Após quatro anos, seguimos no topo: Piratão é bi-campeão. Viva o Rei do Carnaval! – @PiratasBatucada

Torcida do Piratão comemorando o 1º lugar no carnaval do Amapá — Foto: Caio Coutinho/G1

O Rei do Carnaval amapaense se manteve no topo e sagrou-se campeão novamente. Aliás, a Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Piratas da Batucada é Bicampeã. Minha agremiação do coração fez bonito e conseguiu nota dez em quase todos os quesitos avaliados pelos jurados, com 269,4 de pontuação alcançada nesta quarta-feira de cinzas amarela e azul.

Foto: Philipe Gomes

O Piratão, como é conhecida, chegou ao 18º título. Como disse o presidente da escola, Marcelo Zona Sul, a Piratas da Batucada nunca parou de trabalhar, mesmo com quatro anos sem o desfile da Escolas de Samba do Amapá (…”pirateando o tempo e indo além do que a mente alcança”…). A vantagem foi de um ponto sobre a segunda colocada, a Maracatu da Favela – foi pouco.

Foto: Max Renê

O Piratão fez a Passarela do Samba no Meio do Mundo, na Rua Victa Mota Dias, amarelar na segunda noite de desfile. A descontração dos seus milhares de componentes não deixou de ser organizada. Tava todo mundo cantando, dançando e evoluindo dentro de seu espaço, como deve ser.

Foto: Ana Girlene

Quando o Piratão entrou, a multidão levantou. E eu chorei, ali, fantasiado, semi-rouco de tanto cantar o samba-enredo (“…Nunca esqueça, carnaval é fantasia. Então deseje que a alegria. Seja o tic-tac do seu coração…”). Aliás, chorei hoje de novo, com o título. É muito amor por essa escola. A Piratas da Batucada passou fantasticamente e caralhisticamente brilhante.

Foto: Max Renê

Os carros alegóricos estavam perfeitos. A comissão de frente, harmonia, mestre-sala e porta-bandeira, tudo redondinho, lindo de ver. Sim, Piratão deu show e mostrou como se faz Carnaval.

Foto: Ana Girlene

E a comunidade fez o mesmo. Todos agitaram suas bandeiras, balançaram suas mãos e embarcaram na viagem da imaginação e foram/são felizes no Piratão. Vencer é mais emoção ainda. Quem é pirata sabe como é sensacional desfilar ou torcer pela Escola. Somos apaixonados e felizes.

Foto: Ana Girlene

Quando os ritmistas da Bateria Majestosa Pura Cadência faziam paradinhas, nossos corações seguiam na cadência. E com uma imponente rainha à frente, que não teve piedade, botou pra quebrar.

Como comentou uma amiga e colega jornalista: “Piratão é foda, mano, galera vai ter que correr muito atrás“. E é verdade. As pessoas que assistiram às duas noites de de files foram unânimes em dizer que o título seria nosso.

Foto: Max Renê

O enredo mágico dizia : “…Sonhar é crer que o nunca pode acontecer…”. Cremos, teve Carnaval (aliás, obrigado aos que se empenharam para tal), fomos e vencemos. Afinal, aqui é Piratão. Valeu, gente!

“…Nunca vou deixar de amar
Teu amarelo, glorioso imortal
A zona sul vem sambar
Com o rei do carnaval…”

Elton Tavares – Jornalista e pirata da batucada desde 1990.

*Texto escrito com o samba tocando no repeat.

Depois do Carnaval a gente recomeça (Crônica sensacional de Fernando Canto)

Por Fernando Canto

Não tenho nenhuma dúvida que quem gosta do carnaval é hedonista, e nesse caso guarda a obrigação para depois do prazer. O carnaval é o tempo em que se tira o uso da carne, no seu sentido literal do latim carnelevamen, mas que é tempo também em que se promove a licenciosidade, a crítica, o erotismo e a voluptuosidade.

Deixar as coisas para depois desse grande acontecimento na vida do brasileiro é prática normal. Tudo se resolve depois do carnaval. O tratamento daquela gastrite, a construção da calçada, o pagamento da luz e do cartão de crédito e até o abastecimento da geladeira. – Ora, ainda tem muita coisa pra se aproveitar na despensa. Pensa o guerreiro fantasiado. – Depois a gente resolve isso, fica frio, diz o chefe da repartição. O Governo abre o orçamento bem pertinho do carnaval, mas só depois é que as ações deslancham e se encaixam, após a imprescindível curtição da ressaca. Às vezes até adianta o pagamento dos funcionários públicos para que estes possam ser felizes e não se esquecerem jamais o quanto os governantes são legais. Depois que acaba o dinheiro do salário, o folião não tem o menor pudor de pedir fiado no mercantil da esquina, no boteco da praça e até no ambulante que conheceu um dia desses no ensaio da escola de samba. Pagará depois, se assim o dono da birita ou da comida aprovar.

