Poesia de agora: Matéria-Prima – Lara Utzig (@cantigadeninar)

Matéria-Prima

Um químico explicaria
Que o ser humano é composição séria:
Somos feitos, basicamente, de oxigênio e carbono.
Um poeta como Shakespeare já diria
Que o ser humano possui outra matéria:
Somos feitos, essencialmente, de sonhos.

Lara Utzig

Mercado Central: senador Randolfe Rodrigues garante recurso para 2a etapa de revitalização

Foi depositado na conta da Prefeitura de Macapá, na terça-feira (26), o recurso de emenda parlamentar de autoria do senador Randolfe Rodrigues (REDE) para a segunda etapa de revitalização do Mercado Central.

O município recebeu da União o valor de R$ 1.350.000,00 (um milhão trezentos e cinquenta mil) destinado pelo parlamentar para a nova obra, que se dará nas laterais esquerda e direita do mercado.

Serão 60 novos boxes para os empreendedores desenvolverem suas atividades no local.

Randolfe é também o autor da emenda que garantiu a primeira etapa de revitalização do Mercado Central, de R$ 2,5 milhões.

Este ano, o senador já havia destinado novo investimento, de R$ 310 mil para um ciclo de capacitação dos empreendedores, através de parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Amapá (Sebrae-AP).

“O Mercado está sendo modernizado sem perder sua identidade. E o mais importante: está garantindo emprego e renda para nossa gente em um momento que começamos a sair da pandemia com a vacinação. Estamos recuperando esse importante setor da economia e ao mesmo tempo promovendo turismo e lazer em nossa capital”, destacou Randolfe.

Serviço:

Matéria: Júlio Miragaia
Fotos: Lee Amil
Assessoria de comunicação do senador Randolfe Rodrigues

Sarau reúne orquestras, musicais, teatro e dança em frente ao centro Walkíria Lima, em Macapá

Sarau em frente ao Centro Walkíria Lima terá apresentação de orquestra — Foto: Rita Torrinha/G1

Por Victor Vidigal

O Centro Profissional de Música Walkíria Lima, realiza nesta quarta-feira (27), no Centro de Macapá, um sarau com diversas atrações entre musicais, dança, esquetes teatrais e declamações de poemas (veja a programação mais abaixo). O evento é aberto ao público externo, gratuitamente.

O evento é uma comemoração ao Dia do Servidor Público, que é celebrado na quinta-feira (28).

Em um dos momentos também ocorre homenagem aos servidores aposentados, com entrega de certificado. O evento ocorrerá em um palco montado em frente ao prédio da escola, na esquina da Rua Eliezer Levy com a Avenida Iracema Carvão Nunes.

O sarau inicia às 17h e segue até 20h. Entre as principais atrações estão as orquestras Entre Amigos, Violões do Nonato Leal, grupo de dança Kadoshi e grupo vocal Ecore.

No repertório das apresentações vão estar canções de sucesso internacional, nacional e da música amapaense, como “Allelujah”, de Leonard Cohen; “Anunciação”, de Alceu Valença; e “A Flor e o Beija-Flor”, de Zé Miguel.

Centro Profissional de Música Walkíria Lima, no Centro de Macapá — Foto: Rita Torrinha/G1

Programação:

17h – abertura oficial com os cerimonialistas
17h05 – Orquestra Musical Entre Amigos
17h35 – Palavra da secretária de Educação, governador e demais autoridades e em seguida entrega representativa do certificado aos ex-servidores aposentados recentemente
18h05 – Orquestra de Violões Nonato Leal
18h35 – Duo de Flauta e Piano (Prof. Carlos Batistella e Profa. Tânisa Silvana)
18h50 – Solo de Piano – Wendel Conceição (aluno do Curso Técnico)
18h55 – Duo de Dança de Salão – Ritmo da Bachata (Orlando Santana & Maria Santana)
19h – Grupo de Dança Kadoshi
19h15 – Ravel Amanajás & Banda Base Walkíria Lima
19h30 – Grupo Vocal Ecore

Fonte: G1 Amapá.

