Arquiteta Silvana Sena gira a roda da vida. Feliz aniversário, prima querida!

Silvana (esquerda), Ana Paula (ambas primas amadas) e este editor.

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste décimo sexto dia de fevereiro, minha muito querida prima, Silvana Sena, gira a roda da vida e lhe rendo homenagens.

Silvana é arquiteta, empresária, fazendeira, já trampou com decoração de festas, entre outras coisas (ela é virada pra trabalhar). Remista convicta, festeira, eterna motorista da rodada e viajante do mundo, essa mulher é minha amiga desde que me entendo por gente. É uma querida com quem dividi muitos momentos porretas de nossas vidas e alimentam minha memória afetiva.

Mas o melhor papel que Silvaninha realiza é de mãe do talentoso Felipe, esposa do caralísticamente gente fina, Adriano e filha dedicada da tia Sanzinha. Ah, ela conta com a ajuda essencial da nossa amiga Cila para essas funções. Todas essas pessoas são do meu coração.

Já disse e repito: Silvana é uma daquelas pessoas que posso passar meses sem ver, mas sei que posso contar com ela. Coisas de amor de primo, meio irmão. A gente sempre se deu bem demais. Tenho certeza que nosso amor e “consideramento” é recíproco. Sim, somos amigos a vida toda e isso é raro. Também já disse que ela fica chateada por minha ausência em festejos e reuniões em sua casa, mas ela sabe que o gordo aqui é estranho.

Também volto a dizer que Silvana zerou o jogo da vida. Ela tem uma bela família e é feliz. Além disso, tira onda com o tempo, pois segue tão linda quando quando tinha 20 e poucos anos. Além disso, é sempre gentil, sorridente, bem humorada, prestativa e, sobretudo, uma pessoa do bem. Ah, é é politizada do jeito certo, pois assim como eu, ela é contra o nosso perverso mandatário nacional (sim, é preciso dizer isso sempre que temos oportunidade).

Família e amigos de Silvana reunidos

Com Silvana e Adriano, vivi muita coisa bacana e inesquecível aqui em Macapá e em Belém (anos 90). Meu saudoso pai os tinha como irmãos. Eu da mesma forma.

Silvaninha, tenho orgulho de ser seu primo e amigo. Tenho sorte de tua existência orbitar a minha e de ter o mesmo sangue que você. Tu sabes, você está sempre aqui dentro deste meu coração transloucado. Que teu novo ciclo seja ainda mais iluminado, produtivo e que tudo que caiba no teu querer se concretize. Que teu novo ciclo seja ainda mais porreta. Que tu tenhas sempre saúde pra trabalhar, viajar, amar os seus e que ainda partilhemos vários momentos lindos com nossa família. Todo o amor dessa vida pra ti. Meus parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Elton Tavares

Minha mais que maravilhosa mãe, Maria Lúcia, gira a roda da vida. Feliz aniversário, amor!

Maria Lúcia, minha mais que maravilhosa mãe, gira a roda da vida pela 69ª vez (com rostinho e astral de quem vive a eterna juventude) neste terceiro dia de fevereiro. Sempre escrevo textos de felicitações para meus afetos e amores, mas para mamãe é sempre mais difícil, pois a maior responsabilidade está sempre nos nossos maiores amores… mas vamos lá.

Amo Maria Lúcia, a “Lucinha”, a minha vida toda e esse é um dos exemplos mais perfeitos de amor correspondido. E lá vão mais de 46 anos de amor e dedicação dessa mulher para comigo. Eu tento retribuir, mesmo sabendo que nem sempre consigo, pois vira e mexe ela se aborrece comigo. Sim, nossos gênios fortes colidem às vezes, mas isso é normal em qualquer relacionamento.

Mamãe sempre foi uma mulher exemplar como genitora. Agradeço sempre a Deus a sorte e honra de ser seu filho. Para mim e Emerson, meu irmão, Lucinha sempre deu tudo que há de melhor nela. É difícil contar toda essa história em um só texto de aniversário.

Já disse e repito, juntamente com a tia Inês, Maria Lúcia foi a filha mais dedicada da vovó Cacilda, antes da mãe dela partir esse ano. Mamãe também é vó coruja e amorosa da pequena Maitê e boa esposa do Enilton, amiga fiel e parceira de quem tem a sorte de ter sua amizade.

Difícil contabilizar tudo que ela já fez por mim e pelo meu irmão. Aliás, muito mais por mim, seu filho mais velho. A nossa “Lucinha” é uma mulher espetacular e admirável. Ela personifica os amores que tem e realmente faz valer seus dias por cada um de nós.

Orientadora educacional e professora aposentada, mamãe trabalhou muito, desde bem novinha, para vencer na vida. Ela conseguiu e batalhou muito para dar o melhor para seus filhos, sua mãe e seus irmãos.

Mamãe é íntegra, honesta, inteligente, batalhadora e decente. Lucinha sempre foi a luz do meu caminho e o amor que sempre zelou por mim. Ah, ela tem a reza mais forte que conheço e quando tenho problemas, peço suas orações. Sempre sinto que sua oração e bênção são mágicas poderosas e me protegem.

Dela, herdamos atitude e firmeza. Eu e Emerson talvez não fôssemos trabalhadores e todo o resto de coisas legais que nos tornamos, se não fosse por conta da Lucinha. Ela é meu anjo da guarda, minha conselheira e benzedeira, inteligente e sábia. Além de melhor cozinheira do mundo. Ela sempre foi e sempre será minha melhor amiga.

