Primeiro final de semana do projeto Ao Vivo Lá Em Casa terá shows musicais, teatro, cultura popular e muito mais

Neste segundo final de semana de julho, uma extensa programação cultural estará disponível gratuitamente pela internet. O projeto “Ao Vivo Lá Em Casa”, da Secretaria de Cultura do Amapá (Secult), traz 19 atrações produzidas por artistas amapaenses, com transmissão inteiramente virtual pelo Facebook e Instagram da pasta e, igualmente, pelas redes sociais dos artistas participantes. Iniciando nesta sexta-feira (10), com música, teatro de fantoches, hip-hop, cultura popular e capoeira, a programação vai até o domingo (12), sempre no horário das 18h às 22h, com uma variedade de performances artísticas.

A programação inicia em grande estilo, com os shows musicais de Naldo Maranhão, Smith Gomez, Ppeu Ramos, Júlia Medeiros, Trio Bomkisó, Ralf Santos, Mateus Pedrosa e Ronery e Delmir, além das apresentações dos outros segmentos artísticos. O projeto ocorrerá até o mês de agosto, com mais de 90 atrações propostas pelos agentes da cadeia produtiva da cultura do Estado. Os produtos artísticos serão transmitidos ao vivo e também por reproduções gravadas, respeitando todas as recomendações para o isolamento social na quarentena.

“O plano é uma iniciativa do Governo do Amapá para atender artistas locais que tiveram suas fontes de renda afetadas devido à pandemia do novo coronavírus, mas também é uma maneira de democratizar o acesso a conteúdos culturais e gerar oportunidades para artistas e técnicos”, destacou o secretário estadual de Cultura, Evandro Milhomem.

Programação plural

Completando as doze horas de apresentações desse final de semana, no segmento de cultura popular, o grupo Berço do Marabaixo da Favela apresentará a dança tradicional amapaense, com relatos de mestres da nossa cultura. Também vai haver muita alegria com o “Arraiar lá em casa”, uma demonstração das festividades juninas para interagir e animar as famílias. Com o teatro de fantoches “Diga não ao preconceito”, o espetáculo teatral “Se deixar ela canta” e a apresentação de coreografias de zumba e hip-hop, a programação fica ainda mais envolvente.

O público também poderá assistir debates e instruções técnicas voltadas ao setor cultural. Haverá discussões on-line sobre as diretrizes da Lei de Emergência da Cultura; tutorial sobre luz, imagem e captação de som para o audiovisual; exibição comentada e demonstração técnica da exposição Retrô-Expectativa. Dentro do segmento da capoeira, o instrutor Alfinete falará sobre a história da puxada de rede e Suene Rairen discutirá sobre a música, toques, ritmos dos instrumentos e palmas, para o estilo de jogos.

Acompanhe os dias e horários das apresentações: https://drive.google.com/file/d/1J4YXd6FRhZJclfleQHH8rzHRTsSRjUYZ/view

 

 

Vítimas da Covid-19 são homenageadas em cerimônia inter-religiosa da saudade pela Prefeitura de Macapá

Cheia de emoção, orações, preces e solidariedade. Assim foi a cerimônia inter-religiosa da saudade em memória às vítimas da Covid-19, realizada no último sábado, 4, pela Prefeitura de Macapá, no cemitério São Francisco de Assis. A homenagem culminou com o registro da primeira morte na capital amapaense por Coronavírus, há exato três meses. Era José Eriberto da Costa, 60 anos. O tributo contou com a participação do Instituto Joel Magalhães (Ijoma), que propôs ao Município esse momento de oração.

Por conta do distanciamento social, não foi possível o acompanhamento da cerimônia no local. Mas os familiares das vítimas e muitas pessoas acompanharam a transmissão ao vivo pelas redes sociais da prefeitura e também pelo sistema Diário de Comunicação. A cerimônia inter-religiosa da saudade foi conduzida pelo padre Paulo Roberto, que abriu o culto com cânticos e ritual de acolhida, descrevendo a passagem entre a vida e a morte ou entre a morte e a nova vida.

Um momento de fé, onde diversas representações religiosas como a católica, espírita, protestante, se uniram com mensagens de solidariedade às famílias fortemente afetadas pelas perdas nesta pandemia, de gratidão aos trabalhadores e voluntários anônimos, assim como aos profissionais da saúde e os demais que estão na linha de frente, e de esperança a todos os brasileiros.