Poesia de agora: A culpa – Bruno Muniz

A culpa

A culpa é da colombina
que briga com o arlequim;
a culpa é da bailarina
que esconde os passos de mim;
da rosa que fere o cravo,
da chuva que molha o chão;
a culpa é da atiradeira
que fura São Sebastião;
das folhas que vão o outono
perdendo-se ao meu jardim;
das horas que se adiantam
fechando o botequim;
a culpa é da primavera
que ofusca o sol do verão;
daquela cor amarela
que faz do sorrir em vão;
a culpa é da chapeuzinho
que engana o Lobo-Mau;
A culpa é da Cinderela
que esquece o pé de cristal;
da Cuca que assusta o sítio,
da pulga que coça o cão;
a culpa é da purpurina
que cola na nossa mão.
E pra acabar o poema,
antes que eu cause um tufão,
mulheres que aqui me lerem,
saibam logo, de antemão:
não há homem neste mundo,
em qualquer rumo ou estrada,
que consiga existir
longe da mulher amada.

Bruno Muniz

Poesia de agora: Bailarina – Ana Anspach

Bailarina

É de tirar o fôlego
Ver você se movimentar
Como se pisasse
Nas nuvens
Com certeza
Seus movimentos
São orquestrados
Por anjos
Que movem
Os cordéis
Que te ligam
Ao céu
Teu corpo
É a ferramenta
Perfeita
Criada por deuses
Para despertar desejos
E arrebatar corações
Enquanto dança
A lua para de brilhar
Para não ofuscar
Seus olhos
E as estrelas
Tentam sem sucesso
Acompanhar
Suas piruetas
Tu és feita
De sonho
E fantasia
Eternizada
Na imaginação
Dos homens
Que sonham
Em decifrar
Seus gestos
Quando a cortina
Cai.

Ana Anspach

Fenando Canto lança o livro “Fortaleza de São José de Macapá: vertentes discursivas e as cartas dos construtores”.

Na próxima sexta-feira (29), às 18h, no Museu Sacaca, o escritor amapaense Fernando Canto fará o lançamento do seu mais novo livro “Fortaleza de São José de Macapá: vertentes discursivas e as cartas dos construtores”. O livro foi incentivado pelo senador Randolfe Rodrigues por meio da Editora do Senado.

“A publicação desta obra é fundamental para a manutenção da nossa memória, como professor de história acredito cumprir meu dever, contribuindo o contato do povo amapaense com essa obra ”, disse o parlamentar que possibilitou a existência do livro.

No livro, o escritor traz a Fortaleza de São José de Macapá vista na extensão da paisagem urbana, conta que lá foi o palco das explosões emocionais daqueles que a fizeram. “A Fortaleza ficou quase dois séculos intata, sobrevivendo aos rigores das condições climáticas amazônicas até sofrer radicais transformações e reformas na sua estrutura de pedra e no entorno”, afirma no livro. “Imprimir esse livro e poder dividir com o povo macapaense é sem dúvida um marco na nossa história”, explica o escritor.

Com o apoio do senador Randolfe Rodrigues, por meio da editoria do Senado Federal, também já foram impressas as seguintes obras, contidas e lançadas recentemente no box de livros “Amapá: história, imagens e mitos”:

Os Selos Postais da República do Cunani (Wolfgang Baldus)

Amapá à francesa (Pauliany Barreiros Cardoso)

Mitos e Lendas do Amapá (Joseli Dias)

Um Cais que Abriga Histórias de Vida ( Verônica Xavier)

Histórias de Oiapoque (Sonia Zaghetto)

Escritor Fernando Canto – Foto: divulgação

Sobre o autor

Fernando Canto nasceu em Óbidos (PA), mas é amapaense de coração. Já publicou livros de contos, poesia, crônicas, artigos e outros textos acadêmicos, é jornalista, sociólogo da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará. Também é um dos compositores mais atuantes do estado, sendo membro fundador do Grupo Musical Pilão, que há mais de 40 anos divulga a música da Amazônia.

