Hoje é o Dia Nacional do Maçom

Hoje é o Dia Nacional do Maçom. A data é celebrada em 20 de agosto por conta de uma sessão histórica realizada entre as Lojas de Maçonaria “Comércio e Artes” e “União e Tranquilidade”, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), nesse mesmo dia, em 1822.

Na ocasião, o Irmão Gonçalves Ledo teria feito um discurso emocionante e inspirador, pedindo a Independência do Brasil ainda naquele ano.

A data oficial foi oficializada no artigo 179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil, tornando o dia 20 de Agosto o Dia do Maçom Brasileiro. A iniciativa dele foi aprovada por todos os maçons presentes e registrada na ata do Calendário Maçônico no 20º dia, do 6º mês do ano da Verdadeira Luz de 5.822. Esta data, convertida para o calendário gregoriano (que é usado na maioria dos países ocidentais), seria equivalente ao dia 20 de Agosto de 1822. Isso teria sido um impulso da sociedade maçônica para que o príncipe regente, Dom Pedro I, proclamasse a Independência do Brasil, no dia 7 de Setembro de 1822 (menos de um mês depois da grande reunião no Rio de Janeiro).

O conceito de Maçom diz: “homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e à crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem-estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo”.

Maçonaria é uma sociedade discreta e, por essa característica, entende-se que se trata de uma instituição com ação reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela participam. Seus membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade, além do aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática, filosófica, progressista e filantrópica.

João Espíndola Tavares, meu amado e saudoso avô.

Maçonaria no Amapá e minha família

A Maçonaria existe no Amapá desde 1947, quando foi fundada a Loja Maçônica Duque de Caxias, localizada na Avenida Cloriolano Jucá, Nº 451, no Centro de Macapá. Hoje existem 24 lojas maçônicas no Amapá. Destas, 13 são da Grande Loja do Amapá e 12 da Grande Loja Oriente do Brasil. Além da capital, os municípios de Mazagão, Porto Grande, Santana e Laranjal do Jari possuem uma loja cada.

Meu avô é o primeiro da esquerda. Nessa foto, com outros maçons, entre eles o senhor Araguarino Mont’Alverne (segundo da direita para a esquerda), avô de amigos meus.

Meu avô paterno, João Espíndola Tavares, foi maçom. Aliás, foi um homem dedicado à Maçonaria. Vou contar um pouco dessa história:

Em 1968, após ser observado pela sociedade maçônica de Macapá, João Espíndola (meu avô) foi convidado a ingressar na Loja Maçônica Duque de Caxias, sendo iniciado como Maçom. Logo se destacou dentro da Ordem, por conta de seu espírito iluminado. Foi um dos maiores incentivadores de ações filantrópicas maçônicas no Amapá.

João foi agraciado, em 1981, após ocupar 22 cargos maçônicos, com o Grau 33 e o título de “Grande Inspetor Litúrgico”. Ele sedimentou seus conhecimentos sobre literatura mundial lendo de tudo.

Vô João transitou por todos os cargos da Ordem. As cadeiras que ocupou foram sua ascendência à graduação máxima da instituição. Foi Vigilante, 2ª Mestre de Cerimônias, Venerável Mestre, 1º Experto Tesoureiro, Delegado do Grão Mestre para o 11ª Distrito Maçônico e presidente das Lojas dos Graus Filosóficos. Também foi um dos participantes do Círculo Esotérico da comunhão dos membros.

Ele também integrou o grupo de humanistas da instituição, que objetivava a assistência social e humanitária, oferecendo atendimento médico gratuito ao público. A entidade filantrópica também ministrava aulas preparatórias para candidatos ao exame de admissão ao Curso Ginasial, que hoje conhecemos como Ensino Médio.

Quando ele morreu, em 1996, em nota, a Maçonaria divulgou: “Durante sua estada entre nós, sempre foi ativo colaborador e possuidor de um elevado amor fraterno”.

Há 11 anos a Loja Maçônica do município de Mazagão, Francisco Torquato de Araújo, comemorou 20 anos de fundação. No evento, a instituição homenageou seus fundadores, entre eles o patriarca da minha família paterna, João Espíndola Tavares.

Tio Pedro, Venerável da Loja Duque de Caxias

Meu tio e querido amigo, Pedro Aurélio Penha Tavares, é o único maçom da minha família. Ele também é o atual Venerável Mestre da Loja Duque de Caxias, que possui 70 anos. Meu avô, lá nas estrelas, deve ter muito orgulho de seu filho, que seguiu seu caminho Maçônico.

O Maçom, por princípio, não deve ter um dia específico para agir maçônicamente. Todos os dias são Dias de Maçom, pois a construção do Templo Interior é um trabalho árduo, diuturno e que leva uma vida para ser concluído. Parabéns a todos os IIR . ‘ ., livres e de bons costumes, especialmente os que buscam viver como verdadeiros MMaç . ‘ ., “levantando TT. ‘ . à virtude e cavando masmorras ao vício” para que sejam “Justos e Perfeitos”, parabenizou o Venerável Mestre da Duque de Caxias.

