A ALMA BAILARINA DE JOSYANNE FRANCO (*) – Texto de Fernando Canto

 

Texto de Fernando Canto

Escritora e poeta Josyanne Rita de Arruda Franco

Há tempos eu queria escrever sobre a arte poética de Josyanne Rita de Arruda Franco. Infelizmente perdi seus livros, a mim enviados em 2017, numa dessas mudanças de estante que periodicamente a gente precisa fazer. Porém a Musa da Poesia não falha. Dia desses lá estava um deles olhando para mim. Justamente o “Assoalho de Plumas” (Rumo Editorial, São Paulo, 2013).

A partir desse saboroso título a autora se revela em versos de natureza intimista, nos quais segredos e paixões são mostrados de um jeito bem peculiar de poetizar sentimentos, pois os desejos e as vontades estão abertos, e sua sabedoria lhe permite dizer “Eu sei que não existe amor sem causar danos”. E faz pergunta às estrelas, que lhes respondem: “Amores passarão!” (Natureza viva). E é nessa linha criativa que Josyanne esbanja sua experiência transformada em versos, em um porto que poucas mulheres teriam coragem de ancorar, posta a lânguida língua do erotismo que faz os corpos gemerem de paixão e a realidade crua do amor e das metáforas que o envolvem. Reforça-se, então, a autenticidade de uma poesia robusta, bela e cheia de personalidade. Personalidade madura e sem escapes que nos mostra em “Desejo e Fúria”:

Desejo e Fúria

Gana de outra vez ter a ti.,
De desmanchar-me em ti feito doida dançarina
Que se embriaga na boêmia arte de fazer-minha sina…
Destino incerto que em mim caminha.

Derreter o viço da eloquente e densa bruma
Que se espalha pelo céu da minha boca nua
E se entrega, enfim, rendido… corpo inerte, estendido.
De insanidade ativo… de amor vencido.

Desejo-te nas manhãs…espero-te à tardinha.
Nas noites, feito cães, o cio nos desalinha.
Ébrios de amor faminto, nós somos tão errantes…
Na voz da poesia dois seres inconstantes…

Arranho tua carne… te beijo, arrependida.
Sou tua… tresloucada, esgoto tua vida.
Entregue à paixão, em ti vou… viajante.
Aranha presa inteira na teia de brilhantes…

Me perco nos teus olhos… me acho em teu sorriso.
Sorver de tua alma é tudo que preciso.
Na paz do meu caminho tu segues adiante
E eu sigo teus passos serena e confiante.

Em outros dos 127 poemas deste livro as palavras caem como estrelas no assoalho (construído) de plumas (naturais) da autora. Ela que sabe o que quer neste belo livro, e se posiciona advertindo, em seu erudito poema “Mitológica”: “Não pede pelo inferno se queres paraíso”. E sem precisar dizer a Édipo que é Esfinge, decifra-se “terna e lírica” com sua alma bailarina, aventureira nos penhascos das palavras e numa poesia verdadeira plantada por ela no asfalto das cidades grandes e na sua tênue e inconsciente memória erótica de uma índia da Amazônia.

Ler e compreender, portanto, a poesia de Josyanne Franco é absorver de sua experiência lírica e literária o sentido do seu devir poético que trará sempre o multiculturalismo universal da alma.

Como também encontrei me olhando da estante o seu “Desvãos do Pensamento” (Coleção Letra de Médico, Volume 6, Rumo Editorial, 1ª Edição, São Paulo, 2016), no qual ela publica contos, poesia e prosa poética, diria que ela segue com mais vigor os poemas iniciados no boletim literário Caju e depois com o “Assoalho de Plumas”. No “Desvãos do Pensamento” ela se assenhora de sábias frases e de um estilo muito peculiar de prosa que será objeto de novo comentário que farei futuramente.

