A poesia não se esgota no pensamento porque ela é o esforço da linguagem para fazer um mundo mais doce, mais puro em sua essência;
A poesia procura tocar o inacessível e conhecer o incognoscível na medida em que articula e conecta palavras e significados;
Cada imagem representada, projetada pelo sonho, pela imaginação ou pela realidade, é um símbolo que marca o que sabemos da vida e seus desdobramentos, às vezes fugidios.
Mas nem sempre é o poeta o autor dessa representação, pois tudo o que surge tem base social e comunitária, depende da vivência de realidade de quem propõe a linguagem e a criação poética.
Quando isso ocorre estamos diante da autenticidade do texto poético. E todos somos poetas, embora nem sempre saibamos disso. E ainda que nem tentemos sê-lo.
Hoje é o Dia Estadual da Poesia. Admiro os poetas, sejam cultos, que usam refinados recursos de linguagem ou ignorantes, que versam sem precisar de muita escolaridade. Eles movimentam o pensamento e tocam corações. Não é à toa que as pessoas têm sido tocadas pela poesia há séculos. E nem interessa se o escrito fala de sensatez ou loucura. Tanto faz. O que importa é a criatividade, a arte de imprimir emoções em textos ou declamações.
De acordo com a jornalista e poeta Alcinéa Cavalcante, o dia 8 de agosto é o Dia Estadual da Poesia, instituído pela Lei nº 580, de 21/06/2000. A escolha do oitavo dia do mês oito se deu em homenagem ao poeta, médico, professor e ex-prefeito de Macapá Alexandre Vaz Tavares, nascido na capital amapaense nessa data, em 1858. Consta que ele foi o primeiro poeta a escrever poemas sobre Macapá. Sua poesia “Macapá” (praticamente desconhecida das novas gerações) foi publicada pela primeira vez em agosto de 1889, na Revista de Educação e Ensino do Pará. Vaz Tavares morreu em abril de 1926, aos 67 anos.
A palavra “poesia” tem origem grega e significa “criação”. É definida como a arte de escrever em versos, com o poder de modificar a realidade, segundo a percepção do artista.
O poeta autor/trovador escreve textos do gênero que compõe uma das sete artes tradicionais, a Poesia. A inspiração, sensibilidade e criatividade deste tipo de artista retrata qualquer situação e a interpretação depende da imaginação dele próprio, assim como do leitor.
O Amapá precisa preservar, reconhecer e homenagear seus grandes nomes em todas as áreas de atuação. Como sou fã de escritores, compositores, músicos, poetas e artistas em geral, faço isso, por aqui. Pois a gente precisa aplaudir e elogiar sempre. Não tenho o nobre dom de poetizar, sou plateia. Mas apesar de não existir poesia em mim, uso a tal “licença poética”, para discorrer sobre meus devaneios e pontos de vista.
Hoje minhas homenagens são para os poetas amapaenses (ou que versam sobre nossa terra) que são meus amigos (somente os amigos mesmo). São eles: Fernando Canto e Alcinéa Cavalcante (para mim, os dois maiores daqui), Obdias Araújo, Aline Monteiro, Jaci Rocha, Maria Ester, Arílson Souza, Arílson Freires, Bruno Muniz, Júlio Miragaia, Paulo Tarso Barros, Thiago Soeiro, Pedro Stkls, Lara Utzig, Manoel Fabrício, Luiz Jorge Ferreira, Marven Junius Franklin, Flávio Cavalcante, Carla Nobre, Mary Paes, Andreza Gil, Manoel Fabrício, Leacide Moura, Mauro Guilherme, Annie de Carvalho, Ivan Daniel, Patrícia Pereira, Mayara La-Rocque, Bernadeth Farias, Patrícia Andrade (a poeta que mais colabora com este site), Ronaldo Rodrigues, Andreia Lopes, Kassia Modesto, Jô Araújo, Sabrina Zahara, Weverton Reis, Tãgaha Luz (In Memoriam), Kiara Guedes, Mary Rocha e Carlos Nilson Costa. Além de todos os poetas compositores brothers, que transformam poesia em música, Joãozinho Gomes, Val Milhomem, Osmar Júnior, Zé Miguel e Naldo Maranhão. Muito obrigado!
Também saúdo todos os movimentos que fazem Poesia no Amapá, que realizam encontros em praças, bares, residências, etc. Enfim, saraus para todos os gostos. Portanto, meus parabéns aos poetas, artistas inventivos que fascinam o público que aprecia a nobre arte poética.
Parabéns aos poetas do Amapá. Principalmente aos meus poetas preferidos!
