Cantor, músico e compositor, Enrico Di Miceli Gira a roda da vida. Feliz aniversário, querido amigo!

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Quem gira a roda da vida neste décimo segundo dia de fevereiro é o muito querido amigo, Enrico Di Miceli. Trata-se de um artista brilhante da música amazônida e um baita cara porreta. Ele chega aos 61ª fevereiros  com uma jovialidade e alegria admiráveis. E por tudo que é, rendo-lhe homenagens.

Enrico é músico e compositor, um dos maiores criadores de melodias do Amapá. Cantor, violonista, e parceiro de muitos, sua simplicidade, generosidade, talento, boa vontade, inteligência e bom humor faz dele um cara querido e considerado no meio artístico amapaense, paraense e nacional. Como me disse Fernando Canto: “Enrico é um compositor versátil, dono de uma harmonia ampla e elegante”. Exatamente.

Ele é, ainda, incentivador, divulgador e apoiador de todos os projetos nas mais diferentes vertentes artísticas. Um cara solidário, humano, gente boa demais.

Di Miceli também me deu uma moral nos lançamentos dos meus livros, em 202o e  2021. Fiquei feliz por ele ter ido. Muito feliz mesmo. Sou fã do artista e do cara que ele é. Ele também desempenha com maestria o papel de marido da Clicia e pai do Gabriel e da Flor. Um cara Phoda na arte e um homem do bem. Aliás, sua família sempre me recebeu muito bem, pois são amigos queridões.

Enrico é um cara firmeza! Além de artista brilhante, é humanista, sorridente, bem humorado, gente fina em todos os aspectos. A música é, com toda certeza, a arte mais sublime, pelos menos para mim. Quem consegue escrever, tocar e cantar canções é iluminado. Di Miceli é um desses seres sonoros que fazem a nossa alegria.

Enrico do Amazônica Elegância é Todo Música. Seus Timbres e Temperos já renderam muitas Maniçobas Musicais. Ele é grande, igual a beleza da arte que emana. Todas as vezes que encontro com o cara é uma festa. Dono de um papo porreta, delicadeza, gentileza, coerência e uma constante felicidade contagiante.

Enrico, mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que tu tenhas sempre essa cara de 50 fevereiros (risos) e que sigas com sabedoria, coragem e que tudo que couber no seu conceito de sucesso se realize. Que sigas pisando forte e fazendo essas lindezas, sejam elas músicas ou encontros pai’éguas, que já são marcas das controadas contigo e Clicia. Que a Força sempre esteja contigo. Saúde e sucesso sempre, amigo. Parabéns pelo teu dia, amigo. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Poema de agora: Cochilo…Luiz Jorge Ferreira

Cochilo…

Depois dos cavalos, as freiras de longos hábitos, cruzavam a rua.
Pouco depois os vendedores de picolé.
Mais tarde o cheiro de incenso, mirra, e cocada.
Ao entardecer, chegavam a revoada de pernilongos e outros mosquitos…
No início da Madrugada, os leões, as leoas, os carrapatos, as girafas, e os percevejos coloridos vindos do estrume seco das vacas, cansados do sexo oral…arrotavam antes de dormir.
Embora com cãibras, corro de cócoras pelo quintal.
Imito estrelas da Broadway, deuses Gregos, e generais Chilenos…

Muito mais tarde quando a lua já tá prenhe e de vergonha cobre a face com a fronha…
Coço as brotoejas…a língua cheia de sal, a boca suja de cerveja.

Luiz Jorge Ferreira

Poesia de agora: Filosofia barata – Pat Andrade

Filosofia barata

organizar as ideias
em ordem alfabética
e arrumar na estante
para quando precisar

essa a prioridade
do homem que sonha
do indivíduo que escreve
que faz poesia

imaginar o que sente
o eletricista
adivinhar o que pensa
o carteiro
divagar sobre morte e vida

arriscar a sorte na loteria
pagar a conta de luz
(mesmo sem energia)
dez por cento para jesus

oferta canalha
promessa vazia

Pat Andrade

Rainha do cangaço é homenageada em disco da Mini Box Lunar – Por Sílvio Neto

Por Sílvio Neto

Maria Bonita, o mito do cangaço, nasceu no dia 29 de julho de 1938 após a morte brutal da mulher Maria Gomes de Oliveira, a Maria de Déa, ou Maria do Capitão, ser anunciada nos principais jornais do Rio de Janeiro, então capital do país.

