Macapá, 264 anos de Arte e Cultura – #Macapa264Anos

A imagem do tocador e a dançante que consta no card de divulgação é de autoria do artista Jeriel.

O Coletivo Juremas, realiza nesta sexta-feira (4), live em homenagem aos 264 da cidade de Macapá, capital do Amapá.

O evento será apresentado obedecendo o protocolo sanitário padrão constante no Decreto n°. 0531 de 1° de fevereiro de 2022 do Governo do Estado.

Música e poesia fazem parte da programação que conta também com a participação de convidados especiais e bate-papo interativo sobre curiosidades da cidade tucuju.

A live será transmitida da casa da poeta Carla Nobre e contará com um número limitado de pessoas no ambiente.

Durante o evento haverá sorteio de brindes.

A live conta com as atrações de Ana Anspach, Andreia Lopes, Bárbara Primavera, Carla Nobre, Cláudia Flor d’Maria, Edu Gomes, Fernanda Canora, Hayam Chandra, Mary Paes e Mario Neilton. Convidadas especiais: Kassia Modesto (AP), Brenda Zeni (AP) e Benita Pietro (Portugal).

Responsáveis pela captação e edição de imagem e som: Raih Amorim e Nathan Zahlouth.
Cenário: Tonny Silo.

Serviço :

Live Show “Macapá, 264 anos de Arte e Cultura”
Nesta sexta, às 16h .

A live será transmitida pelo Facebook: @coletivojuremas

Gírias e expressões do Amapá* – #Macapa264Anos

Cadernos artesanais com gírias do norte produzidos por Camila Karina (saca lá: https://www.instagram.com/camila_karina/ )

Atire a primeira gramática quem nunca falou uma gíria! Uma expressão tipicamente do Norte.

Se você não tem o hábito de falar “girioguês”, ponto pra você, que mantém a beleza de um bom português falado; mas há de concordar que o nortista tem uma irreverência singular quando se trata da língua portuguesa.

Já você, que não tem mais a noção do que é uma gramática, seu estado verbal é grave, procure o dicionário urgentemente, pois você corre o risco de não ser compreendido.

Muitos blogs já retrataram algumas expressões engraçadas e peculiares da nossa linguagem, mas recolhemos tudo que achamos e resolvemos explicar, da melhor forma, os seus respectivos sentidos. Aprenda, se informe e gargalhe.

No Amapá a gente fala:

Paid’égua! (muito legal!); Eita porra! (impressionado); Mas uh caralho! (muita admiração); Maninho, maninha (pode ser para qualquer pessoa, conhecido ou não); De rocha! (palavra ou assunto com convicção); Não, é cuia! (claro que é); Não, é pão! (claro que é também); Muito escroto (muito ruim); Nããooooooooo (ironizando uma negação); Égua, moleque, tu é doido! (fato realmente surpreendente); Fooolêgo! (muita admiração); Égua da largura! (muita sorte); Égua, moleque! (surpresa, alegria, raiva, este é muito usado); Vai querer queixar? (vais me negar?); Gala seca (idiota); Rapidola (rapidinho); Égua da potoca (que mentira); Ulha, disque! (espanto com desdém); Pega-te (tome esta ou pegue esta, torcida por um ponto feito ou gol marcado); Tu jura, não? (claro que não); Táááá, não! (nunca); Bora lá só tu! (Eu não irei); Tá lá uma hora dessas (eu não); Essa é de grife do varal (roupa roubada); Discunjuro até! (por conta do termo “Te esconjuro”, tipo Deus me livre); Levou o farelo (morreu); Só o filé da gurijuba e só a polpa da bacaba (bacana, legal, ótimo); Já tá do meio-dia pra tarde (quase acabando, velho ou quase morto); Ele é do tempo da calça “tucandeira” (calça com a barra curta). Taááá, “cheiroso!” (o mesmo de Tu Juura!); Virar o zêzeu (botar pra quebrar); Quede mano? (onde está?); Hum, tá não! (nem pensar); Tu acha isso bonito? (reprovação); Tá remando pra beira (tomando cuidado, voltando atrás, sendo cauteloso); Tu é o belo velho (O mesmo que “tá, cheiroso!); Esse é peidado do juízo (Este é louco); Paga uma aí (pague uma bebida); Só te dou-te na cara (vou te bater); É pissica da braba (mandinga); Só pode ser feitiço (quando algo dá errado); Vigia o que tu tás fazendo (preste atenção).