Sobre ela, minha namorada, Bruna Cereja, disse: “antes de namorar com o Elton, quando eu era só uma amiga, ouvia as histórias que ele contava sobre sua mãe e, principalmente, sobre o quanto ela cozinha bem: “Mamãe Salva!”. Confesso que já na época que eu queria ficar com ele, tinha muitos medos e dois deles eram: a Maria Lúcia não gostar de mim e eu não conseguir cozinhar pro Elton, como a mãe dele. Hoje posso dizer que não tenho mais esses medos e foi exatamente por conta dela. Sabe o que é o santo bater? Eu e ela. E o Elton tinha razão sobre tudo que ele contava: uma mulher firme, cuidadosa, amorosa com os seus e de uma mão cheia de dotes: cozinha, costura…Os pés também são ativos nos bailes e na academia. Uma mulher vívida!
Com ela me sinto mais do que em casa. Um abrigo. Um lar. Uma mãe. A sogra salva! A mãe salva!“. Fico feliz delas se darem tão bem.

Gosto de tudo na mamãe. Das coisas belas e das “rudes” também. Nos aceitamos como somos e nos respeitamos um ao outro. Se tem uma coisa de que me orgulho nessa vida, é de ser filho dela.

Mãe, que Deus continue a lhe dar saúde, que a senhora siga com essa sabedoria, sexto sentido e alegria (e brabezas) que lhe são peculiares. Que tua vida seja longa, que essa data se repita por pelo menos mais umas 69 vezes infinitas, porque a vida é seguramente mais bonita e feliz porque eu tenho o seu amor.

Aprendi desde cedo que a vida é muito curta para não dizermos a quem amamos que os amamos. Te amo, Lucinha. E com toda a força que existe aqui. E boto fé que o Emerson, Enilton, Maitê, Andresa, Bruna, Inês, Fatinha, família do seu marido e teus amigos também.

Parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares e Emerson Tavares (pois como irmão mais velho, posso falar pelo Merson).

Hoje é o Dia da Saudade – Minha crônica sobre a data nostálgica

Hoje, 30 de janeiro, é “comemorado” o Dia da Saudade. Não encontrei o porquê de hoje ser destinado à falta de alguém ou um lugar. Só sei que todo dia é dia de sentir saudade. O conceito diz: “Saudade: Substantivo feminino – Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia”.

De origem latina, saudade é uma transformação da palavra solidão, que na língua escreve-se “solitatem”. Com o passar dos anos, assim como outras palavras se transformam de acordo com as variações da pronúncia, solitatem passou a ser solidade, depois soldade e, finalmente, saudade. Palavra que só existe na língua portuguesa.

Bom, eu sou um cara saudoso de tanta coisa. Sinto saudades absurdas do meu pai. Grande saudade do meu avô paterno, de alguns parentes e amigos que partiram para outra vida (ou plano, como quiserem) como meu tio Itacimar (Ita).

Tenho saudade diárias do meu irmão, que reside em Belém (PA) e amigos que moram longe. Também sinto falta dos antigos amigos, que marcaram minha história positivamente e hoje em dia , por algum motivo, não fazem mais parte da minha vida.

O escritor Charles Baudelaire disse: “Aos olhos da saudade, como o mundo é pequeno”.

Quem dera ser tão simples. Já o poeta Paulo Leminski frisou “Haja hoje para tanto ontem”. Só que o Raul Seixas, o mais maluco dos compositores, foi mais enfático ainda ao dizer: “A saudade é um parafuso que, quando a rosca cai só entra se for torcendo, porque batendo não vai,mas quando enferruja dentro, nem distorcendo não sai”. Perfeito!

Sinto saudade da minha infância, da falta de responsabilidade e dos dengos da minha avó Peró. Saudade dos tempos do Colégio Amapaense, das memoráveis festas de rock, amanhecidas, dos bons tempos com ex amigos, da velha equipe de comunicação e até das boas brigas. É, a gente botava pra quebrar!

Sinto saudades do jornalista e amigo querido Tãgaha Luz, que nos deixou e seguiu para a redação celestial. Que saudades desse cara!

A maior saudade é da Perolina Penha Tavares, nossa linda e cheiros matriarca. Pois as saudades do papai, vovô, tio e amigos que já partiram estão calejadas pelos anos. A falta da Peró ainda não, mas com o tempo será amenizada. O amor por essas pessoas nunca passará, assim como as saudades, mas o tempo melhora o sofrimento do coração;

Deus, graças a ele, sobrevivi aos anos 90. Era tudo tão surreal, tão perfeito, tão legal, doce ilusão. Saudades daqueles anos vividos intensamente! Sinto saudades até de ter saudades de alguns que foram tão importantes e agora não passam de mais um rosto na multidão.

Saudades de ser jovem (risos)

Sinto saudades de tanta coisa. Mas, como tudo na vida, há saudades justificáveis.

Também sinto saudades da época que era inocente, que não era tão duro, tão egoísta, tão cético e cínico. A saudade é alimentada pelas ternas lembranças guardadas na memória e no coração. E é tanta coisa que nem dá pra listar aqui. Isso acontece todos os dias e não somente hoje.

Li em algum lugar que, se sentimos saudades, é porque valeu a pena. Vida que segue. E graças a Deus, segue feliz, pois não tenho do que reclamar, já que tenho uma existência porreta ao lado de pessoas que amo, mesmo com minhas saudades. É isso!

