Como escrever um texto polêmico – Crônica de Elton Tavares ( e ilustração de Ronaldo Rony)

Ilustração de Ronaldo Rony

Faz tempo que aprendi como escrever um texto polêmico e “cool”. Você contextualiza e detona o objeto que já está na pauta do momento. Sim, pega carona com a merda que já está na palheta (implantação da pena de morte no país, diminuição da maioridade penal, legalização do aborto e maconha, enfim, atualidade, política, religião, pessoas, música, etc…). Sim, textos de revolta, sangue nos olhos e tals. Ou crônicas dúbias, mas inteligentes (o problema é que nem todo mundo entende a segunda opção).

Desenvolvimento: durante o artigo ou crônica, esmiúça um “porém” e descreve alguma hipocrisia de ordem genérica, absolvendo o objeto. Com falsidade, claro. Ah, use frases de impacto. Tipo => como disse Bill Gates : “O sucesso é um professor perverso. Ele seduz as pessoas inteligentes e as faz pensar que jamais vão cair” ou Oscar Wilde, quando disse que ”o descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou uma nação”. Isso sempre funciona.

Ah, faça perguntas? O sistema é falho, portanto deixa brechas para críticas no bandão. Aliás, falar mal é sucesso garantido!

Já na conclusão, você moraliza no formato bunda-mole tipo: “um tapa na cara da sociedade”. Todo mundo, aliás, é bunda-mole, em algum aspecto, claro. Só não aqueles que concordarem com este texto (Rá!).

Por fim, você pega o embasamento de alguma pessoa consideradona no meio de comunicação para o epílogo e afirma que aquele é o melhor texto produzido sobre o tema.

Claro que, brincadeiras à parte, devemos criticar, discernir e entender as coisas como elas são, de fato. Ver o mundo de outra ótica, a dos que não querem que a verdade venha à tona. Então, textos polêmicos são mais que necessários. O importante é seguir questionando os fatos e acontecimentos ao nosso redor. Seguimos discordando, sempre. E fim de papo!

A desobediência é uma virtude necessária à criatividade” – Raul Seixas

Elton Tavares


*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020. 

O dia em que consertei a bagunça – Crônica porreta de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Muito bem! Posso dar por encerrado o trabalho e descansar eternamente. Afinal, eu mereço. Criar o mundo, com tudo o que tem nele, cada detalhe, foi uma tarefa muito difícil. Não fosse eu o Todo-Poderoso creio que jamais teria conseguido sem consumir pelo menos uns cinco séculos. Levei apenas seis dias e vou já inventar o sétimo dia, o do meu divino descanso. A natureza e todas as suas criaturas estão aí, prontas para dar início a uma história de perfeita sincronização entre tempo e espaço, o equilíbrio exato entre rios, florestas, animais, o ar mais puro que fui capaz de criar, a movimentação do universo, a sequência perfeita das estações do ano… Creio que nada mais falta no meu paraíso.

Mas espera um pouco. Que tal eu dar um toque final? Criar um ser que possa compreender, fiscalizar e preservar a minha obra, livrá-la de todo o mal que, apesar do meu cuidado em criar o mundo, possa ter me escapado. Isso mesmo! Bem pensado! Vou criar esse ser, também um animal, que seja superior em inteligência aos outros animais. Será um tipo de gerente deste mundo, que foi criado com tanto zelo e carinho. Vou chamar este ser de homem e, como sei que ele não se contentará em ser o único de sua espécie, criarei sua companheira, a mulher. Era só o que faltava, ainda bem que lembrei.

Criei os dois, vi que tudo estava bem e parti para meu justo descanso. Mas esse descanso não durou quase nada. Foi só o tempo de os dois seres mais inteligentes começarem a fazer das suas. Primeiro, comeram do fruto do qual tanto alertei para que mantivessem distância. Foi a primeira desobediência que cometeram e isso foi só o começo de uma sequência de erros que continua até hoje. Resultado: o paraíso que criei virou um inferno. O ar puro que existia está misturado a gases poluentes, as florestas estão queimando, os animais morrendo e os rios secando. Os seres que acreditei serem os mais inteligentes se revelaram mesquinhos, egoístas e os mais ignorantes, pois são os únicos que põem em risco sua própria existência e a do planeta inteiro.

Falha minha. Por que não deixei do jeito que estava? Por que tive a ideia, no último momento, de criar mais essa espécie? A que eu acreditei que iria conviver com as outras espécies na maior calma e com todo o respeito. Aí eu poderia ficar tranquilo no meu descanso. Mas isso não ficará assim, pois já tenho a solução!

