Hoje acontece o Seminário Forte Cumaú: História, Arqueologia e Comunidade

O Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) realiza nesta terça- feira, 26, o Seminário Forte Cumaú: História, Arqueologia e Comunidade, que apresentará os resultados do Projeto de Pesquisa Histórica e Arqueológica para Identificação do Forte Cumaú. O projeto é realizado graças aos esforços conjuntos de agentes civis e públicos para valorização do patrimônio histórico, que fica localizado no bairro Igarapé da Fortaleza, entre os municípios de Macapá e Santana.  O evento acontece no auditório do Museu Sacaca.
As pesquisas foram desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar, liderada por pesquisadores de diferentes instituições públicas, dentre elas a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG). 

O Seminário visa contribuir para a difusão do conhecimento produzido, fortalecendo a participação da sociedade civil na valorização do patrimônio e na discussão sobre encaminhamentos necessários a sua proteção. 

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas antecipadamente no  Núcleo de Pesquisa Arqueológica (IEPA), em horário comercial. No dia do evento, as inscrições poderão ser realizadas no local. 

O I Seminário “Forte Cumaú: História, Arqueologia e Comunidade”conta com o apoio da Casa Fora do Eixo Amapá.

I Fest Cumaú

Com o objetivo de integrar e dar maior visibilidade ao Forte Cumaú o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Iepa, Escola Estadual Igarapé da Fortaleza, em parceria com a Casa Fora do Eixo Amapá, realizaram no mês de fevereiro I Fest Cumaú, integrado ao Festival Grito Rock Amapá 2013. A comunidade do Igarapé da Fortaleza recebeu ampla programação cultural e de formação com oficinas, debates e apresentações de artes cênicas.

Serviço:

Seminário Forte Cumaú: História, Arqueologia e Comunidade

Data: 26/03  

Horário: 14h às 18h

Local:  Auditório do Museu Sacaca – Av. Feliciano Coelho, 1509

Para maiores informações:  megalitosamazonia.blogspot.com
3212 5342, ramal 238

Programação:

14h: Abertura Oficial do Evento
Palestra 01: A história do Forte Cumaú – Dr. Augusto de Oliveira (IEPA)
Palestra 02: O Forte Cumaú e sua preservação – Msc. Eloane Cantuária (UNIFAP)
Palestra 03: O tombamento de bens arqueológicos – Sr. Djalma Santiago (IPHAN)
16h: Coffe Break
Palestra 03: Arqueologia do Forte Cumaú – Dr. Fernando Marques (MPEG)
Palestra 04: Memória e patrimônio: De quem é o Forte Cumaú? – Msc. Mariana Cabral (IEPA)
Debate: Dr. Augusto de Oliveira (IEPA), Dr. Fernando Marques (MPEG), Sr. Djalma Santiago (IPHAN-AP), Msc. Eloane Cantuária (UNIFAP), Msc. João Darcy de Moura Saldanha (IEPA). 
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Assessoria de Comunicação
(96) 8127-8495/ 3225-1281
Casa Fora do Eixo Amazônia/ Casa Fora do Eixo Amapá

Zeppelin sobrevoa as Américas

Em 20 de março de 1932, o dirigível alemão Graf Zeppelin começou a fazer vôos regulares na América do Sul. O dirigível, inventado pelo general alemão Ferdinand von Zeppelin, possuía uma estrutura interna fixa, com mesas e cadeiras, e capacidade para 20 passageiros e 40 tripulantes.

As fotos são do dirigível sobrevoando as cidades de São Leopoldo e Porto Alegre, ambas do Rio Grande do Sul.

Meu comentário: Se é impressionante hoje, imaginem naquela época. Eu é que não subiria num troço desses. 

Os 231 anos da Fortaleza de São José de Macapá (texto e fotos)


Hoje (19), a Fortaleza de São José de Macapá completa 231 anos de existência. Sua construção se estendeu por 18 anos. A fortificação foi inaugurada no ano de 1782. 

A Fortaleza foi construída com o objetivo de assegurar a conquista de terras ao norte da colônia brasileira. Ela integra uma cadeia de fortificações históricas construídas por Portugal, que passou a ocupá-la após o Tratado de Utrecht. O forte foi edificado em alvenaria de pedra e cal na margem esquerda do rio Amazonas. A obra teve início em 1764.

