A diferença entre amigos e chegados

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Aprendi a ter amigos longevos. Mas para isso, de vez em quando, é preciso dar um tempo deles. Pois mesmo os bons companheiros, precisam de uma pausa no convívio. Noutros casos, existem aqueles chegados otários que todo mundo tem, que a gente convive em um determinado grupo social, mas que a gente nem curte, só atura.

Como dizia meu avô, é preciso ser água, que passa por entre as pedras no caminho. Sim, sigo neste aprendizado. Hoje em dia, brigo menos e ignoro mais. Aliás, eu, você ou qualquer um pode ser aquele amigo antipático de alguém na opinião de terceiros.

Quem me conhece, sabe: tenho palavra. E odeio papo furado. Tento manter uma boa relação com todos, mas não gosto de blá, blá, blá, leva e traz e coisas do tipo.

Outros, que se dizem amigos, mas não passam de parceiros de birita ou algo assim, devem ser tratados como tal. Aprendi também que parcerias de ocasião também são formas de consideração, algo menos visceral, mas não deixa de ser.

Entre estes “chegados”, tem muito nego que precisa inventar que é foda. Estes mentem e tentam diminuir os outros para se auto afirmarem. E é o pior tipo, pois se acham safos, mas são otários. Suas personalidades são mutáveis e suas palavras um risco na água.

Muitos que você pensou ser ou foram amigos no passado, tornaram-se chegados. Entre estes, no ápice da babaquice, ACHAM que fazem de você “Pateta” e elegem a si próprios como Mickeys. Ledo engano. Na maioria das vezes, só tem inveja de ti. Dá pra aturar, só não dou muita confiança.

Tenho amigos que quero sempre junto a mim, eles energizam o ambiente. Amizade é um bem precioso, portanto, cuide daqueles que lhes são caros. Mas somente os que são amigos de mão dupla, pois a reciprocidade é fundamental.

Elton Tavares

Não deu pro Mengão, parabéns amigos cruzmaltinos

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É amigos flamenguistas, nós perdemos. Perder NUNCA é bacana, mas perdemos na bola, sem choro da minha parte. Tudo bem, o pênalti a favor do Vasco não existiu, mas isso faz parte do futebol. Poderia ser o contrário, portanto, não é desculpa.

Ah, ia esquecendo. Sou um péssimo perdedor e nem a seleção argentina ganha do Vasco na minha escala de antipatia futebolística. Por isso, agora sou Botafogo nos dois jogos da final.

Futebol tem erros mesmo, tem violência, tem paixão, sofrimento, alegria , tem encarnação do vencedor, mordição do perdedor e etc. Por todos os elementos que envolvem este esporte (tem alguns que não gostam, azar o deles) que ele é tão amado. Agora é a vez dos vascaínos tirarem com a nossa cara, simples assim. Afinal, faz parte da coisa.

Que fique claro, como bom Flamenguista, detesto o Vasco, mas não os vascaínos, pois tenho muitos amigos entre os “cruzmaltinos”. E depois de três anos e 11 meses sem ganhar do Mengão, essa galera deve tá muito feliz. Parabéns!

Elton Tavares

Hoje é o Dia da Ex namorada (o)

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O pessoal inventa cada coisa, inclusive dias comemorativos, se é que se pode chama-los assim. E este blog possui uma sessão “datas curiosas”. Bom, hoje , 18 de abril, é o Dia do Ex-Namorada (o)? A ideia de comemorar a data surgiu do Exército da Salvação, que foi fundada na Inglaterra em 1865 por William Booth e sua esposa, Catherine.

Para colocar a ideia em prática, a agência WMcCann criou uma campanha na tentativa de incentivar doações de tudo aquilo que lembre um ex-namorado. A Campanha do Exército da Salvação foi intitulada de “Que pena que acabou, mas já que acabou, doe”.

