Discos que formaram meu caráter: Achtung Baby (1991) – U2 (30 anos do álbum) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Muito bem “sementinhas do mal”, lá vamos nós para mais uma etapa da nossa jornada musical. Vendo nada mais que belos discos, músicas inesquecíveis e momentos agradáveis. Iremos “descascar” mais uma bela bolacha do saudoso ano de “91”, não canso de lembrar vocês sobre a importância musical de 1991 (podem ler os outros textos), quando a natureza convergiu-se em inspiração e presenteou nós meros mortais com uma excelente safra de discos (mais fresco logo).

Sem mais delongas eu lhes apresento “Achtung Baby”. Sétimo disco (estúdio) do U2.

Antes de qualquer coisa, quero lembrar que não vou ficar naquele papinho deveras escroto de “Ah, o Bono vai salvar o mundo”, “Ele ama as criancinhas da África”, “Melhor banda do mundo”, esse papinho enche meu saco. Até porque todos sabem que a melhor banda são os Ramones (ahahaah). Vamos lá.

Os anos 80 tinham terminado e o U2 já estava consagrado mundialmente, discos como “Boy” (1980), “War” (1983) e principalmente “The Joshua Tree” (1987) já tinham feito isso pelos caras. Então oque fazer, quais forças para continuar, já se tem tudo o que se pode ter. No meio de tudo isso Bono magistralmente dá um susto em toda sua horda de fãs “Temos que partir – e voltar a sonhar tudo outra vez.” (1989). De quanto tempo seria a espera?

Aí chega “1991” e eles não iriam ficar de fora da festa. Com um título realmente simples, acredito que chega até ser tolo, retirado de filme. Os caras conseguem se reinventar e marcar um verdadeiro golaço.

Se antes eles eram os caras que representavam toda a fúria, agora vieram com uma proposta totalmente diferente. Deixando de lado toda aquela “Sisudez”, mudaram toda sua direção musical, incorporando elementos do Rock Alternativo, Música Industrial e porque não da famigerada Dance Music. Sim caros amigos eles voltaram mais obscuros, porém bem mais introspectivos, sim amigos era o U2 para as massas.

Eram tempos novos, “The Fly” (alter ego de Bono), estava de óculos escuros andando de limousine com fome ele queria conquistar o mundo.

A nova proposta chegou a chocar muitos puristas, que se acostumaram com a imagem revolucionária da banda. Mas logo ao ouvir os primeiros acordes de “Zoo Station” chegaram a conclusão que realmente aquilo valia muito a pena. Vamos deixar de onda e ir para faixas.

O disco começa a todo vapor com “Zoo Station” que teve o título inspirada em uma estação de metrô de Berlin, alguns acreditam que existem referências a “The Kids from The Zoo Station” (livro de Cristiane F, os fodas sabem quem é), vai para “Even Better Than The Real Thing” uma singela brincadeira com um slogan da “Coca-Cola”, extasia todos com “One”, uma das mais belas canções já executadas, fala de relacionamentos, fala de amor (uma de minhas músicas preferidas no vinil).

Depois chega em “Until The End Of The World”, simplesmente Judas conversando com Jesus, deixando aberta a qualquer um sua interpretação. Em “Who`s  Gonna Ride Your Wild Horses” uma força do Bono para o The Edge que passava por divórcio naqueles tempos. Já “So Cruel” fala como não a crença no amor verdadeiro, ou o desespero do parceiro para que o relacionamento não acabe. Tem também “The Fly”, magnífica parodia do rock star que eles queriam ser. A marcante “Mysterious Ways” o lado feminino de envolver um homem. Segue com “Tryn`To Throw Your Arms Around The World”, uma homenagem a um bar frequentado pela banda, quando os caras estavam nos EUA (nada mais justo, bar é bar). Por sua vez, “Ultra Violet (Light My Way) traz muitas metáforas românticas. Em “Acrobat” rola uma temática extremamente religiosa, como se você pudesse resolver todo caos que existe em sua vida. E termina tudo em “Love is Blindness” depressiva , algo como uma visão incorreta do amor. Na boa é ou não um PUTA DE UM DISCO FODA ??.

Fica redundante falar que esse verdadeiro míssil de emoções bombásticas vendeu mais de 18 milhões de cópias e foi premiado pra caralho. Clássico de primeira ordem.

Sim os caras, não perderam tempo e entraram relevantes nos anos 90, horas com uma bela bolacha dessas não seria diferente.

Hoje, há 30 anos e alguns meses após o lançamento dessa obra prima, ela  ainda consegue arrancar suspiros desse coração tosco e gorduroso que vós escreve.