Após um longo período, a instituição voltou a ser ocupada pelo comando da Guarda Territorial do Amapá. O Governo Federal, em 22 de março de 1950, reconheceu a fortificação através de sua inscrição no livro do tombo histórico da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).  

Enfim, o velho Forte de Macapá é a história viva. Todas as vezes que passo por ele, dá vontade de fotografá-lo. Pena que muitos não dão o devido valor à Fortaleza de São José, que tanto embeleza e valoriza nossa capital. 

Veja fotos legais da fortificação bicentenária: 














Elton Tavares, com informações do Wikipédia , fotos próprias e de amigos. 

Há exatos 17 anos, morreram os Mamonas Assassinas


Há exatos 17 anos, morreram os integrantes da banda Mamonas Assassinas.  Os músicos faleceram em um trágico acidente aéreo em 1996. Os caras eram irreverentes , faziam um som escrachado e divertido. 

No final dos anos 80, mas especificamente em 1989. Na época, Sérgio Reoli, então funcionário da empresa Olivetti, conheceu Maurício Hinoto, irmão de Bento Hinoto.  Mauricio, ao saber que Sérgio tocava bateria, decide apresentá-lo ao irmão. 

Semanas depois, eles já planejavam a criação de uma banda. Ainda no contexto, Samuel Reoli, irmão de Sérgio, é escalado para assumir o baixo. Nascia a partir de então, a primeira formação do chamado “Utopia”.

O grupo era  uma banda especializada em covers da Legião Urbana, Titãs e Rush. Durante uma das apresentações, realizada em julho de 1990, os músicos entrariam em contato com Alecsander Alves (Dinho). Ele por sua vez, se comprometera a subir ao palco para cantar “Sweet Child O’ Mine”, do Guns N’ Roses.

Através de Dinho, os demais integrantes conheceriam Júlio Rasec, que viria a ser o tecladista do Utopia.  Paralelamente a isso, o “Utopia” passa a se apresentar na periferia da cidade de São Paulo. Aos poucos, seus membros decidem abandonar os covers, introduzindo uma série de parodias nos shows. 

Após o lançamento do primeiro e único disco, entram em contato com o produtor Rick Bonadio. Aconselhados por ele, aliás, decidem mudar o nome do grupo para “Mamonas Assassinas do Espaço”.  Felizmente a ideia não vingou, e o nome adotado passou a ser “Mamonas Assassinas”.

 Alguns dias depois, o grupo decide, enfim, enviar uma fita demo para as gravadoras Sony e Emi. No material, estavam contidas as músicas “Robocop Gay”, “Jumento Celestino” e “Pelados em Santos”.

Os caras passaram rápido por essa vida. Sacaniaram geral e fizeram a alegria do povo brasileiro. 

Aniversário de Bob Marley: o bom e velho rei do reggae faria 68 anos hoje


Apesar de não ser fã de reggae, gosto dos clássicos. E nada é mais clássico em reggae do que as canções de Bob Marley. Nascido Robert Nesta Marley, em Saint Ann, no interior da Jamaica. Ele era filho de Norval Sinclair Marley, um militar branco, capitão do exército inglês Britânico descendente de judeus sírios que migrou do Oriente Médio para a Inglaterra e depois para Jamaica. E de Cedella Booker, uma adolescente negra vinda do norte do país. 

A música do cantor e compositor Bob Marley, que se vivo faria 68 anos, foi influenciada pelas questões sociais de sua terra natal. Ele deu visibilidade política e cultural a Jamaica, muitas vezes cantando seus problemas, angústias ou em protesto. 

Parafraseando um conhecido meu: “com toda a certeza, Marley foi um dos caras mais fodas  da história, não somente na música, mas também como figura política. Bob nasceu num país pobre e cresceu em meio à miséria. Ganhou o mundo cantando a paz, o amor e divulgando os ideais do rastafári. A sua imagem e a sua música com letras contra a opressão e a injustiça são influencia direta no comportamento das pessoas de bem ao redor do planeta”. Cirúrgico. Tenho saudade dos bons papos com o dono da citação, mas essa é outra história. 

Marley foi uma das figuras mais importantes da música mundial, considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, comparado a nomes como Bob Dylan, e Lennon/McCartney. Ele morreu no dia 11 de maio de 1981, vitima de câncer, aos 36 anos de idade. Ele deixou um legado musical fantástico e uma mensagem de amor eterna. 

