Páscoa – Por Rubem Alves

“Ressurreição” – Tela de Pierro della Francesca ( 1410 – 1492 )

Tenho, no meu escritório, uma tela de Pierro della Francesca ( 1410 – 1492 ) chamada “Ressurreição”. A pedra do túmulo corta a tela em duas partes. Na parte de cima, com seu pé sobre a pedra, o Cristo ressuscitado. Na parte inferior, encostados à pedra, os guardas adormecidos. Perguntam-me sobre o sentido da tela. Respondo que não sei o sentido da tela. As telas têm muitos sentidos. Eu só posso dizer os pensamentos que aquele quadro me faz pensar. E digo: enquanto os guardas da morte estão dormindo, o divino que mora em nós sai do sepulcro. Sabem disso as cigarras. Caminhando hoje pela manhã na fazenda Santa Elisa eu ouvi o seu canto. Já haviam deixado suas cascas nos troncos das árvores. Agora são seres alados. Cantam e voam, a procura do amor…Acho que estão celebrando a Páscoa…

Rubem Alves

Amapá Encena: Governo do Estado apresenta mais de 40 espetáculos teatrais em celebração à Semana Santa

De quarta-feira, 27, até domingo, 31, o Governo do Estado promove o ‘Amapá Encena’, circuito de espetáculos teatrais que marcam a Semana Santa. A programação conta com 47 espetáculos distribuídos pelos municípios de Macapá, Santana, Mazagão, Vitória do Jari, Tartarugalzinho e Calçoene, contemplando áreas urbanas e regiões rurais.

O evento, coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), conta com fomento de R$ 265 mil e incentiva produções de artistas e companhias teatrais locais, como estabelece o Plano de Governo. Entre as atrações do ‘Amapá Encena’, está o tradicional espetáculo ‘Uma Cruz para Jesus’.

O diretor da peça teatral, Amadeu Lobato, destaca a alegria de completar 45 anos da encenação, que traz momentos de reflexão para o público. Em 2024, o espetáculo traz novo texto e participação do cantor Osmar Junior.

“Esse ano trazemos um novo texto e também uma parceria com o cantor Osmar Júnior, em que ele “musicou” textos que estarão no espetáculo. São mais de 90 pessoas envolvidas, que trabalham e atuam de forma gratuita para levar a palavra do perdão aos espectadores”, destaca Lobato.

A secretária de Cultura, Clícia Vieira Di Miceli, reforça que o incentivo à cultura e valorização do artista local faz parte do Plano de Governo, e que desde 2023, a gestão estadual apoia espetáculos teatrais e outras atividades que aproximam o público de ações culturais.

“Este ano, são 47 belos projetos dedicados a esse calendário cultural da Semana Santa, com investimento, incluindo a Uma Cruz para Jesus, espetáculo que já faz parte da programação amapaense nesse período”, reforça Clicia.

O espetáculo “Uma Cruz para Jesus” acontece na quinta-feira, 28, e na sexta-feira, 29, no anfiteatro da Fortaleza de São José de Macapá, a partir das 18h30.

Confira a programação completa do ‘Amapá Encena’ (somente a partir de hoje):

Domingo, 31

Paixão de Cristo para crianças (Companhia Teatro em Cena)
Hora: 9h40
Local: Igreja Divino Espírito Santo, na Avenida Nessi Cambraia Silva, 1008, Pantanal, Macapá.

Jesus, a luz do céu – Segundo Longino (Movimento Cênico Artheatrum)
Hora: 16h
Local: Escola Municipal Goiás, na Rua São Francisco De Assis, 62, Comunidade Do Coração, Macapá

Via Sacra na ponte (Hemisfério)
Hora: 16h30
Local: Centro de Experimentação Artística e Cultural Encanto dos Alagados, na Avenida José Mauro do Nascimento, Muca, Macapá

Santa Páscoa (Amigos da Cultura)
Hora: 16h
Local: Praça Nossa Senhora de Fátima, na Avenida Professora Cora de Carvalho, Central, Macapá

A Páscoa do Tio Nescau (Cia de Teatro Tio Nescau)
Hora: 17h
Local: Ponto de Cultura Língua Solta, Avenida Maria de Oliveira Colares, 1491, Nova Brasília, Santana

Nazareno, o revolucionário (Língua de Trapo)
Hora: 18h
Local: CEU das Artes Zona Norte, na Avenida Carlos Lins Cortes, s/n, Infraero II, Macapá