Elton Tavares

“Aqui é meu Bairro”: antigo paredão deu origem ao nome do Beirol

Por meio do projeto “Aqui é meu Bairro”, a Prefeitura de Macapá tem como objeto a nova delimitação e definição dos bairros da cidade. Por meio de Projeto de Lei, propõe a alteração, delimitação e criação de bairros no município de Macapá. A proposta legislativa apresenta 61 bairros devidamente individualizados, por intermédio de georreferenciamento, com sua espacialização dentro do perímetro urbano devidamente definida.

De acordo com o historiador Edgar Rodrigues, o nome do bairro Beirol é oriundo de um antigo paredão existente ali, no fim do século passado. O paredão servia de referência para que os artilheiros da Fortaleza de São José de Macapá praticassem o tiro ao alvo, usando os centenários canhões da fortificação. A crônica da época conta que o padre Gregório Álvares da Costa, terceiro vigário de Macapá, se destacava como exímio artilheiro nestes exercícios. A ele competia dar lições de tiro e de arte militar aos soldados da fortaleza. Os exercícios de tiro ao alvo eram praticados nos dias santificados e nas datas cívicas.

Logo após a implantação do Governo Territorial, foi construído no local, que ainda não se chamava Beirol, o primeiro presídio de Macapá, mas também ficou conhecido com o nome do bairro. Assim desfaz-se o comentário tradicional de que o bairro tivesse se originado do presídio. No local, encontravam-se a maioria das estações transmissoras das emissoras de rádio e televisão do Amapá; as antenas da Embratel [local onde está localizado hoje o Conjunto Mucajá]; o balneário do Araxá.

Atualmente, pode-se encontrar no bairro a sede campestre do Sesc, a estação de tratamento de água da Caesa, quartel da Polícia Militar do Amapá, uma Unidade Básica de Saúde, Centro Didático Esportivo, Centro Integrado de Atendimento ao Público para emissão de documentos e a Paróquia São Pedro.

A prefeitura convida a população da cidade de Macapá a participar da consulta pública. Os interessados em conhecer, opinar e contribuir com este trabalho, que resultará na aprovação de uma Lei, devem enviar suas contribuições até 27 de agosto de 2020, por meio do cadastro e preenchimento do Formulário de Consulta Pública, no link: https://macapa.1doc.com.br/b.php?pg=wp/detalhes&itd=12.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Cliver Campos
Assessor de comunicação
Contatos: 98126-0880 / 99175-8550
Fotos: Gabriel Flores

Há 36 anos Fernando Canto lançou seu primeiro livro – @fernando__canto Via @alcinea

Alcineá Cavalcante e Fernando Canto. Poetas e escritores. Foto: Flávio Cavalcante.

Por Alcinéa Cavalcante

Há 36 anos Fernando Canto lançou seu primeiro livro: “Os periquitos comem manga na avenida”, uma obra maravilhosa que, inclusive, merece uma segunda edição. O lançamento foi na praça Veiga Cabral e contou com a presença dos mais expressivos poetas, músicos, escritores e demais artistas. Foi um sucesso. De lá pra cá Fernando já publicou mais de 15 livros (poesias, contos e crônicas), participa de importantes antologias nacionais e acumula premiações.

Fernando autografando o livro para o poeta Alcy Araujo, que fez o prefácio da obra – Foto: acervo da Alcinéa

Fernando autografando o livro para o poeta Alcy Araujo, que fez o prefácio da obra

Mas, voltando ao primeiro livro. O sucesso foi tanto que Fernando foi chamado para lançar também em outros estados como, por exemplo no Rio Janeiro, a convite do Sindicato dos Escritores daquele Estado. E foi notícia na imprensa carioca.

Em artigo publicado no “Jornal do País” em março de 1985 o poeta Ivo Torres escreveu que “Os Periquitos Comem Mangas na Avenida, a partir do saboroso título, é trabalho belo, colorido, seivado de amor”

Do meu baú, resgatei o artigo. Leiam:

“OS PERIQUITOS COMEM MANGAS NA AVENIDA
Por Ivo Torres (*)

Sereno, lídimo, aparentando timidez, porém vigorosamente desperto – como diz todo bom caboclo da Amazônia – o poeta Fernando Canto desceu no céu cultural do Rio, sobraçando, altaneiro, os “Periquitos Comem mangas na Avenida”, seu primeiro volume de poemas, editado em Macapá, Território do Amapá, e aqui lançado numa bonita e comovente festa promovida pelo Sindicato dos Escritores do Rio de janeiro.

