Discos que formaram meu caráter: 25 anos de lançamento do disco “Lavô tá Novo” – Raimundos (1995) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Salve moçada! Encarcerados em casa por uma boa razão, fiquemos ligados porque o bicho tá pegando! O viajante das notas, solos e riffs vem de longe com sua nave, munido de máscaras, álcool gel e sons para falar de mais uma bela bolacha sonora. Apertem os cintos e aumentem o som para:

“Lavô tá Novo”, o segundo trabalho dos caras dos Raimundos. Podem ficar de pé e aplaudir.

Corria o ano de 1995, o Brasil vivia a ressaca do tetra, Romário era o melhor do mundo e caía nos braços da nação rubro negra, o Real valia pra caralho e o povo tinha elegido o ministro responsável pela bonança; eram os primórdios do governo FHC.

No campo musical, o rock estava batendo de frente com axé e sertanejo nas rádios e na televisão, uma enxurrada de bandas boas de todo lugar do Brasil fazia a molecada bater a cabeça sem parar, nas festas, bailes e afins.

Vivendo os louros conquistados pelo lançamento do primeiro disco (que já falei aqui), os Raimundos viviam a tensão do segundo disco. Sim, o fantasma da cobrança assombrava os caras; é difícil lançar um trabalho tão relevante quando o primeiro é muito bom. Seria os Raimundos uma banda de um disco só? A história provou o contrário.

Entre junho e setembro de 1995, Rodolfo, Fred, Digão e Caniço entraram em estúdio, cheios de moral com a gravadora e recrutaram Mark Dearnley, que já tinha no currículo Ozzy, AC/DC e Motorhead. Ou seja, o som seria porradaria novamente.

As letras magistralmente escatológicas, com a mistura do forró com hardcore e a participação do sanfoneiro Zenilton deixam claro que essa era a marca da banda: ousar sempre.

Em 2 de novembro de 1995, o disco saiu para ganhar o imaginário coletivo e consolidar a banda como um dos expoentes da nova safra roqueira no país do futebol e carnaval, os Raimundos realmente tinham vindo para ficar.

Deixemos as chorumelas de lado e vamos logo dissecar esse belo apetrecho musical:

O disco começa a mil por hora com “Tora Tora”, com um riff seco no começo e cheia de referências à maconha, ensinava a manha da ariranha que proibia de contar pro pai, e diz que vem ele não vai. “Eu quero ver o oco”, gíria dos calangos do cerrado para confusão, história de opalão. “Opa! Peraí, Caceta”, ela gosta do saco grande porque quando balança enche o cu de terra, menção honrosa ao herói Sidney Magal. “O Pão da Minha Prima”, cover do Zenilton, homenagem a prima gostosa. “Pintando no Kombão”, história de uma certa perua que carregava as bandas de Brasília. “Bestinha”, saga de uma mina novinha, mas muito pra frente.

“Esporrei na Manivela”, clássico da 5º série. “Tá Querendo Desquitar”, outro clássico do Zenilton, a história de seu Vavá com uma nova roupagem. “Sereia da Pedreira”, a saudade plena daquele amor sujo e escuso e gostoso. “I Saw You Saying (That You Say That You Saw), a dificuldade de se encontrar a Madonna, e não saber falar inglês. “Cabeça do Bode”, uma larica selvagem, tem a participação do X. “Herbocinética” uma homenagem à erva.

Putaquepariu que disco foda! Redondinho da primeira à última música.

Com certeza um dos discos que eu mais ouvi em toda minha vida e, com certeza – de novo, moldou não só o meu caráter, mas o de muitos que ouviram.

Mais de 400 mil cópias vendidas logo de cara; se algum cristão não conhece nem deve sonhar com medalha de foda.

Este disco mostrou que os Raimundos não eram aquela banda engraçadinha que seria só uma febre de um verão; afastou os caras do grande público pop, que se pauta em modinhas (sorte dos Mamonas Assassinas que ficaram com eles), tornou os moleques de Brasília uma consolidada banda de respeito, e provou sim que os caras realmente tinham um caminhão de hits.

Tanta referência à maconha, quase fez o disco se chamar “Dedo Amarelo”, sinceramente não entendi (risos).

Um dos melhores discos de rock já feitos no Brasil; didático, aprendemos nele que o coletivo é muito bom pra nossa raça, que em inglês ovo é egg , que a rainha do pop não entende uma palavra em português, a manha da ariranha e que falar da vida alheia é feio.

Hoje, há exatos de 25 anos e um dia de seu lançamento, continua sendo um dos pilares do hardcore.

É por isso que os Raimundos nunca vai se acabar.

Escute no volume máximo.

* Marcelo Guido é jornalista. Pai da Lanna Guido e do Bento Guido. Maridão da Bia.

POP FANTASMA apresenta SKIPP is DEAD, “Blast off!” – @SkippIsDead Via @popfantasma_

Foto: Victoria Bastos/Divulgação

É possível contar uma história num formato compacto como o de um EP? O músico amapaense radicado em São Paulo SKIPP is DEAD procura fazer isso nas cinco faixas de seu lançamento de estreia, Blast off!.

O disco conta a história de um pirata espacial refugiado de uma guerra intergaláctica. Utiliza para isso uma gama musical que inclui influências do indie rock, da linguagem chiptune (que reproduz sons de antigos videogames) e até da música do Amapá (o marabaixo, manifestação folclórica local, dá o ritmo em Kessler syndrome, e tem um zouk, ritmo da fronteira do Amapá com Guiana Francesa, em Venus in flames). Mas SKIPP esclarece que a ideia não é fazer um disco conceitual formal.