Emancipem-se da escravidão mental. Ninguém além de nós mesmos pode libertar nossa mente” – Bob Marley, na canção Redemption Song.

Há 44 anos, os Beatles se apresentaram pela última vez, em um terraço de um prédio em Londres


No dia 30 de janeiro de 1969, uma tarde fria em Londres, no alto do edifício sede da Apple Records, os Beatles realizaram sua última apresentação para o “público”. Na realidade eles vinham de um trágico período de gravações e ensaios num estúdio londrino, onde gravavam o filme Let It Be. As sessões foram terríveis, pois além da figura de Yoko Ono (grudada em John Lennon 24 horas), a banda estava brigando muito entre si. Desde o Álbum Branco, os quatro já não se entendiam muito no estúdio. 

Quando decidiram que Let it Be deveria ser gravado no novo, porém precário Apple Studios, os Beatles também pensaram que poderiam agir normalmente. As sessões no prédio da Apple ocorreram com mais calma, tanto que a ideia de tocar no telhado do prédio veio do próprio Lennon. Antes, Paul McCartney tinha planejado realizar um concerto no final das gravações. Locais no mundo inteiro foram vistos para o show, porém a maioria deles não havia como, ou estavam com agendas apertadas. Então amargamente, os Beatles decidiram tocar no telhado do prédio. Até Harrison, avesso a shows, gostou da ideia. 

Naquela tarde fria, os primeiros acordes de Get Back foram fundamentais para que os moradores dos prédios vizinhos viessem até a sacada para dar uma olhada naqueles cabeludos tocando rock. 

Os Beatles tocaram durante 40 minutos, até a Polícia bater na porta da Apple e um nervoso Mal Evans tentando explicar que “Os Beatles” estavam tocando no telhado da Apple. Segundo o livro “The Beatles – Biografia” de Bob Spitz, a polícia nem sequer pediu para acabar com o show, apenas solicitaram que os Beatles abaixassem o volume dos instrumentos, eu disse abaixassem, porém, como eles eram, não houve acordo e o show teve que acabar antes que eles pudessem terminar o set previsto. 

O show foi adicionado ao filme Let it Be e na realidade é o que vale a pena naquele filme. As sessões de Get Back (Let it Be) foram finalizadas, porém os Beatles não deram importância para as fitas, entregando nas mãos de Glyn Jones e depois nas mãos de Phil Spector, que destruiu tudo que eles fizeram, enfiando orquestrações e um solo de guitarra metálico para Let it Be, na qual George odiou.

Meu comentário: Não lembro onde achei o texto acima. Apesar de amar Led Zeppelin e Pink Floyd, para mim, os Beatles foram e sempre serão os maiores. O último show, no terraço, foi reconstituído no filme “Across The Universe”, onde a banda que interpretou os caras de Livepool executou a canção “All You Need Is Love”. Após 44 anos, todos nós ainda curtimos o som dos besouros e continuamos precisando de amor. 

Elton Tavares

Novo Amapá: há 32 anos, a tragédia.

Foto de um jornal da época, que não sei o nome – Fonte: Acervo do historiador Edgar Rodrigues.

O barco Novo Amapá naufragou, há exatos 32 anos, no Rio Cajari, no interior do Estado. O acidente fluvial vitimou 300 pessoas. Parece que a causa do naufrágio foi superlotação da embarcação. Tomara que desgraças assim, por imprudência, nunca mais aconteçam nos rios da Amazônia.

Hugo Boss, o Alfaiate do Nazismo ( Via site do Corrêa)


Chamava-se Hugo. Era alemão. Rondava os 40 anos quando fundou uma pequena loja de moda, em Metzingen, onde foi dado à luz.

Seis anos depois abriu falência. Desesperado, resolveu dar a volta à crise: ingressou no Partido Nazi – e a sua vida rapidamente mudou. Corria o ano de 1931.

Tornou-se fornecedor exclusivo dos uniformes negros das SS (Schutzstaffel), da Juventude Hitleriana e de outras organizações criminosas (sempre muito preocupadas com o porte e o corte). Naturalmente ganhou muitos milhões de marcos entre 1934 e 1945, e para dar conta das encomendas, a solução foi recorrer a mão-de-obra – baratíssima – dos prisioneiros de guerra.

Após a derrota do III Reich, foi processado mas sofreu uma pena pecuniária: teve de indenizar as famílias dos escravizados que haviam falecido de exaustão ou sido mortos.