Elton Tavares

Se vivo, hoje João Espíndola Tavares, meu avô, faria 96 anos (para lembrar do “Juca”)

João Espíndola Tavares, meu avô, o nosso “Juca”.

Hoje, meu saudoso avô, João Espíndola Tavares, faria 96 anos. Nosso patriarca partiu para a outra vida em janeiro de 1996. Espíndola, como era conhecido em Macapá, onde foi delegado, diretor da Penitenciária Agrícola do Estado (hoje Iapen), entre tantos outros cargos públicos. Ele nasceu em 27 de janeiro de 1927, filho de Gracindo Nelson Espíndola e Raimunda Emiliana Espíndola, na Região do Alto Maracá, no Sítio Bom Jesus, uma região de difícil acesso, no município de Mazagão.

Vovô também foi prefeito de Mazagão, onde se casou com a minha amada avó, Perolina Penha Tavares. Lá nasceram o meu pai, José Penha Tavares e os meus tios, Maria Conceição Penha Tavares e Pedro Aurélio Penha Tavares. João era um visionário doméstico, pois resolveu vir morar na capital para que os filhos tivessem acesso à educação.

Em Mazagão, seu patrimônio era relativamente grande para um interiorano da década de 40. Entre os bens, estavam galpões para a armazenagem de Castanha do Pará, barco com motor de popa e motor de energia elétrica, que abastecia a vila de moradores da propriedade.

Já em Macapá, nasceram os filhos Maria do Socorro Penha Tavares e Paulo Roberto Penha Tavares. Com força de vontade e determinação, Espíndola também conseguiu sorver conhecimento e concluiu o segundo grau (hoje ensino médio) na Escola Gabriel Almeida Café.

Além do sucesso no campo profissional e pessoal, João Espíndola foi um estudioso da filosofia maçônica. Vovô atingiu o ponto alto da nobre ordem, o “Grau 33”. Ele foi muito respeitado pelos membros da augusta arte real. Vovô foi um dos amapaenses presos injustamente, durante o golpe militar de 1964. Mas provou sua inocência com altivez e retomou sua gloriosa vida.

Uma curiosidade sobre o velho João era que, diversas pessoas o procuravam em sua residência, no centro de Macapá, em busca de conselhos. Eram ricos, pobres, brancos, negros, de diferentes posicionamentos políticos e religiosos. Às vezes, ele nem falava nada, só escutava o desabafo daqueles homens, que já saiam do muro das lamentações (apelido dado a uma área ao lado da casa, pelos seus filhos), de alma aliviada.

Reportagem bacana de 1997, por Bellarmino Paraense de Barros, sobre o meu avô – Acervo familiar.

Pouco antes de seu falecimento, Espíndola vivia um bom momento da vida, havia criado os filhos com sucesso, tinha uma bela casa, uma família unida e era respeitado no Estado. Em uma ocasião, em um festejo em sua residência, João agradeceu sua mulher por todos os anos de dedicação, disse-lhe, em frente familiares e amigos, que o grande homem que ele se tornou devia tudo a ela. Ao envelhecer, o pátrio poder deixou de existir, tornou-se um grande amigo de seus filhos.

No dia 7 de janeiro de 1996, por volta das 18h30 de um domingo, vovô faleceu, aos 69 anos de idade, durante uma colisão automobilística, na zona Sul de Macapá. Ele dizia que gostaria de morrer “pulando” e assim aconteceu.

Cerca de 500 pessoas foram ao seu funeral, dentre elas, secretários de Governo, políticos, empresários e cidadãos comuns, pois apesar de frequentar a alta roda da sociedade amapaense, Espíndola não tinha comportamento elitista, era amigo de peões e doutores, tratando-os da mesma maneira.

Sempre foi sincero, fascinante, carinhoso, especial, atencioso, cauteloso, cordial, caloroso, honesto, qualificado e contemporizador. Em nota, a Maçonaria divulgou: “Durante sua estada entre nós, sempre foi ativo colaborador e possuidor de um elevado amor fraterno”.

A história deste homem, que foi uma das figuras mais populares do município de Mazagão e da cidade de Macapá, é de uma magnitude e nobreza, que até parece uma obra de ficção. Ele não foi perfeito, mas, com toda certeza, foi um grande exemplo de pai, cidadão e ser humano. 

Em resumo, meu avô foi um grande cara. Com a ajuda fundamental da vó Peró, formou uma família íntegra da qual tenho a honra de pertencer. Sou tão fascinado pela trajetória dele, que o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de jornalismo foi sobre sua história.

Tenho orgulho de ser o mais velho dos seus nove netos. Até a próxima vez, vovô!

Elton Tavares

*Texto atualizado e republicado por motivos de saudades. 

Mazagão Velho, a cidade que atravessou o oceano, completa 253 anos – Crônica/resgate de Elton Tavares

Mazagão Velho – Foto: Gabriel Penha. Ruínas de uma igreja construída no século XVIII – Foto: Hélida Penafort Mazagão Velho, no frame de vídeo (documentário em produção) cedido pelo amigo Aladim Júnior Antigo cemitério de Mazagão Velho, no frame de vídeo (documentário em produção) cedido pelo amigo Aladim Júnior Prefeitura de Mazagão – Foto: Elton Tavares

Crônica/resgate de Elton Tavares

Mazagão Velho completa 253 anos de fundação hoje (23). A minha família paterna veio do Mazagão, não do Velho, mas do “Novo” (que não tem nada de novo). Bom, vou falar um pouco da cidade e depois da relação do local com o meu povo.

