Poema de agora: A Maiakovski. Poeta Russo – Luiz Jorge Ferreira

A Maiakovski. Poeta Russo

Um dia eles nem chegam!
Já estão escondidos nas sombras que nos acompanham, por todos os lugares.
E nós não vimos, nem sentimos seus cheiros podres, nem sentimos suas mãos nos pescoços.

Simplesmente porque ainda fazem isto só com os outros.

Certo dia em que estamos comprando ovos da Páscoa.
Eles entregam armas aos moleques sem cor dos aglomerados.
Mas com medo neste momento levantamos do sofá, e desligamos a Televisão para não saber mais disto.

Uma noite eleito por nós mesmos, eles se reúnem, e criam facilidades para o domínio.
Empilham placas na rua,
para que indefesos andemos a mercê dos sádicos.

Criam leis para retirar nossas armas, e facilitam a liberdade dos ladrões, e assassinos.

Mas como o domínio ainda nos permite ir a praia – Não protestamos.

Certo dia acordamos com eles em nossas casas, em nossas mesas, em nossas camas, em nossas almas.

Nesse dia, sentiremos seus cheiros podres, seus dentes podres, seus gestos bruscos, e seus torniquetes no pescoços.

Seremos proibidos de ir a praia, caminhar sob o sol, e inocentemente tomar sorvete.

Ansiosos vamos procurar reunir todos para criar uma saída.

Mas então! – Todos serão ninguém, e eternamente!
Será muito tarde.

Luiz Jorge Ferreira

 

* Do livro Tybum.

Há 11 anos: trampo e pororoca no Araguari, uma aventura no “Rio Encantado”

Há exatos 11 anos, viajamos, eu e a fotógrafa Márcia do Carmo, juntamente com uma equipe de técnicos da Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) para as localidades do Igarapé Novo e Bom Amigo. Essas duas comunidades, apesar de fazerem parte do território da capital do Amapá, ficam isoladas, localizadas no Rio Araguari.

A expedição foi denominada “Pororoca Solidária”, pois consistiu em ações sociais da PMM, em parceria com um grupo de surfistas da onda (fenômeno natural) homônima a missão nas referidas localidades. Duas embarcações fazem parte da ação, um barco de madeira de porte mediano e uma balsa, onde os surfistas nos seguem.

O barco, nomeado “Renascer I”, partiu para a foz do baixo Rio Araguari com 13 pessoas, sendo três homens na a tripulação (comandante Celso e os embarcadiços “Farinha” e “Botinho”) e a equipe da PMM (eu, Márcia, Gláucia, Renata, Sandro, Diléia, Adélia, Galma, Roberta e Débora) – pessoal gente boa, com quem dividimos trampo, andanças por quilômetros em pura lama, comida, água, picadas de mosquito, entre outras coisas.

A viagem de ida foi um pouco tensa, por conta de um estranho nevoeiro que surgiu às 4h da manhã . O piloto me disse que nunca tinha visto algo parecido e a visibilidade estava comprometida. Como se já não bastasse, a profundidade, cerca de 23m, não permitiu que o comandante ancorasse o barco, o que nos fez seguir – com velocidade mínima – totalmente cegos, pelo Rio Amazonas (por onde navegamos antes de chegar ao Rio Araguari). Mas correu tudo bem.

Eu e Márcia fizemos fotos lindas. As imagens vão desde a alvorada no Rio Araguari aos guarás (pássaros da região). As noites foram longas, muitos mosquitos. Haja repelente! Foi osso!

Fomos até a comunidade de Igarapé Novo. Andamos cerca de 1,5 km (distância para ir e o mesmo para voltar ao barco) com lama até o joelho até chegar às casas dos ribeirinhos onde distribuímos alimentos e fizemos o recadastramento deles no programa Federal “Bolsa Família”. Além disso, cruzamos com a TV Amapá (Globo local), que também cobriram a ação social da sexta-feira, na comunidade Bom Amigo. O dia foi proveitoso!

Após as missões de trabalho, a ansiedade de ver a Pororoca tomou conta da maioria de nós.

Na manhã de sábado, pela primeira vez na vida, vi e vivi a Pororoca. A grande onda dos rios da Amazônia. Foi muito melhor que eu imaginava. Eu, a fotógrafa Márcia do Carmo e três colegas esperamos a onda na “curva da onça”, local onde a Pororoca arrebentou sobre nós. O fenômeno nos atingiu e logo alagou a enseada onde estávamos. Aliás, ficamos em um local bem de frente para a onda. Foi sensacional!