(*) Josyanne Rita de Arruda Franco é médica pediatra e psicanalista nascida em Macapá-AP. É escritora, membro da Academia Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES), da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES) e da Academia Jundiaiense de Letras (AJL), entre outras instituições literárias nacionais e internacionais. Reside em Jundiaí – SP há cerca de 30 anos, onde exerce suas atividades profissionais. Costuma dizer, sobre suas composições poéticas, que tem “o pensamento no sublime, a vida na realidade e o coração na selva” (Texto extraído da contracapa do livro “Desvãos do Pensamento”).

Programação cultural no Teatro das Bacabeiras reunirá diversos segmentos em noite de festa

Foto: Alex Silveira

A Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Teatro das Bacabeiras e seu Conselho de Pauta, promoverá no dia 20 de dezembro (sexta-feira), o evento intitulado “Cabaré Barcabeiras”. A programação será um encontro de diversos segmentos da cultura amapaense em um show empolgante.

O espetáculo trará atrações de artistas e grupos de música, dança, teatro, literatura, capoeira, artes visuais, artesanato e muito mais. Esse encontro sela o ano de atividades realizadas na principal casa de espetáculos da capital e promete um grande show para o público espectador.

De acordo com o secretário de Estado da Cultura, Evandro Milhomen, o evento será uma oportunidade de encontro entre os artistas amapaenses, que durante o ano de 2019 estiveram empenhados junto com a Secult em promover atrações de excelente qualidade ao público do Estado.

“Reunindo as diferentes vertentes culturais presentes no Amapá, nós proporcionamos à população uma amostra da cadeia produtiva da cultura que, com as nossas atividades dentro da Secretaria, buscamos incentivar cotidianamente. Esse projeto favorece artistas e sociedade, pois integra vários segmentos culturais, assegura a ocupação dos espaços do Teatro das Bacabeiras e incentiva a população a comparecer”, pontuou o gestor.

Serviço:

Local: Teatro das Bacabeiras
Data: 20 de dezembro
Horário: 20h
Mais informações: (96) 99151-2328

Novo Mercado Central de Macapá terá identidade visual assinada pelo artista amapaense Ralfe Braga

O espaço ganhará obras em tons vibrantes que irão retratar alguns dos símbolos da cultura local como o Marabaixo e o batuque. Serão cinco painéis, que ficarão expostos nas áreas interna e externa do novo Mercado Central.

O talento de Ralfe Braga é reconhecido internacionalmente. Suas artes são cheias de energia e tonalidades exuberantes. Segundo ele, as obras dentro e fora do mercado são inspirações que refletem exatamente as questões históricas e estéticas do local, que trazem as cores vivas da Amazônia.

“Participar com a composição dessa obra representa dois fatores: histórico e estético, principalmente como profissional, que lida com a comunicação visual. Eu nasci aqui, frequentei este lugar desde moleque, vivi quase que diariamente. É um projeto arquitetônico muito bonito e moderno, bem atual, que está sendo revitalizado pela gestão do prefeito Clécio, uma bela iniciativa e que tive o prazer de ser convidado para compor o cenário, que, para mim, significa ápice da carreira profissional como artista”, enfatizou.

Atualmente, Ralfe mora em Brasília (DF) e veio a Macapá especialmente a convite da Prefeitura de Macapá. O artista visitou nesta quarta-feira, 18, o novo Mercado Central, que está sendo revitalizado com recursos de emenda parlamentar do senador Randolfe Rodrigues, no valor de R$ 2,5 milhões, e mais R$ 1,2 milhão de contrapartida do Município de Macapá.

Ralfe ressaltou ainda que ter obras retratadas no mercado será um dos seus principais cases que irá compor seu portfólio. “Elaborar a programação visual e o conceito estético do novo Mercado Central é, sem dúvida, uma realização de qualquer profissional. Estamos fazendo algumas adaptações de formato para ter um melhor posicionamento para as pessoas terem uma maior visibilidade. Estou feliz em contribuir com meu trabalho em um ambiente tão importante, tanto para minha vida quanto para o artista e amapaense que sou”, frisou Ralfe.

