Com apoio da Secult/AP: Museu Sacaca adere à 20ª Semana Nacional de Museus realizada pelo Ibram

Museu Sacaca, em Macapá — Foto: GEA/Divulgação

O Museu Sacaca, localizada no bairro Santa Rita, Zona Central de Macapá, aderiu à Semana Nacional de Museus, realizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O evento no local começa nesta quarta-feira (18) e segue até sexta-feira (20) – acompanhe a programação ao final da matéria.

A Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult/AP) está apoiando a realização do evento com atrações artísticas de marabaixo, capoeira e dança. O ambiente contará com visita mediada, exposições, palestras, passeio e feirinha.

Para o titular da pasta, Cleverson Baía, a Semana vem para enaltecer a existência dos museus e fomentar a cultura nos espaços sociais da cidade. Segundo ele, os museus, além de cultura, também possuem uma carga histórica muito forte.

“A Semana Nacional de Museus prioriza um setor que a nossa gestão sempre busca evidenciar. Além da realização de cultura e entretenimento, buscamos dar vida a espaços como o Museu Sacaca, fazendo isso também fomentamos a economia de pequenos empreendedores e artistas”, completou.

Programação

Dia 18
9h – Abertura oficial
9h30 – Apresentação de roda de marabaixo
10h – Roda de conversa: educação mesológica: o poder dos museus em diálogo com as escolas amapaenses
9h às 17h – Visita mediada
9h às 17h – Exposição do TRE Amapá: 500 anos de eleições no Brasil
9h às 17 – Exposição Turé dos povos indígenas
9h às 17h – Palestra de educação ambiental
9h às 17h – Exposição de arte: galeria Samaúma
9h às 17h – Passeio no Regatão
9h às 17h – Venda de artesanato
10h às 16h – Exibição de documentários
10h às 16h – Contação de histórias: Uirapuru
15h às 17h – Palestra TRE Amapá: a repercussão dos museus amapaenses diante da sociedade amapaense


9h às 17h – Exposição: galeria de rua
9h às 17h – Brincadeiras e jogos tradicionais
16h – Encerramento da roda de marabaixo

Dia 19
9h às 17h – Visita mediada
9h às 17h – Exposição do TRE Amapá: 500 anos de eleições no Brasil
9h às 17 – Exposição Turé dos povos indígenas
9h às 17h – Palestra de educação ambiental
9h às 17h – Exposição de arte: galeria Samaúma
9h às 17h – Passeio no Regatão
9h às 17h – Venda de artesanato
10h às 16h – Exibição de documentários
9h às 17h – Exposição: artista Alex Oliveira
11h e 15h – Roda de capoeira
9h às 17h – Exposição: galeria de rua – artista J. Márcio
9h às 17h – Brincadeiras e jogos tradicionais
10h às 16h – Contação de histórias e sarau de poesia: Biblioteca Pública prof. Elcyr Lacerda

Dia 20
9h às 17h – Visita mediada
14h às 16h – Roda de conversa: desmitificando o preconceito histórico afro-religioso
9h às 17h – Exposição do TRE Amapá: 500 anos de eleições no Brasil
9h às 17 – Exposição Turé dos povos indígenas
9h às 17h – Palestra de educação ambiental
9h às 17h – Exposição de arte: galeria Samaúma
9h às 17h – Passeio no Regatão
9h às 17h – Venda de artesanato
10h às 16h – Exibição de documentários
10h às 16h – Contação de histórias: Uirapuru
9h às 17h – Brincadeiras e jogos tradicionais
9h às 17h – Exposição: galeria de rua – artista J. Márcio
16h – Encerramento: grupo cultural Zimba

Poema de agora: Não pode ser um poema – Pat Andrade

Não pode ser um poema

não posso mais
engolir a fome insossa
do prato vazio
oferecido pelo desemprego

ando cansada de provar
o caldo fino da miséria
servido pelo sistema

estou engasgada
com a vida que devora
morde e mastiga
a dignidade da gente

definitivamente
não há sabor nenhum
na sobrevivência teimosa
de quem não tem pão

Pat Andrade

Ifap prorroga prazo de inscrições para o Tucuju Literário até o dia 12 de julho

A Editora do Instituto Federal do Amapá (Edifap) prorrogou as inscrições do edital “I Tucuju Literário”. Agora, os interessados têm até o dia 12 de julho para inscrever seu conto ou poema. A iniciativa busca selecionar autores amapaenses para a publicação de uma coletânea com o tema “os encantos do meio do mundo”.