Não só desceu como ascendeu. Porque Fernando canto estreia, entretanto não é estreante. Trata-se de valioso poeta: claro, apurado, instigante, esperto inventor. às vezes amargo, amargurado, triste; outras vezes alegre, cordial, amoroso. Mas sempre digno intérprete do chão e da chama da sortilégica região norte brasileira.

Os Periquitos Comem Mangas na Avenida, a partir do saboroso título, é trabalho belo, colorido, seivado de amor, perpassado de magias encantadas, decantadas por Fernando, com singelas ilustrações do artista plástico amapaense Manoel Bispo.

Mais ainda: o autor mergulha passional, responsável e competente, na temática amazônica, sem atoleimar-se contudo, na pieguice, na empáfia discursiva, tão comuns aos que se aventuram a cantar ou contar o regional.

E o poeta atinge outros pontos de fulgor:

“o mais difícil
É mastigar o eterno
E engolir a flor”.

Pontos de rubor: “É na decisão do nó
Que a corda aperta o laço”.

Pontos de sonhador:
“Ainda acredito que o sonho do gato
É pegar o pássaro”.

O lugar do poeta é à frente, na vanguarda do acontecer, na pulsação consciente do instante histórico. A poesia continua e continuará sendo o idioma natural e adequado para a compreensão e identidade dos homens.

No momento em que, nós brasileiros, estamos empenhados na construção democrática do nosso País, muito justo, portanto, registrar e louvar, um poeta do Amapá nos trazendo, solidário, sua contribuição ao necessário dever de amarmos a perenidade das nossas coisas e da nossa gente.”

Ivo Torres – Foto: Blog da Alcinéa

Ivo Torres é poeta, escritor e administrador. Autor dos 18 livros de poesia , entre os quais “Cromossomos”, “O Trono do Amor”. Participou da Antologia dos Modernos Poetas do Amapá (1960) e aqui no Amapá dirigiu e escreveu em várias revistas, juntamente com Alcy Araújo e Álvaro da Cunha. Foi um dos fundadores e diretor da Revista Rumo, Clube de Arte Rumo e Editora Rumo, foi presidente da Associação Amapaense de Imprensa e Rádio e da Sociedade Artística Amapaense.

No Rio de Janeiro foi subsecretário de Planejamento do Governo Brizola e é membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, junto com José Louzeiro.

Aos 89 anos Ivo Torres continua super ativo no Rio Janeiro e está como novo livro para ser lançado ainda este ano.

Fonte: Blog da Alcinéa.

Daquelas tardes de domingo – Por @alcinea

Cine Macapá – Av Raimundo Álvares da Costa esquina com a Rua Tiradentes

Por Alcinéa Cavalcante

A cidade era pequena e todo mundo ia a pé logo depois do almoço pro cinema. Ninguém reclamava do sol quente, ninguém se queixava do calor.
Os meninos levavam dezenas de gibis embaixo do braço pra trocar na fila. As meninas sonhavam com o dia em que o Zorro tiraria a máscara.
Lembro de “seu Pedro” na portaria recebendo a molecada com um largo sorriso. De vez em quando deixava um entrar sem pagar ingresso, pois tinha uma pena danada das crianças que não tinham dinheiro para o ingresso.

Fonte: Blog da Alcinéa

Evandro Luiz gira a roda da vida. Feliz aniversário, Barão!

O grande Evandro Luiz, nosso querido “Barão”.

Evandro Luiz gira a roda da vida neste quarto dia de agosto. O aniversariante é um grande jornalista, produtor e repórter, cronista, pai e marido amoroso, além de respeitado e querido profissional da comunicação do Amapá.

O popular “Barão” foi o primeiro jornalista formado a se aposentar no Estado. Na TV, ele é um dos pioneiros e pavimentou o caminho para os que vieram depois. O cara fez 18 mil reportagens ao longo de quase 30 anos de televisão. Impressionante!

Evandro é um grande cara. Tive uma passagem curta pela Rede Amazônica, mas o experiente jornalista nunca me tratou como foca (iniciante). Pelo contrário, sempre teve apreço por mim. Quando descobriu que sou neto do delegado Espíndola (que já virou saudade), disse: “cara, trabalhei com teu avô na Guarda Territorial, ele foi meu amigo”.

Fotos: Arquivo Pessoal do Barão.

Em janeiro de 2016, ele pendurou as chuteiras. O jornalista Seles Nafes, que trabalhou muitos anos com o Evandro, escreveu um textaço em homenagem ao cara. Em um dos parágrafos, SN disse:

Evandro Luiz é jornalista com “J” maiúsculo, e não apenas por milhares de reportagens que produziu na televisão, muitas em situações arriscadas, especialmente em aventuras no interior do Estado. Mas pelo exemplo de perseverança e de entusiasmo pelo jornalismo, profissão que o fez faltar ao trabalho raríssimas vezes em 29 anos de Rede Amazônica”. É verdade, o cara foi exemplo dentro e fora do trampo.