O depois do carnaval pode ser espichado para muito longe, depende do valor do fiado, dos interesses do chefe da repartição ou do Governo, que sempre aproveita essa época para encaminhar projetos ao Legislativo, sem alarde, porque o povo nem vai saber. O povo não está nem aí, quer curtir o carnaval. E só. Se souber, diz: – Depois a gente pensa no assunto e tenta resolver.

Soube pelo jornal que o Governo e a Prefeitura vão mudar o secretariado logo que termine a quadra momesca, porque se mexer muito agora pode ter prejuízos políticos. Desde pequenos damos ouvidos a expressões idiomáticas como “Não se deixa para depois o que se pode fazer hoje” e “Deus ajuda quem cedo madruga”, que ensejam a necessidade do trabalho bem feito, com tempo e disposição ou aquela que trata do mau trabalho, daquilo feito com má vontade, onde o tempo também é elemento necessário: “o preguiçoso trabalha duas vezes”. Ideólogos dizem que elas são frases carregadas do espírito capitalista que desde o início da colonização tentou mudar o rumo da vida brasileira a dizendo que o índio era indolente.

Que besteira, dizem uns, por que iria querer trabalhar feito um cão para ganhar dinheiro se a natureza dava tudo a ele? O peixe, as caças, as frutas da floresta, a água… Talvez por isso tenha sido escravizado em algumas regiões. Mal sabiam, porém, os portugueses, que eles mesmos iriam introduzir o carnaval do Brasil e com isso deixar a festa rolar. Assim abandonaram a grosseria do entrudo para depois, em 1852, trazerem a novidade do Zé Pereira, que era “um conjunto de bombos e tambores capitaneados pelo sapateiro português José Nogueira de Azevedo Paredes”, segundo o musicólogo Edigar de Alencar. Por ser ruidoso e contagiante logo se alastrou pelo Rio de Janeiro e depois por todo o país.

Para muitos de nós, brasileiros, as resoluções que tomamos no ano novo só iniciam mesmo depois dessa festa, quando pensamos em criar vergonha e caminhar para perder uns quilinhos, quando decidimos sobre o que precisamos e queremos há tempos, para depois realizarmos algumas ações hipocritazinhas como se nada tivesse acontecido no carnaval, embora sempre haja a conivência de alguém. Eu poderia ir bem mais longe com estas elucubrações, porém hoje é dia de desfile e a minha escola me chama.

Não posso deixar esse desfile tão esperado por um ano para nele faltar, assim vão falar mal de mim até depois do carnaval. Talvez nem venha a concluir este artigo, por causa da agitação que precede um acontecimento importante como este, onde minha agremiação é uma das favoritas para ser a campeã. Também não posso de jeito nenhum deixar de assumir minha responsabilidade que é escrever este artigo. Mas hoje é sábado e posso concluí-lo mais tarde. Ou talvez depois das 12h00 da quarta-feira de Cinzas quando me recolho, como milhões de outros brasileiros, a uma quase santa meditação.

Fernando Canto, no bloco A Banda 2020- Foto: Alcinéa Cavalcante

É que vem o tempo da Quaresma e depois da Semana Santa, no Domingo da Páscoa, rompendo a Aleluia, inicia o ciclo do Marabaixo.

*Publicado em 2008. Jornal do Dia

Apuração dos desfiles das escolas de samba acontece nesta quarta-feira

Depois de dois dias de desfiles das escolas de Samba, é chegada a hora de saber saber quem será a campeã do carnaval 2020. A apuração acontecerá nesta quarta-feira, 26, às 15h, na rua Victa Mota Dias, no meio do Mundo.

Durante os dois dias de desfile, os julgadores avaliaram nove quesitos técnicos: harmonia, evolução, Enredo, Samba-Enredo, Alegorias e adereços, Fantasias, Mestre-Sala e Porta Bandeira, Comissão de Frente e Bateria. E este ano, a primeira colocada do Grupo de Acesso subirá para o Grupo Especial, porém não haverá rebaixamento.

Para o carnaval do ano que vem as regras mudam. Haverá, portanto, sete escolas no grupo especial e três no Grupo de Acesso, sendo que uma germinação de acesso subirá e duas do Grupo Especial serão rebaixadas.

Premiação

As primeiras colocadas, tanto do grupo de Acesso quanto Especial receberão R$ 4 mil e R$ 8 mil, respectivamente, mais troféus. As classificadas em segundo e terceiro lugar receberão troféu.

Fonte: Café com Notícias

O Pastelão – Por Marcelo Guido

Foto: Elton Tavares

Por Marcelo Guido

Se estiver andando na rua, ou em um pátio de escola ele vai estar lá, acomodado em estufas, nem sempre ligadas, esperando por você.

Formato triangular, com dobras de massa e possivelmente um presente escondido no meio, onde até saborear com dentadas vorazes pela massa com sabor de sonho, encontrarás um naco de queijo, apresuntado e, acreditem, já fui agraciado até com uma linda e formosa rodela de calabresa.