Vigia bem (preste muita atenção); Miudinho (pequeno); Logo quem, não? (já esperava isto dele); Muito enxerido! (intrometido); Bora lá (vamos lá); Umborimbora? (vamos embora?); Ééééééééguaaaa (muito espanto, surpresa); Égua, mas tu é muito cabeça de pica né? (gala-seca, otário); Zé ruela (babaca); Abestado (besta); Mas tu é muito pau no cu (abestado, idiota); Levou ou deu “um Nike” (levou um fora); Dizar (deu um fora, se esquivou); Asilando (dando em cima, paquerando); Na moral (na cara de pau); Paga pau (dá muita moral, invejoso); Migué (Mentira, mentiroso); Égua, não! (não acredito). Não, que não. (afirmando com convicção); Pior né? (afirmação tipo: é verdade!); Porrudo (algo grande); É o vai da estrela (com certeza ele(a) não vai); Charlando (se exibindo); Arreda aê (afasta aí); Teu cu (claro que não).

*(Texto que escrevi em parceria com a jornalista Camila Karina (saquem lá as artes dela: https://www.instagram.com/camila_karina/ ), em 2010 e republicado hoje pelos 264 anos de Macapá) – Elton Tavares

Poema de agora: Macapá, minha cidade – Pat Andrade #Macapa264Anos

Foto: Elton Tavares

MACAPÁ, MINHA CIDADE

Minha cidade comemora
mais um ano de existência.
Digo minha, porque dela
me apodero, todos os dias,
em dura jornada;
todas as noites,
em longas caminhadas.
Macapá me cobre
com seu céu inconstante,
me descobre em versos e rimas;
me abriga em seus bares,
em suas ruas, em seus becos,
em suas praças, em seu rio…
Macapá me expõe, me resgata,
me ampara, me liberta…
E aqui permaneço,
retribuindo com meu amor,
minha esperança
e minha alma de poeta.

Pat Andrade

Poema de agora: De Alma – Luiz Jorge Ferreira

De Alma

Senhores desculpem não é mais Natal…
Eu vou pedir licença para deixar debaixo desse toldo colorido chamado vida..
A minha alma, já sem vida…
Toda manchada de Outonos…toda molhada de Sonhos…toda riscada de Planos…ébria, e cansada de idas e vindas sem rumo…
Está é a minha alma…
Eu mesma não a reconheço…quis falar com ela, mas ela fala estranhamente por codigos e escreve usando hieróglifos.
Esta não parece ser a alma que ganhei alguns anos atrás ainda com sua voz em decibéis acima do silêncio…ainda com a sua tez…iluminada…
Ainda com o seu perfil Grego e sua pele macia qual a casca tênue do pêssego.
Não!
Não!


Não é minha alma.
Mas eu vou deixa-la aqui …
Eu vou deixa-la estendida
desde a Av. Ernestino Borges a beira do Trapiche.
Eu poderia esticar o braço direito até o Pacoval
e o esquerdo até a Fazendinha.
Mas não há tamanho neles para que eles alcancem essa distância.
Fico triste de dizer que ela ficou pequena…
a pequines de minha alma é coisa que me incomoda dentro do corpo ela bate do cérebro ao pé…
Bate e não se reparte…
Fica cada vez mais coesa…
Senhores não me olhem assim…
Alma não é exclusiva…
Alma não é Cascavel…
Alma não tem veneno…
Alma não tem passado, nem futuro.
Alma é indefinida.
Deixem -na aqui sob esse abrigo…a ilharga de flores perfumadas e luzes coloridas.
Eu quero ir embora…eu a deixo…
E vou…se eu sentir saudades eu volto.
E se ela sentir saudades de mim…diga que não fui
nem parti, apenas me escondi na memória, dentro do bolso puído da calça Jeans.