Barão em sua despedida da Rede Amazônica.

Evandro merece, pois é um dos representantes da memória cultural do cenário jornalístico do Estado.

Em outubro de 2017, durante uma conversa com o Barão na casa da jornalista Alcinéa Cavalcante, conversamos sobre as várias vertentes do jornalismo, e em algum momento ele disse algo que para mim é uma honra: “Elton, cada um com o seu talento, para mim tu és um excelente assessor de comunicação”.

Com o Barão, em 2017 – Foto: Jaci Rocha.

Fiquei muito feliz com o elogio do amigo, pois tive a honra de trabalhar com essa lenda da comunicação amapaense e sei da importância de sua opinião.

Este ano, ele surpreendeu mais uma vez e começou a escrever excelentes crônicas. O jornalista Arilson Freires me mostrou e a maioria delas foram publicadas neste site, pois são porretas demais.

Ao Evandro, meu respeito e gratidão e votos de saúde e felicidades. Parabéns, amigo. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Porque escrevo (Fernando Canto) – Por Fernando Canto

O grande Fernando Canto – Foto: João Canto

Escrevo porque o ato de escrever é aprendizado “imparável”, constante, é forma de enclausuramento voluntário, evocação de mistérios que instigam a (re)criação da (i)realidade. É como navegar, no dizer de Pessoa. Mas necessariamente, contatar o estranho, rir do absurdo e ultrapassar barreiras que o real não permite. O escritor tem passaporte para qualquer lugar porque escrever é processo conduzido pelo voo imaginativo. É flecha, é corredeira, é bólido que tem destinação. É paradoxo porque cada frase sua pode ser recriada ou refeita pelo leitor.

Escrevo porque posso fotografar na minha mente formas, ambientes e personagens; diluir e transformar sonhos e expressar várias visões de mundo através deles.

Escrever é ato libertário. Deve-se escrever para ser lido, óbvio, mas, sobretudo para ser debatido, criticado, odiado, amado; para provocar reações e sentimentos diversificados. Escrever é como produzir fluidos no corpo e fazê-los sair pelos poros da alma.

Fernando Canto – Escritor (o maior escritor vivo do Amapá), jornalista, compositor, sociólogo, meu amigo e um cara paid’égua. Republicado por hoje ser o Dia Nacional do Escritor. 

Em casa com São Tiago: Governo exibe documentário em homenagem aos 243 anos da festividade

Em homenagem aos 243 anos de história da festa de São Tiago, festejado neste sábado, 25, o governo do Amapá exibe o documentário Mazagão, berço da nossa cultura, produzido com entrevistas de historiadores e moradores da comunidade de Mazagão Velho. Em 2020, por conta da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus e seguindo as recomendações das autoridades sanitárias do executivo estadual e municipal, o evento não será comemorado na sua forma tradicional.

A produção, que tem 23 minutos de duração, será exibida nas redes sociais do Governo do Estado, TV Assembleia e TV Tucuju. O documentário explica o ciclo da festa, dando uma visão geral de todos os passos da encenação histórica da batalha entre mouros e cristãos e do simbolismo cultural encontrado na fé do povo mazaganense ao santo guerreiro.

Produzido pela secretaria de Estado da Comunicação (Secom) e secretaria de Estado da Cultura (Secult), o registro da festa tem a finalidade de manter a tradição de 243 anos viva na memória e no coração dos amapaenses, levando para suas casas o espetáculo que este ano não poderá ser nas ruas da histórica vila.

SERVIÇO:

Mazagão, berço da nossa cultura – documentário com 23 minutos de duração.

Exibição: redes sociais do Governo do Estado, TV Assembleia (57.2) e TV Tucuju (24.1).

Data: sábado (25/07/2020), às 15h.

Fonte: Diário do Amapá

Raoni Holanda gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo! – @RaoniHolanda

Tenho alguns companheiros (brothers) com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. É o caso do Roni Holanda. Hoje é aniversário do cara, que gira a roda da vida pela 33ª vez.

Esse maluco é desenhista, ilustrador, ateu, humanista, desencanado e jornalista, compositor, cantor, e brother deste editor. Um cara gente fina, com um puta bom humor, inteligente e papo firmeza. Ele mora há anos em São Paulo (SP). Sibixo fez faculdade de jornalismo comigo e nos tornamos amigos.

Um figura que escreve bem, tem boas ideias e uma felicidade infinita e invejável. Ele é fã de música, cinema e quadrinhos, esse brother possui uma visão legal das coisas; quem conhece esse santanense sabe do que falo. Holanda foi vocalista da banda de rock amapaense, Godzilla.  Talentosíssimo, ele arrebentava nos vocais, sempre com atitude e presença de palco. Aliás, esse grupo dá saudades, eles eram foda.