O Judas – o beijo sagrado (Bando de Teatro)
Hora: 19h
Local: CEU das Artes Zona Norte, na Avenida Carlos Lins Cortes, s/n, Infraero II, Macapá

Paixão de Cristo, o homem que lutou por nós (Companhia Mania de Brincar)
Hora: 19h
Local: Centro de Múltiplo Uso do Residencial Jardim Açucena, no bairro Cuba de Asfalto, em Macapá

Sacra Alegria (Companhia Teatração)
Hora: 21h
Escola Estadual Rivanda Nazaré da S. Guimarães, na Rua Cícero Marques de Souza, 2874, Novo Horizonte, Macapá

Texto: Vanessa Albino
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Secretaria de Estado da Comunicação

Malhando os malhadores (Crônica muito porreta de Ronaldo Rodrigues)

Semana Santa. Sempre que chega esta data fico pensando no sentido de justiça de certas pessoas. Elas pegam Judas e fazem o diabo com ele. Malham o cara de todo jeito. Dizem que é a única forma de fazê-lo pagar pelo crime de ter traído Jesus. Isso é o que mais me preocupa. Se tudo já estava escrito, segundo a própria Bíblia, qual é a culpa de Judas? Se há culpa, é de quem escreveu.

Prefiro acreditar que Judas foi um elemento para que a história se cumprisse da forma que se cumpriu. Judas foi um aliado de Jesus e agiu daquela forma para que tudo saísse segundo o roteiro do Todo (Todo é como chamo o Todo-Poderoso na intimidade). Ora! Parem com esse negócio de associar o nome de Judas à traição. E parem de fazer essa justiça esquisita que comporta todo tipo de torpeza que vocês veem no cara, que condenam nos outros, mas que em vocês é aceitável.


Traidores são vocês! Traidores da palavra de Deus! (vocês são quem vestir a carapuça). Na verdade, sou a favor da reabilitação de todas as figuras malditas da Bíblia, pelo mesmo motivo: não foram elas responsáveis por seus destinos. Como dizem os árabes: maktub! (estava escrito!).

Portanto, Judas, Caim, Lúcifer, Barrabás, Pilatos, Herodes etc. devem ser vistos como personagens desempenhando seus papéis. Aí algumas pessoas dizem que há o livre-arbítrio, que esses personagens poderiam ter tomado outro caminho. E como ficaria a palavra do Todo?

Na verdade, os cristãos (a maior parte deles) confundem tudo. Esse papo de dizer que Jesus morreu para nos salvar acho exagero e injusto com o cara. Cada um tem que fazer por si, pela sua salvação, e não achar que está tudo bem, bastando ir à igreja rezar que – abracadabra – estamos salvos. Muito confortável, não acham?

Agora vou me despedir porque tem uma multidão de fanáticos correndo atrás de mim querendo me linchar. E olha que eles nem leram esta linhas. É que estou com barba e cabelo grandinhos e estão me confundido, claro, com Judas. Por que não me confundem com Jesus Cristo? Ah, daria no mesmo! Só que, em vez de me linchar, eles me colocariam na cruz. Ó my God!

Ronaldo Rodrigues

Valorização da raiz cultural: conheça o ato poético-musical Mocotó Beat

Por Marco Gonzalez

MOCOTÓ BEAT é um ato poético-musical, voltado para a valorização da raiz cultural, que une tradição à modernidade. Mas, também, o carnaval, batuque, os amores, e desamores.

A ideia é, com foco no trabalho autoral, contribuir para manter viva a essência do samba e da música brasileira. Além disso, ressaltando o potencial de impacto social e educacional das atividades propostas, como apresentações em escolas e comunidades, oficinas musicais nos setores de atendimento à saúde mental, visando a disseminação e a valorização de nossa música nacional.

Como idealizadores, Marco Gonzalez (compositor e estudante de Licenciatura Plena em Música pela Universidade Estaadual do Amapá) e Benedito Alfredo (escritor, compositor, farmacêutico e poeta), juntos, desenvolvem seus trabalhos atentos ao mundo da velha e a nova Música Popular Brasileira, do Jazz ao Samba, Rock e tudo que faz ligação ao assunto!

A junção e parcerias junto à outros artistas se farão presentes no decorrer desse trabalho, dada a necessidade de expandir à outros músicos, a energia da Mocotó Beat. E, tendo como sonho, a vontade de transitar entre a vanguarda, o pop, e o experimental.

