquim Caetano da Silva, em Macapá.

Durante suas aventuras, Nilton Cardoso acumulou um grande acervo histórico. Ao deixar o serviço público, em 1963, doou ao Museu Territorial cerca de 4916 peças de Zoologia, 254 de Arqueologia, das antigas civilizações indígenas do Amapá. Entre elas, urnas funerárias antropomorfas e zoomorfa; uma coleção e moeda e cédulas antigas, além de duas coleções do Jornal Pinsônia, primeiro impresso amapaense.

Essas peças estão catalogadas e expostas no Museu Joaquim Caetano da Silva, no centro de Macapá.

O velho militante cultural e pioneiro do Amapá morreu em março de 1987, aos 68 anos, vítima de um infarto fulminante. Segundo seu filho, Enilton José Cardoso, não existe nada com o nome do pai, nenhuma rua ou qualquer outra homenagem a este cidadão que contribuiu, e muito, para as peças deste grande quebra cabeça, chamado história. Uma falha que ainda pode ser corrigida.

Elton Tavares

*Escrevi essa matéria em 2010, para o extinto Correio do Amapá, com o pseudônimo “Renato Flexa”. Na época, trabalhava como assessor de comunicação e fui proibido de redigir para impressos. Driblei a proibição e produzi alguns textos para o jornal.

Campanha “Eu voto no Sítio Arqueológico da Unifap”

No próximo dia 4 de fevereiro, na comemoração dos 254 anos de Macapá, terá início a Consulta Popular do Patrimônio Cultural, que busca mapear o que a população considera patrimônio cultural da cidade. O sítio arqueológico AP-MA-05: Campus da Universidade Federal do Amapá (Unifap) foi incluído na lista preliminar, e agora precisamos do seu voto para registrá-lo como patrimônio da cidade.
O sítio foi identificado na década de 90 e nos últimos anos novas pesquisas foram realizadas, revelando um surpreendente conjunto de urnas funerárias. Mais de 30 urnas cerâmicas já foram escavadas, mas a estimativa é que existam mais de 2.000 mil urnas ainda preservadas no sítio.
Estes são registros de grupos indígenas que moraram na região de Macapá, entre 900 e 1200 anos atrás. Este blog apóia o Sítio Arqueológico da Unifap como patrimônio de Macapá.

Há 43 anos, os Beatles se apresentaram pela última vez, em um terraço de um prédio em Londres

Há 43 anos, numa tarde fria em Londres, no alto do edifício sede da Apple Records, os Beatles realizaram sua última apresentação para o “público”. Na realidade eles vinham de um trágico período de gravações e ensaios num estúdio londrino, onde gravavam o filme Let It Be. As sessões foram terríveis, pois além da figura de Yoko Ono (grudada em John Lennon 24 horas), a banda estava brigando muito entre si. Desde o Álbum Branco, os quatro já não se entendiam muito no estúdio.
Quando decidiram que Let it Be deveria ser gravado no novo, porém precário Apple Studios, os Beatles também pensaram que poderiam agir normalmente. As sessões no prédio da Apple ocorreram com mais calma, tanto que a idéia de tocar no telhado do prédio veio do próprio Lennon. Antes, Paul McCartney tinha planejado realizar um concerto no final das gravações. Locais no mundo inteiro foram vistos para o show, porém a maioria deles não havia como, ou estavam com agendas apertadas. Então amargamente, os Beatles decidiram tocar no telhado do prédio. Até Harrison, avesso a shows, gostou da idéia.
Naquela tarde fria, os primeiros acordes de Get Back foram fundamentais para que os moradores dos prédios vizinhos viessem até a sacada para dar uma olhada naqueles cabeludos tocando rock na friaça londrina.
Os Beatles tocaram durante 40 minutos, até a Polícia bater na porta da Apple e um nervoso Mal Evans tentando explicar que “Os Beatles” estavam tocando no telhado da Apple. Segundo o livro “The Beatles – Biografia” de Bob Spitz, a polícia nem sequer pediu para acabar com o show, apenas solicitaram que os Beatles abaixassem o volume dos instrumentos, eu disse abaixassem, porém, como eles eram, não houve acordo e o show teve que acabar antes que eles pudessem terminar o set previsto.
Meu comentário:
Não lembro onde achei o texto acima. Sou fã dos Beatles, apesar de adorar também Led e Pink, para mim, os eles foram e sempre serão os maiores. O último show, no terraço, foi reconstituído no filme Let it Be. Não assisti, mas soube.
Este nobre episódio da história do rock, foi relembrado também no final do filme “Across The Universe”, onde a banda que interpretou os Beatles executou a canção “All You Need Is Love”. Após 43 anos, todos nós ainda curtimos o som dos caras e continuamos precisando de amor.
Elton Tavares

