MPF/AP divulga resultado final do processo seletivo de estagiários

Candidatos que participaram do 1º Processo Seletivo de Estagiários 2020 do Ministério Público Federal (MPF) no Amapá podem conferir o resultado final da seleção. A lista com a classificação foi publicada na segunda-feira (7), no site https://www.mpf.mp.br/ap/estagie-conosco. No endereço, o interessado pode conferir, ainda, as respostas aos recursos apresentados nas provas subjetivas de comunicação social e direito.

Foram classificados sete estudantes do curso de administração, cinco de comunicação social, 28 de direito e dez de informática. A classificação levou em consideração, como critério de desempate, a maior nota na prova discursiva e idade dos candidatos com nota final igual na área de direito e comunicação social e a utilização do critério de desempate idade, nos candidatos com pontuação igual na prova objetiva das áreas de administração e informática.

Estágio – As provas online do 1º Processo Seletivo de Estagiários de 2020 do MPF no Amapá ocorreram em 27 de novembro. Cerca de 200 candidatos participaram da seleção. O estágio no MPF tem jornada semanal de 20 horas. Os benefícios incluem bolsa no valor de R$ 850, seguro contra acidentes pessoais e auxílio-transporte de R$ 7 por dia estagiado. Além disso, fica assegurado ao estudante a realização do estágio em áreas cujas atividades sejam correlatas ao seu curso de formação e a obtenção de Termo de Realização de Estágio, ao final do contrato.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Amapá
(96) 3213 7895 | (96) 98409-8076
[email protected]

Breve resenha da Live Show+Documentário do disco “Todo Música”, de Enrico Di Miceli

Foto: Maksuel Martins

Trabalhei o dia todo ontem e somente agora deu pra rabiscar umas breves linhas sobre a sensacional Live Show+Documentário do disco “Todo Música” (nome também da música que é o carro chefe do álbum, composta em homenagem a Gilberto Gil), de Enrico Di Miceli (músico paraense radicado no Amapá), no último sábado (5).

O palco da apresentação online foi o Bebedouro do Jardim da Flor, local na residência do músico, batizado com o nome da filha do artista com a produtora cultural Clicia Di Miceli. Aliás, a Flor também canta e toca, mas é uma história para se contar em outro texto.

Foto: Maksuel Martins

Com direção musical do renomado Alan Gomes, a live/show contou com a produção da competente Clicia Di Miceli e o documentário exibido durante a transmissão foi assinado pelo talentoso cineasta Thomé Azevedo, com a fotografia de Nildo Preto e assistência de Ana Vidigal. Todos com nomes destacados do cenário cultural deste nosso lugar no meio do mundo e fora do Amapá.

Com tanta gente Phoda envolvida, só poderia ter um resultado: o mini-documentário sobre o Todo Música ficou espetacular, assim como o disco, pois esse álbum, em suas 12 faixas, é cheio de leveza poética e força amazônida, elementos como marabaixo, batuque, arranjos e ritmos do Brasil e mundo, que deixam a gente contagiado pela arte do identidade de “ser daqui”. As músicas possuem o mágico tempero do poema com canção.

Imagens dos depoimentos do doc.

O documentário narra todo o processo de gravação do disco, bem como as criações do arranjador, cantor, compositor, tocador, entre outras coisas fantásticas, que o Enrico é como artista. Não somente pelo talento, mas pela generosidade, humildade e forma como conduz sua carreira tão cheia de parceiros, amizades e amor. Tudo isso muito bem explicado pelos compositores com quem ele fez as músicas, em depoimentos muito porretas.

A única música do álbum que Enrico não ajudou a criar foi “Dia Quente”, de Zeca Baleiro, que é seu amigo e assina a apresentação do Todo Música.

Já a live do show não foi menos paid’égua. A apresentação contou com a banda que sempre acompanha Enrico, composta por exímios e reconhecidos músicos . Não vou citar todos, mas em nome dos meus amigos (esse texto é para falar de música, mas também de amizade) Alan Gomes (baixo e direção musical), Edson Fabinho (guitarra), e Osmar Júnior, o nosso “poetinha”, que fez uma apresentação especialíssima. Parabenizo a todos esses festejados tocadores.