Em seu pronunciamento, o prefeito Clécio Luís saudou a todos os presentes e familiares das vítimas. “Em Macapá, 271 óbitos por Covid-19. No estado, mais de quatrocentas mortes. Não há outra palavra, é uma tragédia sim o que estamos vivendo. Mas esse momento aqui, além de homenagear as vítimas, reverenciá-las, de confortar os corações dos familiares, ele tem que finalizar com esta mensagem, de que a morte não dará a última palavra. Essa pandemia não pode deixar a gente da mesma forma que éramos. Temos, por obrigação, que sermos melhores como seres humanos, como família, como comunidade”, disse.

“Temos que tirar uma lição dessa triste realidade, que nenhum de nós jamais imaginávamos passar por isso um dia. Perdemos muitas pessoas queridas, que nunca foram números, foram vidas, almas, e todas vidas importam. Minha homenagem ao maestro da Guarda Civil de Macapá, Siney Sabóia, que faleceu de Covid-19, e todas as vítimas, e aos familiares que perderam seus entes”, enfatizou o prefeito. Clécio também declamou o poema de John Donne: “Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo”.

Emocionada, Francisca Picanço, esposa de Moacir Silva, terceira vítima de Macapá que faleceu de Covid-19, agradeceu o tributo às vítimas. “Muitas pessoas têm perdido entes queridos e não têm conseguido promover esses rituais como elas gostariam. É dolorido não poder dar o último adeus a quem amamos. Mas hoje é como se pudéssemos fazer uma grande homenagem ao meu esposo e a todos que partiram vítima desse vírus. Foi muita bonita, uma justa e bela celebração por estas vidas que se foram”.

Padre Paulo disse que a união de líderes religiosos de diversas vertentes tem por objetivo sensibilizar a sociedade a se mobilizar em defesa da vida. Todos juntos, de mãos dadas, em solidariedade, unidos pelo amor ou pela dor. É momento de dizer muito obrigado e mostrar sentimento, prece e solidariedade às famílias enlutadas. Macapá chora essas mortes, estamos todos de luto. Porém, a fé na vida, a fé em Deus, sustenta o futuro e a saudade doída dos que se foram. A você que perdeu um amor, receba todo o nosso amor”, ofertou o padre e coordenador do Ijoma, Paulo Roberto Matias.

A Banda da Guarda Civil Municipal também entoou hinos relembrando a memória das vítimas. Ao final, os líderes religiosos se dirigiam aos túmulos para reverenciar os sepultados no local. Foi deixada uma coroa de flores no túmulo e mais de trezentos balões brancos foram soltos ao céu homenageando cada um e cada uma que faleceu vítima do vírus. A cerimônia inter-religiosa contou com a participação do apóstolo Orley Alencar, da Assembleia de Deus; representante do segmento espírita, Felipe Menezes; pastor Tiago Rabelo e de três familiares de vítimas da Covid-19.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Lilian Monteiro
Coordenadora de Imprensa e Jornalismo
Fotos: Max Renê

Sem tradicional festa, Pedra Branca celebra dia do padroeiro com live e distribuição de peixe

Por conta da pandemia da Covid-19, acompanhada das medidas de isolamento social, os cristãos ficaram impossibilitados de participar presencialmente das celebrações religiosas nas igrejas. Para não passar em branco o dia do padroeiro, São Pedro, o município de Pedra Branca do Amapari terá uma programação especial preparada pela Igreja católica, com live solidária e a distribuição de 500 quilos de peixe, doados pela Prefeitura Municipal.

A programação em homenagem ao santo padroeiro de Pedra Branca do Amapari inicia neste sábado, dia 27/6, às 19h, com live solidária na página da igreja São Pedro, no facebook. A live terá sorteio de brindes e servirá para arrecadar alimentos que serão distribuídos junto com o peixe pela Pastoral da Visita a famílias carentes no Dia de São Pedro, segunda-feira, 29/6. Antes disso, a programação inclui a tradicional missa, também transmitida pela página da Igreja, na internet, domingo, dia 28, às 9h30.

História e tradição

Moradores antigos, como o senhor Hugo de Moraes, mais conhecido como Tabajara, de 83 anos, contam que há 54 anos, quando Pedra Branca do Amapari ainda era uma comunidade agrícola, já se comemorava os festejos em homenagem a São Pedro. Ele afirma que antigos moradores oriundos da região Nordeste trouxeram a primeira imagem de São Pedro.

Em 1966 aconteceu o primeiro arraial em homenagem ao santo, mas somente nos anos 2000 começou o tradicional almoço social no salão paroquial, com um cardápio que contou com 60 quilos peixe frito, baião e farofa, uma tradição que nunca tinha sido interrompida até a pandemia. “Infelizmente, por causa desse momento, não teremos a nossa tradição, que é ver as famílias reunidas, celebrando o nosso padroeiro, mesmo assim é também um momento de agradecer a ele pela vida e solidariedade de muitos nesse momento”, concluiu.