Eu amo as flores caídas neste quintal esquecido nenhuma vassoura passa aqui há muitos anos apenas um gato cuida de sua morada nesse telhado onde os ratos crescem como um dia cresceu minha esperança mas hoje na entrada da casa, baratas passeiam e a solidão mora junto com meus antigos sonhos
mas eu passo a passos lentos e tento entrar não preciso de chave a porta foi comida pelo abandono e ali presente apenas as minhas lembranças sou passado e aqui onde morei Morro de saudade.
Livros ao chão E a doce ilusão De que sei algo! ah! De que sei algo – e me delongo na ilusória distração…
Mas, de súbito, se achega uma borboleta Asas e cor sob o ar, Flor delicada que, ao vento, quis morar… Ah! por que, carbono, a flor borboleta voa?
A já não me cabem noções de aerodinâmica! Por que também não nasci com asas? Se tão feliz, dançaria com as borboletas amarelas Que passeiam, em Setembro, pela estrada…
Por que, carbono, terra é marrom E essa pele que me reveste inteira, Ou este rosto, ou esse afã Por que aqui, neste momento E não noutro, em 1500?
Nada que a religião não sossegue E a filosofia não dite Mas, por que enfim, haveria de crer Num único motivo?
Se existem tantas cores e mesmo o corpo Tem quatro sentidos?
E na pouca certeza dos livros ao chão Entendo que mais que conhecimento Vivo mesmo É de colecionar por quês.
Aumente o zoom Consegue enxergar 100%? Somos todos um. Haverá um tempo Em que não será preciso Nenhuma lupa Nem juízo Pois não existirá culpa.
Aumente a mente Consegue enxergar no total? Somos todos gente. Haverá um dia fatal Em que não será necessário Nenhum holofote Nem ego exacerbado Pois não existirá fraco ou forte.
Aumente a visão Consegue enxergar bem? Somos todos canção. Haverá um dia também Em que só se ouvirá uma voz Nenhum semitom Nem desafinação feroz Pois não existirá falta de dom.
Aumente o panorama Consegue enxergar com exatidão? Somos todos raça humana. Haverá uma época de revelação Em que só se falará de abundância Nenhuma terra infértil Nem ganância Pois não existirá tiro de projétil.
Aumente a perspectiva Consegue enxergar com senso? Somos todos massa viva. Haverá uma era de consenso Em que o foco será a mudança Nenhum ócio contraproducente Nem desejo de vingança Pois a prioridade será o presente.
Aumente a lente Consegue enxergar direito? Somos todos esse presente. Haverá um período de respeito Em que o objetivo será a unidade Nenhuma grade, cerca ou muro Nem individualidade Pois a intenção será construir o futuro.
Conheci no meio do caos as madeixas da cor do sol que afastaram espíritos maus e todo o agouro da volta do anzol.
Vi em meio à biblioteca as mesmas madeixas solitárias e hoje minha sorte não seca: ocupa mil hectares e áreas.
As madeixas agora são acobreadas e as vejo sempre espalhadas pela minha memória como se cada fio fosse uma linha deixada para manter-me ebriamente sóbria.
Ela possui todas as cores e nos olhos uma imensidão que afasta todas as dores e se infinita em meu coração.
O poeta Marven Junius Franklin, autor do livro “Rio Oiapoque [in Blues]” é um dos autores dos livretos do projeto LETRANIA/Poesia de Bolso, promovido pelo Fundo Municipal de Cultura de Betim (MG), lançados em Minas Gerais.
As obras serão distribuídos em data oportuna pelas cidades de Betim e Belo Horizonte, capital mineira.
“Recebo com alegria o lançamento dos livretos referentes ao projeto LETRANIA/Poesia de Bolso. Os meus poemas estão no livro 03, junto com o poeta mineiro Leonardo Lyrios”, comentou o poeta.
Descente de confederados norte-americanos que aportaram e apostaram no Brasil, professor de educação física, poeta ativista, com várias publicações e premiações literárias em seu currículo. Encantou-se com rios, floresta, aborígines, amores, cultura e o sentimento de grandiosidade que emana ininterruptamente destas plagas magnificas.
Elton Tavares, com informações do poeta Marven Junius Franklin.
Não te atires do penhasco; O amor perdido voa, tu não! Nem as noites perdidas Nem a dor de cabeça Nem o choro convulso Nem os teus pesadelos Serão tua rede de amparo. Não aceites as asas de cera Que o amor te oferta.
Não te lances aos trilhos; O amor é em tudo volúvel, tu não! A solidão dos teus olhos, Não secará teu pranto, Nem o amargo da língua Há de aplacar-te o medo. Retém teu passo Karenina, Teu anjo da guarda, um bêbado, Não parará teu salto.