Esse disco é grande, belo e foda, se você se mete a entender de Rock tenha esse em sua coleção. E não ligue para os papos furados do Paul Hewson. Se reinventar e continuar relevante é para poucos. Bem vindo aos anos 90.

*Marcelo Guido é jornalista, pai da Lanna Guido e do Bento Guido e maridão da Bia.

Adroaldo Júnior gira a roda da vida. Feliz aniversário, mano velho!


É 27 de setembro e um dos meus queridos amigos com quem perdi quase totalmente o contato (quase se não fosse as redes sociais) gira a roda da vida neste dia. Trata-se de o Adroaldo Pacheco Jr., o “Astro”. Um figura tranquilo, inteligente e demais gente fina. Há algumas semanas, interagimos pelo Instagram e deu uma saudade danada deste brother, que é um cara muito porreta.

Pai do Bernardo e marido da Elisa, Adroaldo mora em Goiânia (GO) há anos, onde é sócio fundador da empresa Chair.in (que trabalha com Economia colaborativa, Coworking, entre outras conexões profissionais). Fico feliz que ele e a família estão bem.

Conheci o Adroaldo no início dos anos 90, quando chamávamos as festa de rock de “piseiros”. Era época das bandas como Primos do Brau (Braulino), a qual ele era o vocalista, Little Big, Drop’s Heroína e Slot.

Depois acompanhei os shows deles no velho Mosaico, comecei a ir onde a Primos do Brau tocava. Até ficarem somente no Mosaico, aquele saudoso bar, Quem foi ali, nunca esquecerá aquelas noites.

Adroaldo foi o melhor cantor de rock nos tempos em que a gente fazia festinhas, lá nos anos 90, em Macapá. Viajante do mundo, poliglota e, entre tantas outras coisas, ele é um dos caras mais extrovertidos que conheci na vida. O “astro” é e sempre será o meu vocalista local preferido, quando o papo é Rock and Roll.

Esse sacana rodou o mundo, passou pela Europa e África, a trabalho. De tão querido, quando saiu de Macapá em 2008 (eu acho), recebeu diversas festas de despedida organizadas por várias galeras. Ah, cada visita sua à capital amapaense é um acontecimento, pois sabemos que é diversão garantida.

Não fui nas três ou quatro últimas vidas do amigo até essa cidade cortada na linha do equador, nosso lugar neste planeta. E peço desculpas ao Adroaldo. É que minhas opiniões conflitantes sobre comportamento e visão política de alguns dos nossos “velhos amigos” me impede de socializar com os mesmos. Mas com o Adroaldo não, ele é e sempre será brother.

Mas este é um texto de aniversário e o astro é gente fina demais. Ele, assim como o Adriano Joacy, outro querido, conseguem com que todos gostem deles. Algo extraordinário, incomum e invejável.

Nós sempre sentimos saudades de suas presepadas e amizade, Adroaldo. E, é claro, de ouvir você cantar.

Adroaldo, eu e Marcelo Guido – Foto: Gabriela Dias

Adroaldo, mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais feliz, produtivo e iluminado. Que sigas pisando firme e de cabeça erguida em busca dos teus objetivos, sempre com essa serenidade, sabedoria e coragem que lhe é peculiar. Que tudo que couber no seu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. Que tu continues espalhando alegria, seja cantando, tocando ou somente marcando presença. E que tua vida seja longa, repleta de momentos porretas. Você merece. Parabéns pelo seu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

UNDERGROUND GANHA FORÇA COM MAIS UM PROJETO SONORO

Por Clarice Ventura

O underground tucuju ganha força com mais um projeto sonoro conduzido por Leal Cajari e Carlos Haussler. Trata-se da formação de parcerias para produção de música autoral.

Para esta primeira empreitada foram convidadas figuras insignes do underground amapaense, entre elas, Ruan Patrick (guitarrista e vocalista da Stereovitrola), Herleson Freitas (baixista da Resistência Pública) e Carlos Haussler (baterista da Rancor HC).

A primeira música produzida por meio dessas parcerias parte das provocações geopolíticas de Leal Cajari e Ruan Patrick, mesclando a diversidade linguística a elementos sonoros de vanguarda, inspirados pelo pós-punk e pela variedade da música percussiva regional. A letra da música conta, de forma fragmentada, uma saga que envolve muitas comunidades amazônicas, capturadas pelo sonho de prosperidade que se desmancha com o passar do tempo.

Esta música deu origem também ao nome do projeto – fértil quintal. Foi gravada e produzida por Ppeu Ramos na Casa Poliphonic. Ela faz, de maneira sagaz, uma crítica ao megaempreendimento de exploração mineral iniciado no Amapá nos idos de 1957.