No domingo, fomos novamente acompanhar a Pororoca, mas agora, de cima da lancha “voadeira”. Ficamos muito perto da grande onda. Pena que eu e Márcia fomos em embarcações diferentes. A que eu estava deu problema no motor e logo mudei para a lancha pilotada pelo prático Riley.

Já a que a Márcia estava, encalhou e foi pega pela onda. Graças a Deus ninguém se machucou. A adrenalina de estar na crista da Pororoca, mesmo em uma lancha, é incrível! As fotos falam mais que palavras.

Nosso retorno à Macapá ocorreu após o almoço de domingo. Todos extasiados pela visão e sacodes da Pororoca. A viagem de volta não foi tão tranquila, pois a maré estava revolta, mas chegamos bem.

A expedição foi uma experiência de vida inexplicável e única, que adorei ter vivenciado. Aprendi muito naqueles oito dias. Tudo bem que nem tudo foi como eu pensava nesta viagem. Mas nossa missão foi cumprida.

Obrigado a todos que viveram esses momentos comigo, pois foi demais paid’égua e inesquecível. Saio dessa odisseia maravilhado com a beleza da região, com a Pororoca e peculiaridades do Araguari que como cantou Amadeu Cavalcante: é um rio encantado! É exatamente isso!

Parafraseando outro poeta, Gonzaguinha (que hoje completa 33 anos de embarque para o além) disse: “o movimento da vida não deixa que a vida seja sempre igual”. É isso! Modéstia à parte, monotonia é algo que não está incluso na minha rotina de jornalista. Já estou com saudades de uma aventura dessas . Boa semana pra todos nós!

Elton Tavares

33 anos sem Gonzaguinha

Gonzaguinha – Foto encontrada no site Cultura Brasileira

Hoje (29) é aniversário da morte (estranho estes termos juntos) do cantor e compositor Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o “Gonzaguinha”, que morreu em um acidente automobilístico em 29 de abril de 1991, aos 45 anos, em Renascença (PR). Eu tinha 15 anos e lembro bem da notícia de sua morte.

São 33 anos sem o artista carioca, filho do lendário cantor e compositor Luiz Gonzaga (não biológico, mas registrado), o “Rei do Baião”, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil. É como dizia o próprio Gonzaguinha: “Venho de Odaléia uma profissional daquelas que furam cartão e de vez em quando sobem no palco; ela cruzou com meu pai e de repente eu vim”.

A mãe morreu de tuberculose aos 22 anos de idade, quando Gonzaguinha tinha somente dois anos, e o pai, por conta dos shows Brasil afora, o deixou com o padrinho Henrique Xavier – o baiano do violão das calçadas de Copacabana, do pires na zona do mangue no morro de São Carlos – e sua esposa, a madrinha Dina. “Foram eles que me criaram e por isso eu toco violão”. (Gonzaguinha)

Do pai, recebia o nome de certidão, dinheiro para pagar os estudos e algumas visitas esporádicas. Imerso no dia-a-dia atribulado da população, Gonzaguinha ia aprendendo a dureza de uma vida marginal, a injustiça diária vivida por uma parcela da sociedade que não tinha acesso a nada.

Gonzaguinha foi um dos melhores compositores de sua geração. Ele iniciou a carreira na década de 1960, no Rio, convivendo com artistas como Ivan Lins e Aldir Blanc. Com ambos fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU). Em 1970, começou a participar de festivais.

O seu primeiro LP foi lançado em 1973. No mesmo ano, Gonzaguinha participou do programa Flávio Cavalcanti apresentando a música Comportamento Geral num dos concursos promovidos pelo programa. Na canção, ele alfinetava a atitude complacente e medrosa daqueles que abaixam a cabeça para tudo e para todos: “Você deve lutar pela xepa da feira / e dizer que está recompensado”. O júri do programa destruiu sua música e cobriu Luiz Gonzaga Jr. de ameaças. Um dos jurados o chamou de terrorista; outro sugeriu sua deportação.

Apesar de toda a perseguição, Gonzaguinha nunca deixou de divulgar seu trabalho: quer seja em discos, onde driblava os censores com canções alegóricas, quer seja em shows onde, além de cantar as músicas que não podiam ser tocadas nas rádios, Gonzaguinha não se continha e exprimia suas opiniões e sua preocupação com os rumos que a nação tomava.