Foto: Maksuel Martins

Aliás, com Osmar Jr, Enrico cantou e tocou a música Pedra de Mistério, que eles fizeram juntos,que no show, foi dedicada ao Nilson Chaves, ícone da música amazônica e amigos de ambos, recuperado da Covid-19 há poucos dias.

A música é, com toda certeza, a arte mais sublime, pelos menos para mim. Quem consegue escrever, tocar e cantar canções é iluminado. Di Miceli é um desses seres sonoros que fazem a nossa alegria. Já disse e repito: Enrico do Amazônica Elegância é Todo Música. Seus Timbres e Temperos já rederam muitas Maniçobas Musicais. Ele é grande, igual a beleza da arte que emana. Um cancioneiro caralisticamente PHODA!

Em resumo, a live e o documentário foram lindos de assistir, escutar e ver a arte musical que pulsa constantemente em Enrico e os envolvidos nesse projeto. Em especial, parabenizo a dedicada Clícia, que conduziu tudo com maestria. Uma mistura sublime de atitude, irreverência, sensibilidade e muito talento, aliado a uma produção amorosa.

Foto: Maksuel Martins

Como disse Nietzsche, “a arte existe para que a verdade não nos destrua. E falando em citações, termino com Leon Tolstói: “fale de sua aldeia e estará falando do mundo”. Viva a música e a cultura do Amapá. É isso!

Elton Tavares

Assista aqui a Live Show+Documentário do disco “Todo Música” e se inscreva no canal do Enrico: 

Música de agora: Cartomante – Ivan Lins

Cartomante – Ivan Lins

Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos

Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida

Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço

Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias

Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai, não fica nada.

 

 

Eleições 2020: MP Eleitoral conta com unidades especializadas do MP-AP para fiscalização e combate à corrupção no pleito em Macapá

O Ministério Público Eleitoral e agências de segurança do Estado contam com unidades especializadas do Ministério Público do Amapá (MP-AP) na fiscalização e combate à corrupção nas Eleições 2020, em Macapá. Equipes do Gabinete Militar do MP-AP, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO-AP) e Núcleo de Inteligência (NIMP) trabalham integradas ao Plano Estratégico da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Antes das 7h deste domingo (6), o coordenador do Centro de Apoio Operacional Eleitoral (CAO-Eleitoral), promotor de Justiça Ricardo Crispino, e o chefe do Gabinete Militar do MP-AP, coronel Joércio Magno, deram as últimas orientações às equipes. Além do pessoal de inteligência, um total de 23 militares, em 15 viaturas, algumas descaracterizadas, trabalham no policiamento ostensivo.

Forças de Segurança envolvidas

Além das unidades especializadas do MP-AP, as forças segurança envolvidas nas Eleições 2020 são: Exército Brasileiro, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica (Politec), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Guarda Municipal de Macapá, Grupamento Tático Aéreo do Estado do Amapá (GTA-AP), Corpo de Bombeiros do Amapá (CBM/AP) e Polícia Militar do Amapá. Também fará parte a Coordenadoria de Inteligência e Operações Policiais (CIOP) da Sejusp. Os serviços de inteligência dos órgãos trabalharão em conjunto para identificar possíveis ações que atrapalhem o pleito eleitoral.

Denúncias

Eventuais denúncias eleitorais poderão ser feitas pelo Whatsapp do Centro de Apoio Operacional Eleitoral (“Disque Denúncia – (96) 99184-6549”), da Polícia Federal (96 3213-7535), pelo site do MP/AP (Ouvidoria) ou pelo telefone do plantão da Promotoria de Justiça (96 98134-0809).

Serviço:

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Gerente de Comunicação – Tanha Silva
Núcleo de Imprensa
Texto: Elton Tavares
Contato: [email protected]

Música de agora: Pedra de Mistério – (Canção de Enrico Di Miceli e Osmar Jr.) – Com participação de Nilson Chaves

Pedra de Mistério – (Canção de Enrico Di Miceli e Osmar Jr.) – Com participação de Nilson Chaves

O negro da vida é a noite que espera
Na dor da memória, lembranças de amor
Ô, ô, ô
Ô, ô, ô

Quando está de partida, fugindo da alma
Desespera e acalma, eu sei onde eu vou
Ô, ô, ô
Ô, ô, ô