“seremos uma linda Company Town / seremos um imenso fértil quintal”

Para promover este trabalho autoral, o projeto sonoro fértil quintal está produzindo um videoclipe tendo, como uma de suas locações, as ruínas dos trilhos que faziam o transporte de minérios de Serra do Navio a Santana. Na captação de imagens, o projeto fértil quintal conta com a participação de Fábio Fernandes (imagens), Carlos Haussler (roteiro, imagens, fotografia, produção e direção) e Ronaldo Rony (roteiro e produção). Para compor o videoclipe, alguns convidados muito especiais para atuar como personagens: Davi Borralho e Ronaldo Rony, além do próprio Leal Cajari. Como ainda estão captando imagens para o clipe, haverá outras participações, tanto na atuação em cena quanto na edição final do trabalho.

Para quem curte o bom e velho Rock and Roll, fértil quintal entrará para a história do underground amapaense, por sua originalidade e identificação com a vanguarda da música tucuju.

Escute aqui a música:

Pearl Jam: álbum “Ten” completa 30 anos de história

Há exatos 30 anos, em 27 de agosto de 1991, o Pearl Jam iniciava sua caminhada no universo fonográfico ao lançar Ten. O disco de estreia da banda, que se tornaria um dos materiais alternativos mais vendidos dos anos 1990, foi gravado no London Bridge Studio, em Seattle, cinco meses meses antes de ser disponibilizado no mercado. Ten chegou de forma tímida, sem grandes alardes. No entanto, se posicionou como o trabalho que melhor representava toda uma cena rock que começava a dar seus primeiros passos e conquistou disco de ouro na segunda metade de 1992, ultrapassando as vendas do poderosíssimo Nevermind, do Nirvana.

Muitas das faixas de Ten nasceram de composições instrumentais feitas pelo baixista Jeff Ament e o guitarrista Stone Gossard, que Eddie Vedder acrescentou letras falando de solidão, depressão e morte. O álbum produziu três singles: “Alive”, “Even Flow” e “Jeremy”. No entanto, canções como “Black”, “Oceans” e “Why Go”, também ganharam bastante destaque nas rádios, até que o conteúdo completo do disco se tornasse um clássico do rock e um dos capítulos iniciais da história do grunge.

Algo que ajudou muito na popularização desse trabalho de estreia do Pearl Jam foi a intensidade de suas performances ao vivo, principalmente quando o grupo partiu para mostrar seu trabalho em grandes festivais, culminando em concertos antológicos. A energia no palco apresentada pela banda começou a formar uma legião de seguidores do movimento grunge, que passava a contar com admiradores por todos os cantos do planeta.

Fonte: Rádio Rock.

Após 59 anos na bateria dos Rolling Stones, Charlie Watts parte para a banda de Rock and Roll celestial #rollingstones

Rolling Stones em show realizado na Califórnia em 2019 – Foto: Mario Anzuoni / Reuters

Charlie Watts, baterista do Rolling Stones, morreu hoje (24), aos 80 anos. A informação foi confirmada por Bernard Doherty, agente do músico, em comunicado para a imprensa britânica. “É com imensa tristeza que anunciamos a morte de nosso amado Charlie Watts”, escreveu no comunicado. Watts morreu em um hospital, cercado por sua família. A causa da morte não foi revelada.

Charles Robert Watts nasceu Londres, em 02 de junho de 1941, e começou sua carreira em 1960, como baterista da banda Blues Incorporated. Tocando na noite, conheceu Mick Jagger, e ingressou nos Rolling Stones em 1963, permanecendo na banda desde então. Um porta-voz do artista já havia anunciado, no início de agosto, que ele não participaria da turnê norte-americana da banda, prevista para o outono boreal, por motivos médicos. “Charlie foi operado com sucesso, mas seus médicos acreditam que ele precisa descansar”, explicou, sem mais detalhes.

O baterista, que completou 80 anos em junho, estava com os Stones desde 1963. Junto com o cantor Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards, Charlie Watts era um dos membros mais antigos da famosa banda de rock, na qual também participaram Mick Taylor, Ronnie Wood e Bill Wyman.

Em 2004, Watts foi tratado no Hospital Royal Marsden de Londres de um câncer de garganta, do qual se recuperou após uma luta de quatro meses contra a doença, incluindo seis semanas de radioterapia intensiva.

“Charlie era um amado esposo, pai e avô e também, como membro dos Rolling Stones, um dos maiores bateristas de sua geração”, afirmou Doherty. Antes de ingressar em uma das bandas de rock mais icônicas da história, Charlie Watts trabalhou como ator, aos 14 anos de idade, no filme A Túnica Escarlate (The Scarlet Coat, 1955). Ele também apareceu nos filmes 4 Schlüssel (1966), Digital Dreams (1983) e Blue Ice (1992), além de aparecer no documentário Sympathy For the Devil (1968), dirigido por Jean-Luc Goddard.