Pronto! Voltei àquele sexto dia da criação e poderia, simplesmente, riscar esse item da minha lista, deletar a existência dos seres humanos. Mas não serei cruel, como muitos deles se mostraram no decorrer da história. Vou apagar sua faculdade de pensar e eles ficarão observando os outros animais, como muitos desses animais são mais emotivos, mais íntegros e muito mais racionais do que os seres humanos. Agora, eles serão estagiários, observadores das outras existências, para que possam, em algum momento, ganhar elevação, grandeza, bondade. Só assim haverá uma esperança de que a vida na terra tenha equilíbrio e que se faça a luz!

Agora, sim! Vou tranquilo para o meu descanso.

A MALÁRIA DE GALLUCIO – Crônica porreta de Fernando Canto

 

Quando leio nos jornais que um novo surto de malária está ocorrendo nas comunidades indígenas do Oiapoque, pergunto logo quando será que essa doença, que já vitimou tanta gente, será erradicada.

Amigos e conhecidos morreram dessa doença terrível. Vi pessoas no interior e aqui mesmo em Macapá tremendo de febre e me senti impotente diante da falta de remédio e de outros recursos para poder ajudá-las. Sabia que ela era uma doença infecciosa causada por um parasito do gênero plasmodium, transmitida entre pessoas por um mosquito chamado anofelino, mas me confundia com os nomes dados a ela: maleita, sezão, impaludismo, febre intermitente, tremedeira, febre terçã, febre quartã, etc…

E se hoje ela ainda mata muita gente, imaginem então nos tempos da Colônia. Em 1752 Mendonça Furtado veio à Macapá para tentar conter uma grande epidemia de malária, acompanhado do único médico da província do Grão-Pará. Anos depois, em 1769, Galúcio, o engenheiro construtor da Fortaleza de São José, morreria de “hidropezia” (segundo o médico-cirurgião da obra), a acumulação de líquido seroso em tecido ou em cavidade do corpo, e uma consequência da maleita, pois os plamódios vivem nos glóbulos vermelhos e no fígado do homem. Outros sintomas são os acessos febris, a anemia, que resulta da destruição contínua dos glóbulos vermelhos e a esplenomegalia, que é o aumento do baço.

Mas ainda que a malária seja uma doença frequente nos países tropicais, não é exclusiva deles. Nas vastas regiões pantanosas do norte da Europa, nas regiões bálticas, no sul da Suécia, Holanda e muitas outras regiões têm ocorrido focos de malária. Ela é uma enfermidade conhecida desde a Antiguidade. Os textos de Hipócrates já falavam de febres intermitentes acompanhadas da descrição dos sintomas característicos, como aumento do tamanho do baço e anemia. Hipócrates discorria ainda sobre as causas da doença. Por exemplo, recomendava construir as cidades no alto das montanhas ou em ladeiras, evitando os vales e a proximidade com os pântanos e zonas úmidas. Segundo os escritos, nos vales e zonas pantanosas o “ar impuro” provocava enfermidades de todo tipo. Daí se pode compreender melhor o significado do termo malária, que vem do italiano “mal aria”, ou seja, mal ar.

O papel que esse mal tem desempenhado na humanidade é muito maior que supomos habitualmente. Há testemunhos escritos de que as “febres” despovoaram cidades inteiras. Éfeso, na Grécia, cidade que São Paulo sempre visitava foi destruída por ela. A transformação do rio Caistro em zona pantanosa, as guerras, os terremotos e a expansão dos pântanos contribuíram para a sua destruição, precipitada pelas epidemias de malária que selaram para sempre o destino de seus habitantes. Durante as campanhas napoleônicas no norte da Itália (1796 e 1797, em especial em Mantua, muitas baixas foram causadas pelas temidas febres. Curiosamente foi nessa cidade que nasceu Henrique Galúcio.

Os conquistadores espanhóis trouxeram a malária ao Novo Mundo, de onde precisamente vem o primeiro remédio eficaz contra a doença: o quinino, que se obtém das árvores do gênero Chinchona. Sua eficácia gerou a importação indiscriminada da árvore pelos europeus, a partir do século XVII, e se converteu num negócio muito lucrativo em que os jesuítas também participavam. A produção do quinino provocou uma elevação generalizada nos preços e o aparecimento de falsificações. Só em 1854 é que os holandeses começaram a cultivar as árvores nas suas colônias da Ásia, o que veio cobrir totalmente a demanda.

Muitos avanços ocorreram na história da malária, mas apesar disso os estados do norte ainda convivem com ela. E são preferencialmente os pobres e necessitados das mais longínquas paragens da Amazônia os mais atingidos por ela.

Como Mestre Yoda falar devemos, mas falar assim fácil não será! – Crônica de Elton Tavares (ilustrada por Ronaldo Rony)

Yoda, o grande mestre Jedi, é uma das figuras mais marcantes da cultura pop. Mestre Yoda foi um guerreiro extraordinário da Ordem Jedi, e acima de tudo, um professor que marcou gerações de fãs da saga. Seus pensamentos filosóficos foram ensinamentos emblemáticos do cinema, transmitidos ao Luke e ao público, sobre disciplina, dedicação máxima e a Força.

