Malandro é malandro e mané é mané…


Tem nego que é leso por natureza. Peseta mesmo, sem muito uso de massa cinzenta. Destes, não sinto na da além de pena. Há outros, que sabem como fazer e o que fazer, mas preferem ser meros repetidores de palavras de terceiros. São verdadeiros papagaios de pirata. Vadiagem ou maucaratismo, não sei, mas é um tal de copia tudo no Ctlrl C + Ctlrl V.

Quando usava frases, expressões ou trechos de colegas, avisava (brincando): “fulano (a), vou te plagiar um tantinho, pois não tenho como mudar muita coisa”. Outra maneira é assinar: Beltrano de tal, com ajuda do Cicrano de tal. Acho normal, mas ser plagiado sistematicamente dá um ódio!

Ultimamente, vejo cópias de escritos meus, refeitos e muito pouco alterados. Às vezes, o tema é o mesmo, noutras, não (escrevi sobre tanta coisa num certo período aí…). Só que a estrutura, desenvolvimento e finalização do release é o mesminho. É preguiça? Só pode. Nunca vi ninguém regredir, desaprender ou algo assim.

O mais engraçado é que o texto chega ao meu e-mail, como a maior novidade redigida. Ainda bem que o figura não é meu amigo, senão deixaria passar na boa (meus brothers sabem disso).

Nunca fui e nunca serei só mais um. E não é por causa de seriedade no trampo ou competência e sim pela amizade que conquisto por onde passo (quem trabalhou comigo sabe que é verdade). Mas a chupação de conteúdo sem o devido crédito (eu credito texto e fotos de todo mundo. Isso é respeito com o trabalho alheio) é uma assinatura triste de incapacidade profissional e intelectual.

Fica aqui o registro da indignação com uns três ou quatro aí. Publiquei este texto pela primeira vez em 2014, por conta do roubo de material intelectual. Quem plagiava naquela época era o Gollum (pessoal sabe quem é e nunca mais soube desse ser infetético), mas há alguns meses, a prática voltou com tudo. Se liguem. Como já disse o Bezerra: “malandro é malandro e mané é mané”.

“O plágio é o aplauso entusiasmado do incompetente” – Fernando Brandi.

Elton Tavares

Declaração de amor cabocla ou Carta à Noca – Por Hélio Pennafort (contribuição de Fernando Canto)

Fernando-2BCanto-2Be-2BH-C3-A9lio-2BPennafort-2C-2Bem-2B1976.-2B-1-

Hélio Pennafort, é um dos maiores ícones do jornalismo amapaense. Ainda jovem eu saía com ele pelo interior na companhia de Odilardo Lima e Manoel João, o “Papa-arroz”, fazendo matéria para “A voz Católica” e para a Rádio Educadora no início dos anos 70. Numa dessas viagens Hélio colheu (segundo ele!!?) essa bonita declaração de amor a uma cabocla. Trata-se da “Carta à Noca”, uma poesia pura apesar de toda a ingenuidade que faz os corações apaixonados dizerem o que dizem. O texto foi extraído do livro “Micro Reportagem”, DIO/GTFA, Macapá, 1980″, Fernando Canto.

capa_helio

“AMOR, POESIA E PRECONCEITO”

“Querida Noca escrevo-te somente esta porque não aguento mais a cuíra de saber de nossas difíceis notícias, Noca.

Domingo, no ucuubal, como eu te mandei dizer, não deixa de falar comigo, porque eu quero falar contigo, Noca.

Eu gosto do teu amor, da tua paixão, dos teus carinhos, tão bem como o buritizeiro que adora a mãe lua, quando ela tange com o seu clarão as nuvens que não querem deixar o seu luar tocar os brotos das palmeiras, mexer com o siriubal ou alegrar o furo do Jenipapo.

Ainda me lemHelio1-246x300bro, Noca, da primeira vez que te vi na reza da casa do tio Macário. Enxerguei teus cabelos, Noca, clareados pela lamparina, mais bonito do que as espigas de milho da roça do Zé Manduca. Teus olhinhos, Noca, eram uma graça… Brilhavam mais do que duas porongas de pesqueira, na noite escura, chuventa e panema de peixe…

Tudo em ti é belo, linda Noca, por isto eu gosto de ti. E tu também gosta de mim? Quando já… Eu não sou suficiente nem tenho competência para possuir o amor da garota mais faceira que existe em toda a extensão do Cassiporé. Mas espero um dia ao menos poder te tocar, te acariciar, te cheirar, te beijar… Noca”.

