Tu és forte cabocla Tens a lama, q faz escorregar quem se aproxima com o mal perto de ti Tens o vento, q sopra o q não te faz bem Tens a água, q mata tua sede e deságua desaforos Tens a mata, q acalenta tua alma e filtra o ar contaminado Tens o sol que aquece as entrelinhas Tens o abraço dos teus e as orações Tens o norte no seio, q dá vida.
Porque fostes assim, ouvidos e ruídos. Porque fostes assim, início, fim e meio. Porque fostes assim,a mão que fere, e afaga. Porque insistes em mim, um amor de não, e sim.
Porque vives assim chegando e partindo. Porque amo em ti, o que nunca eu encontro. Porque ouso ferir o amor cicatrizado. Porque ando ao derredor e volto aos pedaços.
Porque amo a noite, inteira ou destroçada. Porque sempre receio a dor de uma saudade. Porque estas onde estás eu mesmo não estando. Porque creio demais com a fé que não possuo.
Podes agora exilar-me entre gritos e horas. Podes agora cobrir-me com teu desdém. Podes agora deixar-me aqui exposto ao frio. Podes agora falar-me do jeito mais vadio. Podes agora derramar no chão todo o teu cio. Podes agora esconder-te profundamente em mim. Podes agora, te aprontar , e ir.
Eu arrumo as sombras, e os passos. Eu arrumo, o adeus, e os retratos. Eu arrumo os versos, e os pratos. Eu me arrumo inteiro, por pedaços.
Luiz Jorge Ferreira
*Do livro “Na frente da boca da Noite ficam os dias de Ontem” – Rumo Editorial…2020 (São Paulo – Brasil).
Amigos! Em meio a essa pandemia, todos nós de algum modo mudamos hábitos. E o mais importante deles é ficar em casa pois esta é a melhor alternativa para minimizar a taxa de contágio pelo Coronavírus. Podemos estar em casa, mas não vamos ficar desconectados, e por isso o meio virtual será nosso espaço de encontro. Porque o mais importante também é não deixarmos de nos amar e cuidar da nossa rede de afeto.
Por causa das medidas de contenção, muitas pessoas tiveram suas atividades laborais interrompidas, paralisando, assim, sua fonte de renda. Nós, artistas, somos uma classe inteiramente atingida por esta ação e já têm famílias sem ter o que comer por não poder manter nossas atividades laborais de cada dia, como dar aulas ou tocar nas casas noturnas.
Por esse motivo estamos em campanha É de pouco que se faz um monte♡.
“Me chamo Erick Pureza e venho através dessa pedir sua colaboração com alimentos não perecíveis; produtos de higiene pessoal; fraldas descartáveis ou transferências. Faremos nossas prestações de conta de cada cesta ou valor arrecadado através do Facebook e nossas lives no Instagran quarta_de_arte_da_pleta (exibida toda quarta feira a partir das 20h)”
Tem Quarta de Arte da Pleta hoje, dia 08 de abril, às 20h.
Nega Aurea – Hayam Chandra – Leka Denz – Tico Sousa – Cley Lunna – Edu Gomes –
Erick Pureza – Sousa – Wendell Cordeiro – Fernanda Canora
Instagran quarta_de_arte_da_pleta
Toda ajuda é bem vinda!
♡Sua doação pode significar o almoço de uma criança♡
Contato para doação:
Fone 991246160
Endereço: Barracão da Tia Gertrudes/ Banquer Desclassificaveis
Avenida Duque de Caxias, 1203 – Centro
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Conta Poupança
Agência: 261 – 5
Conta: 107188 – 2
Vivo do ato de escrever sobre tragédias e espetáculos sobre o candidato vitorioso e o derrotado sobre o deputado corrupto e o governante que finge ser honesto sobre a exportação da mandioca e a importação da farinha sobre a fome e a riqueza sobre o real e o dólar. Perdoa-me, Anjo, não sobrou tempo para escrever um poema de amor.
E as pessoas ficaram em casa. E leram livros e ouviram música E descansaram e fizeram exercícios E fizeram arte e jogaram E aprenderam novas maneiras de ser E pararam E ouviram mais fundo Alguém meditou Alguém rezava Alguém dançava Alguém conheceu a sua própria sombra E as pessoas começaram a pensar de forma diferente. E as pessoas curaram.
E na ausência de gente que vivia De maneiras ignorantes Perigosos, perigosos. Sem sentido e sem coração, Até a terra começou a curar E quando o perigo acabou E as pessoas se encontraram Eles ficaram tristes pelos mortos. E fizeram novas escolhas E sonharam com novas visões E criaram novas maneiras de viver E curaram completamente a terra Assim como eles estavam curados.
Kathleen O’Meara, em 1869 (quando a poeta tinha 30 anos).
*A escritora Kathleen O’Meara nasceu em Dublin (IE) em 1839. e morreu em 10 de novembro de 1888, em Paris (FRA).
A poetisa, escritora e colaboradora deste site, que assina a sessão “Caleidoscópio da Pat”, Patrícia Andrade, lançou uma versão virtual de seu 24º livro de poemas. A obra, denominada “Uma Noite Me Namora”, nesse formato, ganhou a ilustre participação do também poeta Pedro Stlks, que assina a arte do livro. A publicação contém 16 poemas da brilhante mestra da arte poética.