“Eu queria contar uma história através de música, mas sem fazer das músicas reféns de uma narrativa. Dito isso, eu resolvi usar o EP como um elemento dentro da história, e não necessariamente a ferramenta principal que narra os acontecimentos”, conta SKIPP. “A ideia é que os eventos da história sejam contados por meio das redes sociais e outras mídias de apoio como videoclipes, imagens promocionais, curtas e até outros singles. Quem acompanha pelo instagram, por exemplo, já está a par do plot principal envolvendo a maligna Corporação H3, que caça o Pirata Espacial e tenta a todo custo censurar o seu barulho”.

SEM ‘ERA UMA VEZ’
Para conseguir chegar a esse resultado, ele ouviu muito o clássico The rise and fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, de David Bowie (1972), mas outras influências foram importantes. “Eu aprendi muito com Gorillaz sobre como narrar uma história em um disco, sem o auxílio de um ‘era uma vez’ literal nas letras”, conta. “Mas sou muito fã de sci-fi em geral, então muitas referências vieram de inúmeros lugares que não só a música. Posso citar como referências cinematográficas Blade runner, 2001: Uma odisséia no espaço, além de uma infinidade de filmes B que eu andei assistindo durante o processo”, conta. Jogos como The outer worlds e Elite dangerous também ajudaram a imaginar a história.

O disco tem poucos convidados (Bruno Mont’Alverne tocou baixo nas duas primeiras faixas) e coube a SKIPP tocar e programar praticamente tudo. Mas ele ainda precisou imaginar e reimaginar o projeto para a internet. “Esse projeto já estava pronto antes da pandemia. Porém eu tive que adaptar algumas coisas para funcionar nas interwebs, já que a ideia inicial era fazer uma ponte que ligasse os shows e o material digital”, conta SKIPP. Aliás, para construir a sonoridade do disco, ele usou simuladores de “sintetizadores analógicos, arpeggiators e inúmeros filtros que tentam aproximar o som ao que era ouvido nas antigas TVs de tubo, ou nos falantes de Gameboys”.

STROKES DO BREGA?

Blast off! ainda tem o tal lado indie rock – e por acaso, SKIPP is DEAD é conhecido como o “Strokes do Brega”. A referência à banda novaiorquina vem de outros projetos do músico.

“Desde que cheguei em São Paulo eu faço parte de uma banda chamada The Strokes Cover BR, cover oficializado pelo Julian Casablancas”, conta SKIPP. “Digamos que oito anos tocando Strokes por aí mexem com a cabeça de um ser. Então a parte guitarrística do EP conta com riffs e arpejos que se complementam de forma polifônica, o que é característica da banda. Mas que também tem muito a ver com a linguagem do chiptune que eu tanto amo”.

Pega aí Blast off!, com SKIPP is DEAD, e o clipe da faixa de abertura, Primal instincts.

Fonte: Pop Fantasma

Amigos organizam noite de autógrafos do livro “Crônicas De Rocha” na Banca Rios Beer Cervejaria

Para quem não pôde participar do lançamento do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, terá uma nova oportunidade de estar com o autor, jornalista e escritor Elton Tavares, na próxima quarta-feira, dia 14, na noite de autógrafos que um grupo de amigos está organizando, a partir das 19h, na Banca Rios Beer Cervejaria. O músico Patrick Oliveira, da banda stereovitrola, fará participação especial no evento.

A ideia é criar um ambiente agradável para que os interessados em adquirir o livro possam pegar o autógrafo e trocar ideias com autor, tudo de acordo com os protocolos de segurança para prevenção da Covid-19. A cervejaria possui área externa bem apropriada para um bate-papo molhado, com cervejas artesanais produzidas pelo proprietário Igor Maneschy, ao som de uma boa música, enquanto aguardam a vez de ter em mãos a obra recém lançada.

Sobre o livro

“Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias” é um compilado das vivências do autor e de experiências próprias ou de terceiros que há mais de uma década alimentam o site “De Rocha”, que nomeia o livro. As crônicas falam de tudo, trazem muito das tradições nortistas, peculiaridades da cultura e literatura amapaense, absorvida e canalizada para o contexto regional e pessoal do jornalista, com seu jeito muito peculiar de contar a nossa história ou relatar uma situação pessoal inusitada.

Elton Tavares conta que o projeto foi idealizado pelo jornalista Tagaha Luz (em memória), que já partiu para as estrelas, e prefaciado pelo escritor e seu amigo pessoal, Fernando Canto, com ilustrações do cartunista Ronaldo Rony e diagramação do designer Adauto Brito. A obra foi impressa com o apoio do senador Randolfe Rodrigues, revisada pela jornalista Marcelle Nunes, com apoio técnico da bibliotecária Leididaina Silva e da jornalista Gilvana Santos.

É leitura fácil, agradável e que logo faz com que o leitor se identifique com algumas das narrativas contidas no livro. Quem já leu garante que não é fácil parar. Então, não perca essa oportunidade de comprar e se deliciar com uma produção feita com muito carinho e de pura emoção do “Godão”, como carinhosamente é chamado o autor.

A Banca Rios Beer fica localizada na Av. Mendonça Furtado, 1773, no bairro Santa Rita, entre as Ruas Professor Tostes e Manuel Eudóxio.

Sobre a Banca Rios Beer

A Banca Rios Beer é a melhor cervejaria de Macapá. Lá você encontra rótulos como Weiss’s, IPA’s, Pilsen’s, Stout’s, Porter’s, Witbier’s, entre tantos outros disponíveis na carta diversificada da loja. Mas não para por aí: além dos melhores chopps de variados estilos (Tropical Stout, West coast IpA, English bitter, session IPA maracujá e mel, American Pale Pale, blond Ale e a incomparável sour taperebá – carinhosamente apelidada pelos fãs de “taperebrew”) – e mais de 50 rótulos de cervejas nacionais e importadas, a Banca também conta com kits que são ótimas opções para presentear quem se gosta.

