Prefácio do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de Elton Tavares, lançado ontem (22) – Por Fernando Canto

Foto: Flávio Cavalcante

Por Fernando Canto

O jornalista Elton Tavares me elegeu para escrever o prefácio do seu segundo livro de crônicas. Faço na boa, pois sei que estou remetendo o leitor a uma série de informações e sentimentos de um escritor que prima pela boa qualidade de seus textos.
É isso!

Seu bordão exprime tudo. Apesar de incontestavelmente realizar registros citadinos, se emociona fácil com as coisas belas. E mesmo que diga “já deixei de ficar preso à memória há tempos”, insisto que sua crônica registra sua contemporaneidade e fatos narrados no tempo. Ou não seria crônica e esta não viria etimologicamente de cronos. E não é porque o escritor esteja preso a seu espaçotempo, linha dimensional que se circunda irrestritamente de filetes memoriais. Sem dúvida, suas lembranças poderiam explodir nas sessões que faria “com um analista amigo meu”.

Ao falar de si, Elton Tavares se torna um paradoxo ambulantes se é que não é um oxímoro. Tem mais: ele fala de si mesmo como se colocasse palavras nas nossas bocas leitoras, latentes bocas do inferno, bocas devoradoras de letras e de pensamentos Tavarianos, pois diz claramente da soberba dos outros que todos nós gostaríamos de dizer.

Baseado (Hehehe!) na eterna frase de Vinícius, que se referiu ao uísque “como o melhor amigo do homem, pois é o cachorro engarrafado”, digo sempre que o celular é o melhor amigo do escritor, porque além de nos dar condições de armazenar ideias por meio de uma série de aplicativos, ainda permite que a escritura longa flua fácil, pronta para ser postada se o autor assim o quiser.

Mas esse aparelhinho nas mãos do Elton Tavares é um arquivo quente de tudo urgente. Sugere fotos, matérias e outras memórias ácidas ou suaves como um bálsamo das quais o autor se vale para exprimir seus pensamentos e ilustrá-las com maestria.

Eu admiro isso e me espanto com a velocidade da informação que surge do manuseio eletrônico e da sua intimidade com a comunicação na internet. Bom, ele é jornalista, né? Estabeleceu sua práxis, modo, estilo e atualização profissional com que se vale para exercer seu ofício e como cronista no limbo da virtualidade, por meio de suas “blogagens” e “saitagens”, dos quais diz (caradamente) e afirma ser um viciado.

Fernando Canto, o maior escritor vivo do Amapá e Elton Tavares – Foto: Sal Lima

Sua generosidade na blogagem é conhecida por todos os segmentos artísticos e culturais do Amapá: desde a linha eterna do Rock in Roll à música local, das artes plásticas às diversidades religiosas, questões de gênero e debates científicos. Mas é, sobretudo na literatura, que o ET desta terra publica sem frescura nenhuma incentivando, assim, nossa produção literária. Eu que o diga. Porém, escutem, amigos jacarés vacinados, ele incentiva primando pela qualidade e pelo compromisso dos contemplados não serem os “sem noção!” ou portadores de “galassequice”, como já falou na minha lata.

Elton é uma espécie de chiclete Adams da sua família. Podem conferir em algumas peças deste livro. E ele é “caralhadamente” sincero em suas posições, o que lhe dá um ar gordoaltivo de uma personalidade terrivelmente autêntica.

Tudo isso transparece em seus textos, pois afinal, ele mesmo diz: “uma boa crônica parece mais uma daquelas cervas véu de noiva de garrafas enevoadas, na taça, claro”. Ele revolve o tempo com um humor memorial-perturbador, como no caso da Santa Inquisição do Fofão, onde lembrei da psicose coletiva da episódica Operação Engasga-Engasga na Macapá provinciana de 1973. O autor vai a fundo e se projeta no futuro com as histórias das Lives musicais da pandemia. É prosaico na escolha de temas como a crônica sobre as vizinhas fofoqueiras e o “proibido peidar”, dístico escatológico do Empório do Índio, uma figuraça da cidade.

Enfim, o cara escreve sobre felicidade com o mesmo descolamento que fala sobre plágio jornalístico, cinema e futebol. Esses cenários enriquecem o livro, se considerarmos a variação e o significado do conjunto dos textos nele contido. Mas ele também é um espelho de confissões não-planejadas, vindas diretamente do pélago oceânico da alma e dos sentimentos do cronista, assim como um peso irônico, mas verdadeiro.