Bom, eu já namorei mulheres legais, outras não tão legais e três muito pilantras. Como tudo serve como experiência de vida, está valendo. Afinal, aprendemos com nossos erros e acertos. Não que eu e preocupe com a vida delas e tals. Claro que não, tô muito feliz com a minha namorada, é só um post sobre a curiosidade de hoje.

Então, não tenho contato nenhum com a maioria das minhas exs, acho que três são minhas “amigas” no facebook e só.

Brincadeiras a parte, gosto da maioria das minhas exs, pessoas com as quais aprendi muita coisa. Valeu, meninas! Já a minoria que não curto, nem quero saber, pois elas me odeiam e é recíproco.Feliz resto de Dia do Ex pra quem ainda rói essa pupunha. Que não é o meu caso (risos).

Elton Tavares

Fonte: Revista Impulso.

O barulhinho muito mais que bom de Rebecca Braga!

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Rebecca Braga e banda – Foto: Pedro Stkls

 

Ontem, no Bar Diretoria Drink & Music, assistimos a talentosíssima Rebecca Braga, acompanhada por excelentes músicos e convidados mais que especiais, fazer o “Barulhinho Bom”. Mas o que era pra ser um show, foi mesmo um espetáculo!

A cantora e banda conseguirem reunir e executar canções que são grandes sucessos mundiais e músicas sensacionais de compositores brasileiros renomados em um repertório variado e lindo. E as versões? Tudo perfeito e diferente. E isso realmente não é fácil de fazer. Agradar então, nem se fale.

Mas Rebecca e os músicos Fabinho (Guitarra), Valério Júnior (Bateria/Percussão) e Alan Gomes (Contrabaixo e Direção Musical) conseguiram agradar e emocionar a todos que estavam no Diretoria. E olha que a plateia incluía outros instrumentistas, cantores, poetas, músicos, jornalistas e agentes culturais do Amapá. Ou seja, um público exigente.

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Rebecca Braga e Zé Miguel – Foto: Toninho Júnior

Com duas décadas de carreira, Rebecca derramou de forma suave e intimista uma boa parte do seu leque de influências da MPB, Reggae e Rock’n’roll, além da nossa MPA. Ela cantou o fino, a nata desses estilos em uma viagem porta nas minhas memórias, principalmente afetivas.

Não à toa, o poeta Pedro Stkls, disse: “Fui ao show da Rebecca Braga e descobri que ela tem na voz o sentimento amor. Uma coisa linda de se ouvir. o show estava repleto de canções muito bem selecionadas e maravilhosamente bem arranjadas. o “barulhinho bom” da Rebecca foi todo coração. Mais uma vez tive o prazer de prestigiar uma emoção, um sentimento, um carinho como poucos”.

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Brenda Melo e Rebecca Braga – Foto: Toninho Júnior

O show Barulhinho Bom foi muito mais que isso, foi uma declaração de amor de Rebecca à música e ao público. Com os vocais divididos com Zé Miguel e Brenda Melo, a apresentação causou frenesi na plateia, que se deliciou mais e mais a cada canção executada. Ah, a banda foi perfeita, os caras, seus acordes, solos e sons. Sublime e sem falhas.

Nestes 20 anos de música da Rebecca, impossível dizer quantos shows da artista assisti, mas este foi, senão o melhor, um dos melhores. Tenho a honra de me gabar que sou seu amigo e também fã. Parabéns aos envolvidos na realização do Barulhinho Bom. Principalmente a você, Rebecca Braga. Prometeu e cumpriu, pois tu arrebentaste!

Elton Tavares

Show do U2: quatro anos de uma das melhores noites da minha vida

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Existem muitos elementos que envolvem um show de rock and roll. Além do som, das canções, performance da banda e efeitos visuais, euemanonou2 (1)um fundamental, a paixão. Há exatamente quatro anos, a banda U2 fez seu terceiro show no Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP) e graças a Deus, eu estava lá.