Visceral e talentosíssimo, compôs músicas lindas e doídas, de tão fieis aos amores, dissabores e dores que sentiu. Seus maiores sucessos foram: “Grito de Alerta”, “Explode Coração ou Espere por mim, morena”, “Comportamento Geral (censurada)”, ‘Começaria Tudo Outra Vez”, “Lindo Lago do Amor”, “Redescobrir” (na voz de Elis Regina), “É” e “O Que É, O Que É”, “Recado”, “Eterno Aprendiz”, entre outras.

Em 2017 Gonzaguinha foi tema do carnaval da Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, com o enredo “É! O Moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio!”.

Gonzaguinha casou três vezes e teve quatro filhos. Ele gravou 19 discos e vendeu milhões de cópias. Foi um gênio da MPB e símbolo da indignação com o sistema. Parte de sua história foi retratada no filme “Gonzaga – de pai para filho”.

O cara foi um símbolo de rebeldia e talento. Este post é uma pequena homenagem ao gênio da poesia. Valeu, Gonzaguinha!

Gonzaguinha e Gonzagão 1979 – Foto: Amicucci Gallo

Elton Tavares, com informações dos sites Memória da Ditadura, Musicaria Brasil e Mais Cultura Brasileira!

Poeta em destaque – Pat Andrade (Por Alcinéa Cavalcante) – @alcinea

A gaveta está aberta…
pega da pena e vai.
cumpre a tua sina, poeta.
(Pat Andrade)

Autora de vários livros de poesia, Pat Andrade, a “Pat” é doce, delicada, papo super agradável. Sua presença – como as flores – embeleza e deixa pleno de ternura qualquer ambiente.

Talento reconhecido, Pat já recebeu vários prêmios e diversas homenagens tanto por sua poesia como pelo seu ativismo cultural. Sua poesia atravessou os mares e ancorou em Portugal, em maio de 2019. Mais precisamente na Cidade do Porto, onde foi declamada e aplaudida no Sarau da Lua Minguante naquele ano.

Pat conta que através da poesia extirpa dores e desamores, frustrações, cansaços, angústias, rancores. “É através da lente imaginária da poesia que posso ver um mundo melhor, com mais amor, harmonia, inteligência.”

Ela se apaixonou pelos versos ainda quase criança. Pré-adolescente fez um caderno de versos no qual copiava trechos de poemas que lia por aí e gostava. Nele também rabiscou seus primeiros versos.

Certa vez perguntei a ela quais seus poetas preferidos e ela me disse que seu primeiro amor nessa arte foi Vinicius de Moraes. E contou:

“Aos 15 anos, ganhei de presente da minha mãe – que também escreve poesia – um diário com poemas de Vinícius de Moraes, meu primeiro poeta, meu primeiro amor na poesia.

Depois veio o Augusto dos Anjos, com sua poesia maldita e forte. Foi ele que me ensinou que ninguém assistirá ao formidável enterro de minha última quimera…

E depois disso, já estava na veia. Outros poetas vieram: Mário Quintana, Paulo Leminski, Maiakovski, Cora Coralina, Charles Bukowski, Drummond, Martha Medeiros e tantos outros.

Todos meio irreais, intocáveis, distantes, embora objeto de minha admiração.

Aí, vieram os mais próximos, os que eu quase podia tocar: Alcy Araújo, Isnard Lima, Ruy Barata. E, finalmente, os que posso ver, ouvir, conversar e amar. Entre eles, Joãozinho Gomes, Alcinéa Cavalcante, Manoel Bispo, Obdias Araújo, Fernando Canto, Marven Franklin e outros”.

Põe poesia
na mesa vazia
e faz dela
o teu prato do dia
poe poesia
na noite insone
e, se der, mata
a tua fome…
(Pat Andrade)

Fonte: Blog da Alcinéa.

Hoje é o Dia Mundial da Dança – Minha crônica sobre a data

Hoje é o Dia Internacional da Dança, uma das três principais artes cênicas da antiguidade, ao lado do Teatro e da Música.

Criado em 1982, pelo Comitê Internacional da Dança da Organização das nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a data homenageia o mestre francês Jean-George Noverre (29/4/1727 – 1810), considerado o precursor do balé moderno, que sistematizou o seu método revolucionário, em um conjunto de cartas sobre esta manifestação artística, intitulado Letterssurladanse (amálgama de palavras, cujo significado é “cartas sobre a dança”).

Por feliz coincidência, a data é também a do nascimento de Márika Gidali, a revolucionária bailarina, nascida em Budapeste – Hungria, radicada em São Paulo, que, com Décio Oteo, fundou o Ballet Stagium em 1971, em São Paulo, que inaugurou no Brasil, em plena ditadura militar, uma nova maneira de se fazer e apreciar a dança.