Para mim, esta obra também se apresenta, às vezes barulhenta, como o vento gerado pelas asas de uma ave gigante, mas que se torna amenizadora do calor equatorial e deixa no ambiente o perfume da autenticidade.

“- É isso!”

Cultura: Secult/AP viabiliza estrutura para a realização da XXVI edição do Encontro dos Tambores

Após um ano sem acontecer, o Encontro dos Tambores voltou à sede da União dos Negros do Amapá (UNA) com a 26ª edição. O evento começou na quarta-feira (17) e segue até do dia 2 de novembro, recheado com atrações musicais, dança, artesanato e culinária negra.

A festividade conta com o apoio total e estrutura da Secretaria de Estado e Cultura do Amapá (Secult/AP) e visa valorizar a cultura preta do estado. A pasta viabilizou a contratação de: palco, som, iluminação, camarim, telão de led e tendas, além dos cachês dos artistas e grupos que se apresentam.

O ponto alto da programação será dia 20 com a Missa dos Quilombos e o inicio das apresentações dos grupos de Marabaixo.

A Secult segue firme e forte no objetivo de continuar fomentando a cultura no nosso estado, principalmente nesse momento pandemico. O Encontro dos Tambores é o nosso alicerce cultura e resgata nossas tradições de matrizes africanas. O investimento na festividade também gera renda! Assim como nos anos passados, seguimos no trabalho pela identidade cultural de nosso povo”, salientou o titular da Secult/AP, Evandro Milhomen.

Encontro dos Tambores 2021

Comissão Organizadora do Encontro dos Tambores elaborou a programação do tradicional evento que faz parte do calendário cultural amapaense e é registrado como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amapá.

O Encontro dos Tambores que teve sua primeira edição em 1995, no Curiaú, é um evento que reúne comunidades negras do Estado do Amapá que mantêm vivas os costumes e tradições de seus ancestrais. A programação agrega diversas atividades no mês de novembro, tendo seu ponto alto o dia 20 de novembro, Dia Nacional e Estadual da Consciência Negra e a apresentação das comunidades de diversas regiões do Estado.

PROGRAMAÇÃO

18/11 quinta-feira – 19:00 Programação Afro religiosa “Especial Tambores do Candomblé

19/11 sexta-feira

18h – Desfile de moda Afro Infantil
19h – Concurso Mais Bela Negra, Mais Belo Negro e Beleza Diversidade
21h – Grupo Kazumba Akele (Poesia)
23h – Show com Mayara Braga

20/11 sábado: Dia da Consciência Negra

17h – Hip Hop Neilton e Mc Leléo
19h – Rufar dos Tambores
19h:30min – Missa dos Quilombos
Após a missa – Apresentação de grupos tradicionais de marabaixo e batuque em homenagem póstuma às personalidades negras – “Mestras e mestres da cultura: Uma história de vida em versos e toques”
21h:30min – Filhos do Criaú
22h – Berço do Marabaixo e Herdeiros da Tradição
22h:30min – Marabaixo Raimundo Ladislau, Marabaixo do Laguinho e Ancestrais
23h – Mojap e Glorioso São José

21/11 – domingo – Apresentação das comunidades

20:00h – Filhos de São Tomé
20:20h – Batuque de São Pedro dos Bois
20:40h – Zimba do Cunani
21:00h – Raízes de Mazagão Velho
21:20h – Azebic – Associação Zeca e Bibi Costa
21:40h – Foliões de São Benedito de Mazagão
22:00h – Santa Luzia do Maruanum

22/11 – segunda-feira – Apresentação das comunidades

20:00h – União Folclórica de Campina Grande
20:20h – Herdeiros do Marabaixo
20:40h – São José do Mata Fome
21:00h – Santo Antônio do Matapi
21:20h – UFIL – União Folclórica do Igarapé do Lago
21:40h – Marabaixo Tia Sinhá
22:00h – Associação Cultural São Tomé de Mazagão
22:20h – Grupo Manoel Felipe

23/11 – terça-feira – Apresentação das comunidades

20:00h – Raízes do Marabatuque – Ilha Redonda
20:20h – Dica Lemos – Areal do Matapí
20:40h – Geração Torrão do Matapí
21:00h – Raízes do Bolão
21:20h – Grupo Cultural Ajudante
21:40h – Grupo Malocão do Pedrão
22:00h – São João do Matapí
22:20h – Raízes da Favela