A banda inglesa Muse abriu o para u U2 às 20h. O local estava tomado por 89 mil pessoas, exatamente a capacidade do local. Aproximadamente 40 minutos depois, o U2 entrou, aliás, uma entrada grandiosa.O engraçado é que tínhamos tomado litros de cerveja, pois chegamos ao Morumbi 4h antes, mas a entrada da lendária banda irlandesa foi uma injeção de adrenalina, ficamos sóbrios, ou melhor, assombrados e eufóricos.

Bono Vox iniciou o show e bruno3nós ficamos literalmente arrepiados, foi realmente emocionante. O vocalista cantou poucas músicas do novo CD e arrebentou com clássicos como “Sunday bloody Sunday”, “Miss Sarajevo” e tantos outros. Gênio! Eu sempre escutei que o U2 fazia as pessoas acreditarem que é possível fazer o impossível. Tive a certeza disso naquela noite.

Após um videoclipe, que transmitiu uma das tantas mensagens de paz e amor que o show enfatiza, Bono Voxandrezza cantou “One”. Não deu para conter as lágrimas. O show não foi algo para adolescentes facilmente impressionáveis, foi uma coisa mágica para fãs de todas as idades. Uma mistura de repertório recheado de excelentes canções, imagens impagáveis, riqueza de arranjos de Edge, Adam e Larry e o brilhantismo de Bono. Estonteante? Deslumbrante? Não consigo adjetivar. Só sei que as boas energias que senti ali não se igualam a nada que vivi antes.

Gritos, choro, euforia, abraços, várias sensações e atitudes vindas do coração e da alma. Algo mítico e místico, sem exagero algum. Certa vez, li que uma grande obra de arte ou acontecimento não vem atrás de você, é preciso ir atrás desse tipo de vivência. Foi o que fizemos.show11

 Além do grande espetáculo de rock and roll, o evento é uma mistura mágica de luzes. Se eu viver mais 300 anos, com toda certeza, não esquecerei o dia 13 de abril de 2011. Simplesmente fantástico (uma contradição de termos, pois nada que é fantástico é simples).

Foi tudo o que eu esperava de um show do U2 e muito mais. Aquela noite tornou-se certamente histórica. Foi lindo demais e sou muito feliz por ter vivido aqueles momentos.

Elton Tavares

Feliz aniversário, tio Pedro Aurélio!

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Hoje é aniversário do terceiro filho da Peró e “Juca”, pai de três caras e uma moça, marido da Lúcia e meu querido tio, Pedro Aurélio Penha Tavares. Ele é um homem íntegro que admiro e respeito. Um membro dos “Penha Tavares”, meu clã paterno que amo e tenho orgulho de pertencer.10616658_700304633355904_7174741167391503832_n

O cara também é administrador de empresas, bacharel em Direito, maçom, fazendeiro, auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE/AP). Mas também é inteligente, trabalhador, honesto, fiel, culto, decente e, se preciso, combativo.

Apesar de corajoso, durão (transmite força e gosto disso, como ele, eu não corro da briga), é um figura família, sensível entre os seus, de boa índole e grande coração.

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Ele é capaz das mais nobres atitudes e algumas peculiares chatices também, mas como disse Raul Seixas: “cada um de nós é um universo, Pedro...” (na música Meu amigo Pedro).

Tudo bem. Afinal, nenhum de nós é perfeito e graças a Deus, os velhos amigos e parentes que nos amam sabem e nos aceitam como somos. Eu que o diga.

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Pedro Aurélio é um cara foda em tudo que se propõe a fazer. Sempre foi assim e sempre será. A ele, minhas homenagens, respeito e consideração hoje e por toda a vida.

Tio, nós te amamos. Meus parabéns e feliz aniversário!

Elton Tavares

Meu amigo Deus

Que me desculpem meus amigos ateus (alguns convictos e outros nem tanto), como sempre digo, não sou religioso, mas acredito em Deus. Não sigo nenhum dogma estabelecido, mas acredito que uma força rege tudo isso. 
 