Não te rabisques com lâminas; O amor tem veias vazias, tu não! A frialdade da morte Não cessará tua agonia, Nem a poesia em teu lábio Será o batom de teu beijo. Nem os teus dentes cerrados Estancarão teus horrores. Levanta! Há mais amores por se morrer.
Com ótima aceitação do público, o projeto Ao Vivo Lá Em Casa, da Secretaria de Cultura do Amapá (Secult/AP), encerra sua primeira etapa de exibições virtuais, nesta sexta-feira (31). Mais sete atrações locais se apresentam pelas redes sociais da pasta (Facebook e Instagram), entre elas, a banda de rock Tia Biló, DJ Netinho Popular, Workshop de Balé e Histórias da Quadra Junina. A programação inicia às 18h.
Desde o dia 10 de julho, mais de 80 produções de artistas locais já foram transmitidas virtualmente para os amapaenses, de forma totalmente acessível, garantindo a interação entre o trabalhador da cultura e seu público. Com a iniciativa, o Governo do Amapá (GEA) – por meio da Secult/AP – enaltece a classe artística do Estado, possibilitando também que pessoas de outras regiões ou países conheçam um pouco da cultura tucuju.
Uma programação diversificada foi oferecida, com shows musicais, recitais poéticos, espetáculos, performances, exposições, exibições, contação de histórias, demonstrações técnicas, entre outras. Na quarta-feira (29) e quinta-feira (30), teve música com Heber Lemos, Brenner Pinheiro, Ezequias Monteiro, Cleverton Nélio, Mariele Maciel, Artur Loran e Amado Amâncio. Completaram a programação, os artistas Jansen Rafael (Artesanato), Rafael Lacerda (Teatro), José Inácio (Audiovisual) e Luiz Alberto (Capoeira).
“Os artistas locais precisaram se adaptar para poder continuar trabalhando nesse período de pandemia; coube então a nós, da Secretaria, criar os mecanismos para que a produção cultural não fosse totalmente afetada. Acredito que o projeto Ao Vivo Lá Em Casa foi uma excelente experiência para os produtores culturais e o público amapaense que, mesmo dentro de suas casas, pôde apreciar a riqueza dos segmentos culturais presentes em nosso Estado”, enfatizou o titular da Secult/AP, Evandro Milhomen.
Programação:
31 de julho (sexta-feira)
18h – Ademir Barbosa (Artes Visuais); 18h20 – Luana Mira (Dança); 18h40 – Letícia Rosa (Cultura Popular); 19h – Kleber Luiz (Música); 19h20 – Júlia Medeiros (Música); 19h50 – Banda Tia Biló (Música); 20h20 – Dj Netinho Popular (Música).
Hoje eu vi um menino com sua bola de plástico presa por um fio a seu braço.
Ele chutava a bola que desenhava mandalas de calor e fumegantes regras de um futuro campeão para o menino.
O tempo é sábio. Ele sabe o tempo que se ele parasse promessas e profecias não se cumpririam e Deus seria um cometa sem cauda. Um astro de nenhuma grandeza na novela diuturna.
Enquanto isso o menino cresce o fio rebenta e a bola desenha mandalas cada vez maiores.
mas ao vivo não tem replay Pausa para ir ao banheiro não tem mocinhos ou bandidos nem mesmo um super-herói dentro de um secreto esconderijo.
Ah! deve ser por isso que a gente corre para o cinema ou põe na telinha um romance meio que comédia – esquece o apelo cotidiano da tragédia –
existir é coisa de gente bruta, meu bem amar é para quem tem coragem de ir além e é cada coisa louca que inspira emoção – Mesmo tudo que habita o apelo do não.
Aqui, o segundo vira sem garantia de sucesso às vezes nem mesmo um nexo, e a nossa temporada é cancelada inesperadamente há tempos de flor, outros de esperar e regar a semente…
ah! mundo real, belo e cruel.
A dor é mesmo dor Na tragicomédia ambígua de um maluco inventor pois eis, que entre o concreto e o cotidiano Nasce flor, verso, arte e amor…
O código reto da realidade, não tem título, não existe segunda temporada Apenas os fios do agora, puxados entre o nunca mais e a eternidade…
E eu, que brinco de normalista* Ando por aí cheia de fórmulas e antigas teorias Finalmente descobri na última curva da estrada Que não sei mesmo nada, não sei nada e talvez jamais saiba…
É que ao vivo, meu bem, não tem sinopse é de sustentar o porte Como bem me disse Martha “Pena a vida não ter corte”!
