Poema de agora: MACAPÁ, MINHA CIDADE – Pat Andrade

Macapá – AP – Foto: Elton Tavares

MACAPÁ, MINHA CIDADE

Minha cidade comemora
mais um ano de existência.
Digo minha, porque dela
me apodero, todos os dias,
em dura jornada;
todas as noites,
em longas caminhadas.
Macapá me cobre
com seu céu inconstante,
me descobre em versos e rimas;
me abriga em seus bares,
em suas ruas, em seus becos,
em suas praças, em seu rio…
Macapá me expõe, me resgata,
me ampara, me liberta…
E aqui permaneço,
retribuindo com meu amor,
minha esperança
e minha alma de poeta.

Pat Andrade

Macapá 262 anos: o velho trapiche Eliezer Levy – Por (@alcinea)

Foto: arquivo do jornalista Edgar Rodrigues

Por Alcinéa Cavalcante

O velho Trapiche Eliezer Levy, de muitas histórias, causos e lendas.

Nele atracavam embarcações de bandeiras de vários países e os gringos aproveitavam para tomar um sorvete, servido em taça de inox pelo famoso garçom Inácio, no Macapá Hotel.

Era desse trapiche que saíam os navios com destino a Belém. No final das férias iam lotados de universitários que voltavam para as faculdades (não havia ensino superior no Amapá).

Foto: blog da Alcinéa

Nas tardes de domingo o velho trapiche era a passarela da juventude. Depois da sessão da tarde nos cines João XXIII e Macapá os jovens iam como em procissão passear ali. Era um passeio obrigatório.

À noite era comum ver na ponta do trapiche um pescador solitário. Um pescador de peixes, ou de estrelas, ou de poesia ou de raios da lua.

A foto é do tempo em que ainda existia a tão cantada em verso e prosa “Pedra do Guindaste” de muitas lendas. Uns diziam que meia noite a pedra transformava-se num navio de ouro maciço enfeitado com diamantes e esmeraldas. Outros contavam que era uma princesa encantada. E tinha gente que jurava ter visto “com esses olhos que a terra há de comer” a pedra se transformar em princesa quando o relógio marcava meia-noite em ponto.

Foto: blog da Alcinéa

Um dia colocaram a imagem de São José, padroeiro de Macapá, em cima da pedra. Pouco tempo depois um navio chocou-se com ela destruindo-a. No lugar foi construído um pedestal de concreto para São José, colocado de costas para a cidade, mas abençoando todos que aqui chegam pelo majestoso rio Amazonas.

A imagem do santo padroeiro é uma obra de arte do escultor português Antônio Pereira da Costa. Ele também esculpiu os bustos de Tiradentes (na Polícia Militar) e Coaracy Nunes (no aeroporto) e os leões do Fórum de Macapá (atual sede da OAB).

Arteamazon apoia exposição em homenagem aos 262 anos de Macapá, do artista plástico Miguel Arcanjo

O artista plástico Miguel Arcanjo realiza nesta terça-feira, 04 fevereiro de 2020, no Mercado Central de Macapá, exposição em homenagem aos 262 anos de Macapá. Serão dez quadros em betume sobre tela, um característica de Arcanjo, de tamanhos médios e grandes com temas que vai de regionais à religiosa. A exposição abre 12 horas e vai até as 22h.

Miguel Arcanjo é autodidata e teve seus primeiros contatos com a arte ainda na pré-adolescência, através do habito de desenhar trabalhos escolares. Iniciou na pintura em telas com tinta acrílica, há mais de vinte e cinco anos, utiliza o betume sobre tela, técnica pela qual o artista é reconhecido. Graduando em engenharia civil é fascinado por retratar de forma mais fiel possível, a Macapá antiga e as belezas da Amazônia.

A exposição tem a curadoria de Gilberto Almeida co-fundador de ARTEAMAZON.COM.

Para conhecer mais artes de Miguel Arcanjo acesse:
https://arteamazon.com/artista/12/miguel-arcanjo

Fonte: Arteamazon

Poema de agora: A cidade submersa – Pedro Stkls

A cidade submersa

quando a cidade quase submerge
agarra-se numa boia
um tronco de árvore sonâmbulo
que vagueia pelas águas
no mapa sublinho a palavra Macapá
que quer dizer:
senhora de óculos sentada de costas para o portão
com 262 primaveras floridas
em uma saia de marabaixo
a coisa mais bonita do mundo
aquilo que vem enfiado nos pés
uma ponta de madeira, uma dança
o meio do mundo
uma fortaleza nunca usada
lugar de muitas bacabas
boêmios, laguinho
por onde um trem nunca para
em nenhuma estação
há sempre de seguir viagem
é um trava língua pronunciar: buritizal
é inevitável sobretudo não dizer:
“cidade morena ou linha do equador”
desconfio que a palavra Macapá
não vem do tupi como dizem os historiadores
surpreendente seria se Macapá
tivesse sido extraída do barro escuro
que estranhamente se espreguiça
no rio amazonas.