Viva a música popular brasileira, nortista e nossa!
Viva a Mocotó Beat!

Cia. Teatro do Riso apresenta espetáculo Paixão e Reflexão de Cristo, na Escola Esforço Popular, no bairro do Muca

A Cia. Teatro do Riso há dezessete anos vem realizando a encenação do espetáculo “Paixão e Reflexão de Cristo”, que nesta quarta-feira 27/03/2024, às 19 horas, encenará mais uma vez o espetáculo, tendo como palco a Escola Esforço Popular no bairro do Muca, em Macapá/AP. Ao longo de sua trajetória, o espetáculo já aportou em várias instituições de ensino, teatros, ruas e conjunto habitacionais de Macapá. O espetáculo traz como release a história milenar de Jesus Cristo, porém, contada de uma forma descontraída e leve através dos atores, que ora lembram ao público através da dramaturgia passagens bíblicas, e ora interpretam em cenas estéticas os signos e significados dessa longa história. Assim, a Cia. Teatro do Riso traz para a reflexão, personagens icônicos como Pilatos, Herodes, e o próprio Jesus. Segundo Genário Dunas, diretor geral do espetáculo, trazer para a cena a reflexão de uma história contada e recontada por tantas companhias de teatro, só reforça a responsabilidade e ousadia de provocar o novo. A dramaturgia é mundialmente conhecida de todos, mas a montagem não. Daí apostamos no formato da leitura em cena e de cenas estéticas como dinâmica e concepção do trabalho.

Um outro dado importante na construção do trabalho, é o confronto através da pesquisa, em diversas dramaturgias alusivas ao cristianismo, com o material encontrado no universo da internet. São dramaturgias, artigos, citações, experimentos, e até tese.

A encenação do espetáculo tem o patrocínio da Secretaria de Cultura do estado do Amapá (Secult/AP) e Fundação municipal de Cultura de Macapá (Fumcult). E apoio cultural da Escola Esforço Popular, através da Sra. Vera Lima, que abraça a cultura numa visão futurista como ferramenta no processo da educação.

FICHA TÉCNICA:

Elenco: Rafael Nunes, Leal Cajari, Jailton Sousa e Luiz Gustavo……
Pesquisa em dramaturgia e trilha sonora: Genário Dunas
Figurinos e adereços: Rafael Nunes
Design: Jiandry Chedek
Direção Geral: Genário Dunas

Assessoria de comunicação

Cia Cangapé apresenta projeto Lona Aberta em comemoração ao Dia Nacional do Circo

Nesta quarta-feira (27) comemora-se o Dia Nacional do Circo, e para celebrar a data em alto estilo, a Associação Sócio Cultural Companhia Cangapé, realiza o projeto Lona Aberta, no Monumento Marco Zero, Zona Sul de Macapá. As apresentações são gratuitas e de classificação livre, com sessões abertas aos estudantes das escolas pública, nos turnos da manhã e tarde.

O projeto tem por objetivo fomentar e socializar as artes do circo em Macapá, através da realização de uma vasta programação artística e cultural, em alusão ao dia nacional do circo, com visibilidade ao fazer artístico circense local. Além de difundir as artes cênicas produzidas no estado, e sobretudo ofertar à população amapaense bens e produtos artísticos de qualidade, garantindo a democratização do acesso à arte pela comunidade, e fortalecendo o diálogo entre arte, sociedade e educação.


Realização: Cia. Cangapé
Apoio: Secult Ap.
Instituto Cena Livre
Fundação Municipal de cultura de Macapá FUMCULT.
Representante: Oca Produções
Apoio: Prefeitura de Macapá, Secretaria de Estado da Cultura (SECULT/AP), CAPTTA e Instituto Cena Aberta.

Fotos: Jesiel Braga

Serviço:

Projeto Lona Aberta
Daya: 27 de Março
Local: Circo Cangapé – Monumento Marco Zero do Equador
Turno da manhã: 9h (somente para escolas)
Turno da Tarde: 15h (somente para escolas)
Noite as 19h, aberta pra toda sociedade, com entrada gratuita

Assessoria de Imprensa: Mary Paes (96)99179-4950

De autoria do Vereador Claudiomar Rosa, aprovado projeto de Lei que cria o Dia Municipal do Tambor de Mina Pai Aurélio

A celebração proposta tem como objetivo principal a conscientização sobre a importância do Tambor de Mina na sociedade, enfatizando a defesa de seus direitos, o pleno exercício da cidadania, assim como garantir a preservação e divulgação da cultura tradicional das religiões de Matrizes Africanas que ocupam o território macapaense, como fonte primordial de sua identidade.