(E se tiver, esteja certo: “às vezes não sara nunca, às vezes, sara amanhã”)
Hoje é dia de… Poesia… no Conhecendo o Artista. Para tanto, nós recebemos, Tiago Quingosta, também conhecido como Le Gothique Morbidus, nascido em 11 de setembro de 1987, na cidade de Macapá – Amapá. Quingosta é servidor público, especialista em Direito Processual Civil, escritor, declamador e poeta inspirado pelos autores românticos, naturalistas, simbolistas e também de traços dadaístas e surrealistas. É, também, um dos membros fundadores da Associação Cultural Pena & Pergaminho – P&P e membro da Associação Literária do Estado do Amapá – Alieap.
O escritor e poeta foi eleito pela sociedade civil organizada (segmento da Literatura) como Conselheiro de Cultura do Estado do Amapá, para o biênio 2015/2017 e reeleito para o biênio 2017-2019. Participou ativamente da 1ª e 2ª FLAP´s – Feiras do Livro do Estado do Amapá, ministrando palestras, compartilhando saberes em mesas redondas, realizando noites de autógrafos, participando de intervenções literárias, bem como falando da poesia amapaense em escolas públicas do Estado, pelo projeto conhecido como Rufar. Já participou, igualmente, da IV FLIMAR – Festa Literária de Marechal Deodoro, Alagoas. Foi agraciado pelo Governo do Estado do Amapá 2 (duas) vezes com o Troféu Equinócio da Palavra, entregue, respectivamente na 49ª e 50ª Expofeira Agropecuária do Amapá.
Ademais, foi um dos organizadores do Fórum do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Estado do Amapá, evento realizado pelo Ministério Público do Estado do Amapá que reuniu centenas de profissionais dos respectivos segmentos, para aprovação do PELLLB, mais importante marco para as políticas do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Estado do Amapá.
Um pouco mais sobre o artista
Tiago Quingosta escreve há mais de 13 (onze) anos e possui, hodiernamente, uma vasta obra literária, mais de 1.500 (mil e quinhentos) poemas, sendo alguns escritos em inglês, espanhol e francês. Outrossim, possui contos, fotopoemas e no primeiro semestre de 2017 lançou um curta-metragem poético chamado Imersio que produziu e dirigiu, juntamente com o Núcleo de Produção Audiovisual do Amapá.
Lançou, com outros escritores amapaenses, os livros Foz Florescente (OffFlip, Brasil, 2013); Trilogia Poética: Os Opostos Existenciais (Chiado, Portugal, 2016); Poemas, Poesias e Outras Rimas (Scortecci, Brasil, 2018) e Antologia Pena & Pergaminho (Ar, Brasil, 2018). Ainda, participa de várias antologias nacionais e é autor de 6 (cinco) fanzines: Le Gothique Morbidus, Haicai, Darkness then light, Alétheia, Heteronímia e Emoções de Dois Gumes. Já flertou com o teatro, tendo participado dos Espetáculos O Sequestro do Monteiro (como curupira) e o Auto do Menestrel (como menestrel), dirigidos por Tina Araújo e Daniel de Rocha em parceria com o Centro Cultural Franco Amapaense.
O escritor é também declamador, tendo se apresentado em escolas, feiras e eventos literários diversos. Juntamente com a poeta Annie de Carvalho vem apresentando o Recital Poético Liras e Mocambos, no qual recitam poesias de poetas amapaenses da 1ª à 5ª geração. Já apresentaram o Recital em vários eventos culturais da cidade, incluindo o Macapá Verão e datas comemorativas da Literatura. É, também, parceiro de palcos e declamações da nossa apresentadora e, também poeta, Kassia Modesto.
Então, nós aguardamos você hoje às 20h no insta @srta.modesto, no programa Conhecendo o Artista.
Apresentadora: Kássia Modesto Roteiro: Marcelo Luz Produção: Wanderson Viana Arte: Rafael Maciel Artista Convidado: Tiago Quingosta
Quando a morte chegar eu estarei à porta principal À sua espera tendo em uma das mãos o bocal De meu trombone polonês armado em dó Que foi presente do Maestro Tenente Clodomiro Martins E ninguém toca nele. Conversaremos por alguns minutos.
Ela a morte me narrará interessantes fatos de sua longa viagem E eu lhe falarei depois do medo que tenho de não suportar A falta dos amigos e a ausência dos carinhos da mulher amada. À minha mão esquerda o retrato de minha mãe e uma lágrima Cuidadosamente retirada de seu olhar de Santa.
Assobiarei baixinho Bolero de Maurice Ravel E bordarei no centro do meu peito Um Sinal-da-Cruz imaginário.