Túnel do tempo: família no início dos anos 80

Família

Quem me conhece sabe: adoro fotos antigas. Essa aí é do início dos anos 80. Nela, da esquerda pra direita, estão: meu tio Paulo, meu saudoso pai, Zé Penha, minha mãe Lúcia, tia Maria e o amigo deles, o poeta Silvio Leopoldo (também falecido). Graças a Deus, meus tios e mãe ainda fazem nossa felicidade por aqui. Como diz outro poeta: “haja hoje para tanto ontem“.

Elton Tavares

Túnel do tempo: há sete anos, Nando Reis fez um showzaço em Macapá

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Em 26 de Março de 2009, eu trabalhava no Portal Amazônia. Minha matéria do dia era sobre o cantor e compositor Nando Reis, que iria se apresentar naquela noite em Macapá. O artista veio acompanhado da banda “Os Infernais”.

O show foi no Ceta Eco Hotel. Quem trouxe Nando e banda foi a Caixa Econômica Federal (CEF/AP), por meio do projeto “Eu faço Cultura (EFC)” Valeu, Anderson, aqueles ingressos foram muito bem-vindos, pois foi um showzaço! E lá se vão sete anos…

Elton Tavares

A tacacazeira de olhos ternos e largo sorriso – Por @alcinea

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Olha aí a Prefeitura plantando uma Cuieira já adulta no Residencial São José. É uma homenagem a todas tacacazeiras de Macapá, em especial aquelas que já partiram.

Dentre as que já partiram guardo na memória ternuras de dona Mangabeira, uma negra de olhar límpido, sorriso largo e dentes tão brancos como os guardanapos de algodão que ela mesma fazia para cobrir as panelas.

Foi uma das primeiras tacacazeiras da cidade. Era do bairro da Favela. Sua banca (naquele tempo não tinha os carrinhos de hoje) era montada na esquina da rua Leopoldo Machado com avenida Almirante Barroso. De longe se sentia o cheiro do tucupi. Esse cheiro dava água na boca atraindo tanta gente para sua banca. O camarão era vermelhinho e o jambu treme-treme.

Aos domingos, a movimentação era bem maior. Era parada obrigatória de quem passava por ali para ir ao estádio Glicério Marques assistir aos clássicos da época.

A todos – autoridade ou peão – Mangabeira atendia com alegria, contava histórias, fazia o tacacá do jeitinho que o freguês pedia.

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Dona Bebé – Tacacazeira – Foto: Blog do João Silva

– Mais goma ou tucupi? Quantas colheres de pimenta? Quer mais jambu?

E o freguês ia dizendo como queria.

De muitos ela sabia o gosto e já nem perguntava.

Contava que meu pai, o poeta e jornalista Alcy Araújo, era o único que tomava tacacá sem goma.

Mangabeira tinha um carinho especial pelas crianças. Para elas servia o tacacá em cuia menor e nada de pimenta.
Às vezes um moleque mais ousado pedia que ela colocasse um pinguinho. E ela, cheia de doçura, respondia: “Meu filho, criança não come pimenta”. E o moleque não insistia. O convencimento, tenho certeza, não era pelas palavras, mas pela doçura com que ela falava.

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Tacacazeira Luci – Foto: Blog da Alcilene

Além de tacacazeira, Mangabeira era excelente lavadeira. Daquelas que botava a roupa “pra quarar” e engomava usando ferro a carvão. Era também benzedeira, tirava quebranto de criança, fazia banho de cheiro pra curar gripe, catapora e sarampo e chás e garrafadas pra todos os tipos de males.

Mangabeira era uma imagem forte na paisagem do meu bairro e é uma das belas recordações da minha infância.

Alcinéa Cavalcante

Meu comentário: assim como a querida Alcinéa, tacacazeiras também fazem parte da minha memória afetiva. Não lembro da Mangabeira, descrita pela nobre amiga no texto acima. Mas recordo da dona Bebé e da dona Luci, saudosas vendedoras de tacacá da Macapá dos anos 80 e 90.

Foi bacana lembrar disso, pois quando moleque, sempre ia tomar o caldo de tucupi e goma com meus pais e irmão. Depois a gente comia o beijo de moça. Bons tempos. Parabéns à PMM pela iniciativa e a Alcinéa pelo texto carregado de boas lembranças.

Fonte: Blog da Alcinéa.