Sobre a Godzilla

A Godzilla misturava performance, técnica e crueza. A banda possui linguagem própria, totalmente visceral. Eles me surpreendiam a cada show. Se fosse no Liverpool então, era cagada firme. Formada em 2007, além de Raoni, a formação original tinha a Sandra Borges no contrabaixo, o Magrão na bateria e Wendril na guitarra.

Eles Conquistaram seu espaço no Rock And Roll amapaense e tocaram em Belém (PA), no Nordeste e em Sampa. Tinham público, fãs, eram queridos. Chegaram a gravar um disco. Eles eram fodas mesmo. Acompanhei, divulguei, fui plateia. Agora é só história e nostalgia.

 

Em 2019, estive em São Paulo a trabalho e tive o prazer de tomar umas cervejas com o Raoni. Ele continua o mesmo cara porreta.É como a frase de Paulo Sant’Ana: “tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos”

Com o Raoni – Sampa 2019. A foto ficou palha, mas essa noite foi firme!

Raoni, mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, sabedoria, coragem e talento em tudo que te propões a fazer. Que a Força sempre esteja contigo. Saúde e sucesso sempre, amigo. Parabéns pelo teu dia! Feliz aniversário!

Elton Tavares

Nove anos sem Amy Winehouse

No vigésimo terceiro dia de julho de 2011, morreu Amy  Winehouse. Hoje é aniversário da morte (estranho estes termos juntos) da fantástica cantora de carreira breve, recheada de grandes sucessos e algumas polêmicas.

A cantora nasceu no dia 14 de setembro de 1983 e tornou-se uma das maiores vozes do soul e jazz nos anos 2000. Em 2003, Amy lançou seu primeiro disco, “Frank“. Em 2006, foi a vez do álbum “Back to Black” bater recordes no mundo todo. No ano seguinte, o álbum recebeu cinco troféus durante a 50ª edição do Grammy e tornou-se o disco mais vendido de 2007.

A artista foi eleita por 2 anos consecutivos (2006 e 2007) como uma das “Mais Populares”, da NME. Foi escolhida a “heroína suprema” dos britânicos, pela “Sky News”, em 2008. No mesmo ano, foi incluída na lista “Personalidades Mais Influentes da Música”, do “The Evening Standard”. Entre seus grandes sucessos musicais, vale lembrar de “Rehab”, “Stronger Than Me”, “Valerie”, “You Know I’m No Good”, “In My Bed” entre outros.

Infelizmente, Amy não soube lidar com sucesso repentino e a fama estrondosa. O vício em álcool e drogas passou a prejudicar sua carreira e sua vida pessoal. A cantora já vinha demonstrando que não estava bem em alguns shows que não conseguia terminar ou que passava mal no palco.

Ela foi encontrada morta em sua casa, em Londres, pelo segurança, após a ingestão excessiva de álcool e drogas. A cantora tinha 27 anos.

Winehouse é um símbolo de rebeldia, talento extremo e loucura. Que ela tenha encontrado a paz. Este post é uma pequena homenagem a ela. Obrigado, Amy !

Mais informações neste doc sobre a sensacional cantora: 

Lançamento do Livro Digital “Rock História The Silver Boys”

Por Jean Kelson Costa do Carmo

Rock História The Silver Boys – 1992 a 2018 de Jean Kelson Costa do Carmo (Jean Carmo) é um livro escrito no gênero textual relatório onde apresenta o registro da carreira musical de uma das bandas de Rock de Macapá/AP mais longevas.

Neste livro registro o leitor poderá encontrar as informações registradas em arquivos pessoais e publicações em vários meios de comunicação sobre as datas de shows, locais e seus produtores, entrevistas e apresentadores, bem como outros artistas que fizeram parte desta estrada ao longo de 26 anos na história do Rock Amapaense.

Sobre Jean do Carmo

Além de escritor, Jean Carmo é cantor, instrumentista e compositor amapaense. Começou seu trabalho musical aos 13 anos de idade, tocando em igrejas. Depois integrou a banda Silver boys. Após um longo período tocando covers de bandas como The Beatles, Nirvana, Ramones, Pink Floyd entre outras.

Iniciou sua carreira autoral em 2012, com canções direcionadas para temática regional como valorização cultural e histórica do povo amapaense, mitologia amazônica e a preservação ambiental. Jean tem estilo próprio, combinando o blues, o rock e o funk dos anos 60 e 70, com ritmos regionais como o Marabaixo. Suas canções tratam de temas conhecidos na cultura e região amazônica

Em 2016 o artista lançou seu primeiro disco, denominado “Amazônidas” e em novembro de 2018, gravou o EP intitulado Outras Canções.

Apesar do viés autoral, Jean nunca parou de tocar e cantar o bom e velho Rock and Roll e é a soma de sua longa experiência musical que ele apresenta no show de hoje.