24/11 – quarta-feira – Apresentação das comunidades

20:00h – Marabaixo do Artur Sacaca
20:20h – UDNSC –
20:40h – Marabaixo da Gungá
21:00h – União Folclórica de Ilha Redonda
21:20h – Marabaixo do Ambé
21:40h – São Sebastião do Igarapé do Lago
22:00h – Irmandade São José da Pedreira
22:20h – Movimento Estrela do Renascer
23:00h – Reggae

25/11 quinta-feira: Aniversário da UNA – União dos Negros do Amapá

15h as 18h – Rodas de Capoeira
18h as 19h – Cerimônia de Aniversário da UNA e o 1º Festival Gastronômico Afro Amapaense Tradicional
19h -Marabaixo Os Guardiões
19h:20min – Bloco Kulembé
19h:40min – Grupo Bumba Meu Boi Cavaleiro de São Jorge
20h – Universidade de Samba Boêmios do Laguinho
21h – Show Cultural Banda Afro Brasil

02/12 quinta-Feira: DIA NACIONAL E ESTADUAL DO SAMBA

18:00 – Samba de Terreiro
19:00 – Samba de Jorge
20:00 – Pagode do Maradona
21:00 – Cafú Rotasamba
22:00 – Trio Bom Ki Só
23:00 – Pagode dos Moreiras
00:00 – Grupo Sambarte

Texto: jornalista Caio Coutinho – Contribuição: Elton Tavares

Pinturas retratando o marabaixo e a cultura negra do AP são expostas na Biblioteca Elcy Lacerda

Exposição “Aonde tu vai rapaz, por esse caminho sozinho” — Foto: Núbia Pacheco/Rede Amazônica

Por Núbia Pacheco

Artistas plásticos do Coletivo Imazônia estão expondo na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, no Centro de Macapá, pinturas que remetem à mais tradicional cultura do estado: o Marabaixo. Podendo ser acompanhada até 3 de dezembro, a exposição apresenta traços da cultura negra do Amapá.

Chamada “Aonde tu vai rapaz, por esse caminho sozinho”, a exposição enfatiza a força do batuque, a dança do marabaixo, a vida do ribeirinho amazônico assim como símbolos da cultura macapaense.

Exposição “Aonde tu vai rapaz, por esse caminho sozinho” — Fotos: Núbia Pacheco/Rede Amazônica

A abertura foi na sexta-feira (19) e as obras podem ser contempladas em dias úteis, no horário de 8h às 12h.

É a segunda exposição do Coletivo Imazônia patrocinada pela Lei Aldir Blanc, que prevê auxílio financeiro ao setor cultural, após ter sido duramente afetado pela pandemia de Covid-19

“A questão regional foi bem peculiar, porque era muito voltada para a Europa, a arte. Vamos apurar um pouco, trazer a nossa metodologia, um pouco da nossa história”, comentou o artista plástico Roque Brandão.

Exposição “Aonde tu vai rapaz, por esse caminho sozinho” — Foto: Núbia Pacheco/Rede Amazônica

Além de Roque, o Imazônia é formado por outros 14 artistas visuais, que são: Leila Silva, Rômulo Bispo, Claudio Santos, Kleber Alves, Rodrigo Silva, José Borges, Sally Vinagre, Susy Aguiar, Maria Luiza, Raullian, Adalto, Adriane Corrêa, Osiel Silva, além do coordenador Mário de Souza.

Serviço:

Exposição “Aonde tu vai rapaz, por esse caminho sozinho”
Local: Biblioteca Elcy Lacerda (Rua São José, número 38, bairro Central)
Horário: de segunda a sexta, de 8h às 12h (até 3 de dezembro)
Entrada: gratuita

Fonte: G1 Amapá.

“Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”: 2ª livro de Elton Tavares é lançado nesta segunda-feira (22)

Viradas do cotidiano intenso e surpreendente povoam as páginas do segundo livro do jornalista Elton Tavares, fundador e editor do site De Rocha, portal mais do que enraizado nas buscas de internet dos amapaenses e fonte de cultura desde 2009. O lançamento de “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo” acontece nesta segunda (22), em um dos ambientes mais visitado e revisitado pelo autor, Bar e Restaurante Station 57.

Livro “Crônicas De Rocha – Sobre bênçãos e canalhices diárias”, lançado em 2020, foi o primeiro do autor- Foto: Flávio Cavalcante.