 Os interessados em participar devem ter no mínimo 14 anos e realizar sua inscrição gratuitamente clicando aqui. Ao todo, serão selecionadas 400 propostas, sendo que 200 dessas devem ter como autores membros da comunidade interna do Ifap (estudantes, docentes, técnicos administrativos e funcionários terceirizados) e 200 devem ser de autores da comunidade externa.

 As obras devem ser inéditas e seguir o tema anteriormente mencionado.. De acordo com Romaro Silva, pró-reitor de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Ifap, pasta na qual está vinculada a Edifap, “será uma imensa honra para todos nós da Edifap receber os contos e poemas de toda a comunidade amapaense ligada a literatura, sejam aqueles autores mais experientes ou autores iniciantes. Esta iniciativa já vem sendo pensada pela Edifap há bastante tempo. Estávamos ansiosos para lançar nosso primeiro edital voltado para a literatura amapaense. Isso mostra que a Edifap está comprometida tanto com a disseminação do conhecimento científico como também com a arte e a cultura do Amapá”.

Diretoria de Comunicação – Dicom

Instituto Federal do Amapá (Ifap)

E-mail: [email protected]

Poema de agora: Sonhos – Ana Anspach – @AnaAnspach

Sonhos

Há uma época na vida
Que sonhamos
Dormindo ou acordados.
Acreditamos que é
Possível realizar Qualquer desejo:
Encontrar o pote de ouro
No fim do arco-íris,
Viver embalados pelas
Ondas do mar


Ou ser um grande artista
Por que não?
Nada limita nossa imaginação.
A medida que os anos passam
Vamos nos adaptando ao que a vida nos apresenta
E nos acomodamos ao
Que nos foi permitido ser.
Precisamos trabalhar não para viver nossos sonhos,
Mas para sobreviver.
E na correria do dia a dia
Nunca fomos checar se o arco-íris tem fim ou
Se é possível viver no mar…
E nos contentamos em ser fãs dos grandes artistas.
Esquecemos dos nossos sonhos por que a realidade se impõe.
Mas conseguirmos escapar das obrigações
Fitando os olhos das crianças e dos jovens
Que ainda não desaprenderam a sonhar…

Ana Anspach

Poesia de agora: O eclipse – Bruno Muniz

Eclipse lunar ocorrido em novembro de 2015 – Foto: Elton Tavares

O eclipse

Aí o sol foi ficando moreno,
foi ficando pequeno,
e se mudou pra lua.
Aí não tinha mais o dia,
nem existia a noite;
tinha o sereno queimando na pele.
Aí são Jorge ficou nu,
a primavera dava manga,
chovia margarida.
Então eu comprei um óculos de lua
e fui à praia vazia;
conheci tanta gente legal!

Eclipse lunar ocorrido ontem, 16 de maio de 2022 – Foto: Maksuel Martins

Mas de tanto calor,
a lua se cansou:
– Você tá me sufocando.
– És tão bela, pena que acordas a cada dia numa fase diferente.
E o sol decidiu se mudar.
Então a lua fez-se cheia, minguante, crescente;
se enfeitou de estrelas,
mas o amor ja tinha se partido.
Nessa partilha,
não se sabe ao certo
quem foi mais triste ou mais alegre.
Sabe-se que esse amor eterno
se acabou na primeira manhã minguante.
Vai ver que de certo na vida,
sejam só as noites;
sejam só os dias;
mas se um eclipse te aparecer,
aproveita.
Vai ver só vai acontecer de novo daqui a cem mil anos.
Vai ver o segredo do ser-pra-sempre
possa estar escondido
entre a humildade de nos reconhecermos frágeis
e a vaidade de sermos tão fortes,
mas tão dependentes da felicidade.