Foto: Elton Tavares

É amigos, falo do pastelão. Como não se apaixonar por tal iguaria, um ícone que não sai de moda, talvez por que nunca tenha entrado. Inesquecível como “Pirocóptero” e as formosas damas desnudas que estampavam os velhos calendários de bolso, que nos eram dados como brinde, geralmente no fim de ano.

Umas das primeiras regras que aprendemos na escola – não nas aulas – no recreio é: coxinha é bom, é gostosa e cheira bem. Mas o Pastelão é tudo isso e enche.

Por isso se destaca sobre aquela formosa bolinha de massa suculenta com recheio de frango, que alguns infelizes insistem em dar a primeira mordida no bico, quando sabem que o correto é sempre na bundinha. Coxinha com recheio de outra coisa é Rissole.

Pastelão com coca KS, coisa rara em minha cidade (infelizmente) é a combinação perfeita. Quem nunca se viu sentado em uma cadeira de ferro, apoiado em uma mesa bamba, com os cotovelos mordendo o pastelão e sugando através de canudos coloridos o saboroso liquido preto do capitalismo.

Existem seus primos, feitos da mesma linhagem de massa, com recheios aparentes e outro formatos esses são os enrolados, mas eles não têm o charme do nosso herói. Herói sim, pois sacia fome, te deixa satisfeito e te recoloca na caminhada da vida.

Foto: Alê Moutinho

O segredo de como fazer deve ser aqueles bem incautos, fico imaginando uma ordem emblemática que se reúne todas as quintas-feiras em templos onde poucos cidadãos escolhidos a dedo podem compartilhar tal informação, devem ser os Grãos Mestres Pasteleiros, da ordem cristã “SALVE PASTELÃO”.

Falo isso por que quem sabe fazer não passa a receita e quero que fique assim, não quero ninguém metido a besta inventando algo como “Pastelão Gourmet”, isso seria um verdadeiro desastre.

Em minhas andanças, certa vez o encontrei em outra cidade e lá o batizaram como folheado. Triste para algo tão bem nomeado, paulista não sabe nem comer pizza, vai lá saber nomear salgado. Perdoe, eles não sabem o que falam.

Pastelão é isso, quanto mais gorduroso melhor. Mata a fome, tem gosto de infância, te faz refletir sobre situações diárias. Com coca cola, combinação perfeita, um free depois para arrematar.

Foto: Marcelo Guido

Faça a experiência, chegue cedo, mas cedo mesmo às sete da manhã, vá na padaria do bairro – não naquela coisa sem graça do supermercado – peça um da primeira linhagem do dia, primeira edição. Quentinho, acompanhe com uma bela coca gelada, se não tiver KS peça em lata. Irás sentir, sem sombra de dúvidas, a melhor sensação do dia. Como o beijo da pessoa amada.

Felicidade, teu nome é Pastelão.

*Marcelo Guido é jornalista, pai da Lanna Guido e do Bento Guido e maridão da Bia, além de fã de pastelão.

Sobre a quarta-feira de cinzas

Hoje é quarta-feira de cinzas. Trata-se do primeiro dia da Quaresma (quarenta dias antes da Páscoa, sem contar os domingos) no calendário Cristão ocidental (Católico). Neste dia, os católicos rezam, silenciam, pagam alguma penitência, fazem caridade e até jejum. Os carolas, claro.

As cinzas que os Cristãos Católicos recebem neste dia, durante uma missa, são um símbolo para a reflexão sobre conversão, mudança pra melhor e ponderação sobre a fragilidade da vida humana em relação à morte.

A data que inicia a Quaresma varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. Pode ser do começo de fevereiro até a segunda semana de março. Sempre depois do carnaval.

Sabem, não sou religioso. Mas acredito na força de codinome Deus, que rege tudo isso aqui. Tenho muitos amigos que se dizem ateus. Respeito a opinião deles. E outros que são religiosos em demasia. Assim como Rubem Alves, “eu achava que religião não era para garantir o céu, depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos.”

Quem for à missa hoje receber suas cinzas, boa reza. Afinal, cada um de nós deve rezar, orar ou proceder como lhe aprazia.

Para mim, hoje é o dia que o Carnaval acabou. Hora de guardar as fantasias e esquecer a ilusão. O ano começou de fato e com ele a realidade cotidiana, após alguns dias distante dela.

Ainda bem que a Semana Santa não demora a chegar, graças a Deus!

“…A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira…”

Elton Tavares

Blocos de rua marcam o carnaval de Pedra Branca do Amapari

O Carnaval de Pedra Branca do Amapari foi marcado pela diversidade de blocos carnavalescos e irreverência dos brincantes. O ponto mais alto aconteceu na terça-feira gorda, com a apresentação de bandas locais e regionais em evento organizado pela Prefeitura Municipal que contou com a presença dos órgãos de segurança pública e de proteção da criança e adolescente.