Serviço:

Noite de autógrafos do livro “Crônicas De Rocha”, de Elton Tavares.
Atração musical: Patrick Oliveira (da banda stereovitrola).
Local: Banca Rios Beer fica localizada na Av. Mendonça Furtado, 1773, no bairro Santa Rita, entre as Ruas Professor Tostes e Manuel Eudóxio.
Hora: a partir das 19h.
Data: 14 de outubro de 2020 (quarta-feira).

Texto: Gilvana Santos.
Arte: Beatriz Santana.

 

 

 

Há 11 anos, a banda stereovitrola lançava o CD “No Espaço Líquido” (meu texto da época, para o Portal Amazônia

Há exatos 11 anos e um dia, em 12 de outubro de 2009, a banda de rock stereovitrola lançou, na sede campestre da Secretaria de Infraestrutura do Amapá (Seinf), localizada no bairro Jardim Equatorial, zona Sul de Macapá, o CD “No Espaço Líquido”. Na época, eu escrevia para o Portal Amazônia e divulguei o lançamento do álbum:

“A stereovitrola é uma banda amapaense, formada em março de 2004. O grupo musical é composto por Rubens (bateria), Marinho Oliveira (contra-baixo), Otto Ramos (órgãos e teclados) Wenderson-Matrix ( samplers, loops e efeitos) e Patrick Oliveira ( guitarras, ruídos e vocais).

Lançamento do Álbum No Espaço Líquido.

A banda lançou, em 2006, o seu primeiro CD, com cinco faixas próprias e intitulado “Cada molécula de um ser”, que no mesmo ano , o disco foi eleito o 6° melhor single independente do Brasil pela Revista Senhor F de Brasília (DF)e 6º colocado na categoria independente pela Revista Dynamite.

Conforme o vocalista e compositor da stereovitrola, Patrick Oliveira, a banda surgiu como resposta ao marasmo musical de Macapá e tem como característica rock alternativo, independente e experimental. Possui composições próprias, com letras que valorizam o cotidiano e comportamentos individuais e coletivos”.

Elton Tavares, especial para o Portal Amazônia (na época).

Se vivo, John Lennon faria 80 anos hoje

John Lennon foi um músico, compositor e cantor brilhante e um ativista fervoroso. Um artista original, que fazia questão de expressar o que pensava e sentia, ainda que várias vezes caísse em contradição ou criasse confusão com isso. O cara foi, além de talentosíssimo, muito polêmico.

Se estivesse vivo, John faria 80 anos hoje e com toda certeza seria ainda maior do que é e do que representa para todos que admiram ótimas idéias, belas músicas e atitude.

Além da trajetória com os Beatles, teve uma carreira solo consistente e recheada de sucessos inesquecíveis, como a canção “Imagine”. Sim, ela transformou suas alegrias e tristezas em música, de forma sublime.

Ele não foi o mais louco, o melhor guitarrista e nem o mais boa pinta, mas foi o maior de todos os rock stars. Um cara genial, com um talento ímpar, que viveu como quis. O cara era PHODA demais!

Em 14 de novembro de 2015, a banda Pearl Jam fez um show no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Eu tava lá. O grupo americano homenageou, de uma só vez, os mortos nos atentados terroristas em Paris (FRA), ocorridos na noite anterior ao show, e John Lennon (o falecido Beatle completaria 75 anos em 2015). O Pearl Jam tocou “Imagine” e todos no estádio do Morumbi acenderam seus celulares, pois a luz da esperança nunca apaga. Foi emocionante e lindo!

Sim, o velho Lennon sabia das coisas. Certa vez ele disse:

Eu acredito em Deus, mas não como uma coisa única, um velho sentado no céu. Eu acredito que o que as pessoas chamam de Deus, está dentro de cada um de nós. Eu acredito que Jesus ou Maomé ou Buda e todos os outros estavam certos. Foi só a tradução que foi feita errada” – John Lennon.

Um relato para finalizar: certa vez, um colega jornalista (daqueles chegados num pagode, micaretas e afins) me perguntou o motivo de ser “tão fã” de Lennon. Nem me dei ao trabalho, só disse: “realmente preciso explicar?” (risos).

Fonte: Revistas, filmes, discos, livros, sites, papos com os amigos nos bares da vida e minha imensa admiração por John Lennon.

Elton Tavares

Na rede social Instagram: músico Patrick Oliveira se apresenta em Live nesta sexta-feira (25), a partir das 22h

O guitarrista, cantor e compositor Patrick Oliveira, líder da banda stereovitrola, para mim a a melhor entre as amapaenses  rock autoral alternativo, se apresentará nesta sexta-feira (25), a partir das 22h, em sua página na rede social Instagram, no perfil @p4trick_oliveir4 .

Para quem quiser contribuir voluntariamente com a arte, basta transferir qualquer valor para o artista. O número da Agência é 2825-8 e a Conta Corrente 6451-3, Banco do Brasil. Uma maneira de valorizar um dos maiores do Rock amapaense, já que nestes tempos de pandemia os shows presenciais estão suspensos.

stereovitrola (com S minúsculo mesmo)

A stereovitrola  é formada  por Patrick Oliveira (guitarras e vocais), Marinho Pereira (contrabaixo), Rubens Ferro (Baterias) e Wenderson Matrix (samplers e efeitos), começou lá no Lago do Rock, na Floriano Peixoto (piseiro que inventei com outros amigos).