Êba! É segunda-feira! – @JucaraMenezesAM

tumblr_mp9agn2jtf1sy10i3o1_400
Segunda-feira é o dia internacional da preguiça, mas acho que não deveria ser assim não. É no início da semana que tudo pode recomeçar e do jeito que você quer. Segue o meu raciocínio.

Sabem, é na segunda que podemos ir na loteria de novo, e fazer aquela fezinha de dois miaus… quem sabe você não leva a Mega sena? Aproveita que está acumulada! Vai que és o mais novo milionário do País por apenas uns trocados?

Também é no começo da semana que a vida volta ao normal. Ainda bem, porque descansar mais de dois dias te faz querer encher a cara o tempo todo, ou a casa com amigos, ou se empanturrar de churrasco, ou dormir até explodir de tanto engordar. Cabeça vazia é moradia do Diabo, não dizem as avós?

É na segunda que as pessoas põem em prática certas importantes decisões, como começar uma dieta e ir à academia, ou virar vegetariano para sempre, sei lá, tem gente pra tudo.

O importante mesmo é saber que, apesar de todos os tropeços, de todos os erros e mancadas, é sempre possível começar de novo. Então aproveite o início de mais uma jornada! Trabalhe mais, viva mais e tenha novas ideias. Pode colocá-las em prática, vai por mim. Se você não acertar, ainda tem no mínimo quatro dias para dar um jeito na coisa toda.

Os chefes dão mais valor a quem chega empolgado em plena segunda-feira. Com a mente descansada, e um pouco de sorte, aquela lâmpada que ascendeu em cima da sua cabeça pode render até uma promoção, pensa bem e aproveita! Um ótimo início de semana para nós!

Darth J. Vader

Praça Veiga Cabral recebe exposição de caricaturas e público pode adquirir desenho por preço simbólico

IMG-20160712-WA0020
No período de 16 a 30 de julho, a Galeria Trokkal, localizada na Praça Veiga Cabral, receberá a exposição Caricaturas, organizada pelo artista J. Márcio e amigos. Ele selecionou algumas obras de sua autoria para expor e cerca de quinze artistas mostrarão seus trabalhos na parte externa, com exposições de telas e pinturas ao vivo. A exposição ficará aberta de segunda a sábado, das 9h às 20h. A galeria é administrada pela Fundação Municipal de Cultura (Fumcult).

Quem quiser levar para casa uma caricatura ou tela também vai poder. Os artistas Jeriel, Josaphat, Paulo Gil, Ecenildo, M. Silva, Augusto Leite e Honorato Junior farão os desenhos, ao vivo, ao preço de R$ 10,00. Já as telas expostas por J. Márcio serão somente para apreciação. É que elas estão todas vendidas. “Será uma forma de divulgação ao público para conhecer nossos traços e, automaticamente, pegarmos mais encomendas. Todo o recurso arrecadado irá para um projeto no bairro Novo Horizonte chamado ‘Casa de Cultura Ponto de Luz’, onde precisamos de alguns equipamentos para começar a funcionar”, explica J. Márcio.

Galeria TrokkalIMG-20160713-WA0020

Foi recentemente inaugurada junto com a entrega das obras de revitalização da Praça Veiga Cabral, no dia 24 de junho, com uma exposição de fotos antigas e raras de Macapá. O espaço visa a rotatividade de inúmeras exposições (conquista do segmento das artes visuais com a Fundação Municipal de Cultura). A Fumcult organiza o agendamento de artistas interessados em mostrar seus trabalhos na galeria e também em ocupar a praça aos sábados com pinturas, desenhos, esculturas, toda proposta que vise resgatar, divulgar, apoiar e fomentar as artes.

O nome homenageia Raimundo Hosana de Oliveira, o Trokkal, conhecido como mestre da cerâmica amapaense. Com mais de 40 anos de experiência, Trokkal aprendeu o ofício aos 9 anos de idade, com seu avô, José Damião, que lhe ensinou todas as técnicas sobre a queima da cerâmica. Conheceu a argila e, com o passar dos anos, começou a fazer peças revestidas com minério (manganês), a pintar com virita, betume, tintas a óleo, acrílica, esmalte, aquarela, pigmentos vegetais. Tem inúmeras peças criadas e foi professor na Escola de Artes Cândido Portinari.

