Do Amapá para o mundo: Filme amapaense ‘Utopia’ é finalista em festival de Nova York

Por Lana Caroline

A produção ‘Utopia’ de Rayane Penha, está entre os finalistas do New York International Women Festival, um festival competitivo sazonal dedicado ao estilo cinematográfico e ao olhar feminino no cinema.

O documentário conta a história do garimpo do Vila Nova, localizado no município de Porto Grande, e sobre a perda do pai de Rayane na localidade.

“Ele fala sobre a história do meu pai que era garimpeiro e que perdeu a vida em um acidente no garimpo em 2017. Inicialmente era um projeto de ficção porque eu queria que ele [pai] trabalhasse junto. Eu fiz o filme para contar as histórias que meu pai contava sobre o garimpo. Cresci no Vila Nova, mas não conhecia outros lugares que ele tinha passado, como Lourenço e outros. Então resolvi ir atras das histórias”, falou Rayane.

A obra foi executada com recursos do 1º Edital de Produção Audiovisual – FSA do Estado do Amapá 2017/2018, produzido pela Catraia Filmes e dirigido por Rayane Penha.

“O filme ainda não está disponível para assistir no Youtube, pois está nesse processo de comercialização, em festivais. Ele está disponível nas plataformas dos festivais que eu sempre divulgando no meu Instagram @_raypenha”, encerrou a diretora.

Ficha Técnica:

Documentário Utopia
Argumento, Direção e Produção Executiva: Rayane Penha
Direção de Fotografia: Régis Robles
1º Assistente de Fotografia: Cézar Moraes
Produção de Campo: Silvana Eduvirgens
Som Direto: Klebson Reis
Montagem: Rodrigo Aquiles Santos E Mc Super Shock
Chefe De Maquinário E Elétrica: Marivaldo Rocha
2º Assistente De Fotografia E Assistente De Maquinário: Victor Vidigal
Direção De Arte (Performances) e Makin Off: Luiza Nobre
Trilha Original: Aron Miranda
Mixagem e Masterização: Saturação
Imagens de Arquivo (Raimundo Penha): Cassandra Oliveira e Tami Martins
Colorização E Finalização: Saturação
Identidade Visual: Rogério Araújo (Casa Da Floresta)
Interpretação das Cartas Voz Off: Jones Barsou
Motorista: Cezar Torres

Fonte: Diário do Amapá.

Coisas que aprendi com Russo – Por Marcelo Guido

Foto: perfil oficial de Renato Russo no Instagram

Por Marcelo Guido

Lá se vão 25 anos da partida do cara que semeou o rock, embalou romances e construiu o caráter de muitos, inclusive deste que escreve.

Com russo aprendi que que realmente não temos  mais o tempo que passou, que somos  soldados pedindo esmolas e que somos as sobras da geração coca cola.

Aprendi que o gosto amargo fica realmente na boca, que o céu que já foi azul ficou cinza, e que no  espelho vemos um mundo doente.

Descobri que a tristeza se parece com a cocaína,  que ao fugir de casa queremos colo, perguntei que país é esse e acreditei que o Brasil é o país do futuro.

Perdi mais de 29 amizades , por conta de pedras nas mãos , me senti só,  e convivi bem com isso, pois dizem que a solidão me cai bem.

Foto: perfil oficial de Renato Russo no Instagram

Vi que nas escolas não tem personagens, que o fim do mundo já passou e que realmente o sistema é mau, mas a turma é legal. Realmente viver é foda.

Cansei de ouvir Freud e  Marx em mesa de bar e muitas vezes soube que alimento pra cabeça nunca vai matar fome de ninguém.

Tive filhos e repassei ” On The Road” pra eles, e muitas vezes eu não pertenço a ninguém.

Vi que o amor é bom, não quer o mal, não sente inveja. Que nas tardes queremos descansar , sem ligar pra quem guarda os portões da fábrica.

Não confundo mais a ética com éter,  e quando ele se foi eu só tinha dezesseis, mas o que de tão estranho se tem se bons morrem jovens.

Foto: perfil oficial de Renato Russo no Instagram

E mesmo dizendo que ainda é cedo, mesmo ficando com a saudade e pedindo explicações para o inventor do amor , nós vamos celebrar a estupidez de quem escreveu essas linhas.

Mesmo só aparecendo quando convém aparecer, nós sabemos quem é o inimigo, quem é você.

Salve Renato Russo!

*Marcelo Guido é jornalista, pai da Lanna Guido e do Bento Guido e maridão da Bia.

Bioparque da Amazônia prepara programação divertida e inclusiva para o Dia das Crianças

Foto: Adevaldo Cunha

Ser criança é uma aventura cercada de risadas e bons momentos. Não é à toa que a infância é considerada a melhor fase da vida. Para celebrar o Dia das Crianças, comemorado nesta terça-feira (12), o Bioparque da Amazônia prepara uma programação especial. O objetivo é atrair as famílias para um momento de lazer.

