Hoje rola o Sarau De Janeiro a Dezembro na sede da Cia Cangapé

O sarau promovido pelo AGIR Produções Artísticas acontecerá hoje na sede da cia Cangapé que fica localizada na Avenida 4ª do Araxá, 470.

Sobre o sarau/espetáculo

Um grande encontro para se divertir, encontrar os amigos, conversar sobre a vida, conhecer novas pessoas, quem sabe uma paixão? Em “De janeiro a dezembro” dois artistas (e quem mais quiser) celebram o ano passando por datas e eventos especiais do calendário brasileiro e amapaense. Com cenas teatrais repletas de declamações poéticas, o espetáculo homenageia eventos como A Banda, o Equinócio, o dia do Índio, das Mães, do Folclore e outros, agregando contação de histórias, encenação, teatro de bonecos, artes visuais e interação com a plateia, que pode (e deve) participar recitando poesias, cantando uma música, dançando, atuando, expondo sua arte!

Data: 24 de agosto (Sábado)

Horário: 19 horas

Local: Avenida 4ª do Araxá, 470.

Colaboração: Pague quanto puder

Poema de agora: REVEILLON – Luiz Jorge Ferreira

REVEILLON

Hoje estou Canibal
Arranho os dentes de encontro aos vidros da janela…Fechada.
Que a miragem transformou em asas.
Quero mastigar a chuva antes que a seca grama do quintal lhe beba cada gota.
Quero com a voz rouca ordenhar os idiotas.
E espalhar suas lógicas, sem lógica, no parapeito liso do décimo sexto andar.
Estou me sentindo faminto…mordendo as frases que não entraram em meus ouvidos…


As oxítonas sem oxigênio, as vibrações da folha de um açaizeiro quando no cimo de sua folhagem passa um Airbus da FAB.
Quero latir com os cães todo o alfabeto grego, quero o enredo de Machado de Assis, para atirar nos Brasis que minha memória cria, e sepulta.
Não chamarei na procissão as senhoras phutas porque elas já tem o perdão.
Morderei no quadro da natureza morta de Van Gogh, as cerejas, sobre a mesa, debaixo delas o espaço do Ontem antes dos pincéis.

Um Canibal a estraçalhar as almas que perambulam atônitas no cais.
Onde o sal do mar se adoça n’agua do Rio.
Onde o frio se requenta na sarjeta sob o papelão,
que aqueceu quilos de lingeries rendadas, e sobras de vestidos pret à Porter.

Um Canibal volta para casa arrastando a lua apaixonada,
despedaçada de saudades, e arranhões disfarçados de pequenas estrelas.

É noite sobre os ombros da vida…
O Canibal se sufoca em seu próprio choro.
Amanhã! Começará de novo.

Luiz Jorge Ferreira

* Do livro de Poemas “Nunca mais vou sair de mim sem levar as Asas” – Rumo Editorial – 2019 – São Paulo.

Especial Raul Seixas e Poesia: nesta quarta-feira (21), no Sankofa, rola mais uma edição da “Quarta de arte da Pleta”

Hoje (21), a partir das 19h, no Sankofa, vai rolar mais uma edição da “Quarta de arte da Pleta”. O evento contará show musical em homenagem a Raul Seixas, que completa 30 anos de saudade nesta quarta-feira. A apresentação, com repertório cheio de releituras das canções de Ralzito, ficará por conta do músicos Ricardo Pereira (Manoblues Band), com participações especiais de Erick Pureza, Tico Sousa, Wellen Monte, Wendel Cordeiro e Fernanda Canora.

Poesia

A noite terá ainda performances poéticas em homenagem a Poeta Glória Araújo. A declamações serão feitas por um timaço de poetas formado por: Carla Nobre, Pedro Stkls, Thiago Soeiro, Bruno Muniz, Mary Paes, Manoel do Vale, Pedro Henrique, grupo Tatamirô, Agir Produções, Naldo Martins, Kassia Modesto e Hayam Chandra.

Raul Seixas

Raul Seixas foi encontrado morto em seu apartamento no dia 21 de agosto de 1989, há 30 anos. Nascido em Salvador (BA) em 28 de junho de 1945, ele foi um dos pioneiros do rock no Brasil. O músico baiano teve divraul-2ersas fases ao longo de sua carreira.

Em 26 anos de carreira ele lançou 21 discos. Com toda a certeza, foi um dos maiores gênios da música brasileira. E lá se vão 28 anos de saudades. A obra deste artista sensacional inspirou e inspira muitos de nós, fãs. Tanto pelo fascínio da linha tênue entre a feliz loucura da autenticidade, quanto pela sinceridade à bruta, sempre poetizada em um rock and roll dos bons. Viva Raul!

“Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz. Coragem, coragem, eu sei que você pode mais” – Raul Seixas

Serviço:

“Especial Raul Seixas”, com Ricardo Pereira e poesia na “Quarta de arte da Pleta ”
Data: 21/08/2019
Local: Sankofa, localizado na Rua Beira Rio 1488, Orla do Santa Inês, zona sul de Macapá.
Hora: a partir das 17h, o bar estará aberto, mas declamações e show somente depois das 19h
Couvert: R$ 5,00
Mais informações pelo telefone: 98109-0563 (Andreia Lopes).