Bruno Muniz

Semana dos Museus é celebrada com marabaixo e exposições indígena e da história das eleições

Museu Sacaca, em Macapá — Foto: GEA/Divulgação

O Museu Sacaca preparou uma programação especial para comemorar a 20ª Semana Nacional de Museus com exposições artísticas e culturais, além de visitação em um dos pontos turísticos marcantes do Amapá. O evento ocorre entre quarta (18) e sexta-feira (20) totalmente aberto ao público, na Zona Central de Macapá.

A abertura das atividades acontece a partir das 9h com apresentações de rodas de marabaixo. A organização também criou uma exposição sobre os 500 anos do processo eleitoral no Brasil, para mostrar momentos importantes na trajetória política brasileira.

Além disso, o evento também terá venda de artesanatos locais, exibição de documentários e passeio no tradicional barco regatão.

Programação:

18 de maio (quarta-feira)

9h – abertura oficial da programação
9h30 – apresentação de roda de marabaixo (no auditório)
10h – roda de conversa “Educação museológica: o poder dos museus em diálogo com as escolas amapaenses” (no auditório)
9h às 17h – exposição do TRE-AP “500 anos de eleições no Brasil” (no hall do auditório)
9h às 17h – exposição “Turé dos povos indígenas” (no núcleo de museologia)
9h às 17h – palestra de educação ambiental (sala de ed. ambiental)
9h às 17h – exposição de arte da Galeria Samaúma: homenagem a Gibram Santana (no auditório)
9h às 17h – passeio no regatão
9h às 17h – venda de artesanatos tucujús (corredor do espaço multimídia)
10h às 16h – exibição de documentários (no espaço multimídia)
10h e 15h – contação de história “Uirapuru” (no auditório)
15h às 17h – palestra TRE-AP: “A repercussão dos museus amapaenses diante da sociedade amapaense” (no auditório)
9h às 17h – exposição galeria de rua (corredor do auditório)
9h às 17h – brincadeiras e jogos tradicionais (maloca multiuso)
16h – encerramento com roda de marabaixo (praça das etnias)

19 de maio (quinta-feira)

9h às 17h – visita mediada (exposição a céu aberto)
9h às 17h – exposição do TRE-AP “500 anos de eleições no Brasil” (no hall do auditório)
9h às 17h – exposição “Turé dos povos indígenas” (no núcleo de museologia)
9h às 17h – palestra de educação ambiental (sala de ed. ambiental)
9h às 17h – exposição de arte da Galeria Samaúma: homenagem a Gibram Santana (no auditório)
9h às 17h – passeio no regatão
9h às 17h – venda de artesanatos tucujús (corredor do espaço multimídia)
10h às 16h – exibição de documentários (no espaço multimídia)
9h às 17h – exposição do artista Alex Oliveira (corredor do auditório)
11h e 15h – roda de capoeira (auditório do museu)
9h às 17h – exposição de galeria de rua com o artista J. Márcio (corredor do auditório)
9h às 17h – brincadeiras e jogos tradicionais (maloca multiuso)
10h e 16h – contação de história e sarau de poesia “Biblioteca pública professor Elcy Lacerda” (no auditório)

20 de maio (sexta-feira)

9h às 17h – visita mediada (exposição a céu aberto)
14h às 15h30 – roda de conversa “Desmistificando o preconceito histórico afro-religioso” (auditório)
9h às 17h – exposição do TRE-AP “500 anos de eleições no Brasil” (no hall do auditório)
9h às 17h – exposição “Turé dos povos indígenas” (no núcleo de museologia)
9h às 17h – palestra de educação ambiental (sala de ed. ambiental)
9h às 17h – exposição de arte da Galeria Samaúma: homenagem a Gibram Santana (no auditório)
9h às 17h – passeio no regatão
9h às 17h – venda de artesanatos tucujús (corredor do espaço multimídia)
10h às 16h – exibição de documentários (no espaço multimídia)
10h e 15h – contação de história “Uirapuru” (praça das etnias)
9h às 17h – brincadeiras e jogos tradicionais (maloca multiuso)
9h às 17h – exposição de Galeria de rua com o artista J. Márcio (corredor do auditório)
16h – encerramento com o grupo cultural Zimbra (praça das etnias)

Fonte: G1 Amapá.