O funcionamento do parque será das 9h às 17h e todos os visitantes pagarão meia-entrada no valor de R$ 5,00. A bilheteria do espaço funciona até as 16h20.

Diversão no parque

A aventura começa cedo, com a contemplação da fauna e flora amazônica. Às 10h da manhã iniciam as visitas guiadas com os guardas-parques, atividade que busca apresentar noções de educação ambiental, uma das vertentes trabalhadas na unidade.

Os roteiros agregam trechos das trilhas terrestres Guarda Parque, Ressaca, Sacaca, trilha da Onça e do Pau-brasil. Durante o passeio é possível conhecer o Bosque do Quati e também os logradouros dos animais que habitam o Bioparque.

As crianças poderão se divertir na Casa da Árvore, construída a três metros do chão, além do espaço para piqueniques e o Ecótono, que consiste no encontro entre ecossistemas formado por floresta de terra firme, cerrado e campos inundados.

Sem esquecer do Jardim Sensorial, que é um espaço acessível para pessoas com dificuldade de locomoção. Além das pranchas de comunicação aumentativa e alternativa, que são um instrumento de inclusão recentemente instalado nas proximidades do espaço de recreação e na via principal do parque.

Foto: Adevaldo Cunha

Demais atividades

A criançada ainda poderá se divertir com muitas brincadeiras e pintura facial, a partir das 11h da manhã. Para os amantes da dança, às 16h ocorrerá a Zumba Kids.

A Secretaria Municipal de Participação e Mobilização Popular também realizará uma atividade escolar, com o objetivo de despertar nas crianças a consciência para a importância do meio ambiente para a reprodução da vida.

Bioparque

O Bioparque da Amazônia possui uma área de 107 hectares de florestas, no meio do centro urbano de Macapá. O espaço agrega três biomas presentes no Amapá. Os visitantes podem participar de atividades voltadas para educação ambiental, contemplação da natureza e prática de esportes de aventura, como arvorismo, canoagem e tirolesa. O local funciona de quarta a domingo, das 9h às 17h.

Aline Paiva
Assessoria de comunicação da Fundação Bioparque da Amazônia

Poema de agora: UMA MULHER – Pat Andrade

Pat Andrade – Foto: arquivo pessoal da poeta.

UMA MULHER

não sou vítima
e não aceito o carrasco
que me castiga
não sou objeto
e não aperto a mão
que me bolina
não sou escrava
e não nasci pra te servir

não sou perfeita
e não acato os padrões apodrecidos do high society
não sou deusa
e dispenso teus altares

não sou dondoca
não sou boneca
nem tua gostosa
não sou louca
nem doida varrida
como tentas insinuar

quero e mereço respeito

sou uma mulher
e isso deve bastar

Pat Andrade

E hoje em dia, como é que se diz “Eu te amo” ? – Crônica de Elton Tavares (ilustração de Ronaldo Rony)

Sempre que escuto a velha Legião Urbana, entro em um portal do tempo/espaço e a cabeça viaja para um montão de memórias afetivas e pessoas, situações e etc. Música é fogo, nos transporta para antigos lugares e reflexões distintas.

Certa vez, há mais de uma década, em meio às canções (e entre as paixões, como diria Milton), que foram trilha sonora da longínqua adolescência, li um recado da Lorena Queiroz, minha prima “Loloca”, que morava em Brasília (DF) na época e hoje em dia está em Florianópolis (SC). Nele, ela disse: “Aí primo…quando leio estas coisas, até me aperta o coração, também te amo e morro de saudades. Beijo!.” (eu havia deixado na página dela do extinto Orkut duas palavras: te amo).

Vou explicar. Sou um cara cascudo, brabo, encrenqueiro, irônico e genioso, mas também sou amoroso com minha família e amigos. É uma sequência de “eu te amo para cá”, “eu te amo para lá” e assim vai. Isso acontece todos os dias, seja ao acordar e dar um beijo na minha mãe, ao telefone com o meu irmão (que mora em Belém), quando vou à casa da minha avó e digo “eu te amo” a ela e minha tia. Foi assim com várias outras pessoas que amo. Sim, amo uma porrada de gente, graças a Deus!

Não tenho vergonha de dizer “eu te amo”, principalmente quando sinto muita vontade. Sabem por que? Em 1996, meu avô faleceu em um acidente automobilístico. Eu estava em Belém, de férias. Retornei à Macapá e meu saudoso pai estava arrasado. Quando perguntei como ele estava, Zé penha (meu velho) foi categórico:

“Ta foda!”, e um “tá foda” descreve muito bem aquela situação. O que me marcou foi quando ele disse: “Nunca disse ao meu pai que eu o amava e eu nunca mais deixarei de fazer isso”.