Deus ou seja lá qual for o nome dele (God; Dieu; Gott; Adat; Godt; Alah; Dova; Dios; Toos; Shin; Hakk; Amon ou simplesmente “papai do céu”) é meu brother!  Ah, não sou temente a Deus, pois Ele é só energia boa. 
 
Só Deus sabe o que seria de mim sem a ajuda Dele. Marisa Monte disse que “quem tem Deus como império, no mundo não está sozinho”. Verdade, Dylan falou “Deus conhece os segredos do seu coração”. Grande Bob!
 
É, minha aliança é com Deus e só com ele. Boto fé no senhor e Ele sempre me auxilia, guia e protege. Mesmo quando sigo por caminhos tortos ou obscuros.Portanto, agradeça a Deus sempre por ter um amor, emprego, família, amigos ou apenas (se é que é simples) por ter saúde e estar vivo. Só Deus sabe o quanto eu confio Nele. 
 
O escritor Rubem Alves, no livro de crônicas intitulado “Pimentas”, disse: “a gente fala as palavras sem pensar em seu sentido. ‘Benção vem de bendição’. Que vem de ‘dizer o bem ou bem dizer’. De bem dizer nasce ‘Benzer’. Quem bem diz é feiticeiro ou mágico. Vive no mundo do encantamento, onde as palavras são poderosas. Lá, basta dizer a palavra para que ela aconteça”. Então, que Deus continue nos abençoando!
 
Elton Tavares

Sobre os shows do Interpol e Smashing Pumpkins no Lollapalooza Brasil 2015 (só tive tempo de escrever hoje)

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A exemplo das outras quatro vezes em que fui à Sampa para assistir shows de Rock and Roll, estive pela segunda no Festival Lollapalooza Brasil. InterpolPor conta da longa viagem de volta e expediente do trampo de ontem, só hoje tive tempo para escrever sobre os shows.

Na verdade, o festival deste ano contou com atrações mais dançantes do que pesadas, mas atingi meu objetivo: ver as apresentações das bandas Interpol e Smashing Pumpkins. Ambas com performances perfeitas.

Era um domingo frio e cinzento, aliás, o último de março, quando o Interpol subiu ainterpol2o palco Skol, no Lollapalooza Brasil 2015. O grupo tocou de 15h30 às 17h debaixo da garoa dos paulistas, o nosso “chuvisco”. Logo a banda nova-iorquina aqueceu o coração e alma dos fãs que estavam no autódromo de Interlagos.

Eu não sabia se pulava, fotografava ou cantava (com meu pobre inglês) as canções da banda indie. A força do Rock and Roll fez aqueles caras levantarem a multidão de fãs. Foi lindo!

SPO Smashing Pumpkins fechou o festival no palco Onix do Lollapalooza Brasil 2015. Billy Corgan, compositor, líder, único membro da formação original do grupo e dono da bola mandou muito bem. Ele veio acompanhado do guitarrista Jeff Schroeder (na banda desde 2007), pelo baixista Mark Stoermer (The Killers) e baterista Brad Wilk (Rage Against the Machine).

Eu aguardava um show do Smashing Pumpkins desde os anos 90. Eles levaram sons como “Tonight, Tonight”, “Ava Adore, Bullet With Butterfly Wings”, “Disarm”, “Cherub Rock”, Today, 1979, a nova “Being Beige”.Smashing1

O público estava hipnotizado com a apresentação, muita gente, como eu foi às lágrimas. Como não chorar? O careca antipático do rock cantou com o coração e a banda tocou de forma perfeita. Foi emocionante e entrou para a história rocker da minha vida.

Elton Tavares

Há 17 anos, morreu meu pai, Zé Penha Tavares (o meu herói)

 
Há 17 anos, em uma manhã de segunda-feira cinzenta, no Hospital São Camilo, morreu José Penha Tavares, o meu pai. O meu herói. 
 