Yoda falava uma versão incomum do Básico. Ele usualmente colocava os verbos (principalmente verbos auxiliares) após o objeto e do sujeito (um formato objeto-sujeito-verbo).

Cheguei à conclusão que seria muito mais prático se falássemos todos como o Yoda, colocando a ideia central – o que interessa – no início da frase e o sujeito no final. Muito mais simples seria se todos os Humanos assim falassem. Prática esta ideia irão achar. Resistentes a esta sugestão não devem ser, uma maior compreensão dos assuntos as pessoas iriam atingir.

Exemplos de fala de Yoda:

“Quando 900 anos você tem, ter aparência boa difícil é”.
“Aliada minha é a Força. E poderosa aliada ela é.”
“Por 800 anos treinei eu jedi. A mim decidir cabe quem treinado deve ser. Um Jedi precisa um profundo compromisso ter. A mente mais séria.”
“Iniciada, a Guerra dos Clones está.”
“A tempestade está piorando, temo eu.”
“Em um estado sombrio nós nos encontramos… um pouco mais de conhecimento iluminar nosso caminho pode.”
“O medo é o caminho para o Lado Escuro. O medo leva à raiva, raiva leva ao ódio; ódio leva ao sofrimento. Eu sinto muito medo em você.”
Algumas outras expressões legais colocadas na forma de falar do poderoso Mestre:
“Gelada, esta cerveja está!”
“Comigo cabreiros eles ficaram.”

Se expressar assim legal como Mestre Yoda falar devemos, mas fácil não será!

Estranheza sente vocês? Fácil é a adaptação, achar isto vocês irão em breve. Mais divertidas as conversas se tornariam, mais cedo o assunto perceberíamos e reduzida a especulação seria, muitas discussões desnecessárias evitar-se-iam assim. Pensar nisto devem vocês, mais prático, direto e interessante seria, não concordam vocês comigo?

Que a Força esteja conosco!

Elton Tavares

E se? (como seria se eu tivesse feito escolhas diferentes?) – Crônica de Elton Tavares

Ilustração de Ronaldo Rony

Escrever/dizer que “todos somos produtos de nossas escolhas” é chover no molhado, ok? Ok. Entre tantos caminhos, certos ou errados por conta das decisões que tomamos, chegamos aqui. É como disse o filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre: “ser é escolher-se”. Pois é, mesmo com muitos erros, poucos fracassos e muitas reviravoltas, quem me escolheu foi eu mesmo (ou inventou), consequentemente, meus rumos.

Assim como em uma crônica do escritor Luís Fernando Veríssimo, intitulada “Alternativas”, resolvi escrever novamente (de forma sintetizada) sobre escolhas (aventuras e desventuras). Aí saiu esse devaneio aí debaixo:

Tenho 44 anos, sou jornalista, assessor de comunicação, escritor e editor deste site, mas como seria se tivesse feito escolhas diferentes?

Se tivesse escutado mais os meus pais e passado direto em todas as séries e me formado em Belém (PA)? Talvez não tivesse me envolvido em tantas brigas e furadas, mas saberia do que os maus são capazes? Certamente não. Ah, se tivesse continuado com a natação ou o basquete, ao invés de ter começado a beber aos 14 anos? A única certeza é que seria mais saudável e não estaria tão porrudo.

Se não tivesse ido morar com aquela menina em 1996? E se tivesse me empolgado ao ponto de ir para a Bolívia (BOL) em 2000? Se não tivesse ido para a Fortaleza (CE) em 2006? Se não tivesse me enrolado com quem não conhecia de verdade? Se não tivesse me envolvido com tanta gente de lá pra cá…Feito e desfeito laços afetivos? E refeito? Nunca será possível saber.

E se tivesse lido mais livros do que ouvido discos de rock e assistido filmes? Não, prefiro do jeito que foi mesmo. Deu para sorver conhecimento divertindo-me e ainda li bastante, para um cara meio marginal na juventude.

Se tivesse topado aquele convite da chefe de redação do Portal Amazônia e ido morar em Manaus (AM) estaria lá ainda? Não tenho certeza, mas se estivesse, seria doloroso, pois sou muito apegado aos meus.

Se não tivesse dito a dura verdade tantas vezes e magoado amigos? Não, prefiro a verdade, doa a quem doer. Arrependimentos ou desculpas não desatam nós ou colam o que se quebrou. Seja lá qual foi a sua escolha no passado, seja nostálgico, triste, feliz ou engraçado. O importante é o hoje e o amanhã, mas isso não impede de pensar como seria?