É vencedor de festivais de música e premiado escritor literário. É autor dos livros “O Bálsamo e outros contos insanos”,  “O Marabaixo através da história”, “Os periquitos comem manga na avenida” e “Adoradores do sol – novo textuário do meio do mundo” e “Mama Guga – Contos da Amazônia”.

Assessoria de comunicação do senador Randolfe Rodrigues

Com queda nos números da covid-19, novo decreto permite retomada de atividades presenciais em ambientes fechados

O novo documento entra em vigor na terça-feira e segue até o dia 22 de novembro de 2021.

Diante da queda nos números da covid-19, o Governo do Amapá publica o Decreto nº 3933 com novas medidas de flexibilização, considerando a realidade epidemiológica do estado. O documento permite atividades presenciais em ambientes fechados como boates, casas de show e casas de espetáculos e shows artísticos, desde que frequentadores, funcionários, artistas e outras pessoas envolvidas apresentem comprovante de imunização completa contra a doença, entre outros protocolos sanitários como a presença do público de até 50% da taxa de ocupação do espaço.

O novo documento entra em vigor na terça-feira e segue até o dia 22 de novembro de 2021.

LEIA O NOVO DECRETO AQUI

VEJA OS ANEXOS AQUI

As medidas foram definidas após reunião por videoconferência entre o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (Coesp) e representantes das prefeituras dos 16 municípios. No encontro, o Coesp apresentou o Parecer Epidemiológico, que aponta que o estado segue com a 2ª menor taxa de letalidade por covid-19 do país – 1,6%, abaixo da média nacional, que é de 2,8%. Ao mesmo tempo, a taxa de amapaenses recuperados da doença é de 91,55%.

VEJA O NOVO PARECER EPIDEMIOLÓGICO AQUI

Alterações no decreto

As alterações do novo documento foram amplamente debatidas entre o Coesp e prefeituras, além de que os diversos segmentos da sociedade organizada foram ouvidos pelo Governo do Estado. O Decreto traz as seguintes alterações em relação às medidas anteriores:

  • Ficam permitidas, a contar de 26 de outubro de 2021, até a data de 22 de novembro de 2021, em todo o território Amapá, as atividades presenciais e eventos nos estabelecimentos boates, casas de show, casas de espetáculos e shows artísticos, devendo seguir as regras e normativas editadas no novo decreto;
  • Será permitida a entrada de funcionários, frequentadores, artistas e outras pessoas envolvidas, mediante apresentação do comprovante de vacinação da COVID-19, com imunização completa;
  • É obrigatório o cumprimento dos protocolos sanitários e de distanciamento social, com presença de público até o limite de 50% da taxa de ocupação do espaço, com adoção de medidas para evitar a aglomeração de pessoas no entorno do evento;
  • As mesas deverão estar a 1 metro de distância uma da outra, com limite de 6 cadeiras, não permitindo a junção de mesas;
  • É de responsabilidade da entidade promotora do evento, registrar e controlar o acesso dos participantes, portando, por 30 dias, a lista de pessoas presentes no evento, bem como, a exigência do comprovante completo de vacinação da covid-19, para acesso ao evento;
  • As igrejas e templos religiosos ficam autorizados a funcionar 24 horas, devendo seguir o protocolo sanitário padrão, incluindo o distanciamento social de 1m entre as pessoas;
  • Está autorizado o funcionamento dos cartórios extrajudiciais em dias e horários definidos pela corregedoria do Tribunal de Justiça do Amapá, na modalidade de atendimento presencial com agendamento, com número reduzido de profissionais, seguindo os protocolos sanitários e de distanciamento social;
  • Fica autorizada a realização de competições de esportes coletivos em estádios de futebol, ginásios, quadras poliesportivas, com a presença do público até o limite de 50% da taxa de ocupação do espaço, com rigoroso cumprimento dos protocolos sanitários e de distanciamento social, e da adoção de medidas para evitar a aglomeração de pessoas no entorno do evento;
  • Fica autorizada a realização de eventos sociais, corporativos, técnicos e científicos, realizados em ambiente aberto, fechado ou misto, das 7h às 2h, com 80% da capacidade do espaço e com mesas em espaçamento de 1m, com no máximo 6 cadeiras;
  • Fica autorizada a retomada responsável, gradual e escalonado do funcionamento dos bares mediante cumprimento das condicionantes do protocolo de segurança e higienização;
  • Fica autorizada durante os eventos sociais, corporativos e no interior dos restaurantes, apresentações ao vivo de artistas e bandas, bem como, a veiculação de música ambiente, sendo permitida a utilização de pistas de dança no interior do espaço de realização do evento;
  • Fica autorizada a realização de atividades de ecoturismo e de visitas monitoradas em equipamentos turísticos, patrimônio histórico e áreas naturais, conduzidos por guias de turismo registrados no Cadastur;
  • Todos os agentes públicos da administração pública direta, indireta e fundacional do Poder Executivo, deverão retornar aos seus postos de trabalho, para cumprimento de jornada com duração de 6 horas diárias de trabalho;
  • Autorizada a retomada responsável, gradual e escalonado das aulas presenciais e demais atividades educacionais na rede pública e privada de ensino com fiel cumprimento do protocolo padrão de segurança sanitária para os estabelecimentos de ensino, cabendo à Secretaria de Estado da Educação, aos gestores titulares dos órgãos municipais da educação e aos gestores titulares das instituições particulares de ensino, definir a metodologia e a forma da retomada das aulas presenciais nas suas unidades de ensino;
  • Fica autorizada a retomada das atividades presenciais nos polos do Programa Amapá Jovem, para acolhimento e realização das ações com beneficiários do Programa;
  • Fica autorizado o retorno das atividades do estágio curricular obrigatório nos órgãos da administração direta e indireta do Governo do Amapá.