Na época, ainda com o “Liguento”  no vocal e tocando covers. Depois, já com o Patrick na liderança, meteram a cara no autoral e arrebentaram!

Fã incondicional da stereoviltrola, desde 2004, acompanhei por um bom tempo os caras. Vi, em 2006, eles lançarem o EP “Cada molécula é um ser”;  CD cheio “No Espaço Líquido”, em 2009 e são cantadas até hoje pelo nosso público durante os shows”, conta o vocalista.Em 2012, eles lançaram seu terceiro trabalho “Symptomatosys”. Em 2017, os caras lançaram EP “Macacoari, rio triste”.

Mas conheci Patrick antes e ele já era muito foda na guitarra, na segunda metade dos anos 90, quando tocava na lendária Little Big, banda que marcou o underground amapaense.

Foto: Aog Rocha

De acordo com Patrick, vai rolar som velho e som novo, entre várias ligas sonoras firmezas e distorções. Portanto, bora curtir esse som! Rock’n Roll sempre!

Elton Tavares

29 anos do lançamento de Nevermind, o antológico álbum da banda Nirvana

Na manhã do dia 24 de setembro de 1991, uma terça-feira, começaram a chegar caixas nas lojas de discos dos Estados Unidos e da Inglaterra trazendo CDs e vinis com uma capa azul, com um bebê nu nadando atrás de uma nota de um dólar em um anzol.

 

A quantidade de cópias, pouco menos de 50 mil, dava a exata dimensão da expectativa moderada que a gravadora Geffen esperava vender de Nevermind, o álbum de uma banda nova vinda do interior do país, chamada Nirvana. Ontem, completou 29 anos desse dia histórico para o Rock and Roll mundial.

Ainda fruto do final da década de 1980, Nevermind seria mais um disco de rock independente numa época assolada por Michael Jackson, boy’s bands e cabeludos do heavy metal. Porém, o disco quebrou o mainstream, tirou Michael Jackson do topo das paradas e transformou o grunge melancólico e a cidade de Seattle no centro do mundo. O disco está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame (Uma espécie de ranking da fama do rock).

Obra, de certa forma, sombria e ainda sim capaz de embalar festas em qualquer parte, com uma sonoridade que, mesmo depois de 29 anos, permanece atual. Nevermind, mesmo vindo depois do primeiro álbum do Pearl Jam, (o material do Nirvana engoliu o disco de estreia da outra banda de Seattle) conseguiu – por causa de uma junção de letras, formato e até mesmo “descompromisso” estético – chegar a mais pessoas e conversar com elas de uma maneira mais direta e idealmente imperfeita.

Krist Novoselic, Dave Grohl e Kurt Cobain fotografados por Kirk Weddle, autor da imagem do bebê na capa do “Nevermind”

Em conjunto com tudo isso o segundo disco do Nirvana também é comparado por alguns grandes nomes da indústria musical a um lançamento dos Beatles. As realidades são diferentes, mas o impacto de Nevermind no mercado musical e na audiência é, realmente, inquestionável, a ponto de gerar shows caóticos e superlotados por quase todos os lugares que banda passou em seu auge.

Embebido em todas essas circunstâncias, com letras diretas e marcantes, completando o combo de trabalho, o disco tem uma das capas mais icônicas de todos os tempos – que já recebeu homenagens das mais diversas -, e conta com o clipe de “Smells Like Teen Spirit“, gravado com pouca produção e grana, que se tornou um sucesso instantâneo na MTV e elevou o hype do álbum às alturas, colaborando para que o status do Nirvana fosse muito além dos contemporâneos, Pearl Jam e Soundgarden.

Desde o seu lançamento, Nevermind já vendeu mais de 35 milhões de cópias. Número comparável com o Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. As 12 músicas logo se tornaram um clássico e o impacto que o disco causou na música e na cultura pop é sentido até hoje. Recentemente, o jornal inglês The Guardian citou o disco como um dos eventos mais importantes da história do rock. O Nirvana chegou a se apresentar no Brasil em 1993.

Formado por Kurt Cobain, Dave Grohl e Krist Novoselic, o Nirvana acabou com a morte prematura de Cobain. Aos 27 anos, em 5 de abril de 1994, o letrista e líder da banda se suicidou.

Que dia!

Aliás, o dia 24 de Setembro de 1991 foi absolutamente histórico para a música, pois na mesma mesma data, outras duas bandas incríveis lançaram discos que viriam a mudar o curso da indústria. O Red Hot Chili Peppers, com “Blood Sugar Sex Magik”, que mostrava a banda explorando suas fronteiras para além do Funk e produzindo um de seus maiores hits, a balada emocionante “Under the Bridge”. E o “Grunge raiz” do Soundgarden, que voltava mais forte do que nunca com o aclamado “Badmotorfinger”, considerado por muitos o melhor álbum de Chris Cornell e companhia. Nenhum deles mais PHoda que o Nevermind, claro!

Meu comentário: naquela época, nós caçávamos sons novos como as bruxas eram perseguidas durante a Inquisição, ou seja, incansavelmente. Tempos de festinhas de garagem e fitas cassete 90 minutos (TDK, Basf, entre outras), com os nomes das músicas anotadas no papel interior da capa e tals.

O Nevermind surgiu para os jovens amapaenses no mesmo período que outra boa nova, a MTV. Lembro como se fosse ontem, em 1992, a recém chegada emissora exibia o vídeo de “Smells Like Teen Spirit” incessantemente e nós não enjoávamos. Foram grandes momentos para a minha formação cultural. Eu tinha 16 anos e toda aquela adorável barulheira ainda ecoa no meu coração.