É pedra de mistério, é vida sem igual
A força da luta rufa o tambor

Um raio partiu a nossa videira
A semente viva foi o que ficou
Ô, ô, ô
Ô, ô, ô

Se a noite encanta, prefiro a criança
Na voz da esperança banhado de cor

E logo me perco, na dança do negro
Marabaixo e batuque é mais que louvor

É pedra de mistério, é vida sem igual
A força da luta rufa o tambor

Um raio partiu a nossa videira
A semente viva foi o que ficou
Ô, ô, ô
Ô, ô, ô

Justiça fixa competência federal para conduzir investigação criminal sobre blecaute no Amapá

A investigação que apura a ocorrência de eventual crime no blecaute que atingiu o Amapá deve ser conduzida em âmbito federal. A decisão que fixa a competência do juízo da 4ª Vara da Justiça Federal para conhecer das questões relativas ao inquérito aberto pela Polícia Federal foi expedida na quinta-feira (3), exatamente um mês após o sinistro. A medida atende pedido do Ministério Público Federal (MPF). A 3ª Vara Criminal e de Auditoria Militar de Macapá será notificada a remeter ao juízo federal o inquérito aberto pela Polícia Civil, que tramita na comarca, em até 10 dias. Caso discorde, o conflito positivo de competência deverá ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No pedido, o MPF requereu a fixação da competência visto que há em curso duas investigações sobre os mesmos fatos, uma na Polícia Civil e outra na Polícia Federal. Na análise do pedido, a Justiça Federal acatou as alegações do MPF de que a ocorrência atinge serviços e interesses da União, além da população do Estado do Amapá. Nesse sentido, a decisão considerou, conforme previsão da Constituição Federal, que compete à Justiça Federal julgar crimes ou infrações penais praticados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades autárquicas.

“(…) resta evidente que os fatos aqui narrados atingiram não só diretamente a população do Estado do Amapá como também diretamente serviços e interesses da União, responsável pela concessão do serviço público de transmissão de energia elétrica à Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), que, por sua vez, cuida da Subestação de energia elétrica de Macapá/AP, causa primária do blecaute ocorrido no dia 03/11/2020, e, ainda, a entidade autárquica a ela vinculada – a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a quem cabe a função de gerir e fiscalizar o contrato de concessão com a LMTE”, frisa o juízo federal.

Na decisão, a Justiça Federal solicita que o inquérito policial aberto pela Delegacia Especializada de Crimes Contra o Consumidor de Macapá seja declinado pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Macapá ao juízo da 4ª Vara da Justiça Federal. Os demais procedimentos que apuram os fatos relacionados ao apagão também devem ser remetidos ao juízo federal no prazo de 10 dias.

Antecipadamente, a Justiça Federal suscitou conflito positivo de competência perante o STJ para que seja suspensa a tramitação do inquérito policial e correspondente medida cautelar, caso o juízo da 3ª Vara Criminal de Macapá discorde da decisão e não proceda ao declínio do inquérito da Polícia Civil, bem como da medida cautelar proferida nos autos. Requereu, ainda, que seja determinada, liminarmente, à 4ª Vara da Justiça Federal a competência para a prática de atos urgentes relacionados ao caso, até que seja julgado o pedido.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Amapá
(96) 3213 7895 | (96) 98409-8076
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Música de agora: Clichê Dos 90 – 5prastantas

Clichê Dos 90 – 5prastantas

Se você quer saber, ando meio nervoso. To tomando umas histórias pra dormir
Tenho feito também, algumas besteiras. E pensado em encerrar tudo por aqui

Vê se lembra de mim. Quando a vela do santo acabar
Vê se lembra de mim. Quando o disco parar de tocar

Vou levando a vida assim meio vintage. Um cara démodé, um clichê dos noventa
Te encontro no carro em uma fita cassete. Eu fico aonde a nossa história se repete

Se você quer saber, a vida não acabou. De vez em quando ainda amanhece uma ilusão
To pensando em manter a fachada de bon vivant. De repente eu nem acordo amanhã

Vê se lembra de mim. Quando a outra metade acabar
Vê se lembra de mim. Quando a música parar

Vou levando a vida assim meio vintage. Um cara démodé, um clichê dos noventa
Te encontro no carro em uma fita cassete. Eu fico aonde a nossa história se repete
Vou levando a vida assim meio vintage. Um cara démodé, um clichê, anos noventa
Te encontro no carro em uma fita cassete. Eu fico aonde a nossa história se repete