Para adquirir a obra, acesse os sites:

https://baiuca.chicoterra.com/produto/rock-historia-the-silver-boys/?fbclid=IwAR3doUCKMWmZf0wgaeAuLTEi2RoJbJpliFmKGf3f_Arq_Xirh38NtrCFgMU

Quando vejo Tom Moore, eu me recuso a aceitar o fim do homem – Via @EspacoAberto

Rainha concede título de sir a Tom Moore, em 17 de julho de 2020 — Foto: Chris Jackson/Getty Pool/Via AP

Essa história de Tom Moore, o veterano militar de 100 anos, que se tornou um herói nacional no Reino Unido, ao arrecadar o equivalente a mais de R$ 232 milhões dando voltas de andador em seu jardim, é uma história que ainda me leva a continuar acreditando no ser humano.

E acho, sinceramente, que acreditar no ser humano como fonte de onde podem emanar gestos tão singelos, tão solidários, tão desapegados de ambição pessoal é algo que precisa ser registrado enfaticamente.

Por quê?

Porque Tom Moore fez o que fez para ajudar o serviço de saúde de seu país para salvar vidas, nesta época em que o mundo inteiro derrama lágrimas pelas milhares de mortes em decorrência da pandemia.

Capitão Tom Moore – 1940 – Foto: Wikipédia

Porque Tom Moore contrasta com um cenário em que vemos tantas pessoas, inclusive líderes políticos, agindo com crueldade, desumanidade, atrocidade e imbecilidade, tudo porque se aferraram a teses fanaticamente negacionistas que podem estar contribuindo para elevar a mortandade.

Quando me deparo com o exemplo de Tom Moore lembro-me do discurso que William Faulkner (1897-1962), o notável escritor norte-americano, fez ao receber o Prêmio Nobel de Literatura.

Rainha concede título de sir a Tom Moore, em 17 de julho de 2020 — Foto: Chris Jackson/Getty Pool/Via AP

Recuso-me a aceitar o fim do homem”, disse Faulkner. “Acredito que o homem não irá simplesmente resistir: irá triunfar. Ele é imortal, não por ser a única das criaturas com uma voz inexaurível, mas porque tem alma, um espírito capaz de compaixão, sacrifício e resistência”.

Está aí.

Esse é Tom Moore.

Viva ele!

Viva o ser humano.

Fonte: Espaço Aberto

Hoje é o “Mandela Day” – Viva Nelson Mandela! (Se vivo, o herói da liberdade faria 102 anos neste sábado)

18 de julho é o Dia Internacional de Nelson Mandela, conhecido como “Mandela Day” e adotado pelas Nações Unidas em 2009. A data foi escolhida por ser a mesma do nascimento do herói da liberdade, falecido em 2013. Ele faria 102 anos hoje.

Ex-presidente da África do Sul, dono de um Prêmio Nobel da Paz e um dos homens mais respeitados do planeta, Nelson Mandela morreu aos 95 anos em Pretória, na África do Sul. Ele foi vítima de um câncer ao qual lutava contra desde 2001.

Ele foi o maior símbolo de combate ao regime de segregação racial conhecido como Apartheid, que foi oficializado em 1948 na África do Sul e negava aos negros (maioria da população), mestiços e asiáticos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. A luta contra a discriminação no país o levou há ficar 27 anos preso, acusado de traição, sabotagem e conspiração contra o governo, em 1963.

Condenado à prisão perpétua, Mandela foi libertado em 11 de fevereiro de 1990, aos 72 anos. Durante sua saída, o líder foi ovacionado por uma multidão que o aguardava do lado de fora do presídio.

Mandela defendeu o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas convivam em harmonia e com oportunidades iguais.

Frases:

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.”

“Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”

“Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo.”

Viva Nelson Mandela!

Elton Tavares

Para saber mais sobre a história deste fantástico homem do bem, assistam o documentário “O Milagre Mandela”:

PERTO DA COBAL, O ABREU – Crônica de Fernando Canto

Pensei que seria o antigo Bar do Abreu, na esquina da extinta Cobal (parece muito), mas o jornalista João Lázaro elucidou que na verdade essa foto é do Bar Caboclo. Deixei aqui somente para ilustrar. Foto: SelesNafes.Com

Crônica de Fernando Canto

– “Perto da Cobal”. Era a indicação, código, informação, referência. Assim a gente se comunicava naquela época, no início dos anos 80, para se encontrar e bater um bom papo nos finais de tarde do gostoso bairro do Laguinho, atrás da sede dos escoteiros. O bar do Abreu ficava na esquina da Odilardo Silva com a Ernestino Borges.