Doze anos antes, porém, com apenas 15 anos de idade, Maria casou-se (de casamento arranjado) com seu primo Zé de Neném, sapateiro, alcoólatra, adúltero e violento. A menina era espancada toda vez que questionava o comportamento do marido. Logo, por vingança e gênio forte, começou a ter diversos casos extraconjugais. Até que, em um dia qualquer do ano de 1929 conheceu o temido cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, rei do cangaço, tornando-se sua amante.

Ainda nesse mesmo ano decidiu fugir com Lampião e tornou-se a primeira mulher a ingressar no cangaço. Eles tiveram uma única filha e viveram juntos por nove difíceis anos, até serem mortos numa emboscada no dia 28 de julho de 1938. A morte de Maria foi um ato de covardia do volante (policial) José Panta de Godoy que, depois de acertar um tiro no abdômen e outro pelas costas, a decapitou ainda viva. E assim nascia Maria Bonita, nome que se popularizou com os jornais que noticiaram a morte de Maria, mas que jamais foi usado pelo bando ou por sua família.

Neste ano de 2022, completam-se 83 anos da morte da menina ultrajada e espancada que se tornou a rainha do cangaço.

Maria Bonita é o protótipo mais fiel da mulher nordestina que por muito tempo sofreu com as agruras da vida e se reinventou pela sua própria força e determinação. Uma mulher que foi capaz de amansar o coração da mais temida fera do sertão e que de tão apaixonado era capaz de lhe dar o mundo.

E pessoalmente para mim, que carrego o nome de um dos amigos do casal, que sempre os recebia em sua casa junto com todo o bando, quando estavam de passagem pelo sertão da Paraíba, foi uma grande surpresa ouvir o novo trabalho da banda amapaense Mini Box Lunar, que acabou de lançar o EP Maria Bonita, com 6 faixas que, de uma forma ou de outra, trazem referências a este ícone da cultura popular nordestina.

Começando pela capa que traz a belíssima arte gráfica de Rodrigo Aquiles, percebe-se de imediato que o álbum traz todas as cores e leveza da cultura popular, no azul celeste da seda e nas estrelas que ornavam os sertões e os chapéus dos cangaceiros; sem perder a força da feminilidade da mulher brasileira, representada pelas rendas, flores e pelo semblante sério de olhar penetrante no registro fotográfico em preto e branco de Maria.

O EP, que tem direção e produção musical de Otto Ramos, também é uma homenagem da banda ao produtor Carlos Eduardo Miranda – aquele que participava como jurado técnico do programa Ídolos, no SBT, e que morreu em 2018, tendo produzido e ajudado a levar o nome da Mini Box Lunar para todo o Brasil.

Contemplado pela Lei Aldir Blanc, por meio do Edital003/2020 da Secretaria de Estado de Cultura (Amapá), o disco, como já foi citado anteriormente, traz 6 faixas, abrindo com a música que dá título ao trabalho, Maria Bonita.

Antes de falar de cada música, para quem ainda não conhece o som da Mini Box, algumas informações ajudam a entender o clima que envolve este disco. A banda amapaense já tem mais de 15 anos de carreira, tendo participado de vários festivais do circuito alternativo. Atualmente é formada pelos músicos Heluana Quintas (vocais); Alexandre Avelar (guitarras); Ppeu Ramos (bateria/percussão); Helder Melo (baixo) e Otto Ramos (teclados/sintetizadores).

Toda a estética da banda remete ao grandes nomes do Tropicalismo – dos Mutantes a Tom Zé, passando pelos Novos Baianos e pelos Doces Bárbaros (Caetano, Gil, Gal e Bethânia) – mas também por experimentalismos da Vanguarda Paulistana (Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, entre outros) e com a pegada regionalista de ritmos do Pará e Amapá, como a guitarrada de Manoel Cordeiro, o brega pop de Wanderley Andrade e o marabaixo do Mestre Pavão e de Laura do Marabaixo (que faz uma participação toda especial na faixa “Festejo”.

Evidentemente, as influências da banda como um todo ultrapassam todas estas fronteiras citadas e transcende em uma musicalidade ao mesmo tempo doce, forte e alegre, boa de ouvir e de dançar.