Poucos minutos após a notícia do falecimento de Charlie Watts , a banda postou uma declaração do assessor do baterista expressando “imensa tristeza” por sua morte e lembrando-se dele como “um dos maiores bateristas de sua geração”.

Charlie Watts durante show dos Rolling Stones em Chicago 21/06/2019 REUTERS/Daniel Acker

Meu comentário e agradecimento

Sou um apaixonado pelo Rock and Roll. Além de ler e assistir tudo sobre o estilo musical, tento ir a shows das bandas que sou fã e tive sucesso com dezenas delas ao longo dos anos. Era um sonho ver um show dos Rolling Stones. Em 2016, na última vez que eles estiveram no Brasil, eu escrevi: perdemos a chance. Hoje, vejo que realmente perdemos, pois é bem difícil as velhas pedras continuarem rolando sem o lendário baterista.

Foram Com 58 anos na cozinha dos Stones, mandando porrada com baquetas nos couros e nos ferros. Uma longa vida de Rock and Roll em uma das maiores e mais fodas bandas da história.

Num futuro próximo, quando estivermos bem velhos e não existir mais os Rolling Stones, talvez tenhamos a verdadeira noção da representatividade e da importância que eles tiveram para a evolução não só da musica, mas também da arte.

Que Watts siga na luz e vá formar uma banda celestial com Lennon, Hendrix, entre outros tantas lendas como ele. Valeu, Charlie!

Elton Tavares

Fontes: Memória Cinematográfica, Yahoo e Rolling Stones

Banda britânica Coldplay tenta falar com governadores brasileiros sobre mudanças climáticas (entre eles, o do Amapá)

Chris Martin, líder do Coldplay – Foto: Marco Antônio Teixeira/ UOL

Uma postagem inusitada chamou a atenção dos fãs brasileiros do Coldplay hoje: o perfil oficial da banda citou no Twitter os governadores Waldez Góes (PDT, Amapá), Helder Barbalho (MDB, Pará), Mauro Mendes (Democratas, Mato Grosso), coronel Marcos Rocha (sem partido, Rondônia), João Azevêdo (Cidadania, Paraíba) e Wellington Dias (PT, Piauí).

Na publicação, a banda afirma: “Olá, os estados que vocês representam têm uma ótima oportunidade para fazer história no combate às mudanças climáticas. Vocês vão se juntar a nós no Global Citizen Live com compromissos de conservação e adaptação?”

A publicação foi respondida pelo governador do Amapá:

“Para sobreviver, o mundo merece mais do que a humanidade oferece neste momento da história. Somente com um forte vínculo desenvolvido a partir da unificação global, seremos capazes de efetivamente iniciar uma nova era de restauração do planeta. A região amazônica está cumprindo seu dever. Conte conosco”.

Coldplay

Coldplay – Foto: site oficial da banda.

Coldplay é uma banda britânica de rock alternativo fundada em 1996 na Inglaterra pelo vocalista e pianista Chris Martin e o guitarrista Jonny Buckland no University College London. Depois de formar o Pectoralz, Guy Berryman se juntou ao grupo como baixista e eles mudaram o nome para Starfish.

Fonte: UOL.

Poema de agora: Rock and roll forever (a poesia marginal do Régis Sanches)

Rock and roll forever

John Bonham!
Você mergulhou
Para flutuar com Brian Jones
No fundo da piscina.
Não sei, por que razão?
Às vezes,
Também faço coisas
Que ninguém imagina.

Jimi Hendrix!
Você quiz voar
Com o “Rei Lagarto”
Nos céus de Paris.
Embarcaram em uma nave
Que “bad trip”!
Com Janis Joplin
E Elis.

Um dia, eu também quiz voar
Num mergulho sem fim
Abro as asas sobre o mar.
Mas, veja, eu não desisti
Estou aqui,
Mil histórias prá contar.

Kurt Cobain!
Você fugiu para o Nirvana
E o Himalaia é logo aqui
Cássia Eller!
Você não me engana.

Estou na selva
Dias negros, noites obscuras
Eu vou nas ruas
Com meu skate esfarelado
Veja, o meu corpo suado
Minha cabeça
Vomita versos delirantes
Minha guitarra-flamejante
Vou lapidando diamantes
Veja, a luz nos olhos meus
Aquela velha chama
Nunca se apagou
Rock and roll.