Para o vereador Claudiomar Rosa (AVANTE), “hoje foi um dia histórico, um dia importante para as nossas comemorações. A gente precisa respeitar as religiões de matrizes africanas porque tem tudo a ver com a nossa história, com o nosso povo, com a nossa raça”, celebrou o parlamentar.

Segundo a lei, o Poder Executivo municipal incentivará a promoção de atividades sobre a história, a existência e a presença do tambor de mina no Município de Macapá, como parte integrante das comemorações do aniversário da cidade.

Sugere-se, ainda, que a Lei seja nomeada “Pai Aurélio” em homenagem à memória do senhor ANTÔNIO MACIEL BRAGA, em reconhecimento ao legado, à história e ao trabalho realizado em favor das comunidades Religiosa de Matrizes Africanas, em Macapá.

O PL foi aprovado nesta terça-feira, 26, durante a 11° reunião ordinária na Câmara de Vereadores de Macapá.

Assessoria de comunicação

Videoclipes e filme produzido por cineasta serão exibidos na Bibliogarden

Para encerrar as programações em homenagem ao mês da mulher, o Coletivo Juremas, o grupo Abeporá das Palavras e a Arte da Pleta promoverão nesta terça-feira, 26, a partir das 19h, a exibição gratuita de filmes e clipes musicais protagonizados por mulheres do segmento cultural.

O Cine Juremas “Mulheres na Tela” apresentará os filmes “Essa Terra é meu Quilombo” e “Águias e Serpentes, e os videoclipes “Oferenda”, “Faces da Madrugada” e “Apimentada”.

“Essa Terra é meu Quilombo”, é um filme de Rayane Penha que conta a história de mulheres negras moradoras de quilombos urbanos no Amapá. A obra trata da vivência e relações de sabedoria ancestral das quilombolas com suas terras, a colheita com a agricultura, a cura que vem das plantas, e a preservação de suas culturas.

“Águias e Serpentes”, baseado no livro de mesmo nome, trata do universo poético da escritora Carla Nobre.

“Oferenda” é um clipe da música autoral de Sabrina Zahara, que compõe o primeiro álbum solo da artista, “Faces da Madrugada”, videoclipe da rapper Yanna Mc, aborda diversidades em várias áreas: cultural, religiosa, racial e social. A letra da música fala de preconceito e discriminação. “Apimentada” apresenta uma composição musical interpretada por Deize Pinheiro.

De acordo com Andreia Lopes, coordenadora do evento, o objetivo além de homenagear as mulheres é divulgar o que vem sendo realizado. “É uma oportunidade da sociedade conhecer um pouco sobre o trabalho que tem sido realizado por protagonistas femininas”.

Serviço:

Cine Juremas “Mulheres na Tela”
Entrada gratuita
Local: Bibliogarden – Garden Shopping – Rodovia Josmar Chaves Pinto
Hora: 19h

Assessoria de imprensa: Ana Anspach
(96) 99112-5488

Poema de agora: Cheiro Azedo (Corredores) – Luiz Jorge Ferreira

Cheiro Azedo (corredores)

Aqui comigo tenho o urro dos bois vagabundos na memória
E com eles eu reencontro os cheiros que eu considerava
enterrados.
À noite eles perambulam nos corredores
Junto com estrelas e sombras na parede.

Estou repleto de mim, tatuado de sol, dentes sujos
De fiapos de frutas e restos de palavras
E ao sul dos quintais minha infância toma banho nua
Sente frio e olha-me assustada com a quantidade de rugas
Olha-me os pés e suas rotas de fugas
Que nunca vão além de um palmo
Eu canto canções antigas
Cuja melodia parece uma praga dita em russo e tusso.

Aqui, quando o sol se afasta espalhando negro
É que chegam os fantasmas dos bois
Com seus urros e babas que mancham
As cortinas, as vaginas e os saltimbancos.