A programação carnavalesca do município iniciou na noite de sexta-feira, dia 21/2, com a Batalha de Confetes Algodão Doce para o público infantil, realizada pela Escola de Música. Já nos dias seguintes, os festejos ficaram por conta dos blocos independentes da Amizade e Me Leva, encerrando com o já tradicional futebol à fantasia seguido pelo cortejo do Bloco da Boa.

Em todos os eventos, a Guarda Civil Municipal e Demuttran garantiram a segurança dos brincantes, que também foram acompanhados do Conselho Tutelar e Polícia Militar.

Assessoria de comunicação da Prefeitura de Pedra Branca do Amapari

O desfile do Piratão foi, literalmente, uma “Viagem à Terra do Nunca”. A gente arrebentou e atrevo-me a afirmar: seremos campeões mais uma vez! – @PiratasBatucada

Foto: Max Renê

No último sábado (22), na Passarela do Samba no Meio do Mundo, na Rua Victa Mota Dias, rolou o segundo dia de Desfile das Escolas de Samba do Amapá. Somente agora tive tempo de escrever sobre a nossa marcha alegre daquela noite/dia (já que amanhecemos por lá), devido à extensa agenda carnavalesca (risos).

Foto: Max Renê

A Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Piratas da Batucada, atual campeã do carnaval amapaense e minha agremiação carnavalesca do coração, defendeu o título conquistado em 2015 de maneira brilhante.

Foto: Max Renê

Quando o Piratão entrou, a Avenida explodiu. A multidão amarela se levantou e a mágica aconteceu. O enredo trouxe a magia do Carnaval. A Bateria Majestosa Pura Cadência foi, como sempre, extraordinariamente perfeita.

Foto: Max Renê

“A terra do nunca pode ser você
Basta acreditar
Crie esse mundo pra morar
Sinta que é possível conquistar
Amor, paz e igualdade
Não se paga pra sonhar…”

Foto: Max Renê

A harmonia foi nota dez, assim como a comissão de frente e nenhum de nossos carros quebrou. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente e rainha da bateria foram impecáveis. As fantasias foram as mais brilhantes da noite. Chegamos emocionados na dispersão com aquele sentimento de termos feito um grande desfile.

Foto: Max Renê

“…Nunca vou deixar de amar
Teu amarelo, glorioso imortal
A zona sul vem sambar
Com o rei do carnaval…”

Foto: Max Renê

Tudo com muita vibração, organização, luz, cor, alegria, magia e amor. Senti meu coração disparar e bater no compasso da bateria. Foi emocionante! Sim, Piratas da Batucada fez de seu 31º desfile um show de magnitude e esplendor que transformou a Terra do Nunca em realidade. Um verdadeiro presente do Rei do Carnaval ao público que assistiu, e a toda a comunidade da Zona Sul da capital.

Com a Mari, Teresa e Ita, da família Simões. Todas piratas. Comecei a desfilar com elas, na primeira metade dos anos 90, na Avenida Fab.

“… Nunca esqueça, carnaval é fantasia
Então deseje que a alegria
Seja o tic-tac do seu coração…”

Meu grande amigo Anderson Miranda feliz da vida me olhando e eu emocionado pra caralho. Égua do desfile foda!

Na noite anterior, o Piratas Estilizados fez bonito e deve ser o segundo colocado após uma disputa ponto a ponto com o Piratão. Já o Boêmios, que passou na mesma noite, fez o mais do mesmo. E eu achei ruinzinho (que me perdoem os amigos boemistas).

Foto encontrada no blog Repiquete no Meio do Mundo

Maracatu da Favela desfilou no sábado, mas minha querida amiga e jornalista que manja muito de Carnaval, Alcinéa Cavalcante, disse: “Na minha modesta opinião, o título de campeão vai pro Piratão. Sou Maracatu mas reconheço a grandiosidade do Piratão”. Com uma declaração dessas, da ilustre foliã verde-rosa, fico ainda mais feliz.

Foto: Max Renê

O Piratão passou lindo com seus mil integrantes, carros alegóricos majestosos e nove alas. Eu tava lá, mais uma vez, na ala dos palhaços. Foi um daqueles momentos da vida de muita alegria e reencontro de amigos.

Foto: Gabriel Penha

Quem é pirata sabe como é sensacional desfilar ou torcer pela Escola. Somos apaixonados e felizes. E atrevo-me a afirmar: seremos campeões de novo!

Foto: Max Renê

…Agite a bandeira, balance a mão
Embarque na viagem da imaginação
Vem ser feliz no Piratão…vencer é emoção
Sonhar é crer que o “nunca” pode acontecer…

Elton Tavares – Jornalista e pirata da batucada desde 1990.

Maior bloco popular da Região Norte, “A Banda” promete arrastar mais de 220 mil foliões na terça-feira gorda de carnaval

Maksuel Martins

Neste carnaval, o maior bloco popular do Norte do país promete levar para as ruas uma multidão de mais de 220 mil brincantes. A banda ganha as ruas do centro da cidade no dia 25 de fevereiro em um percurso de aproximadamente 7 quilômetros.

