A infinitude da pressão estética: porque nunca vamos ser bonitas o “suficiente”

Por Fernanda Fonseca

Acho que muitas pessoas já devem ter escutado ou lido algo sobre o Mito de Sísifo, mas para aqueles que não estão familiarizados com o nome, vou tentar resumir a história: Sísifo era um rei da Grécia que após desafiar os deuses repetidamente (incluindo Zeus e a própria Morte), foi condenado a empurrar uma pedra até o cume de uma montanha por toda a eternidade – e eu falo em “eternidade” porque toda a questão desse mito é que quando Sísifo achava que estava chegando ao topo, a pedra rolava para baixo novamente. O que os deuses queriam era castigar Sísifo com uma tarefa fútil e sem sentido, já que não importava o que o rei fizesse, a pedra sempre rolaria para a base da montanha e ele teria que começar tudo de novo, dia após dia.

Esse mito pode ser usado como uma alegoria para várias coisas: relações de trabalho, capitalismo e etc., mas hoje eu quero falar de como a pressão estética também tem muito a ver com Sísifo e sua pedra.

Para começar, pressão estética é (resumidamente) os padrões de beleza que são impostos às pessoas – principalmente mulheres – de como sua aparência deveria ser. Esse falso ideal de beleza cria uma imagem do peso, pele, cabelo e altura desejáveis, tendo como referência o que está sendo disseminado pela mídia. Como eu já mencionei em um texto anterior sobre o livro O Mito da Beleza, da escritora americana Naomi Wolf, diariamente somos bombardeados por essas imagens de beleza que dizem como a nossa aparência deveria ser e o que devemos fazer para chegar lá. Dietas, remédios, cirurgias e produtos estéticos são apresentados como salva-vidas milagrosos capazes de sumir com todas as imperfeições que você nem sabia que tinha. E isso não tem fim. Constantemente, somos apresentados a novas tendências estéticas que dizem o que é bonito e o que deixou de ser, convencendo-nos a novamente sair em busca de algum padrão recém inventado.

E é nesse ponto que mora a similaridade com o Mito de Sísifo: a continuidade de uma tarefa que não tem fim e que mesmo depois de nossos esforços, obriga-nos a começar de novo. O que a pressão estética faz é se reinventar conforme o período e as mudanças do próprio mercado. Durante a década de 50, por exemplo, as revistas femininas enchiam suas páginas com anúncios de maquiagens, mostrando modelos extremamente produzidas e as associando com os ideais de feminilidade que eram esperados das mulheres nessa época. Hoje, o que a mídia anuncia são rostos com “menos” produtos, aplaudindo uma suposta beleza natural que se restringe apenas àqueles com a pele sem nenhum resquício de imperfeições – sem acne, sem manchas e sem falhas. E é através dessa narrativa que o ciclo da pressão estética se retroalimenta, desbloqueando novas inseguranças e alimentando um mercado que irá lucrar com esse processo.

E coisas novas surgem o tempo todo. Você navega pelas redes sociais e descobre novos padrões de beleza a serem almejados e o que fazer para conquistá-los (e geralmente esse processo de conquista envolve dinheiro, poder de compra e tempo). Lembro de quando vi numa rede social que a nova característica física que estava na “moda” eram os chamados “fox eyes” (olhos de raposa), que incluía truques de maquiagem e até cirurgia para dar um aspecto mais alongado aos olhos. Além de todo o debate sobre racismo e apropriação de traços comuns em pessoas asiáticas pela mídia mainstream, a questão é que esse também é um exemplo de como o mercado está constantemente a procura de novas características para usar como um padrão estético a ser desejado. E a mídia é central em todo esse processo: segundo o site da revista Vogue, em 2020, vídeos com a hashtag “fox eyes” geraram mais de 74 milhões de visualizações para a plataforma do TikTok e o mesmo fenômeno também pode ser visto no YouTube, com tutoriais de maquiagem e vídeos que incentivam o procedimento cirúrgico reunindo milhares de curtidas e visualizações.