Luiz Jorge Ferreira

Governo do Amapá e BNDES firmam parcerias para investimentos em resíduos sólidos e restauração da Fortaleza de São José

O Governo do Amapá vai receber, nos dias 3 e 4 de fevereiro, diretores e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, em Macapá.

O objetivo da agenda é firmar novas parcerias, como protocolo de intenções para execução do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) de Resíduos Sólidos e o Contrato para Revitalização da Fortaleza de São José de Macapá, que está em preparação para receber o Título de Patrimônio Mundial da Humanidade, a ser concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Na quinta-feira, 3, no Palácio do Setentrião, sede central do Poder Executivo do Amapá, os prefeitos dos 16 municípios amapaenses e o governador do estado, Waldez Góes, assinarão com o banco um protocolo de intenções para execução do PPI de Resíduos Sólidos.

O contrato prevê a universalização do tratamento de resíduos sólidos no Amapá, com alternativas para reduzir os impactos provocados por esses materiais ao serem descartados no meio ambiente. A parceria foi construída nos mesmos moldes do projeto feito para solucionar a água e esgoto sanitário, que contemplou os 16 municípios, melhorando a saúde pública, gerando emprego e desenvolvimento social, tanto do campo, quanto da cidade.

Na sexta-feira, 4, data que marca o aniversário de 264 anos da capital, Macapá, GEA, BNDES e a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA), firmarão Contrato para Revitalização da Fortaleza de São José de Macapá, etapa que compõe a preparação do monumento histórico para a outorga do Título de Patrimônio Mundial da Humanidade.

Este é o maior projeto de financiamento cultural da região Norte feito pelo banco, oficializado ainda em dezembro de 2020 para acesso aos recursos não reembolsáveis do BNDES Fundo Cultural – Apoio à Cultura, que serão disponibilizados ao Estado por meio de articulação feita pela bancada federal, com liderança do senador Davi Alcolumbre e do governador Waldez Góes.

Serviço:

Texto: Anne Santos
Foto: Neto Lacerda
Assessoria de comunicação do GEA

Poema de agora: APELO – Pat Andrade

APELO

a poesia quer
que você se espante
que você se assuste
que você se choque
e se escandalize

a poesia precisa
que você repense
que você opine
que você pare
e analise

a poesia implora
que você fale
que você grite
que você pule
e se manifeste

é urgente!
é necessário!
é preciso!

deixe que esse grito
se liberte que ele ecoe
e alcance o infinito

permita
que sua garganta doa
que ela inflame
que fique rouca

mas não se cale
quando seu irmão morra
quando a pátria mãe chore
quando o estado nos mate
quando o mundo precise

não seja um covarde
não seja um covarde

Pat Andrade

Secretário de Cultura do Amapá, Evandro Milhomen, mobiliza os artistas amapaenses para a aprovação da Lei Paulo Gustavo

Em declaração por meio das redes sociais, na segunda-feira (31), o titular da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AP), Evandro Milhomem, solicitou a mobilização coletiva da sociedade, artísticas e políticos em prol da aprovação do Projeto de Lei Paulo Gustavo, que, assim como a Aldir Blanc, deve movimentar o mercado da cultura no Brasil.

O texto vai passar pela votação da Câmara Federal e prevê que o dinheiro seja repassado aos governos de estados e municípios.