Filho de João Espíndola Tavares e Perolina Penha Tavares. Nasceu no município de Mazagão, em 1950, de onde veio o casal. Era o primogênito de cinco filhos.
 
Ele começou a trabalhar aos 14 anos, aos 20 foi morar em Belém (PA), sempre conseguiu administrar diversão e responsa, com alguns vacilos é claro, mas quem não os comete? Na verdade, papai nunca se prendeu ao dinheiro, nunca foi ambicioso. Mas isso não diminui o grande homem que ele foi.
 
Em 1975, casou-se com minha mãe, Maria Lúcia, com quem teve dois filhos, eu e Emerson. O velho não foi um marido perfeito, era boêmio, motivo que o levou se divorciar de minha mãe, em 1992. 
 
Li no jornal da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), onde ele trabalhava, após o seu falecimento: “Feliz, brincalhão, sempre educado e querido por todos. Tinha a pavulagem de só querer menina bonita a seu lado, seja em casa ou entre amigos, mas quem se atreve à culpá-lo por este extremo defeito?”
 
Zé Penha pode não ter sido um marido exemplar, mas com certeza foi um grande pai. Cansou de fazer “das tripas coração” para os filhos terem uma boa educação, as melhores roupas e os bons brinquedos. Quando nos tornamos adolescentes, nos mostrou que deveríamos viver o lado bom da vida, sacar o melhor das pessoas, dizia que todos temos defeitos e virtudes, mas que devíamos aprender a dividir tais peculiaridades. 
 
Penha não gostava de se envolver em política. Ele gostava mesmo era de viver, viver tudo ao mesmo tempo. Família, amigos, noitadas, era um “bom vivant” nato. Tinha amigos em todas as classes sociais, a pessoa poderia ser rica ou pobre, inteligente ou idiota, branca ou preto, mulher ou homem, hétero ou homo, não importava, ele tratava os outros com respeito. Aquela cara era extraordinário! 
 
Esportista, foi goleiro amador dos clubes São José e Ypiranga, dos times do Banco da Amazônia (BASA) e Companhia de eletricidade do Amapá (CEA) e tantos outros, das incontáveis peladas. 
 
Atravessamos tempestades juntos, o divórcio, as mortes do Itacimar Simões, seu melhor amigo e do seu pai, João Espíndola, com muito apoio mútuo. Sempre com uma relação de amizade extrema. Ele nos ensinou a valorizar a vida, vivê-la intensamente sem nos preocuparmos com coisas menores a não ser com as pessoas que amamos. Sempre amigo, presente, amoroso, atencioso e brincalhão.
 
Com ele, aprendi muito sobre cultura, comportamento, filosofia de vida, aprendi que para ser bom, não era necessário ser religioso. “Se você não pode ajudar, não atrapalhe, não faço mal a ninguém” – Dizia ele. 
 
Acredito que quem vive rápido e intensamente, acaba indo embora cedo. Ele não costumava cuidar muito da própria saúde, o câncer de pulmão (papai era fumante desde os 13 anos) o matou, em poucos meses, da descoberta ao “embarque para Cayenne”, como ele mesmo brincava. 
 
Serei eternamente grato a todos que ajudaram de alguma forma naqueles dias difíceis, com destaque para Clara Santos, sua namorada, que segurou a onda até o fim. E, é claro, minha família. Sempre que a saudade bate mais forte, eu converso com ele. As pessoas morrem, mas  nunca em nossos corações. 
 
José Penha por Emerson Tavares (meu irmão)
 
“Papai sempre, aos meus olhos foi um cara admirável (mesmo tendo muitos defeitos), como ele era parceirão com todos, onde chegava, em qualquer roda, era bem quisto! Nunca nos faltou nada, nada mesmo, sempre fomos bem vestidos, sempre tínhamos os melhores brinquedos.
 