Poesia de agora: Sina – Pat Andrade

Sina

a poesia delineia meu caminho
desenha meu horizonte
e sela meu destino

nos seus braços
descanso meu cansaço
encontro felicidades
embalo os luares
carrego meus amores
e navego novos mares

nos seus olhos
espelho meus mistérios
encaro meus abismos
deságuo minhas saudades
provoco novos afetos
e sonho liberdades

Pat Andrade

É sempre bom receber um elogio de um escritor. Valeu, Renivaldo!– @renivaldo_costa

No início desta semana, encontrei o escritor, jornalista e professor Renivaldo Costa. Foi uma “controada”, como diz o Fernando Canto, de trabalho. Na oportunidade, ele me deu sua mais nova obra, o livro “Leis e Direitos de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista: A Experiência do Amapá” (escrito a quatro mãos com o também professor Joab Moraes).

Aproveitei para retribuir a gentileza e lhe presentei com meus dois livros de crônicas, lançados em 2020 e 2021, “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias” e “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, respectivamente.

Renivaldo leu e fez o seguinte comentário em suas redes sociais:

“Impossível parar de ler depois de começar. “Crônicas de Rocha” e “Papos de Rocha” são as obras mais irresistíveis que li este ano. Todos sabem que sou um leitor compulsivo, mas muitas vezes leio por pura contingência profissional. No caso dos livros do Elton Tavares, foi por prazer literário.

Os textos são leves, mesmo quando tratam de temas pesados, como o prenúncio da morte, a solidão, o Inferno, os “caras-de-pau” da cultura e os “Dick Vigaristas” que vamos encontrar ao longo da vida.

O prefácio do Fernando Canto já seria um grande motivo pra ler, mas a qualidade dos textos e as sacadas do autor tornam a leitura obrigatória a todo amante de boas crônicas.

Obrigado, Elton, que venham outras obras. Você é um grande escritor. De rocha!”.

Agradeço o elogio, pois o brother, também cronista e poeta, escreve bem demais. Para quem se interessar, tenho minha segunda obra à venda comigo mesmo (na Banca do Dorimar e Empório do Índio também pode ser encontrado).

É isso. Bom fim de semana pra todos nós!

Elton Tavares

Nostalgia, cinema e viagem no tempo – Crônica de Elton Tavares (do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Sou um nostálgico assumido, como todos que me lêem bem o sabem. Também adoro o tema viagem no tempo e tudo que ela pode proporcionar, como, por exemplo, mudar o passado e buscar no futuro o aprendizado da paz com a evolução dos homens. Algumas teorias sugerem viagens no tempo através de realidades paralelas. Claro que a possibilidade disso é zero (será?).

O conceito já foi abordado diversas vezes como ficção-científica na Literatura e Cinema. A linha mais famosa é do autor de obras sobre o tema, o escritor H. G. Wells. Como já escrevi antes, todos sonham com o poder de viajar no tempo.

Os curiosos querem saber o futuro e os nostálgicos, como eu, voltar ao passado. Quem sabe corrigir rupturas de grandes amizades, não investir em falsos amores, evitar mortes de pessoas que amamos e avisar sobre todo tipo de catástrofes, entre outras coisas.

Certa vez, tive um pesadelo com jeito de lembrança: eu era um guerreiro da idade média e fui ferido mortalmente em uma batalha. Quem sabe, seguindo a linha do espiritismo, isso não rolou mesmo? Falando em doideiras que não consigo explicar com o passado, que nunca teve um Déjà vu? (pronuncia-se Déjà vi, é um termo da língua francesa, que significa “já visto”).

Uma reação psicológica que faz com que o cérebro nos informe que já vivemos aquilo ou estivemos naquele lugar, sem jamais ter ido e presenciado tal fato. É muita onda!