Este ano, quando o bloco comemora 55 anos, a organização anunciou cinco novos bonecos para o desfile. Eles irão homenagear personalidades que fundaram “A Banda” e que contribuíram para o crescimento do Amapá. São eles: Amujacy Borges de Alencar, professor Antônio Munhoz Lopes, Alice Gorda, Mestre Sacaca e Léo Platon, que irão seguir o cortejo ao lado da tradicional Chicona, Iracema e dos veteranos Ari e Anhanguera.

Outra novidade é o lançamento do abadá, que traz a temática do prédio da “Banda” e a imagem dos cinco novos bonecos. “Os abadás serão vendidos ao preço de 15 reais, mas ressalto que o uso é opcional. Apenas mil unidades foram confeccionadas. A proposta é que o folião tenha uma lembrança da ‘Banda’ para guardar”, explicou Cláudio Junior, gerente de Projetos do bloco.

“Outro detalhe importante que queremos lembrar aos brincantes é a realização da terceira edição da ação social que disponibiliza atendimento médico, massagens, ergonomia, testes rápidos e diversos outros serviços. Tudo isso na programação que acontece das 8h às 12h30, na sede do bloco”, ressaltou Cláudio.

Antes do cortejo, em frente à sede da associação, acontecerá a entrega dos bonecos e a distribuição do tradicional caldo de carne para os participantes. Em seguida, vem a concentração e os preparativos para o cortejo.

Trajeto da “Banda”

Às 13h30 ocorrerá a concentração na Avenida Presidente Vargas, na Praça Veiga Cabral. O bloco seguirá pela Rua Cândido Mendes; Av. Henrique Galúcio; Rua Tiradentes; Av. Feliciano Coelho; Rua Leopoldo Machado; Av. Ernestino Borges, com dispersão na Rua São José, Praça Barão do Rio Branco. O trajeto deve durar aproximadamente oito horas, caso não haja imprevistos, segundo a coordenação do evento.

Conheça os bonecos da “Banda”

Chicona: enfermeira conhecida na década de 1960 e um dos principais símbolos do bloco.

Iracema: segunda a integrar o bloco fazendo homenagem à primeira-dama do então Território Federal do Amapá, Iracema Nunes, esposa de Janary Gentil Nunes, governador do Amapá quando “A Banda” surgiu.

“Anhanguera”: nome da rua onde um dia um dos integrantes da “Banda” morou e quis homenageá-la.

Ari: que faz uma condecoração após a morte de um dos conselheiros do bloco.

Amujacy Borges de Alencar: um dos fundadores da “Banda”.

Léo Platon: engenheiro com importantes projetos construídos no Amapá.

Professor Antônio Munhoz: dedicou quase 60 anos à educação, poesia, música e história do Amapá.

Alice Gorda: eleita por anos a Rainha Momo do carnaval amapaense.

Mestre Sacaca: eleito Rei Momo do carnaval por muito tempo e especialista em produzir medicamentos com plantas da Amazônia.

Foto: blog Porta Retrato

História da “Banda”

O ano era 1965. Em meio a um cenário de ditadura militar, um grupo de amigos reunidos para festejar o carnaval é cerceado pelo governo. “O governador era general e era ano político. Ele indicou uma pessoa para ser candidato a deputado federal para representar o Território. Aí nós decidimos contrariar. Construímos a primeira boneca, a Chicona, e saímos pelas ruas do Centro. Fomos barrados na frente da casa do governador, e foi por isso que viramos resistência e decidimos transformar a ‘Banda’ em história”, lembra José Savino, fundador e presidente do bloco.

Ainda segundo o fundador, música de Chico Buarque de Hollanda, chamada “A Banda”, que era a canção do então candidato a deputado federal Janary Nunes, foi a mesma que deu nome e som ao bloco macapaense. “A resistência à proibição do governador foi o maior impulso, o que mais motivou para que continuássemos com ‘A Banda’. Assim fomos nos organizando e, em 1997, conseguimos nos tornar personalidade jurídica, nos tornamos uma associação e somos considerados patrimônio amapaense”, disse o fundador do bloco.

Mônica Silva
Assessora de comunicação/PMM

Carnaval: hoje rola“Bloco dos Minhocas” no Bar do Abreu

Com uma programação extensa no período de Carnaval, o Bloco dos Minhocas é mais uma opção para ao amapaense se divertir. A festa vai rolar HOJE (24), a partir das 18h, em frente ao Abreu – bar tradicional no centro de Macapá. O bloco é uma referência aos cantores da terra, que farão o carnaval mantendo as tradições. O abadá custa apenas R$20,00 – mas quem quiser, leva dois por R$30,00.

A festa vai ter marabaixo, batuque estilizado e músicas dos artistas regionais em ritmo de carnaval. O Bloco dos Minhocas contará com apresentações de vários artistas regionais, que farão a festa nesse Carnaval. O Bar do Abreu foi escolhido para receber os Minhocas por conta da longa parceria entre o dono do estabelecimento e os cantores, e por causa do apoio que estes sempre tiveram do proprietário.