Sobre São Pedro

São Pedro foi o primeiro papa da Igreja, tornou-se a pedra onde a Igreja encontra sua unidade. Homem simples, desempenhava a profissão de pescador quando Jesus o encontrou e o convidou a tornar-se “pescador de homens”, por isso é considerado como protetor dos pescadores, bem como das viúvas.

Serviço:

Celebração de São Pedro
Live Solidária: 27/6, às 19h – página do facebook da igreja.

Missa de São Pedro: 28/6, às 9:30h – página do facebook da igreja.

Dia de São Pedro: 29/6 – entrega de alimentos arrecadados durante a live para famílias carentes.

Assessoria de comunicação da Prefeitura de Pedra Branca do Amapari

Festividade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro acontece neste sábado, 27, em Macapá

Por Márcia Fonseca

No mês de junho a Igreja Católica celebra Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A programação iniciada na terça-feira, 23, conta com tríduo, orações, celebrações e carreata. A festa busca construir uma igreja missionária que vá ao encontro dos menos favorecidos. Neste ano, o tema é “Mãe do Perpétuo Socorro, geraste a vida”, e o lema: Sois Mãe e Socorro de todos.

“Nestes tempos sombrios queremos levantar nossos olhares, mãos e vozes, clamando com toda fé e esperança pelo auxílio divino, por meio da intercessão da Mãe do Perpétuo Socorro. Vivemos tempos difíceis, mas com as bênçãos de Deus superaremos e seremos libertos”, expressa o pároco Pe. Benedito Chaves.

O tríduo segue até esta sexta-feira, 26, com oração e celebração da santa missa, às 19h. No sábado, 27, dia dedicado à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a programação inicia-se às 16h com a missa solene, seguida de carreata pelas ruas e avenidas do bairro.

A celebração presencial contará com a participação de 50 pessoas, que receberam senhas antecipadas.

Para a carreata o percurso seguirá pela Rua Acésio Guedes, Av. José Tupinambá, Rua Beira-Rio, Av. Ana Nery, Rua José Tavares de Almeida, Av. José do Espírito Santo (antiga Pedro Américo), Av. Beira-Rio, Rua 25 de Dezembro, Rua Antônio Pelaes Trajano, Av. Manoel Cardoso. Rua Turíbio Orivaldo Guimaraes, Canal do Jandiá, Rua Ariosvaldo Coelho Caxias, Rua 25 de Dezembro, Rua São Braz, Rua 25 de Dezembro, Rua Acésio Guedes, Rua Rio Xingú, Rua Cândido Mendes, Rua Rio Tefé, Rua Hugo Alves Pinto, Rua Oscar Santos, Av: Beira-Rio, Rio Xingú, Rua Acésio retornando ao Santuário.

Quem quiser e puder ornamentar a frente de sua casa para a passagem de nossa padroeira, no percurso da carreata, esteja à vontade.

Logo após, haverá venda de iguarias através do sistema drivethru em frente ao Centro Paroquial. Todo valor arrecadado será destinado para as ações de manutenção da igreja.

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P R I M H U S. – Conto Ficcional de Luiz Jorge Ferreira

Conto Ficcional de Luiz Jorge Ferreira

Ele mergulhou o pé caloso pelas inúmeras e frequentes caminhadas naquele terreno seco e pedregoso, e teve receio que as tiras ressecadas e praticamente a beira de se partirem, o fizessem…mas qual aguentaram firme e até relaxaram um pouco dando um leve descanso aos seus pés também repleto de cicatrizes …estava aflito…hoje o Primo viria ser batizado por ele…O Nazareno, como diziam…o que caminhava sobre as águas…o que apacentava as tempestades…dito isso para si mesmo, olhou o remanso que o movimento de balanço das suas pernas e pés dentro do riacho provocava…


O Rio Jordão estava quase transformado em um filete d’água se arrastando, uma seca se estendendo a muito tempo, queria beber de toda a sua água, já secará as Tamareiras e outros arbustos frutíferos por ali espalhados, sobrará aquele franzino ao seu lado que frutificava uns frutinhos escassos com textura de esponja e gosto de vinagre, que deixava um grude na boca, mas mesmo assim com eles ele enganava a fome, e quando um figurão da realeza mais por curiosidade que propriamente conversão vinha ter aqui trazendo consigo um servo mais afeiçoado pela família que desejava ser batizado, doavam-lhe um naco de pão preto, ou uma frasqueta de azeite de oliveira, o coração se alegrava…mas hoje seu Primo vinha, seu coração aguarda aos saltos.