Vou levando a vida assim meio vintage. Um cara démodé, um clichê dos noventa
Te encontro no carro em uma fita cassete. Eu fico aonde a nossa história se repete
Vou levando a vida assim meio vintage. Um cara démodé, um clichê, anos noventa
Te encontro no carro em uma fita cassete. Eu fico aonde a nossa história se repete

O tempo – Crônica de Elton Tavares

Ilustração de Ronaldo Rony

Há anos, após breve conversa com a amiga, ela disse: “o tempo também é burocrático. Nós é que sempre queremos tudo pra ontem”, comecei a devanear sobre o tempo. Verdade, nem sempre dá tempo.

Aliás, o tempo nos ilude quando jovens, em nome da inexperiência e da que nunca morre, a esperança. Sim, o tempo, com pouco tempo de análise, às vezes engana, confunde e conduz pelo caminho errado. Mas nunca omite, no final, sempre mostra quem é quem e como seria. É, o tempo.

A Bíblia, livro mais vendido da história (para muitos mitologia cristã) diz: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3:1).

Desconfio há tempos que existe uma conspiração que faz do tempo uma espera quase interminável para os que sofrem e um período muito curto para bons momentos. Ah, tempo, dê um tempo!

O velho astro do Rock, David Bowie disse: ‘o tempo pode me mudar, mas eu não posso reconstituir o tempo’. Verdade! Afinal, tudo há seu tempo. O tempo costuma despachar lentamente quando queremos que seja rápido e o contrário, quando é o inverso disso.

O tempo traz méritos, vivências, leva e traz amigos, irradia e ceifa vidas. O tempo sabe coisas que a gente não sabe. Sim, ele flui, voa e dá tapas com luvas, mas não de pelica e sim de boxe. Mas o tempo também faz esquecer e, às vezes, até cura dores. Sobretudo, o tempo nos ensina a entender mais sobre o amor.

Enfim, o tempo passa, nós aprendemos e mudamos com ele. Eu até poderia falar mais sobre a loucura e sapiência atemporal do tempo, mas agora não. Meu amigo Fernando Canto lembrou da filosofa María Zambrano, que dizia: “O tempo é o único caminho que se abre ao inacessível absoluto”. E a Camila, com quem o diálogo originou esse devaneio, falou algo que me faz encerrar aqui: “o tempo é o remédio e a agonia de todos nós”.

Ah, só mais uma coisa: é tempo de ser feliz e assim estou fazendo, enfim, em tempo. Pois não mais tenho tempo a perder. É isso. Ótima quarta-feira pra todos nós!

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bençãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria,lançado no último dia 18 de setembro. A obra tá linda e está à venda na Public Livraria ao preço de R$ 30,00 ou comigo. Contato: 96-99147-4038.

A REVOLUÇÃO – Conto de Mauro Guilherme

Conto de Mauro Guilherme

Eu sabia que aqui seria ruim, mas não sabia que seria tanto. Cheguei aqui há um ano, mas parece que estou aqui há um século. Algumas regras eu entendo, mas outras não tem sentido. Fogo e tridente todo dia tudo bem. Uma vez por semana o caldeirão fervente, nada contra. Mas essa história de proibir festa, bebida e mulher, não tem nenhum sentido.

Questionei o gerente da minha ala, que era a ala justamente dos que gostavam de festa, bebida e mulher, por que lá não havia nada disso. Ele me respondeu que cumpria ordens superiores. Então eu lhe pedi para falar com o seu superior, e ele me disse que o seu superior não atendia ninguém.

Eu me retirei, mas não havia desistido de mudar aquela situação. Nos meses seguintes comecei a planejar uma revolução. Muitos, como eu, não estavam gostando nada da atual gestão. Eles tinham medo do governante do local, mas eu lhe prometia que no meu governo, festa, bebida e mulher estariam liberados.

Fiquei sabendo das justificativas da proibição. O governante não liberava as festas e as bebidas, porque não queria ver ninguém alegre ali. Mulheres existiam, mas estavam na ala feminina. Segundo me disseram, ele não deixava homem e mulher misturados, porque quem juntara Adão e Eva fora Deus, não ele.