Sobre a viagem no tempo, sempre digo que a música é o principal veículo para o passado, mas já imaginaram se rolasse umas idas e vindas para o futuro e passado, de fato, como no cinema? Seria uma doideira sem fim, uma sucessão de correções de erros cometidos lá atrás, a história aconteceria em círculos.

Nos filmes “O Homem do Futuro”, Zero (personagem de Wagner Moura), vai atrás da amada em uma máquina do tempo construída por ele mesmo; Em “ Click”, o longa conta a história de Michael Newman (Adam Sandler), que através de um controle remoto, adianta-se e regressa-se no tempo de sua própria vida; em “ O Feitiço do Tempo”, Phil Connors (Bill Murray) simplesmente dorme e acorda na manhã do mesmo dia, numa maluquice sem fim. Já no drama romântico “Em algum lugar do passado”, Richard Collier (Christopher Reeve), por meio da auto hipnose, se transfere para determinado espaço no tempo em busca de sua amada Elise (Jane Seymour). Ainda, Evan Treborn (Ashton Kutcher), em “Efeito Borboleta”, lia trechos de seu diário para voltar no tempo até a época em que o texto foi escrito. E, claro, Marty McFly (Michael J. Fox), retorna ao passado e viaja ao futuro a bordo do carro Delorean, transformado em máquina do tempo pelo Dr. Emmett “Doc” Brown (Christopher Lloyd)

Outros tantos também se desenvolvem em cima do tema. A Viagem no Tempo inspirou filmes como: A quadrilogia O Exterminador do futuro; Bill & Ted -Bogus Journey; A Máquina do Tempo; Os Doze Macacos (Twelve Monkeys); “Voyagers – Os Viajantes do Tempo”; “Donnie Darko”; Dejavu; Stargate”; Meia-Noite em Paris; Planeta dos Macacos; A Ressaca, e o seriado Lost.

Agora chega de devanear, pois se a máquina do tempo existisse, já tínhamos nos visitado a nós mesmos. Muito mais bacana do que ficarmos apegados ao passado e com medo do futuro é vivermos o agora da melhor forma possível. Dar uma nova chance a nós mesmos e tentar abrir portas que se fecharam há muito, sempre na luta pela felicidade própria e de quem amamos.

Afinal, a vida é agora!

Elton Tavares

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Poema de agora: Liberdade – Ricardo Iraguany

Foto: Márcia do Carmo

Liberdade

Negro é lindo e quer ter liberdade
Da África até o Chuí, negro! Negro!
Salve ogum, Xangô
E toda a massa
Que quer cantar
Dançar reggae e lundum, negro! Negro!
Negro e toda ginga
Negro é todo black
Negro é toda cor
Quilombo Caribe
Jari e Jamaica
Todo marabaixo
Todo carimbó
Todo afoxé
Negrito toque é no tambor
Negro! Negro!

Ricardo Iraguany

Voilà – Texto poético de Luiz Jorge Ferreira

Voilà 

Era seu o perfume, era seu o chocolate, era minha a caixa de chiclete, e o frasco de molho de tomate.
A saudade plastificada sobre a estante quase sem verniz, era intrusa.
Não dançava conosco nenhum Bolero
Não admirava o balé do Quero Quero na propaganda da tv.
Nem ouvia Jair Rodrigues cantar com Elis, no entanto era a que mais sabia de nós.
Sabia da cor do teu preferido esmalte, da minha paixão por livros e jornais, e dos nossos momentos irracionais sob a cobertas e edredons.

Quando ela foi embora, uma tarde fria de dezembro, o gato de louça ficou eriçado arranhou o espelho do lado e riscou sua face refletida com três arranhões enviesados.
Eu corri ao banheiro vizinho do quarto e trouxe a toalha úmida no desespero de não ver se esvair teu cheiro…
E com ela embrulhei a mim, ao espelho, e todos os apetrechos e todas as pedrinhas do aquário os peixinhos as suas escamas translúcidas as estrelas vagabundas que se banhavam nas minhas lágrimas, e o passado lilás que arranquei do muro do quintal todo manchado de sol.
Feito o fato… me abracei com o teu retrato e dancei “dois p’ra lá e dois p’ra cá…”
Como fosse voar p’rá outrora.