Vinha porque os estudiosos das leis e dos livros Sagrados haviam escrito que um dia o Pastor de todas as as Tribos da Judéia, seria batizado nas águas de um riacho…as vezes ele fica a pensar, não seria detrás desses Montes, daquele outro, ou daquele mais longe, onde deverá ter um outro batizando, em nome de Deus?

Eu batizo aqui nesse lugar nem mesmo sei porque parei aqui e já se vão vários Equinócios….
Comecei a falar sobre o que vem na minha mente, e foram chegando pessoas, até mesmo de outras aldeias que não falam Aramaico, falam Grego, Latim, Hebreu, e outras , mas eu os entendo e se me perguntam se há um só Senhor do Céu e da Terra…eu respondo que sim …e lhes conto a Parábola do Bom Samaritano, e eles abençoam minhas palavras, e como foi que me entenderam, não sei…saem a dizer…Deus é um só, e seu filho está entre nós, para nós salvar.


Hosana!

A noite conto as estrelas, mas sempre as confundo com algum brilho de Pirilampos que se aproximam da lama das margens para umidecer suas bocas e piscam suas luzes de alegria quando encontram umidade, eu confundo os números, embora os tenha riscado na areia do chão…
Ele, dizem, sabe.


Como vou batizar ao Primo…se nao sou digno de lhe abotoar as sandalias, o que direi …se todos já dizem que ele é o filho de Deus entre nós…

Retirou os pés das águas do riacho e se encolheu medrosamente…estava amanhecendo…lá adiante uma carroça sem os animais jazia no chão como que desenhando contra os Montes um vulto de alguém de joelhos…prestou atenção e molhou os olhos com a água que escorria da sua mão…
Um dos que por lá pernoitara…se aproximou… João…João…beba e lhe deu uma caneca de chá cuja a fumaça subia dela formando uma branca espiral…

Tomou de um grande gole.
O Nazareno está chegando…
Tem certeza que é aqui, comigo, nesse riacho quase seco que ele vem ser batizado…?
Há outros que batizam atrás desses Montes cheios de Oliveiras…
Estas com medo João?
Perguntou o estranho.
Estou sim, respondeu…

O Monte Hermon, ali adiante, apontou, olhou ao redor, o estranho havia sumido.
Podia ouvir agora prestando mais atenção um barulho de vozes se aproximando, caminhando em sua direção , alguns da tribu de Jassé, que costumavam pernoitar com suas ovelhas por ali, perto da entrada da Gruta do Eco, assim chamada porque guardava consigo o segredo de provocar um eco até mesmo de uma pequena moeda e lhe multiplicar várias vezes, bastava que ela caísse ao chão na sua entrada.


Por isso eles cercavam a entrada dela com gravetos, para que as ovelhas lá não entrassem e provocassem um imenso bééééééééé….
Já despertos se aproximaram com suas fundas armadas com grandes pedregulhos.
Ele fez um sinal para que parassem e caminhou em direção ao grupo.
Reconheceu-o apesar dos muitos anos sem vê-lo., teve vontade de andar bem rápido e lhe abraçar…dizendo…

Que bom vê -lo…eu estou tão feliz…que agoro posso morrer…
Ao que o Primo, como que lendo seus pensamentos, pós a mão em seus ombros e disse…antes que faças qualquer coisa, cumpramos as profecias…me batize.


Dito isso, retirou a túnica descalçou as sandálias e entrou no Jordão, que perfumou-se de Alfazema, sem que houvesse nenhum arbusto dessa família por ali, a não ser o que frutificava pequenas frutinhos vermelhos ácidos e travosos, que depois que João voltou a si de tudo, seus pés, continuavam dependurados dentro do Rio Jordão, a silhueta da carroça havia desaparecido, nenhum balido de ovelhas, nem sinal da caneca de chá, e uma sensação estranha de silêncio interno, sentiu fome e esticou a mão em em direção ao arbusto de frutinhos azedos e travosos…
Mordeu… e atônito reparou que haviam se transformados em frutos a semelhança de uvas…e o que estava ali volumosa e carregada, era uma parreira.
Levantou-se, já chegava a noite…foi ao princípio da estradinha e viu marcas de muitos passos..haviam vindo muitos…
Abaixou-se a cheirar as pegadas, algumas delas cheiravam a um perfume que havia se diluído, mas não era de todo indiferente…
Pensou…teriam vindo…e ele dormirá?
Imaginava ter embebecido após tomar a caneca de chá de uma só vez, mas estava sedento.
Não havia ninguém…
As águas sabiam o que havia acontecido, mas as águas não falam…
Olhou o Rio Jordão…
Continuava ali…

Para o lado da caverna havia um barulho de vozes…lembrou -se dos pastores…
Foi caminhando…
Havia alguém falando mais alto que todos e o eco trazia as palavras até ele.
Aproximou-se reconheceu sua voz…que poderia estar falando…sim …pode ouvir com nitidez, estrondosamente, ele batizava o Nazareno. Prostrou-se ao chão…
Como um pesadelo, sonhou que sua cabeça jazia dentro de uma bandeja de prata e lhe chamava…
Venha João Batista.
Acordou sobressaltado…

O coração aos saltos…por acaso voltará a dormir, tão exausto que se encontrava.
O Rio Jordão quase moribundo, como por milagre recebia as primeiras chuvas.