Texto: Henrique Borges
Foto: Maksuel Martins
Assessoria de comunicação do Governo do Amapá

Unifap realiza palestra com o tema “Entre Independência e Diversidade: a literatura amapaense nos jornais do início do século XX”

O Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Amapá (PPGLET/UNIFAP) realiza o II Ciclo de Palestras do PPGLET, com o tema “Entre Independência e Diversidade: a literatura amapaense nos jornais do início do século XX”, objetivando criar um espaço de discussão e divulgação da pesquisa na área de Linguística e Literatura. As atividades serão mensais, com início em setembro e término em dezembro de 2021.

O PPGLET visa formar profissionais capazes de identificar, promover e investigar a diversidade social, cultural e literária da língua amazônica, com base em um sólido método teórico, gerando conhecimentos relevantes em linguística e literatura.

O evento contará com a participação da Prof. Dr. Valdiney Valente Lobato de Castro (PPGLET) e da Profa. Dra. Natali Fabiana da Costa e Silva (PPGLET/UNIFAP), como mediadora da discussão. O encontro acontecerá virtualmente no dia 28 de outubro, às 19h.

As inscrições podem ser feitas através do link: http://www.even3.com.br/ppglet2021/

Participe!

Colaboração de texto: Daniele Queiroz (Estagiária do Escritório Modelo/ Rádio e TV UNIFAP, 2021)

Poesia de agora: Microscópica – Lara Utzig (@cantigadeninar)

Microscópica

Enxuga a mão no guardanapo da cozinha antes de encostar em mim.
Eu sou o resto de comida molhada na pia:
restos de alface e arroz em meu camarim
prestes a ser inundado de água fria.
Cubra todas as frutas e o queijo.
Eu sou a mosca que se deleita inclusive com os restos da pia.
Esvoaçante e zumbindo pouso com um delicado beijo
plantando larvas de zombaria.
Eu sou as bactérias da geladeira:
um botulismo, um h pylori…
Não tenho cura, mesmo que se queira,
nem com overdose de antibióticos hardcore.
Eu sou esse farelo de bolacha do jantar
que denuncia a falta de faxina no porcelanato
e talvez esse papel de manchar
seja minha única serventia de fato.

Lara Utzig

Conselho Universitário da Unifap concede título de Doutor Honoris Causa ao Mestre Sacaca, o Dotô da Floresta

Sacaca – Foto: Divulgação

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Amapá (Unifap) aprovou, por unanimidade, a concessão do título de Doutor Honoris Causa, post mortem (após a morte), a Raimundo Souza, o Sacaca.