IMG-20160713-WA0022J. Márcio

É artista visual amapaense, desenhista, pintor e escultor, grafiteiro, professor no Centro Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari e vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura. Tem mais de 25 anos de experiência na vida artística, tendo entre as suas principais obras as esculturas da Praça da Bandeira, pintura personalizada da Concha Acústica do balneário de Fazendinha e desenhista dos livros de cordel “Proezas de Bariri”, de autoria de Geraldo Oliveira e “A ovelha malhada”, de Romualdo Palhano.

Rita Torrinha/Asscom Fumcult
Contato: 99189-8067

Revista de consultório no tempo que não tinha WhatsApp – Crônica de Fernando Canto

Recep_o_do_Hospital

Crônica de Fernando Canto

Depois de um check-up com médicos de diversas especialidades, sentado nas antessalas à espera de ser atendido, aprendi que a paciência nos força a buscar alternativas para passar o tempo. Os consultórios médicos e de dentistas são estranhos. Ninguém cumprimenta ninguém e quando as pessoas falam parecem sussurrar.images (3)

Uma dessas alternativas, além da leitura de velhas revistas e dos jogos do telefone celular, é a televisão, que dependendo do horário da consulta, pode oferecer um programa, um filme, um capítulo de novela ou um desenho animado que gostamos, até a hora de sermos chamados.

sala-de-espera (1)Outra, mais pragmática, é fazer como um cliente que chegou ao consultório: perguntou quantas pessoas havia na sua frente e disse que ia para casa dormir um pouco, e que voltaria em tantas horas, já prevendo o tempo que iria ficar esperando. Certa vez observei um senhor tirar uma revista de palavras cruzadas do bolso e se interiorizar resolvendo os problemas expostos na revista. Devia ser um craque em consultório médico.

Mas todas eecad1ssas opções têm seu lado negativo, senão vejamos: há consultórios em que a televisão fica instalada no alto, próxima ao teto, ligada em um canal de preferência da atendente. Nesse caso, ocorre que ficamos meio envergonhados de pedir que ela mude de canal com receio dos demais clientes estarem satisfeitos com o que passa na TV. E a atendente fica lá no balcão toda poderosa, dona do controle, assistindo ou ouvindo o que ela quer. Os jogos dos celulares têm a desvantagem de fazer a bateria do aparelho arriar rapidamente, sem que percebamos. Agora, saidownloadr do consultório para dormir e voltar pode acontecer de o cliente perder a vez e retornar para o fim da fila, como aconteceu com o que eu vi. Já o homem das palavras cruzadas quase perde a vez porque estava mesmo muito compenetrado no seu passatempo. Foi necessário que a atendente lhe chamasse por diversas vezes.

Numa dessas consultas resolvi ler uma revista semanal de três anos atrás e me diverti muito com as frases sobre as eleições presidenciais e com as afirmações de políticos sobre o futuro do Brasil. Enquanto o tempo passava peguei mais umas quatro disponíveis, pois ninguém queria saber de ler e sim de ver o programa da TV. Fui folheando uma de seis meses antes, e a mais nova, uma “Caras” dois meses atrasada.

Confesso qrevista2ue me diverti à beça com as notícias nelas veiculadas. Li frases de ilustres filósofos e escritores famosos, pequenas reportagens sobre o meio ambiente ameaçado na Amazônia e indicações de filmes e livros que até então não havia lido ou assistido. Eu estava “passado batido” como se diz na gíria dos jogadores de dominó. Então me “atualizei” posteriormente ao correr atrás dessas peças que gostaria de ter visto ou lido, e não o fiz por falta de informação ou mero esquecimento.

88622616Agora não ouso mais falar mal das revistas velhas dos consultórios. Elas nos ensinam mesmo retardatariamente que devemos é ouvir e reler os fatos atuais, sem esquecer que os acontecimentos do passado foram importantes para o agora, da mesma forma que nos jubilamos ao encontrar um documento perdido há tempos, que apareceu na hora em que mais precisávamos dele. É como um bom dinheiro achado entre as páginas de um livro que sem querer tiramos da estante para folheá-lo . O chato é que no momento que uma matéria parece ser interessante, a atendente nos chama e a gente tem que deixar a revista no lugar sem terminar de lê-la.