PALESTRA POÉTICA O CHARME DA POESIA

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O CHARME DA POESIA oportuniza a formação de plateia para o texto poético, divulga um pouco da minha obra e de meus autores favoritos e não possui qualquer tipo de burocracia, nem pagamento por quem me convida.

É uma palestra recital que percorre lugares como escolas, comunidades, etc; sendo que nunca haverá duas apresentações iguais, pois eu faço sorteio de poemas, converso e assim o roteiro vai sendo alterado sempre.

Cada poema traz uma história, uma lembrança da Carla Nobre leitora e o recital também é uma forma de conhecer um pouco da minha biografia e de causos curiosos que desejo compartilhar.

E uma oportunidade de mostrar poesia de qualidade para os amantes da literatura e para aqueles que não a conhecem muito, auxilia o professor nas aulas e motiva a leitura dos estudantes.

Eu já venho realizando as palestras sem qualquer apoio e desde outubro do ano de 2015 já percorri os seguintes locais em Macapá: 03 escolas públicas de Macapá, 01 Faculdade e esteve presente em 02 eventos, sendo 01 de mediadores de leitura promovido pelo PROLER Amapá e 01 de uma igreja católica. As escolas atendidas foram E. E. Nanci Nina da Costa, E. E. Dom Arístides Piróvano, E. E. Maria Ivone de Menezes e a Faculdade foi a Apoena, atendendo no total mais ou menos 500 pessoas.

Quero sua ajuda para percorrer municípios de meu estado e ir ainda mais longe, mostrando todo o prazer do texto.

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Gostaria que você me conhecesse um pouco mais:

Poeta amapaense e amazônida, professora da rede estadual de ensino. É Graduada em letras pela Universidade Federal do Amapá e Especialista em língua portuguesa. Participa da Associação Literária e Teatral ABEPORÁ DAS PALAVRAS, onde desenvolve um trabalho voltado para a difusão da literatura produzida na Amazônia. Organiza e participa de saraus literários, pois seu trabalho envolve a poesia falada de seus autores favoritos. Atualmente está trabalhando no monólogo poético ÁGUIAS E SERPENTES e na produção audiovisual dos seus poemas para que circulem na internet, com o Projeto DROPS AMAZÔNICOS. É articuladora cultural, possui perfil de liderança e já atuou como gestora pública nas esferas estadual e municipal. Mestre em DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICAS, pela UNIFAP e sua dissertação versa sobre A POESIA DE ELIAKIN RUFINO E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: diálogos possíveis. Lançou as obras SOBRE O ADEUS E O ENCELÁDO DE SATURNO, O AMOR É URGENTE e EXAGEROS E DELICADEZAS. Foi presidente do Comitê Executivo da Feira de Livros do Amapá, Conselheira de Cultura do Estado do Amapá, Coordenadora do PROLER-Macapá, Coordenadora do curso de letras da Universidade Estadual do Amapá e membro do GT que organizou a política estadual do livro e da leitura no Amapá. Recentemente foi selecionada no edital de Bolsas Literárias do Ministério da Cultura com o projeto de circuito literário “SEMINÁRIO: VOZES DA AMAZÔNIA NO AMOR”.

Fonte: PALESTRA POÉTICA O CHARME DA POESIA

Poema de agora: O Beijo (Lara Utzig)

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O Beijo

Como se um pedaço de mim se esvaísse
Em cada suspiro que solto por ti,
Como se minha alma se bipartisse
Em cada saliva que entrego a ti,

Sinto meus pés se elevarem do chão,
Sinto-me flutuar como em meditação,
Sinto a taquicardia de meu coração,
Sinto o latejar de nossos sexos em pulsação.

Como se meu espírito fosse uno com o teu,
Nossos lábios se encaixam perfeitamente um ao outro.
Como se teu corpo fosse o mesmo que o meu,
Nossa respiração se mistura em sinal de bom agouro.

Sinto o clamar de nossas bocas sedentas,
Sinto o palpitar de uma troca sincera e lenta,
Sinto o rebuliço das partes outrora amenas,
Sinto nosso beijo da forma mais plena.

Lara Utzig

Poema de agora: Mormaço – Poetas Azuis (Poema: O Amor Bate na Aorta – Drummond)

Mormaço – Poetas Azuis (Poema: O Amor Bate na Aorta – Drummond)

Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!

O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…

Poema de agora: DIA DEZ – Poetas Azuis

DIA DEZ – Poetas Azuis – Letra: Pedro Stkls e Música: Igor de Oliveira

Você e eu
Estamos no mesmo coração azul
Na boca do mar
Na testa do céu

Você e eu
Estamos na mesma cidade
Fora do ar
Fora do sentimento

E quando isso parar de doer
A gente volta pra casa
E cura tudo com amor
Ou seja lá o que for
A gente inventa uma maneira
De sorrir de brincadeira
Só não brinque de esconder
O seu amor… fora de mim
Vou ver agora

DOMINGO É DIA DE POESIA NA PRAÇA

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O Movimento Poesia na Boca da Noite estende o Pano da Poesia neste domingo, 20, na Praça da Bandeira.

Um varal com mais de mil poesias será montado. Ao final do encontro essas poesias serão distribuídas ao público. O Movimento vai distribuir também 600 origamis poéticos e cem flores com versos.