Apesar de ser um grande perna de pau, admiro quem sabe dançar. Falando nisso, só Deus sabe o quanto sofri com as festas de escola, no auge na famigerada “Lambada”, era osso! Só de lembrar me dá asco.

Falo dos que sabem dançar o nosso Marabaixo, Samba, Salsa, Bolero, Balé, aquela parada que os russos dançam, Valsa, Dança de Salão, Break, Dança do Ventre e até o Forró (apesar de não ser tão fã do estilo, reconheço a importância dele para a cultura nordestina). Tango então? Apesar de achar os argentinos uns boçais, aquilo é bonito de se ver. Ah se é.

Lembro-me de uma antiga história da família, que é natural do município de Mazagão. Meus tios contam que o meu saudoso pai vinha para Macapá, nos anos 60, passar o fim de semana (ele era o mais velho de cinco irmãos) e voltava para a cidade natal dizendo que dançava Twist na capital, só para se gabar para as meninas de lá. O negão era figura mesmo.

Lembro que, nos anos 80, todo moleque queria aprender o “Moonwalk”, parte da “dança sobre a Lua”, criado pelo dançarino de Street Dance Bill Bailey, imortalizado pelo cantor e compositor Michael Jackson.

Enfim, quem for de dança, que dance. E quem for de apreciar, como eu, tome sua cerva e observe. Tenham todos uma ótima semana. É isso.

Elton Tavares

Poema de agora – Cara limpa (Leacide Moura)

Cara limpa

Estarreci ao ler a frase: quero uma mulher honesta para um relacionamento sério
Então refleti o que seria uma mulher honesta nesse tamanho vitupério
Mulher que não se assemelha a homens em suas atitudes e intempestuosidades
Cinismo desapego amoroso corrupção maldade
Quem és vós para fazer tal proposta cobranças ignóbil de bosta
Respeite a identidade vida luta idade querer de verdade
Meus sonhos não têm a tua cara sou feita de protesto não uso máscara

Leacide Moura

Macapá-Amapá
28.04.24

Escuta popular: TJAP organiza Audiência Pública na Comarca de Pedra Branca do Amapari

O Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) alinha os preparativos para a realização de Audiência Pública, que promoverá no município de Pedra Branca do Amapari. A escuta popular, com o tema “Gestão Participativa Construindo uma Justiça ainda Melhor”, ocorrerá no Fórum da Comarca, no dia 08 de maio, às 17 horas, e tem o propósito de ouvir o cidadão, tirar dúvidas e prestar esclarecimentos à população quanto à atividade jurisdicional.

Durante o encontro, serão apresentadas as Metas Nacionais do Poder Judiciário para 2025, como norteia o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de entender anseios e avaliar medidas possíveis no âmbito da Justiça.

O evento, que será a segunda escuta pública promovida pelo Poder Judiciário em 2024, contará com a presença de magistrados, representantes do Ministério Público Estadual, Governo do Amapá, Defensoria Pública do Estado, Prefeitura Municipal de Pedra Branca do Amapari, Polícia Militar do Estado, entre outras instituições e representantes da sociedade civil organizada no município.

Na audiência pública, o TJAP quer ouvir a opinião de autoridades e cidadãos para identificar necessidades do município. Na ocasião, os presentes poderão fazer perguntas e apresentar demandas ao Poder Judiciário.

De acordo com o presidente do TJAP, desembargador Adão Carvalho, além de promover soluções efetivas para a população, o evento discutirá a proposta de ‘Metas Nacionais do Poder Judiciário para o ano de 2025’, que representam o compromisso firmado anualmente pelos presidentes dos tribunais brasileiros em prol da melhoria da prestação jurisdicional.

“Pretendemos dialogar com a sociedade que reside em Pedra Branca, escutar todos os envolvidos na comunidade, no Sistema de Justiça, e cumprir as metas que o CNJ estabelece, que representam o compromisso dos tribunais brasileiros com o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional para proporcionar à sociedade um serviço mais célere, com maior eficiência e qualidade”, declarou o magistrado.

“Entre as iniciativas estão julgar mais processos, promover mais conciliações, elaborar projetos de inteligência artificial, entre outras ações que resultem em beneficio ao cidadão. Para este propósito, precisamos da participação popular para a elaboração das diretrizes estratégicas do Poder Judiciário amapaense”, detalhou o presidente do TJAP.