Constantemente, esses novos padrões aparecem na mídia e tentam nos convencer de que precisamos alcançá-los: ter aquele corpo, pele, cabelo, etc. Isso movimenta o mercado e também aprisiona as mulheres e todos aqueles que sofrem com a pressão estética em algum grau. Ela nos faz acreditar que se nos esforçarmos o suficiente – comprando produtos, fazendo regimes, etc. – vamos chegar lá, conseguindo, enfim, levar a pedra até o topo da montanha. Mas ficar presa em uma rotina que consiste em se esforçar para alcançar um padrão de beleza, para logo em seguida ter que começar novamente por que algo novo apareceu, é cansativo, desgastante e caro.

Então, assim como Sísifo, voltamos repetidamente para a base da montanha, olhando para o cume e imaginado se um dia vamos conseguir quebrar esse ciclo. Mas até lá, seguimos empurrando nossas pedras.

*Fernanda Fonseca é amapaense e acadêmica da Jornalismo na UnB.

Fonte: Escrevi Elas.

Turismo Criativo: Comitiva amapaense visita cidade no nordeste para atrair ideias e parceiros ao turismo do Amapá

O Sindicato das Empresas de Turismo do Estado do Amapá (Sindetur), realizou nos dias 16, 17 e 18 de março, uma visita técnica à cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco, no nordeste brasileiro.

A direção da entidade fez parte de uma comitiva amapaense que contou com integrantes da Amapá Ecocamping e Rede Nacional de Turismo Criativo-Recria (produtores dessa iniciativa). Além da equipe técnica integrada por: Roseane Cutrim (Sesc), Gláucia Dias (Senac), Rômulo Brasão (Sebrae), Alessandra Dias (Abbtur e Macapatur), Sandro Nery (Macapatur), Sandro Borges (Setur) e Josiane Coutinho (Sindetur), Victor Hugo (Amapá Ecocamping). Eles visitaram diversos pontos e conversaram com representantes das entidades culturais da capital pernambucana.

Para a Presidente do Sindicato, Josiane Coutinho, essa é mais uma das ações da entidade que visa inspirar novas ideias a serem trabalhadas para alavancar o turismo no Amapá.

“A visita técnica proposta teve como ideia central propiciar à comitiva amapaense a vivência do mercado de processos, trabalho, produtos, serviços in loco e a integração entre os mesmos”, ressaltou.

O turismo criativo é um conceito cunhado nos anos 2000 que busca enxergar a experiência de visitação como algo longe do convencional, do padrão, e como uma experiência de fato. Muito relacionado ao que são os setores da economia criativa, ele articula experiências relacionando turistas aos territórios visitados, promovendo conexões reais entre esses visitantes e as pessoas que vivem nesses territórios, seus fazeres e saberes. Em resumo, é um jeito de se fazer turismo que se aproxima do tão almejado objetivo de geração de impacto local positivo – tanto econômico, como social – ao mesmo tempo em que proporciona experiências relevantes para quem visita. Partindo dessa necessidade, a comitiva amapaense buscou conhecimentos in loco para customização, desenvolvimento e aplicação com o trade local.

Acompanhe como foi a visita:

No primeiro dia, a comitiva pôde visitar o Ateliê Arte Plena, que fica no bairro de Ponto de Parada, do artista plástico Leopoldo Nóbrega. O próprio artista fez a recepção com brincantes do bairro da Bomba do Hemetério e ali apresentou um pouco sobre a gestão criativa do ateliê para a festa do Carnaval de Recife.

Os visitantes puderam colocar as mãos na massa e produzir adereços carnavalescos, aprender a tocar alfaia (tambor do Maracatu) e conhecer um pouco mais sobre a cultura pernambucana.

Durante a tarde, a comitiva se reuniu no Paço do Frevo com integrantes da Câmara Setorial de Turismo de Pernambuco, Marcelo Waked, da Abav, Gil Marinho, da Secretária de Turismo de Pernambuco. Em um segundo momento, a conversa foi com os integrantes do Fórum de Turismo Criativo do Recife, Leilane Alcântara e Rodrick Jordão. Na oportunidade foram esclarecidas as etapas de construção de planos de trabalho voltados para o turismo criativo, bem como a atuação das instituições.