Doutor Honoris Causa é um título concedido por universidades a pessoas que tenham graduação ou não por se destacarem em alguma área de conhecimento. Em Novembro de 2018, ele foi condecorado pela Divine Academie Française des Arts Lettre et Culture por seus serviços prestados à comunidade científica nacional e internacional.

Estátua de Sacaca no Museu homônimo a ele – Foto: Divulgação

Com seu conhecimento profundo e extenso sobre as plantas medicinais amazônicas e aplicação magistral da fitoterapia nativa, Mestre Sacaca recebe o devido reconhecimento, e seu legado se faz presente em toda comunidade científica e coração amapaense . A cerimônia de outorga que oficializará o título ainda não tem data marcada, mas o processo já está em fase de conclusão.

Doutor da medicina tradicional da Amazônia

Nascido em 21 de agosto de 1926, em Macapá, o futuro Doutor Honoris Causa Mestre Sacaca, homenageado com Lúcio Flávio Pinto, ficou internacionalmente conhecido por usar conhecimentos tradicionais sobre plantas medicinais para tratar males e curar doenças. Em novembro de 2018, foi condecorado pela Divine Academie Française des Arts Lettres et Culture com o título Póstumo e Honorífico, uma das mais altas insígnias da instituição pelos relevantes serviços prestados à Humanidade

Mestre Sacaca — Foto do Blog Porta Retrato do Amapá

Mestre Sacaca também era envolvido com o cenário cultural do Amapá. Ele foi o primeiro rei Momo de Macapá. Além disso, inspirou várias pessoas no estado como cantores e escritores. Para a nossa felicidade, em 2017, o Boi Garantido de Parintins fez uma homenagem a ele como o ‘Caboco Sacaca’, e venceu o Festival de Parintins naquele ano.

A notoriedade do curador também motivou a criação do Museu Mestre Sacaca, na capital do estado amapaense, que abriga mostras sobre o modo de vida de comunidades tradicionais da Amazônia no Amapá e pesquisas sobre a produção de medicamentos fitoterápicos. O conhecimento do Mestre Sacaca veio da convivência com ribeirinhos, de pessoas que vivem na floresta e que vivem do que a floresta dá, como os peixes, os saberes tradicionais e o modo de vida tradicional. São pessoas que usam os rios como um organismo vivo. A mata ao redor do rio é a fonte de soluções.

Estátua do Mestre Sacaca em Macapá (Foto: Governo do Amapá)

Mestre Sacaca popularizou os conhecimentos sobre a medicina da floresta amazônica na década de 1990 como radialista da Rádio Difusora de Macapá no programa “A Hora do Campo”. Ele também publicou três livros sobre o assunto. Ele foi casado com a primeira miss Amapá, Madalena Souza, com quem teve 14 filhos, e morreu em 1999.

O título de Doutor Honoris Causa é concedido por universidades a personalidades que tenham se distinguido pelo saber e pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.

Fontes: Repiquete no Meio do Mundo

& Amazônia Real

Bar do Redondo – Conto porreta de Luiz Jorge Ferreira

Conto de Luiz Jorge Ferreira

De onde estou posso vê-lo. Cercado de uma meia dúzia de pessoas, as quais eu não reconheço. Esta trajando laranja, cor que me lembra Yellow Submarine. Fala muito gesticula como se apanhasse uma mosca branca no ar. Os outros mais velhos o escutam com atenção.

Olho ao redor e encontro a mesa mais próxima. Puxo a cadeira e sento. Alguém pede um violão. Talvez ele cante Irene. Adoro Irene, penso enquanto aceno ao garçom. Que não encontra o violão. Plagiando a Irene que conheci em Belém do Pará. Das palavras dos gestos e dos planos loucos de democracia plena. No meio da vigilância noturna da polícia política, em meio a Festa de Arraial na Igreja de São Raimundo. Pichando muros.