Régis Sanches

Saudades, amizade e rock’n’roll: neste sábado (14), rola live/homenagem póstuma ao advogado e músico Nilson Montoril Júnior

Caricatura do artista Andrew Punk

Neste sábado (14), a partir das 18h, familiares e amigos do advogado e músico Nilson Montoril Júnior, que desde 2020 não está mais conosco, promoverão uma live em homenagem póstuma a ele. “Nilsinho”, um dos apelidos do saudoso amigo (sim, era meu amigo também) foi, além de excelente profissional do Direito, contrabaixista, líder e fundador da banda The Malk. O show on-line é uma mistura de saudades e honrarias ao cara, querido e considerado pela galera da antiga que curte som em Macapá.

A apresentação será transmitida pelo canal da The Malk no Youtube. A live contará com a participação dos companheiros de banda e outros músicos que tocarão na evento virtual, além de  depoimentos de amigos de toda a vida e familiares do Montora. E, ainda, exibição de fotos de momentos da trajetória do “Maizena” (Nilson era uma cara de muitos apelidos).

Banda The Malk, no tributo ao The Cure. Bar Do Vila, em 2019. Foto: Elton Tavares

Para que não conviveu com o Nilsinho, com aquele jeito ácido de ser (igual ao meu) que todos adoravam, é uma excelente oportunidade de saber mais do cara, que foi um grande amigo dos seus amigos, inteligente demais e figuraça porreta. Pois vão rolar boas histórias sobre ele.

Além de operador do direito e músico, Montora era um marido apaixonado e amoroso pai de dois caras.  E, ainda, maçon, flamenguista, amante de rock’n’roll, um dos maiores fãs de Cure e Smiths que conheci e brother das antigas da galera. Ele morreu no dia 16 de dezembro de 2020, aos 47 anos, devido a uma parada cardiorrespiratória em decorrência de complicações da Covid-19. E deixou saudades, pois a gente dava muito valor naquele bicho.

Eu e Nilson em dois momentos de 2016: encontro de trabalho no TRE/AP (esquerda) e show da Legião Urbana (direita).

O evento virtual foi carinhosamente organizado por muita gente que amava o cara, como a Gabriela Dias e o Adroaldo Júnior, entre tantos outros brothers. Se o Nilson  já assistiu, deve ter reprovado alguma coisa, seja o som, o setlist ou algo assim, pois ele tinha que reclamar com algo ou chamar a atenção do Adriano Bago sobre algo que o mesmo tinha esquecido. Esse era o Montoril, um cara perfeccionista  e, às vezes, até cri-cri, mas a gente gostava. A música sempre me uniu ao Nilsinho. Recomendo a live.

Serviço:

Live/homenagem póstuma ao advogado e músico Nilson Montoril Júnior
Data: 14 de agosto de 2021 (também conhecido como hoje)
Horário: a partir das 18h.
Transmissão pelo canal da banda The Malk no Youtube:

https://www.youtube.com/channel/UCzwrV6fDW2GfEz139qQwhRQ

Elton Tavares

Como hoje é sexta, sempre lembro do velho Liverpool Rock Bar

Hoje é sexta-feira e toda sexta lembro do velho Liverpool Rock Bar, que foi um dos celeiros do rock amapaense. Fundado no final 2004, pelo seu Nelson e sua filha Vânia, o bar, mesmo sem estrutura, fez sucesso entre os amapaenses que gostam de rock and roll.

O Liver foi, até o final de 2009, o refúgio do underground amapaense. Um bar simples, entretanto, frequentado pelas pessoas mais descoladas da cidade. Na categoria “rocker”, foi o bar de rock mais duradouro da história de Macapá.

O Liverpool tinha mesas de bilhar adoradas por 90% dos frequentadores, bandas legais e tínhamos a certeza que íamos encontrar os amigos por lá.

No Liver iam músicos, skatistas, jornalistas, boêmios, malucos, caretas, homossexuais e heterossexuais. Era um local democrático, muito longe de uma “vibe” ou “point”. Alguns, mais exigentes, apelidaram o local de “Liverpalha”, mas viviam por lá.

Hoje temos locais melhores para curtir som, muito mais estruturados, refrigerados e tals, mas todos nós lembraremos do charme sujo que o Liver possuía. A gente quebrava tudo por lá (às vezes, literalmente). Saudades daquela bodega! (aliás, nestes tempos de pandemia, saudades de qualquer bar).

“O Rock é energia, o desejo ardente, as exultações inexplicáveis, um senso ocasional de invencibilidade, a esperança que queima como ácido” – Nick Horby – Romancista inglês.