No segundo dia, a comitiva visitou o Centro de Artesanato de Pernambuco, um espaço que possui ampla estrutura e diversidade artesanal que o torna uma das maiores vitrines de artesanato do país. Toda a apresentação do Centro foi feita pela Márcia Souto, Diretora do Centro, que detalhou o importante trabalho realizado pela gestão do espaço.

Ainda pela manhã, no Centro de Artesanato, os amapaenses foram recebidos pelo turismólogo e cofundador da Rede Nacional de Experiências e Turismo Criativo (RECRIA), João Paulo. Além dele, também esteve na receptiva, o empresário Fernando Figueiredo para uma conversa esclarecedora sobre a Missão social da Recria Brasil e sua atuação em rede.

Seguindo a agenda, os visitantes estiveram na Ilha de Deus, uma comunidade cercada pelos rios Jordão, Tejipió e Pina. Os habitantes abrem as portas para o turismo criativo e expõem seus projetos sociais de revitalização ambiental, turismo comunitário e cultura popular. Ali, os próprios moradores se dispõem em ensinar os visitantes um pouco mais sobre a comunidade.

Finalizando a programação do dia, o secretário executivo de Turismo da Prefeitura de Recife, Mustafá Dias, recebeu a comitiva amapaense em seu gabinete para uma conversa sobre o Plano Municipal de Turismo Criativo da cidade, sobre o processo de construção conjunta com as instituições, sociedade civil e grupo empresarial do setor.

De acordo com o produtor, Victor Hugo, “O bate-papo foi super proveitoso porque nos rendeu um entendimento esclarecedor sobre a importância do planejamento. Aqui, o turismo criativo é visto como uma estratégia de desenvolvimento que conecta os diversos ativos do local’’, pontuou.

Pela manhã do terceiro e último dia, a proposta foi conhecer a capital pernambucana e arredores sob a perspectiva da modalidade Bike Tour. As curiosidades sobre a cidade com suas contradições, a passagem pela comunidade de Brasília Teimosa, Parque das Esculturas, a travessia de barquinho até o Recife Antigo e pela Rua da Aurora. As bicicletas de aluguel operadas pela TemBici, patrocinadas pelo Itaú, são os instrumentos à disposição da atividade turística da cidade.

No encerramento da programação conhecemos empreendimentos que se apropriam da economia criativa, o “Espaço Criadouro”, formado por empreendedores grafiteiros, tatuadores, marceneiros, criadores de produtos têxteis, entre outros profissionais de serviços.

Serviço:

Realização: Sindetur e Sebrae
Produção: Amapá Ecocamping e Recria.
Fotos: Mônica Saraiva.
Mais Informações: Victor Hugo (produtor)
E-mail: [email protected] | Cel: (96) 98100-3928

Edital dá R$ 800 mil em premiação para artistas iniciantes e veteranos de 12 segmentos, em Macapá

Show da banda Negro de Nós, em Macapá — Foto: Banda Negro de Nós/Divulgação

Um edital publicado pela Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) de Macapá seleciona 307 artistas, veteranos e iniciantes, de 12 segmentos culturais para serem premiados com valores de R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente, no prêmio denominado de Professora Creuza de Sousa Bordalo.

O certame é inédito e as inscrições vão até sábado (26). Foi disponibilizado, ao todo, R$ 800 mil para ser dividido entre os aprovados.

LEIA O EDITAL AQUI

As vagas foram divididas em: 121 delas para profissionais iniciantes (que têm até 4 anos de carreira) e 186 aos veteranos (a partir de 4 anos de atividades). As áreas contempladas edital são: artesanato, audiovisual, artes visuais, capoeira, circo, cultura popular, dança, gastronomia, literatura, marabaixo e batuque, música e teatro.

Os artistas devem encaminhar materiais em vídeo para serem exibidos nas redes sociais, canais de streaming, totens em locais públicos ou administrativos.

Foto: Elton Tavares

A inscrição deve ser feita pela internet, por meio de preenchimento de formulário disponibilizado no site da Fumcult. Após isso, o documento deve ser assinado e enviado em formato PDF ao e-mail correspondente com a modalidade que o artista pretende concorrer.