A proposta foi batizada de “Lei Paulo Gustavo”, em homenagem ao ator e humorista que morreu em maio de 2021, vítima da Covid-19. Paulo Gustavo era um dos artistas mais populares do país e faleceu aos 42 anos no Rio de Janeiro.

De acordo com o projeto, dos R$ 3,8 bilhões que serão repassados, destes, R$ 2,79 bilhões deverão ser destinados para ações no setor audiovisual e R$ 1,06 bilhão deverá ser destinado a ações emergenciais no setor cultural por meio de editais, chamadas públicas, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor ou outras formas de seleção pública simplificadas.

“Estamos novamente em mobilização, desta vez, para a aprovação da Lei Paulo Gustavo. Na Lei Aldir Blanc nós tivemos mais de R $23 milhões que foram investidos na Cultura do Amapá, que gerou muitos empregos e rendas. Agora tivemos mais de R $30 milhões que serão investidos através da aprovação dessa nova Lei. Pedimos a mobilização de todos e solicitamos que a bancada federal se empenhe para a aprovação desse projeto, que já foi aprovado no Senado”, declarou o secretário.

Poesia de agora: Ilê – Lara Utzig (@cantigadeninar)

Ilê

sem energia
mufina
com o ânimo macambúzio
recomendaram-me uma mãe de santo
e com o espírito confuso
fui ver se ela me benzia
[enquanto jogava búzios

— Minha filha, seu pai, Oxalá
o maior dos orixás
deixa uma lição:
tem que cuidar do ori
tem que cuidar de orá
não tema:
só fazer uma obrigação
para Iemanjá
[flores brancas e alfazema
que o mal vai desamarrar

saindo do terreiro
instantâneo encanto:
esbarrei com teu aroma de banho de cheiro
[recém-tomado
e com esses olhos-quebranto
que me fariam atravessar o Amazonas a nado

eu, até então cética
vazia
& charlatã
de repente,
passei a ter fé em meus guias
caboclos, pretos-velhos, pombas-giras
e em meu coração-xamã

padecendo ainda em frangalhos,
te convidei para me acompanhar nos trabalhos
e a partir daí tornei-me crente
desde quando observei esvair-se
com o nascer de uma estrela cadente
o-que-existe-de-ruim
o veneno de Circe
que sugaste de dentro de mim

tudo que havia de vil
sumiu
quando de manhã cedo
meu (dantes) infértil ventre
foi preenchido pela semente
deixada pelos teus dedos
ao redor de meu quadril

não resta suspicácia
sobre a origem dupla da eficácia
na cicatrização de minhas fraturas
se hoje estou bem melhor
foi graças ao ebó
e aos teus lábios de pitanga
nessa conjuntura
o que importa é a cura
tanto pelas mãos da umbanda
quanto pelas tuas mãos em minha cintura

Lara Utzig

Filme Feitiço do tempo – Por @giandanton (republicado por ser 2 de fevereiro)

Assisti, finalmente, Feitiço do tempo (roteiro de Danny Rubin e Harold Ramis, direção de Harold Ramis). Na verdade, o interesse maior foi na interessante narrativa em elipse, que era sempre citada por alunos quando eu falava de narrativas não-lineares.

Trata-se de um jornalista arrogante e egocêntrico, que, ao fazer uma matéria numa cidadezinha sobre uma marmota capaz de prever o fim do inverno, fica preso em um lapso temporal de um dia que sempre volta. Assim, os mesmos fatos vão se repetindo várias vezes e o protagonista passa várias vezes pelos mesmos fatos.

Já tinha visto outros exemplo, como um episódio de O Arquivo X. Eu mesmo já escrevi um texto nessa estrutura, num e-book dos Exploradores do Desconhecido. O interesante é que o mesmo dia não se repete 3 ou 4 vezes, mas centenas, talvez milhares de vezes, o que traz algumas oportunidades interessantes para o roteiro, como, por exemplo, repetir uma cena várias vezes (o receptor acaba sacando que cada repetição é um dia diferente).