Pedro Stkls

Macapá Cheia de Prosa e Verso (Por Fernando Canto) – republicado por conta dos 262 anos de Macapá

Por Fernando Canto

“Adelantado de Nueva Andaluzia. Tu sabias, mano que esse foi o primeiro nome oficial às terras do nosso Amapá?

Em 1544 o Rei da Espanha, Carlos V, concedeu a Francisco Orellana este lugar, mas o grande navegador não chegou a assumi-lo por ter naufragado quando para cá se dirigia.

Desde Pinzon que os espanhóis e os portugueses disputavam acirradamente nossas terras em virtude do Tratado das Tordesilhas.

Depois vieram os holandeses, os ingleses e os franceses.

Depois portugueses, índios e negros, nossos avós, garantiram nossos destinos conquistando definitivamente a foz do rio Amazonas rechaçando com atos de heroísmo os flibusteiros e marinheiros europeus.

E nós, como povo, temos nossa História. Brava História.

Por isso, compadre, que um dia, na antiga Província dos Tucujus, chegou o governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado para fundar neste local a então Vila de São José de Macapá.

Era o dia 4 de Fevereiro de 1758.

Daí em diante esta cidade cresceu e se fez bonita.

E em maio de 1944 Macapá foi transformada em capital do Território Federal do Amapá, criado um ano antes.

Foram chegando os pioneiros.

Cada qual com seu trabalho e sua coragem. Saga e valentia.

Só mesmo homens e mulheres dispostos a trabalhar poderiam modificar aquele quadro triste de doença, analfabetismo e miséria. Nossos pais e avós, todos juntos, reuniram suas forças para trabalhar por esta terra. O sentimento de amor e de progresso era superior ao esmorecimento e ao pessimismo.Tudo foi modificando-se.

Chegou o primeiro carro e o primeiro avião.

O primeiro campo de aviação foi construído e foi para o ar o primeiro programa na velha e querida Rádio Difusora de Macapá, uma das pioneiras do Brasil.

Instalou-se a primeira usina de luz, o primeiro hospital.

Égua! O Caixa de Cebola foi o nosso primeiro ônibus. Depois veio o Gavião Malvado… Tudo tinha nome ou apelido.

Havia a “Turma do Buraco” que arborizava Macapá…

Em Macapá faziam sátira com a música “Cidade Maravilhosa” e cantavam assim: “Cidade Maravilhosa/ Cheia de catabil…”

Pois sim, essas pessoas que a cantavam, assim o faziam porque não tinham a visão do futuro.

Macapá tinha o horizonte aberto para receber as mãos dos homens trabalhadores que chegavam de todas as paragens.

E juntos, com os que aqui já se encontravam – mineiros, cariocas, nordestinos, gaúchos – todos trabalhavam e pensavam em progresso. E como na lenda da cigarra e da formiga uns cantavam, mas a maioria trabalhava.

E esta cidade, mano, foi crescendo ao som do Marabaixo que a preta velha cantava na Quarta-Feira da Murta pelas ruas do Laguinho e da antiga Favela.

“Passei pelo lírio roxo
Cinco folhinha apanhei
Cinco sentido qu’eu tinha
Todos os cinco lá deixei”.

Todo um sentimento poético abraçava a cidade. E Macapá estava linda sob o sol.

Aliás, a luz sempre simbolizou a vida.

O sol beija o rio na maior parte do ano. E ao nascer todos os dias ele traz para nós a esperança de dias melhores e mais mansos.

Sabe, mano, enquanto soubermos discernir o bom do ruim faremos deste lugar a razão de nossa felicidade, pois ela permanecerá acesa nos nossos lares.

Devemos ainda aprender a amar nosso chão e nosso céu de sonhos. Temos tudo para ir adiante, assim como nosso primeiro nome, lembras?

Adelante, adiante, para a frente.

É importante sermos otimistas e ter os pés neste solo. Batalhar e trabalhar para fazer desta terra um mundo de coisas boas.

Sim, um mundo moldado com as mãos e com a respeitável inteligência de nossos irmãos.
Tu já fizestes uma viagem, não foi? Sem querer tu pensaste em alguns detalhes e fostes e voltaste.
Assim como tu, nossos dirigentes também pensam, planejam e realizam obras que nossos filhos vão falar com orgulho e seus corações também falarão através de um grande sorriso em suas bocas.