Dito isto, vamos às músicas!

“Maria Bonita” é um frevinho bem compassado em marcha que vai chegando de mansinho e tomando de assalto todo o espaço – assim como faziam os cangaceiros ao invadir os pequenos povoados da caatinga. A música como um todo, lembra muito as cantigas tradicionais de ciranda muito populares no interior nordestino, especialmente na região de Paulo Afonso (BA), onde a rainha do cangaço nasceu e viveu até os 18 anos, quando fugiu com Virgulino. Destaque também para o arranjo de teclados e guitarra que fazem uma referência às tradicionais bandas de pífano daquela mesma região.

A segunda faixa, “Corra”, é uma espécie de ska que se funde com o brega paraense, trazendo, já de cara, um tom de alegria (ainda que sob frases imperativas). Gosto da letra em que, ao mesmo tempo que traz os tais imperativos tão comuns nas publicidades e redes sociais dos nossos tempos atuais, faz um chamado pra uma conversa ao pé do ouvido, naquele cantinho escuro do boteco, perto da vitrola.

Em “Festejo”, terceira faixa do disco, temos a participação de Laura do Marabaixo. O que me chamou atenção nesta música, além da referência sutil ao ritmo amapaense, foi o arranjo sobreposto por uma levada carnavalesca ao estilo dos Novos Baianos (inclusive a voz da Heluana Quintas lembra muito a da Baby nessa música) e, especialmente a sacada do refrão em que a banda consegue sair do lugar comum e faz com que Laura transcenda os cantos tradicionais do marabaixo e entre num clima bem próximo ao psicodelismo.

A quarta música é a minha preferida. “Fada”, é um samba-rock que nos traz uma certa saudade dos bons tempos do Jorge (quando ainda era só Ben) e do Simonal. Destaque para o cavaquinho de Jefferson Shory e para a guitarra de Alexandre Avelar que muito me lembrou Carlos Santana em “Samba Pa Ti”. A música traz ainda a participação de Elysson Perera nos backing vocals.

Elysson também participa da quinta música do disco, “Folk da Escada”, um folk rock com pegada foxtrote e country. A letra é uma das mais criativas de todo o disco. A música entra como que para lembrar que, mesmo com todos os experimentalismos, a Mini Box Lunar é, em essência, uma banda de rock – ainda que não reivindique nenhum rótulo para si.

Por fim, o disco volta para o universo do cancioneiro popular com “A Rosa”, numa releitura urbana da cantiga popular de ciranda do “Cravo e a Rosa”. O arranjo de teclados aqui é o que mais marca presença e faz com que o disco deixe um gostinho de “quero mais”.

Penso que Maria de Déa ficaria vaidosa com a homenagem e que Miranda, em algum universo paralelo, esteja, a essa altura, orgulhoso de ter conhecido e trabalhado com a Mini Box Lunar. Parabéns a todos os envolvidos no projeto!

FICHA TÉCNICA:

Direção e produção Musical: Otto Ramos
A Mini Box Lunar é:
Heluana Quintas | https://www.instagram.com/heluana/
Alexandre Avelar | https://www.instagram.com/alexandre_d21/
Ppeu Ramos | https://www.instagram.com/ppeuramos/
Helder Melo | https://www.instagram.com/heldermelol…
Otto Ramos | https://www.instagram.com/ottoramos/

Participações:

Elysson Perera: Backvocals em Fada e Folk da Escada
Jefferson Shory: Cavaquinho
Laura do Marabaixo: Back Vocal em “Festejo”
Estúdio de Gravação: Poliphonic Records | https://www.instagram.com/casapolipho…
Design de Capa: Rodrigo Aquiles | https://www.instagram.com/rodrigoaqui…
Produção Executiva: Duas Telas Produções | https://www.instagram.com/2telasprodu…
Vídeo / Registro e Distribuição: Augusto Máximo | Go Augusto | https://www.instagram.com/go_augusto/

*Silvio Neto é jornalista, quase ex-bancário, terapeuta e pilota a blog “A Vida é Foda”.