Apesar da preocupação maior ser com a questão narrativa, foi impossível não reparar em algo que muitos textos espíritas falam: Feitiço do Tempo é uma ótima metáfora do processo reencarnatório, segundo a visão espírita.

A cada vez que o protagonista volta, é como se ele estivesse em outra encarnação e tivesse outra chance de consertar os erros do passado e evoluir espiritualmente.

Arrogante e egocêntrico, Phil usa a volta eterna inicialmente para questões duvidosas do ponto de vista ético, como, por exemplo, descobrir algo sobre uma mulher para depois seduzi-la, ou cometer crimes sabendo que sua ação não teria consequências (como, por exemplo, quando ele rouba dinheiro do carro forte).

Com o tempo, esse tipo de coisa perde a graça e ele passa a se suicidar. Faz isso dezenas de vezes, tentando escapar do dia que sempre retorna. Em vão. Sua vida só começa a fazer sentido quando ele melhora espiritualmente e começa a ajudar as pessoas à sua volta. A máxima de Chico Xavier (Não há salvação fora da caridade) fica bem exemplificada no filme.

Em suma, um ótimo filme: pelo estrutura do roteiro, pela mensagem, pelo humor e pela ótima atuação de Bill Murray.

Fonte: Ideias Jeca-Tatu

Meu comentário: esse filme é SENSACIONAL! Um clássico, muito bem resenhado pelo Ivan Carlo. Recomendo que assistam (Elton Tavares).

Poesia de agora: Poema de agora: Feira-saudade-fevereiro – @julio_miragaia

Ação Olodum no Pelourinho, em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Feira-saudade-fevereiro

No olhar marejado
Da chuva-fevereiro,
Esfriam na feira
Frutos e carnes;

Apesar do povo
Há vírus
E apesar do cinza
Há dia;

Resfria-se o domingo
Entre lama e asfalto
Nos corredores de ervas,
Peixes e polpas;

Resfria-se o domingo
Entre lama e asfalto
Na anti-solidão
Da Cícero Marques;

No olhar-fevereiro
Da chuva,
Esfria na lixeira
A fome dos urubus;

Apesar do povo
Há vírus e há dia
E apesar do cinza
Há dia e sobretudo;

Mora,
Nalpam e implacável,
No frescor da saudade
Quem não vai mais à feira

Mora,
Nalpam e implacável,
No frescor da falta
Quem não é Carnaval

Júlio Miragaia

Nem te conto… – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Tenho um segredo pra contar. Segue aí. Ou não.

Sempre passei a ideia de que sou analfabeto em termos digitais, aquele cara totalmente bronco, desprovido de recursos para manejar qualquer objeto eletrônico. E tenho convencido bem as pessoas do meu entorno. Sou considerado o avô do homem de Neanderthal ou alguém da Idade Média. O simples fato de apertar o play já é uma tarefa complicada pra mim. Games? O máximo que consigo jogar é paciência spider. E só com um naipe!

Pois bem, o segredo que quero contar é que, na verdade, sou um hacker foda pra caralho! Um daqueles caras que podem fazer um avião explodir só manejando um dispositivo tão avançado e tão pequeno que escondo embaixo da unha do meu dedo mindinho.

Ninguém pode saber disso. Vão achar que sou um infiltrado de alguma organização cyberterrorista, de uma milícia virtual, que passo o dia disparando fake News. Nada disso. Não sou esse tipo de hacker. Jamais usei ou usarei meus conhecimentos para o mal. Meu lance é só ser capaz de tal domínio sobre a tecnologia, pelo simples prazer de saber, movimentando um arsenal de gadgets apenas para o meu deleite, coisa que não interfere na vida de ninguém. Mesmo porque, como disse lá no início, isso é um segredo guardado a sete chaves, digo, sete senhas.