Twitter: Dez anos no ar!

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Hoje, dia 21 de março, é aniversário do Twitter. O microblog apaga dez velinhas e tomou conta de todo o mundo com aquela pergunta tola: O que você está fazendo? Eu duvide-o-dó que os inventores do ‘passarinho’ – os americanos Biz Stone, Evan Williams e Jack Dorsey – achavam que a ideia ia dar tão certo.

O certo mesmo é que muita gente não vive sem Twitter, e eu sou uma delas. A formidável troca de informação, aliada ao resumo do resumo de uma notícia, me levou a apostar na rede social.how-to-email-tweets-directly-from-twitter-s-website-692a5ff817

O dicionário mostra duas definições para Twitter: “uma pequena explosão de informações sem importância” e “pios de pássaros”. Segundo os fundadores, ambas as definições eram perfeitas.

Ao contrário do que alguém escreveu aqui sobre o Twitter, ele é sim uma ótima ferramenta de trabalho. Como rede social também. Conheci muita gente boa e hoje me relaciono com elas no mundo real.

twitter22É claro que há informações inúteis, mas é fácil você solucionar essa: pare de seguir o idiota! Se ele/a continuar a insistir, bloqueie, ora! Fico louca quando alguém me diz que não gosta porque há muita “leseira” – idiotice, em amazonês. Leso é quem insiste em ler bobagens tendo a opção de não o fazer!

Pra finalizar, é bom que se diga que até o The Boss deste site aderiu Twitter. Deve ser porque é um ótimo difusor de informações, ou ele viu que há coisas irreversíveis.

De qualquer maneira, segue eu! Twitter.com/JucaraMenezesAM. Até mais!

Juçara Menezes, jornalista manauara, ex colaboradora deste site e amiga querida deste blogueiro.

Meu comentário: Mesmo o principal assunto dos tuiteiros brasileiros ser a programação da TV, a rapidez da informação e o alcance é fenomenal. Confesso que a ideia de escrever em somente 140 caracteres não me agradava nem um pouco, mas há tempos reconheço a importância do microblog para a comunicação.twitter.jpg2

Pena que no Amapá, ele é muitas vezes palco de guerra política. Até eu mesmo participo dos embates, afinal, faz parte da coisa. Ah, não me importo de perder seguidores, o famigerado “unfollow” ou ser bloqueado. Para mim, o importante é dizer o que é preciso, sempre. Acho que essa fórmula deu certo, pois possuo mais de dois seguidores. Tomara que a ferramenta continue nos enriquecendo e divertindo.

Elton Tavares (@eltonvtavares)

Confira as vagas de emprego do Sine Macapá para 15 de fevereiro

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O Serviço Nacional de Empregos no Amapá (Sine/AP) oferece vagas de empregos para Macapá. O número de vagas está disponível de acordo com as empresas cadastradas no Sine e são para todos os níveis de escolaridade e experiência.

Os interessados podem procurar o Sine/AP, localizado na Rua General Rondon, nº 2350, na praça Floriano Peixoto, ou pedir informações pelo telefone: 3212-9161. Em toda a rede Super Fácil tem guichês do Sine e neles é possível obter informações sobre vagas em Macapá.

Para se cadastrar e atualizar os dados, o trabalhador deverá apresentar Carteira de Trabalho, RG, CPF e comprovante de residência (atualizado).

Veja o número de vagas de acordo com a solicitação das empresas:

Ajustador mecânico de manutenção – 1 vaga
Babá – 1 vaga
Caseiro – 1 vaga
Encarregado de telemarketing – 1 vaga
Esteticista facial (sobrancelhas) – 1 vaga
Manicure – 3 vagas
Maquiador (a) – 1 vaga
Trabalhador rural – 2 vagas
Técnico em refrigeração – 1 vaga

Fonte: G1 Amapá

Há 47 anos, Led Zeppelin lançou seu primeiro álbum: Led Zeppelin!

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No dia 12 de janeiro de 1969, há exatos 47 anos, a banda britânica Led Zeppelin, lançou seu primeiro álbum, com nome homônimo ao grupo de Rock and Roll. O disco de estréia foi gravado em outubro de 1968 no Olympic Studios, em Londres, e lançado pela Atlantic Records, produzido por todos os quatro integrantes do grupo, o guitarrista Jimmy Page, o vocalista Robert Plant, o baixista e tecladista John Paul Jones e o baterista John Bonham.