É preciso continuar planejando para atender aos anseios de nossos irmãos carentes.
É preciso combater os malefícios e pensar no bem-estar geral. É preciso, compadre, é preciso trabalhar.
E nós estamos trabalhando prá viver e se for preciso até morrer por este lugar.
Adiante, adelante, adelantado.
Bem ali, no mais tardar das esperanças tu construirás o teu tempo.
Nem que seja sobre a folha que cairá de uma árvore sob o impacto da chuva.

Olha, mano, deves ter a certeza que o rio corre para um único destino: o mar.
E nesta linda cidade paira a luz sobre nossas cabeças.
Então, iluminados, devemos homenageá-la.
Já viste o rio amazonas deitado no seu leito. Já viste a importância da Fortaleza de São José. Já viste também os namorados apreciando o rio parir uma lua gordinha lá no Quebra-Mar.

Então tu sabes, mano, como é linda e hospitaleira a nossa cidade, né? Pois é.
O Marco Zero do Equador passa aqui pertinho, separando o mundo em dois hemisférios. Já notaste que vem tanta gente aqui pra visitá-lo?
Tem uns turistas louros, morenos, pretos e amarelos que só tiram fotografias com as pernas abertas dizendo que estão no meio do mundo.
Sabes por quê? Ora, Macapá é importante…

Mas tu sabes o que significa a palavra Macapá? Não?
Macapá é uma variação de Macapaba, que quer dizer, na língua dos índios, estância das macabas, o lugar de abundância de bacaba.
Bacaba é uma fruta boa e gostosa, né?
Apesar de gordurosa ela alimenta muito a gente e o seu vinho ainda tem aparência de café com leite.
É assim como o açaí, o nosso petróleo comestível que a gente compra um litro na amassadeira do Ramiro e dá de pau na hora do almoço. Temos tanta fruta que tu nem imaginas…

Foto: Max Renê

Temos cupuaçú, graviola, bacuri, jenipapo, uxi, pupunha, camapu, ingá, chega a dar água na boca.
Mas, compadre, Macapá é uma linda morena.
Vês que de manhã aquele solzão bate no Amazonas que chega até encandear a gente.
Macapá é uma cidade segura. Aqui o rio nunca transbordou.

E quando o sol vai embora, mano, nós ficamos com a certeza que ele voltará.
E assim como nós acreditamos nisso, nós acreditamos no futuro e no trabalho de nossos irmãos.
Na essência da poesia a Macapá o que vamos encontrar é a alma do povo. O povo que sonha, ama e constrói.
Neste poema, cada dia reescrevemos um verso apaixonado. Uma declaração de amor à nossa cidade, que mesmo se tornando uma capital diferente daqueles dias de Adelantado, não aceitou perder sua alma, nem endurecer seu coração.

Nota do Editor: Esta arrumação de história, prosa e poesia do escritor Fernando Canto serviu para ilustrar cartazes e folhetos distribuídos há algum tempo por iniciativa do então secretário de Planejamento, Antero Dias Lopes. A tiragem foi limitada de modo que não muita gente teve acesso a essa tirada do Fernando. publicando o trabalho, a A Província dá oportunidade a milhares de leitores enxergarem Macapá por um lado diferente, saboroso.
Jornal do Amapá – N°148 Pág.12, 2° Caderno. A Província do Pará – Belém, Domingo, 17 e Segunda-Feira, 18 de abril de 1988.

Editor: Hélio Penafort.

Exposição no Museu Sacaca homenageia os 262 de Macapá

O auditório do Museu Sacaca recebera, de 4 a 9 de fevereiro, a exposição “Nossa Macapá, de ontem e hoje”. Quem for ao Museu neste período, encontrará fotos antigas e atuais da cidade Macapá, além de quadros de artistas macapaense com temáticas que exaltam nossa cidade.

O evento faz parte da programação do Governo do Estado alusivo aos 262 anos de Macapá, celebrado no dia 4 de fevereiro. As visitas ao Museu Sacaca, de terça a domingo, no horário de 09h às 17h são gratuitas.

A ideia da exposição é mostrar aos visitantes do Museu Sacaca um pouco da história da capital amapaense através de registros fotográficos e pinturas de quadros que remetem a vida do povo macapaense do passado e presente.

Para essa exposição, a coordenadoria do Museu Sacaca firmou parcerias com a Secretaria de Estado da Cultura, Museu de Arqueologia e Etnologia do Amapá, Museu Fortaleza de São José de Macapá e a Galeria de artes Online – Arte Amazon.

TERÇA, 04 DE FEVEREIRO DE 2020
Hora: 09:00h
Local: Museu Sacaca (Av. Felíciano Coelho, 1509 – Trem)

Cláudio Rogério – Assessoria de comunicação
Contato: (96) 99141-8420

Poema de agora: Mapa, cá – Jaci Rocha

Mapa, cá.

Sempre que procuro no peito
A geografia do amor
O mar que abriga meu lar

A luz de um lugar acende em meu peito.