“Tattoo Solidário” 2022 reúne 16 tatuadores afim de arrecadar doações para ajudar instituição de caridade

O “Tattoo Solidário” chega a sua 9ª edição em 2022, reunindo 16 tatuadores feras e ocorrerá nos dias 12 e 13 de fevereiro (sábado e domingo) em Macapá, no Amapá Garden Shopping . Além de promover a arte da tatuagem, tem o objetivo de ajudar uma instituição que cuida de crianças em situação de risco social. A ação será realizada pela Norte Rock, loja especializada em artigos de rock que já promove o festival há nove anos. No sábado, a programação inicia às 10h e segue até às 22h, no domingo, inicia às 12h e finaliza às 21h.

Além das tatuagens com preços de R$ 50 até R$ 400, a ação busca arrecadar um pacote de 200 gramas de leite em pó. De acordo com Paulo Pontes, proprietário/sócio da loja Norte Rock e organizador do evento. “Além de pagar pela tattoo, os interessados garantem participação no evento entregando mais 200 gramas de leite em pó, que serão distribuídas para a Casa da Hospitalidade, organização sem fins lucrativos que funciona em Santana, a 17 quilômetros de Macapá”, explicou.

Os desenhos podem ser sugeridos pelos próprios interessados, com valor a negociar com cada artista. Para participar do evento, basta a pessoa chegar com o desenho, e escolher qual artista quer tatuar e aguardar a vez. A arte não pode ser para cobrir outras tatuagens já existentes no corpo e o pagamento deve ser feito em dinheiro em espécie. Detalhe importante, é necessário levar a carteira de vacinação com a comprovação da segunda dose da vacina. Além disso, o Tattoo Solidário é para maiores de 18 anos.

No evento, os valores cobrados são abaixo dos preços de estúdio. As tatuagens são de pequeno a médio porte, as maiores de até R$ 400 são de tamanho de 11 a 12 centímetros. Além disso, durante a ação, terão shows, exposição e dj’s, um evento multicultural.

E aí, tá ansioso? É só entrar no perfil da rede social Instagram da Norte Rock https://instagram.com/norterock?utm_medium=copy_link E ver quem são os feras da tatuagem que estarão no Tattoo Solidário.

Confira os perfis dos profissionais no Instagram aqui:

@madtattooo
@kaostattoo
@danilomachdo
@hianmtattoo
@alextattoo40
@marconiink
@tattoogabe
@tattoo_hugo
@morhy.ink
@pristattoo
@douglasdarksidetattoo
@johnnysantostattoo
@wandotatuagem
@jhontattoo__
@omuller_
@elieltattoo

Serviço:

Tattoo Solidário

12 e 13 de fevereiro (sábado e domingo)
Amapá Garden Shopping
Horários: sábado das 10h às 22h
domingo das 12h às 21h
Mais informações: 98100 2171/ 98106 5148.

Fonte: Norte Rock. 

 

Acessibilidade cultural é tema de livro lançado pela Licenciatura em Teatro

O curso de Licenciatura em Teatro, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), lançou no final de 2021 a publicação “Acessibilidade cultural no Amapá”, organizada pelos docentes prof. Dr. Emerson de Paula e prof. Dr. José Flávio Fonseca. A obra é uma coletânea de textos produzidos por membros do grupo de pesquisa “Núcleo de Estudos em Espaços Culturais, Inclusivos e Deliberativos (Necid)”. O livro contou com subsídio do Programa de Auxílio ao Pesquisador, que tem por objetivo fortalecer as atividades de pesquisa e inovação da Universidade, e está disponível para download gratuito no link https://emanuscrito.com.br/livro53.html.

A coletânea “Acessibilidade cultural no Amapá” conta com a participação de autores amapaenses com e sem deficiência, vinculados diretamente à Unifap (alunos, docentes) ou da comunidade local, como artistas e pesquisadores que desenvolvem trabalhos ligados ao tema do livro. O livro faz um mapeamento das iniciativas de acessibilidade cultural no estado, a partir de ações oriundas de instituições públicas e privadas e iniciativas pessoais.

“O livro é uma contribuição específica do curso de Teatro que promove a produção do curso de Teatro. Ele mostra a produção de pesquisa do curso e também divulga o que está sendo feito na região Norte, especificamente no estado do Amapá, para o país. Ele é uma contribuição enorme para a cultura do estado, porque é fruto de pessoas locais, mas também para o país, pois traz reflexões sobre uma temática muito importante e bastante procurada, trazendo reflexões sobre a realidade local”, ressalta Emerson de Paula.