O nome completo do empresário de sucesso era Hugo Boss. E os negócios prosseguiram até hoje com a mesma etiqueta na ourela.

Boss é Boss. Será que Merkel usa perfume Boss? Será que o grupo HB investe em fundos de resgate de submetidos ao IV Reich, onde o trabalho escravo começa a refazer caminho? Costumam estar em todas as linhas de investimento.


Discos que formaram meu caráter (parte 5) – Nevermind – Nirvana (1991)


Muito bem turma, estamos aqui para falar de mais um disco que marcou minha vida e com certeza a vida de muitos. Ou de pelo menos daqueles que viveram os anos “90”.

Bom, não custa nada falar que essa bolacha é também da safra de 1991. Se não me engano, já alertei vocês sobre esse ano mágico para o rock, contei também que acredito em uma conspiração divina, onde a inspiração veio e nos proporcionou uma verdadeira avalanche de bons trabalhos. Os caras das bandas relevantes fizeram de “91” (musicalmente falando) o melhor ano dos restos das novas vidas.

Sem mais delongas, vamos ao trabalho. “Nevermind” é o segundo álbum da banda grunge Nirvana, os caras já vinham de um trabalho deveras legal: “Bleach”. Mas guardaram, como dizem na gíria, o “filé”, para esse álbum. Costumo a dizer que o lugar conquistado pelos caras de Seattle no hall das grandes bandas foi conquistado com esse disco.

O disco marca a estreia de Dave Grohl (ex- Scream) na bateria da banda. Grohl levou para banda uma pegada mais porrada, ou seja, trouxe um pouco de Hardcore para dentro do Nirvana, coisa que muitos puritanos “entendedores” de rock insistem em negar, mas rock sem porrada não é rock.

Não custa nada dizer que o disco foi o maior sucesso dos caras (mais de 30 milhões em todo mundo), pois além de sua extraordinária sonoridade, a capa com a foto do pequeno Spencer Elden nadando para pegar a nota de um dólar é lembrada por muitos como uma das mais belas imagens já vistas em uma capa de disco. É o único disco da década de “90” a figurar na lista dos “200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of f ame”. Mas não tinha nem como não está.

O míssil sonoro começa logo com a clássica “Smells Like Teen Spirit”, presença obrigatória em qualquer lista de músicas de rockeiros com mais de 30, foi o primeiro single. Com essa música, o Nirvana conseguiu levar para as rádios o mais puro, sujo e cru Rock. Vai para “In Bloom” uma critica para as pessoas que ignoram o verdadeiro sentido das canções, de repente outro clássico “Come As You Are”, para muitos a melhor introdução já feita para uma canção, sua melancólica letra fala sobre a “verdade das pessoas”, ou seja, o quanto nossas vidas são recheadas de mediocridades. “Breed” (particularmente minha preferida) nós fala sobre a padronização que todos esperam das nossas vidas, ter que crescer, casar, depois ter filhos, se divorciar e começar tudo de novo, como se fosse tudo meramente programado. “Lithium” considero auto biográfica, o nome da canção faz referencia a um composto de uma medicação do tratamento que o autor (Curt Cobain), fazia para o transtorno bipolar, doença que Cobain convivia desde sua infância. Podemos ver claro no refrão quando o mesmo diz que não sabe se ama, gosta, mata ou sente falta de alguém, realmente forte. “Polly” trata de outro tema polêmico, a canção conta a historia de uma jovem de 14 anos que é raptada e torturada depois de um show de rock. 

Outras canções do disco como “Drain You”, também merecem ser lembradas, principalmente por ser uma canção que fala de amor, mas não piegas e sim como entrega total, carnal, mental, dando ombros para o que as outras pessoas vão pensar. 

Viva intensamente seu sentimento e não se importe com opiniões alheias. Um disco que fala de critica social, violência, modo de vida e de amor. Não tem outra nomenclatura que não seja “DISCAÇO”.

Enfim, mas de 20 anos se passaram e Nevermind continua atual, sendo que quase que obrigatória audição para quem se mete a “entender de Rock”. Para muitos como eu que tiveram a oportunidade de viver tudo aquilo, resta a saudade. Saudade de um tempo que não vai voltar, mas que marcou. Guardadas proporções, acredito que o Grunge encontra-se em escala de relevância junto a “Betlemania” e a ladeado ao Punk.

Conselho de amigo: escute esse disco e faça uma auto- critica. Talvez seus caminhos se encontrem. Tecnicamente falando, Nevermind é um disco Punk.