Se aqueles tiros, em 2001, tivessem me acertado? Se aquele carro na estrada, em 2011, tivesse capotado, aos invés de somente girar várias vezes e sair da rodovia? Estaria vivo ou sequelado? Se não tivesse me metido em tantas brigas de rua, teria aprendido a me defender?

E se em universos paralelos, ou outras dimensões, cada um de nós possui vidas vivendo as outras escolhas? Quem sabe? Não, já é doidice minha.

Se não vivêssemos tantos momentos eufóricos e decepcionantes? De volta aos escritos de Sartre, que falou sobre as consequências de “ter escolhido algo/alguém ou deixado de escolher algo/alguém”. O único arrependimento? Não ter cuidado da saúde e ter virado este gordão. O resto está melhor do que eu pensava.

Com todas as escolhas ao longo da jornada, aprendi que, se você trabalha, faz o bem e não interfere na felicidade alheia, tudo se ajeita com o tempo. E ainda há tempo para muita vida. Sejam quem vocês querem ou pelo menos lutem por isso.

Sua vida não é feita de decisões que você não toma, ou das atitudes que você não teve, mas sim, daquilo que foi feito! Se bom ou não, penso, é melhor viver do futuro que do passado” – Luís Fernando Veríssimo.

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em 2020. 

Sobre a saudosa Drop’s Heroína (primeira banda de Rock formada somente por mulheres do Amapá) – Crônica de Elton Tavares (ilustrada por Ronaldo Rony)

Crônica de Elton Tavares

A Drop’s Heroína surgiu do desejo das, então adolescentes, Rebecca Braga e Aline Castro. A proposta foi a de formar uma banda diferente, com uma agressividade teenage. Logo depois se juntaram à Lenilda e Sabrina. Depois, a formação mudou várias vezes. Sabrina deu lugar à Cristiane no contrabaixo, Suellen no teclado e a última formação contou com Débora nos vocais e Dauci no baixo. A banda lutou contra o preconceito, já que era formada apenas por mulheres, algo nada convencional no Amapá, na década de 90.

A banda foi pioneira no feminismo do rock amapaense. Suas apresentações eram sempre porretas, dignas de um público fiel que seguia a Drop’s aonde quer que as heroínas fossem tocar.

A Drop’s não resistiu à saída da vocalista Rebecca Braga, tentou seguir em frente com uma substituta, mas a coisa não vingou. Apesar disto, a banda inspirou outras meninas e escreveu uma página importante do nosso rock. Ao primeiro grupo roquenrou formado por mulheres de Macapá, nossas saudosas palmas.

Em 2012, no extinto bar Biroska, rolou a festa “Noventinha”, com shows das bandas Little Big (eles não tocaram, mas isso é outra história), Drop’s Heroína e Os Franzinos – todas da mesma época. Infelizmente não fui, pois estava no município de Laranjal do Jari, a trabalho. Uma pena.

Enfim, essa foi uma história vivida por muitos que viveram o rock amapaense há mais de duas décadas. Aqueles anos ficaram guardados na memória e no coração de todos.

É, vez ou outra “mascamos o chiclete Ploc da nostalgia”, como diz Xico Sá.

Falando em citações, existe uma que define a amizade que os integrantes das Little e Drop’s têm até hoje: “Bandas são mais que ajuntamentos de músicos, são reuniões de alma” – Jimmy Page.

Hoje é o Dia Nacional do Homem (parabéns aos que são bons)

Hoje é o Dia Nacional do Homem. Data curiosa, pois para mim, todo dia é dia do homem, da mulher, da criança, do amigo, das mães, das avós, etc. Mas já que existe e neste site temos uma sessão chamada “Datas Curiosas” e algumas são justas homenagens a profissionais de determinada área ou de utilidade pública, vamos lá.

A data foi criada com o objetivo maior de reforçar os cuidados com a saúde dos homens (inclusive fazer exame de próstata). O Brasil é o país onde mais se comemora esse dia, porém, ele não tem uma repercussão tão grande e nem é tão comentado quanto o Dia das Mulheres (nem deveria, pois sabemos que para mulheres TUDO é mais difícil).

Bom, sobre o objetivo da data, nunca fui de me cuidar muito. Sobre os homens, conheci muitos de grande valor nessas quase quatro décadas e meia de vida. E alguns que não valem a pena nem lembrar.

Aliás, na minha família, tenho bons exemplos de como ser um bom ser humano. Meu irmão Emerson costuma dizer que nosso pai, que hoje em dia vive em nossos corações e memórias, nos ensinou a ser caras bacanas. É verdade!

Porém, uma mulher me ensinou – mais que qualquer cara – a ser um homem de verdade, a minha mãe. Sou grato aos meus pais pelo que sou. Graças a eles, não sou desonesto, traidor, caguete, vadio, entre outras tantas vertentes de pilantras.