* Osasco (SP) – 23.06.2020

Festividade do Sagrado Coração tem primeira celebração aberta ao público durante a pandemia

Por Márcia Fonseca

Nesta sexta-feira, 19 de junho, dia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, a igreja reabre as portas aos fiéis para a celebração da festa.

A festividade traz para este ano o tema: “O Sagrado Coração de Jesus na pandemia do Corona Vírus”. A missa solene do padroeiro, que será presidida pelo bispo Dom Pedro Conti, inicia às 17h30, para um público de 50 pessoas. A igreja estará aberta a partir das 16h30, para que os fiéis passem pelos procedimentos de higienização.

A celebração poderá ser acompanhada ainda pelas redes sociais através da página do Padre Roberto Gazzoli no facebook, no endereço @GazzoliRoberto. A programação encerra neste domingo, 21 de junho, com procissão na igreja matriz às 8h seguida de celebração.

Sagrado Coração de Jesus

Esta é uma das três solenidades do Tempo Comum, dentro da Liturgia da Igreja Católica, comemorada na segunda sexta-feira, após a solenidade de Corpus Christi. Além disso, essa devoção também é cultivada pela Igreja Católica ao longo de todas as primeiras sextas-feiras de cada mês do ano e consiste na veneração do Coração de Jesus, do mais íntimo de Seu Amor.

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Associação Cultural Marabaixo do Laguinho completa 20 anos de sua fundação

Dia 16 de junho do ano de 2000, jovens do Bairro do Laguinho fundaram de fato a Associação Cultural Marabaixo do Laguinho, com o primordial objetivo de difundir, valorizar, resguardar e perpetuar a cultura negra do Estado do Amapá, e o Marabaixo tem destaque maior neste contexto por ser uma manifestação cultural genuinamente africana e amapaense.

Foto: Faculdade Unopar

A Associação Cultural Marabaixo do Laguinho tem feito seu papel dentro do processo de ramificação de nossa cultura, e tem feito sua parte com propriedade na reprodução da cultura do Estado do Amapá, por meio de importantes e concretas ações de salvaguarda da maior expressão cultural do Amapá. Suas pesquisas, apresentações de Marabaixo e oficinas desenvolvidas por todo o estado, interagem com todo o cenário cultural de nosso Estado, resgatando e fortalecendo a identidade cultural do povo amapaense.

O Marabaixo do Laguinho presta homenagem a todos os seus componentes, apoiadores, apreciadores e simpatizantes, que juntos estarão sempre lutando por seu povo, sua história e tradição, através do canto, da dança e da poesia marabaixeira.

Danniela Ramos
Presidente da Associação Cultural Marabaixo Do Laguinho Laguinho

Pela janela azul do manicômio – Crônica porreta de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Um mundo ainda não corrompido se estende pelas ramificações da cidade, em alamedas de flores, que atravessam o grande oceano. É o mundo não corrompido que vejo pela janela azul do manicômio.

Um mundo desprovido de césares e eunucos, de tédio e de policiais. Onde foram abolidas todas as penas, de morte e de vida. Em cujas praças, esquinas e avenidas olhares se atrevem, se atravessam e se comunicam com os segredos da vida, sem colisão de pensamentos. Esse mundo quer existir para todas as pessoas através de mim. Esse mundo me quer como mensageiro de sua paz cotidiana, de respeito mútuo, de fraternidade.

Eu necessito urgentemente de uma caneta para descrever esse mundo, anotar sua fórmula. Corro em direção à escrivaninha em busca de caneta. Quero deixar registrado esse mundo fabuloso, que me acena na noite, pela janela azul do manicômio. Quero dizer que esse mundo existe e pode ser por nós alcançado.

Abro as gavetas, uma por uma. Reviro os papéis na escrivaninha e não encontro caneta, lápis, qualquer coisa com que se possa escrever. Não acredito! Não pode ser! Nunca fiquei sem caneta em toda a minha vida e justo agora que mais preciso…

Começo então uma busca frenética. Remexo pastas. Violo armários. Coloco pelo avesso os bolsos de todas as roupas. Atropelo objetos. Mas tudo é inútil! Não encontro uma caneta sequer e o mundo ainda não corrompido aguarda lá fora, navegando na noite.