“Na mesma oportunidade, esperamos escutar, acolher e tomar medidas que possam atendê-las, ou encaminhar as que estejam fora do escopo de atuação da Justiça Estadual às autoridades competentes cabíveis em cada caso”, complementou o desembargador Adão Carvalho.

– Macapá, 29 de abril de 2024 –

Secretaria de Comunicação do TJAP
Texto: Elton Tavares
Arte: Carol Chaves
Central de Atendimento ao Público do TJAP: (96) 3312.3800

Minhas ausências involuntárias – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Certa vez, há alguns anos, passei duas semanas sem ir na casa da minha avó paterna. Fico pensando quanto de convívio aquele meio mês me custou. Estas “ausências involuntárias” são muitos ruins. Se você se ausenta ou some por algum motivo que foge ao seu controle é bem triste, principalmente quando quem sente sua falta são as pessoas que você ama.

Eu deveria, por exemplo, me organizar para ir ver mais vezes os meus corações que moram em Belém (PA), periodicamente. Falo da minha sobrinha, irmão e cunhada, além da querida amiga Rita. Mas por pura falta de empenho, trabalho ou planejamento isso não acontece.

Essa rotina frenética nos afasta de muita gente importante, às vezes chego cansado do trabalho, tomo um banho e vou direto para cama. Mas nunca esqueço de quem amo. Às vezes, já tarde da noite, penso: “eu poderia ter ao menos telefonado hoje, mas agora já não dá mais tempo ”.

Um dia, encontrei um amigo do passado e comecei a me perguntar: por que nos afastamos? Não encontrei motivo algum, foi a vida, nossas prioridades e escolhas, mas o cara ainda é “considerado” um amigo querido. Doideira, né?

Graças a Deus (ou seja lá o nome Dele), tem muita gente que gosta de mim, já passei por diversas turmas, tenho velhos e bons amigos. Quando encontro alguns deles, seja em Belém ou Macapá, sempre rola aquele papo: “pô, vamos marcar algo, será muito legal”. E nunca acontece o tal encontro, falamos tudo da boca para fora, involuntariamente.

Meu falecido pai um dia me disse: “temos que dizer para as pessoas que amamos que as amamos hoje, amanhã pode não ser possível”, concordo.

É isso mesmo. Preciso urgentemente visitar pessoas queridas, prestigiar aniversários e ir a festas de gente que gosta de mim. Tudo isso parece simples, mas, por algum motivo, às vezes deixo de lado. Não sei vocês, mas preciso dar um jeito nas minhas ausências involuntárias.

O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade” – John Dryden.

Pensem nisso!

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

Hemoap disponibiliza senha preferencial para doadores com tipagens sanguíneas raras, no Amapá

Em função da baixa procura de doadores de sangue considerados raros nos meses de março e abril, pessoas com tipagem sanguínea AB+ e AB- que procurarem o Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá (Hemoap), terão direito a senhas preferenciais para atendimento até a próxima terça-feira, 30 de abril.

Para ter acesso à prioridade, o doador precisa apresentar o exame de tipagem, comprovar a condição rara com o cadastro do Instituto, ou ser convocado por ligação do Hemoap. O Hemocentro é responsável por abastecer toda a rede de saúde pública de saúde do Amapá, além de instituições conveniadas.

Segundo a chefe do serviço de Captação e Orientação Social do local, Elmira Santos, foram registrados, nos dois últimos meses, uma média de 75 doações de sangue por dia, volume abaixo das 100 coletas diárias que correspondem ao nível de segurança.

“Atualmente, temos no sistema do Hemoap apenas 29 doadores AB- e 450 AB+ registrados, e nem todos são doadores que vem ao Hemocentro regularmente. Essa é uma das estratégias de incentivo para os que já são cadastrados, e também para atrair novas pessoas com essas tipagens de sangue”, destaca Elmira.

Para doar, é necessário pesar acima de 50 kg; ter idade entre 16 e 69 anos; estar em boas condições de saúde; não ter testado positivo para covid-19 nos últimos 30 dias e não ter apresentado sinais ou sintomas de gripes nos últimos 14 dias. Menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis.

É indispensável estar descansado e bem alimentado antes de realizar a doação. Os intervalos de tempo para doação de sangue são de 2 meses para homens e 3 meses para mulheres.