Paisagens que o tempo não leva:
Um santo que abraça o amazonas,
Grande casa de pedras, igrejinha,
A bênção, meu S. José!

Sempre que penso no lar,
É batuque, samaúma, maré cheia
Ruas enfeitadas de mangueiras
Capital morena, segunda mãe

Casa minha.

Terra da poesia de Fernando, Alcinéa, Maria Ester
Marabaixo no pé, de Tia Luci até aqui,
É igarapé das mulheres, lendas e crenças,
Flores do mato,

Ervas que curam , vida que abunda,
Cá dentro de mim.

Jaci Rocha

* Parabéns, terra querida.Obrigada, segunda mãe.
Observação: há muito mais poetas, cantores e artistas em geral em nossa linda cidade.
Sintam-se representados.

Aniversário de Macapá terá Cortejo do Banzeiro do Brilho-de-fogo

Macapá completa 262 anos, e o Banzeiro do Brilho-de-fogo finaliza os preparativos para o Cortejo de Aniversário para comemorar com festa aberta para o público. O desfile da cultura amapaense será logo após a missa, e batuqueiros, mulheres do Cordão das Açucenas, músicos, crianças do Jardim do Banzeiro, artistas e marabaixeiros seguem pelas ruas da cidade até a praça Floriano Peixoto, onde finaliza a apresentação. A programação em homenagem à Macapá é realizada pela Prefeitura de Macapá (PMM). O Cortejo sai da frente da igreja.

O Cortejo do Banzeiro integra os eventos em comemoração ao aniversário de Macapá e interliga com música e elementos da cultura tucuju, a programação religiosa com a cultural. Após a missa na antiga igreja São José, acontece o Encontro das Bandeiras, quando as bandeiras do Divino Espírito Santo e Santíssima Trindade se cruzam na roda de marabaixo, em alusão ao reencontro das famílias que nos anos 40 saíram do centro da cidade para o Laguinho e Favela. Logo após este momento, o Banzeiro dá início ao Cortejo, acompanhado da população, que segue acompanhando o repertório com músicas que cantam a cidade, até a praça Floriano Peixoto, onde diversos artistas se apresentam durante todo o dia.

Banzeiro

O projeto Banzeiro do Brilho-de-fogo é uma criação de artistas e militantes da cultura, que em 2014 se organizaram para planejar o que é hoje, um forte movimento de preservação da cultura macapaense, que reúne pessoas de todas as idades que aprendem a tocar caixas de marabaixo e sobre as tradições locais, com descendentes de pioneiros e de famílias tradicionais. Crianças, jovens, adultos e idosos, participam das oficinas, e se preparam para os cortejos, seja como batuqueiro, dançadeira do Cordão das Açucenas, e se for criança, no Jardim do Banzeiro.

Homenagens

Neste ano duas personalidades serão homenageadas pelo Banzeiro do Brilho-de-fogo, a artista Oneide Bastos e Dida Lima. Oneide é cantora amapaense com uma carreira que rendeu discos e shows, no Amapá, outros estados e países. Mãe de filhos igualmente talentosos, como Paulinho e Patrícia Bastos, ela é batuqueira do Banzeiro, participa dos ensaios e dos cortejos, com a mesma dedicação dos iniciantes. Irenilza Lima, a Dida, também recebe homenagens do Banzeiro. Ela professora, quituteira e batuqueira veterana, está desde o primeiro Cortejo, e junto com a mãe, que é açucena, a filha e dois sobrinhos, batuqueiros, fazem parte do projeto Banzeiro.

A concentração para o Cortejo é às 8h, próximo da antiga Igreja Matriz de São José, e a saída será após o Encontro das Bandeiras, pela avenida Mário Cruz, segue pela rua Cândido Mendes, percorrendo outras vias do centro, até a Floriano Peixoto. Onde estará armado o palco para shows musicais com artistas amapaenses.

Mariléia Maciel
Assessoria de Comunicação
Fotos: Kallebe Amil

Música de agora: MINHA CIDADE – Banda Placa

MINHA CIDADE – Banda Placa

Minha Cidade é tão linda
Quando é noite de lua cheia
A maré lançante batendo no quebramar
A luz da lua é quem clareia (é quem clareia)

Na pedra encantada meu São José
Abençoa quem parte quem chega
Na beira do rio o vento norte
Assanha os cabelos de quem passeia (de quem passeia)

MINHA MACAPÁ, minha rosa, minha açucena
Terra do Batuque e Marabaixo
Mas teu céu e das cores branco e morena
Onde o Rio Amazonas se zanga as serena

No verão No verão não tem coisa melhor
Mulher bonita tem de fazer gosto
No mês de julho no sol do equador
Minha cidade se veste de amor

Ê ô! Ê ô! Maçaricó
Eu quero ver Maçaricó

Flip não dá outro (crônica) – Por Ruben Bemerguy – Contribuição de Fernando Canto

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Ruben Bemerguy

“TEXTINHO?