Serviço:

Bloco: Bloco dos Minhocas
Data: 24/02 – segunda-feira
Local: Bar do Abreu, Av. Fab, Centro de Macapá

Um fato recorda outro – Crônica de Luiz Jorge Ferreira

Crônica de Luiz Jorge Ferreira

Após ler um texto de Fernando Canto, em que ele traz nas recordações um pouco do Carnaval de Macapá… fui levado até ao princípio dos Anos 60, mais precisamente 62, em o período de maior frequência da garotada da minha geração moradora nas imediações da Sede Escoteira Veiga Cabral, no bairro do Laguinho, local em que muitos esportes eram praticados, e sob a batuta do Chefe Humberto, também, as artes… Encenações de Cordões Juninos, e Peças Teatrais… e Espetáculos Musicais.

Por época de quase Fevereiro de 1962, a recordação nos leva até o Bloco Caçula do Laguinho… Bloco Infantil criado a partir da observação de Seu Paulino, pai do Joaquim Ramos… O Quincas… exímio passista, que com outros meninos, ao lado de fora da Sede Escoteira, no espaço entre a Sede e o Campo de Treinamento do São José, munidos de latas vazias de Cera Poliflor e velhas frigideiras já sem uso batucavam, e obedeciam ao apito por assobio do Lelé, batucavam, cantavam e criavam Sambas, muitos até Copiados do Boêmios do Laguinho, ou dublês de alguns Sambas Enredos do Rio…

Seu Paulino colocou ordem na casa…

Fez os garotos obedecerem posicionamento, criou paradas para a batucada fazer um breque, conseguiu fantasias, para as Pastoras, Portas Estandartes e Mestres Salas e uniformes para os batuqueiros, tudo muito organizado…

Os “índios” do Cacique de Ramos, nos anos 1970. Foto: ilustrativa (encontrada no site Hypenesse)

Íamos já depois de muitos ensaios, as Batalhas de Confete, que aconteciam em vários bairros inclusive no próprio Laguinho, defronte a Casas Comerciais de importância renomada, por toda cidade em festa.

O Caçula do Laguinho, por ser formado por crianças na faixa dos 10 a 13 anos, tinha o acompanhamento dos pais ou responsáveis, D Josefa, era uma dessas pessoas, com muitos dos seus filhos e filhas sendo participantes… Pedro Ramos, Joaquim Ramos, Neck, algumas das suas filhas…

No Segundo ano de Desfile, no ano de 1963, o Bloco já criava seus Sambas, coletivamente, Nonato, Luiz, Lelé, Saçuca, Pedro, Zeca , Tomé, Munjoca, Arlindo, Queiroz, Joaquim, Zé Paulo, Sacaquinha, Seu Rô… as irmãs , as primas, e as amigas, engrossavam o coro…

Ano 1960 – “Batalha de Confete” em frente à Farmácia Serrano na descida da Rua Cândido Mendes, um dos locais utilizados nos primeiros anos do carnaval de rua de Macapá – Foto: Blog Porta Retrato

Os Caçulas do Laguinho, fizeram a alegria dos pais dessa petizada Carnavalescamente precoce… O pai do Saçuca… Seu Sussuarana, providenciava os couros para os instrumentos de percussão, e as caixas de madeira para criar os tambores, ou o Gabi ,ou o Zé Cueca ou o Cecilio davam um jeito de arrumar…

Afinar… era fácil… uma fogueira, e pô-los a esquentar seus couros, e baquetas a mão… batendo de leve e ouvindo o som apurar no tom.

Luiz Jorge e Pedro Ramos (esquerda) e Fernando Canto e Luiz Jorge (direita) – Fotos: Blog O Canto da Amazônia

Destes participantes do Caçula, amigos de infância, muitos munidos de seus Sambas, com o som dos seus repiques no ar, não estão mais conosco… porém muito destes enveredaram pelo caminho da Arte, e ainda nos proporcionam alegria com suas criações…

Foi ler o texto do Fernando… e parece que me arrumei na casa do Lelé, e desci a Av Ernestino Borges… frigideira na mão, pé tuira da poeira da rua, toda a felicidade na cara sorridente, nascendo as primeiras espinhas.

Carnaval 2020: na última noite de Desfile das Escolas de Samba, torcida dá um show

Neste sábado, 22, último dia de Desfile das Escolas de Samba, os torcedores das agremiações lotaram a Passarela do Samba no Meio do Mundo, na Rua Victa Mota Dias, e deram um verdadeiro show de incentivo e amor pelas agremiações carnavalescas. A animação nas arquibancadas e nos camarotes era contagiante. A cada escola de samba que passava na avenida, os gritos de incentivo e de gente cantando os enredos eram frenéticos, o que acabou servindo de estímulo para os integrantes das alas.

O torcedor vestiu literalmente a camisa de sua agremiação favorita. Além disso, o sentimento era de amor e devoção por cada instituição. E foram muitas as demonstrações de satisfação pelo retorno do carnaval. Famílias inteiras prestigiaram o evento e quem esteve presente não se decepcionou.