 Escutarei Nirvana para sempre, assim como Beatles, Led Zepellin, Ramones e Pink Floyd. Musica é a trilha sonora das nossas vidas e a da minha é o bom e velho Rock And Roll.

Elton Tavares

Fontes: Fontes: Veja; Omelete, Tenho Mais Discos que Amigos e minhas quase três décadas e meia escutando Rock and Roll.

Hoje é o Dia do Baterista – Minha homenagem aos músicos da cozinha – #diadobaterista #bateria #drums

Hoje (20) é o Dia do Baterista, aquele cara ou menina que fica na cozinha, mandando porrada com baquetas nos couros e nos ferros. O baterista é percussionista, músico que dá o ritmo pra música. Sua pegada é o mais importante (depois da experiência), pois define o ritmo da canção. Eles viram bicho no bumbo, surdo, chimbau, caixa e pratos, com as mãos e pés. Não encontrei a origem da data, mas este site possui uma sessão denominada “Datas Curiosas”, portanto ta valendo!

Eu poderia falar do lendário John Bohan (Led Zeppelin) ou Ringo Starr (The Beatles), entre tantos outros bateristas históricos, mas prefiro homenagear os bateras amigos.

Portanto, meus parabéns aos batuqueiros: Marcelo Redig, Beah, Arley Costa, Rubens Ferro, Rato (Fábio Mont’Alverne, in memorian), Valério De Lucca, Thomaz Brito, Anderson Coutinho, Júnior Caxias, Markinho Sansi, João Batera, Bolachinha, Carlos Eduardo, Túlio Joelhinho, Lenilda e Magrão. Vocês são Phoda. Parabéns!

Elton Tavares

Discos que formaram meu caráter parte I: Mondo Bizarro (1992) –  28 anos que o álbum foi lançado. – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Existem fatos marcantes na vida das pessoas que realmente só são importantes para elas mesmas. O que quero contar nessas humildes linhas é sobre a importância de fatos que ocorreram em minha vida,  que formaram ou deram esboço sobre o que sou hoje.

Corria o ano de 1992 e eu tinha 12 anos. Estava naquela fase que não sabemos se somos moleques ou homens. Etapa que começamos ser cobrados por atitudes ou pensamentos e responsabilidades nos começam a ser jogadas.

Foi mais ou menos nessa época de transição que conheci algo que pautaria minha vida até os dias atuais e me fazem ser o que sou hoje. Agradeço profundamente a meu irmão que me deu uma k7 (jovens as músicas já vieram em retângulos plásticos, com furos e eram chamados de “fita”), em um esquema assim “Toma, não gostei disso”.

Ouvir aquilo pela primeira vez foi FANTÁSTICO. Eu tinha em mãos um verdadeiro tesouro algo relativamente como o “Santo Graal”, simplesmente um pequeno esboço da banda que eu passei automaticamente achar a melhor de todas.

Pra começar pela capa, uns caras todos deformados, com uma atmosfera de “Foda-se, não estamos nem ai”, ou algo como “Não somos os mais bonitos, somos os mais fodas”. E era isso que realmente importava. Lembro-me que tinha em minha casa artefatos que hoje são jurássicos como um “Toca Fitas”, vermelho que atendia pela alcunha de “Meu primeiro Gradiente” (muitos vão saber o que é isso).

Ao colocar aquele famigerado k7 e ouvir os primeiros acordes de “Censorshit”, minha vida realmente ganhou sentido. Ver aquela figura, de voz esquisita, mandado aquelas verdadeiras farpas contra a censura americana foi algo que me fez refletir sobre o que fazemos no mundo. Ramones mostrava pra mim naquele som, que tudo estava errado. Que temos que fazer algo para melhorar e que o melhor e fazer por nossas mãos.

Mondo Bizarro, também foi o disco em que a banda conseguiu seu maior apelo e sucesso comercial, chegando a receber discos de ouro e platina em vários países como Brasil, Argentina e Chile (Pra ficarmos em nosso continente). Também foi o primeiro disco de estúdio que o C.jay Ramone gravou com a banda. Esse cara é responsável pela excelente “Strengh To Endure”. É para mim a melhor formação de todos os tempos de uma banda de rock: Joey, Johnny, C.Jay e Marky.

O disco brinda os fãs com uma bela mensagem em “It´s Gonna Be Alright”, “Isto é dedicado aos nossos fãs pelo mundo,mais fiéis e com certeza, quando a vida fica frustrante vocês fazem valer a pena…Não é ótimo estar vivo?”, exemplo de respeito e dedicação a os fãs é algo muito raro.

Sem contar claro da participação de Dee Dee Ramone que mesmo fora da banda nos brinda junto com Daniel Rey com a gloriosa “Poison Heart” Trilha sonora de “Pet Cemetery 2” (Clássico), bom podem ver que realmente um “Discão”.

A partir dessa audição e de muitas que fiz depois deste dia, minha vida ganhou relevância, pra começar o gradiente vermelho foi decorado logo com uma oriunda caveira desenhada toscamente por mim no esquema “Faça você mesmo”. Agradeço-te muito meu irmão por ter me dado sentido. Durante muitos anos o que eu realmente quis foi uma jaqueta preta, uma calça jeans rasgada, uma moto e uma camiseta dos Ramones.

VIDA LONGA A O PUNK!

*Marcelo Guido é jornalista, professor, assessor de comunicação, pai da Lanna e Bento e marido da Bia, além de amante de Rock and Roll.

**Mondo Bizarro é 12º álbum de estúdio dos Ramones. Em 1 de setembro de 1992, a banda lançou este, há 28 anos. Por conta da data, republicamos este texto porreta do Marcelo Guido. 