Serviço

O hemocentro fica na avenida Raimundo Álvares da Costa, esquina com a rua Jovino Dinoá. O funcionamento é pela manhã, das 7h30 às 12h30. As doações de sangue podem ser realizadas por comparecimento espontâneo ou solicitadas através de agendamento via WhatsApp pelo número: (96) 98811-0200.

Texto: Amelline de Queiroz
Foto: Maksuel Martins/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Programa Empodera mulher realiza aula inaugural no Polo Pracuúba

O Instituto Federal do Amapá (Ifap), através do Programa Empodera Mulher, realiza, no Polo Pracuúba, na próxima segunda feira (29/4), a aula inaugural do curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) “Microempreendedora Individual”. O evento acontece às 17h, na Escola Estadual Ernesto Pereira Colares, localizado na Avenida São Pedro, 1158, no município de Pracuúba.

A programação proporciona às alunas uma roda de conversa com o tema “Empoderando-me para romper com os ciclos da violência”, conduzida pela psicóloga Maurenilde Teixeira Gomes. A coordenadora do Programa Empodera, Jaqueline Ramos, a Secretária do Estado de Assistência Social, Aline Gurgel, e a pró-reitora de Extensão do Ifap, Aline Lima, também participam do evento.

O curso Microempreendedora Individual tem carga horária de 160 horas e utiliza recursos e metodologia de acesso, permanência e êxito do Programa Federal Mulheres Mil, com direito à bolsa no valor diário de aula de R$ 12, totalizando R$ 600 correspondentes a 50 dias letivos. As alunas recebem ainda um kit escolar bolsa, caderno e copo.

Os recursos financeiros para o pagamento de bolsas são oriundos da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proeppi), através de Termo de Execução Descentralizada (TED) da Secretaria de Educação Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), além de Emenda Parlamentar da deputada Aline Gurgel, sob a natureza de despesa auxílio a estudante.

Diretoria de Comunicação – Dicom

Incentivo à Cultura: Governo do Amapá anuncia data do resultado preliminar da seleção de projetos da Lei Paulo Gustavo

Alinhado ao Plano de Governo e a política nacional de cultura, o Governo do Amapá anuncia a data do resultado preliminar da seleção de projetos dos editais Latitude Zero e Maré Cheia, da Lei Paulo Gustavo (LPG). A lista com as iniciativas habilitadas e não habilitadas será divulgada no dia 6 de maio. A etapa atual, de avaliação do mérito cultural, se estende até o dia 30 de abril.

CONFIRA O CRONOGRAMA DO EDITAL LATITUDE ZERO

CONFIRA O CRONOGRAMA DO EDITAL MARÉ CHEIA

Foram registrados um total de 4.028 projetos inscritos nos dois editais da LPG, sendo, 1.165 no “Latitude Zero” e 2.863 no “Maré Cheia”. O Amapá foi um dos estados que teve 100% de adesão dos municípios. Ao todo, a lei destina mais de R$ 22,6 milhões em recursos para o segmento cultural do estado.

O edital Latitude Zero destina R$ 15,1 milhões para alcance de 334 projetos, enquanto o edital Maré Cheia distribuirá R$ 5,6 milhões para setores diversos, contemplando diretamente até 835 agentes culturais com iniciativas que serão reconhecidas e fomentadas em todos os 16 municípios amapaenses.

Durante o período de inscrições, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) realizou uma série de ações para divulgar e esclarecer os 2 editais da Lei Paulo Gustavo. Sete equipes com agentes realizadores da busca ativa coordenada pela Secult, percorreram os municípios para divulgar e incentivar os fazedores da cultura popular de seus territórios.

A busca ativa resultou em um aumento significativo no número de inscrições. Ao longo de 32 dias, a equipe realizou 70 atividades formativas e informativas, incluindo 20 encontros, alcançando diretamente 1.056 participantes. As ações tiveram foco em localidades mais distantes dos centros urbanos, comunidades tradicionais e grupos sociais priorizados nas políticas de inclusão e afirmação.

A avaliação das iniciativas e projetos culturais será realizada por pareceristas credenciados nacionalmente, profissionais com ampla experiência em curadoria e reconhecido conhecimento no setor cultural. A equipe de avaliação conta com 25 analistas de 12 estados brasileiros.

Em continuidade ao diálogo com o setor cultural, na última semana a Secult apresentou ao Conselho Estadual de Política Cultural (CEPC) um relatório parcial dos indicadores coletados durante o período de inscrições em editais de fomento à cultura. A explanação destacou ações como apoio técnico à administração pública, plataforma e serviço de tecnologias da informação, busca ativa, seleção de pareceristas, assessoria comunicação, serviços de design, monitoramento e análise de resultados que no final do processo deve apresentar um perfil da aplicação da Lei Paulo Gustavo no estado do Amapá.