Assim como na primeira coletânea, lançada em 2020, o jornalista volta a envolver o leitor em histórias que acontecem no dia a dia de Macapá e em sua vida pessoal. Com linguagem coloquial que aproxima e convida o leitor a mergulhar na narrativa dessa construção repleta de tanta verdade, que é possível se sentir dentro das “estórias”. Assuntos inusitados, porém vivenciados, como a reclamar por ter que usar uniforme, como também, sonhando com uma máquina do tempo cinematográfica ou sentindo o cheiro da educada, elegante e sábia, vó Peró. Relatos e mistérios surpreendentes que somente a boa literatura poderia revelar.

Como grande é o universo descrito nas páginas do “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, ainda maiores são os integrantes desse projeto liderado por Elton. As ilustrações são do artista plástico Ronaldo Roni, projeto gráfico e diagramação são assinados pelo publicitário Andrew Punk, projeto do produtor cultural e jornalista Daniel Alves e revisões da poeta Jaci Rocha e jornalista Marcelle Nunes.

Autor de diversas obras e lenda da cultura tucuju, o escritor Fernando Canto assina o prefácio do livro, deixando claro que se trata de uma experiência de imersão: “Ele fala de si mesmo como se colocasse palavras nas nossas bocas leitoras, latentes bocas do inferno, bocas devoradoras de letras e de pensamentos Tavarianos”.

As 43 crônicas que compõem o novo livro de Elton Tavares foram publicadas originalmente em seu site, o De Rocha. A obra foi realizada com recursos da Lei Aldir Blanc, executados pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult). “Há 12 anos o portal faz parte da vida cultural e política do amapaense, fico muito satisfeito em ver que o virtual é palpável e virou um segundo livro. Agradeço à Secult e ao secretário Evandro Milhomen pelo suporte e confiança, à equipe que me ajudou nesse trabalho e ao amigo Fernando Canto pelo apoio e incentivo”, ressaltou o autor.

Para Elton, a obra tem o intuito de materializar o imaginário e dar vida diária à memória e à identidade que todos os amapaenses carregam. “É isso que o De Rocha realiza há 12 anos: o olhar de muitos observadores, suas vivências, realidades e o modo de dizer meu, do Amapá e tudo que faz parte da construção histórica da nossa cultura, espero que gostem, é isso”, conclui.

Station 57, o local do lançamento.

Lançamento

O lançamento acontecerá no dia 22 de novembro, no restaurante Station 57. Bem frequentado, o aconchegante espaço reúne boa culinária, cervejas incontestavelmente geladas, vívida playlist e atendimento impecável. Localizado no coração de Macapá, a escolha do lugar para o momento é parte da garantia de uma noite agradável de confraternização entre amantes das palavras bem escritas.

Serviço:

Lançamento do Livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo” de Elton Tavares
Dia: 22/11/2021 (segunda-feira)
Local: Station 57
Endereço: Rio Plaza Shopping – Central, Macapá.
Horário: das 19h às 21h
Entrada franca
Apoio: Secult – Secretário Evandro Milhomen

Marcelle Nunes – Jornalista

Secult/AP apoia com estrutura de som: Centro de Educação Profissional de Música Walkíria Lima promove a 26ª Semana do Músico

Em comemoração ao Dia do Músico, celebrado em 22 de novembro, o Centro de Educação Profissional de Música Walkiria Lima (CEPMWL) realizará a, a partir das 18h de hoje (22), 26ª Semana do Músico, com o tema “Brindando o poder da música”. O evento, que encerrará na próxima sexta-feira (26), contará com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AP), que ficará responsável por toda a estrutura de som da programação.

A Semana do Músico tem como objetivo promover a difusão científica e cultural da arte musical no Amapá e o intercâmbio entre estudantes, professores e comunidade em geral. A ideia é aprimorar os conhecimentos específicos, bem como proporcionar novas experiências entre os participantes valorizando os cursos ofertados pelo Centro de Música.

A programação, realizada anualmente, iniciou em 1995, com a proposta de valorização dos professores e alunos da CEPMWL. Este ano, a Semana do Músico contará com recitais e concertos abertos ao público. E, ainda, oficinas voltadas para a população.