Mesmo não sendo – com o perdão do gerúndio – politicamente correto, faço o que é preciso para tal, dentro das normas, leis e valores que absorvi durante minha educação.

Sou um homem do bem. Ou pelo menos tento, com todas as forças. É verdade que não me dou muito bem com os canalhas, mas acredito ser uma boa pessoa.

Enfim, levo a vida dentro do meu conceito de justiça e coerência, sempre agindo de forma correta. Aliás, conheço muitos homens (assim como mulheres, mas hoje é Dia do Homem…) que não são exatamente “normais”, mas são caras porretas.

Os caras da família Tavares. Meus parentes e amigos. Todos homens bons.

Feliz Dia do Homem aos caras que valorizam a família e os amigos. Que trabalham e batalham sem lesar ninguém, que respeitam seus iguais, sejam figurões ou pessoas menos favorecidas. E aos que não fogem à luta e que são homens de verdade.

Elton Tavares

Meus amigos de Liverpool – Crônica (memória fictícia) de Ronaldo Rodrigues

Crônica (memória fictícia) de Ronaldo Rodrigues

Tudo começou em 1963, quando conheci o John. Ele era meio maluco, falava muito e estava sempre a fim de fazer alguma coisa: montar uma banda de rock, formar um grupo de apoio social ou reunir uma galera boa para invadir um pub e roubar toda a cerveja. Pois foi uma banda que nós resolvemos montar.

Ele apareceu uma vez com um cara que tocava muito, o Paul. Depois, o Paul trouxe outro cara que tocava demais, o George. Tínhamos então eu no vocal, John na guitarra base, George na guitarra solo e Paul no baixo. O Pete, que era nosso baterista, não ficou muito tempo e logo apareceu um tal de Ringo, que já desfrutava de um certo sucesso.

Fizemos umas pequenas turnês, já angariávamos algum prestígio e muita gente curtia nossas músicas. A maioria era de minha autoria, mas o John e o Paul brigavam tanto por serem as estrelas principais que abri mão da minha participação e deixei os dois assinando as músicas, mesmo que várias delas fossem minhas.

Gravar um disco ainda era um sonho muito distante, mas entrou em cena outro cara, o Brian, que surgiu atraído pelo sucesso que fazíamos no pequeno circuito em que transitávamos. Ele já tinha todos os macetes e sabia, como se diz hoje, o caminho das pedras. Antes que o Brian tomasse conta do grupo, eu resolvi sair. Era muita correria: compor, ensaiar, gravar, cumprir a exaustiva agenda de shows… Ufa! E, também, a minha timidez não combinava com o estrelato. A vida pacata que levei desde então foi o suficiente para mim.

Voltei para minha pequena cidade e segui minha carreira de ilustre desconhecido, bem mais quieta do que a vida de celebridade. Aquela banda se tornou mesmo um sucesso mundial e eu passei a colecionar recortes de jornais com shows e entrevistas daqueles amigos que eu havia deixado em Liverpool e que logo depois se mudaram para Londres. Jamais revelei a alguém minha ligação com a banda.

Depois que os rapazes conquistaram o mundo, a banda se dissolveu. Os fãs diziam que o fim foi cedo, que ainda havia muita música boa para vir à tona. A maioria dos fãs culpava a nova esposa do John pelo fim. Outros diziam que o Paul queria a liderança a qualquer custo e isso desgastou a relação. A minha opinião, que não foi pedida por ninguém, é que as coisas boas, para terem existência completa, precisam mesmo acabar. Começo, meio e fim: esta é a fórmula.

Meus amigos de Liverpool continuaram fazendo sucesso em suas carreiras solo, o tempo passou e o período em que fiz parte daquela banda ia ficando nos desvãos mais recônditos da memória. Até que, certa manhã, ao abrir o jornal, fui despertado do meu resto de sono pelo barulho ensurdecedor de vários tiros e a manchete que jamais esperei ler algum dia, a notícia crua, a frieza do assassino. As lembranças voltaram dolorosamente: os óculos redondos, o humor sardônico, as passeatas pela paz mundial. E aquela data ficou para sempre sangrando em mim: 8 de dezembro de 1980. Mas quem vai acreditar nisso?

NO AVIÃO PARA BELÉM – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Estou a bordo do avião, indo para Belém. Nessa ocasião, sempre trago papel e caneta para anotar as impressões de viagem. Pois cá estão:

– O nome do comandante: Alexandre Braille. Claro que minha imaginação não perderia a chance de ver um piloto cego, tateando os controles.

– Sinto um sacolejar leve no avião. Turbulência, normal. Mas vejo que o avião ainda não decolou. Aí é preocupante.