Aquilo foi um toque, desde então, não parei de declarar meu amor aos meus. Acredito que precisamos sempre dizer que amamos as pessoas que realmente amamos, seja um parente direto ou alguém que vale muito para você. Muitos lerão isso aqui e vão achar que é frescura ou algo assim, mas parafraseando o velho Renato (duas vezes): “O mundo anda tão complicado. E hoje em dia, como é que se diz: “Eu te amo.”?

Se você é um cara daqueles antigões, que acha isso uma grande besteira, tente bicho, verás como é legal. Afinal, esquisito é não expressar nada, isso sim é bobagem. Então fica a dica, digam “eu te amo” para seus pais, filhos, irmãos, parentes, cônjuges e amigos, se isso for “de rocha”, claro.

Elton Tavares

Festival do Bem reúne artistas por causa social em Macapá

HOJE,  11 de outubro, das 17h até 01h, a 1ª edição do Festival do Bem apresentará show dos artistas Karla Karvalho, Grupo Tudo Nosso, Thiago Dantas, DJ Ivan Serrão, Silmara Lobato e Taronga para arrecadar cestas básicas para famílias com necessidades financeiras. O evento acontecerá no restaurante Cunha’s Grill.

O Festival do Bem é uma iniciativa da jornalista Alyne Kaiser com três amigos ( que querem manter anonimato) que se juntaram para realizar o evento. Segundo kaiser muitas pessoas a procuram pedindo ajuda, e por muitos anos ela participou de vários eventos onde ajuda com cestas básicas, realizando eventos e festas para pessoas carentes.

“Tive a ideia devido muitas pessoas que me procuraram pedindo ajuda, dinheiro e mantimentos, eu então pensei em fazer algo, e conversando com amigos, resolvi fazer o evento, todos que estão participando de alguma forma estão colaborando. Esse período em que estamos passando precisamos mais do que nunca uns dos outros, precisamos ajudar as pessoas, acho que a grande lição desta pandemia é essa, dar valor a vida e as pessoas”, ressalta a jornalista.

O evento está recebendo apoio das empresas Thox Brasil e Bmídia Digital e Gráfica.

Serviço:

O primeiro promocional está por R$20 +1k de alimento não perecível. Pode ser adquirido nos posto de venda: Sorveteria Santa Clara, na rua Leopoldo Machado. Informações: (96) 98114-7325 / (96) 99111-1916.

Perola Pedrosa
Assessoria de comunicação

Discos que formaram meu caráter: Achtung Baby (1991) – U2 (30 anos do álbum) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Muito bem “sementinhas do mal”, lá vamos nós para mais uma etapa da nossa jornada musical. Vendo nada mais que belos discos, músicas inesquecíveis e momentos agradáveis. Iremos “descascar” mais uma bela bolacha do saudoso ano de “91”, não canso de lembrar vocês sobre a importância musical de 1991 (podem ler os outros textos), quando a natureza convergiu-se em inspiração e presenteou nós meros mortais com uma excelente safra de discos (mais fresco logo).

Sem mais delongas eu lhes apresento “Achtung Baby”. Sétimo disco (estúdio) do U2.

Antes de qualquer coisa, quero lembrar que não vou ficar naquele papinho deveras escroto de “Ah, o Bono vai salvar o mundo”, “Ele ama as criancinhas da África”, “Melhor banda do mundo”, esse papinho enche meu saco. Até porque todos sabem que a melhor banda são os Ramones (ahahaah). Vamos lá.

Os anos 80 tinham terminado e o U2 já estava consagrado mundialmente, discos como “Boy” (1980), “War” (1983) e principalmente “The Joshua Tree” (1987) já tinham feito isso pelos caras. Então oque fazer, quais forças para continuar, já se tem tudo o que se pode ter. No meio de tudo isso Bono magistralmente dá um susto em toda sua horda de fãs “Temos que partir – e voltar a sonhar tudo outra vez.” (1989). De quanto tempo seria a espera?

Aí chega “1991” e eles não iriam ficar de fora da festa. Com um título realmente simples, acredito que chega até ser tolo, retirado de filme. Os caras conseguem se reinventar e marcar um verdadeiro golaço.

Se antes eles eram os caras que representavam toda a fúria, agora vieram com uma proposta totalmente diferente. Deixando de lado toda aquela “Sisudez”, mudaram toda sua direção musical, incorporando elementos do Rock Alternativo, Música Industrial e porque não da famigerada Dance Music. Sim caros amigos eles voltaram mais obscuros, porém bem mais introspectivos, sim amigos era o U2 para as massas.

Eram tempos novos, “The Fly” (alter ego de Bono), estava de óculos escuros andando de limousine com fome ele queria conquistar o mundo.