Os endereços dos e-mails podem ser encontrados no edital. O resultado final tem previsão de ser divulgado no dia 21 de abril e os conteúdos digitais devem ser entregues até 27 de junho.

O recurso do certame vem do Fundo Municipal de Cultura, através do Programa de Trabalho 13.392.003.2.035.000 – Criação e Incentivos de Eventos Regionais, Nacionais e Internacionais.

Fonte: G1 Amapá.

Centro Pop promove oficina de grafitagem para pessoas em situação de rua

Arte de Moara Pinta, uma das instrutoras do curso – Instagram da artista.

O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) em parceria com o Consultório na Rua, promovem neste sábado (26), uma oficina de grafitagem voltada para os usuários em situação de rua acolhidos pela unidade.

A oficina “Muro Vivo” será ministrada pelos artistas plásticos amapaenses Kash e Moara e tem como objetivo principal ensinar o grafite aos usuários de forma teórica e prática, estimulando o convívio e fortalecimento de vínculos através da arte.

Serviço:

Data: sábado, 26 de março de 2022
Horário: 9h
Local: Centro Pop, que fica na passagem Ana Nery, s/n, bairro Perpétuo Socorro

Vithória Barreto
Assessor (96) 98414-4088

Improir leva Museu Gertrudes Saturnino para o Bioparque da Amazônia

Exposição acontece no espaço do Guia do Meio do Mundo | Foto: Arquivo/PMM

Com o intuito de resgatar, expor e disseminar a história da população negra amapaense, o Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir) iniciou nesta quarta-feira (23), no Bioparque da Amazônia, uma exposição itinerante do Museu do Negro. A atividade acontece no espaço do Guia do Meio do Mundo com acesso pela trilha Pau-Brasil.

“Esta é uma ótima oportunidade para quem ainda não conhece o Museu e seus artefatos. No Bioparque estamos aliando turismo ecológico ao conhecimento histórico”, diz a diretora-presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro.

Com um misto de museu e de espaço sagrado, cerca de duzentas obras entre pinturas, esculturas, documentos, manuscritos, fotografias, livros e objetos históricos, integram a mostra em uma representação da história do Amapá.

Além disso, o Museu do Negro também abriga, registros litúrgicos, peças das Louceiras do Maruanum, indumentárias, instrumentos musicais de percussão do batuque do Marabaixo e da capoeira, santidades de religiões de matrizes africanas que, no sincretismo religioso, dão alusão aos santos ligados ao catolicismo, entre outros elementos que remetem a cultura afroamapaense.

São materiais que retratam a energia, vitalidade, diversidade sociocultural, ancestralidade e representatividade.

A gerente de projetos e pesquisas Beatriz Priscila, de 23 anos, mora no bairro da Fazendinha e visitou a exposição. Ela conta que o acervo do museu é uma das formas de conhecer mais sobre a cultura afroamapaense. “Foi como viajar no tempo e conhecer de perto os costumes, tradições e toda a história do meu estado”, diz.

O chefe de divisão do Museu, Fábio Bernardo, destaca a importância do projeto itinerante que o Improir tem enquanto meio de conexão com a tradição e herança negra.

“Um museu capaz de colaborar na construção de um Estado mais justo, democrático e igualitário do ponto de vista social. É um espaço aberto a pluralidade e ao reconhecimento da diversidade no plano cultural, mas também capaz de reatar os laços com a diáspora negra, promovendo trocas entre a tradição e a herança local”, ressalta.

Afroempreendedorismo no Bioparque

Além do acervo do Museu do Negro, as afroempreendedoras estão com um espaço para a comercialização dos seus produtos como bonecas, grafismos, brincos, chaveiros, anéis, colares feitos de sementes e várias vestimentas de estampas afro, além de uma variedade de artigos que remetem a cultura local. Os produtos das artesãs também ficaram disponíveis para venda até o próximo domingo (27).

Serviço:

O Bioparque da Amazônia está localizado na rodovia Josmar Chaves Pinto, antiga JK, e a exposição do Museu do Negro acontece até o domingo (27), das 13h às 17h.