SINOPSE

Acessibilidade Cultural no Amapá – O livro problematiza a pauta que relaciona cultura e as pessoas com deficiência. Constituído por narrativas de cidadãos em movimento “no meio do mundo” nas mais diversas práticas, elicia reflexões que conectam arte, educação, acesso, inclusão, barreiras, tecnologia, políticas públicas e o fazer científico. Como em um espetáculo teatral, a fruição a partir de cada uma das “cenas-artigos” elicia e instiga. Se me perguntassem qual o estado da Arte da Acessibilidade Cultural no Amapá, diria: é o de fazer ciência, como propôs Gaston Bachelard, por meio da Educação pela Arte, de Herbert Read. Arte das vivências, experiências, inquietações, frustrações, dos erros e das possibilidades. Lugar da expressão, não apenas de fala, mas de todo o corpo com/para todas as pessoas.

Sobre a Licenciatura em Teatro

O curso de Licenciatura em Teatro, da Universidade Federal do Amapá, iniciou suas atividades em 2013, com duração de quatro anos e carga horária de 3.450 horas. O aluno sai com a titulação de licenciado em Teatro e tem a proposta de proporcionar aos discentes conteúdos específicos à formação do(a) Professor de Teatro e do(a) Intérprete, tornando-os aptos a participarem ativa e criativamente dos processos artísticos nos quais estiverem envolvidos, exercendo com competência os papéis que lhes forem destinados, correspondendo ao mesmo tempo às exigências legais ao exercício da profissão. O curso tem como objetivo geral o ensino do teatro apoiando-se na realidade brasileira, na criação artística e na pesquisa. Saiba mais sobre o curso de graduação em https://www2.unifap.br/teatro/.

Serviço:

* Com informações do site do curso de Licenciatura em Teatro/Unifap
Foto: Capa do livro / Divulgação
Jacqueline Araújo
Assessoria Especial da Reitoria – Assesp/Unifap
(96) 98138-9124
[email protected]

Poesia de agora: Serenata para a chuva – Pat Andrade

Serenata para a chuva

Quando a dor
me tira o sono,
faço uma prece…
Medito em silêncios
que me aparecem
em infinitas gotas…
Estico os braços
até o limite da noite;
De olhos fechados,
canto pra chuva
e espero a dor passar…

Pat Andrade

Poema de agora: Rodovia JK – Ricardo Iraguany

Rotatória do distrito da Fazendinha, entre Macapá e Santana, na Rodovia JK — Foto: Breno Melo/Bee Movie

Rodovia JK

Andando pela rodovia JK
Foi que senti vontade
De escrever um blues
Com o sol no marco zero do Equador a pico
Quase quarenta graus
Aqui parece o Missipi
Mas é Macapá
Terra de marabaixo
De umbanda e de louvor
Onde o toque da gaita
É o tum, tum, tum do tambor
Na pegada, na levada
Do Frenético afro som
Onde o toque da gaita
É o tum,tum, tum do tambor

Ricardo Iraguany

Cantora Márcia Fonseca apresenta show de brega retrô no Farofa Tropical

Para aqueles que curtem os clássicos do brega, a pedida é o show da jornalista e cantora Márcia Fonseca, que irá apresentar hoje (5), no Farofa Tropical, um repertório com músicas que estão sempre em evidência e agradam todas as gerações.

Com o temática “ Brega retrô” a cantora irá embalar o público com músicas dos artistas Nelsinho Rodrigues, banda Calypso, Alberto Moreno, Mauro Cotta e outros.

Este projeto foi contemplado com o edital Nº 002/2021 da SECULT / AP e conta com recursos da Lei Aldir Blanc. O show será gravado e posteriormente será divulgado nas redes sociais da mesma secretaria.

Serviço:

Show de Márcia Fonseca
Data: 05/ 02/ 2022
Hora: 20h
Local: Farofa Tropical
Endereço: Rua São José, 1024, Centro.

Adryany Magalhães
Ascom Cia Supernova
Contato: (96) 991445442

Macapá, 264 anos de Arte e Cultura – #Macapa264Anos

A imagem do tocador e a dançante que consta no card de divulgação é de autoria do artista Jeriel.

O Coletivo Juremas, realiza nesta sexta-feira (4), live em homenagem aos 264 da cidade de Macapá, capital do Amapá.