Marcelo Guido é Punk, Jornalista, Pai e Marido. Uma das poucas pessoas aonde o pensamento punk permanece vivo no coração.
* Meu (Elton) texto sobre os 20 anos do nevermind não foi tão bom quanto o do Guido, mas se alguém quiser ler, ta aí : 

21 anos sem Freddie Mercury

Hoje (24), fazem 21 anos que o mundo perdeu Farrokh Bulsara, o Freddie Mercury (nome artístico do cantor). Ele faleceu na noite de 24 de novembro de 1991, em sua casa, chamada Garden Lodge, em Londres (ENG). Na época, sua morte causou repercussão e tristeza em todo o mundo.
Em 1991, após ficar muito doente, surgiam rumores de que estaria com AIDS, o que se confirmou afinal, através de uma declaração feita por ele mesmo em 23 de novembro, um dia antes de morrer.

Freddie Mercury era inglês, foi vocalista e líder da banda britânica Queen. Também lançou dois discos-solo, aclamados pela crítica e pelo público. Ele foi um dos maiores do Rock and Roll, é tido como um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo.
Não quero mudar o mundo. O que mais me importa é a felicidade. Quando estou feliz, meu trabalho reflete. No final, os erros e as desculpas são minhas. Gosto de sentir que estou sendo honesto. No que me compete, quero aproveitar a vida, a alegria, a diversão, o máximo que puder nos anos que ainda me restam” – Freddie Mercury

RUMO – A revista que projetou o Amapá


Há exatos 55 anos era lançada em Macapá a revista Rumo , a realização de um sonho de poetas, intelectuais e jornalistas amapaenses. Totalmente produzida no Amapá, a Rumo circulou em todo o Brasil e contava com correspondentes em vários estados. Era uma revista mensal e foi fundada por Ivo Torres, Alcy Araújo, Arthur Nery Marinho,Vilma Torres, Aluízio da Cunha, entre outros.

Considerada uma publicação de alta qualidade, foi identificada por críticos literários e renomados autores como um veículo de difusão cultural dos mais importantes do país. O primeiro número, que circulou em novembro de 1957, mostrava a participação do Amapá pela primeira vez em um Congresso Nacional de Jornalistas. Foi o VII Congresso, realizado em setembro daquele ano marcando o cinqüentenário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). E o Amapá foi representado por Alcy Araújo.

O jornalista aproveitou a viagem para conhecer Brasília “e os trabalhos que se realizam no Planalto goiano para a instalação da futura capital do país“. Isto rendeu a matéria “Brasília – obra de saneadores, artistas e poetas”, tendo como subtítulo “Pioneirismo e técnica moderna erguem a cidade do futuro – Uma visita aos verdes altiplanos de Goiás”.

Uma matéria assinada por John H. Newman abordava a cultura da seringueira no Amapá, enquanto Paul Ledoux escrevia sobre agricultura, silvicultura e pecuária, e Amaury Farias sobre latifúndio; “A música no Território Federal do Amapá” era também destaque na primeira edição da Rumo, com matéria assinada por Mavil Serret, o pseudônimo de Vilma Torres.

Esta edição trazia também poemas de Fernando Pessoa, uma página de ciências, uma de economia e finanças, contos de Guy de Maupassant e de Almeida Fischer. Noticiava a morte do escritor José Lins do Rêgo, falava de teatro, de educação e traçava um perfil histórico de Macapá.

A revista – que trazia artigos e reportagens enfocando os mais importantes movimentos artísticos e culturais do Amapá, do Brasil e do exterior – inseriu a cultura amapaense no contexto nacional. Suas páginas recheadas de teatro, música, folclore, sabedoria popular, eram freqüentadas por ícones da época.

Por sua envergadura, a Rumo chegou a ter projeção internacional. “A Rumo conduz e explica o Amapá“, escreveu o ensaísta Osório Nunes. Uma crítica publicada no suplemento literário do jornal Diário de Minas, em outubro de 1958, assim se expressou sobre a revista: “Encontramos suas raízes na Semana de Arte Moderna. A sua vida constitui um resultado de descentralização cultural que houve a partir daquela data e que cada vez se acentua. Se fôssemos um Carlos Drummond, Mário de Andrade, um Vinícius de Morais ou Aníbal Machado, nada nos alegraria mais do que nos saber lido lá pelos confins do Brasil, no Amapá.”