A nova proposta chegou a chocar muitos puristas, que se acostumaram com a imagem revolucionária da banda. Mas logo ao ouvir os primeiros acordes de “Zoo Station” chegaram a conclusão que realmente aquilo valia muito a pena. Vamos deixar de onda e ir para faixas.

O disco começa a todo vapor com “Zoo Station” que teve o título inspirada em uma estação de metrô de Berlin, alguns acreditam que existem referências a “The Kids from The Zoo Station” (livro de Cristiane F, os fodas sabem quem é), vai para “Even Better Than The Real Thing” uma singela brincadeira com um slogan da “Coca-Cola”, extasia todos com “One”, uma das mais belas canções já executadas, fala de relacionamentos, fala de amor (uma de minhas músicas preferidas no vinil).

Depois chega em “Until The End Of The World”, simplesmente Judas conversando com Jesus, deixando aberta a qualquer um sua interpretação. Em “Who`s  Gonna Ride Your Wild Horses” uma força do Bono para o The Edge que passava por divórcio naqueles tempos. Já “So Cruel” fala como não a crença no amor verdadeiro, ou o desespero do parceiro para que o relacionamento não acabe. Tem também “The Fly”, magnífica parodia do rock star que eles queriam ser. A marcante “Mysterious Ways” o lado feminino de envolver um homem. Segue com “Tryn`To Throw Your Arms Around The World”, uma homenagem a um bar frequentado pela banda, quando os caras estavam nos EUA (nada mais justo, bar é bar). Por sua vez, “Ultra Violet (Light My Way) traz muitas metáforas românticas. Em “Acrobat” rola uma temática extremamente religiosa, como se você pudesse resolver todo caos que existe em sua vida. E termina tudo em “Love is Blindness” depressiva , algo como uma visão incorreta do amor. Na boa é ou não um PUTA DE UM DISCO FODA ??.

Fica redundante falar que esse verdadeiro míssil de emoções bombásticas vendeu mais de 18 milhões de cópias e foi premiado pra caralho. Clássico de primeira ordem.

Sim os caras, não perderam tempo e entraram relevantes nos anos 90, horas com uma bela bolacha dessas não seria diferente.

Hoje, há 30 anos e alguns meses após o lançamento dessa obra prima, ela  ainda consegue arrancar suspiros desse coração tosco e gorduroso que vós escreve.

Esse disco é grande, belo e foda, se você se mete a entender de Rock tenha esse em sua coleção. E não ligue para os papos furados do Paul Hewson. Se reinventar e continuar relevante é para poucos. Bem vindo aos anos 90.

*Marcelo Guido é jornalista, pai da Lanna Guido e do Bento Guido e maridão da Bia.

Roberto Carlos de Santana, meu louco favorito – Crônica de Fernando Canto (republicada por conta do Dia Mundial da Saúde Mental)

Crônica de Fernando Canto

Não sei bem em que jornal eu li sobre um maluco que morava numa praia do Rio de Janeiro, mas quem o deixou comigo foi meu amigo RT na volta de uma viagem à cidade maravilhosa. O texto o descrevia como um homem corpulento, negro e barbudo, que fumava maconha, mas que não incomodava ninguém. Cumprimentava a todos e fazia parte da paisagem urbana de Ipanema. Todo mundo o conhecia no bairro e o autor do artigo falava em uma espécie de reencontro com ele depois de muitos anos que passou fora do Brasil.

Em Macapá conheci algumas dessas pessoas alienadas, praticamente abandonadas por suas famílias. E foi exatamente na minha adolescência, quando era estudante do ginásio. Na saída das aulas os mais velhos instigavam os mais novos a fazerem chacotas com elas e apelidá-las quando passavam em frente ao colégio.

Nunca esqueci a “Onça”, que possivelmente não era louca, mas viciada na cachaça. Quando convidada fazia espetáculos sensuais, levantava a saia rodada e dançava Marabaixo, sem se desvencilhar da garrafa de “Pitú’ equilibrava na cabeça, rebolando, para o delírio da turma, que a aplaudia sem parar, rindo e gritando com aquelas vozes de fedelhos em mudança, quase bivocais.

Ainda posso ver o “Cientista” lá pelas bandas do Mercado Central trajando seu paletó azul claro e um calção sujo e descolorido. A barba rala, as feições indígenas e o olhar sereno. Vez por outra procurava alguma coisa embaixo de uma ficha de refrigerante ou em uma pequena poça d’água, como se tivesse perdido algo muito valioso. À vezes anotava (ou fazia que anotava) alguma coisa em um papel de embrulho, daí as pessoas acharem que eram importantes fórmulas de um cientista, vindas em um “insigth”, um estalo de ideia. Eu o vi também trajando o pijama de interno do Hospital Geral, de onde fugia de uma ala reservada aos doentes mentais.