Ele deixou marcado na gente o que é ser gente boa e companheiro com os outros (família e amigos). Sempre nos espelhamos nele, no modo de tratar as pessoas que gostamos, ou seja, no meu modo de ver, ele nos ensinou o segredo da vida.
 
Quando falam que tenho o jeito dele, para mim, é um elogio, porque meu pai era um homem admirável, um verdadeiro ser humano!  Pai como eu queria que você visse como estou, tivesse visto minha formatura, acompanhado meu crescimento pessoal e outros momentos destes 14 anos. Te amo e te amarei pra sempre!”
 
Papai por Paulo Roberto Penha Tavares (seu irmão caçula)
 
“O Zé Penha era aquele cara que todo mundo gostaria de ter como amigo. Gentil, humano, solidário, alto astral, IRMÃOZÃO. Sinto muita falta dele. Muito inteligente e perspicaz, percebia as carências dos que o circundavam e sempre, sempre mesmo, encontrava um jeito de ajudar.
 
Lembro que em um dos dias mais triste de nossas vidas, que foi o da morte de nosso pai, disse: ‘Nós nunca dizemos o suficiente para as pessoas o quanto nós as amamos’.
 
Eu, durante a vida dele, também não disse o suficiente o quanto eu o amava. Sou eternamente grato a Deus, por ter me dado uma família maravilhosa, da qual o Zé Penha era o primogênito. E sinto muito orgulho de dizer que era irmão dele. Continuo cheio de saudades desse meu grande irmão.”
 
José Penha Tavares foi muito mais de que pai, foi um grande amigo. Nosso amor vem das vidas passadas, atravessou esta e com certeza a próxima. Ele costumava dizer: “Elton, se eu lhe aviso sobre os perigos da vida, é porque já aconteceu comigo ou vi acontecer com alguém”
 
“Quem já passou por essa vida e não viveu, Pode ser mais, mas sabe menos do que eu”. A frase é do poeta Vinícius de Moraes. Ela define bem o meu pai, que passou rápido e intensamente por essa vida. Também faço minhas as palavras do escritor Paulo Leminski: “Haja hoje para tanto ontem”. Ao Penha, dedico este texto, minha profunda gratidão e amor eterno. Até a próxima vez, papai!
 
Obs: Texto republicado todo ano nesta data e assim será enquanto eu sentir saudade. 
 
Elton Tavares

Adrenalina, expectativa e insônia pré-shows de Rock

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Lembro quando, há 15 anos, o Andre Mont’ Alverne me deu um CD pirata do Interpol.  Comparávamos o vocal com o Ian Curtis do Joy Division. O disco era prateado e com o nome “Interpol” com a letra do Bré escrita com pincel azul. A gente escutou muito essa banda.

Também recordo da segunda metade dos anos 90, quando escutei o The Smashing Pumpkins, lá no velho Mosaico. Alguns amigos até arriscavam tocar/cantar as músicas dos “abóboras” com seus enrolations cheios de atitude. Bons tempos.

Hoje (29), lá pelas 11h30, irei ao Autódromo de Interlagos, onde assistirei os shows dos dois grupos de rock. Tenho certeza que será um lance mágico. Toda vez é isso, a noite que antecede as apresentações me deixa pilhado. Uma espécie de adrenalina pré-shows de Rock.

É verdade que, desde que as duas bandas foram anunciados no lineup do Lollapalooza 2015, eu sabia que viria por causa delas. A expectativa é enorme, o que dificulta a chegada do sono aqui na selva de pedra, mas a sensação é ótima!

Elton Tavares

Rock and Roll: já tô em Sampa para o Festival Lollapalooza 2015

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Depois de 6h de avião, uma parada em Brasília (DF), 50 minutos de Guarulhos (SP) para a capital paulista, ei que estou mais uma vez na Babilônia brasileira para outros shows de Rock and Roll no Festival Lollapalooza 2015. O evento será realizado neste final de semana, nos dias 28 e 29 de março. Tenho certeza que as apresentações valerão a saudade da bruxinha que não pode vir, o cansaço (tô no hotel só o trapo) e a grana investida.