Zé Ronaldo Abreu e Liete Silva

Creio que o Zé Ronaldo nem imaginava a importância que tinha o bar, naquele momento gerenciado só por ele, terminada a sociedade Rodrigo & Ronaldo na antiga lanchonete e açougue RR. Rodrigo foi para o Pacoval e Ronaldo ficou no Laguinho ajudado pelo seu dentuço irmão, um adolescente muito legal chamado Marquinhos.

Foto: Blog Direto da Redação

Pode-se dizer que o bar tinha um “chama”, que atraía boêmios, artistas e intelectuais, políticos e malandros, como qualquer bom bar. Era uma espécie de casa da mãe, útero, boate, palco e tribuna. Algo meio surrealista: enquanto o Hélio lançava o seu livro os fregueses das redondezas compravam cupim ou alcatra entre um pronunciamento emocionado do Pedro Silveira e um riso tímido do Alcy. E assim escutavam o Grupo Pilão e os toques mágicos das violas do Nonato e do Sebastião.

Bêbados contumazes, como dizem os jornalistas, costumavam encher o saco dos fregueses contumazes e comportados, acostumados a beberem após as 11 horas de sábado. Vinham do Jussarão, dum tal bar de chorinho do Noé (quando ele ainda era boêmio), duma tal Dama de Macapá e de outros bares com nome de Quebra-Mar ou coisa que valesse. E falavam, e exigiam bebidas, e vomitavam e dormiam. Só a paciência do Ronaldo era a mesma de Jó. Um guardanapo de pano atravessado no ombro, um sorriso e o gesto de limpar a mesa amainavam as tentativas de exasperação de fregueses chatos, e principalmente daqueles que adoravam se exibir falando inglês mas espalhavam perdigoto.

O bar era sério como qualquer bar sério. Porém só veio a ter o nome atual quando um velhinho simpático e meio atrapalhado, pai do Ronaldo e do Marquinhos ficou por trás do balcão, dando descanso aos dois. Era o seu Abreu, que logo se tornou amigo de todos. Dos homens e das mulheres, dos bêbados e dos inconformados, dos santos e dos capetas. Um homem que muitas vezes era importunado às quatro horas da manhã por alcoólatras para a primeira dose do dia, mas que fazia da sua profissão de dono de bar um sacerdócio, como dizem os assistentes sociais e os políticos agnósticos.

Caricatura do artista plástico Wagner Ribeiro

E como todos sabem o bar do Abreu era um bar itinerante, como diziam os advogados e os vagabundos líricos. Já rodou meio mundo macapaense, fazendo histórias e presenciando casos de amor e de morte, juntando paixões e separando olhares, refazendo vidas e acompanhando vitórias e derrotas de times e de jogadores. Viu amores entre militares e garçonetes, entre pintores e enfermeiras, observou transeuntes eventualmente entrando no bar para matar sua sede ou engolir uma moela guisada, antiga especialidade da casa.

Foto: Renato Ribeiro

Depois de mudar de lugar o bar tinha nas paredes televisores enormes; quadros impressionantemente horríveis, como diria o esteta, e uns fregueses que achavam bonito tudo o que o Bolachinha imitava nas madrugadas em que se refugiava para não imitar a si próprio.

Antigo Bar do Abreu, na Avenida Fab – Foto: blog O Canto da Amazônia

Este era o bar do Abreu que conheci desde sua inauguração em 1981. Um bar feito com categoria e estilo que proporcionava união, contradição e o ato de beliscar a lua, montado no sonho dos fregueses, ouvindo “a música das moedas deslizando nas máquinas caça-níqueis do Eduardo”, como poderia dizer o Max Darlindo cantando um samba bem alegre. Um local onde o freguês tinha o rei na barriga e o imperador na boca, onde quem bebia sem brindar ficava três anos sem transar, onde quem brindava sem beber ficava três anos também sem. Onde um “murmúrio ofegante” do celular do Bira Burro era escutado a 100 metros de distância. “Ali há uma ilusão para continuar jogando”, dizia o Tavares ao observar o prefeito atravessando a rua para “tomar uma” no bar.

Bar do Abreu em festa, de volta a Avenida FAB – 2015

O rodízio citadino do bar do Abreu infelizmente cansou, ficou sem fôlego na pandemia e fechou suas portas. Mas bar é um fênix. Certamente um dia volta com outro estilo. E o velho balcão de inúmeras conversas e grandes alegrias estará lá como imã atraindo os velhos fregueses.

Foto: Tica Lemos

– “Égua”! Eu exclamo agora ao lembrar que o “perto da Cobal” confunde e troca o espaço pelo tempo em quase 40 anos que o mundo rodou dentro e fora de mim, para que pusesse referência nos passos que dei pela vida e nas construções que a lida diária, as reflexões e os bons amigos me proporcionaram realizar.