Promete não contar o meu segredo? O quê? Você tem uma proposta de trabalho irrecusável? Se eu posso, com o poder que tenho sobre informática, internet profunda, essas coisas, manipular resultados dos sorteios da loteria ou da corrida eleitoral? Claro que sim. Sou capaz de causar um terremoto em qualquer lugar do planeta ou entrar no sistema das bolsas de valores mundiais e fazer o maior estrago só colocando alguns algoritmos pra trabalhar. Mas prefiro mexer meus pauzinhos cibernéticos pra combater as queimadas na Amazônia, pra incentivar as pessoas a tomarem vacina e tal.

Mas pelo jeito, você aí que está trocando mensagens comigo, não entendeu nada. Eu sabia que não era uma boa ideia revelar esse segredo, portanto não o farei. Não insista, por favor. Não está mais aqui quem falou. Fui!

(Esta crônica não tem qualquer vínculo com a realidade e será deletada em 3… 2… 1!)

Hoje é o Dia do Publicitário (meus parabéns aos profissionais criativos)

Hoje é o Dia do Publicitário. O profissional que traça estratégias para alcançar seu público-alvo no intuito de convencê-los a comprar um produto ou ideia. Sempre unindo arte, informação e muita criatividade.

O Dia do Publicitário no Brasil é comemorado no dia 01 de fevereiro em referência ao Decreto de Lei nº 57.690, de 1º de fevereiro de 1966, que por sua vez regulamenta o Decreto de Lei nº 4.680, de 18 de junho de 1965, que normaliza o exercício da profissão de publicitário e de agenciador de propaganda no país.

Estes figuras são persuasivos, inovadores e inventivos. Admiro a elaboração de campanhas publicitárias, principalmente as que possuem doses de sagacidade e humor.

A criatividade é responsável, entre outras coisas, pelas invenções. Uma pessoa nasce criativa ou trabalha e desenvolve sua criatividade ao longo do tempo? Para mim, as duas coisas são possíveis. Os inventores praticam, aperfeiçoam e criam. No meu caso, já inventei histórias (contos) e termos (neologismo). É o meu jeito de tentar ser criativo.

Admiro pessoas criativas. Elas possuem autoconfiança; alta capacidade de associação; percepção; capacidade intuitiva; muita imaginação; capacidade crítica; curiosidade; foco; entusiasmo; e tenacidade.

Portanto, meus parabéns a todos os publicitários do Amapá. Em especial aos amigos Walter Junior, Ronaldo Rodrigues, Bruno Jerônimo, Renata Sampaio, Beliza Alfaia, Yasmin Brito, Janise Rezende, Marly Mafalda, Mauro Panzera, Chico Cavalcante, Clayse Silva, Elielza Cardoso, Sandra Borges, Ricardo Toledo, Bruna Cereja, Fellipe de Oliveira, Ellen Amanajás, Inaê Brandão, Alessandro Moutinho, Ronaldo Rodrigues, Giuliana Sanguinete, Ricardo Toledo, Jair Júnior, Marcelo Corrêa, Ewerton França, Thomé Azevedo, Nagib Júnior, Zezinho e Franck Belini.

Enfim, congratulações a todos que militam neste nobre ofício. Meus parabéns aos publicitários e suas mentes brilhantes. Vocês são admiráveis!

Elton Tavares

Poesia de agora: As Cores da Saudade – Kassia Modesto

As Cores da Saudade

Eu nunca vi interrogação tão grande e tão mal resolvida
Se eu fosse um pintor, eu faria da saudade a tela mais colorida
Se ela fosse uma cor, somente, eu me pergunto que cor ela seria
Um tom de azul, céu profundo
A me sugar solitária ao seio do mundo?
Um branco limpo e infinito
Enlouquecendo aqui dentro, como em um próprio hospício?
A saudade é uma parceira solitária e fugaz
Que caminha a espreita e vai correndo atrás
De uma fiel companheira, sangria voraz..
Saudade, saudade, saudade…
Minha companheira nas horas tardias
Gostaria de pintar de um azul, verde-mar
Ou as cores da primavera eu poderia recriar.
Dar-lhe um tom cintilante
E deixar pelo menos por um instante
A sua dosagem me embriagar…
A saudade que carrego comigo
É preto, é luto, é medo
A viúva negra a companheira eternamente ausente
O passado ainda presente
A lembrança constante,
O afago ao frio
O arrepio apenas na mesma recordação
A saudade que carrego comigo é como o preto,
É a ausência das cores que guardo no peito.