Quase decrépito, mas imponente, calvo e meio gordinho era o famoso “Pororoca”. Para mim é inesquecível a cena que vi dele descendo a ladeira da Eliezer Levy, no bairro do Trem, no sol quente do meio dia, bem embaixinho da linha do equador, quando os raios do sol pareciam rachar os telhados das casas e estalar a piçarra. Lá vinha ele, rindo à toa, descalço, de cueca branca e um imenso couro de jiboia enrolado no peito. Um figuraço!

Creio que todos os frequentadores do bar Xodó chegaram a conhecer o “Rubilota”, um senhor de aparência forte, que andava invariavelmente sem camisa, que pedia um cigarro e ia embora. Mas de repente surtava e começava a gritar pornofonias das mais cabeludas possíveis. Quando ficava violento era preciso chamar a polícia, mas com um bom reforço, pois ele era durão.

Quem sempre aparecia pela Beira-Rio era o Zé, cearense e empresário de sucesso, mas que enlouqueceu, dizem, de paixão. Ele me conhecia, e sempre que me via nos bares ia me cumprimentar ou pedir um cigarro. Os garçons tentavam expulsá-lo do ambiente porque andava sujo e com o pijama do hospital, de onde fugia igual ao seu colega “Cientista”. Porém eu não deixava que o escorraçassem.

Havia um cara que eu conheci ainda sem problemas psiquiátricos. Ele tocava violão e cantava na Praça Veiga Cabral, ali na parada das kombis que faziam linha para Santana. Estudava, salvo engano, no Colégio Comercial do Amapá. Anos depois eu o encontrei pelo centro da cidade cantando sozinho pela rua as músicas seu ídolo: era o Roberto Carlos de Santana.

O pessoal da sacanagem do Xodó chegava a pagar R$1,00 para ele cantar o “Nego Gato” no ouvido de algum freguês desprevenido. O RC de Santana chegava por trás da vítima (normalmente um amigo que não sabia da onda da turma) e dava um berro que até o Rei da Jovem Guarda se espantaria. Cantava “Eu sou o nego gato de arrepiar…” em alto e bom som e em seguida saía correndo com medo da porrada até a intervenção dos gozadores que morriam de rir.

Esse era o meu maluco predileto. Não sei por onde ele anda, se morreu como a maioria dos aqui citados, se ainda recebe uma grana para cantar o “Nego Gato” ou se ainda canta acreditando que é o Roberto Carlos, lá em Santana. O interessante é que as pessoas sempre têm uma explicação para a causa da desgraça alheia. Dizem que todos eles tiveram desilusões amorosas, que foram vítimas de traições, e por isso surtaram, e assim viveram e assim alguns morreram. Mas com certeza viveram bem, imersos no seu mundo, sem se importarem com que os “normais” pensassem a seu respeito, sem se indignarem com os acontecimentos inescrupulosos dos políticos indignos, estes sim, os deficientes mentais que precisam ser recolhidos definitivamente da sociedade.

*Republicada por hoje ser o Dia Mundial da Saúde Mental.

Hoje é o Dia Mundial da Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado hoje, 10 de outubro. Esta data foi criada em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health).

O objetivo da data é chamar a atenção pública para a questão da saúde mental global, e identificá-la como uma causa comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticas ou socioeconômicas. Combater o preconceito e o estigma à volta da saúde psicológica é um outro objetivo do dia. O Brasil lidera rankings de depressão e ansiedade.

Hoje, 10 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Mas será que temos o que comemorar?

Por Janisse Carvalho

A questão da loucura sempre foi um tema desafiador para limitada compreensão do homem. Nos séculos XVIII/XIX, com advento das revoluções burguesas, o desenvolvimento do capitalismo na sua maneira mais perversa e sutil e os avanços da ciência moderna criou na cabeça de homens e mulheres a ilusão do saber sobre a loucura. Nesta época, havia uma necessidade quase que neurótica de domínio da razão sobre a “emoção”, ou paixões atribuídas a esse fenômeno. Nasce a psiquiatria e com ela infinitas técnicas de reabilitação que iam desde o confinamento total, a sangrias, banhos, choques elétricos, lobotomias e morte social.

Infelizmente essa ilusão fez com que milhares de pessoas ditas loucas fossem colocadas no lugar da não-existência, de anonimato total. Aprisionadas em grandes hospitais mais conhecidos como manicômios, essas pessoas parasitavam a vida. E o projeto psiquiátrico de cuidar do louco e reinseri-lo na sociedade foi se mostrando falho e incompetente para cumprir tal missão.