Elton Tavares

Sobre a saudosa Drop’s Heroína (primeira banda de Rock formada somente por mulheres do Amapá) – Crônica de Elton Tavares (ilustrada por Ronaldo Rony)

Crônica de Elton Tavares

A Drop’s Heroína surgiu do desejo das, então adolescentes, Rebecca Braga e Aline Castro. A proposta foi a de formar uma banda diferente, com uma agressividade teenage. Logo depois se juntaram à Lenilda e Sabrina. Depois, a formação mudou várias vezes. Sabrina deu lugar à Cristiane no contrabaixo, Suellen no teclado e a última formação contou com Débora nos vocais e Dauci no baixo. A banda lutou contra o preconceito, já que era formada apenas por mulheres, algo nada convencional no Amapá, na década de 90.

A banda foi pioneira no feminismo do rock amapaense. Suas apresentações eram sempre porretas, dignas de um público fiel que seguia a Drop’s aonde quer que as heroínas fossem tocar.

A Drop’s não resistiu à saída da vocalista Rebecca Braga, tentou seguir em frente com uma substituta, mas a coisa não vingou. Apesar disto, a banda inspirou outras meninas e escreveu uma página importante do nosso rock. Ao primeiro grupo roquenrou formado por mulheres de Macapá, nossas saudosas palmas.

Em 2012, no extinto bar Biroska, rolou a festa “Noventinha”, com shows das bandas Little Big (eles não tocaram, mas isso é outra história), Drop’s Heroína e Os Franzinos – todas da mesma época. Infelizmente não fui, pois estava no município de Laranjal do Jari, a trabalho. Uma pena.

Enfim, essa foi uma história vivida por muitos que viveram o rock amapaense há mais de duas décadas. Aqueles anos ficaram guardados na memória e no coração de todos.

É, vez ou outra “mascamos o chiclete Ploc da nostalgia”, como diz Xico Sá.

Falando em citações, existe uma que define a amizade que os integrantes das Little e Drop’s têm até hoje: “Bandas são mais que ajuntamentos de músicos, são reuniões de alma” – Jimmy Page.

Em alusão ao Dia Mundial do Rock, nesta sexta-feira (16), rola a Live “Esse tal de Roquenrol”

Por Josimar Barros

Na intenção de celebrar a importância da comemoração do Dia Mundial do Rock, celebrado em todo o planeta no dia 13 de julho, a Duas Telas Produtora Cultural promoverá, nesta sexta-feira (16), a partir das 20h, uma Live em formato de papo musical intitulada “Esse Tal de Roquenrol”. Em uma oportunidade que juntará gente boa de gerações diferentes, que fizeram e ainda fazem história na cena autoral do Rock AP.

Estarão presentes na Live Geison Castro (Dezoito21), Antonio Fernandes (ex- Little Big), Patrick-s (stereovitrola), Rebecca Braga (ex Drop’s Heroína), Heluana Quintas e Otto Ramos (Mini Box Lunar), Hanna Paulino (Vennecy) e Rick Listrado (Indiegentes), que durante a transmissão apresentada pelo comunicador Cláudio Rogério,  remontarão a cena do período em que as bandas amapaenses começaram a fazer composições próprias, relembrando de referências locais que muito contribuíram, ainda refletindo sobre a importância da cena do Rock ‘n’ Roll para o protagonismo juvenil e construção do pensamento crítico.

Entre conversas despojadas e certamente prazerosas, os convidados e convidadas também brindaram o momento tocando e cantando músicas que também trarão de volta contextos e lembranças boas do Rock genuinamente amapaense.

A Live “Esse Tal de Roquenrol” estará disponível a qualquer pessoa através do canal da Empresa Duas Telas no YouTube, para quem já está inscrito no canal basta ativar o lembrete de aviso para não perder o evento. Quem ainda não se inscreveu é só ir lá no YouTube e efetivar a inscrição no canal da empresa e ficar ligado para curtir a Live no dia 16 de julho do corrente ano, a partir das 20 horas.

Serviço:

Live “Esse tal de Roquenrol”
Data: 16 de julho de 2021
Hora: a partir das 20h.
Onde: Redes Sociais e canal do Youtube dá Duas Telas Produções.

Bandas apresentam live Pra Matar a Saudade

Pra matar a saudade das bandas e dos shows na querida Macapá, as bandas Desiderare, O Sósia e Trio Canícula Blues reuniram-se em um fim de tarde para tocar suas músicas mais envolventes. O resultado desse encontro será apresentado amanhã, 16, nas plataformas digitais de forma gratuita através da live “Pra matar a saudade”.

O evento inicia às 18h30 com a apresentação do Trio Canícula Blues e seu ritmo envolvente. Em um show composto por músicas autorais e outros sucessos das décadas de 60 e 70, Ronilson Mendes, André Cantuária e Luiz Sabioni apresentam toda potência do rock blues feito no Amapá.