O município de Mazagão tem uma história peculiar, rica em detalhes sobre o Amapá. Mazagão foi fundada porque o comerciante Francisco de Mello pretendia continuar com o comércio clandestino de escravos, mas pressionado pelo governador Ataíde Teive, resolveu cooperar, fornecendo índios para os serviços de construção da Fortaleza de São José, na capital do Amapá, Macapá.

 

Em retribuição, foi anistiado e agraciado com o título de capitão e diretor do povoado de Santana; mas, por conta de uma epidemia de febre, que acometeu os silvícolas, foi transferido para a foz do Rio Manacapuru, e, pelo mesmo motivo em 1769, para a foz do Rio Mutuacá.

Em 10 de março de 1769, D. José I, Rei de Portugal (POR), desativou a cidadela de Mazagão, na então colônia do Marrocos (MAR); eram 340 famílias sitiadas pelos mouros. Elas foram transferidas para Belém (PA). Para alojar estes colonos, o governador mandou construir um povoado às margens do Rio Mutuacá. Em 7 de julho de 1770, começaram a ser transferidas 136 famílias para a Nova Mazagão, hoje cidade de Mazagão Velho, como já se denominava o lugar, pois desde o dia 23 de janeiro de 1770, havia sido elevado à categoria de Vila.

Acervo familiar.

Na verdade, meu saudoso avô paterno, João Espíndola Tavares, nasceu na região do alto Maracá, no Sítio Bom Jesus – localidade de difícil acesso. Para chegar ao local, as embarcações precisavam passar por muitas cachoeiras do município de Mazagão. E minha santa vó, Perolina Tavares, bisneta do senador do Grão Pará, Manoel Valente Flexa (que foi manda-chuva em Mazagão, no tempo em que lamparina dava choque), também nasceu naquelas bandas. Ah, meu vô foi prefeito do Mazagão (preso pelo golpe de 1964, a então “revolução”).

Lá eles namoraram, casaram e constituíram família. Meu pai, Zé Penha e meus tios Maria e Pedro, nasceram no Mazagão. Os filhos mais novos do casal, Socorro e Paulo, nasceram em Macapá, onde minha família paterna é uma das pioneiras. Meu avô partiu em 1996 e meu pai depois dele, em 1998. Mas a família Tavares preserva a dignidade, o respeito e a amizade – fundamentais para a vida – aprendidos no Mazagão e trazidos para a capital amapaense.

Eu, com vó e vô. Gratidão! – Mazagão (AP) – 1978

Quando criança, fui ao Mazagão, mas não tenho essas lembranças na cachola dessa época. Retornei ao município em 2009, quando meu avô foi homenageado na Loja Maçônica da cidade, por ter sido um de seus fundadores. Depois, em 2010, a trabalho, para cobrir a Inauguração da Ponte sobre o rio Vila Nova, na divisa da cidade com a vizinha Santana. Depois, em 2012, para a cobertura do aniversário de fundação da antiga vila (há exatos 13 anos) e ano passado, quando nos despedimos de nossa matriarca, a vó Peró, ao jogarmos suas cinzas no  Rio Mutuacá.

É, minha família paterna veio do Mazagão (na década de 50). De lá trouxe uma nobreza que admiro e muito me orgulho. Não sei explicar a sensação de ir lá, mas a senti todas as vezes. Parece um lugar em que já estive há muito, muito tempo. Quem sabe noutra passagem por aqui. Do que tenho certeza, é que tais raízes nos deram muita cultura, histórias legais e respeito às tradições. Meus parabéns, Mazagão!

*Este texto, atualizado para hoje, é parte da monografia que escrevi para o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Comunicação. E também é um entre os 60 escritos do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em 2021.

Ainda sobre Mazagão Velho, assistam os o trailer do documentário “Mazagão – PORTA DO MAR” e a reportagem do programa “Repórter da Amazônia | Mazagão”:

Minha prima Dayane Simões gira a roda da vida. Feliz aniversário, preta linda. Te amo!

É 6 de janeiro, um dia especial. E não é por ser o Dia de Reis ou o Dia da Gratidão. Vou explicar. Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Pois é, neste sexto dia do ano, uma das melhores pessoas da minha existência, gira a roda da vida, a Doutora (sim, Dra., pois ela tem Doutorado), Dayane Simões. Por tudo que representa para mim, por ser uma baita mulher Phoda e por isso, lhe rendo homenagens.

Dayane é uma menina linda em todos os aspectos. É filha dedicada da Tatá e do saudoso Ita, prima e amiga fantástica, profissional competente, acadêmica empenhada e brilhante, mãe dedicada de cachorrinhos lindos, viajante do mundo, fã de boa gastronomia, mestra e Doutora em Nutrição, professora universitária, amante de animais, boa de briga, tia e madrinha do Luís, comadre e parceira da Neo e minha muito amada preta linda.

Já disse e repito: quem tem a sorte de ter o amor ou a amizade da Day é um uma pessoa sortuda, de tão dedicada, fiel, prestativa e, entre outras tantas qualidades invejáveis possui para com seus afetos. A preta é capaz de coisas fantásticas pelos seus e sou prova disso.