Serviço:

26ª Semana do Músico: brindando o poder da música
Data: 22 a 26 de novembro (de segunda até sexta-feira)
Hora: a partir das 18h
Local: CEP Walkíria Lima, localizado na Rua Eliezer Levy, nº 63, Centro – em frente à Praça das Bandeiras

Prédio do CEP de música Walkíria Lima fica situado no Centro, Zona Sul de Macapá — Foto: Rita Torrinha/G1

Programação:

Recitais de violão
Jennyferson Lobato – 22 de novembro (segunda-feira), às 18h
Antony Xisto – 23 de novembro (terça-feira), às 18h
Fábio Bartoloni – 24 de novembro (quarta-feira), às 18h
Wenderson Barbosa – 25 de novembro (quinta-feira), às 18h
Anthony Barbosa – 26 de novembro (sexta-feira), às 18h

Confira as oficinas
Oficina 1: Técnica vocal para Coros
Ministrante: Willame Belfort (pianista)
Dias: 24 e 25/11 (quarta e quinta)
Horário: das 14h às 17h
Público alvo: estudantes de canto, cantores, coralistas, preparadores vocais, regentes e pessoas interessadas
Vagas: 50

Oficina 2: Jogos teatrais
Ministrante: Grupo Beco Teatral
Data: 23/11 (terça-feira)
Horário: 8h às 11h
Público alvo: pessoas interessadas
Vagas: 15 (usar roupas leves)

As oficinas são presenciais e as inscrições podem ser feitas no formulário disponibilizado pelo CEP Walkíria Lima.

*Com informações do G1 Amapá.

Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo – Resenha de Marcelo Guido

Resenha de Marcelo Guido

Sem filtros e conta gotas, meu amigo Elton Tavares lança outro livro.

Com olhar peculiar que lhe é presente Elton Tavares , o ” Godão”, continua a saga diária de mascarar a realidade e dar um toque sutil como um coice de cavalo na mesmice do dia dia.

Como bom cronista, falador , amante da noite e de uma boa gelada, o autor consegue transcender entre o usual coloquial dos contos,  colocando de sua mesma forma o sabor literário em pequenas histórias.

A importância de cada frase escrita na montagem das estruturas não deixa o leitor desgrudar os olhos com medo de perder algo que vai fazer falta no final de cada texto, poucos caras conseguem isso ao escrever.

A pena na mão direita,  ou a frieza das duas cutucando um teclado coloca cada ponto, vírgula,  exclamação, interrogação ou final uma pequena parte da alma do autor, ” Papos de Rocha” , está longe de ser um mero recorde do genial ” Crônicas de Rocha” lançado a um tempo atrás.

Seja falando da ” Saudosa Drop’s e Heroína “, ou de personagens corriqueiros ” Pobre Soberbo”, ou um relato fiel do ponto de vista de fã sobre a Litte Big e pior a narrativa constante sobre o maldito gol do Petkovic (foda-se) , o autor se mostra genial na arte do ” Eltontavarismo“, licença poética/termo inventado por mim.

O exemplar conta ainda com as belas ilustrações do Ronaldo Rony, um outro gênio maluco, o que dá um ar de sarcasmo e sagacidade ou seja muito sacana.

” Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, foge do usual, deixa o comum para trás e transforma a leitura em algo salutar, botando para escanteio o trivial.

Uma boa pedida com cerveja gelada, cigarros Free e outras coisitas mais.

Recomendo.

Vale a pena conhecer e conferir!

*Marcelo Guido é jornalista, pai do Bento e da Lanna, além de maridão da Bia.

Concertos Sesc Partituras celebra Dia do Músico com Trio Son@rt

O segundo Concertos Sesc Partituras de 2021 apresenta, nesta segunda-feira (22), o Trio Son@rt, em uma homenagem ao Dia do Músico. Com entrada gratuita, a apresentação musical acontece no auditório do Centro de Educação Profissional de Música Walkíria Lima, a partir das 19h. O público é limitado.

No repertório, os músicos do Trio Son@rt vão executar obras para solistas em flauta, canto e piano, todas assinadas por compositores brasileiros. São eles: Alberto Costa, Alberto Nepomuceno, Lorenzo Fernandez, Flávio Régis Cunha, Francisco Paulo Mignone, Gilberto Mauro e Patápio Silva.

O Trio Son@rt é composto por Vera Vigário (canto), Tãnisa Silvana (piano) e Carlos Batistella (flauta transversal), músicos do Walkíria Lima.

Concertos Sesc Partituras – o projeto visa difundir o patrimônio musical brasileiro de tradição escrita, e incentiva o desenvolvimento de intérpretes e compositores de todas as regiões do Brasil. É uma biblioteca virtual de música composta por partituras digitais.