Alexssandro Lima
Ascom do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Sommelier amapaense realiza o curso “Vinho para Iniciantes” (Sucesso, @RenatoSalviano!)

Por Lana Caroline

Nada melhor que um bom vinho para diversos tipos de ocasiões, como um jantar ou uma comemoração. Saber escolher uma boa bebida através do rótulo, abrir garrafas corretamente, servir e degustar, além de harmonizá-lo é o objetivo do curso oferecido pelo sommelier tucuju, Renato Salviano.

Intitulado ‘Vinho para iniciantes: Da escolha do rótulo à harmonização do vinho’, o curso é voltado para pessoas que desejam ingressar nessa área. Renato é o primeiro amapaense a aplicar o curso no próprio estado, além de ser o único sommelier graduado no Amapá.

“Já tivemos cursos relacionados ao vinho no estado, mas todos os profissionais eram de fora. Hoje, me sinto honrado em ser o primeiro amapaense com essa qualificação, para ministrar esse curso sobre vinhos para o povo da minha terra”, disse Renato.

O curso terá duração de 3h e direito a certificação. Além disso, aquele que deseja aprender sobre o mundo do vinho, realiza um investimento de R$160. O evento acontece no dia 26 de março, na Oca Coworking, localizado na Av. dos Caramurus – 1293, bairro Buritizal. Para mais informações, entrar em contato através do número (96) 98146-4774.

Fonte: Diário do Amapá.

Seleção para o curso de Mestrado em História está com inscrições abertas

A Coordenação do Programa de Pós-graduação em História (PPGH) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) informou que estão abertas as INSCRIÇÕES para a seleção no mestrado em história, turma de 2022, até o dia 1 de abril. Serão ofertadas 12 vagas para a turma de 2022. O PS será composto por quatro etapas: análise do projeto de pesquisa, memorial, entrevista e prova de títulos. O início da seleção ocorre no dia 22 de abril com a divulgação do resultado dos aprovados nos projetos de pesquisa.

O curso tem como área de concentração a História Social e está estruturado em duas linhas de pesquisa: história Social do Trabalho; e Poder, Memórias e Representações. O objetivo do PPGH/ UNIFAP consiste em formar mestres capazes de realizar pesquisas históricas com competência e alto nível acadêmico através de criterioso uso de fontes, conceitos e métodos oriundos do campo da História Social.

A divulgação do resultado da seleção deve ocorrer até 10 de junho. O prazo para conclusão do curso de Mestrado em História é de 24 meses, com dedicação em tempo integral (manhã, tarde e noite). Acesse o EDITAL para informações mais detalhadas.

Ascom Unifap

Poesia de agora: Mundo – Pat Andrade

Mundo

desse mundo áspero
não espero muito
nem quero tanto

esse mundo chato
não me suporta
nem me aceita

esse mundo estranho
não me desnuda
nem me desvenda

esse mundo parco
não me satisfaz
nem me completa

nesse mundo triste
não me acho
nem existo

Pat Andrade

Sesc Amapá retoma eventos literários no projeto Sextou com Poesia trazendo artistas do Coletivo Juremas na primeira edição

O Sesc Amapá retoma suas atividades de fomento a cultura literária local nesta sexta-feira (25) por meio do projeto Sextou com Poesia. Com a proposta de acontecer toda última sexta-feira do mês no Restaurante Sesc Centro, o evento traz rodas de diálogo, recitais e apresentações artísticas. Nesta primeira edição o projeto conta com artistas do Coletivo Juremas. A entrada é gratuita.