Lembro que na esquina da rua do manicômio azul há um boteco onde poderei comprar uma caneta ou quantas eu quiser ou puder ou precisar. Abro a porta do quarto, desço as escadas, pulo a janela do andar térreo e saio correndo pela rua em direção ao boteco. Os enfermeiros de plantão logo são avisados e partem em meu encalço. Não há tempo para explicar a eles que não se trata de uma fuga. Eles não entenderiam a urgência de se comprar uma caneta em plena madrugada.

Continuo correndo em direção ao boteco, o último, o único aberto na noite, em todo o planeta. Acelero a marcha porque o sonolento dono do boteco, sem desconfiar da importância daquele ato, fecha va-ga-ro-sa-men-te a porta antes que eu consiga alcançá-la. Inutilmente, fico batendo desesperado na porta do boteco que abriga vários e vários pacotes de caneta.

Os enfermeiros chegam, trazendo uma camisa de força. Eu me rendo e sou conduzido de volta ao quarto. Me aplicam um tranquilizante e eu fico inerte na cama, observando pela janela azul do manicômio um mundo ainda não corrompido se dissipando na noite.

Festa do Círio de Nazaré – Lançamento será hoje (1º) na TV Nazaré e nas redes sociais

A Diocese de Macapá apresenta nesta segunda-feira, 1/6, o tema, o lema e o cartaz do Círio de Nazaré 2020. O lançamento da festa este ano acontece exclusivamente pelos meios de comunicação e redes sociais na data em que a Igreja celebra a festa litúrgica de Maria, Mãe da Igreja.

Às 11h na TV Nazaré (canal 51.1 HDTV) o bispo de Macapá, dom Pedro José Conti e o coordenador do Círio, padre Rafael Donneschi, fazem a apresentação da festa deste ano. Às 19h, através das redes sociais, a programação especial continua com uma “Live Solidária” com participação dos artistas Marcelo Dias, Patrícia Bastos, Osmar Júnior e Zé Miguel, bem como o cantor católico Tiago Moraes, autor da música “Senhora de Nazaré”.

As doações arrecadadas na Live Solidária serão destinadas a Cáritas Diocesana, o organismo eclesial responsável por iniciativas de caridade junto às famílias carentes e instituições filantrópicas.

De acordo com o coordenador da Comissão do Círio de Nazaré 2020, padre Rafael Donneschi, aspectos ligados a realização do dia do Círio ainda não serão programados devido as restrições da pandemia.

“Por enquanto, o que podemos tratar sobre a realização do Círio de Nazaré são alguns aspectos organizacionais da mensagem central que desejamos passar aos devotos. Não é possível ainda tratarmos de uma programação completa ou se Círio de Nazaré 2020 vai se realizar como estamos acostumados, pois a realidade da pandemia da Covid-19 e o distanciamento social não nos permite isso agora”, explicou.

A comissão organizadora considera atualmente algumas alternativas para a programação com possibilidades que incluem ou não a realização da grande procissão do 2º domingo de outubro, dia 11, levando em consideração a situação de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no Amapá.

Padre Rafael ressaltou que a procissão do 2º domingo é apenas um dos momentos da festividade religiosa, que envolve também outros eventos de fé e devoção do povo amapaense.

Acompanhe

O lançamento da festividade do Círio de Nazaré poderá ser acompanhado pela TV Nazaré (canal 51.1 HDTV), pelas redes sociais, no facebook @ciriodenazaremacapa e @diocesedemacapa.

Doações

Alimentos e produtos de higiene podem ser entregues na Catedral São José, de 8h às 14h, a partir de 1 de junho. Valores em dinheiro podem ser doações através de depósito bancário no Banco Bradesco – Agência 1420-6 | Conta 131680-0 | CNPJ: 07.814.217/0001- 84 – Mitra Diocesana de Macapá

Serviço:

Lançamento Digital Círio de Nazaré 2020 – Live Solidária
Data: 1º de junho (segunda-feira)
Horário: 11h (Apresentação do Círio) | 19h Live Solidária
Local: Facebook @ciriodenazare e @diocesedemacapa
Contato: Jefferson Souza – 96 9139 0682 | Márcia Fonseca – 96 98406 1389| Pastoral da Comunicação

Pastoral da Comunicação
Diocese de Macapá

Neste domingo (31), rola LIVE MARABAIXO DA MURTA

O marabaixo é a maior expressão cultural amapaense. Dança de origem africana, trazida para o Amapá pelos negros africanos que foram tirados de sua terra natal para servir o trabalho escravo na construir da Fortaleza de São José de Macapá, consigo trouxeram seus hábitos e costumes. O Marabaixo ocorre durante as Festividades Tradicionais, que consistem homenagear os Santos padroeiros das Comunidades Negras e Quilombolas do Amapá. Na capital do Estado todos os anos tradicionalmente é realizado o CICLO DO MARABAIXO, Festividade que homenageia o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade nos Bairros do Laguinho e Favela (atual Santa Rita) com missas, novenas, ladainhas (parte religiosa dos festejos) e danças de roda de marabaixo (parte cultural dos festejos) puxada pela batida de tambores chamados de “caixas de marabaixo”.