O evento será apresentado obedecendo o protocolo sanitário padrão constante no Decreto n°. 0531 de 1° de fevereiro de 2022 do Governo do Estado.

Música e poesia fazem parte da programação que conta também com a participação de convidados especiais e bate-papo interativo sobre curiosidades da cidade tucuju.

A live será transmitida da casa da poeta Carla Nobre e contará com um número limitado de pessoas no ambiente.

Durante o evento haverá sorteio de brindes.

A live conta com as atrações de Ana Anspach, Andreia Lopes, Bárbara Primavera, Carla Nobre, Cláudia Flor d’Maria, Edu Gomes, Fernanda Canora, Hayam Chandra, Mary Paes e Mario Neilton. Convidadas especiais: Kassia Modesto (AP), Brenda Zeni (AP) e Benita Pietro (Portugal).

Responsáveis pela captação e edição de imagem e som: Raih Amorim e Nathan Zahlouth.
Cenário: Tonny Silo.

Serviço :

Live Show “Macapá, 264 anos de Arte e Cultura”
Nesta sexta, às 16h .

A live será transmitida pelo Facebook: @coletivojuremas

Gírias e expressões do Amapá* – #Macapa264Anos

Cadernos artesanais com gírias do norte produzidos por Camila Karina (saca lá: https://www.instagram.com/camila_karina/ )

Atire a primeira gramática quem nunca falou uma gíria! Uma expressão tipicamente do Norte.

Se você não tem o hábito de falar “girioguês”, ponto pra você, que mantém a beleza de um bom português falado; mas há de concordar que o nortista tem uma irreverência singular quando se trata da língua portuguesa.

Já você, que não tem mais a noção do que é uma gramática, seu estado verbal é grave, procure o dicionário urgentemente, pois você corre o risco de não ser compreendido.

Muitos blogs já retrataram algumas expressões engraçadas e peculiares da nossa linguagem, mas recolhemos tudo que achamos e resolvemos explicar, da melhor forma, os seus respectivos sentidos. Aprenda, se informe e gargalhe.

No Amapá a gente fala:

Paid’égua! (muito legal!); Eita porra! (impressionado); Mas uh caralho! (muita admiração); Maninho, maninha (pode ser para qualquer pessoa, conhecido ou não); De rocha! (palavra ou assunto com convicção); Não, é cuia! (claro que é); Não, é pão! (claro que é também); Muito escroto (muito ruim); Nããooooooooo (ironizando uma negação); Égua, moleque, tu é doido! (fato realmente surpreendente); Fooolêgo! (muita admiração); Égua da largura! (muita sorte); Égua, moleque! (surpresa, alegria, raiva, este é muito usado); Vai querer queixar? (vais me negar?); Gala seca (idiota); Rapidola (rapidinho); Égua da potoca (que mentira); Ulha, disque! (espanto com desdém); Pega-te (tome esta ou pegue esta, torcida por um ponto feito ou gol marcado); Tu jura, não? (claro que não); Táááá, não! (nunca); Bora lá só tu! (Eu não irei); Tá lá uma hora dessas (eu não); Essa é de grife do varal (roupa roubada); Discunjuro até! (por conta do termo “Te esconjuro”, tipo Deus me livre); Levou o farelo (morreu); Só o filé da gurijuba e só a polpa da bacaba (bacana, legal, ótimo); Já tá do meio-dia pra tarde (quase acabando, velho ou quase morto); Ele é do tempo da calça “tucandeira” (calça com a barra curta). Taááá, “cheiroso!” (o mesmo de Tu Juura!); Virar o zêzeu (botar pra quebrar); Quede mano? (onde está?); Hum, tá não! (nem pensar); Tu acha isso bonito? (reprovação); Tá remando pra beira (tomando cuidado, voltando atrás, sendo cauteloso); Tu é o belo velho (O mesmo que “tá, cheiroso!); Esse é peidado do juízo (Este é louco); Paga uma aí (pague uma bebida); Só te dou-te na cara (vou te bater); É pissica da braba (mandinga); Só pode ser feitiço (quando algo dá errado); Vigia o que tu tás fazendo (preste atenção).