Num tempo em que livros eram praticamente instrumentos de uma pequena elite, o jornalismo passou a ser utilizado como uma forma de intervenção social. Naquele momento o jornalismo tinha mais importância do que a literatura, porque ajudou a criar o impacto para despertar a sociedade mexendo com as pessoas. Para haver literatura era preciso um conjunto de coisas funcionando a um só tempo: crítica literária, leitores, debate, produção de livros, escolas… como um conjunto de elementos articulados. Daí a necessidade e a pertinência da revista Rumo, responsável pela articulação de todo um movimento que se consolidou com a projeção da obra intelectual do grupo de escritores amapaenses para além das fronteiras do Amapá.

A promoção do debate levou a revista a criar outros mecanismos de apoio à produção literária. E assim nasceu a Editora Rumo, que viria a publicar em 1960 a antologia Modernos Poetas do Amapá, o livro Quem explorou quem no contrato do manganês do Amapá, de Álvaro da Cunha (1962), e Autogeografia, livro de poesias e crônicas de Alcy Araújo (1965). A revista Rumo também deu origem ao Clube de Arte Rumo, que reunia poetas, pintores, músicos e artistas de teatro para discutir o que se fazia no Amapá e no Brasil no campo da literatura, da música e das artes cênicas e plásticas. Ao mesmo tempo em que promovia concursos de crônicas e poesias na busca de novos talentos.
Editorial do nº 1 da Rumo

Uma revista de arte e cultura sempre evidencia um salto para o futuro. Uma nova publicação nascida de gente moça, naturalmente, pela seiva entusiasta que lateja, deixa no clima um nervosismo saudável. A revelação revolucionária de coisas inéditas. A quebra do silêncio. A casa limpa, com sol, sem teias de aranha.

Uma coletividade só representa alguma importância, sua voz é notada, seus filhos autenticados e o nome guardado e reconhecido – pela sua cultura.

O Território do Amapá orgulha-se de ser uma terra alfabetizada. Onde o índice de gente analfabeta é ínfimo.Com seus inúmeros estabelecimentos de ensino derramando, todos os anos, jovens instruídos, capazes de fortalecer e solidificar o seu corpo intelectual. Autêntico exemplo num Brasil triste que tateia, com a maioria do seu povo, sem saber ler.

Era necessário, portanto, um elemento coordenador para recensear e arar esse imenso e futuroso campo de inteligências. Duas tentativas já haviam sido feitas, com as publicações Latitude Zero e Mensagem. Mas estas tiveram, unicamente, o mérito de serem pioneiras de uma missão, que as suas forças, ainda verdes, não souberam agüentar.

Rumo, aproveitando essas experiências, através de um grupo de moços idealistas, estudiosos e cônscios do trabalho e responsabilidade da empresa, propõe-se a resolver e semear a terra intelectual amapaense.

Por certo, muitas noites se tornarão brancas. Mas a colheita não há de tardar.

Ivo Torres, Diretor-responsável

Texto: Alcinéa Cavalcante

Música de agora: Jealous Guy – John Lennon


Jealous Guy (Cara ciumento) – John Lennon 

Eu estava sonhando com o passado,
E meu coração estava batendo rapido,
Eu comecei a perder o controle,
Eu comecei a perder o controle,
Eu não pretendia machucar você,
Eu sinto muito por te fazer chorar,
Eu não quis te machucar,
Eu sou apenas um cara ciumento.

Eu estava me sentindo inseguro,
Você poderia não me amar mais,
Eu estava tremendo por dentro,
Eu estava tremendo por dentro,
Eu não pretendia machucar você,
Eu sinto muito por te fazer chorar,
Eu não quis te machucar,
Eu sou apenas um garoto ciumento.

Eu não pretendia machucar você,
Eu sinto muito que se te fiz chorar,
Eu não quis te machucar,
Eu sou apenas um cara ciumento.

Eu estava tentando chamar sua atenção,
Achei que você estava tentando se esconder,
Eu estava engolindo minha dor,
Eu estava engolindo minha dor,Eu não pretendia machucar você,
Eu sinto muito por te fazer chorar
Eu não quis te machucar,
Eu sou apenas um cara ciumento.