– Zona de turbulência: uma aeromoça linda acaba de invadir meu espaço aéreo.

– As aeromoças, que hoje são chamadas de comissárias de bordo (perdeu a poesia), passam para lá e para cá, esbanjando aquela sensualidade indiferente à libido dos passageiros. Minha fantasia: me trancar no banheiro com uma dessas aeromoças e cair nas nuvens.

– Viajar de avião me faz descobrir superstições que ficam por muitos anos guardadas e só aparecem neste momento. Exemplo: descruzar as pernas quando o avião está decolando. Nesses momentos é preciso contar com todas as forças.

– Belém fica a pouco tempo de Macapá. Viagem curta. Não dá tempo nem de sentir medo.

– E lá vêm as instruções de como proceder em caso de acidente. Que acidente? Eu nem estava pensando em acidente! Socoooooooorro!

– Hora do lanche: peço Coca-Cola, mas, bem enfaticamente, peço que não se coloque gelo. A Coca-Cola sem gelo diminui o poder devastador do meu arroto. Meu arroto, em sua potência máxima, seria prejudicial à pressurização do avião.

– Viajar de avião, um objeto mais pesado que o ar. Vejo as caras dos passageiros simulando tranquilidade e penso na banalidade do absurdo, a simplicidade de correr o risco. Sei lá.

Consegui pousar em paz. A distância de Macapá a Belém parece diminuir cada vez mais. Estou em Santa Maria das Mangueiras. Marambaia me espera. Cuité, Buscapé, Mauro Vaz, Universidade, Praça da República, Theatro da Paz, estou aqui. Vamos à farra. Em breve, mando outro relato. Boas férias pra mim.

Sobre insônia e cartas de amor

Há quatro anos e pouco, uma amiga disse: “Elton, vou te enviar uma carta”. Eu: “Correio eletrônico?”. Ela: “Não, cara. Uma carta mesmo, escrita em papel, dentro de um envelope e com um selo”.

Pensei: “Égua, pode crê”. Lembrei do tempo que trocava correspondências. Recebi muitas nos anos 90. Esse papo me lembrou histórias e memórias afetivas legais. Pura nostalgia.

Passou uma porrada de lembrança em câmera lenta nesta minha cachola insone.

O mundo mudou tanto e, com ele, a praticidade dos e-mails, redes sociais etc. A comunicação está supersônica nestes dias, mas deu uma saudade daquela sensação de esperar pelo carteiro, abrir e ler os textos açucarados e exagerados daquela época.

Era firmeza receber e enviar cartas. Sou mesmo das antigas – que onda.

Sem nenhuma pretensão ou gabolice, digo-vos: recebi muitas cartas nessa vida. A maioria nem era de amor mesmo. Guardei uma grande quantidade. É, tenho uma caixa grande repleta dessas coisas, pois aproveitei ao máximo o poder e a beleza dos 20 e poucos anos.

Paralelo a essa curtição toda, fiz alguns julgamentos errados; por isso, joguei algumas delas fora – tem coisas que é melhor não guardar em nenhuma caixa, muito menos na memória.

Mas na caixa tem de tudo, desde rabiscos em lencinho de papel de lanchonete, escritos coloridos até cartões tipo de crédito – daquele casalzinho que tinha o slogan “Amar é…” – e uma penca de fotos. Às vezes, o conteúdo era pura pieguice; noutras havia originalidade nas histórias.

Já redigi material suficiente para publicar pelo menos uns três livros, muitos destes textos sobre temas que hoje em dia não fazem nenhum sentido, mas escrevi poucas cartas. E isso é esquisito.

Sobre isso, preciso escrever uma carta com a verdade e endereçar a quem precisa ler sobre o amor. No caso, o meu. Senão, mais que uma lembrança nostálgica da juventude, será uma correspondência não enviada de volta na caixa do meu imaginário. Na verdade, uma chance desperdiçada. É isso.

*Ernest Hemingway disse: “Escreva bêbado, revise sóbrio”. Segui o conselho do mestre neste texto (risos).

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em  2020. A obra, com 61 crônicas, tá linda e está à venda  comigo. Contato: 96-99147-4038.

VIVIDA – Crônica de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Parem de jogar coisas sobre meu túmulo. Parem, parem, parem. Parem de escrever palavras vãs em cima dessa pedra de mármore tão quente do sol do meio do mundo. Parem de chorar, parem de lamúrias sobre o túmulo deste ex-pobre sofredor, chorão até à alma: que chorou por mulheres, chorou por amor, chorou por seus amigos e por causas perdidas, chorou por falta de dinheiro, mas nunca chorou de fome porque não tinha fome ao ver criancinhas raquíticas passarem fome na periferia da cidade quando foi candidato a um cargo público. Só chorou por elas. Por Deus.