Recebi do amigo Ruben Bemerguy o texto abaixo que ele chama modestamente de “Textinho”. Vejam só a riqueza da sua escritura e o desenho de sua memória em relação a pessoas que viveram a velha e romântica Macapá. E o Flip? Quem, como eu, não provou desse refrigerante genuinamente amapaense na década de 1960 e início dos anos 70? Provem, então, desse sabor borbulhante do Ruben” – Fernado Canto.

“Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa”Chico Buarque de Hollanda

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Moisés Zagury

Flip não dá outro

Muito embora se possa pensar, e não sem alguma razão, que me decidi por uma literatura lúgubre, digo sempre que não. Também digo não ser essa uma expressão de meu luto. Não. Não escrevo sobre os mortos porque morreram simplesmente. O faço como quem ora, sempre ao nascer e ao pôr-do-sol, em uma sinagoga feita à mão, desenhada n’alma da mais imensa saudade. Escrevo também para que os meus mortos permaneçam vivos em mim. Morreria mais apressadamente sem a memória dos que amei tanto. É só por isso que escrevo. Porque os amei e ainda os amo.

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Moisés Zagury

E quando esses meus amores partem e com eles já não posso mais falar, passo, insistentemente, a dialogar comigo. É um diálogo franco e, de fato, inexistente. Sempre que tento assumir a função de meu próprio interlocutor, uma súbita impressão de escárnio de mim mesmo me faz parar, e aí calo. Toco a metade de meu dedo indicador direito, verticalmente fixo, na metade de meus lábios, como a pedir silêncio a minha insensatez. Taciturno, faço vir à memória de um tudo.

É por isso, e tanto mais, que ando sempre atrasado. Demoro a escrever e quando decido o faço tão pausadamente que chego a aprender de cor todo o texto. Por exemplo, se medido o amor que tinha por meu tio Moisés Zagury, há muito me obrigava a ter escrito. Mas minha inércia não é voluntária e, por isso, não a criminalizo. Não há relação entre o tempo da morte e o tempo de escrever. A relação é de amor e é eterna. A morte e a palavra, ao contrário de mim, não se atrasam. Além disso, em minha vida andam juntas, nem que seja só em minha vida. Isso já aprendi, porque as sinto frequentemente, desde criança, tanto a morte quanto a palavra.Fortaleza-50-Lenize-1

E é desde criança que lembro do tio Moisés. Lá, estive muitas vezes no colo. Pensei que adulto isso não mais aconteceria, mas aconteceu até a última vez que o vi. No aeroporto, quieto em uma cadeira de rodas, ele ia. Tinha um olhar paciente, de contemplação, de reverência a Macapá e, sem que ele percebesse, eu em seu colo observava obcecadamente cada movimento dos olhos, queria traduzir e imortalizar aquele momento. Não consegui e até hoje tento imaginar o que o tio Moisés dizia pra cidade. Acho que tudo, menos adeus. Macapá e o tio eram inseparáveis. Essa era a terra dele e ele o homem dela. Isso é inegável. Por baixo das anáguas de Macapá ainda velejam o líquido de ambos: do tio e da cidade.

O tio conheceu a cidade cedoFlip na exposição. Ele, moço. Ela, moça. Daí, foi um passo para ser o abre-alas dela. Tinha dom. Rascunhavam-se incessantemente um ao outro. Eu os vi várias vezes passeando, trocando carícias. Ela costumava cantar para ele, enquanto ele fabricava um xarope de guaraná. O Flip. Flip guaraná. Dentro de cada garrafa havia um arco-íris. A fórmula era segredo do tio e da cidade, e até hoje o é. Por isso, só o tio conseguia pôr arco-íris em uma garrafa de guaraná. Acho mesmo que o Flip era feito da seiva da cidade. Eu o Tomava gut gut.

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Propaganda do jornal Amapá, edição de 1956.

O Flip não foi só o primeiro guaraná produzido aqui. Não foi também só a primeira indústria. O Flip, me conta a memória, foi o cenário auditivo mais preciso de minha lembrança. Era a propaganda que anunciava promoção de prêmios a quem encontrasse no guaraná, além do arco-íris, o desenho de um copo no interior da tampinha da garrafa. O copo, sinceramente, não era minha grande ambição. O sabor estava mesmo na propaganda que vinha pelas ondas das rádios Difusora e Educadora, se bem lembro. Era o som de um copo quebrando, esquadrinhado por uma indagação seguida da solução: “Quebrou?. Flip dá outro”. E dava mesmo.