Estação Lunar: Live leva poesia, artes plásticas, Marabaixo e muita música regional (E hoje rola Estação Rock, veja a programação aqui)

Na última quinta-feira, 27, a prainha da Fazendinha foi o cenário da Live da programação do Macapá Verão 2020, com mas um projeto Estação Lunar. Houve apresentação musical, declamação poética, exposição de artes plásticas e muito Marabaixo para quem assistiu de casa.

A programação contou com exposição de artes plásticas do artista visual Ivan Amanajás, dando ênfase às belezas naturais de nossa terra. No palco, subiram Roni Moraes, Cleverson Baía, Helder Brandão e Beto Oscar, Rambolde Campos, além de Brenda Melo cantando canções regionais.

Para o compositor e músico Rambolde Campos, a emoção é grande em poder levar cultura a todos, mesmo de forma online. “Não temos muito costume, pois Live é uma coisa nova, vem crescendo de 3 anos para cá. Mas veio se intensificar agora nesse período da pandemia, uma forma muito interessante de divulgar nossa música. Hoje, o coração bateu forte mesmo, minha alegria é a música, a minha canção é autoral. Nosso objetivo é emocionar as pessoas. Essa é uma Live maravilhosa que apresenta as expressões da cultura amapaense e valoriza os artistas locais”, destacou.

O show teve também apresentação literária com declamações das poetisas Carla Nobre e Pat Andrade. “Este espaço para a Literatura é fundamental, é um segmento importante da cultura local, e o Amapá é repleto de bons escritores. Tenho 21 anos morando no Amapá, e essa é minha segunda participação no Macapá Verão, por meio da produtora OCA. Sinto-me feliz de levar conhecimento e emoção para as pessoas em suas casas”, destacou a poetisa Pat Andrade.

E quem levou os “ladrões” da expressão maior da cultura amapaense foi a Associação Cultura Devotos de São José Batuque e Marabaixo da Juventude, formada por 60 integrantes entre 11 e 25 anos, com o intuito do resgate religioso e cultural. “Somos jovens, alguns são descendentes de famílias tradicionais do Marabaixo e batuque, outros entraram porque gostam. Temos cinco anos de associação, e já realizamos várias apresentações, além de fazermos festas tradicionais. Queremos transmitir a outros jovens esses valores, mostrar nossa cultura e nossa fé, para mantermos vivas por muitos anos”, ressaltou a presidente da Associação, July Costa.

O Macapá Verão 2020 segue em sua versão online nesta sexta, 28. Tem Estação Rock a partir das 19h, com transmissão pela página da Prefeitura de Macapá e Youtube.

Estação Rock HOJE – 28 de agosto (sexta-feira):

19h às 23h – CEU das Artes

19h – Brenda Zeni (música)

19h30 – Tia Biló (música)

20h – Stereovitrola (música)

20h30 – Mini Box Lunar (música)

21h – Dezoito21 (música)

21h30 – Keona Spirit (música)

22h – Nova Ordem (música)

22h30 – Vennecy (música)

Secretaria de Comunicação de Macapá
Pérola Pedrosa
Assessora de comunicação
Fotos: Gabriel Flores

Há 16 anos, Banda Stereovitrola faz rock alternativo autoral em Macapá

stereovitrola – Foto: Arquivo da banda.

Por Paula Monteiro

Stereovitrola é uma banda macapaense de rock alternativo que existe desde 2004, quando os integrantes Ruan Patrick (guitarras e vocais), Marinho Pereira (contrabaixo), Rubens Ferro (Baterias) e Wenderson Matrix (samplers e efeitos) se propuseram a criar e tocar suas próprias canções nas festas alternativas da capital amapaense.

“O grupo segue seu caminho há 16 anos nesta rota arenosa e nebulosa que é o rock autoral no extremo norte do Brasil, rock este muitas vezes solitário, underground, alto, estranho e com um monte de guitarras por vezes desagradáveis”, disse o vocalista.

Foto: Aog Rocha

“É difícil enxergar e fechar as influências do grupo em apenas poucas variáveis, mas ali se encontra um pouco de garage rock, tonelada de fuzz, reverb e sons sintetizados do pós- punk inglês, mas que ao se comunicarem nos remete a diferentes lugares da cidade e costumes da vida alternativa macapaense”, explica.

Em 2006, o grupo lançou o primeiro EP “Cada molécula é um ser”. Com músicas como “Oh! Valeria” e “Depois das seis”, a banda experimentava cada vez mais o rock autoral. Com apenas um ano de lançamento, eles tiveram a oportunidade de se apresentar pela primeira vez fora do estado, em Belém (PA), no festival “Se Rasgum no Rock”.

Foto: Aog Rocha

Dois anos mais tarde, Stereovitrola retornou à capital paraense para o lançamento do primeiro CD cheio “No Espaço Líquido”. “As músicas deste disco tornaram-se um hino da geração perdida jovem tucujú de 2009 e são cantadas até hoje pelo nosso público durante os shows”, conta o vocalista.

Em 2012, eles lançaram seu terceiro trabalho “Symptomatosys” e viajaram no ano seguinte para Natal (RN), onde se apresentaram no “Festival DoSol”. A participação da banda nesse evento rendeu uma boa divulgação no cenário nacional, que viu com bons olhos o potencial do rock no extremo norte do país.