Eu e Dayane somos amigos a vida toda, com alguns intervalos por conta de colisões de nossos gênios ruins (risos). Porém, essas coisas são vírgulas no longo livro lindeza do amor e reciprocidade que temos ao longo da jornada. A gente não vive sempre junto fisicamente, mas com certeza, sempre estamos nos corações um do outro.

Dayane é amorosa (do seu jeito), muito inteligente, bem resolvida, prática, trabalhadora (muito trabalhadora), prestativa, honesta, brincalhona, afetuosa, super qualificada e competente. Em resumo, uma mulher linda, do bem e PHODA!

Day faz parte das minhas memórias felizes. E bote memória afetiva aí! Tivemos uma infância linda, graças a Deus! Momentos guardados na lembrança e no coração. Outra coisa que é preciso dizer novamente. A gente não escolhe parentes. Escolhe amigos. E quando você tem amizade por alguém que possui o mesmo sangue que você, é uma benção. Infelizmente isso é mais incomum do que se imagina.

Em resumo, Dayane é uma das pessoas do meu coração. Enfim, a Preta é do caralho (como dizia Millor: “Qual expressão traduz melhor a ideia de intensidade do que “do caralho”?).

Day, tu sabes, te amo. Tenho sorte de tua existência orbitar a minha e de ter o mesmo sangue que você. Que ainda partilhemos vários momentos lindos. Que seu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que a Força esteja com você. Que sigas com essa sabedoria e coragem. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. E que tu sigas pisando forte e marcando presença ao longo da jornada. Tenho admiração, respeito e amor por você. Saúde e sucesso sempre. Parabéns pelo teu dia, prima. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Birita, música paid’égua e amizade: confraternização da Cúpula do Trovão

Sempre digo aqui que gosto de escrever sobre amor e amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Pois bem, ontem (22), na casa do casal de amigos Roberto e Amanda, rolou a confraternização da Cúpula do Trovão (grupo de adolescentes, hoje homens acima de 40 anos, que fez um catatau de merdas e se divertiu a valer nos anos 90). Mais do que uma feliz reunião etílica com trilha sonora porreta, foi reencontro de velhos afetos desse editor e uma noite memorável.

Sabem, é sempre bom reunir com estes sacanas, pois somos amigos há quase 30 anos. Eu e esse pessoal já aprontamos muito nessa vida. Além dos anfitriões, por lá estavam Paulo, Rose, Cydiclair, Patrick, Kariny, Anderson, Adê, Emerson e Andresa, eu e Bruna. Além da filharada da galera.

A Cúpula é um seleto grupo de pessoas que sei que posso contar quando a merda vai na palheta e as melhores companhias para endoidar. Na confra rolou churrasco, cerveja e caldeirada da melhor qualidade. Teve rock, dance dos anos 90, danças do pessoal (eu não danço, só dou risada) e, sobretudo, muita alegria.

Além disso, teve muita conversa boa. Papo legal sobre coisas sérias, merda engraçadas e nostalgia do nosso passado juntos. Afinal, juntos vivemos situações hilárias, emocionantes e memoráveis. Como diz o escritor Fernando Canto: “de um tempo que fomos para sermos o que somos”.

Tenho muitos deles, disso posso me gabar, graças a Deus! Muitos com quem posso contar em momentos escrotos e para também, claro, dividir momentos felizes de minha existência. Alguns deles estavam lá ontem. Sobre nossa história de amizade, também uso outra frase do sábio Fernando Canto: “Lembrar também é celebrar. E quando se celebra se rememora“. Pois ontem, criamos mais memória afetiva.

A festa cumpriu com o que prometeu. Obrigado, Cúpula!

Elton Tavares

Emerson Tavares gira a roda da vida pela 43ª vez. Feliz aniversário, meu irmão e melhor amigo de sempre. Te amo!

Eu sempre escrevo aqui sobre aniversários de meus afetos. Quanto mais próxima a mim a pessoa, mais difícil é o texto. É o caso de hoje, pois um dos grandes amores da minha vida toda, gira a roda da vida, e é difícil sintetizar esse sentimento de gratidão pela vida dele em um só texto de felicitações. Trata-se de Emerson Tavares, o meu mais que maravilhoso irmão e melhor amigo.

Emerson Tavares é contador e empresário. É muito bom no que faz, pois além de competência, é obstinado, tem carisma e presta serviço em nível de excelência. O cara é mais foda ainda como pai, irmão, filho, marido, genro e amigo. Sim, como disse o nosso amigo Paulo Bitencourt (o Boca): “Merson consegue transferir felicidades para as pessoas em sua volta”. Paulinho foi cirúrgico com essa afirmação. Meu irmão é um cara que respeito, admiro e escuto. Sou o presidente do fã-clube dele há 43 anos.

Merson não acredita em teses filosóficas, encantos, visagem, mapa astral ou algo do tipo. É um cara cético e prático. Sua única devoção é com Deus, que, aliás, o fez chegar até aqui com saúde e sucesso. Graças a ELE, são tantas as pessoas que amam Emerson Tavares. Se tem coisas de que me orgulho nessa vida é de ser filho e neto de quem sou e irmão dele.

Emerson é meu melhor amigo no desassossego e na alegria, na paz e na guerra, na lucidez da família e na loucura do rock doido. Ele é meu herói e anti-herói em uma só pessoa nos dias de sol, chuva ou madrugadas doideiras.