Parem. É uma ordem. Parem de chorar sobre meu túmulo porque nele só estará o lugar da alma presa e um velho corpo que se diluirá em gotas destinadas a um poço artesiano no Japão.

Ainda é tempo de parar. Morte, ó morte!

Não me irritem. Este corpo aqui embaixo foi feliz. Apesar de sua cara às vezes brava, às vezes rabugenta, cantou, tocou, gozou, ironizou e riu de ouvir e de contar piadas. Parem de falar em morte e tragam-me uma vitória do meu time no campeonato nacional, debaixo de um sol alegre de domingo e com o sabor de uma cerveja impecavelmente gelada.

*Do livro EquinoCIO – Textuário do meio do mundo, Paka-Tatu, Belém, 2004.

Raízes Aéreas, mas profundas na Cultura do Amapá – Uma crônica sobre a lendária banda amapaense

Ilustração de Ronaldo Rony

No início dos anos 90, no tempo em que os jovens de Macapá despertavam de vez para a música regional, surgiu a banda Raízes Aéreas, grupo formado pelos músicos Naldo Maranhão, Helder do Espírito Santo, Beto Oscar, Alan Yared, Helder Brandão, Black Sabbá, Hemerson Melo e Alexandre, sob a influência luxuosa de Antônio Messias. Na época foi o grupo de maior expressão, que chegou com músicas próprias, talento e atitude – todos os elementos para o sucesso, e ainda a experiência de alguns dos integrantes em outras bandas alternativas de Macapá.

Bar Lennon – Macapá anos 80 – Foto cedida por Edgar Rodrigues

Os jovens músicos resolveram fazer algo diferente e fizeram, quando a vida cultural de Macapá girava em torno de músicos iniciantes, que na maioria das vezes estudava em Belém (PA), e a ferveção era no Bar do Lennon. Com a ideia na cabeça, sem dinheiro, mas muita vontade, e algum incentivo financeiro, gravaram um disco, onde os sons do Amapá se misturavam com os da Jamaica e Caribe. Virou uma seleção sensacional de estilos que agradou de roqueiros a regueiros, e os aproximou de nomes já estabelecidos na música regional, como Osmar Júnior, Amadeu Cavalcante, Val Milhomem, Sabá-Tião, entre outros.

Black Sabbá, Helder Brandão , Hélder Espírito Santo e Naldo Maranhão

Logo a Raízes Aéreas caiu no gosto popular, por conter, principalmente, elementos da musica regional e do rock, que eram os ritmos mais em moda. Sem a internet e os apelos da mídia de hoje, eles alcançaram sucesso e popularidade tocando em bares e praças, e contando com míseros espaços na imprensa. A formação inicial foi substituída algumas vezes, e o revezamento revigorou a banda, que teve nos instrumentos músicos do quilate de Heder de Melo.

Raízes Aéreas, em 2009, com Celso Viáfora, Enrico Di Miceli e outros artistas.

Por motivos particulares, cada um pegou seu caminho e a Raízes Aéreas virou um mito entre a geração da época. Em 2009, eles se reuniram para um show de reencontro que contou com a participação de Celso Viáfora, Enrico Di Miceli, e outros artistas.

O show foi uma festa entre amigos que encantou quem o assistiu. O evento foi memorável, crédito para a produtora Clicia Di Miceli, proprietária da Bacabeira Produções, que realizou o reencontro.

Em 2015, o CD com as músicas que deram a fama para os integrantes do Raízes foi reeditado, mostrando hoje, como há mais de 20 anos, podia ser produzido um disco com muita beleza, poesia e arranjos inovadores. Quem nunca ouviu não pode deixar de curtir o som da lendária banda.

Texto: Mariléia Maciel e Elton Tavares.
Fotos: Mariléia Maciel, nos bastidores do show de 2009.

*Do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de autoria de Elton Tavares, lançado em setembro de 2020

Saquem as canções homônima ao saudoso grupo de geniais doidos varridos da música amapaense : 

 

Só uma dose de felicidade  – Crônica de Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Crônica de Lorena Queiroz

Eu, como uma boa curiosa que adora enfiar o nariz nos caminhos inquietos da filosofia, nunca acreditei na felicidade como um estado permanente ou como algo que tivéssemos como certo ou incerto de se conseguir na vida. Sempre acreditei em pequenas, e se você tiver sorte, periódicas doses de felicidade servidas em um copinho de cachaça, horas sim e outras não. Uma dose de riso. Outro dia, uma dose de amor. Semana que vem uma dose de satisfação e raras vezes, uma dose de justiça. A situação humana atual é tão irônica que dividimos parte de nossa esperança em duas doses de vacina.