Não sei se por ingenuidade da iAnos 50 -Caminhão da Fábrica do Flip Guaraná oknfância ou ignorância, o que aquele sorteio me fixou é que tudo era substituível. Se o copo quebra, Flip dá outro. Se a bola fura, Flip dá outra. Se a moda não pega, Flip dá outra. Se o tempo passa, Flip dá outro. Se o ar falta, Flip dá outro. Se o amor acaba, Flip dá outro.

Não me cabe agora eleger um culpado pela singeleza de minha compreensão da vida. Fico cá a suspeitar do arco-íris, e nem por isso me zango. Se me fosse permitido optar entre a idade madura e o arco-íris, escolheria o arco-íris sem piscar. Mas isso não é pQuatro Pioneiros do Amapáossível, agora eu sei. A bola fura, a moda pega, o tempo passa, o ar falta e o amor acaba. Tudo, é claro, por falta do Flip.

É um desconforto viver sem Flip. Todas as vezes que a vida me recusa, eu lembro do Flip. Mesmo assim, não digo nada a ninguém. Chamo num canto os arco-íris que conservo desde tanto, faço mimos, beijo os olhos, o rosto, e sossego. Vem sempre uma chuva fina. Eu me molho e a guardo. Guardo muitas chuvas. Quando se guarda bem guardadinha, a chuva não dói. Só dói é saber que Flip não dá outro. Poxa, quanta saudade do meu tio.

Ruben Bemerguy

Macapá 262 anos: tradição aliada à visão de futuro é meta inclusa no projeto “Macapá 300 Anos”

Neste dia 4 de fevereiro, Macapá completará 262 de muitas histórias trazidas nas lembranças do povo Tucuju. Essa história feita da mistura de povos tradicionais, negros e açorianos responsáveis pelo legado cultural vividos no extremo norte do país.

Além da sua singularidade cultural, Macapá possui aspectos naturais que devem ser explorados, como, por exemplo, o fato de ser a única capital banhada pelo rio Amazonas e estar sob a linha do Equador, e ainda, como vantagem comparativa, extensa área de proteção ambiental, o que agrega princípios de sustentabilidade ao seu desenvolvimento.

De acordo com o secretário de Planejamento da cidade, Paulo Mendes, foi desse pensamento que a prefeitura, sob o comando do prefeito Clécio Luís, elaborou o projeto “Macapá 300 Anos”. “A capital abriga 60% dos habitantes do estado, tem que ser a protagonista, a inovadora, e o projeto traz esse conceito que incorpora a visão de futuro ao conceito de Cidade Inteligente, que alia tecnologia, inovação e sustentabilidade ambiental a uma economia dinâmica e desenvolvida, um projeto desafiador para uma cidade tão jovem, pois outras cidades maiores como salvador, por exemplo, tem trabalhos parecidos”, destaca.

A plataforma visa o amplo envolvimento da sociedade, em um diálogo e responsabilidade compartilhada para a construção do futuro. Foi assim que o município deu andamento em obras como Feira Maluca, Bioparque da Amazônia, Mercado Central. Além destas, o Município desenvolve avanços em outras áreas como educação, com a construção de creches, realização de Colônia de Férias e Cantata Natalina, onde as crianças aprendem brincando. O resultado pode ser visto no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019.

+Avanços

Educação

A Prefeitura de Macapá fez no 1º semestre de 2019 adequações e reparos na rede física de 14 escolas, revitalizou 21, sendo 7 da educação infantil e 14 do ensino fundamental, além de entrega de equipamentos e mobiliários que possibilitam o conforto para alunos e corpo docente. A prefeitura já iniciou, por meio do projeto “Macapá 300 Anos”, a implantação de aula de robótica, xadrez, em parceria com o Instituto Federal do Amapá, além da inclusão de aulas de música, inglês e francês. Realizou ainda a implantação do Proesc, informatizando a gestão escolar, e o concurso na área, que já chamou mais de 500 profissionais, empossando 408 professores na rede municipal de ensino.

Saúde

Carro-chefe da gestão comandada por Clécio Luís, a prefeitura já entregou 55 dispositivos de saúde e até o final de 2020 deverá entregar muito mais, a prefeitura manteve ainda o abastecimento regular de medicamentos e correlatos, bateu metas de vacinação e reduziu casos positivos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Administração

A prefeitura fez concursos públicos nas áreas da Saúde, Educação e Assistência Social. Foram mais de mil nomeações, sendo 445 na Educação, 523 na Saúde e 47 na Assistência Social, nas mais diversas especialidades como pedagogos, administradores, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas, entre outros.

Segurança

Dentre as conquistas na área da segurança do município, a Prefeitura de Macapá aderiu, em 2015, ao novo fardamento, seguindo o que determina a Lei n° 13.022 do Estatuto das Guardas do Brasil. Os uniformes, com padrões específicos para cada setor de atuação, passaram a fazer parte do cotidiano da corporação.