Haverá rodada de declamação e de música (violão e gaita). O encontro começa às 17h e termina às 19h. Qualquer pessoa pode participar, basta gostar de poesia. Portanto, leve sua poesia ou de seus autores preferidos para declamar ou colocar num varal especial.

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Dentre as milhares de poesias que serão distribuídas, estão belíssimos poemas das gerações anteriores, como de Álvaro da Cunha, Alcy Araújo, Aluízio Cunha, Arthur Nery Marinho, Ivo Torres, Isnard Lima, Aracy Mont’Alverne, entre outros.

Nas fotos uma pequena amostra do que os integrantes do Movimento Poesia na Boca da Noite prepararam para este domingo.

Alcinéa Cavalcante

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Meu comentário: admiro os poetas, sejam cultos, que usam refinados recursos de linguagem ou ignorantes, que versam sem precisar de muita escolaridade. Eles movimentam o pensamento e tocam corações. Não é a toa que as pessoas têm sido tocadas pela poesia há séculos. E nem interessa se o escrito fala de sensatez ou loucura. Tanto faz. O que importa é a criatividade, a arte de imprimir emoções em textos ou declamações. Por isso sempre divulgo e parabenizo ações como essa de hoje. Valeu, Alcinéa e demais envolvidos. e viva a Poesia!

‘Quando o Amor Florir’ apresenta novas canções do grupo Poetas Azuis

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Será neste fim de semana o novo show do grupo Poetas Azuis. Com um repertório renovado de 12 canções inéditas, o grupo promete uma explosão de sentimentos e sensações nos dias 11 e 12 no Teatro Marco Zero, no bairro Perpétuo Socorro. Ingressos à venda no quiosque da Fábrica Di Chocolate no Macapá e Garden Shopping, ao valor de R$ 20,00.

Em nova formação os Poetas Azuis, trazem além de novos músicos, a voz da cantora Deize Pinheiro que integra o grupo neste espetáculo que se renova e mostra um lado mais musical dos poetas. Claro que a poesia estará presente desde o cenário que remete ao mar, feito todo em tons de azul, as letras e poemas que serão lidos durante o recital.

O show será uma espécie de degustação para o público que já é fã dos poetas e cada uma das noites serão vendidos apenas 80 ingressos.

Assista ao vídeo de uma apresentação lindona dos Poetas Azuis: 

Serviço:
Recital – Quando o Amor Florir
11 e 12 de março
Teatro Marco Zero – Rua Oscar Santos,360 – Perpétuo Socorro
Ingressos: Fábrica Di Chocolate (Macapá e Garden Shopping) – R$ 20,00

Assessoria de Imprensa do Grupo Cultural Poetas Azuis
Flávia Fontes – [email protected] ou (96) 98112 9431

Poema de agora: Passagem de uma alquimista (homenagem de Fernando Canto à dona Euda, que partiu há 3 anos)

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Poema de Fernando Canto

Para Fernando Bedran

“Felix qui potuit rerum cognoscere causas” (Virgílio) (*)
“Otium cum dignitate” (Cícero) (**)

I – Panegírico insuspeito: da morta que viajou

O Eu da Dona Euda deixou presságios no ar
Como se fosse um aziago destino posto no céu
Um voo de curto percurso bramindo as asas da dor
Talvez a voz do caminho no curso da fonte à foz
Talvez um nó desprendido da corda da existência
Talvez um trajeto oculto da noite definitiva
No tênue rio que se torce em busca de um mar de luz

II – Ritual e penitência: da aventura e desterro

Palavras clivam a matéria e um grito exorciza o mal
– Que ritos, que liturgias me trazem esses anjos loucos,
Essas estrelas caídas, sedentas de novos cosmos?
– São gestos que purificam a pena dos degredados
No ato de libação à borda dos precipícios.

III – Platônicas paixões: da intemperança dos deuses

Do útero da caverna a morte espreita silente
Por ser um caminho de almas de irreversível viagem
(-Falava o republicano nas ágoras helenistas.)
Mas arde um fogo e a esperança nas sombras que se projetam
Em busca de elevação e do libertar das correntes
Dos laços, dos elos duros aos quais chamamos paixões.

Evoca-se (de chofre) o sopro – a alma viva – o início
Uma energia circulante por dentro dos alimentos
Dos deuses desesperados, visto a falência do Olimpo.

IV – Herança de Cagliostro: da aprendiza aplicada

Onde a ambrosia – néctar imortal, bálsamo que cura?
Onde o alecrim, a hortelã e os elixires,
A Alquimia misteriosa – a erva/o aguardente/as mãos habilidosas?
Onde, onde? Insiste o vento-remoinho em sua estada no bar
– No âmbar que protege e liga
O fio da vida à Alma Universal
(- Dizem os querubins obesos nas notas de suas trombetas.)

V – Epifanias em curso: do amor e dos equinócios

Decerto, agora, não haverá mais o vazio – o abismo temerário.
E nem a angústia, mas uma luz acima acesa e envolvente
E o amor que nutre o instante e move o tempo – de passagem
Na retidão do equinócio mais perfeito da tua alma.

Macapá, 19.03.2013
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(*) Feliz daquele que pode conhecer as causas das coisas.
(**) O descanso honrado.

(***) Dona Euda partiu há exatamente 3 anos.