Vigia bem (preste muita atenção); Miudinho (pequeno); Logo quem, não? (já esperava isto dele); Muito enxerido! (intrometido); Bora lá (vamos lá); Umborimbora? (vamos embora?); Ééééééééguaaaa (muito espanto, surpresa); Égua, mas tu é muito cabeça de pica né? (gala-seca, otário); Zé ruela (babaca); Abestado (besta); Mas tu é muito pau no cu (abestado, idiota); Levou ou deu “um Nike” (levou um fora); Dizar (deu um fora, se esquivou); Asilando (dando em cima, paquerando); Na moral (na cara de pau); Paga pau (dá muita moral, invejoso); Migué (Mentira, mentiroso); Égua, não! (não acredito). Não, que não. (afirmando com convicção); Pior né? (afirmação tipo: é verdade!); Porrudo (algo grande); É o vai da estrela (com certeza ele(a) não vai); Charlando (se exibindo); Arreda aê (afasta aí); Teu cu (claro que não).

*(Texto que escrevi em parceria com a jornalista Camila Karina (saquem lá as artes dela: https://www.instagram.com/camila_karina/ ), em 2010 e republicado hoje pelos 264 anos de Macapá) – Elton Tavares

Poema de agora: Macapá, minha cidade – Pat Andrade #Macapa264Anos

Foto: Elton Tavares

MACAPÁ, MINHA CIDADE

Minha cidade comemora
mais um ano de existência.
Digo minha, porque dela
me apodero, todos os dias,
em dura jornada;
todas as noites,
em longas caminhadas.
Macapá me cobre
com seu céu inconstante,
me descobre em versos e rimas;
me abriga em seus bares,
em suas ruas, em seus becos,
em suas praças, em seu rio…
Macapá me expõe, me resgata,
me ampara, me liberta…
E aqui permaneço,
retribuindo com meu amor,
minha esperança
e minha alma de poeta.

Pat Andrade

Poema de agora: De Alma – Luiz Jorge Ferreira

De Alma

Senhores desculpem não é mais Natal…
Eu vou pedir licença para deixar debaixo desse toldo colorido chamado vida..
A minha alma, já sem vida…
Toda manchada de Outonos…toda molhada de Sonhos…toda riscada de Planos…ébria, e cansada de idas e vindas sem rumo…
Está é a minha alma…
Eu mesma não a reconheço…quis falar com ela, mas ela fala estranhamente por codigos e escreve usando hieróglifos.
Esta não parece ser a alma que ganhei alguns anos atrás ainda com sua voz em decibéis acima do silêncio…ainda com a sua tez…iluminada…
Ainda com o seu perfil Grego e sua pele macia qual a casca tênue do pêssego.
Não!
Não!


Não é minha alma.
Mas eu vou deixa-la aqui …
Eu vou deixa-la estendida
desde a Av. Ernestino Borges a beira do Trapiche.
Eu poderia esticar o braço direito até o Pacoval
e o esquerdo até a Fazendinha.
Mas não há tamanho neles para que eles alcancem essa distância.
Fico triste de dizer que ela ficou pequena…
a pequines de minha alma é coisa que me incomoda dentro do corpo ela bate do cérebro ao pé…
Bate e não se reparte…
Fica cada vez mais coesa…
Senhores não me olhem assim…
Alma não é exclusiva…
Alma não é Cascavel…
Alma não tem veneno…
Alma não tem passado, nem futuro.
Alma é indefinida.
Deixem -na aqui sob esse abrigo…a ilharga de flores perfumadas e luzes coloridas.
Eu quero ir embora…eu a deixo…
E vou…se eu sentir saudades eu volto.
E se ela sentir saudades de mim…diga que não fui
nem parti, apenas me escondi na memória, dentro do bolso puído da calça Jeans.

Luiz Jorge Ferreira

Poema de agora: APELO – Pat Andrade

APELO

a poesia quer
que você se espante
que você se assuste
que você se choque
e se escandalize

a poesia precisa
que você repense
que você opine
que você pare
e analise

a poesia implora
que você fale
que você grite
que você pule
e se manifeste

é urgente!
é necessário!
é preciso!

deixe que esse grito
se liberte que ele ecoe
e alcance o infinito

permita
que sua garganta doa
que ela inflame
que fique rouca

mas não se cale
quando seu irmão morra
quando a pátria mãe chore
quando o estado nos mate
quando o mundo precise

não seja um covarde
não seja um covarde

Pat Andrade