Existem dias que você terá um balde de tristeza, um copo americano de preocupação. E são nestes momentos que àquela dose, que parecem até amostras de propaganda de marcas de café oferecidas no supermercado, algo que parece tão irrisório quando medido em ml, mas que pode nutrir por mais algum tempo. E pra falar a verdade, quem pode determinar o que é essa tal dessa felicidade?.

O filósofo francês Pascal Bruckner disse que a felicidade não é algo que provocamos apenas pela força do desejo, pois se assim fosse, todos nós seríamos felizes para sempre. É importante lembrar que a felicidade não é algo padronizado, pois temos desejos, perspectivas e almas diferentes. Outro filósofo francês, Luc Ferry, disse em uma entrevista que: “a felicidade é uma ideia absurda e impossível, pois tudo que nos faz felizes nos torna infelizes também. Inteligência faz alguém feliz? Dinheiro faz? Voltar-se apenas para seu estado , faz?. Ou será que o que existe mesmo são os momentos de alegria e espaços de serenidade, entre uma perturbação e outra, inerentes à vida humana?”

O fato é que é muito difícil reconhecer a felicidade porque não existe em forma permanente, e como seres teimosos que somos, continuamos feito criança que corre atrás da pipa levada pelo vento. Almejamos sempre algo que ainda estar por vir. E quem sou eu para criticar qualquer falta?, não ouso, já que meus pensamentos sempre se processam como a narrativa epifânica de Clarisse Lispector.

Pintura “Alexandre e Diógenes”, de Nicolas-André Monsiau (1818).

Durante um tempo eu havia esquecido Diógenes e Alexandre, o grande. Quando em seu banho de sol, Diógenes, interrompido por Alexandre, lhe ofereceu metade de suas riquezas para que Diógenes o acompanhasse. E Diógenes, respondeu: – ‘’De você não desejo nada, apenas que saia da frente do meu sol pois estás me fazendo sombra”. A gente tem a tendência a procurar coisas em lugares errados, dificilmente valorizamos obviedades.

Uns dias atrás eu tive o vislumbre da dose. Ela pode ser singela, pequena, ou um milhão de outras coisas para as mais diversas pessoas, mas para a pessoa que tomou esta dose, foi necessário. Minha sogra acompanha o trabalho do senador Randolfe Rodrigues e tem um enorme carinho e admiração por ele. Claro, sua atuação na CPI merece todos os nossos aplausos.

Dona Chica

Sendo assim, através do meu melhor amigo, Elton Tavares, o senador tirou um pouco do seu tempo e gravou um vídeo extremamente carinhoso e atencioso para nossa Chiquita. Confesso que me emocionei com a reação dela ao carinho inesperado. Ali eu vi, uma dose de felicidade. A felicidade simples de Mário Quintana. A felicidade como gota de orvalho numa pétala de flor, como disse Agostinho dos Santos e Jobim.  Fui dormir me nutrindo com a dose alheia e, quem sabe, outro dia, a vida e Epicuro lhe tragam outras doses, brindemos.

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site.

Escreva, Elton, escreva – Minha crônica de hoje (ilustrada por Ronaldo Rony)

Ilustração de Ronaldo Rony

Sabem, quando trabalhava no Portal Amazônia (2008), aprendi que internet é velocidade da informação. Durante um curso de webjornalismo, em Manaus (AM), me ensinaram que é necessária a atualização diária de uma página eletrônica e, se possível, mais de uma vez ao dia.

Quando meu antigo blog foi criado, no final de 2009, lembrei-me dos ensinamentos do Portal e comecei a postar cada vez mais conteúdo. São coisas sérias e besteiras. Foi assim que adquiri esse lance de me cobrar escritos.

Neste meu site publico tudo que me dá na telha, a “blogagem” é um vício legal. Tento informar e divulgar Cultura, coisas interessantes, além de besteiras que me agradam, tentando pontuar as coisas de forma diferente, fugindo das mesmices, modinhas e papos furados. Sempre tentando usar cérebro e coração.

Não gosto de discutir o “sexo dos anjos”, mas perco tempo com disparates legais sim, além de disparar minha opinião sobre qualquer coisa, doa a quem doer. O problema são os questionadores, que não entendem que este site é meu. Mas sou responsável pelo que escrevo aqui e não pelo que eles entendem.

Ah, este espaço está sempre aberto para divulgação de Cultura em todas as suas vertentes, é só mandar por e-mail (endereço no layout do site).

Continuarei sempre a publicar no De Rocha o que me der vontade, mas nunca uma mentira. Como dizem no velho latim (meu amigo Edgar Rodrigues me ensinou este ditado): “Verum, dignum et Justus Est!” (É verdadeiramente, digno e Justo!). A não ser que seja algo engraçado e tão absurdo que ninguém acredite. No mais, esse textículo foi só para matar a coceira dentro da minha cabeça, que diz: “escreva, Elton, escreva!”.

Elton Tavares