Serviço:

Vânia Pena – coordenadora de cultura do Sesc Amapá
Haynan Iago Araújo – Assessor de Comunicação
E-mail: [email protected]
Cel/WhatsApp (96) 98115-7855

Secult/AP felicita os tocadores do Amapá pelo Dia Nacional do Músico

Violonista Nonato Leal – Foto: Márcia do Carmo

Neste dia 22 de novembro é celebrado o Dia Nacional do Músico. Por conta da data, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) vem a público parabenizar todos os tocadores do Estado. O músico pode ser arranjador, intérprete, regente e compositor.

O Dia do Músico é celebrado no dia 22 de novembro em homenagem à figura de Santa Cecília, considerada a padroeira dos músicos, de acordo com a tradição católica. Esta data homenageia os artistas que interpretam melodias e harmonias que encantam a humanidade há milhares de anos.

No Amapá, temos incontáveis músicos talentosíssimos, que apesar das adversidades da carreira, nunca desistem desta sublime arte e de alegrar nossas vidas com sua música, fundamental para nossa identidade cultural, lutas e esperança em dia melhores. Hoje, festejamos nossos tocadores e nos comprometemos em seguir no apoio à valorização desta essencial vertente artística, pois a música aqui produzida nos faz ímpar no Brasil, aqui na Amazônia e no meio do mundo. Parabéns aos músicos amapaenses e os que vieram de fora para enriquecer a nossa musicalidade“, pontuou o titular da Secult, Evandro Milhomen.

Poesia de agora: O fim do mundo – @alcinea

O fim do mundo

Quando disseram
que o mundo ia acabar
Tia Lila pegou seu terço
e pôs-se a rezar.

O dono da venda
dividiu toda a mercadoria com seus funcionários
e distribuiu o dinheiro do caixa para os mendigos.

A recatada dona Clotilde
jogou-se aos pés do marido
e implorando perdão
confessou que o tinha traído com o compadre.

Seu Joaquim, um santo homem, ajoelhou-se no meio da rua
ergueu as mãos para o céu
e pediu perdão a Deus pelos assassinatos que cometeu
como matador de aluguel.

No dia seguinte
o dono da venda pedia esmolas,
a recatada Clotilde, expulsa de casa,
foi morar num velho puteiro,
Seu Joaquim foi preso.

Só Tia Lila continuou do mesmo jeito.
De terço na mão continuou rezando
e entre uma oração e outra murmurava:

– É mesmo o fim do mundo
– Dona Clotilde, hein, quem diria?
– Seu Joaquim com aquela cara de santo, hein!
É o fim do mundo!
É o fim do mundo!

Alcinéa Cavalcante

A arte chega antes – Por Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Poema de Marven Junius Franklin para Lorena Queiroz.

Por Lorena Queiroz

É engraçado como as artes em geral alcançam as pessoas, seja através da música, pintura ou, como no meu caso, a escrita. Amizades nascem pela simples troca que temos ao ler ou ser lido. E isso é gratificante e inenarravelmente genuíno, pois doamos parte de nós a cada frase, em cada letra que colocamos com sangue, suor e muitas, mas muitas lágrimas que são impressas em cada linha escrita. Tudo isso somos nós, é parte do que levamos dentro do peito e que distribuímos como doces na festa de Cosme e Damião.

Eu sou admiradora do trabalho do nosso querido poeta Marven Junius Franklin, um amigo que, por mais incrível que pareça, não conheço pessoalmente. Como já disse anteriormente, amizades nascem pela simples troca do que doamos, a arte chega antes. Simplesmente por ter muito mais de nós em tudo que colocamos no papel. Eu disse tudo isso para agradecer o imenso carinho que recebi hoje de meu amigo poeta. O melhor dos afagos, o poema.

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site, além de prima/irmã amada deste editor.

Poesia de agora: Condição Atmosférica – (@cantigadeninar)

Condição Atmosférica

Amapá:
leves pancadas de chuva
sexta-feira, 36°C
não esqueça o guarda-chuva

o mormaço se levanta
nuvem espessa, muita lama
nos jornais a apresentadora avisa:
dia quente, meio-dia

fim de tarde:
vento forte, umidade…

o homem meteorológico
não consegue prever o tempo.

Lara Utzig

Modamazon Sebrae 2021 continua hoje

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Amapá (Sebrae), realiza o Modamazon – Maracá e Cunani ‘Humanizar a moda através da nossa história’. O evento apresenta a moda local, por meio de desfiles e exposição, na sede da instituição, no próximo final de semana, dias 20 e 21, sábado e domingo, das 16h às 22h, respectivamente. O objetivo, é reunir empresários de pequenos negócios, produtores de moda, lojistas, trade turístico e potenciais compradores.