Em 2017, recebeu por meio do projeto “Crack, é possível vencer” 55 armas de eletrochoque para o auxílio da segurança. Outros dois grandes ganhos proporcionados pela gestão municipal em 2018 foram a aquisição de três viaturas adquiridas pelo Programa Calha Norte e a base móvel. O veículo, tipo ônibus, é equipado com monitores, torre com alcance de 8 metros de altura com câmeras de captação de imagens para monitorar praças e lugares públicos, além de duas viaturas, duas motocicletas.

Em 2019, a Guarda recebeu mais uma viatura tipo pick-up, totalmente equipada com grades, sirene e giroflex. Além do projeto Anjos da Guarda, fruto da parceria entre gestão e Vepma (Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas).

Gestão fiscal

A prefeitura colocou em prática a Nota Fiscal Eletrônica, a implementação da RedeSim, criou a nova Central de Atendimento ao Contribuinte, além da captação de recursos. Ainda segundo o secretário, muitos outros projetos em construção deverão ser aproveitados pela próxima gestão. “Não basta se programar para dois, três, cinco, oito anos, precisamos pensar o futuro, e esse é o principal objetivo do projeto ‘Macapá 300 Anos’. Por isso, ele é um plano construído junto com a população”, explica Mendes.

Macapá 262 anos

A cidade está em festa, as comemorações aos 262 de Macapá continuam nesta terça-feira, 4 de fevereiro, encerrando com a apresentação do artista nacional Diogo Nogueira.

Amelline Borges
Assessora de comunicação/PMM
Fotos: PMM

Macapá 262 anos: programação contará com serviços de saúde

Nesta terça-feira, 4, será comemorado o aniversário dos 262 anos da cidade de Macapá. E como parte da extensa programação que a prefeitura promoverá na Praça Floriano Peixoto, a partir das 9h, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) ofertará diversos serviços à população. Um dos temas que serão levantados pela Semsa é o combate ao Aedes aegypti, com a distribuição de panfletos abordando as formas de evitar a proliferação do mosquito, principalmente nesse período de chuvas.

O projeto Samuzinho integrará o evento com atividades voltadas às crianças, abordando sobre a importância de não praticar trotes para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o 192, e uma série de ações educativas sobre os cuidados, formas de prevenção de acidentes, a importância do trabalho do Samu e quando pedir ajuda ao serviço, assim como oficinas de colagem, desenho e pinturas relacionadas à temática “Urgência e Emergência”. Para atender possíveis intercorrências, uma ambulância também estará de sobreaviso durante toda a programação.

Já as unidades de saúde funcionarão em regime de plantão para o atendimento de urgência e emergência. As UBS’s Lélio Silva, no Buritizal; e Marcelo Cândia, no Jardim Felicidade, permanecerão abertas 24 horas, e as unidades Rubim Aronovitch e Pedro Barros atenderão até meia-noite. Nessas unidades são atendidos casos de crises hipertensivas, febre baixa e moderada, pequenos ferimentos e mal-estar súbito. Na quarta-feira, 5, as demais UBS’s que realizam atendimento ambulatorial e consultas agendadas voltam a funcionar normalmente.

Jamile Moreira
Assessora de comunicação/Semsa
Contato: 99135-6508
Fotos: Arquivo Semsa

Macapá 262 anos: pedras, paneiros e outros objetos marcavam fila às portas do Mercado Central

Já contei aqui algumas vezes, mas gosto de repetir: minha família é pioneira em Macapá. Eles vieram do Mazagão para o meio-do-mundo na década de 50. Anteontem, tio Pedro Aurélio me contou uma curiosidade do Mercado Central.

De acordo com tio Pedro, que nasceu no Mazagão nos anos 50, mas vive em Macapá desde gitinho, “antigamente, os lugares nas filas que se formavam antes da abertura das portas do Mercado Central eram marcados com pedras, paneiros ou qualquer outro objeto“.

E ainda segundo o tio, o mais importante é que esses lugares “eram respeitados”. Hábito este também utilizado nas amassadeiras de açaí, só que neste caso eram usadas panelas (disso eu lembro).

Pedro Aurélio seguiu na lembrança: “naquela época existia fila específica para gestantes. Às vezes, tinha discussões sobre a veracidade de uma gestação; era comum que, durante o bate-boca, a defesa fosse: quer dizer que meu marido não pode me emprenhar? Quem sabe se estou gestante sou eu” (risos).

Era desse jeito. Antes das seis horas, eu chegava no Mercado Central para comprar vísceras de boi (bucho, mocotó, fígado, coração, etc), mais baratas, porque eram considerados comida de pobre (Já fui isso, também)”.