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Estou aqui para assistir as apresentações de Interpol e The Smashing Pumpkins (duas de minhas bandas favoritas). Ambas farão shows no domingo, mas ainda verei a possibilidade de ver o Robert Plant, vocalista da lendária Led Zeppelin, no sábado.

O Festival Lollapalooza 2015 acontecerá no mesmo local que o evento Rock and Roll foi realizado em 2014: Autódromo de Interlagos, em São Paulo.Além das bandas citadas e o Plant, também vai rolar Jack White, da dupla White, Kasabian (indie de qualidade) e mais uma porrada de atrações nacionais e gringas.

À exemplo dos shows de Radiohead (2009), U2 (2011), The Cure (2013) e Lollapalooza 2014, a ansiedade já me corrói. Só quem já foi a um grande festival de Rock and Roll sabe: é uma onda caralhenta de porreta! Por isso estou aqui.

Elton Tavares

Não troquem o nome do Teatro das Bacabeiras

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Fotos: Maksuel Martins

 

Este blog divulga e apóia toda manifestação cultural no Amapá. Sempre foi assim e sempre será. Ao abordar o assunto, não quero que seja dada nenhuma conotação política para o tema aqui tratado e sim sobre cultura. Vamos por partes:

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Foto: edgar-amapa.blogspot.com

De acordo com o sociólogo, escritor, jornalista e compositor Fernando Canto, a alcunha “Teatro das Bacabeiras”, pelo fato de trazer o nome que supostamente originou a palavra Macapá, foi escolhida democraticamente pelos artistas amapaenses para nomear o principal teatro de Macapá. Portando, a denominação se identifica com a nossa terra.

Existe a possibilidade da mudança do nome do Bacabeiras para que o teatro receba o acréscimo do nome do ator, humorista e radialista Pádua Borges, que faleceu em 2014. Pádua era brilhante, ícone da cultura local e um cara porreta. Ele merece mesmo uma homenagem póstuma, mas não essa.

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Foto: Maksuel Martins

A questão da modificação do nome do teatro público do Estado vai além da questão de prestar uma homenagem ao importante representante da cultura amapaense. A mudança envolve a construção da identidade cultural do Amapá, processo que se constitui e é defendido à muito custo por nossos artistas e agentes culturais.

Mudar o nome do teatro, cuja escolha parte da construção histórica do amapaense é descaracterizar uma parte daquilo que temos como memória, elemento agregador(fundamental!) da cultura.

Homenagear Pádua, o eterno e amado “Lurdico” da dupla “Os Cabuçus”? Sim! Com a criação de novos espaços, que poderão beneficiar a comunidade e agregar conhecimento e arte ao nome daqueles que produziram cultura nesse Estado e que ficaram em nossa história.

Por isso, fica o meu apelo e de muitos amapaenses (que cobraram este post neste blog): Não troquem o nome do Teatro das Bacabeiras. É isso.

Elton Tavares

Feliz aniversário, tia Maria!

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Hoje é aniversário da bancária aposentada, contadora, filha dedicadíssima da vó Peró, irmã e tia amorosa, Maria Conceição Penha Tavares. Ela é uma das melhores pessoas que conheci na vida. É uma pessoa do bem, cheia de amor e generosidade. Uma mulher guerreira e vencedora.

Tia Maria foi e é fundamental para nossa família. Ela é uma espécie de anjo para mim, seus irmãos, a quem ajudou a formar, e principalmente nossa matriarca. Não à toa que o Zé Penha, meu saudoso pai, a amava mais que aos outros irmãos. Ela foi a filha preferida do meu avô e é da mesma forma com nossa amada “Peró”.Família

Foram muitas as vezes que, quando ainda criança, eu dormia com ela. Sempre fomos agarrados. Não sei quantas vezes fiz xixi na sua cama, ou quantos sábados ela buscou em casa para ir a feira, a ajudei a lavar sua Brasília amarela ou, já adulto, quantos porres regados a MPB tomamos juntos.