Novo Amapá, 31 anos da tragédia

Imagem cedida pelo jornalista Edgar Rodrigues.
Em 6 de janeiro de 1981, o barco Novo Amapá naufragou no Rio Cajari, em Macapá. O acidente matou 378 pessoas dos 696 passageiros a bordo. A capacidade da embarcação para transportar somente 150 pessoas. Foi uma tragédia fluvial da Amazônia.
A maioria das vítimas foi no município de Santana. O acindente foi causado por causa da sobrecarga, quase 1 tonelada e superlotação da embarcação. 
Um dos donos do barco morreu no acidente, e o outro, Manoel Jesus Góis da Silva, recuperou a embarcação, que voltou a navegar. O barco foi içado do fundo do rio no mesmo ano do acidente. O nome foi mudado para “Santo Agostinho” e até 1996, a embarcação fez a rota Belém-Santarém-Belém, no Estado do Pará.
                                          Imagem cedida pelo jornalista Edgar Rodrigues.
Até 1996, nenhuma das indenizações às vitimas e familiares dos mortos tinha sido paga e não sei se hoje alguém já foi ressarcido pelo dono do Barco. 
*Informações encontradas na internet

10 anos sem Cássia Eller

Há exatos 10 anos, a cantora, compositora e instrumentista Cássia Eller faleceu. Ela tinha 39 anos e morreu no auge de sua carreira, em razão de um infarto do miocárdio repentino. Foi levantada a hipótese de overdose de drogas, já que ela era usuária de cocaína. A suspeita foi considerada inicialmente como causa da morte, porém foi descartada pelos laudos periciais do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro após autópsia.
Cássia Eller sempre teve uma presença de palco bastante intensa, assumia a preferência por álbuns gravados ao vivo e ela era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomenda, singulares, personalizadas.
Caracterizada pela voz grave e pelo ecletismo musical, interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro, como Cazuza e Renato Russo, além de artistas da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque, passando pelo pop de Nando Reis e o incomum de Arrigo Barnabé e Wally Salomão, até sambas de Riachão e rocks clássicos de Jimi Hendrix, Rita Lee, Beatles, John Lennon e Nirvana.

Teve uma trajetória musical bastante importante, embora curta, com algo em torno de dez álbuns próprios gravados no decorrer de doze anos de carreira. De fato, somente em 1989 sua carreira decolou. Ajudada por um tio seu, gravou uma fita demo com a canção “Por enquanto”, de Renato Russo. Este mesmo tio levou a fita à PolyGram, o que resultou na contratação de Cássia pela gravadora. Sua primeira participação em disco foi em 1990, no LP de Wagner Tiso intitulado “Baobab”.

Outra característica importante é o fato de ela ter assumido uma postura de intérprete declarada, tendo composto apenas três das canções que gravou: “Lullaby” (parceria com Márcio Faraco) em seu primeiro disco, Cássia Eller, de 1990 (LP com 60.000 cópias vendidas, sobretudo em razão do sucesso da faixa “Por enquanto” de Renato Russo); “Eles” (dela com Luiz Pinheiro e Tavinho Fialho) e “O Marginal” (dela com Hermelino Neder, Luiz Pinheiro e Zé Marcos), no segundo disco, O Marginal (1992).

Era homossexual assumida e morava com a parceira Maria Eugênia Vieira Martins, com a qual criava o filho Francisco (chamado carinhosamente de Chicão). Ela teve seu filho com o baixista Tavinho Fialho. Ele faleceu em um acidente automobilístico meses antes do nascimento de Francisco. Maria ficou responsável pela criação do filho de Cássia após a morte de sua companheira.

Em vários pontos do Rio de Janeiro, fez-se um minuto de silêncio durante a comemoração da passagem do ano em memória de Cássia Eller. Vários artistas também prestaram homenagem à cantora em seus shows, na virada do ano.

Meu comentário: Cássia Eller foi PHoda demais. Ela era talentosa, visceral e tinha personalidade. Suas canções (interpretações) embalaram muitas noites de bate papo com amigos, regadas com muita, muita cerveja. Seu acústico, que vendeu mais de 900 mil cópias, é um discaço até hoje. A ela, minhas homenagens.
Elton
Fonte: Wikipédia