Luiz Jorge Ferreira

Osasco (SP) – Brasil – 13.05.2022

Poema de agora: Despojos – Pat Andrade

Despojos

tranquei o medo
na última gaveta da cômoda
numa segunda-feira à tarde
a chave joguei no canal
[perda total]

larguei a insegurança
num ramal qualquer da BR
[duvido que consiga voltar]

a tristeza afoguei no Amazonas
num domingo de céu azul
[sem nenhum remorso]

a dor está na calçada
dentro de um dos baús
que o lixeiro nunca leva
[é lá que vai ficar]

me livrei de quase tudo
tomei o chá de sumiço
[prescrito pelo doutor]

me banhei com jasmins
e fui dormir mais leve
[melhor que seja assim]

essa convivência besta
com minha própria angústia
pesava demais na existência

Pat Andrade

Minhas dezenas de fitas K7 e a nostalgia – Crônica de Elton Tavares (do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Arte de Ronaldo Rony

Certa vez, há alguns anos, ao procurar meus livros dentro do armário do quarto, dei de cara com minhas duas caixas de sapatos repletas de fitas cassete. Constituída por dois carretéis de fitas magnéticas, a fita cassete é popularmente abreviada como K7. Esse tipo de “tecnologia” foi desenvolvida pela empresa Phillips, em 1963, para substituir a fita de rolo e o formato 8-track, que eram semelhantes, mas muito menos práticos e mais espaçosos.

A tecnologia desse artefato traz uma fita de áudio de 3,15 milímetros de largura, que rodava a uma velocidade de 4,76 centímetros por segundo. Antigamente a gente ouvia tudo na fita K7, no vinil e, muito depois, CD. Hoje, apesar de alguns ainda usarem o “Compact Disc”, quase tudo é no MP3 e MP4.

Minhas caixas, com quase 40 fitas, têm de tudo: Sony, Maxell, Bulk, Basf, Phillips e TDK, de 40, 60 e 90 minutos. A maioria não possui mais capa, mas as que ainda têm estão com os nomes das músicas ordenadamente anotadas no papel interior da fita.

Naquela época, nós caçávamos sons novos como as bruxas eram perseguidas durante a Inquisição, ou seja, incansavelmente. Época de micro system Sanyo (Alguém aí se lembra do que é “rewind”?), walkman Sony e festas de garagem.

Dentro das caixas os velhos companheiros: Depeche Mode, The Smiths, New Order,The Cure, Iron, U2, A-ha, David Bowie, Queen, Pearl Jam e Nirvana (muito Nirvana) Titãs, Ira! ,Paralamas, Legião Urbana (muito Legião), Barão Vermelho, Engenheiros… todos esses e outros heróis da juventude. Além de umas do velho Chico Buarque.

Fizeram sucesso no final de 80, todos os 90 e início dos anos dois mil. Não tenho vergonha de ser tão antiquado. Meu brother André fala sempre, em tom pejorativo, que todo mundo já gravava CDs em 1999 e eu fitas. Bons tempos!

Aliás, gravar fitas era porreta. Quando curtia muito um som, todo um continha somente uma música (podia ser 30 ou 45 minutos de cada lado, com a mesma canção). Às vezes, ficava com o dedo no tape deck, esperando o locutor da FM calar a boca e soltar o som para que eu o tomasse. Oh, saudades!

Enrolar e desenrolar fitas com lápis ou caneta, sem falar em limpar cabeçotes do tape deck, isso sim é nostalgia.

Minhas fitas. Tenho dezenas até hoje. Sei que são inúteis, mas é o apego nostálgico.

A fita cassete não voltou como o vinil, que hoje é objeto cult. No máximo, estão em forma de adesivos de smarthfones (que acho legal pra cacete).