Eu sou apenas um cara ciumento
Eu sou apenas um cara ciumento
Eu sou apenas um cara ciumento

TEATRO DE CONFLITOS

Texto de Fernando Canto


Enganam-se os que pensam que a área geográfica onde se situa o Amapá nunca tenha sido palco de lutas sangrentas pela conquista da região amazônica. Durante séculos espanhóis, holandeses, franceses e ingleses tentaram se fixar na região visando principalmente a foz do rio Amazonas, caminho esse extremamente protegido pelos portugueses que fundaram suas bases militares e comerciais desde o início do século XVII. Segundo Cristóbal de Acuña, o autor de “Novo Descobrimento do Rio das Amazonas”, que na expedição de descimento de 1639 foi o escrivão dessa viagem comandada por Pedro Teixeira, um anseio no coração de Francisco Orellana o fez entregar-se a uma viagem às correntezas desse rio. 

Foi no ano de 1540 que esse episódio se sucedeu, tendo o rio recebido o nome do seu descobridor. Contente, o rei Carlos V, da Espanha deu-lhe as terras da região denominando-as de Adelantado de Nueva Andaluzia, tendo ordenado que dessem a ele três navios com tripulação e tudo o que fosse necessário para que voltasse ao local e o povoasse em seu régio nome. Mas sua tripulação não teve sorte. Foi morrendo no meio do caminho. Quando chegou aqui teve que abandonar os navios e construir lanchas. É provável que tenha morrido lutando contra os índios locais.

Em 1623, após combater estrangeiros e índios e destruir a fortaleza de Gurupá, o Capitão-Mor Bento Maciel Parente vai combater na “ilha dos Tucujás”, lugar que Antonio Baena acredita ser a costa de Macapá, onde há muitos anos habitavam os índios Tucujus. Entre os eventos dessas batalhas o autor de “Compêndio das Eras da Província do Pará” narra que uma nau de porte em socorro dos batidos surge no rio, próxima da área dos combates: 

Marcha imediatamente o Capitão-Mor com as forças: ataca a nau ao raiar do dia, e de tal maneira que os inimigos não querendo ser aprisionados praticam o último arrojo a que pode chegar a extrema desesperação, lançando fogo ao navio, o qual como matéria tão disposta é tragado brevemente pelo incêndio, e tudo o mais que no seu bojo encerra, menos um rapaz, que arremeçando-se ao mar obtém salvamento”.

No ano de 1630 corre no meio do povo do Pará que os holandeses, coadjuvados por 500 ingleses estão “fazendo assento na ilha dos Tucujus”. E em janeiro de 1631 o capitão Jacome Raimundo de Noronha, com 36 canoas bem guarnecidas de fuzilaria e frecharia chegam ao local. É feito o ataque e todas as medidas tentadas pelos inimigos são neutralizadas. Baena diz que “No dia da última peleja quando a noite no céu todo espalhava as pardas sombras foge em um lanchão e duas canoas a maior parte dos adversários com seu chefe Thomas, homem acreditado pelo seu valor nas campanhas da guerra de Flandres: e rendem-se com promessa de lhes salvar as vidas os que não desampararam o Forte: o qual é demolido até os alicerces”.

Feliciano Coelho, filho do governador e Capitão General do Maranhão e Grão-Pará, Francisco Coelho de Carvalho, que chega a Belém revestido da autoridade de Vice-gerente do governador logra várias vitórias em pouco tempo: Reforça Pedro da Costa Favela no combate a ferozes ingahibas insulanos da foz do Amazonas. Na noite de 9 de julho de 1632 o Capitão Pedro Baião de Abreu ataca os ingleses no forte Camaú, construído por eles aos pés dos fortes Torrego e Felipe, demolidos pelos portugueses. Os soldados se rendem, mas o comandante Roger Fray, que estava regressando da foz do rio à espera dos 500 homens de Londres é abordado pelo Capitão Ayres de Souza Chichorro, que sob as ordens de Feliciano Coelho, ataca a sua nau “desferindo sobre ele golpes tão poderosos que lhe levam de remate a vida”. (A.Baena). No ano seguinte é avistado o navio que Fray esperava.

Ao longo do tempo, inúmeros outros conflitos são descritos em correspondências oficiais, principalmente ocorridos entre portugueses e estrangeiros, estes que em 150 anos antes da fundação de Macapá não lograram êxito em suas conquistas.

Baena, o historiador, também foi governador interino da Praça de Macapá em 1821, na Província dos Tucujus, o mesmo lugar que chamara de “theatro constante de bellicos conflictos”.