A pedagoga Ediane Feijó, torcedora fiel da Piratas da Batucada, afirmou que os familiares gostam bastante do carnaval e sentia falta da disputa entre as agremiações. “Foi muito bom, porque já fazia um bom tempo que não tínhamos desfile. Viemos incentivar a nossa escola do coração, pois todos nós [da família] adoramos o carnaval. Sem dúvida que vejo como bom retorno desse evento tão maravilhoso”, disse.

A aposentada Nazaré dos Santos não resistiu e foi às lagrimas quando viu a Escola de Samba Império da Zona Norte passar na passarela, montada no meio do mundo. Chorando bastante disse o que sentiu. “É muito emocionante! Eu amo essa escola, e quando podia, sempre desfilava. Hoje, infelizmente, minha saúde não permite. Mesmo assim, vim aqui assistir e foi maravilhoso. Está de parabéns minha diretoria”, afirmou.

Quem também não perdeu tempo foi a criançada. Sejam vestidas com as cores das escolas, carregando bandeiras ou balões, a alegria era contagiante. Nayla Viana, de 9 anos, que incentivou do início ao fim a Maracatu da Favela, gostou do desfile. “Eu gostei bastante, porque, quando tinha desfile, eu era muito pequena. Agora, consegui assistir, e ano que vem quero desfilar”, finalizou.

Jonhwene Silva
Assessor de comunicação/PMM

Neste domingo (23), Bloco Bora lá Só Tu vai pra rua! – @blocoboralasotu

Fundado em 2017, o bloco de Carnaval “Bora Lá Só Tu”, que levou mil pessoas às ruas de Macapá em 2019, vem firme para sua quarta edição. Acredito que depois da A Banda e dos desfiles das escolas de samba, o melhor rolê carnavalesco será este.

No último dia 2 de fevereiro, na Casa Viva, o Bloco Bora Lá Só Tu fez seu pré-carnaval. Foi tão bacana que até os canceladores do bloco estavam por lá curtindo a festa. Besta fui eu, de não ir e perdi. Mas no domingo estarei lá.

Sobre o Bora Lá Só Tu

Tradicionalmente, o Bora Lá Só Tu é uma iniciativa coletiva de insatisfeitos com tudo que tá acontecendo, e decidimos fazer o bloco para protesto, reivindicação e diversão.

O Bora Lá Só Tu este ano estará na Avenida Mário Cruz, ao lado da praça Veiga Cabral, se frente com a igreja São José e ao lado do teatro das Bacabeiras.

Irreverente, o bloco é cheio de humor e diversão, uma mistureba musical, energia positiva, alegria, resistência política com todas as críticas necessárias ao sistema, de maneira lúdica, criativa, inteligente e sagaz.

Quem já participou do Bora Lá Só Tu não perderá.

Elton Tavares, com informações de Manoel Fabrício.

Conheça o samba de enredo da Escola Piratas da Batucada (hoje o Piratão vem com tudo)

A Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Piratas da Batucada, atual campeã do carnaval amapaense, este ano defenderá o título conquistado em 2015 com o samba de enredo intitulado “Viagem à terra do Nunca”, por meio do encantamento que envolve as festividades do carnaval. A agremiação apresentará uma viagem extraordinária para dentro de cada um de nós, buscando despertar a criança que se esconde individualmente nas pessoas e libertar a mente para a criação de um mundo especial, o sonho sonhado por cada indivíduo.

“Assim como os personagens do clássico da literatura infantil “Peter Pan”, cada um gostaria de viver na eterna “Terra do Nunca” (e esse “nunca” vem preenchido de todos desejos que se quer alcançar). Desta maneira, nunca é jamais, nunca é impossível, nunca é demais e sempre haverá alegria!”, destacou o diretor da Comissão de Carnaval de Piratas da Batucada, Izauro Santos.

Piratas da Batucada, “O Piratão”, carinhosamente chamado pelos seus brincantes e apoiadores, será a última agremiação a desfilar HOJE (22), às 4h20.

Jornalista Elton Tavares, na ala das Bruxas, na Piratas da Batucada, em 2015. Foto: Abinoan Santiago

Enredo: “Viagem à Terra do Nunca”

Compositores: Professor Rogério, Silva Júnior, Bruno Sena e Adlan Bismark

Intérpretes: Ademar Carneiro e Fábio Moreno

Seja eternamente uma criança

Pirateando o tempo

Indo além do que a mente alcança

Um Peter Pan vive no seu pensamento

Não deixe a inocência adormecer

A “terra do nunca” pode ser você

Basta acreditar

Crie esse mundo pra morar

Sinta que é possível conquistar

Amor, paz e igualdade

Não se paga pra sonhar

Nunca vou deixar de amar

Teu amarelo, glorioso imortal

A zona sul vem sambar

Com o rei do carnaval

Voar na imensidão de um mundo perfeito

Com justiça, sem preconceito

E a nuvem da maldade a desaparecer

Assim não faltará

Água, terra e ar pra bem viver

Saúde, educação e um belo amanhecer

Nunca esqueça, carnaval é fantasia

Então deseje que a alegria

Seja o tic-tac do seu coração

Deixa a majestosa bateria

Embalar a cadência dessa folia

E o sonho de ser campeão

Agite a bandeira, balance a mão

Embarque na viagem da imaginação

Vem ser feliz no Piratão…vencer é emoção

Sonhar é crer que o “nunca” pode acontecer

Cliver Campos
Assessor de comunicação/PMM
Contatos: 98126 0880 / 99175 8550
Fotos: Arquivo