O bar está quase deserto. Afora as pessoas que estão com ele temos um casal sentado perto do palco, um tablado mais alto que o assoalho uns quinze centímetros. Atores. Ela vestida de abelha e ele de rei. Provavelmente o Rei da Escócia. Provavelmente vindos de uma peça.

O pano que cobre a mesa de Caetano tem a figura do Zodíaco. Talvez ele role os dados.

Estalo os dedos para o garçom, um velho conhecido dali mesmo, eu um solicitador frequente de seus serviços.

Igreja Matriz de São Raimundo Nonato, padroeiro do Bairro da Aldeia e a Praça do Centenário. Fotografia do acervo de Edenmar da Costa Machado.

Chico! Sai um Gim! Chico parece não me escutar. O bar está às moscas. Mas o ar parece pesado. E ainda são duas e meia da manhã. As cerejas que carrego amassadas no bolso da japona espreitam no fundo do copo. O palito espetado, balança como fosse pêndulo, sem Norte.

Arranco a cutícula do dedo mínimo da mão direita. Não ergo a voz receio gritar desafinado e chamar a atenção deles. Batuco os dedos na mesa como um ritmo Caribenho. Eles me olham e sem dar importância voltam aos seus assuntos. Bebem vinho do Porto.

Abro meu livro de Saint Exupéry e finjo ler. Caetano está de safári e sandálias. Amarra os cabelos com um cordão de rastafári. Finjo ler por que logo levanto para ir ao banheiro. E passo bem perto deles. Discutem Joyce. O monólogo. Um dia apenas de setecentas páginas.

Volto, eles já se foram. Vinte anos depois, em 1988, no dia 8 de Agosto. Volto aqui. Só. Com medo da noite. Não da polícia política. Dos assaltadores. O bar cedeu duas metades esquerdas, uma para a cafeteira americana que serve café com hortelã e mostarda e a outra parte para que guardem carrinhos de amendoim e de vendedores ambulantes quer entopem o centro da cidade, com suas guloseimas inúteis.

Sento à mesa descascada que parece eternizar-se ali. Chamaria o Chico, garçom para que me trouxesse um Gim. Mas Chico morreu. Tento estalar os dedos para chamar o que se esforça para entre as mesas muito próximas rápido para chegar aos clientes, mas nada. Os dedos já não emitem som quando os estalo. Tento batucar com eles um som Caribenho, eles se contorcem sem êxito. Sai um som desafinado e sem definição.

O garçom chega e peço um guaraná diet. Puxo o cachecol. Sobra um medo, filho da revolução, e da sua polícia política. Um tremular de mãos agiganta-se. Herança ganha do exílio e das torturas físicas e psicológicas. Tudo tem um leve sabor amargo, distante. Parece que só me contaram. Tudo agora é historia com h minúsculo.

Bebo todo o copo de guaraná com duas pílulas coloridas. Esqueço o ritmo dos dedos. Parece que passo pela mesa. E ainda Joyce e agora outros que nas palavras que abortaram, perpetuaram-se, inclusive ele.

Vou ao banheiro devagar, entro retiro o tampão da sonda e solto a urina politicamente correta. Olho para a sonda alaranjada. Olho no espelho enquanto lavo as mãos. Há um senhor de idade refletido no espelho. Talvez seja ele que se lembre de Irene e não eu.

Vinha aqui para curtir a solidão desde a época do cursinho. Hoje parece que ela nunca deixou de ser minha. Vinte anos depois imagino que este lugar ainda esta lotado. Mas não está. Volto, eles já se foram. Todos se foram. Inclusive Irene de Belém do Pará, a que fingia me namorar encostando-se à parede enquanto pichava. Abaixo a Ditadura.

Eu saio como entrei. Calado. Nem a garoa, me acompanha. Na banca. Há uma manchete no jornal que diz que Fidel Castro foi operado. Está solitário, doente, e muito mal.

Até ele?

*Do livro de Contos “Antena de Arame” – 2° Edição 2017 – Rumo Editorial. São Paulo. Brasil.