Só no final do século XIX inicio do XX que começam a surgir, dentro e fora da própria psiquiatria, experiências que privilegiam a pessoa que sofre. Na década de 1960 surge na Itália a psiquiatria democrática, que recebe este nome por acreditar que é na relação médico-paciente que se encontra a semente de uma grande transformação. Este projeto propunha colocar a doença mental, como era denominada a loucura naquela época, entre parêntese, e olhar a pessoa na sua amplitude, isto é, dar ênfase não mais a doença, mas às potencialidades de cada sujeito.

Este foi outro termo cunhado a partir desta experiência: sujeito. Não mais paciente, aquele que espera, mas sujeito, aquele que atua. Para tanto, o médico (hoje o psicólogo, o assistente social, o enfermeiro, etc) deveria se abster de seu mandato social de principal detentor do saber sobre a loucura e compartilha-lo, democraticamente, com os sujeitos atendidos. Dito de outra maneira, no cuidado em saúde mental, eu e meu cliente estamos em pé de igualdade no que diz respeito ao sofrimento. Eu aprendi a caracteriza-lo, classifica-lo, ele o vive. E quem vive, saber falar muito bem porque sente.

Esta e outras mudanças propôs Franco Basaglia, idealizador desta reforma e que influenciaram a construção da política de saúde mental brasileira. Hoje, nós, militantes do movimento da reforma psiquiátrica recebemos muitas as críticas, que na sua grande maioria se fundamentam na necessidade imediata de pessoas que convivem com o problema dentro de casa. Contudo é mister fazer hoje uma suspensão dessa urgência, para entender que quem sofre com uma pessoa acometida por transtorno mental ou por dependência química dentro de casa por exemplo, e não encontra serviços disponíveis para o atendimento, possui uma necessidade urgente inscrita num contexto historicamente construído, ou seja, o problema precisa encontrar respostas imediatas, porém sua resolução é processual e implica numa série de transformações culturais, econômicas, políticas e sociais.

A solução não é só internar e remediar. A solução deve ser construída. A solução não é tão pouco criar CAPS e diminuir leitos somente. A solução, infelizmente, não está “debaixo do nosso nariz”. Não há soluções prontas para a solução!

Mesmo porquê, se a loucura é hoje para nós um problema, muito se deve ao histórico e epistemológico sobre a ela. E nesse processo, existem muitos outros interesses em jogo do que o simples ato de internar ou não internar.

Falar de democracia num contexto onde até os que se acham sãos não conseguem vivencia-la, parece realmente ser uma missão impossível. Felizmente, a reforma avança, aos trancos e barrancos, mas realmente, temos muito o que se comemorar e muito mais ainda para avançar.

A resposta de Pinel ao desacorrentar os loucos e transformar o sofrimento mental em objeto de estudo, levou a humanidade pagar um preço muito alto em nome de uma cura que nunca veio. Já é tempo de ao invés de tentar controlar, silenciar, banir de nossas vidas as experiências da loucura, buscarmos compreende-la realmente. Essa é utopia que vivo, esse é o horizonte que me faz caminhar!

A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” – Eduardo Galeano.

Janisse Carvalho, psicóloga, ex colaboradora (que continua colaborando) e querida amiga deste jornalista.

 

Nota: Secult/AP informa suspensão no sistema de credenciamento de edital e anuncia solução temporária para inscrições

A Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult/AP) informou que, desde sexta-feira (1), alguns sites do Governo do Estado foram invadidos e uma suspensão dos mesmos foi realizada, o que afetou o sistema do edital de credenciamento de artistas do estado. Portanto, novos links foram disponibilizados para a realização da inscrição e acesso ao Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais (Seiic) até que o sistema se restabeleça (links no final da matéria).

A pasta prorrogou o edital de credenciamento para grupos e artistas do estado terem a chance de participar da programação cultural do governo. As inscrições iniciaram no dia 1ª de setembro e agora seguem até dia 10 de outubro. A pasta continua buscando artistas até o final do pleito.

O credenciamento abrange todas as modalidades de atrações artísticas/culturais e profissionais da cultura para compor as programações artísticas e culturais realizadas e/ou apoiadas pela Secult em todo território do Estado do Amapá.

Entre as vertentes previstas no edital, estão: teatro, circo e dança, artes visuais, artes plásticas, música, djs, apresentadores, literatura, contadores de histórias, cultura popular tradicional e identitária e gospel.

Evandro Milhomen – Foto: GEA.

De acordo com o secretário Milhomen, foram investidos, em 2019, mais de R$ 1 milhão na economia do artista de forma direita. Com o governo do estado e a Secult/AP, foi possível ter esses artistas nos cadastros e se têm artistas para todos os eventos, por exemplo, tem artistas para todas as finalidades.

“Nós temos cerca de R$ 1,5 milhão para apresentações em cachê. Então o artista recebe R$ 1 mil por apresentação, enquanto você tem os grandes artistas amapaenses que recebem de R$ 6 mil, que tem um história, um conteúdo mais consolidado!”, afirmou o secretário.