Emerson é capaz de dar uma voadora em um cara após o infeliz me empurrar, o que já aconteceu quando eu, ele e Edmar quebramos uma galera de metaleiros na porrada ou chegar de surpresa em Macapá, na véspera da minha cirurgia bariátrica (quando ele veio de Belém cuidar de mim e me encorajar antes do procedimento operatório, o qual eu tava morrendo de medo e ele foi foda em me fortalecer e cuidar de mim). Ele é capaz de brigar comigo quando ninguém mais tem coragem, me tirar do caos e me trazer de volta pra luz.

Toda vez que abro a gaveta de minha memória afetiva, estão lá as marcas de nossa infância feliz, os perrengues que conseguimos vencer juntos, as brigas de rua que ganhamos, as melhores viagens, incontáveis vezes que fomos felizes juntos. A gente aprendeu a beber, fumar, brigar e pirar juntos. Gosto das boas histórias para contar e lembrar. Ah, é o único cara que permito tirar o maior sarro da minha cara, tira barato e faz os amigos rirem de mim.

Gosto de tudo no meu irmão. Das coisas belas e das feias também. Emerson é um cara super extrovertido e palhaço e eu estranhíssimo. Aceitamo-nos como somos e nos respeitamos um ao outro. E, para ambos, isso já basta.

Aprendi com nosso saudoso pai, o Zé Penha (A LENDA), que a vida é muito curta para não dizermos a quem amamos que os amamos. Ele nos deixou essa lição e seguimos isso de forma literal. E eu, meu irmão, te amo com toda a força que existe aqui.

Emerson Tavares é o melhor amigo deste jornalista aqui desde 1979. Eu tinha três anos e alguns meses quando ele pintou no mundo e transformou a vida menos tediosa, mais feliz. O cara veio me salvar de tudo, de todos e de mim mesmo. Com ele, eu atravessaria o inferno. Na verdade, atravessamos algumas vezes (mesmo ele lá em Belém eu em Macapá). Ainda bem que as travessias foram muito mais vezes pelo paraíso.

Merson, sou muito sortudo por te ter na minha vida. Por tua existência orbitar a minha e vice-versa. Que tua vida, meu irmão, seja longa, com mais sucesso e saúde. Tu és o cara mais PHODA do meu mundo. Não à toa, todos o amam. Amo-te demais (sim, repito isso demais nesse texto, pois amo demais esse sacana).

Parabéns pelo teu dia, irmão. Feliz aniversário!

Elton Tavares

154 dias e contando: eu amo viver com a Cereja – @cerejaverso

Hoje, 9 de dezembro de 2022, completam cinco meses da feliz colisão. Sim, uma “controada”, como diz o amigo poeta e escritor Fernando Canto. Alguns podem dizer: só isso de tempo? Mas acreditem, nestas 22 semanas, vivi tanta coisa com a Bruna Cereja. A maioria delas entrou para o banco de memórias afetivas desta jornada.

Eu amo dormir e acordar com ela. Amo trabalhar com a genial profissional que a publicitária é (sim, somos amigos há mais de uma década e também colegas de trampo).

Amo as pequenas coisas, como ir ao supermercado, farmácia, shopping ou qualquer lugar do cotidiano com essa mulher fantástica. Amo quando ela fica agarrada em mim por horas. Amo até seu ronco baixinho, quase inaudível. Amo quando ela ri (o som é engraçado e gostoso), amo quando ela canta, pois sua voz é firme. Amo até quando ela me ensina coisas chiques ou curiosidades em inglês, idioma que é fluente.

Amo quando ela faz caretas legais depois de falar alguma merda engraçada. Amo o lance dela me mostrar besteiras cômicas na internet. Amo quando ela cuida de mim. Amo quando me deixa morto de cansado de tanto amá-la.

Amo quando ela lê em voz alta. Amo quando a gente roça os pés um do outro ou quando ficamos em silêncio de mãos dadas vendo TV. Amo nossas gulodices e amo o fato que a gente se garante juntos no trampo. Amo aprender com ela sobre tudo, pois a menina é brilhante.

Amo quando a gente beija em locais públicos e ela fica com vergonha por eu ser um grude em qualquer lugar. Amo quando vamos ao cinema e falamos merdas sobre os filmes ruins e analisamos os filmes bons.

Amo quando fazemos planos de viagem e amo mais ainda viajar com a Bruna. Amo que minha família a ama e ela a eles. Sobretudo, minha mãe, irmão e sobrinha. Amo que a Cereja seja uma unanimidade entre os meus maiores afetos.

Amo quando ela fala as sacanagens legais e a gente ri pra caralho. Já disse e repito, a Cereja é o Charles Bukowski de saia e salto alto. Amo até quando, depois de uma discussão, a gente conversa e fica de boa logo em seguida, pois isso é amor.

“Virei namorada de um amigo de longa data. Daqueles de idas e vindas na amizade. A reciprocidade de gênios se transformou na sintonia de sentimentos a mais”, disse ela, há quatro meses, após os nossos primeiros 30 dias. Amo que rolou a nossa feliz colisão, após 11 anos de amizade.

Amo quando a gente sai junto pra jantar ou bebe um vinho em casa. Amo assistir filmes com ela, ouvir músicas e bater papos sobre a vida, sobre nosso cotidiano, sobre nossas loucuras, erros (assim tiramos sempre o melhor das adversidades que pintaram no caminho) e acertos.