O interessante é que enquanto havia aquela proibição, uma vez por mês o governante promovia alguém para o céu, uma regra totalmente absurda, e que me dava medo. Durante toda a minha vida, nunca gostei de padre, igreja ou reza. O meu negócio era bar, bebida e mulher. Eu nunca quis ir para o céu, aquele lugar sem graça.

O nome do escolhido saia pelos autofalantes. Toda vez eu respirava fundo, quando ouvia um nome que não era o meu. Eu estava no lugar certo, onde eu queria estar. Eu só tinha que mudar algumas coisas, e tudo ficaria às mil maravilhas, e estava me preparando para isso.

Depois de um ano de planejamento, explodiu a revolução. Não era só a minha a minha ala que estava insatisfeita, todas as alas estavam. Eu prometi que faria as mudanças necessárias para que todos tivessem o que quisessem, caso chegasse ao poder.

O poder central tinham muitos ajudantes, mas nós éramos era quantidade bem maior. Alguns ajudantes do governo, quando viram que a luta estava perdida, renderam-se. Outros foram convencidos a se unir à nós, sob a promessa de serem anistiados.

Foram dez dias de luta, até que vencemos a peleja. O governante havia fugido, não se sabe para onde. Tomei posse no governo sem muitas formalidades, mas não cumpri algumas promessas feitas. Agora que era governante, tinha que governar com responsabilidade.

Mulher, bebida e festa, só uma vez por mês. Para os outros, porque para mim todo dia. Afinal, eu era o governante. Aboli a regra de promoção para o céu, que não estava entre as reivindicações, porque ali quem mandava era eu. Tive que prender alguns dos meus aliados mais fiéis, porque viviam dando pitaco na minha administração, e assim por diante.

Depois de seis meses da minha administração, comandada com mão de ferro, como era certo se fazer naquele lugar, o clima começou a ficar quente de novo entre os residentes. A insatisfação era gera.

Por isso explodiu uma nova revolução, comandada pelo antigo gestor, que, finalmente, resolvera dar as caras. Ele prometera o dobro do que eu havia prometido, razão pela qual foi deposto facilmente, até porque de tanto prender os meus aliados, acabara ficando sozinho.

Foi a primeira vez que o vi. Ele estava sentado na cadeira executiva para me julgar. Só que eu não estava muito preocupado, pois eu já tinha sido condenado ao fogo eterno. O que poderia ser pior? Ele se levantou, caminhou até onde estava e me olhou fixamente. Depois me promoveu para o céu.

Minhas dezenas de fitas K7 e a nostalgia – Crônica de Elton Tavares

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica de Elton Tavares

Certa vez, há alguns anos, ao procurar meus livros dentro do armário do quarto, dei de cara com minhas duas caixas de sapatos repletas de fitas cassete. Constituída por dois carretéis de fitas magnéticas, a fita cassete é popularmente abreviada como K7. Esse tipo de “tecnologia” foi desenvolvida pela empresa Phillips, em 1963, para substituir a fita de rolo e o formato 8-track, que eram semelhantes, mas muito menos práticos e mais espaçosos.

A tecnologia desse artefato traz uma fita de áudio de 3,15 milímetros de largura, que rodava a uma velocidade de 4,76 centímetros por segundo. Antigamente a gente ouvia tudo na fita K7, no vinil e, muito depois, CD. Hoje, apesar de alguns ainda usarem o “Compact Disc”, quase tudo é no MP3 e MP4.

Minhas caixas, com quase 40 fitas, têm de tudo: Sony, Maxell, Bulk, Basf, Phillips e TDK, de 40, 60 e 90 minutos. A maioria não possui mais capa, mas as que ainda têm estão com os nomes das músicas ordenadamente anotadas no papel interior da fita.

Naquela época, nós caçávamos sons novos como as bruxas eram perseguidas durante a Inquisição, ou seja, incansavelmente. Época de micro system Sanyo (Alguém aí se lembra do que é “rewind”?), walkman Sony e festas de garagem.

Dentro das caixas os velhos companheiros: Depeche Mode, The Smiths, New Order,The Cure, Iron, U2, A-ha, David Bowie, Queen, Pearl Jam e Nirvana (muito Nirvana) Titãs, Ira!,Paralamas, Legião Urbana (muito Legião), Barão Vermelho, Engenheiros… todos esses e outros heróis da juventude. Além de umas do velho Chico Buarque.