Elton Tavares

Poema de agora: GAVETA DA MEMÓRIA – Pat Andrade

GAVETA DA MEMÓRIA

desdobrei
uns pedacinhos de passado
que encontrei largados
no fundo da gaveta da memória…
amarelados e roídos pelo tempo
gritam minha história
acordando paixões


batendo o tambor do coração
tremendo minhas mãos…
frente a frente com o passado,
esqueço o presente
e brinco de futuro…

Pat Andrade

Hoje rola apresentação literal Poema Sonoro com o grupo Tatamirô/ AP, no Projeto Sesc Amazônia das Artes

Nesta sexta-feira (16), a partir das 20h, no Salão de Eventos do Sesc Araxá, rola Apresentação literal Poema Sonoro com o grupo Tatamirô/ AP. A atração integra a programação da 12ª edição o Projeto Sesc Amazônia das Artes, iniciado no último dia 5. A será entrada 1kg de alimento não-perecível e a classificação é livre.

Sobre

O poema sonoro como resultado da apropriação das plataformas sonoras primordiais – o corpo e a voz – e digitais – processadores de voz, sintetizadores, samples, etc. – cria um campo de leitura da poesia que o poeta Herbert Emanuel denomina de tecnorrizomática, apropriando-se do conceito de rizoma dado pelo filósofo Gilles Deleuze. Trata-se, ao cabo, de defender a ideia de que o poema sonoro, quando bem feito, funciona também como uma poética da leitura, poiésis, capaz de suscitar outros modos de escuta e recepção da poesia.

Tatamirô Grupo de Poesia (AP)

É um grupo amapaense de declamação de textos poéticos, sejam eles escritos na forma de verso ou prosa, em suas múltiplas manifestações verbovocovisuais. Criado em 2008, atualmente tem um entreposto coração em São João Del Rei (MG), e nasceu do desejo de dizer poesia às pessoas, de colocar a voz a serviço da poesia, de dizer as coisas do mundo de forma diferente, além de fomentar várias ações e atividades em proveito da leitura, da literatura, principalmente, e das demais artes.

Projeto Sesc Amazônia das Artes 2019

O Projeto Sesc Amazônia das Artes, que encerrará no próximo dia 18 de agosto, é realizado nos espaços cênicos do Sesc Araxá e alguns espaços públicos de Macapá. O evento que agrega todas as linguagens artísticas como: teatro, dança, circo, música, literatura, cinema e ações formativas em música e teatro, visa contribuir na circulação e intercâmbio da produção cultural da região Amazônica.

Participam do projeto artistas dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins – Estados que compõe a área que corresponde a Amazônia Legal – tendo ainda o Departamento Regional do Piauí como convidado, em virtude da identificação com o cenário social e cultural da região, e também sua proximidade geográfica.

Fomentando a realização de atividades de desenvolvimento artístico cultural e, contribuindo para a democratização do acesso aos bens culturais na forma de espetáculos, shows, exposições de obras de arte e exibição de filmes entre os estados que compõe a Amazônia Legal, o projeto consegue integrar na programação trabalhos locais, contribuindo com a realização do intercâmbio com os artistas em circulação, garantindo acessibilidade em pelo menos um espetáculo como forma de inclusão.

Serviço:

Apresentação literal Poema Sonoro com o grupo Tatamirô/ AP.
Data: 16/08/2019 (hoje)
Local: Salão de Eventos/ Sesc Araxá Horário
Horário: 20h.
Investimento: 1kg de alimento não-perecível.
Classificação: Livre.

Com informações da assessoria de comunicação do Sesc.

Poema de agora: Estúpido Cupido – Pat Andrade

Estúpido Cupido

[um dia]
Na estrada vermelha,
um menino nu
me olha de esguelha…

[outro dia]
Na estrada de terra,
me aponta sua flecha
faz a mira, mas erra…

[outro dia]
Na estrada de chão,
arrisca de novo no alvo:
errou o meu coração…

[nos outros dias]
Na estrada da vida,
sigo só, sem amor,
com passagem só de ida…

Pat Andrade

Poema de agora: Feliz dia dos pais – Arilson Freires

Feliz dia dos pais

Ao pai velho, pai novo
Pai escolado, sem estofo
Pai rico, pai pobre
Relaxado e que se cobre
Pai carinho, pai ternura
Pai ríspido, linha dura
Pai da batalha, do corre
Sóbrio e de porre
Pai sorriso, pai triste
Warlock ou Mefisto
Casado e na pista
Pescador de si mesmo
Altruísta
Aos pais que sintam
Como é dádiva de Deus
Viver com os seus
Ter gente com sua cara
Seu jeito, sua marra
Seu modo no mundo
Árvores de ninhos
O mundo se faz de filhos!