Supõe-se que o nome venha do vocábulo árabe “marabut” (louvar) ou do fato dos negros terem sido trazidos mar abaixo, da África para o Amapá.

Mistura a religiosidade da Igreja Católica Romana (pomba do Espírito Santo, coroa da Santíssima Trindade, etc…) com rituais de origem afro (levantação dos mastros, quebra da murta etc.)

O marabaixo da Murta é mais um ritual cumprido dentro da Programação tradicional do CICLO DO MARABAIXO, onde as mulheres vão cortar nas Matas do Quilombo do Curiaú ou da Comunidade do Distrito do Coração uma planta cheia de ramagem com folhinhas miúdas, que são levadas para uma casa próximo onde ocorrem a Festa, posteriormente a vão buscar em cortejo pelas ruas e avenidas do bairro até chegar no Barracão onde esta sendo realizada a festividade que segue até o amanhecer do dia com a levantação do Mastro.

A murta serve para ornamentar o mastro (tronco de árvore nativa) que erguem a bandeira do Santo padroeiro da festa.

Continue prestigiando nossa programação através das nossas Lives MARABAIXO DA MURTA, na rede social Facebook, no perfil “Berço do Marabaixo” (só clicar AQUI)

Viva Nossa Senhora de Fátima! – 103 anos das aparições da Santa (que Ela nos proteja)

Crianças de Fátima

Há exatos 103 anos, em 13 de maio de 1917, Lúcia de Jesus dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos), Jacinta Marto (7 anos), três crianças portuguesas, viram aparições de Nossa Senhora de Fátima, na Cova da Iria, Vila Nova de Ourém, em Portugal.

Segundo as crianças, foram três aparições. Nos encontros, a santa revelou segredos a eles, que foram denominados “Os pastorinhos de Fátima”. Isso foi mantido em segredo até 1937, daí para frente é só ler um pouco de história religiosa para saber mais do assunto.

“Neste mês de maio dedicado as mães. Vemos sempre a figura de Maria Mãe da Igreja, Mãe da humanidade; cuidando, amando e protegendo todos os seus filhos. Atendamos ao pedido de nossa mãe, rezemos ao Senhor pelo fim dessa pandemia e de todos os males que afligem os pobres e necessitados, nos entreguemos a Deus na firme esperança da ressurreição.

Rogai por nós Santa Mãe de Deus”.

Missa no Santuário de Fátima em Macapá (AP) – 13 de maio de 2017 – Foto: Gê Paulla

Os católicos fervorosos acreditam na história e os descrentes dizem que é mitologia católica. Eu acredito. Que a Santa nos proteja nestes dias difíceis que estamos vivendo. Viva Nossa Senhora de Fátima!

Elton Tavares

Fonte: Centenário

Malhando os malhadores (Crônica porreta de Ronaldo Rodrigues)

Semana Santa. Sempre que chega esta data fico pensando no sentido de justiça de certas pessoas. Elas pegam Judas e fazem o diabo com ele. Malham o cara de todo jeito. Dizem que é a única forma de fazê-lo pagar pelo crime de ter traído Jesus. Isso é o que mais me preocupa. Se tudo já estava escrito, segundo a própria Bíblia, qual é a culpa de Judas? Se há culpa, é de quem escreveu.

Prefiro acreditar que Judas foi um elemento para que a história se cumprisse da forma que se cumpriu. Judas foi um aliado de Jesus e agiu daquela forma para que tudo saísse segundo o roteiro do Todo (Todo é como chamo o Todo-Poderoso na intimidade). Ora! Parem com esse negócio de associar o nome de Judas à traição. E parem de fazer essa justiça esquisita que comporta todo tipo de torpeza que vocês veem no cara, que condenam nos outros, mas que em vocês é aceitável.

Traidores são vocês! Traidores da palavra de Deus! (vocês são quem vestir a carapuça). Na verdade, sou a favor da reabilitação de todas as figuras malditas da Bíblia, pelo mesmo motivo: não foram elas responsáveis por seus destinos. Como dizem os árabes: maktub! (estava escrito!).