Minhas fitas. Tenho dezenas até hoje. Sei que são inúteis, mas é o apego notálgico.

Fizeram sucesso no final de 80, todos os 90 e início dos anos dois mil. Não tenho vergonha de ser tão antiquado. Meu brother André fala sempre, em tom pejorativo, que todo mundo já gravava CDs em 1999 e eu fitas. Bons tempos!

Aliás, gravar fitas era porreta. Quando curtia muito um som, todo um continha somente uma música (podia ser 30 ou 45 minutos de cada lado, com a mesma canção). Às vezes, ficava com o dedo no tape deck, esperando o locutor da FM calar a boca e soltar o som para que eu o tomasse. Oh, saudades!

Enrolar e desenrolar fitas com lápis ou caneta, sem falar em limpar cabeçotes do tape deck, isso sim é nostalgia.

A fita cassete não voltou como o vinil, que hoje é objeto cult. No máximo, estão em forma de adesivos de smarthfones (que acho legal pra cacete).

É, minhas velhas e empoeiradas caixas de sapato não estão somente repletas de fitas cassete, mas de ótimas lembranças. Eu as olhei por dezenas de minutos e as guardei novamente no armário, na memória e no coração…

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bençãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria,lançado no último dia 18 de setembro. A obra tá linda e está à venda na Public Livraria ao preço de R$ 30,00 ou comigo. Contato: 96-99147-4038.

 

Paulinho Bastos e Bárbara Vento apresentam live “Homenagem ao Amapá e ao Marabaixo” neste sábado, 28

Neste sábado (28), a partir das 16h, a  riqueza e a Cultura do Amapá serão homenageados em uma live/encontro dos artistas Paulinho Bastos e Bárbara Vento. O show será transmitido pelo perfil @a.monte.alegre na rede social Instagram.

De acordo com Bárbara, o encontro terá muita música, histórias e energia boa. A Live também contará com a participação de crianças  e o objetivo é valorizar e celebrar a cultura e a arte popular do Amapá.

Sobre Paulinho Bastos

Herdeiro do talento da família Bastos, de cantadores, compositores e tocadores, ele começou em casa, mas estudou música, adquirindo conhecimento técnico para aliar à experiência e dom. Instrumentista, arranjador, aluno e professor, aos poucos ele começou a introduzir suas composições autorais no repertório de cantores locais e hoje, suas canções ecoam nas vozes de grandes talentos brasileiros. A iniciativa de cantar, chegou com a maturidade e segurança, assim como o impulso para realizar projetos – como o Banzeiro do Brilho-de-fogo.

Sobre Bárbara Vento

Bárbara Vento é formada em Artes Cênicas pela Escola Estadual de Teatro Martins Pena (RJ) e em Direção Cinematográfica pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro (RJ). Bárbara é atriz, diretora, musicista, cantora, dançarina e arte educadora. Também possui carreiras brilhantes no teatro e cinema nacional.

Serviço:

Homenagem ao Amapá e ao Marabaixo, com Paulinho Bastos e Bárbara Vento
Data: 28 de novembro de 2020
Horário: a partir das 16h.
Transmissão pelo perfil  @a.monte.alegre na rede social Instagram.

Elton Tavares, com informações de Bárbara Vento.

Em Sessão Administrativa Extraordinária Pleno do TJAP elege novo desembargador

Juiz Adão Carvalho, novo desembargador do Tribunal de Justiça do Amapá — Foto: Tjap/Divulgação

Durante a 827ª Sessão Administrativa Extraordinária do Pleno do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), realizada nesta sexta-feira (27), a Corte elegeu o juiz Adão Joel Gomes de Carvalho, titular da 2ª Vara de Família, Órfãos e Sucessões da Comarca de Macapá, pelo critério de merecimento e com 454,78 pontos, como o novo desembargador do Judiciário amapaense. A juíza Elayne Cantuária, vice-presidente de Assuntos Legislativos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), atuou como escrutinadora durante a sessão, que foi transmitida ao vivo pelo canal do TJAP no YouTube.