A segunda apresentação da noite fica por conta da banda Desiderare, trazendo um show poético musical repleto de composições próprias da banda produzidas ao longo dos mais de 8 anos de carreira.

Pra encerrar o show, não a saudade, a banda O Sósia traz um show com músicas já conhecidas do público e outras que foram produzidas no período de isolamento social. É a primeira live da banda desde o início da pandemia.

O evento será transmitido através do YouTube do Instituto Tarumã e através da página no Facebook da banda O Sósia. A programação conta com apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Amapá – SECULT/AP, por meio do edital Rato Batera, com recursos provenientes da Lei Aldir de 2020.

Serviço

Horário: 18h30
Locais: Instituto Tarumã (YouTube)
O Sósia – facebook.com/ososia.ap (Facebook)
Realização: Instituto Tarumã – SECULT/AP

Discos que Formaram meu Caráter (Parte 45) – “The Stooges”… The Stooges (1969) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Muito bem moçadinha esperta, atuante e atenuante estamos de volta com nossa programação normal, a nave e a cabeça deram pane mas já estão recuperadas e prontas para o serviço. As ondas sonoras continuam muito loucas e o tédio escarlate já pode começar a ruir por que vem ai mais uma porrada sonora, com muito orgulho que trago para vocês:

“ The Stooges” primeiro álbum dos caras do The Stooges, todos de pé e máximo respeito.

Corria o ano de 1969, e o mundo fervilhava em explosões joviais, na França a molecada já havia bagunçado o coreto nas ruas um ano antes, e essa rebeldia que se espalhou pelo mundo, começava a dar muitos frutos positivos. O verão do amor em 1967, conhecido como o “verão hippie” com suas discussões sobre a vida e o por que devemos nos rebelar contra o sistema um verdadeiro caos positivo instaurado.

Dentro desse contexto as bandas de rock começaram entrar em uma fase nova, e os medalhões conhecidos mundialmente como o Led Zeppelin, Pink Floyd , e os Beatles que ainda bem já tinham conhecido o Bob Dylan (O fânio mais incrível do mundo) dentre outros já conheciam as coisas boas que o sucesso podia proporciona, era uma experimentação danada, um progressismo com viradas de bateria e solos intermináveis, uma viajem muito louca que para mim e muitos acabava deixando o Rock muito Progressivo, ou seja chato pra caralho.

Assim na cidade de Ann Arbor no Michigan, caras como Iggy Pop começavam a formar suas bandas , mas tinha um diferencial as letras e as melodias eram para as massas, temáticas comuns e nada muito complicado para se tocar assim o bardo recrutou Dave Alexander para o baixo e os irmãos Ron e Scott Asheton estava formada a espinha dorsal da banda que meteoricamente explodiria em popularidade.

As apresentações eram extremamente insólitas, com Iggy sujo de pasta de amendoim, carne crua e se cortando adoidado a galera ia a loucura, parte se identificando com as letras e outra só xingando a banda mesmo. A adoração por ídolos passava longe daqueles caras.

A banda foi a guerra e em um show em Detroit acabaram sendo vistos por Danny Fields , que tinha ido ver o MC5 (Banda boa pra porra, falaremos dela) e gostou de toda aquela insanidade e simplicidade apresentada por Iggy e seus garotos.

Fechado contrato entre Junho e Julho de 69 os caras entram em estúdio para imortalizar o que já apresentavam no palco, produzidos nada mais nada menos por John Cale do Velvet Underground. Tudo em cima, tudo na paz mas só tinham 5 músicas. Rejeitados pela gravadora que dizia precisar de mais material, precisaram de uma noite para escrever mais 3. Que foda!

Deixando as enrolações de lado, vamos a o que interessa e dissecamos a bolacha:

O disco começa com “ 1969” , a crítica sobre o que não ter o que se fazer, dane se se é ouro ano, o tédio é o mesmo. “ I Wanna Be Your Dog”, a submissão para alguém que se gosta, você a quer mesmo com todos os defeitos. “We Will Fall”, a luta contra seus próprios impulsos. “No Full”, a famosa ressaca moral depois dos excessos, quem nunca ?. “Real Cool Time” a expectativa pelo o que está por vir. “Ann” bela homenagem a pessoa amada. “Not Rigth” ela está certa, muitos acreditam ser para heroína outros para uma garota. “Little Doll” , homenagem para uma group.

Visceral, cru , escroto, reto e direto nada mais nada menos que um disco foda, foda demais.