Texto: Alexandra Flexa
Foto: Albenir Sousa/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Cejusc Santana promove círculo restaurativo com pais de crianças do projeto Cidadão Mirim

Na sexta-feira (26), o Centro Judiciário de Solução e Conflitos (Cejusc) e o Centro de Justiça Restaurativa (Cejure) de Santana realizaram um círculo restaurativo com os pais das crianças participantes do Projeto Cidadão Mirim, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar (BPM) de Santana. O encontro aconteceu no próprio batalhão e teve como tema “União da família”.

Os encontros são conduzidos pelos facilitadores e mediadores e abordam temáticas como união, comunicação não violenta e como lidar com assuntos difíceis, com o principal objetivo de promover um maior diálogo e resolução de conflitos dentro da convivência familiar dos participantes.

“Trabalhamos essas relações na prevenção da cultura da violência. Muitos pais ainda têm aquela ideia de que a punição é o melhor caminho para educar e se relacionar. Enquanto que temos outro olhar, de que a educação não depende de punição e sim realmente dos pais aprenderem a dialogar. Desenvolvemos ferramentas para que haja esse aprimoramento no diálogo e na convivência com os filhos”, explicou a facilitadora, Lucineide Santos.

A execução desses círculos acontece em cooperação entre o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), Ministério Público do Amapá (MP-AP) e o BPM. Duas vezes na semana a equipe do MP-AP conduz os encontros com as crianças e adolescentes e uma vez ao mês é realizado esse círculo com os pais, com cerca de 41 participantes, dentre eles a Elvira Barbosa, que contou que esses encontros transformaram bastante as relações na família.

“A minha relação melhorou muito graças a Deus, porque antes eu não tinha diálogo com meus filhos, pois eles são muito calados. Hoje já sentamos para conversar e às vezes fazemos algo parecido com essa roda aqui, pegamos uma bolinha para ser o objeto da palavra e cada um conta o que aconteceu no dia. Eu só tenho a agradecer à equipe”, detalhou.

Ao final dos encontros são distribuídas cestas básicas para as famílias. Os kits são adquiridos com recursos de penas pecuniárias (pagamento em dinheiro de pessoas que cometeram crimes de baixo potencial ofensivo, a entidades e instituições públicas com projetos socias), gerenciados pelo Juizado Criminal da Comarca.

“Os encontros com as crianças são feitos duas vezes por semana e uma vez ao mês esse encontro é feito com as famílias, para que mães e pais, juntamente com as crianças, possam falar a mesma linguagem”, pontuou a diretora do Cejure Santana, juíza Carline Nunes.

Cidadão Mirim

O Projeto de educação e inclusão social atende crianças e adolescentes na faixa etária de 12 a 15 anos em situação de risco e vulnerabilidade social da comunidade do Ambrósio, no município de Santana. A iniciativa oferece alternativas de lazer, esporte e educação como forma de acolher os menores e suas famílias.

As crianças do projeto são atendidas pelos policiais do batalhão com atividades de esporte, cultura e reforço escolar.

Mais sobre o Cejure

O Cejure, vinculado ao Grupo Gestor da Justiça Restaurativa (NUPEJURE) do TJAP, é uma experiência inovadora que possibilita atenção às vítimas e responsabilização dos autores, para promover a reparação dos danos. Compete ao Centro promover o método restaurativo nos feitos em tramitação na Comarca de Santana, independentemente da causa ou valor, em qualquer fase e grau de jurisdição, na forma da legislação de regência, especialmente a Resolução nº 225/16 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Cejusc

O Cejusc se diferencia das demais unidades judiciárias por desenvolver suas ações por meio do estímulo à participação do cidadão no encaminhamento de suas demandas. A unidade atende públicos interno e externo por meio de um acolhimento personalizado independente do conflito já estar judicializado ou não – demandas processuais e pré-processuais recebem tratamento adequado do conflito a partir de uma triagem criteriosa para a aplicação dos métodos mais apropriados: seja conciliação, mediação cível, mediação familiar ou círculos restaurativos.