É, minhas velhas e empoeiradas caixas de sapato não estão somente repletas de fitas cassete, mas de ótimas lembranças. Eu as olhei por dezenas de minutos e as guardei novamente no armário, na memória e no coração…

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

Embrapa Amapá participa da Agrotins 2022 com livro sobre floricultura tropical na Amazônia

Uma abordagem detalhada do potencial de flores e plantas amazônicas para inovação do agronegócio da região Norte está reunida no livro digital “Floricultura tropical: técnicas e inovações para negócios sustentáveis na Amazônia”. Esta obra, editada pelo pesquisador Jorge Segovia, da Embrapa Amapá, é um dos atrativos da 22ª Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins). O evento acontece em Palmas, entre 10 e 14 de maio deste ano. Por meio de vários centros de pesquisas, a Embrapa está presente desde a primeira edição do evento e, mais uma vez, traz soluções tecnológicas e muitos resultados para o produtor rural.

Em um trecho do livro, Jorge Segovia destaca que “a Amazônia, com sua extensa floresta, possui um dos maiores estoques de bioprodutos do planeta, particularmente de espécies vegetais para as mais diversas aplicações, entre outras, as flores e plantas ornamentais”. E acrescenta que, no entanto, grande parte desses estoques são ainda desconhecidos. “Nos diversos ecossistemas amazônicos encontram-se, inclusive, espécies da flora nas quais estão presentes genes com as mais diversas propriedades e, possivelmente, de enorme valor à saúde da humanidade, aos interesses comerciais, florestais e paisagísticos”, observou o pesquisador. Como exemplo, ele cita os ipês, palmeiras, orquídeas, entre várias outras.

A publicação, em formato digital, reúne estudos de 12 autores vinculados a instituições como a Embrapa, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), o Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará e a Universidade de Málaga, na Espanha. São nove capítulos distribuídos em 211 páginas, que tratam de temas como a flora amazônica e as potencialidades de inovação no agronegócio de flores e plantas ornamentais; caracterização das condições climáticas na Amazônia; características físico-químicas dos principais solos na Amazônia; princípios de nutrição e adubação para flores e plantas ornamentais tropicais; multiplicação por cultura de tecidos de flores e plantas ornamentais; viveiro para produção de mudas de flores e plantas ornamentais; evolução em paisagismo e floricultura tropical; plantas tóxicas utilizadas como ornamentais em jardinagem e paisagismo; mercado de flores e plantas ornamentais tropicais: estratégias para o desenvolvimento dos arranjos produtivos da floricultura na Amazônia.

Além de Jorge Segovia, são autores do livro Antônio Carlos Pereira Góes (Embrapa Amapá), Arlena Maria Guimarães Gato (Centro de Biotecnologia da Amazônia), Bruna Bárbara Maciel Amoras Orellana (Mestre em Ciências Florestais pela UnB), Francisco Nazaré Ribeiro de Almeida (Embrapa Amapá), Ivanete Lima e Silva (Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá), João da Luz Freitas (Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá), Jorge Breno Palheta Orellana (Secretaria Executiva do Ministério da Cidadania), Luis Isamu Barros Kanzaki (UnB), Magda Celeste Álvares Gonçalves (Mestre em Desenvolvimento Regional pela Unifap), Raullyan Borja Lima e Silva (Universidade Federal do Amapá) e Simone da Silva (Centro de Biotecnologia da Amazônia).

O pesquisador Gilberto Yokomizo, da Embrapa Amapá, ressaltou na apresentação da obra que o objetivo maior é acentuar a importância de alguns fatores de produção essenciais no agronegócio de flores e plantas ornamentais voltados principalmente para produtores, viveiristas, paisagistas, engenheiros- -agrônomos, engenheiros florestais, biólogos e agentes governamentais que buscam incrementar a exploração sustentável dos recursos naturais disponíveis e o desenvolvimento socioeconômico regional”. “A intenção deste livro é atuar como referência para a diversificação do agronegócio e o desenvolvimento da floricultura amazônica”, acrescentou.

Acesse o livro digital “Floricultura tropical: técnicas e inovações para negócios sustentáveis na Amazônia” neste link:

https://www.embrapa.br/amapa/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1129363/floricultura-tropical–tecnicas-e-inovacoes-para-negocios-sustentaveis-na-amazonia

Fique por dentro da 22ª Agrotins
https://www.embrapa.br/agrotins-2022

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Amapá
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Macapá/AP
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