Assanham e arranham
A prenhez da luz e a epilepsia das sombras recortadas na parede
Com eles fogem os cheiros.
Lembra-los dói
Por isso eu expulso gritando hora, dia e ano
Em que nasceram os girassóis pintados por Van Gogh

Eles comem as prateleiras, as dobradiças
E os dentes postiços da Yeye
Sujam o corredor e a fé dos protestantes da terceira rua
Pisam no sorriso da Mona Lisa e mijam.

Minha infância nua os chama para Macapá
Expulso-os aos berros e aos urros,
Cantando uma cantão tão antiga
Que parece estranha e amiga.

Eles deixam um cheiro tão azedo
Que o tempo fica lerdo
Os ossos fraturados estalam, os olhos ficam escuros
E absorvem a luz que foge das pupilas dos fantasmas dos bois.

Solitário, morro e apodreço sozinho
Pelos corredores o cheiro azedo só incomoda
A prenhez dos urubus.

Luiz Jorge Ferreira.

*Do livro Defronte a Boca da Noite ficam os dias de Ontem.

Incentivo à Cultura no Amapá: inscrições para editais da Lei Paulo Gustavo encerram nesta segunda-feira, 25

As inscrições para os editais da Lei Paulo Gustavo (LPG) de incentivo à cultura encerram nesta segunda-feira, 25. Até o momento, mais de mil inscritos foram confirmados nos dois certames.

Após retificação, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) ampliou o período de submissão de propostas. O objetivo é garantir que os recursos cheguem ao maior número possível de produtores culturais, contemplando até 1,2 mil agentes nos 16 municípios.

Além disso, o Governo do Amapá realiza uma busca ativa para ampliar o acesso à Lei Paulo Gustavo, especialmente em áreas mais remotas e com dificuldade de acesso à informação. As inscrições são on-line e gratuitas.

SAIBA COMO SE INSCREVER

Os certames também trazem manuais e canais de atendimento para a retirada de dúvidas e orientações sobre o processo. Ao todo, a Lei Paulo Gustavo destina mais de R$ 22,6 milhões em recursos para o segmento no Amapá, com foco no atendimento de territórios culturais distintos.

Edital de fomento Latitude Zero

Pode se inscrever no edital Latitude Zero qualquer agente cultural residente ou domiciliado no Amapá há pelo menos dois anos. O agente pode ser Microempreendedor Individual (MEI), pessoa física ou pessoa jurídica sem fins lucrativos.

Quem se inscrever deve ser responsável pelo projeto, exercendo a função de criação, direção, produção, coordenação, gestão artística ou de destaque, com capacidade de decisão na proposta contemplada.

INSCREVA-SE AQUI

O certame irá alcançar 334 projetos culturais relacionados ao audiovisual, como oficinas, cursos, feiras, produções relacionadas ao setor, podendo ser realizadas por segmentos diversos, como teatro, dança, cultura gospel, batuque, marabaixo, entre outros. Ao se candidatar, o interessado deve enviar a seguinte documentação obrigatória:

Edital de Premiação para Agentes Culturais – Maré Cheia

As inscrições do edital Maré Cheia também preveem residência de, no mínimo, dois anos no estado, além de contemplar pessoa física, MEI, pessoas jurídicas com e sem fins lucrativos e coletivos ou grupos sem CNPJ, representado por pessoa física. São previstas 835 premiações no certame.

INSCREVA-SE AQUI

Cada concorrente pode se inscrever em apenas uma categoria do edital.

Texto: Eduardo Belfort
Foto: Arquivo/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Governo do Amapá celebra cultura e tradição com abertura da 2ª Central do Marabaixo, em Macapá

A tradição, cultura e ancestralidade afro-amapaenses foram celebradas pelo Governo do Estado na abertura da Central do Marabaixo, neste domingo, 24. Com direito a muita música e dança, o evento encantou o público no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, em Macapá, e marcou em grande estilo o início da festa, que segue até esta segunda-feira, 25.

Com a segunda edição da Central do Marabaixo, o objetivo é aproximar a população dos ritos e costumes desta prática cultural tão importante para a identidade amapaense. A iniciativa está alinhada ao Plano de Governo, que tem como compromisso fortalecer a cultura popular e consolidar uma política pública voltada ao marabaixo.

No espaço, os amapaenses e turistas podem conhecer a história e os elementos da cultura negra do estado, como a gengibirra, o cozidão, bandeiras, mastros, a murta e outros símbolos da expressão cultural criada e mantida pelas comunidades. A celebração continua nesta segunda-feira, 25, com outras intervenções artísticas e atrações para o público.