– Macapá, 29 de abril de 2024 –

Secretaria de Comunicação do TJAP
Texto: Rafaelli Marques
Fotos: Sérgio Silva
Central de Atendimento ao Público do TJAP: (96) 3312.3800

Em Oiapoque, governador Clécio Luís entrega nova sala para a saúde indígena do hospital estadual

Com a saúde como prioridade da gestão, o governador Clécio Luís entregou na sexta-feira, 26, a nova sala do Núcleo Estadual de Saúde Indígena (Nesi) que funciona no Hospital Estadual de Oiapoque. Mas acolhedor, o espaço ganhou uma identidade visual com grafismo dos povos Palikur, Galibi o Marworno, Karipuna e Kali’na.

A iniciativa de reestruturar o ambiente garantiu um espaço mais amplo para a atuação da equipe multiprofissional no atendimento dos pacientes indígenas. A sala faz o acolhimento hospitalar, acompanhamento do serviço social, conta com intérprete da língua materna indígena e leva assistência de enfermagem.

“Tenho muito orgulho de ter um ambiente como esse aqui, bonito e feito para recepcionar bem, para acolher bem os indígenas que não têm o hábito de frequentar o hospital. Trazê-los para o melhor conforto emocional possível é fundamental na recuperação deles e devemos esse respeito a eles”, destacou o governador.

A vice-coordenadora do Conselhos de Caciques, Renata Lod, reforçou a importância de valorizar a cultura e as crenças das comunidades indígenas para que os pacientes se sintam à vontade.

“Ter o Núcleo dentro de um hospital para a gente é muito bom. Principalmente quando somos tratados por indígenas que conhecem, inclusive o nosso lado espiritual. Porque quando a gente está doente, a gente entende também que o nosso lado espiritual está doente. Então, ter e reconhecer esse núcleo é muito importante para todos nós”, afirmou Renata.

O município de Oiapoque concentra 71% da população indígena do estado, abrigando quatro etnias. Para a coordenadora estadual de saúde indígena, Alessandra Macial, o novo ambiente proporciona um atendimento inclusivo a todos.

“Quando eles chegam aqui, encontram profissionais indígenas representando seu povo, em um espaço acolhedor, onde ele pode chegar e conversar com os caciques, ou com o familiar de forma mais reservada e tranquila. Esse não é só um espaço administrativo, ele serve também para os nossos assistentes sociais fazerem o acolhimento, para atendimento com psicólogo. Somos indígenas, mas cada povo tem uma cultura diferente”, destacou Alessandra.

O enfermeiro Rogério Santa Rosa trabalha há 20 anos com saúde indígena, e há seis anos ele atua no Hospital de Oiapoque. Ele reconhece todos os avanços que a gestão já realizou na unidade de saúde.

“O hospital progrediu muito em relação a estrutura e a equipe Nesi. E quem ganha é a população indígena. A gente fica muito grato por esse crescimento, essa evolução que foi muito importante, não só para nós como profissionais da saúde, mas para a população, que é o principal objetivo de todo o nosso trabalho”, agradeceu o enfermeiro.

Para a secretária de Saúde, Silvana Vedovelli, o espaço garante a aplicação da política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas, orientada por suas especificidades étnicas e culturais.

“Essa é uma forma de reconhecer a importância de oferecer um acolhimento especializado, e de abraçar as etnias que dependem do serviço oferecido pelo hospital”, pontuou a gestora.

A ambientação do lugar é composta de grafismo, que representam as principais etnias da região. Ela traz os símbolos que mostram uma história cultural, um pensamento, um valor representados nos objetos e na pintura das paredes.

Texto: Jamile Moreira
Fotos: Gabriel Maciel/Sesa
Secretaria de Estado da Comunicação

Junior Favacho solicita implantação do serviço de transporte público intramunicipal em Santana

O deputado estadual Junior Favacho (MDB) apresentou na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), uma indicação solicitando à Superintendência de Transporte e Trânsito de Santana (STTrans) a implantação do serviço de transporte público intramunicipal.

A solicitação atende a uma antiga reivindicação dos usuários do município que necessitam de transporte coletivo para se deslocarem ao trabalho, escola e outros locais. Segundo o parlamentar, a ausência de linhas circulando dentro da cidade prejudica os moradores, que não conseguem ter acesso aos serviços básicos como saúde e educação.

“Recebemos essa reivindicação antiga da população de Santana, pois, no município, não circula mais nenhum transporte público intramunicipal. Há muitos anos, apenas há rotas de ônibus do transporte intermunicipal. A comunidade que reside ali tem necessidade deste serviço público, devido à dificuldade de transporte para se deslocarem ao trabalho, escolas e demais locais necessários”, disse o parlamentar.

Assessoria de comunicação