Maria fala alto e marca presença, possui olhar marcante e sorrisão no rosto. Ela é uma linda mulher almoçoque possui mais de 60 carnavais, mas parece ter pouco mais de 40. A tia ajudou a formar meu caráter, me instruiu, aconselhou-me para que eu fosse uma pessoa melhor e lapidou meu gosto musical.

Além de grande coração, Maria Penha tem um lado espiritual que brilha e protege a si e aos seus. Sou muito grato por ela fazer parte da minha vida nesta passagem. Hoje é ela que aniversaria, mas privilégio é meu de ser seu sobrinho.

Aliás, o amor é a força mais poderosa do universo e não posso descrevê-lo neste texto de felicitações. O amor se sente e é o que todos nós, tia, sentimos por você. Desejo que sua saúde continue perfeita e que você seja sempre feliz. Meus parabéns e feliz aniversário!

Elton Tavares

Piratão é Campeão! O Rei do Carnaval Amapaense voltou…(meu texto sobre o título)

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Foto: Alcinéa Cavalcante

 O Piratas da Batucada, minha escola do coração, sagrou-se campeã. A barca aportou no título do Carnaval Amapaense. O Piratão entrou na Ivaldo Veras com muita inspiração, vibração, talento, organização, imaginação, arte, luz, cores, alegria, magia e amor. Senti meu coração disparar e bater no compasso da bateria. Foi emocionante!

Além de falar de contos, o Piratão, em homenagem, mostrou seu amor, respeito e gratidão ao mestre Monteiro, falecido pai do meu amigo Serginho, que foi presidente e mestre de bateria da escola.

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Foto: Marcelo Corrêa

A diretoria está de parabéns pelo empenho e pela sabedoria no investimento dos recursos, que resultaram em lindas e luxuosas fantasias, além de alegorias fantásticas.

Graças aos deuses do Carnaval a bateria não errou e, como sempre, arrebentou. A harmonia foi perfeita, assim como a comissão de frente e nenhum de nossos carros quebrou. Chegamos emocionados na dispersão com aquele sentimento de termos feito um grande desfile.

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Foto: Marcelo Corrêa

Antes do desfile, brinquei com muitos amigos e disse que estava com saudades de ser campeão. Aí o Piratão entrou e levantou a multidão. O nosso desfile foi um show de magnitude e esplendor que transformou contos e sonhos em realidade. Um verdadeiro presente do Rei do Carnaval ao público que ao assistiu e a toda a comunidade da Zona Sul da capital.

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Foto: Abinoan Santiago

Sobre o que aconteceu na noite de domingo, 15, no Sambódromo de Macapá, faço minhas as palavras da jornalista Alcinéa Cavalcante (experiente comentarista de carnaval e Maracatu da Favela roxa, ops, verde-rosa):

Com o enredo “Quem conta um conto aumenta um ponto”, Piratas da Batucada foi, sem dúvida, a melhor escola de samba da noite com suas bonecas de pano, sabugos de milho, cinderelas, branca de neve, soldadinhos de chumbo e demais personagens infantis. Homenageou não apenas Monteiro Lobato, mas também o saudoso mestre Monteiro, que foi presidente e diretor de bateria da agremiação. Piratas da Batucada foi impecável em todos os quesitos” – Alcinéa Cavalcante.Eunocarnaval (1)

Enfim, quem é Piratão sabe como é sensacional desfilar ou torcer pela escola. Somos apaixonados e felizes. Coisas que só sentem e entendem os amapaenses que têm o prazer de ser Piratas da Batucada. Definitivamente, o Rei do Carnaval amapaense voltou. Estou muito, muito feliz. Viva nós!

Elton Tavares

*Estou feliz como nesta última foto, do amigo jornalista Abinoan Santiago.