A Central é coordenada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e pela Fundação Marabaixo, em parceria com a União dos Negros do Amapá (UNA) e apoio do senador Randolfe Rodrigues. o evento conta a história dos seis barracões que mantêm a tradição secular do Ciclo do Marabaixo.

“Nem todo amapaense sabe contar a história do marabaixo, então tomamos essa decisão política de criar a Central, para aproximar as informações que pertencem ao povo amapaense, para que cada um se aproprie disso e comece a contar com naturalidade essa tradição tão linda”, ressaltou a secretária de Cultura, Clicia Vieira di Miceli.

Oportunidades

Para a gestora da Fundação, Josilana Santos, a Central do Marabaixo também é importante pois abre oportunidades para os empreendedores afro-amapaenses comercializarem seus produtos e artesanatos.

“Nós temos um compromisso diário com o nosso povo de celebrar a cultura e identidade amapaense. Este é um momento de festa, mas também de aprender. As pessoas que estão vindo aqui hoje, que nunca foram nos barracões, precisam ter a curiosidade para ir até eles. Somos 82% desse estado, e nossas caixas vão soar todos os dias em homenagem à nossa história”, celebra Josiane.

A marabaixeira Antônia do Carmo Costa, de 80 anos, foi uma das homenageadas durante o evento, como um símbolo vivo da importância de celebrar a cultura e história dos povos pretos do Amapá. Agora, Antônia conta como preservar essa tradição é dever de toda a sociedade.

“Sou da localidade de Campina Grande, e fiz questão de vir pra Macapá participar desse evento maravilhoso. A gente tem que apresentar o Marabaixo pras novas gerações, mostrar as nossas raízes, chamar as crianças. Vim com meus filhos, netos e tataranetos e fiz questão de envolver todos no Marabaixo”, conta Antônia.

O marabaixo é reconhecido como um patrimônio imaterial do Brasil, e representa uma manifestação cultural e religiosa que resistiu ao preconceito e à invisibilização. Com a Central, a população tem a oportunidade de conhecer melhor a prática, às vésperas do início do Ciclo do Marabaixo, que começa no dia 30 de março.

Confira a programação da Central do Marabaixo nesta segunda-feira, 25

16h – Visitação dos alunos das escolas da rede pública estadual aos estandes dos barracões;
17h – Intervenções artísticas (poesia e teatro);
18h – Ladainha cantada em latim;
19h – Apresentação dos grupos de Marabaixo com todos os barracões e grupos convidados;
21h – Show com a Banda Tambores Tucujus;
22h30 – Apresentação de DJ

Texto: Léo Nilo
Foto: Albenir Sousa e Léo Nilo/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

“Imagens Insurgentes” traz obras que desafiam normas e convenções sociais

O que histórias fantásticas da Ilha de Santana (AP), população de rua e produção de farinha de mandioca na Ilha do Marajó poderiam ter em comum? À primeira vista e sob um olhar mais desatento parecem não dialogar entre si, mas é exatamente o oposto que a exposição “Imagens Insurgentes” pretende mostrar ao público até 10 de maio, no Espaço de Experimentações Artísticas Fátima Garcia, localizado no campus Marco Zero do Equador, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), em Macapá (AP).

De acordo com o curador da exposição, Prof. Dr. Fábio Wosniak, os temas abordados nas obras expostas desafiam as normas e convenções estabelecidas, esmiuçando diversas realidades sociais e culturais e provocando reflexões sobre identidade, diversidade e poder.

“Essas temáticas convergem para criar uma narrativa complexa e multifacetada, que convida os espectadores a questionar suas próprias percepções e a considerar novas perspectivas sobre questões sociais, culturais e políticas. ‘Imagens Dissidentes’ não é apenas uma exposição de arte: é um espaço de diálogo e reflexão onde as vozes subalternizadas encontram espaço para serem ouvidas e reconhecidas”, afirma Wosniak.

Obras

A exposição é formada por obras em diversas técnicas e linguagens artísticas, como desenho, pintura, cianotipia e fitotipia, e conta com a participação artistas e pesquisadores orientandos do Prof. Dr. Fábio Wosniak e membros do Grupo de Pesquisa “Experiências e Dissidências nas Artes Visuais”. Ela também é realizada pelo Projeto de Extensão “Apotheke em Dissidência” e a curadoria é do Prof. Dr. Fábio Wosniak, Erlom Santos Silva (bolsista de IC/CNPq) e Elenir Souza Gomes.