Segundo o gestor de projetos da Unidade de Atendimento Coletivo do Sebrae no Amapá – Comércio e Serviço (UAC-CS), Rômulo Brasão, as culturas Maracá e Cunani/Aristé, são parte do patrimônio material deixado por grupos indígenas que habitaram a região do Amapá, no primeiro milênio Depois de Cristo, até pouco tempo depois do início da colonização.

“Os criadores desta edição passaram por capacitações junto ao Sebrae, voltadas ao setor fashion e gestão, com destaque ao Marketing Pessoal, Precificação, Atendimento ao Cliente, Montagem de Painel de Inspiração, Cartela de Cores, Culturas Indígenas Arqueológicas Maracá e Cunani/Aristé, Criação de Produto, e Colorimetria – Universo das Cores”, disse o gestor de projetos da UAC-CS/Sebrae/AP, Rômulo Brasão.

Identidade

De acordo com o gestor de projetos da UAC-CS/Sebrae/AP, Rômulo Brasão, as culturas Maracá e Cunani/Aristé, são parte do patrimônio material deixado por grupos indígenas que habitaram a região do Amapá no primeiro milênio depois de cristo até pouco tempo depois do início da colonização.

Desde o século dezenove esse patrimônio material indígena vem sendo estudado por vários pesquisadores, principalmente da arqueologia, que através da análise dos objetos e dos lugares onde eles foram encontrados (sítios arqueológicos) trazem informações sobre as populações que habitaram nosso estado antes dos europeus.

Para o empresário e um dos idealizadores do Modamazon, Driko Peixoto, as peças cerâmicas Maracá e Cunani/Aristé foram cuidadosamente elaboradas, com riqueza de detalhes moldados ou pintados, mostrando as grandes habilidades técnicas dos artesãos do passado e a beleza da cultura material indígena.

“A beleza dos objetos Maracá e Cunani/Aristé pode ser conferida em suas formas, cores e desenhos variados, que hoje servem de inspiração para muitos artistas, artesãos, criadores de moda, que encontram nessas culturas uma referência de arte, identidade étnica, cultural e histórica para suas produções”, informa o empresário e um dos idealizadores do Modamazon, Driko Peixoto.

Para ele, as culturas Maracá e Cunani/Aristé, juntamente com várias outras culturas antigas e contemporâneas, mostram que o estado do Amapá, desde muito tempo, é povoado por vários grupos indígenas distintos, de culturas diversificadas, que possuem grande riqueza histórica, cultural e material. E a partir destes referenciais que se busca resgatar a história e identidade cultural indígena, e apresentar uma parte dessa riqueza.

“Através da nossa história vamos humanizar a moda, pois humanizar vai além de incluir padrões; humanizar é levantar bandeiras e trazer para o meio, segmentos invisíveis por muitos”, finaliza o gestor de projetos da UAC-CS/Sebrae/AP, Rômulo Brasão.

Parceiros

Para que esta edição do Projeto Modamazon aconteça, o Sebrae conta com o apoio da Arqueóloga Carla Matos; Consultora de Imagem e Estilo Leilane Isackson; Simone Costa Make; Rafael Brito Produções; Sattere Music; e Agência Topaza.

Programação

Data: 20.11.2021 – Sábado

1ª Noite

Coleção: Ximē Dãbuá

Aramari da Amazônia

Coleção: Brasilidades

Driko Peixoto Underwear

Coleção: Nós, do Quilombo!

Associação de Mulheres Quilombolas

Coleção: Dona de Si

Irene Gama Moda Autoral

Coleção: Vem para o Araguari

Associação Mãos de Fada.

Coleção: Celebrando Belezas

Fios Quilombolas

Data: 21.11.2021 – Domingo

2ª Noite

Coleção: Cores do Brasil

Arte Laços

Coleção: Amanhecer

Camapu

Coleção: Ufania

Empório Vakeska Cardoso

Coleção: Estação Tucuju

Semente nativa

Coleção: Destinos do Amapá

Karina Guedes Crochê Design

Coleção: Tun Bere

Alika Brand.

Exposição/ Produtos

Amarari da Amazônia

Biojóias (acessórios)

Driko Peixoto Underwear

Sungas (vestuário)

Associação de Mulheres Quilombolas

Camisas

Irene Gama Moda Autoral

Vestuário e Bolsas

Associação Mãos de Fada.