Portanto, Judas, Caim, Lúcifer, Barrabás, Pilatos, Herodes etc. devem ser vistos como personagens desempenhando seus papéis. Aí algumas pessoas dizem que há o livre-arbítrio, que esses personagens poderiam ter tomado outro caminho. E como ficaria a palavra do Todo?

Na verdade, os cristãos (a maior parte deles) confundem tudo. Esse papo de dizer que Jesus morreu para nos salvar acho exagero e injusto com o cara. Cada um tem que fazer por si, pela sua salvação, e não achar que está tudo bem, bastando ir à igreja rezar que – abracadabra – estamos salvos. Muito confortável, não acham?

Agora vou me despedir porque tem uma multidão de fanáticos correndo atrás de mim querendo me linchar. E olha que eles nem leram esta linhas. É que estou com barba e cabelo grandinhos e estão me confundido, claro, com Judas. Por que não me confundem com Jesus Cristo? Ah, daria no mesmo! Só que, em vez de me linchar, eles me colocariam na cruz. Ó my God!

Ronaldo Rodrigues

Ciclo do Marabaixo: Festeiros irão transmitir o Marabaixo da Aceitação ao vivo no Sábado de Aleluia e arrecadar alimentos para doação

A prevenção contra o coronavírus mudou uma das tradições cultural e religiosa mais importantes do estado, que é o Ciclo do Marabaixo, e os festeiros estão se adequando à tecnologia para que a abertura do Ciclo do Marabaixo seja preservada em 2020. No barracão da Tia Gertrudes, no bairro Santa Rita, a ladainha e roda de marabaixo estão confirmados na abertura do calendário deste ano, e serão transmitidas ao vivo nas redes sociais. O grupo Berço do Marabaixo, que realiza o Ciclo no barracão da Tia Gertrudes, irá aproveitar para arrecadar alimentos que serão distribuídos para trabalhadores informais.

O Ciclo do Marabaixo inicia na Semana Santa, no Laguinho e Favela, atual bairro Santa Rita, e segue até 14 de junho, quando se comemora o Domingo do Senhor. Na Favela os louvores são para a Santíssima Trindade dos Inocentes, e no Laguinho, para a Santíssima e Divino Espírito Santo, com uma série de rituais religiosos e festivos, rodas de marabaixo e bailes, almoços e lanches, seguindo a tradição secular enraizada na cultura amapaense. Com os decretos estaduais e municipais que pedem o isolamento e que se evite aglomerações, os festeiros aderem à tendência universal de transmissão através de lives.

Do barracão de Getrudes Saturnino, pioneira amapaense, o Marabaixo da Aceitação será transmitido através da “Live do Bem – Vozes da Favela”, que também tem objetivos beneficentes, para angariar alimentos para compor cestas básicas que serão doadas para vendedores ambulantes, cozinheiras, ajudantes de cozinha e serviços gerais que todos os anos trabalham durante o Ciclo do Marabaixo neste barracão. “São parceiros nossos que anualmente esperam esta festividade para ganhar seu dinheiro, vendendo ou ajudando na limpeza e cozinha, por isso resolvemos ajudá-los”.

Os festeiros deste ano são os filhos de Natalina Costa, falecida, que dão continuidade à tradição iniciada pela a avó, Gertrudes, que nos anos 40, trouxe o costume do marabaixo do centro de Macapá para a Favela. Cantadeira, dançadeira de marabaixo, Gertrudes também tocava caixa e fazia versos. Foi em razão de uma promessa sua para que a filha Natalina engravidasse, que iniciou o oferecimento do almoço para as 12 crianças, os chamados inocentes, durante o Ciclo do Marabaixo. Esta tradição ainda hoje é repetida pela família.

A ladainha e a roda de marabaixo serão rezadas e cantadas por um pequeno grupo de cantadeiras, formado por Valdinete Costa, Priscila Silva e Lorrany Mendes, que formam o grupo Vozes da Favela. Elas estarão acompanhadas por tocadores de caixas, também protegidos para que não corram o risco de contágio pelo COVID-19. “Estamos tomando todos os cuidados para que nossa saúde seja preservada, e os devotos possam acompanhar de suas casas a abertura do Ciclo do Marabaixo neste Sábado de Aleluia, com o Marabaixo da Aceitação. E pedimos para que não se dirijam ao barracão, para o bem de todos”.

A live inicia às 18h, com a ladainha, e às 19h começa a roda de marabaixo. As cestas serão distribuídas no Domingo de Páscoa. A transmissão pode ser acompanhada nos endereços: IG: Berço da Favela e Facebook: Berço do Marabaixo.

Mariléia Maciel