Confira os temas das obras:

População de Rua: Uma observação sensível e humanizada da vida nas ruas, que desafia estereótipos e preconceitos, que muitas vezes são invisíveis aos olhos da sociedade.

Corpos Dissidentes Sexuais e de Gênero: Uma exploração da diversidade e da complexidade das identidades sexuais e de gênero, desafiando as normas binárias e celebrando a riqueza da expressão humana.

Histórias Fantásticas da Ilha de Santana: Uma imersão no mundo da fantasia e da imaginação, onde mitos e lendas se entrelaçam para criar narrativas que transcendem o tempo e o espaço.

Ancestralidade no Álbum de Família: Uma jornada íntima através das memórias e tradições familiares, que revela conexões profundas com o passado e ressalta a importância de preservar e honrar nossas raízes.

Produção da Farinha de Mandioca na Ilha do Marajó: Um olhar sobre as práticas tradicionais de produção alimentar, que não apenas fornecem sustento físico, mas também carregam consigo histórias e tradições transmitidas ao longo das gerações.

Artistas

Erlom da Silva Santos: graduando do curso de Licenciatura em Artes Visuais e bolsista de Iniciação Científica (IC). Sua pesquisa e prática artística oferecem uma visão sobre temas dissidentes, explorando questões sociais e culturais por meio de uma abordagem criativa e reflexiva com a linguagem da Cianotipia e da fitotipia.

David Alan: Artista já formado. Seu trabalho foi previamente exposto no Museu da Escola Catarinense em 2023, na cidade de Florianópolis. Sua participação traz uma rica bagagem de experiências artísticas e um olhar consolidado sobre questões contemporâneas, enriquecendo a diversidade de perspectivas presentes na exposição com seus desenhos.

Elenir Souza Gomes: Graduanda do curso de Artes Visuais. Sua contribuição para a exposição reflete seu compromisso com a experimentação da fitotipia, abordando temas dissidentes com sensibilidade e originalidade.

Pedro Valente: Acadêmico do curso de Licenciatura em Artes Visuais. Teve trabalho exibido no Museu da Escola Catarinense. Sua presença na exposição trraz uma camada adicional de profundidade e diversidade, trazendo sua visão única e sua experiência prévia com a linguagem do desenho.

Denne Santos: Acadêmico de Licenciatura em Artes Visuais. Sua contribuição explora temas dissidentes com uma abordagem inovadora e provocativa na linguagem da pintura.

Serviço:

Exposição “Imagens Insurgentes”
Aberta até 10 de maio de 2024.
Local: Espaço de Experimentações Artísticas Fátima Garcia, localizado no prédio do Departamento de Letras e Artes (Depla), campus universitário Marco Zero do Equador (Rod. Josmar Chaves Pinto, KM 02, bairro Universidade, Macapá-AP).
Horário de visitação: 14h às 18h
Entrada franca.

Jacqueline Araújo (Jornalista – DRT/PA 2633)
Assessoria Especial da Reitoria – Assesp/Unifap
[email protected]
Contato: (96) 98138-9124 –

Cine Juremas “Mulheres na Tela” homenageia figuras de destaque no cenário cultural

O Coletivo Juremas, o grupo Abeporá das Palavras e a Arte da Pleta realizarão na próxima terça-feira, 26, a partir das 19h, na Bibliogarden, uma homenagem alusiva ao Dia Internacional das Mulheres, ocorrido no dia 8. A ação é um reconhecimento a mulheres que se destacam no setor cultural.

Serão exibidos os filmes: “Essa Terra é meu Quilombo”, produzido pela cineasta Rayane Penha, “Águias e Serpentes”, baseado no livro da poeta Carla Nobre e os clipes das cantoras Sabrina Zahara, Deize Pinheiro e Yanna MC.

Após a sessão será realizada uma mesa redonda com o tema “Mulheres na Tela e na Vida”.

O evento é gratuito e aberto a comunidade. Segundo Andréia Lopes, organizadora da programação serão apresentados vídeos curtos dando destaque a protagonistas femininas.”O Cine Juremas tem o intuito de homenagear mulheres que se destacam nas telas”, disse.

Serviço:

Cine Juremas “Mulheres na Tela”
Local: Bibliogarden – Garden Shopping – Rodovia Josmar Chaves Pinto.
Hora: 19h

Assessoria de imprensa: Ana Anspach