Foto: Instagram da stereovitrola

A banda coleciona apresentações em diversos bares da cidade, festas alternativas, programações culturais e de esportes radicais como o skate. Tocou em vários festivais amapaenses como o “Quebramar” e “Grito Rock”. Em 2010, a banda fez show em São Paulo (SP), no “Serralheria”; São Carlos (SP), na “Ufscar”; e ainda passaram por Goiânia (GO), no festival de Rock “Vaca Amarela”. Em 2013, se apresentaram no “Festival DoSol”, em Natal (RN), além de apresentações em Belém do Pará.

O último trabalho da banda foi lançado em 2017, com o EP “Macacoari, rio triste”. O lançamento também marcou a entrada de Carlos Radion (sintetizadores) para somar junto ao grupo.

Vídeos da discografia: 

Meu comentário: Lembro bem da primeira vez que vi uma apresentação do grupo, ainda com o “liguento” nos vocais e o Anderson na guitarra base. Foi no Lago do Rock, em 2004 (movimento criado por mim, Gabriela Dias e Arley Costa) e realizado na Praça Floriano Peixoto.Saco a banda e gosto do som dos caras desde o início. Força sempre, stereo! (Elton Tavares)

Fonte: Portal Égua, mano!

Ao Vivo Lá Em Casa: Última sexta do mês de julho terá programação virtual nas redes sociais da Secult/AP

Com ótima aceitação do público, o projeto Ao Vivo Lá Em Casa, da Secretaria de Cultura do Amapá (Secult/AP), encerra sua primeira etapa de exibições virtuais, nesta sexta-feira (31). Mais sete atrações locais se apresentam pelas redes sociais da pasta (Facebook e Instagram), entre elas, a banda de rock Tia Biló, DJ Netinho Popular, Workshop de Balé e Histórias da Quadra Junina. A programação inicia às 18h.

Desde o dia 10 de julho, mais de 80 produções de artistas locais já foram transmitidas virtualmente para os amapaenses, de forma totalmente acessível, garantindo a interação entre o trabalhador da cultura e seu público. Com a iniciativa, o Governo do Amapá (GEA) – por meio da Secult/AP – enaltece a classe artística do Estado, possibilitando também que pessoas de outras regiões ou países conheçam um pouco da cultura tucuju.

Uma programação diversificada foi oferecida, com shows musicais, recitais poéticos, espetáculos, performances, exposições, exibições, contação de histórias, demonstrações técnicas, entre outras. Na quarta-feira (29) e quinta-feira (30), teve música com Heber Lemos, Brenner Pinheiro, Ezequias Monteiro, Cleverton Nélio, Mariele Maciel, Artur Loran e Amado Amâncio. Completaram a programação, os artistas Jansen Rafael (Artesanato), Rafael Lacerda (Teatro), José Inácio (Audiovisual) e Luiz Alberto (Capoeira).

“Os artistas locais precisaram se adaptar para poder continuar trabalhando nesse período de pandemia; coube então a nós, da Secretaria, criar os mecanismos para que a produção cultural não fosse totalmente afetada. Acredito que o projeto Ao Vivo Lá Em Casa foi uma excelente experiência para os produtores culturais e o público amapaense que, mesmo dentro de suas casas, pôde apreciar a riqueza dos segmentos culturais presentes em nosso Estado”, enfatizou o titular da Secult/AP, Evandro Milhomen.

Programação:

31 de julho (sexta-feira)

18h – Ademir Barbosa (Artes Visuais); 18h20 – Luana Mira (Dança); 18h40 – Letícia Rosa (Cultura Popular); 19h – Kleber Luiz (Música); 19h20 – Júlia Medeiros (Música); 19h50 – Banda Tia Biló (Música); 20h20 – Dj Netinho Popular (Música).

Discos que formaram meu caráter (Parte 29) – “Back In Black” – AC/DC (1980) – Republicado por conta dos 40 anos deste álbum, completados ontem, 25 de julho. Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Muito bem moçada!

Estamos de volta com nossa programação normal, ou não. Perdidamente em um espaço sinistro de um mundo particularmente miraculoso, eis que retornamos com nossa muito louca nave para mais uma edição dos “Discos que formaram meu caráter”.

Sei que devo ter deixado várias pessoas chateadas e putas da vida, principalmente o dono desse blog, que é um cara muito legal (faz logo uma farofa), mas não voltaríamos à toa. Sem mais delongas e “eltontavarices” à parte, é com orgulho que volto do inferno para apresentar para vocês o sétimo disco dessa turma de Sidney (AUS). Senhoras e senhores, com toda a pompa e circunstância que a ocasião permite, orgulhosamente, apresento a vocês: “Back In Black” do AC/DC. Todos de pé de PÉ.

Muito bem; corriam os anos 80 – a ressaca dos famigerados anos 70 ainda estava no ar e os caras do AC/DC já tinham provado à Europa que na Austrália não existia só Canguru, coalas e o Men At Work (grande banda, por sinal). Mas faltava ainda a conquista da América, a invasão australiana aos EUA já era um objetivo. Os planos da banda quase foram abortados por uma tragédia. Em fevereiro de 1980 o carismático e competente Bon Scott morre afogado no próprio vômito (yeah), mais rock impossível.

Sem muito tempo para frescuras e digerindo a perda – coisa que Scott não fez direito (rá) – os caras recrutaram o não menos foda ex-vocal do Geordie, Brian Johnson. Com nova formação, o AC/DC partiu para um estúdio e resolveu fazer uma homenagem ao finado frontman. Sem as 15 músicas escritas por Bon Scott para um novo álbum (um sinal de respeito dos caras), as cartas estavam na mesa.

Lançado em 25 de julho de 1980, o disco foi uma homenagem póstuma, um tributo a Bon Scott. Caras, que tributo!!