Como o amanhã não nos pertence, e ninguém que conheço saca de futurologia, a única coisa que peço pra mim e para ela é que sigamos juntos, pois eu amo viver com a Cereja, minha namorada linda, inteligente, divertida, entre outras tantas qualidades que faz dela uma mulher fantástica. Sim, hoje, 9 de dezembro são 154 dias completos e contando. Te amo, Bruna!

Elton Tavares

Terapeuta multidimensional Paula Fernanda, que gira a roda da vida. Feliz aniversário, prima querida!

Sempre digo que gosto de parabenizar, neste site, as pessoas por quem nutro amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. É o caso da minha amada prima Paula Fernanda Tavares, que gira a roda da vida neste vigésimo quarto dia de novembro e lhe rendo homenagens, pois ela é uma baita mulher especial pra nós, sua família.

Paula é nutricionista, fisioterapeuta e instrutora de Pilates, e terapeuta multidimensional. A moça, com quem o Ednardo teve a sorte de casar, é a filha mais velha do tio Paulo, irmã da Aninha e Jamila. Além disso, é botafoguense/sofredora/convicta/resiliente, massagista familiar, e queridona de todos nós.

Eu e Paula somos geniosos na mesma proporção em que somos amorosos. Quem sabe levar tem o melhor da segunda peculiaridade. A gente vive longe, pois ela mora no Ceará, mas sempre dentro do meu coração e sei que é recíproco.

Paula é uma pessoa determinada, cheia de atitude, coragem e tem bom coração. Além disso, é uma mulher bonita, inteligente, honesta, trabalhadora e inteligente. Nossas vidas são totalmente diferentes, mas sempre respeitamos as escolhas um do outro e isso é para poucos, mesmo entre os que se amam.

Por tudo dito/escrito acima e muito mais que não cabe em um texto de felicitações, a gente, os Tavares, ama essa menina.

Paula, que teu novo ciclo seja ainda mais produtivo, saudável, rentável e que tudo que couber no seu conceito de felicidade se realize. E que tua vida seja longa, por pelo menos mais uns 100 novembros. Tô feliz pelo teu ano novo particular , prima. Tu mereces todo o amor que houver nessa vida. Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário.

Elton Tavares

Hoje é dia de Marina – Por Lorena Queiroz

Por Lorena Queiroz

Meu presente chegou em 18 de novembro de 2009, exatamente um mês antes do meu aniversário. Foi meu presente. É meu presente e ainda nesse lance de semântica, está no meu presente, pois sabemos que o agora é o melhor que sempre teremos.

Há 13 anos ganhei uma alma amiga de presente. Veio cheia de brotheragem, inteligência e a boa malandragem daqueles que sabem viver e nutrem o mundo. Eu não gosto da ideia de almas gêmeas por me remeter às coisas inteiras que se dividiram. Acredito em espíritos afins, nas almas que se completam. A nossa completude está nos nossos dias. Nós somos os momentos que dançamos na cozinha sob a voz de Maria Bethânia, cantando; “Eu sou a chuva que lança a areia do Saara sobre os automóveis de Roma. Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara”. Somos as nossas conversas sobre Gilberto Gil falar de autoconhecimento em Tempo rei. Nós somos o mar quando colhemos as conchas na praia. Nós somos a arte que o nosso amor produz nos mais breves e singelos momentos do nosso cotidiano. E esses dias, essa vida e as bênçãos do universo não colocaram apenas uma filha na minha vida. Puseram também uma criatura que consegue enxergar o mundo de uma maneira incrível e que coloca o coração para trabalhar através da pintura e da escrita. Todos sentem, mas poucos conseguem imprimir da forma mais bela e precisa esse olhar, o olhar da artista. Pois é essa a sua alma, minha filha. A alma do artista que capta as miudezas lindas que chegam em cada momento despercebido, nos detalhes e nas efemérides que nascem e se vão. Nos dias de Marina.

Eu aprendo com você e passei a amar mais o mundo depois que você chegou nele. Nossos corações vão sempre andar juntos. Você não é a alma que me completa. Você é o espírito que me transborda.

Parabéns minha filha. O tempo é seu e hoje é dia de Marina.

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site, além disso é escritora contista e cronista. E, ainda, mãe de duas meninas lindas, prima/irmã amada deste editor.

Homenagem, despedida digna e muito amor familiar #Familia

Na última quarta-feira (2), no Dia de Finados, fui com minha família ao município de Mazagão Velho, a cidade mais antiga do Amapá. Lá, às margens do Rio Mutuacá, espalhamos as cinzas de minha avó Perolina Espíndola Penha Tavares, nossa amada “Peró”, que partiu em 2021 (vítima da Covid). Na época da passagem de nossa matriarca, não teve velório, por conta das restrições da pandemia. Ontem sim, foi um dia de despedida digna, gratidão e muito amor familiar. Uma cerimônia simples, mas linda e emocionante.

Fomos em comboio, passamos por Mazagão, cidade natal de minha avó e de seu marido, vô João, também falecido e seguimos para Mazagão Velho. Vovó, inclusive, foi a primeira dama da cidade, quando o vovô foi prefeito do Mazagão, antes de ser preso no Golpe de 1964.

Lá eles namoraram, casaram e constituíram família. Meu pai, Zé Penha e meus tios Maria e Pedro, nasceram no Mazagão. Os filhos mais novos do casal, Socorro e Paulo, nasceram em Macapá, onde minha família paterna é uma das pioneiras. Meu vô partiu em 1996 e meu pai depois dele, em 1998.