Nem chegue perto de uma medalha de foda se ousar não conhecê-lo. Os caras simplesmente mandaram a merda o que estava sendo feito e colocaram a verve própria, mesmo que meteoricamente apresentaram ao mundo o conceito clássico do faça você mesmo.

O Rock and Roll não é e nunca foi erudito, é música de protesto, da massa, esses caras foram os que chegaram e mostraram como se fazer.

O disco não vendeu porra nenhuma na época, o que levou os caras pra Los Angeles e o mundo pode conhecer melhor o Iggy Pop, que antes era Iggy Stooges.

Reverenciado na lista da revista Rolling Stone como um dos 200 discos mais importantes de todos os tempos, foi a apresentação de “1969” e “I Wanna Be Your Dog” que ainda hoje são referências.

Se na época o rock sujo, cru e barulhento dos Stooges foi mal compreendido, a banda no decorrer dos anos foi influencia maior de caras como Ramones, Sex Pistols , The Clash, Mudhoney dentre outros e pelos serviços prestados esse disco e indispensável na coleção de quem pretende gostar de rock.

“THE STOOGES” FOI O PONTA PÉ INICIAL DO QUE CHAMAMOS DE PUNK ROCK.

*Marcelo Guido é jornalista, pai da Lanna Guido e do Bento Guido e maridão da Bia.

Sir Paul McCartney completa 79 anos. Parabéns ao mitológico ex-beatle!!

O ex-Beatle entrou até no “Guinness Book” || Créditos: Reprodução

Sou fã de muitos músicos e compositores, brasileiros e gringos. Um dos maiores da música mundial, Sir Paul McCartney, que hoje completa 79 voltas em torno do sol neste décimo oitavo dia de junho. Um gênio e ícone do Rock  que embalou muitos momentos felizes de várias gerações.

Apesar de amar Led Zeppelin, Pink Floyd e Rolling Stones, entre outros monstros do Rock, para mim, os Beatles foram e sempre serão os maiores deste, que é o melhor estilo musical do mundo e da história da música. Eles revolucionaram tudo e influenciaram os últimos 60 anos seguintes em todo planeta. O legado da banda é incalculável.

Uma placa relembra as palavras de Lennon sobre a data: “Aquele foi o dia, o dia que eu encontrei Paul, que as coisas começaram a se mover” – Foto: Pablo Miyazawa

Há 63 anos (quase 64), no dia 6 de julho de 1957, John Lennon, com 17 anos, e Paul McCartney, com 15 anos, foram apresentados em Liverpool (ING). Encontro, que originou a maior parceria da história da música, ocorreu na na igreja de São Pedro, antes do show da banda The Quarrymen.

Claro que eu gostava mais do Lennon e do George, mas quem explodiu na carreira solo (Ringo também tá vivo e tocando, mas sucesso mesmo valendo, foi o Sir), de fato, foi Paul McCartney e ele tá aí até hoje botando pra quebrar.

Cantor Paul McCartney durante show no Estádio Allianz Parque Eduardo Anizelli/Folhapress

McCartney é um expert em escrever belas melodias. Ele entrou no “Guinness Book” há mais de duas décadas como o cantor e compositor mais bem sucedido em toda a história da música, com mais de 43 singles que chegaram ao topo das paradas e 100 milhões de discos vendidos. Paul fez alguns show no Brasil e eu não vi nenhum deles, mas não perdi as esperanças, pois o mitológico ex-beatle é PHODA!

De todas as pessoas que eu conheci, a mais especial foi provavelmente Paul McCartney. Claro, eu era fã desde que tinha catorze anos. Mas o que vou falar com ele? É como tentar conversar com Deus. Por onde começar? ‘Oh, então você fez a terra em sete dias! Como foi?’ Estávamos na festa de aniversário de Elton John. Paul de um lado, Sting de outro e Elton à frente. Era como se eu tivesse morrido e ido pro Céu do Rock. Mas sou imprestável quando preciso conversar com pessoas que admiro. Gravei uma música dele e então, de repente, chegou uma carta, dizendo: “Obrigado por não roubar “Fine Line”, Ozzy”. Foi impossível tirar o sorriso do meu rosto por vários dias” – Ozzy Osbourne, no livro “Eu Sou Ozzy”.

Paul McCartney || Créditos: Reprodução

Enfim, o ex-beatle com quase oito décadas de vida (que vida!) e mais de 60 anos de Rock. Enfim, por tudo que representa este espetacular artista, ele merece nosso reconhecimento, respeito e gratidão. Meus parabéns, votos de saúde e ainda mais longevidade ao Paul, um dos deuses do Olimpo do Rock and Roll.  Parabéns, Paul McCartney, pelos seus 79 anos de muito rock and roll! Feliz aniversário!!

Elton Tavares