Kassia Modesto

Hoje é o Dia da Saudade – Minha crônica sobre a data nostálgica

Hoje, 30 de janeiro, é “comemorado” o Dia da Saudade. Não encontrei o porquê de hoje ser destinado à falta de alguém ou um lugar. Só sei que todo dia é dia de sentir saudade. O conceito diz: “Saudade: Substantivo feminino – Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia”.

De origem latina, saudade é uma transformação da palavra solidão, que na língua escreve-se “solitatem”. Com o passar dos anos, assim como outras palavras se transformam de acordo com as variações da pronúncia, solitatem passou a ser solidade, depois soldade e, finalmente, saudade. Palavra que só existe na língua portuguesa.

Bom, eu sou um cara saudoso de tanta coisa. Sinto saudades absurdas do meu pai. Grande saudade do meu avô paterno, de alguns parentes e amigos que partiram para outra vida (ou plano, como quiserem) como meu tio Itacimar (Ita).

Tenho saudade diárias do meu irmão, que reside em Belém (PA) e amigos que moram longe. Também sinto falta de todos aqueles que marcaram minha história positivamente e hoje em dia não fazem mais parte da minha vida.

O escritor Charles Baudelaire disse: “Aos olhos da saudade, como o mundo é pequeno”.

Quem dera ser tão simples. Já o poeta Paulo Leminski frisou “Haja hoje para tanto ontem”. Só que o Raul Seixas, o mais maluco dos compositores, foi mais enfático ainda ao dizer: “A saudade é um parafuso que, quando a rosca cai só entra se for torcendo, porque batendo não vai,mas quando enferruja dentro, nem distorcendo não sai”. Perfeito!

Sinto saudade da minha infância, da falta de responsabilidade e dos dengos da minha avó Peró. Saudade dos tempos do Colégio Amapaense, das memoráveis festas de rock, amanhecidas, dos bons tempos com ex amigos, da velha equipe de comunicação e até das boas brigas. É, a gente botava pra quebrar!

Sinto saudades do jornalista e amigo querido Tãgaha Luz, que nos deixou e seguiu para a redação celestial. Que saudades desse cara!

A maior saudade é da Perolina Penha Tavares, nossa linda e cheiros matriarca. Pois as saudades do papai, vovô, tio e amigos que já partiram estão calejadas pelos anos. A falta da Peró ainda não, mas com o tempo será amenizada. O amor por essas pessoas nunca passará, assim como as saudades, mas o tempo melhora o sofrimento do coração;

Deus, graças a ele, sobrevivi aos anos 90. Era tudo tão surreal, tão perfeito, tão legal, doce ilusão. Saudades daqueles anos vividos intensamente! Sinto saudades até de ter saudades de alguns que foram tão importantes e agora não passam de mais um rosto na multidão.

Sinto saudades de tanta coisa. Mas, como tudo na vida, há saudades justificáveis.

Também sinto saudades da época que era inocente, que não era tão duro, tão egoísta, tão cético e cínico. A saudade é alimentada pelas ternas lembranças guardadas na memória e no coração. E é tanta coisa que nem dá pra listar aqui. Isso acontece todos os dias e não somente hoje.

Li em algum lugar que, se sentimos saudades, é porque valeu a pena. Vida que segue. E graças a Deus, segue feliz, mesmo com minhas saudades. É isso!

Elton Tavares