A iniciativa de Patrícia Andrade visa arrecadar recursos financeiros nessa época de isolamento social, por conta da epidemia de coronavírus.
Há 21 anos em Macapá, a poetisa paraense escreve belos poemas, declama e edita seus livros. Ela sempre comercializa suas obras em eventos culturais bares e da capital amapaense, o que não é possível nestes tempos de Covid-19.
Sempre compro e recomendo o trabalho de Pat Andrade, de quem sou fã e tenho a honra de ser também amigo. Aliás, já tenho o meu “Uma Noite Me Namora”. Corre, fala com a Pat, e adquire o teu exemplar virtual. A cultura agradece.
Serviço:
“Uma Noite Me Namora”, de Pat Andrade, em formato virtual
São 16 poemas . A publicação tem arte de Pedro Stlks
Pague o quanto puder e compre o seu.
(96)99188-6565 (W’app – Patrícia Andrade)
me desapego do passado como quem se despe de horas gastas [pelas traças não passo o passado a ferro deixo amarrotado penduro entre cabides [e araras uma roupa para vender no brechó [junto com as coisas mais baratas.
Como o negócio é ficar em casa, a gente não marca bobeira e aproveita pra fazer arte, muita arte, na Quarta de Arte da Pleta especial de Quarentena. “Num é bicuda, não!”
Muita gente boa vai estar contigo hoje, dia 1 de abril, a partir das 20h, no Instagram. Aproveita. Afasta os móveis. Prepara a pipoca e avisa os vizinhos. Vai ter sonzeira e poesia no dia da mentira.
Segue no Istagram: quarta_de_arte_da_pleta
Confere a programação:
20:00 Negra Áurea e Yanna MC
20:20 Leka Denz
20:30 Hayam Chandra
20:40 Lia Borralho
21:00 Fernanda canora
21:20 Pat Andrade
21:30 Wendell Conceição
21:50 Carla Nobre
22:00 Jorginho do cavaco
22:40 Ton Rodrigues
23:00 Wendel Cordeiro
23:20 Ricardo Yraguani
23:40 Tico
00:00 Erick Pureza
00:20 Edu Gomes
00:40 Laura do Marabaixo
O devaneio é o cetro do poeta. Flutua, voa, espairece e carece. Submerge, ondula e flui. Reina, plácido, entre os aromas e os cânticos eternos dos poemas. Mente, esbraveja subversões em lampejos que mais parecem cometas siderais.
O devaneio é o cérebro incondicional do poeta, o coração, as tripas, os pulmões extracorpóreos. E o poeta, triste, da cor só-limão, caminha por entre as imaginações e concebe um mundo antimundo: nem matéria, nem resultado do big-bang, nem overdose ficcional, nem síntese apocalíptica.
Com o cetro na mão, imperador dos reinos metafísicos, caçador de sensações, flutua, enlanguesce, desnuda-se, contradiz-se e sofre, principalmente se a palavra não chega e o silêncio triunfa.
O Rádio do Joca Um Transglobe Philco Pegava em Ondas Curtas e Médias. Da casa de D Maricota no recôncavo elíptico do Bairro do Laguinho…
A Cidade Sagrada da China…as estátuas pedra sabão do Aleijadinho. Sintonizava Brumadinhos, traduzia os latidos do Pulguinha e punha em ordem a desordem das aulas de Latim, copiadas por mim, no IETA.
O Rádio do Joca transmitia a Copa do Mundo de 1970, a Olimpíada vindoura em Los Angeles, a chegada do homem na lua, um ano antes. O ordenança de Noé, pedindo que ele desse ré na Arca, as vezes em Aramaico deixava sair algumas frases, eu dizia ser do Sermão da montanha.
Verissimo achava que eram diálogos de Cristo, Alípio acreditava serem ruídos, João formava a convicção que eram exames de abelhas sugando avelãs, Calouro ria, eram cálculos da hipotenusa traduzidos para o Grego, Zeca batia a foto deles com uma Máquina russa de nome intraduzível… D.Celia cancelava as teorias…nada disso…e ruído de uma empregada como eu , ocupada com o apronto de omelete…
O Rádio do Joca transmitia ao vivo, ao morto, ao claro, ao escuro… Tinha vida própria… Um dia sumiu voando pela janela entreaberta. Uns dizem que foi de mal com a comunidade da República Estudantil…da Rua 14 de Março…2415. Belém/Brasil.
O vizinho que consertava carros sem concertos, sobre sua perna de pau. Disse ao repórter do Jornal das Dez. Que ele foi um pouco antes do eclipse Saturno Lunar, quase despido , com uma ararinha azul de nome esquisito, alguma coisa como Aristóteles…
Foi para o Norte…rebocando o Equador. Foi fazendo um barulhão danado. Parecia até que o Brasil tinha feito um gol. Não deixou notícias. Hoje dezenas de anos luz. Aparece no Facebook. Está mais velho, mas está ligado,falando alto como se quisesse dizer…Alô…É nós!!!
Luiz Jorge Ferreira
*Poema do Livro Nunca mais vou sair de mim sem levar as Asas. Rumo Editorial – São Paulo – Brasil (2020).
**Criado relembrando o Joca…atleta de vários times, de destaque no Futebol Amapaense, inclusive a Seleção Amapaense de futebol. Quando de sua ida para Belém, morando na mesma República Estudantil, por 5 anos, quando Curso a Faculdade de Economia, na UFPA.