Feliz dia dos pais

Arilson Freires

Poema de agora: As Cores da Saudade – Kassia Modesto

As Cores da Saudade

Eu nunca vi interrogação tão grande e tão mal resolvida
Se eu fosse um pintor, eu faria da saudade a tela mais colorida
Se ela fosse uma cor, somente, eu me pergunto que cor ela seria
Um tom de azul, céu profundo
A me sugar solitária ao seio do mundo?
Um branco limpo e infinito
Enlouquecendo aqui dentro, como em um próprio hospício?
A saudade é uma parceira solitária e fugaz
Que caminha a espreita e vai correndo atrás
De uma fiel companheira, sangria voraz..
Saudade, saudade, saudade…
Minha companheira nas horas tardias
Gostaria de pintar de um azul, verde-mar
Ou as cores da primavera eu poderia recriar.
Dar-lhe um tom cintilante
E deixar pelo menos por um instante
A sua dosagem me embriagar…
A saudade que carrego comigo
É preto, é luto, é medo
A viúva negra a companheira eternamente ausente
O passado ainda presente
A lembrança constante,
O afago ao frio
O arrepio apenas na mesma recordação
A saudade que carrego comigo é como o preto,
É a ausência das cores que guardo no peito.

Kassia Modesto

Hoje é o Dia Estadual da Poesia (minha homenagem aos poetas do Amapá!)

Hoje é o Dia Estadual da Poesia. Admiro os poetas, sejam cultos, que usam refinados recursos de linguagem ou ignorantes, que versam sem precisar de muita escolaridade. Eles movimentam o pensamento e tocam corações. Não é à toa que as pessoas têm sido tocadas pela poesia há séculos. E nem interessa se o escrito fala de sensatez ou loucura. Tanto faz. O que importa é a criatividade, a arte de imprimir emoções em textos ou declamações.

De acordo com a jornalista e poeta Alcinéa Cavalcante, instituído pela Lei Nº. 580, de 21/06/2000, 8 de agosto é o Dia Estadual da Poesia. A escolha do oitavo dia do mês oito se deu em homenagem ao poeta, médico, professor e ex-prefeito de Macapá Alexandre Vaz Tavares, nascido na capital amapaense nessa data, em 1858. Consta que ele foi o primeiro poeta a escrever poemas sobre Macapá. Sua poesia “Macapá” (praticamente desconhecida das novas gerações) foi publicada pela primeira vez em agosto de 1889, na Revista de Educação e Ensino do Pará. Vaz Tavares morreu em abril de 1926, aos 67 anos.

A palavra “poesia” tem origem grega e significa “criação”. É definida como a arte de escrever em versos, com o poder de modificar a realidade, segundo a percepção do artista.

O poeta autor/trovador escreve textos do gênero que compõe uma das sete artes tradicionais, a Poesia. A inspiração, sensibilidade e criatividade deste tipo de artista retrata qualquer situação e a interpretação depende da imaginação dele próprio, assim como do leitor.

O Amapá precisa preservar, reconhecer e homenagear seus grandes nomes em todas as áreas de atuação. Como sou fã de escritores, compositores, músicos, poetas e artistas em geral. Faço isso sempre, por aqui. Pois a gente precisa aplaudir e elogiar sempre. Não tenho o nobre dom de poetizar, sou plateia. Mas apesar de não existir poesia em mim, uso a tal “licença poética”, para discorrer sobre meus devaneios e pontos de vista.

Hoje minhas homenagens são para os poetas amapaenses (ou que versam sobre nossa terra) que são meus amigos (somente os amigos mesmo). São eles: Fernando Canto e Alcinéa Cavalcante (para mim, os dois maiores daqui), Obdias Araújo, Jaci Rocha, Maria Ester, Bruno Muniz, Júlio Miragaia, Paulo de Tarso, Thiago Soeiro, Pedro Stkls, Lara Utzig, Luiz Jorge Ferreira, Marven Junius Franklin, Flávio Cavalcante, Carla Nobre, Mary Paes, Andreza Gil, Manoel Fabrício, Leacide Moura, Mauro Guilherme, Annie de Carvalho, Ivan Daniel, Mayara La-Rocque, Bernadeth Farias, Patrícia Andrade, Ronaldo Rodrigues, Andreia Lopes, Kássya Modesto, Jô Araújo, Weverton Reis, Carlos Nilson Costa, Joãozinho Gomes, Val Milhomem, Osmar Júnior, Zé Miguel e Naldo Maranhão. Muito obrigado!

Também saúdo todos os movimentos que fazem Poesia no Amapá, que realizam encontros em praças, bares, residências, etc. Enfim, saraus para todos os gostos. Portanto, meus parabéns aos poetas, artistas que inventivos que fascinam o público que aprecia a nobre arte poética.

Escritores e poetas Fernando Canto e Alcinéa Cavalcante. Os meus muito queridos amigos e maiores poetas do Amapá. Foto: Flávio Cavalcante.

Parabéns aos poetas do Amapá. Principalmente aos meus poetas preferidos!

Elton Tavares