Sextou com Poesia representa também um desejo do público do Sesc por eventos nesse formato, já realizados em anos anteriores. O objetivo é criar e refazer laços, dialogar sobre a produção cultural no Estado do Amapá e fortalecer as artes na região. Nesse sentido, os artistas contratados pelo projeto Música da Gente compõem a programação musical do evento, sempre em conexão com as atrações literárias. As apresentações dessa sexta-feira são:

REENCONTRO TRAÇANDO PALAVRAS
Facilitado por Andreia Lopes
PERFORMANCE DE DANÇA DO VENTRE
Por Samanda Nobre, professora do Sesc
RECITAL POEMANIA
Por Hayam Chandra, Suane Brazão e Laura do Marabaixo
SHOW O AMOR MORA AQUI
Por Poetas Azuis

Neste modelo duo de projetos para incentivo ao trabalho de artistas amapaenses o Sesc Amapá tem papel fundamental na retomada do setor cultural após a pandemia de Covid-19, criando oportunidades para poetas e escritores, bem como difundindo a boa música produzida pelos artistas amapaenses, revelando para o grande público novas canções e novos artistas da arte de cantar.

SERVIÇO:

Sextou com Poesia
DATA: 25/03/2022 HORA: 19H
LOCAL: Restaurante Sesc Centro
ENTRADA: gratuita

Haynan Iago Araújo – Coordenador de Comunicação do Sesc Amapá
E-mail: [email protected]
Cel/WhatsApp (96) 98115-7855

Natura Musical e Ói Nóiz Akí apresentam Oriki

“Oriki” é o título do novo álbum do Pretogonista. Pronto para ser lançado através da Natura Musical, o repeiro faz reverência e pede licença para cantar a ancestralidade. A música preta da Nova MPA (Música Periférica Amapaense) produzida nas periferias com sotaque, chiado e gingado afroamazônicos.

Os temas políticos e sociais tornaram-se marcas registradas nas letras do rap e do hip-hop contemporâneo, mas tratar da individualidade e da transformação do interior de cada ser é mais atual. Na música do Pretogonista, as mudanças partem do íntimo e são fundamentadas em princípios filosóficos, com letras e melodias propositivas.

Os caminhos escolhidos atravessam a afroamazônia e os cantos dos orixás, assim como as referências da cultura local, no Batuque e no Marabaixo dos quilombos num misto de tambores, atabaques e agogôs, instrumentos usados pelos ogãs e tocadores das festas tradicionais das malocas quilombolas aos terreiros do Amapá. A sonoridade poética ganha as ruas da cidade e se misturam aos beats eletrônicos e a experimentação sonora do rap nas quebradas, é nessa pluralidade de elementos que repousa a riqueza de Pretogonista.

Se nas culturas tradicionais, os cantos constituem elos de diálogo com o plano imaterial, nas faixas de “Oriki”, a música é o arame que nos conduz ao real das periferias e cria o espaço de reconstrução do cotidiano visando a transformação social anunciada no afrofutismo, de modo que o futuro, também é ancestral.

Iniciado há seis anos, a partir da composição de “Oriki”, faixa que empresta título ao álbum, o novo trabalho do Pretogonista está ligado à ancestralidade. “Nunca perdi de vista as minhas origens, a presença da ancestralidade seria inevitável nesse álbum. Toda produção artística requer muita dedicação e comprometimento com nossas escolhas. Nesse percurso, a minha família, meus antepassados, meus orixás, minha espritualidade e minha filosofia foram fundamentais, daí vem todo o axé”, revela o repeiro que lança o seu segundo álbum da carreira.

O álbum tem a produção musical de Malária e Gabriel Daluz, Mix & Master de Nois PUR NOIS rec, gravação de Nois PUR NOIS rec e Mavambo, com participação especial de Xicão e Caçula Bem de Rua. A partir desta sexta-feira (25), o álbum completo, com as oito faixas estarão disponíveis nas principais plataformas digitais da música mundial, com live às 20H na fanpage do projeto Pororoca Sound.

“A importância de “Oriki”, álbum do Protagonista lançado pela Pororoca Sound, não reside apenas no ato de fazer ecoar a voz dos excluídos, como é recorrente no rap. Neste álbum, o artista se mostra preocupado com sua ancestralidade, com o levante da autoestima do povo negro. Para isso, mergulhou visceral e rizomaticamente em suas origens, presenteando-nos com uma espécie de rap antropológico.”, afirma, Claudio Silva, Produtor da Ói Nóiz Akí.