O secretário também informou que esteve na Universidade Federal do Amapá (Unifap) para assinar um termo de cooperação entre o Governo do Estado, Secult/Ap e Unifap para garantir parceria em projetos e atividades culturais, entre esses, formação de curadoria para os editais.

A documentação necessária para as inscrições estão AQUI. Os novos links para o acesso são:

Links de acesso a ficha de inscrição: https://cutt.ly/NEKcghH
Link do Seiic: http://seiic.ap.gov.br/

Outras informações podem ser solicitadas por meio do contato (96) 98808-0736 (Whatsapp).

Poesia de agora: Caminhada – Fernando Canto – @fernando__canto

Caminhada

Aos que caminham dentro de si e ainda se assombram

De manhã
Meu corpo
É longo
Em sua sombra
Caminhante

Ao meio-dia
Assombro-me
Em segredo
– Encolhidinho –
No equinócio
Da alma

À tarde
Eu me projeto
Rumo ao mar
Com o sol
A bater meu rosto
Nos umbrais da noite

E se um lado é luz
Que me orienta
E de outro
Meu rastro
É a escuridão

Sou, perdoem-me,
Um obscuro ponto
Na paisagem
Que me embala
Ao sol do dia seguinte.

Fernando Canto

FLAUTA – Conto porreta de Luiz Jorge Ferreira

Conto de Luiz Jorge Ferreira

​De manhãzinha, seu Pedro descia os três degraus de escada, fechava a porta com chave, duas voltas, e seguia caminhando cabisbaixo como perseguido pelos sons da flauta que tocava nas horas de folga.

Sempre aquele soprar enfadonho, semi-tonado, choroso e cabisbaixo como ele quando caminhava para o centro da cidade, onde funcionava a barbearia em que trabalhava há 40 anos, ali debaixo do antigo Grande Hotel do Pará.



Quando seu Pedro voltava, já começando a noite, alguns gatos atravessavam a rua, vindos do terreno baldio em frente e, miando, subiam pelo telhado de sua casa, entre as ervas ali dependuradas e telhas soltas cheias de limo.

Com a noite alta, os gatos atravessavam a rua e retornavam às suas moradas no terreno baldio do outro lado da rua. Então, terminava a folga dos ratos. A flauta se calava e o pessoal da república, a uma quadra dali, – Joca, Edílson Calouro, João Silva Santos, Veríssimo, Alípio e Edivaldo – acomodavam-se para estudar. Eu podia ver as notas correndo pela vala em meio à água rala que pouco cobria o lodo do fundo. Na rua tinha um cachorro vagabundo que, vez por outra, pulava na vala atrás delas, e as engolia de um só fôlego. Era ele fazer isso que a estudantada saía pela porta da sala e divertia-se ouvindo-o latir. Uns latidos meio miados, meio zunir de ratos, meio barulho de tesoura cega cortando cabelo.



Veríssimo era o mais moleque e o atiçava com uma toalha. Certa vez, foi tanta a algazarra que seu Pedro saiu na porta de sua casa e tocou na flauta um fado tão lamento, que as notas saíram da vala, da boca do cachorro, do barulho de uma rasga mortalha, e coloridas e em fila retornaram para a flauta. Seu Pedro fechou a porta e, mais depois, amanheceu. Tudo foi tão rápido que os degraus não tinham se levantado quando ele abriu a porta e desceu.

Noutro dia, eu soube que ele caíra e fora levado para o hospital. E que mais tarde toda a vizinhança o fora visitar. Uns levaram caqui, outros restos de mar, outros nacos de sol. Eu levei alguns gatos pardos e malhados e um rato, o que costumava cantar mais alto. Não consegui entrar.


À noitinha seu Pedro morreu. A vala foi aterrada pela Prefeitura. Chegou o carnaval e os gatos viraram tamborins. A flauta ficou pendurada na sala, guardando notas enferrujadas. Até que a casa ruiu. Os estudantes concluíram seus cursos e sumiram. Eu fiquei sozinho, escrevendo contos irreais sobre flautas, gatos, ratos, cães e valas. Coisas em que seu Pedro, também sozinho, nunca acreditou.

– Seu Pedro era canhoto?

*Do LIVRO de Contos Antena de Arame – 2° Edição Editora Rumo Editorial (São Paulo – 2015).

O Studio Tattoo Naldo Amaral e a Quarta de Arte da Pleta se unem no projeto “Flash Tattoo”: “Campanha Criança Feliz, Doe Brinquedo”

O Studio Tattoo Naldo Amaral e a Quarta de Arte da Pleta reune no projeto “Flash Tattoo”, grandes artistas e tatuadores do Estado do Amapá, com o objetivo de arrecadar brinquedos para o dia das crianças. Este ano o projeto acolhe o nosso amigo Joca Monteiro que tem um trabalho maravilhoso com as crianças da baixada Pará. O evento acontece no sankofa nos dias 9, 10 e 11 de outubro com diversas atrações artísticas.