O disco foi gravado em menos de um mês. Foram necessárias somente 36 horas em estúdio, duranLed_Zeppelinte algumas semanas, para registrá-lo, de acordo com Jimmy Page. O álbum contribuiu de forma significante para mudar o caminho da história do rock como um todo. Seja em mistura de gêneros, formas de tocar os instrumentos, técnicas de canto, estilos de composição e operações de gravação.

As músicas do debut do Led são:

1. Good Times Bad Times
2. Babe I´m Gonna Leave You tumblr_mv593dXiJO1shmk5co1_500
3. You Shook Me
4. Dazed and Confused
5. Your Time Is Gonna Come
6. Black Mountain Side 
7. Communication Breakdown 
8. I Can´t Quit You Baby 
9. How Many More Times

A bolacha, com nove canções e 44 minutos minutos de duração foi resultado de folk britânico, blues americano, pop psicodélico do final dos anos 60 e som pesado de guitarra. Uma obra brilhante que vendeu mais de 40 milhões de cópias.

Reconhecimento

download5Em 1993, o jornal The Times considerou Led Zeppelin o 41.º melhor disco de todos os tempos, em uma lista de cem. A revista Rolling Stones incluiu a obra na lista os 500 melhores discos de sempre, na posição 29. A bolacha recebeu um prêmio Grammy Hall of Fame, que honra gravações de ao mínimo 25 anos e com “significância qualitativa ou histórica”, em 2004,

Em 2006, o álbum foi incluído no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die, de Robert Dimery, e foi reconhecido como um dos “100 Greatest British Rock Album Ever” e 100 Greatest Debut Albums, pelas publicações Classic Rock e Uncut.[65] [66] A obra também foi induzida aos 200 definitivos do Rock and Roll Hall of Fame em 2007,e foi novamente citada pela Q, quando a revista criou sua lista de 21 Albums That Changed Music e colocou-a na sétima colocação.

Enfim, o Led foi uma banda lendária, formada por músicos extremamente talentosos, que há 47 anos, começou sua sensacional trajetória com esse discaço!

Bandas são mais que ajuntamentos de músicos, são reuniões de alma” – Jimmy Page.

Elton Tavares, com informações das revistas lidas, sites visitados e mesas de bar de todos os bares de Rock and Roll que fui. 

30 anos de Psychocandy e a História de um Legado – Por @Adnoelp

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Depois que o Movimento Punk acabou, sobraram apenas os resquícios, ou seja, a ressaca de quase uma década de muitos exageros, mas também de muita riqueza cultural. As bandas que compunham tal movimento acabaram, foram sugadas pela indústria cultural e logo após veio o Pós-Punk, não considerado um movimento e sim apenas um estilo, as bandas que vieram em seguida trouxeram um ar mais intimista, introvertido e experimental, era a outra face da mesma moeda e quem achava que o punk viria acabar com tudo se enganou, acabou criando algo espetacular e o Pós-Punk era o segundo estágio dentro da crueza que se propunha a fazer as bandas da época.

Muitas bandas foram intituladas de pós-punk como o Joy Division, Echo and the Bannymen, mas a banda a qual me propus a escrever este texto é a Jesus and Mary Chain, que apesar de não ser tão dark quanto o The Cure e Aha, nos pscandy12introduziram algo muito genuíno com a singularidade de seu som que foi a atmosfera que mais tarde iriamos conhecer na sua forma perfeita com o My Bloody Valentine. Sem se dar conta que iriam se tornar uma referência para uma geração e influência para várias bandas posteriores o The Jesus and Mary Chain entraria em estúdio para gravar seu primeiro trabalho, intitulado Psychocandy, os irmãos e compositores da banda Jim Reid e William Reid já admitiram que havia muita pressão para gravarem um disco e como estavam escutando algumas bandas Pop e muito Velvet Undergroud decidiram juntar tudo e saiu o tão aclamado álbum. Uma verdadeira parede de som aliados a um vocal doce e melódico que seria a principal característica do Shoegaze até os dias de hoje, mais fantástico que isso, impossível.