Mas a família Tavares preserva a dignidade, o respeito e a amizade, fundamentais para a vida, aprendidos no Mazagão e trazidos para a capital amapaense.

Fomos eu, Bruna (minha namorada), meus tios Sanzinha (irmã da vovó), Maria, Pedro, Paulo (filhos da Peró), Dacivone e Lúcia (esposas dos meus tios Paulo e Pedro) e primos Maurício, Silvana, Adriano, Pedro Júnior, Ana Paula e Elder.

Antes de espalharmos as cinzas da vovó e lançarmos flores ao Rio, fizemos orações e alguns de nós falamos sobre a gratidão em relação à Peró, que era realmente só amor para com todos ali.

Vó Peró e minha sobrinha Maitê Tavares – Foto: Elton Tavares

Perolina partiu com 94 anos. Teve uma vida longa e feliz. Venceu inúmeras situações tristes e complicadas em sua jornada, sempre com altivez e serenidade. Foi uma dama sábia. Vovó foi um exemplo de pessoa bem sucedida, mulher extraordinária, uma pessoa sensacional, ponderada, discreta e bem humorada. Sempre teve muita força em toda sua delicada forma de existir.

Aquele dia foi uma experiência linda, repleta de amor, saudades e gratidão pela luz e amor que a Peró sempre emanou aqui, com sua existência inesquecível e a bondosa força que tanto nos ensinou.

Todos nós sentimos saudade todos os dias. Nosso amor vem das vidas passadas, atravessou esta e com certeza a próxima. Seguimos aqui, certos do amor que recebemos e que sempre honramos. Agradeço a todos pelo dia de ontem. À Peró, dedico este texto. Um beijo em ti, vovó. Estejas tu nas estrelas ou em qualquer lugar, além do meu coração. Amo-te, pra sempre. Até a próxima vez!

“Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez” – Trecho do poema Filtro Solar, de autor desconhecido. Isso também serve para seus avós ou afetos em geral. Esse texto é uma memória afetiva de uma reunião porreta de minha família.

Fotos, filmagem e edição de vídeo: Bruna Cereja.
Texto: Elton Tavares

Professor Enilton Cardoso gira a roda da vida. Feliz aniversário!

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste vigésimo oitavo dia de outubro, Enilton Cardoso gira a roda da vida. Parabenizo o cara, pois ele é um figura bruto, mas dedicado à família e amigo dos amigos. Tenho a sorte de estar entre os que ele estima.

Enilton é professor de educação física aposentado, pai dedicado, avô amoroso e marido da minha mãe. Além de funcionário público, Enilton foi árbitro de futebol e um grande atleta (literalmente, pois o cara é porrudo) na época do ex- Território Federal do Amapá, nos anos 60 e 70.

Ele é um cara muito honesto que trabalhou muito para criar os filhos. Às vezes, fala além da conta, mas é um cara correto. Eu e Enilton já tivemos nossos problemas, mas já tem tempo que ele é um amigo. Estamos de boas, graças a Deus.

Enilton já quebrou vários galhos para mim e para o meu irmão, Emerson. Ele faz parte da nossa família há quase 20 anos e o mais importante é que ama e cuida da minha mãe. Sou grato por tudo que ele fez e faz.

Por tudo dito/escrito acima, Enilton, desejo que tenhas saúde acima de tudo. Que sigas feliz, de cabeça erguida e sempre com essa coragem que tens. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. E que tua vida seja longa, repleta de momentos porretas. Você merece. Parabéns pelo seu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Minha avó materna, Cacilda Neves Vale, fez a passagem

Cacilda Neves Vale,

Na madrugada de hoje (19), após um longo período de luta contra enfermidades causadas pela idade, Cacilda Neves Vale, minha avó materna, fez a passagem. Ela tinha 92 anos. Vovó teve, ao todo, 12 filhos, 26 netos e 14 bisnetos.

Sou razoavelmente bom em escrever textos de parabéns, mas não obituários. Difícil demais falar de mortes de entes queridos.

Mamãe e vovó

Uma palavra que define a vovó é honestidade. Ela foi uma mulher que venceu as adversidades de sua longa vida com altivez e coragem, sempre com o apoio de seus filhos. A mãe, avó e bisavó que ela foi sempre ajudou todos os seus filhos e netos, fosse com um conselho, alimentação, dinheiro, orações, entre outras missões que uma matriarca possui.

Faço minhas as palavras da minha mãe, filha dela: “Cacilda não precisou ter ciência, bastou que tivesse muita coragem e determinação para a nossa criação e educação. Com alma generosa, se empenhou em favor de sua família, sempre pronta para perdoar e reconciliar. Esforçando-se para não desanimar e consolar”. É exatamente isso, vovó Cacilda sempre foi uma senhora amável, batalhadora e bondosa.

Vovó comigo e meu irmão.

Sempre guerreira, vovó lutou muito pela vida. Nunca fui, como o meu irmão é, um neto agarrado com a vó , mas isso não significa que eu não a admirasse ou amasse. Tenho muitas memórias afetivas com a matriarca da minha família materna. O fato é que sentiremos saudades. Hoje é um dia triste. Até a próxima vez, Cacilda. Que a senhora siga na paz e pela luz.

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez” – Trecho do poema Filtro Solar, de autor desconhecido.

Elton Tavares