Sem mais salamaleques e leros vamos dissecar este belo artefato:

A bolacha começa com a hoje clássica “Hells Bells”, nada mais justo do que tocar os “sinos do inferno” para homenagear o saudoso e “vomitão” vocalista; aí o clima sombrio dá espaço a um alucinado riff de Angus; aí, meus velhos, a pauleira corre solta com Brian falando em alto e bom som que “se você é mal, então é dos meus”.

Entra a não menos alucinante “Shoot To Thrill”, que particularmente considero atemporal; mesmo com quase 30 anos, ainda pode ser aproveitada pela grande indústria – não é à toa que é o tema da vida de Tony Stark (só os bem fodas).

Vamos para “What Do You Do For Money Honey”, a mais digamos “pop” do disco; fala o que as pessoas podem fazer por dinheiro, segundo os caras “principalmente as mulheres”. “Giving The Dog A Bone”, o clássico “balance a cabeça e acompanhe o refrão”, recheada de conotações sexuais, é uma das melhores da bolacha. Chegando a “Let Me Put My Love Into You”, começa vagarosa, mas logo é dominada por riffs e uma bateria insana.

Sem deixar a peteca cair “Back In Back” – a faixa título do discão – mostra exatamente o que os caras estavam passando, a volta do “luto” ou você não sente isso quando ouve “de volta do luto/eu caí na cama/Estive longe por muito tempo….Sim eu fui libertado da forca”. O clássico dos clássicos, a melhor música já composta, os acordes, riffs e letras mais perfeitos; sim, amigos: “You Shook Me All Night Long” é, sem dúvida alguma, um dos hinos do rock no mundo, uma homenagem de Brian a sua namorada da época (risos).

“Have A Drink On Me”: em time que está ganhando não se mexe, ou seja, mesma fórmula, começa calma e termina em um espetáculo de porradaria. “Shake A Leg”, cantada por Brian com um vozeirão dos infernos, mostra o que seria a banda a partir daquele momento. E no fim de tudo, “Rock And Roll Ain`t Noise Pollution” – uma introdução improvisada na hora, e riffs animalescos – fecha o álbum com chave de ouro. São quarenta e um minutos e trinta segundos de pura porrada nos ouvidos. Sem dúvida nenhuma, um disco que já nasceu para ser foda. Medalha de clássico em primeira linha.

Esta bolacha foi um sucesso de vendas, vendeu até hoje 51 milhões de cópias é o disco de rock mais vendido de todos os tempos, e o segundo álbum mais vendido de toda história (perde apenas para “Thriller” do Michael Jackson, que realmente não conheço ninguém que tenha).

Se Bon Scott precisou morrer para a concepção desde verdadeiro míssil sonoro em ode ao rock, cara, sua morte não foi em vão.

Este álbum foi um verdadeiro “chute nos colhões” da dita New Wave da época. Tive a imensa felicidade de receber meu mais novo exemplar das mãos da Bia (minha garota), que viu o quanto fiquei feliz com o presente.

Muito bem macacada, é isso! Velhos, quem não conhece o disco, não merece nem em 100 anos a patente de foda, pegue seu dito passado roqueiro e jogue no lixo. No mais, é só.

* Marcelo Guido é Punk, Pai da Lanna e Bento, barba (malfeita) e marido da Bia… “nem a morte, muito menos o Diabo podem parar o Rock In Roll”.
**Publicado neste site originalmente em novembro de 2014. Republicado por conta dos 40 anos deste álbum, completados ontem, 25 de julho.

Raoni Holanda gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo! – @RaoniHolanda

Tenho alguns companheiros (brothers) com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. É o caso do Roni Holanda. Hoje é aniversário do cara, que gira a roda da vida pela 33ª vez.

Esse maluco é desenhista, ilustrador, ateu, humanista, desencanado e jornalista, compositor, cantor, e brother deste editor. Um cara gente fina, com um puta bom humor, inteligente e papo firmeza. Ele mora há anos em São Paulo (SP). Sibixo fez faculdade de jornalismo comigo e nos tornamos amigos.

Um figura que escreve bem, tem boas ideias e uma felicidade infinita e invejável. Ele é fã de música, cinema e quadrinhos, esse brother possui uma visão legal das coisas; quem conhece esse santanense sabe do que falo. Holanda foi vocalista da banda de rock amapaense, Godzilla.  Talentosíssimo, ele arrebentava nos vocais, sempre com atitude e presença de palco. Aliás, esse grupo dá saudades, eles eram foda.

Sobre a Godzilla

A Godzilla misturava performance, técnica e crueza. A banda possui linguagem própria, totalmente visceral. Eles me surpreendiam a cada show. Se fosse no Liverpool então, era cagada firme. Formada em 2007, além de Raoni, a formação original tinha a Sandra Borges no contrabaixo, o Magrão na bateria e Wendril na guitarra.

Eles Conquistaram seu espaço no Rock And Roll amapaense e tocaram em Belém (PA), no Nordeste e em Sampa. Tinham público, fãs, eram queridos. Chegaram a gravar um disco. Eles eram fodas mesmo. Acompanhei, divulguei, fui plateia. Agora é só história e nostalgia.

 

Em 2019, estive em São Paulo a trabalho e tive o prazer de tomar umas cervejas com o Raoni. Ele continua o mesmo cara porreta.É como a frase de Paulo Sant’Ana: “tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos”

Com o Raoni – Sampa 2019. A foto ficou palha, mas essa noite foi firme!

Raoni, mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, sabedoria, coragem e talento em tudo que te propões a fazer. Que a Força sempre esteja contigo. Saúde e sucesso sempre, amigo. Parabéns pelo teu dia! Feliz aniversário!

Elton Tavares