Hoje é o Dia Internacional do Maçom (meus parabéns à Ordem e sobre os maçons da minha família)

Hoje é o Dia Internacional do Maçom. A data é celebrada em 22 de fevereiro por conta do aniversário do primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington. Ilustre Irmão Maçom e principal artífice da independência dos EUA. Inclusive, ao assumir o mandato, em 1789, prestou seu juramento constitucional sobre a Bíblia da Loja Maçônica na qual era Venerável Mestre.

O conceito de Maçom diz: “homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e à crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem-estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo”.

Maçonaria é uma sociedade discreta e, por essa característica, entende-se que se trata de ação reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela participam. Seus membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade. Além do aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática, filosófica, progressista e filantrópica.

Maçonaria no Amapá e meu avô maçom

A Maçonaria existe no Amapá desde 1947, quando foi fundada a Loja Maçônica Duque de Caxias, localizada na Avenida Cloriolano Jucá, Nº 451, no Centro de Macapá. Hoje existem 24 lojas maçônicas no Amapá. Destas, 13 são da Grande Loja do Amapá e 12 da Grande Loja Oriente do Brasil. Além da capital, os municípios de Mazagão, Porto Grande, Santana e Laranjal do Jari possuem uma loja cada.

João Espíndola Tavares, meu amado e saudoso avô.

Meu avô paterno, João Espíndola Tavares, foi maçom. Aliás, foi um homem dedicado à Maçonaria. Vou contar um pouco dessa história:

Em 1968, após ser observado pela sociedade maçônica de Macapá, João Espíndola (meu avô) foi convidado a ingressar na Loja Maçônica Duque de Caxias, onde foi iniciado como Maçom. Logo se destacou dentro da Ordem por conta de seu espírito iluminado. Foi um dos maiores incentivadores de ações filantrópicas maçônicas no Amapá.

João foi agraciado, em 1981, após ocupar 22 cargos maçônicos, com o Grau 33 e o título de “Grande Inspetor Litúrgico”. Ele sedimentou seus conhecimentos sobre literatura mundial lendo de tudo.

Vô João transitou por todos os cargos da Ordem. As cadeiras que ocupou foram sua ascendência à graduação máxima da instituição. Foi Vigilante, 2ª Mestre de Cerimônias, Venerável Mestre, 1º Experto Tesoureiro, Delegado do Grão Mestre para o 11ª Distrito Maçônico e presidente das Lojas dos Graus Filosóficos. Também foi um dos participantes do Círculo Esotérico da comunhão dos membros.

Meu avô é o primeiro da esquerda. Nessa foto, com outros maçons, entre eles o senhor Araguarino Mont’Alverne (segundo da direita para a esquerda), avô de amigos meus.

Ele também integrou o grupo de humanistas da instituição, que objetivava a assistência social e humanitária, oferecendo atendimento médico gratuito ao público. A entidade filantrópica também ministrava aulas preparatórias para candidatos ao exame de admissão ao Curso Ginasial, que hoje conhecemos como Ensino Médio.

Quando ele morreu, em 1996, em nota, a Maçonaria divulgou: “Durante sua estada entre nós, sempre foi ativo colaborador e possuidor de um elevado amor fraterno”.

Há 10 anos a Loja Maçônica do município de Mazagão, Francisco Torquato de Araújo, comemorou 20 anos de fundação. No evento, a instituição homenageou seus fundadores, entre eles o patriarca da minha família paterna, João Espíndola Tavares.

Tio Pedro, Venerável da Loja Duque de Caxias, ao lado do Anatal, Venerável da Loja Acácia do Norte.

Tio Pedro, o Venerável Mestre

Meu tio e querido amigo, Pedro Aurélio Penha Tavares, é o único maçom da minha família. Ele também é o atual Venerável Mestre da Loja Duque de Caxias, que ano passado completou 70 anos de fundação. Meu avô, lá nas estrelas, deve ter muito orgulho de seu filho, que seguiu seu caminho Maçônico.

Não sei se um dia terei perfil para ser um membro da nobre instituição, mas seria uma honra. Lembro de crescer com um certo fascínio sobre a Maçonaria por conta do meu avô. Além do vô João e tio Pedro, parabenizo todos os meus amigos maçons. Congratulações pela data!

“Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstoi.

Elton Tavares