“Natura Musical sempre acreditou na força da música para mobilizar as pessoas. Para refletir esse propósito e dar espaço à diferentes vozes, a plataforma apoia artistas, bandas e projetos de fomento à cena capazes de amplificar debates como a diversidade, a sustentabilidade e o impacto positivo na sociedade”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.

Pororoca Sound foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2020, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal, Kunumi MC, Rico Dalasam. Ao longo de 16 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 140 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares. Saiba mais através das redes sociais do projeto e no site www.pororocasound.com.br

Sobre Natura Musical

Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 174,5 milhões no patrocínio de mais de 518 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento à cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do Natura Musical selecionou 43 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 300 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de lives, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos, agora digitalmente.

Assessoria de Imprensa | POROROCA SOUND
Contatos: Paulo Rocha: 96 98412-4600, Claudio Silva: 98114-9655
[email protected]
www.pororocasound.com.br

Assessoria de Imprensa | Natura Musical
Telefone: (11) 96446-0565
Luciana Rabassallo: [email protected]
Fotos: Aog Rocha, Ianca Moreira e Dyego Buchierry

Poesia de agora: Monólogo de ontem – Marven Junius Franklin

Imagem: fotógrafo sueco Tommy Ingberg

Monólogo de ontem

Nessa mesa de bar
apreciando fulanos que passam
com suas sacolinhas de compras
e arrogantes sorrisos amarelados

(que dobram de rua
ao me ver ali – na mesma disposição – desde ontem).

Ah, pobre de mim!
Mero observador do cotidiano
que passa horas esperando
a passagem de um trem imaginário.

E que meu brother Daniel Pedro
me entenda – é que eu não conseguir
largar a latinha da mão.

Dia de tez escura
e burburinhos nos mercados

(de pessoas amanhecidas de silêncio
e repletas de horas que não correm nunca).

Ah, esqueço sempre
de olhar o relógio!

(e assim as verdades decorrem e partem
– desobedientes – abduzidas
por mãos afoitas da solidão).

Marven Junius Franklin

Desconfortáveis encontros casuais – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Encontro um velho conhecido.

Ele: “cara, você tá muito gordo!”. Eu, (em pensamento, digo eu sei caralho, vai tomar no cu!): Ah, cara, sabe comé, sem exercícios físicos, sem tempo pra muita coisa, muita cerveja e porcarias gordurosas (que amo).

Sem nenhum assunto, fico em silêncio.

Ele: virei médico e você?

Eu: sou jornalista.

Ele: ah, legal (com um ar de desdém que vi ao encontrar outros velhos conhecidos advogados, administradores, contadores, ou alguma outra profissão mais rentável).

Aí um de nós subitamente diz que está atrasado e marca uma gelada qualquer dia com nossas respectivas esposas ou namoradas e vamos embora. Com certeza, passaremos mais 10 anos sem nos falarmos, graças a Deus.

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

Mais um dia de rebeldia – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Acordo despreocupado com a perspectiva de enfrentar mais um dia. A gente acaba se acostumando. Esta é a vida que se foi construindo até aqui. Vida feita de vontade de romper com o mundo, apesar de omissões e covardias.

Romper com o mundo. Pensei nisso aos 12 anos, aos 18, aos 35. Agora, aos 56 anos, já não tenho ânimo nem de lembrar que um dia tive arroubos de rebeldia.

Ultimamente tenho pensado nessa coisa de rebeldia e vou usar aqui um palavrão do momento: ressignificar. É isso que venho fazendo: ressignificando tudo. É um exercício, um aprendizado. Já ressignifiquei o Círio de Nazaré, o Natal, o fim/começo de ano… Ressignifiquei sentimentos, valores e pessoas. Mudei de casa, de relacionamento e de ideias. Mudei apenas para que eu possa continuar sendo um novo homem. E esse novo homem que sou é o mesmo homem que sempre fui. Uma criança que nasce cada vez que abre os olhos para um novo dia.