Antigamente era assim…(crônica de @rebeccabraga)

Crônica de Rebecca Braga

Há uns cinco anos, o telefone fixo lá de casa (residência dos meus pais) parou de funcionar. Meu irmão ligou na operadora e disseram que o problema era na fiação, depois disseram que só resolveriam pela matriz e que precisava criar um protocolo de atendimento, enfim, um monte daquelas desculpas que estamos acostumados a ouvir dessas cretinas operadoras de telefonia.

Como tomado por uma iluminação, meu irmão resolveu num dia qualquer, ligar para o nosso número. Vale dizer que essa linha está conosco há pelo menos 20 anos. Damos como contato no trabalho, na escola das crianças, naquela loja do crediário, como referências para os amigos, enfim. Ela nos é muito útil.

Acontece que a operadora havia vendido a linha, com o mesmo número de telefone pra outra pessoa. Meu irmão, já com aquela pose que todo advogado tem (ele é formado há pouco tempo) ameaçou processar e usou uns termos lá que eu não sei do que se trata, e enfim, umas duas semanas depois, resolveram o problema.

Nesse ínterim, desde que o telefone parou de funcionar, levando também a internet, já que se tratava de um serviço combo, até a operadora resolver o problema, eu senti falta do velho telefone fixo, pouquíssimo encontrado hoje nos lares brasileiros.

Quando precisava ligar pro rádio táxi, ou pra pizzaria, ou pro disque lanche, ou pra água, pro gás. E foi isso que me fez lembrar de quando não existiam celulares ainda.

No dia 31 de dezembro, um amigo que fazia aniversário escreveu numa rede social que é de um tempo em que ele sabia o número do telefone das pessoas que eram importantes pra ele, e que com o celular, essa virou uma tarefa impossível.

Eu também sou dessa época. Sabia o telefone da casa das minhas avós, dos meus tios, mesmo os que moravam em outras cidades, dos meus amigos de escola, dos colegas de farra. E hoje, vez por outra eu preciso olhar na minha agenda pra ver o número que tenho num chip de operadora que uso menos. Me sinto totalmente dependente do meu celular, e não sei dizer se isso é ruim. Pra não perder o fio da meada:

Eu lembro que quando eu era criança, os telefonemas eram todos para meus pais. Quando eu me tornei adolescente, as coisas mudaram. Os primeiros namoricos, as conversas intermináveis com as amigas de escola que eu via todo dia mas sempre tinha assunto pra conversar mais, os amigos de farra que ligavam pra marcar a hora e o lugar pra gente se encontrar pra viver as aventuras da noite, os amigos que moravam em outra cidade.

Ah, sobre esses, é importante dizer, sou do tempo que a gente esperava dar meia noite pra pagar um pulso só, e com isso, passar horas da madrugada matando a saudade e falando besteira.

O meu primeiro namorado, eu tinha 14 anos, me ligava todos os dias, no mesmo horário.

A maior parte do tempo a gente ficava calado, ou porque não sabia muito o que falar, ou porque tinha gente por perto e a gente não podia ficar falando aquelas bobagens pueris que a gente diz quando se apaixona pela primeira vez. Até bem pouco tempo atrás, o telefone dele era o mesmo, e ainda que nós tenhamos passado anos sem se ver, quando nos reencontramos e eu precisei falar com ele, não hesitei, liguei e do outro lado da linha ele atendeu. Foi como se um soco de nostalgia tivesse sido dado nos meus ouvidos e reacendido memórias guardadas há muito, junto com alguma saudade e um pouquinho de mágoa.

Certa vez, um amigo extrapolou na conta do telefone ligando pra os celulares dos amigos. A mãe o questionou, ele se saiu e ela armou uma cruzada contra a operadora por cobrar ligações que nunca foram feitas por eles. A operadora ligou pra os números que apareciam na conta mas, ainda que ninguém tivesse combinado nada, todo mundo disse não saber de quem se tratavam aquelas pessoas. Acho que essa conta nunca foi paga.

Uma amiga minha me ligou um dia pra me contar que um colega de turma dela estava apaixonado por mim. Eu pedi o número dele, ela me deu, eu liguei pra ele e do outro lado da linha o menino ficou em êxtase. Começamos a namorar alguns dias depois.

Claro que qualquer situação dessas podia acontecer pelo celular, mas eu sou como dizem, “das antigas”. E antigamente acontecia assim. Pelo menos comigo.

Rebecca Braga, ainda gitinha, ao telefone

Até hoje eu sei o telefone de alguns amigos meus e eu sinto falta daquela época em que alguém atendia em casa e gritava:

-Becca, telefone pra ti!

Às vezes eu sabia quem estava do outro lado, às vezes não. Tem alguma coisa diferente nisso… Pode parecer bobo, mas tem.

Em tempos de smartphones, quem tem telefone fixo, tem uma referência pra abrir um crediário lá no comércio, eu tenho lembranças de um tempo em que não era tão fácil achar as pessoas, mas a gente dava um jeito.