Amapá recebe edição 2021 do festival Bar em Bar

Já tradicional em várias regiões do Brasil, o festival Bar em Bar acontece pelo quarto ano no Amapá, com estabelecimentos de Macapá e Santana. O evento reunirá até 25 bares selecionados, entre os dias 11 e 21 de novembro, com menu especial e exclusivo, de porções degustação e bebidas elaborados pelos chefs especialmente para o circuito gastronômico.

A gastronomia é a arte de extrair dos alimentos e bebidas o que eles têm de melhor, e a comida de bar ou boteco não foge desse requinte. São frituras, carnes, frios, hambúrgueres, defumados e petiscos deliciosos em porções com receitas exclusivas criadas especialmente para quem adora harmonizar os sabores diversos com uma boa bebida. Então surge o bar (boteco, pub, clube ou restaurante) como esse local de sabores, encontros de amigos, casais, famílias com uma boa conversa e entretenimento.


Nesta quarta edição, o festival trás o tema “saúde: um brinde à vida”, em alusão a superação dos problemas decorridos da pandemia. Durante os dias de festival, todos os clientes dos bares participantes poderão ‘concorrer’ ao prêmio “papudinho 2021”. O que primeiro completar o circuito com fotos degustando os 25 petiscos.

Além disso, os estabelecimentos participantes receberão a visita dos críticos gastronômicos oficiais dos concursos gastronômicos no estado. Ao final, as avaliações serão computadas e destacados os vencedores.

Os empreendimentos interessados podem acessar o link e realizar sua inscrição de 20 a 27 de outubro. Passarão ainda por capacitações e consultorias com o objetivo de elevar a qualidade na prestação dos serviços.

O Bar em Bar tem a proposta de oferecer ao público diversas opções para degustação da gastronomia boêmia com valores acessíveis e oferecer atrações para todos os gostos, com bares que possuem desde uma pegada mais gourmetizada, até os temáticos, como country, mexicano, oriental, vegano, afro e regionais.

Participem!

Coordenação
[email protected]
(96) 98135-7900
Inscrições: https://forms.gle/wCRXfhbWQYL3dVuv8

Pedra Branca garante classificação e avança para as quartas de final do Intermunicipal

A Liga Desportiva de Pedra Branca do Amapari se classificou no jogo de volta contra o Serra do Navio após vitória neste sábado, 23/10, pela sétima rodada do Campeonato Intermunicipal de Futebol. A partida foi realizada no estádio Manganês Esporte Clube.

Apesar do jogo equilibrado no primeiro tempo, a seleção de Pedra Branca fez valer o fator da vantagem para sair com a vitória por 2 a 1 na segunda etapa do jogo. O destaque da partida foi a torcida que compareceu em peso no estádio e fez um espetáculo à parte.

“Acho que o maior reconhecimento de tudo isso – de que a equipe esteve muito bem – foi que o estádio todo aplaudiu a Seleção de Pedra Branca na saída do jogo. Conseguimos nosso objetivo de garantir a classificação. Temos grandes adversários pela frente, mas acho que hoje é dia de a gente comemorar, o município de Pedra Branca comemorar, nosso grupo comemorar, porque nossa seleção segue no Campeonato Intermunicipal,” declarou Jair Brito, técnico da Seleção de Pedra Branca do Amapari.

As quartas de finais estão previstas para começar no dia 2 de novembro. A 29ª partida, definida como a grande final, acontece dia 4 de dezembro, no Estádio Zerão. As datas para as partidas das quartas de final ainda serão divulgadas pela Federação Amapaense de Futebol (FAF).

Assessoria de comunicação da Prefeitura de Pedra Branca do Amapari

Poesia de agora: Afinal – Lara Utzig (@cantigadeninar)

Afinal

eu vou te amar pra sempre
podes contar comigo sempre
sempre estarei ao teu lado
quero ficar contigo pra sempre
a ternura do eterno:
tensão contratual
[contraste moderno]
quanto tempo dura o pra sempre?
pra sempre é muito tempo.
o tempo do pra sempre
talvez não seja o tempo dos homens.
então por que cargas d’água
sempre juramos pra sempre?
quiçá estejamos sempre
equivocados:
o pra sempre dura
enquanto se sente.

Lara Utzig