Dia 9: teremos a participação de Nani Rodrigues, Rafael Boaventura, Fernanda Canora, Wendel Cordeiro e DJ Jaqueline Sanches.

Dia 10 teremos uma grande bancada de artistas e intelectuais da cidade para executarmos uma ação de arrecadação – “Bancada criança feliz – doe brinquedo”. Essa bancada fará o contato através de chamada de vídeo solicitando apoio e a pessoa que aceitar e fizer a doaçã, ganha como carinho uma rápida performance de alguns dos artistas presentes como Hayam Chandra, Cecília Aimê, Carla Nobre, Kássia Modesto, Jubson Blada dentre outros.

Dia 11 teremos uma grande roda de samba com Zeca Mazagão, Celine Guedes, Ingrid Sato, dentre outros grandes nomes do samba da nossa cidade.

Dia 12 Apresentações o Coletivo Amazonizando

Os Tatuadores Rogério estúdio Nomed, Zico tattoo, Marconi tattoo e Naldo Amaral estarão à disposição nos 3 dias a partir das 10h da manhã, você faz a sua tatuagem, doa um brinquedo e faz uma criança feliz.

Tatuagem valor de r$ 50,00

Maiores informações pelo número: 991387143 (Naldo Amaral) 981401689 e ,(Andreia Lopes)

Abrace essa causa!

Assessoria de comunicação

Festival de Contação de Histórias Criança Feliz será realizado neste sábado (9)

Neste sábado (9), a partir das 16h, no Quilombo Sankofa, acontecerá uma programação infantil pensada para a infância e para a família. O Festival de Contação de Histórias Criança Feliz propõe uma atuação coletiva com arteeducadores e contadores de histórias empenhados na garantia do direito de brincar e aprender, na perspectiva de uma educação com princípios amazônidas, no que tange à identidade, à linguagem e à imagem. Este evento é uma realização do Coletivo Amazonizando e do Grupo Zimba Cultura, que acontecerá no eco-casa de cultura Quilombo Sankofa.

São duas sessões de contação de histórias seguidas de uma atividade lúdica, mediada por profissionais com experiência na arte-educação. O Grupo Zimba Cultura desde 1993 atua nas regiões periféricas da zona norte de Macapá sempre tendo como ferramenta a arte a fim de reintegrar jovens a sociedades e a família.

O Coletivo Amazonizando é uma iniciativa que tem a intenção de amplificar as diversas narrativas de tradições e culturas amazônidas, através de múltiplas linguagens artísticas, entre elas, a contação de histórias, para contribuir com a formação da identidade territorial sob a perspectiva dos povos quilombolas, indígenas, ribeirinhos, parteiras e todas as personagens que mantêm a floresta de pé, atuando principalmente fora da Amazônia Brasileira.

Contadores de Histórias:

Suane Brazão – mestre Ivamar Santos Suane Brazão Bisneta de Maria Máxima bisavó paterna e de Joaquim Grande bisavô materno, quilombola amazônida nascida no Amapá, artista de múltiplas linguagens, desenvolveu a sua carreira artística a partir da dança e do Marabaixo (cultura tradicional dos povos quilombolas do Amapá, Patrimônio Imaterial do Brasil) entrou para as artes cênicas, produtora do Grupo de Jovens Zimba Cultura, escritora, idealizadora do coletivo Amazonizando, mantenedora das tradições marabaixeiras pelo mundo. Turismóloga, especialista em docência do Ensino Superior, pesquisadora, de temas como; soberania dos povos da floresta, tradições quilombolas da Amazônia, corporeidade e mulheres negras amazônicas.

Mestre Ivamar Santos – ativista do movimento negro desde os anos 70, pesquisador produtor cultural, coordenador do Coletivo Amazônizando, ator e dançarino, contador de histórias, pesquisador de territórios quilombolas. Especialista em Docência do Ensino Superior

As histórias contadas durante as duas sessões são autorais, escritas pelo mestre Ivamar dos Santos e por Suane Brazão, que contam histórias que exaltam as tradições locais, publicadas no projeto “Deixa que eu Conto”, uma iniciativa do Unicef no Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=niflr4scYY0

Serviço:

Festival de Contação de Histórias Criança Feliz
Data:09/10 Em duas sessões às 16:00 as 17:30
Local: Quilombo Sankofa.
Ingresso: R$15,00 reais e um kl de alimento não perecível
Assessoria de comunicação Coletivo Amazonizando [email protected]
Mais informações: 96 98133-5969

Assessoria de Comunicação do Festival