Sim, ressignifiquei minha rebeldia. Se o “normal” é burlar a lei, a rebeldia está justamente em fazer o contrário: seguir a tal da lei, obedecê-la. Por isso eu atravesso na faixa destinada aos pedestres. Por isso eu jogo o lixo dentro da lixeira. Por isso a primeira coisa que faço ao entrar num carro é colocar o cinto de segurança. Por isso não furo fila. Continuar sendo honesto em meio ao mar de corrupção, isso é rebeldia. E nem é algo sobrenatural. Quem é assim não sabe ser de outro jeito. Mesmo que os seres honestos possam ser chamados de atrasados e até de otários, faz bem insistir. Na verdade, faz toda a diferença.

Na adolescência, fui um rebelde diferente do rebelde que sou hoje. Ou mais igual ao que se espera de um ser minimamente revoltado. Minha rebeldia me fazia renunciar à ingestão de Coca-Cola, reconhecendo nela a bandeira do imperialismo ianque fincada no território dos nossos intestinos. Eu andava com um prego, de tamanho considerável, riscando os carros da burguesia sempre que surgia uma oportunidade. Naquela espécie de insurreição solitária, eu jurava que estava dando a minha contribuição à revolução, vandalizando um pouquinho a propriedade privada. Não me arrependo. Mas lembro também de uma rebeldia tola, de quando eu tinha 18 anos: mijar na pia do banheiro dos bares, e não no vaso sanitário. Uma transgressão que admito, hoje, ser só babaquice mesmo. Tive minha fase de rebeldia filosófica e não foram poucas as vezes em que arremeti contra Deus a minha ira santa, elegendo Lúcifer como o primeiro guerrilheiro a enfrentar a tirania divina, que teve de amargar exílio e maldição. Hoje, Deus e o Diabo estão devidamente ressignificados e os dois convivem muito bem.

Por isso, hoje, sou rebelde de verdade. E parece que mais terrível, pois os inimigos não estão preparados pra enfrentar quem luta com a verdade estampada em cada gesto. Honrar compromissos, cumprir a palavra, ter boa vontade são ofensas a quem só compreende atitudes espúrias, pra quem acha natural que um sujeito enriqueça em sucessivos mandatos públicos sem ter que trabalhar. Podendo até chegar ao mais alto posto da nação.

Obedecer à lei da consciência, ter sonos tranquilos, despertar com bom-humor, estar atento ao sentido de justiça e jamais deixar de perceber o canto de um pássaro. E querer bem, querer o bem, sempre o bem. Dos outros e de todos. Eis a minha rebeldia de hoje.

Show de humor, de Adilson Alcantara, acontece nesta quinta (24), em Macapá

Músico, humorista, cantor e compositor Adilson Alcantara – Foto: arquivo pessoal do artista.

Nesta quinta, feira, 24, tem show “Quem quer rir comigo” do humorista, cantor e compositor Adilson Alcantara, a partir das 19h, no espaço cultural Gastrobar Farofa Tropical, em Macapá.

O humorista paraense está de volta a Macapá e na apresentação contará com o humo amapaense Nilson Borges, conhecido pelo seu personagem Vardico da dupla que fazia com seu irmão Lurdico, dos Cabuçus, como participação especial.

Na parte musical terá os músicos Enrico de Miceli e Fineias Nelluty, este último além da parte musical, também conta com a veia humorista.

O show foi lançado em setembro de 2021 em Belém, um mix de humor e música, divido em 12 atos, em que cada um faz referência a um mês do ano e a partir de datas marcantes surgem histórias, causos e paródias, mostrando o cotidiano.

“O show é recheado de humor e música, por 4 anos com o colega de humor Epaminondas Gustavo, que faleceu vítima de Covid-19. E voltei a fazer e estou estendendo ele a outras cidades e estados, como Manaus, agora Macapá e toda a região Norte”, explica o artista.

Dirigido pela jornalista Márcia Freitas, o show marca mais um desafio na carreira de Adilson Alcântara: cantar e fazer humor ao mesmo tempo de forma leve a partir de situações vivenciadas no dia-a-dia das pessoas.

Serviço:

Show “Quem quer rir comigo” do humorista Adilson Alcantara
Data: 23-03 e 24-03
Horário: a partir das 20h
Local: Farofa Tropical
Endereço: Rua São José,1024, Centro
Informações e reservas: 98137-3130

Fonte: Blog da Alyne Kaiser.