Assessoria de Comunicação Social do Tjap
Texto: Márcia Corrêa

Macapá registra 22.825 casos confirmados de Covid-19 e 567 óbitos

O município de Macapá tem 22.825 casos positivos de Covid-19, 567 óbitos confirmados e 64 seguem em investigação epidemiológica. Os dados foram atualizados nesta quarta-feira, 25 de novembro. O município tem agora 20.840 casos descartados, 18.795 pessoas recuperadas e 3.374 exames aguardam análise laboratorial de pacientes suspeitos.

A Vigilância Epidemiológica encerrou a investigação de mais 3 óbitos, ocorridos em novembro, sendo 1 registrado nas últimas 24 horas: um homem de 66 anos nesta terça-feira, 24.11.20, no Hospital São Camilo. Ele tinha como comorbidades hipertensão arterial sistêmica e diabete tipo 2. Os outros dois óbitos encerrados são de uma mulher de 63 anos, dia 21.11.20, no Hospital Universitário, sem informações de comorbidade; e um homem de 73 anos, que faleceu em 22.11.20, no Hospital de Emergência, sem informação de comorbidade.

A população pode buscar os serviços nas UBS’s Lélio Silva, Álvaro Corrêa e Unidade de Saúde Covid Santa Inês quando apresentar os sintomas iniciais do vírus, como febre, tosse, dor de garganta e coriza e dificuldade respiratória para receber uma avaliação. Se após o procedimento o profissional entender que o quadro se encaixa em uma suspeita, ele realizará os procedimentos previstos no fluxograma de atendimento adotado pela Saúde municipal.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Karla Marques
Assessora de comunicação

Bar e restaurante “Na Maré”: um local porreta demais!

Na Maré, aquele sobrado onde as luzes estão acesas. Foto: Emerson Tavares

Tô em mini-férias em Belém (PA). Vim curtir meus amores que moram aqui: sobrinha, irmão e cunhada. Mas também rola uma rolê de vez em quando, com os devidos cuidados por conta da pandemia. Ontem (22), o Emerson, meu mano e melhor amigo da vida toda, me levou no bar e restaurante “Na Maré”, localizado no bairro Cidade Velha, às margens do Rio Guamá. Para quem não conhece, pense em um local porreta demais!

Na Maré – Foto: Emerson Tavares

No estilo palafita, o Na Maré possui uma vista linda, decoração cabocla que é a lindeza na simplicidade, cervejas enevoadas, cardápio variado e com petiscos e refeições de nomes bem humorados (“Isca de Peixe ao Molho do Cu do Boto” é um deles), no melhor estilo paraense. Ah, a comida é uma delícia. Além de atendimento, música boa e gente feliz. A energia do lugar é positiva ao nível máximo.

Show da banda Soul Sister, ontem, no Na Maré. Foto: Elton Tavares

Quem já conhece sabe o alto nível das programações musicais da casa. Ontem rolou a banda Soul Sister, com um repertório composto por canções de Aretha Franklin, Jame sBrown, Ray Charles, Steve Wonder, Etta James e Amy Whinehouse. Eles arrebentaram em uma apresentação fantástica. E a Luana Almeida? A vocalista estava praticamente entoada, pois era a própria Amy. Um show realmente sensacional!

Téteu, dono do Na Maré, Emerson (meu irmão) e eu.

Sem falar na discotecagem do Téteu, o dono do lugar e também DJ do Na Maré, com setlist mais que escolhido, só com sons que parecem a trilha sonora da felicidade dos malucos. Claro que a companhia do meu irmão ajuda nesses momentos felizes que a gente coleciona juntos.

Até brinquei com meu irmão e amigos que são companheiros de viagens. Disse que já fomos em vários bares muito legais em Sampa, DF, Curitiba, etc, mas que a energia do Na Maré bate todos eles.

Foto: Emerson Tavares

Além disso, o lugar tem um dos mais belos pores do sol de Belém. Tudo com preço justo. Enfim, desde ontem, para mim, o Na Maré é uma parada obrigatória na capital paraense.

Com meu irmão, companheiro dessas ondas firmes.

Em resumo, foi um domingo memorável em um local com uma atmosfera que me fará voltar muitas vezes. Este velho jornalista amapaense, fã de música boa, comida legal e música, recomenda.

É isso!

Elton Tavares