Foto: PMM

Hoje em dia o Mercado Central foi revitalizado e tá lindão, o que valoriza a nossa memória, história e cultura. Um espaço tão importante de Macapá merece.

Sobre o tio Pedro

Pedro Aurélio sempre tem boas histórias sobre fatos, causos e histórias da Macapá de antigamente. Afinal, o cara já tem mais de 60 carnavais e sua jornada foi toda percorrida na capital amapaense. Nossas conversas – até as sérias – sempre escorregam para boas gargalhadas. Quem tem a sorte de ser amigo dele, sabe do grande coração do cara.

Eu e tio Pedro

Pedro Aurélio é filho de família pobre, mas trabalhadora. Os pais, ele e os irmãos conseguiram tudo com muito batalho. Dá um orgulho danado das histórias contadas; tantos exemplos de esforço e superação deixados para nós, os sobrinhos, filhos e netos dos Penha Tavares. Ele costuma dizer que os ensinamentos do meu saudoso avô, João Espíndola Tavares, nortearam sua vida. Aliás, assim como eu, seu pai era/é seu herói.

O relato do tio Pedro que, além de irmão mais novo de meu saudoso pai, é um grande amigo meu, retrata como as pessoas se comportavam antigamente, como eram os costumes, a moral, as atitudes. Valores estes que trago em mim

Uma aula de curiosidade que mostra uma dimensão mágica escondida atrás do tempo e das lembranças de quem viveu na antiga Macapá. Uma leve pincelada na rica história dessa cidade, que é o nosso lugar no mundo e um pouco de nós, os Tavares, que nunca fomos ricos, mas herdamos valores como integridade e decência. E isso, queridos leitores, conta paca. E continua contando…

“As histórias completam a memória, acertam verdades e crenças” – Fernando Canto.

Elton Tavares, com informações de Pedro Aurélio Penha Tavares (conselheiro substituto do TCE/AP).

Bioparque da Amazônia abrirá as portas em comemoração ao aniversário de Macapá

Nesta terça-feira, 4, Macapá completa 262 anos. Para oferecer mais opções para a população aproveitar esse feriado em contato com a natureza, a prefeitura manterá o funcionamento habitual do Bioparque da Amazônia.

“Já que o Bioparque tem recebido um fluxo significativo de pessoas, não poderíamos deixar de oferecer essa opção para o público no dia do aniversário de Macapá. O espaço tem contribuído para estreitar o contato da população com a natureza”, disse a chefe de Gabinete do Bioparque, Tatiana Costa.

O Bioparque oferece trilhas ecológica e terrestre para a prática de caminhadas e passeios com auxílio de guarda-parques.

As trilhas são:

Guarda Parque: 4 quilômetros;

Ressaca: 700 metros, terrestre;

Sacaca: 700 metros, terrestre;

Ressaca do Tacacá: 2,6 quilômetros, aquática;

Onça: 330 metros, terrestre;

Pau-brasil: 330 metros, terrestre.

Outros espaços também poderão ser visitados como:

– Logradouros das Aves, dos Macacos, das Antas e das Tartarugas;

– Tirolesa com 10 m de altura e 270m de extensão;

– Ecótono: visualização do encontro entre ecossistemas formado por floresta de terra firme, cerrado e campos inundados (áreas de ressaca);

– Jardim Sensorial: espaço acessível para locomoção de pessoas com deficiência física e locomoção reduzida, com um quilômetro de extensão, superfície tátil fixada no chão e cordas para guiar deficientes visuais;

– Orquidário -Memorial das Orquídeas de Teresa Leite Chaves: o orquidário abriga 242 espécies nativas de orquídeas e 74 de bromélias;

– Meliponário: local para criação de abelhas sem ferrão, acessado por meio de uma trilha;

– Casa da Árvore: construída a 3 metros do chão, o espaço poderá ser utilizado por crianças, com capacidade de até 15 pessoas;

– Deck Panorâmico;

– Redário;

– Slack park;

– Teatro e parque infantil;

– Jardim Amazônico: com cascata e Poço da Mãe D’água;

– Jardim dos Poetas.

Além da gratuidade às terças-feiras, idosos acima de 60 anos, crianças de até 5 anos e pessoas com deficiência têm direito a entrada gratuita. Professores da rede pública municipal, estadual e privada, estudantes, crianças de 6 a 12 anos, acompanhantes de pessoas com deficiência, cadastrados no CadÚnico, doadores regulares de sangue, portadores de câncer e doenças degenerativas, pessoas com transtorno do espectro autista têm direito à meia-entrada. Os demais grupos pagam uma taxa de entrada única, de R$ 10,00.

O parque funciona de terça a domingo das 9h às 17h.

Mônica Silva
Assessora de comunicação/PMM