Camisas

Fios Quilombolas

Vestuário e acessórios

Arte Laços

Acessórios (laços e tiaras)

Camapu

Vestuário

Empório Vakeska Cardoso

Vestuário e acessórios

Semente nativa

Acessórios (biojoias)

Karina Guedes Crochê Design

Vestuário

Alika Brand.

Vestuário e acessório

Artesanato

Camila Ferreira

Cadernos feitos a mão

Luciana Souza

Marabaxeiras, biojoias e peças de crochê

Lucidalva Silva

Biojoias em madeira, sementes, escamas de peixe e côco

Adriana Almeida

Sabonetes artesanais

Ezequiele Moraes

Peças em cerâmicas – Maracá e Cunani

Alex Pantoja

Peças em acrílico, ferro e verniz

Ester Resende

Peças decoradas

Gastronomia

Restaurante Shekinah

Kátias Buffet

Homamede Burger.

Serviço:

Denyse Quintas
Sebrae no Amapá:
Unidade de Marketing e Comunicação: (96) 3312-2832
Central de Relacionamento: 0800 570 0800

Poesia de agora: Uma cidade no meio do mundo – Pat Andrade

Fotos: Raimundo Manoel Fonseca

Uma cidade no meio do mundo

a cidade que mora em mim
reside entre a igreja e o teatro
se reflete nas águas do lago
caminha pela serrano
e corre pela independência
até o meio do mundo

essa cidade
embriaga-se de rio
e renasce na floresta
toma açaí do grosso
come camarão no bafo
mata a sede com água de poço

é essa cidade
que ama as mulheres do igarapé
dança marabaixo e batuque
no largo dos inocentes
e dorme tranquila
nos braços de São José

Pat Andrade

Illan do Laguinho terá exposição no Encontro dos Tambores

Quem quiser conhecer parte da história do músico e compositor Illan do Laguinho, o Centro de Formação Político e Cultural que tem o seu nome, estará levando até o Centro de Cultura Negra do Amapá, no Laguinho, no dia 20 de novembro, a partir das 18h, como parte da programação do Encontro dos Tambores, o memorial Illan do Laguinho.

Dentro do memorial os visitantes encontrarão registros fotográficos, acervos e peças originais do artista como; vestuário, discos, letras de músicas, instrumentos musicais, CDs, DVDs, entre outros.

O Memorial Illan do Laguinho tem seu espaço permanente no Bairro São Lázaro, onde o artista morou, e hoje, é onde fica localizado o Centro de Formação Político e Cultural Illan do Laguinho, projeto idealizado pelo seu irmão, hoje vereador Claudiomar Rosa.

Histórico Illan do Laguinho

Aparado pelas mãos da parteira tia Izabel Cardoso do Nascimento, mãe da saudosa “Tia Fé”, nascia em Macapá, no dia 12 de maio de 1960, nos campos do Laguinho, aos redores do “Poço da Boa Hora, José Illan Rosa da Silva.

Pai de cinco filhos e casado com a dona Maria das Graças, desde 1985, Illan trilhou vários caminhos na vida pública, começando em 1982, como motorista e chegando ao cargo de policial civil, incentivando a graduar-se no curso de bacharel em direito, em 2007, e pós-graduando em práticas processuais.

Em 2011, Ilan é eleito conselheiro tutelar da zona norte de Macapá, chegando em 2014, a assumir a presidência do colegiado.

Seus primeiros passos no universo artístico foram dados a partir dos sete anos e aos doze de idade, Illan participou do concurso de calouros do programa de rádio apresentado por Arnaldo Araújo, na Sede dos Escoteiros do Trem.

Já no carnaval, estreou como ritmista dentro de Piratas Estilizados, e em 1984, dentro da agremiação, venceu como compositor seu primeiro festival de samba, com o enredo em homenagem ao bairro do Laguinho. A partir daí, participou de diversos festivais, dentro do carnaval amapaense e também carioca, na Imperatriz Leopoldinense, onde fazia parte da ala dos compositores.

Illan é autor da música “negro de nós”, escrita exclusivamente para a banda do mesmo nome. A música que foi dada pelo poeta, tinha a princípio, o título de “Dandara”, e que, a pedido da banda, virou “Negro de Nós”, tornando-se um sucesso no Brasil.

Um de seus últimos trabalhos é o samba de exaltação à Boêmios do Laguinho, gravado ao lado de Francisco Lino, Osmar Jr., Meio Dia da Imperatriz e Claudiomar Rosa. Illan nos deixou em 10 de maio de 2015.

Comunicação – Cláudio Rogério