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Psychocandy está completando esse ano 30 anos de lançado e muitas pessoas e fãs se perguntam por que a banda não lança uma segunda parte desse álbum tão aclamado? Simplesmente porque isso foi o primeiro passo e querem sempre tentar coisas novas, palavras ditas pelos irmãos Reid em entrevistas dadas a sites especializados. Sabemos que a banda possui suas influencias como; Velvet Underground, Beach Boys e The who, tem os pés fincados nos pós-punk e deixaram um legado para o Shoegaze, pedir mais que isso seria impossível.

Adnoel Pinheiro

Túnel do Tempo: O antigo bar Xodó e velho Albino

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Quem tem mais de 35 anos, bebe desde o os anos 90 e estudou no Colégio Amapaense, gostava do antigo bar Xodó e de seu proprietário, Albino Marçal Nogueira da Silva, o velho Albino. Albino era uma figura querida por mim e pelos meus amigos. Principalmente pelo Edmar Campos Santos, o nosso ilustre “Zeca”.

12038305_1027354530650172_9082153324834620988_nEu e Zeca “gazetávamos” aula e íamos beber no Xodó. Escutávamos todas as histórias que Albino contava, ouvíamos suas músicas antigas, ríamos quando ele corteja as garotas e fingíamos surpresa a cada vez que ele nos mostrava seu diploma em couro de carneiro. Era divertido.

O Xodó era um botecão no estilo antigo. Tinha um banheiro apertado, com cheiro forte de desinfetante (criolina) e frases sacanas na parede. Ah, lá tinha de tudo, fotos, velas acesas, objetos inusitados para o lugar (como um boneco do pelezinho), acho que dentro do Xodó tinha até bainha de foice.

Para todos aqueles que matavam aula na década de 90, só para reunir com a galera , beber , falar besteira, aquele boteco no canto da Rua General Rondon com a Avenida Iracema Carvão Nunes era o local perfeito. Os biriteiros da velha Macapá se reuniam lá para “molhar a palavra” e botar os papos em dia. Bons tempos.

12037996_1027354493983509_6625330436937453808_nAlbino faleceu há alguns anos e o Xodó fechou logo em seguida, duas grandes perdas. Quem não viveu aquela época, não entende tal saudosismo, pois o nome do bar era apropriado.

Vez ou outra, tenho necessidade de escrever sobre aquela época. Tempos felizes e entre tantas ótimas lembranças, Albino e o seu Xodó foram vivências marcantes na minha memória afetiva, pois o antigo bar e seu proprietário eram nossos xodós. É isso.

Elton Tavares

*Texto republicado por motivos de saudade dessa época.

Devaneio de hoje: Antigamente

 
Antigamente a gente escrevia na camisa dos colegas no fim do ano, o que simboliza que cada um levaria a lembrança daquele amigo. Antigamente nós rabiscávamos o gesso da fratura que a pessoa querida tinha adquirido em algum acidente, diziam que ajudava na torcida para a calcificação rápida ou algo assim. 
 
Antigamente rolava ovada nos aniversariantes, brincadeira pra lá de sem graça com quem “tava de berço”. Ah, por falar em gracejos de mau gosto, também lembro que antigamente nós “conferíamos” o caderno do colega, numa disputa doida de que estragava mais o material alheio.
Antigamente todo mundo se conhecia em Macapá, se não de falar, pelo menos de vista. Muitos dizem que, antigamente, eu era mais legal. Já acho que antigamente era mais bobo e servia de besta para os que gostam deste gordo de antigamente. Antigamente voltávamos bêbados da cabeça do velho Trapichão, após termos matado aula no Colégio Amapaense, sempre desviando de buracos que o antigo cais tinha na madeira deteriorada. 
 
Antigamente era doido varrido. Hoje, muito menos. Antigamente eu vivia na casa da vovó, com ela, meu pai e tios. As reuniões eram mais frequentes. Antigamente tava todo mundo aí: Zé, Ita e João. Antigamente o Emerson morava aqui. Sinto saudades deles todos os dias. 

Antigamente eu era um arruaceiro, hoje um cidadão mais comum, mas ainda fora dos padrões. “Eu não ando só, só em boa companhia” – Vinícius. Quem anda comigo é que anda em má companhia, pois não se faz mais malandro como antigamente. Às vezes, a nostalgia faz com que a gente sinta muita saudade do que foi vivido e o “antigamente” parece ter sido mais feliz.  Só que são somente boas lembranças, pois a vida é firmeza agora. Bora viver!

 
Elton Tavares