Curiosidades

A escultura que está bem em frente ao mercado e tem despertado olhares curiosos da população macapaense também foi criada por Ralfe. Como o artista frisa, a primeira coisa que se busca na concepção de uma obra artística são símbolos, marcas, objetos que tenham uma simbologia para o projeto. “Eu, visitando certa vez aqui e estudando a concepção do projeto, olhei para cima e percebi que havia uma roseta na fachada, e essa roseta me chamou atenção desde criança. Quem criou ela usou esse símbolo que se usava muito na arquitetura da época, pois sua criação foi em 1953. É uma marca registrada da própria arquitetura, nada mais justo, óbvio e mais natural do que usar essa roseta como marca e símbolo do mercado, que está representado na escultura”, explicou o artista.

Lilian Monteiro
Assessora de comunicação/PMM
Contato: 98409-3733
Fotos: Nayana Magalhães

Cultura Afro-Indígena protagoniza mural em Museu amapaense

A parceria entre duas importantes instituições relacionadas à cultura no Amapá, o Centro de Educação Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari e o Museu Sacaca, gera mural de 18 metros intitulado “Encantados na Cobra Coral”. Pintado por estudantes, tem foco na cultura afro-indígena e é gratuito à visitação. Entenda mais sobre a obra, a seguir!

O Centro Cândido Portinari é um caso especial na Amazônia. Ativo há 46 anos no Amapá, a instituição é um tradicional celeiro de artistas, ofertando cursos gratuitos e profissionalizantes na área de Artes Visuais. Deslocados de seu prédio original há 11 anos por uma reforma demorada, fato que infelizmente faz muitos pensarem que a escola fechou, a construção dos anos 70 foi simplesmente a primeira arquitetura moderna no centro de Macapá.

Na capital do Estado onde a maioria da população se considera negra, o Museu Sacaca representa um lugar de resistência, preservação e comunicação do saber popular e científico dos povos amazônicos. Como patrono traz o “curador da floresta” Raimundo Santos Souza, o Mestre Sacaca, fundador da União dos Negros do Amapá (UNA) e emblema de um povo.

Em 2019 o Museu inaugurou cinco espaços, entre estes, um espaço multimídia gratuito ao público. Visando gerar uma nova ambientação estética ao local, foi feito o convite ao Centro Portinari que mediasse as intervenções artísticas. Para pintar a obra de 18 metros de extensão, os estudantes do Curso de Ilustrador se envolveram em 02 meses de oficina de ilustração mural onde puderam criar e executar artes trazendo a cultura afro-indígena e o protagonismo da mulher negra, na composição e realização.

“Entrei no Centro Portinari com o objetivo de aprimorar minhas técnicas, pois já desenhava. Ao longo do curso a professora entrou com esse projeto de pintura no Sacaca. Foi muito gratificante pra mim, porque eu nunca havia pintado num muro, foi uma experiência bem legal. É bem diferente a textura e pinceladas. A minha marabaixeira foi inspirada nas orixás africanas”. (Leiliane Lopes, estudante).

A coordenação geral do projeto, entre oficina e curadoria, foi pela artista e professora do Centro Portinari, Jenifer Nunes: “Para além da estética, a relevância deste mural é política ao reafirmar a cosmovisão dos povos afro-indígenas/ribeirinhos no museu mais ativo da cidade, num período histórico em que é crescente os casos de intolerância religiosa, expressão do profundo racismo presente na sociedade brasileira. E isto foi debatido com os estudantes”.

Segundo ela relata, a obra “Encantados na Cobra Coral” teve por dispositivo mixar tecnologia com ancestralidade amazônida e o patrono do Museu. Igum D’Jorge, ilustrador e estudante do curso técnico do Centro Portinari, foi quem pintou o Mestre Sacaca: “ele que em vida foi o Rei Momo do carnaval, dessa vez seria um rei na natureza, os fones de ouvido representando suas atividades na rádio e conexão com o resto do mundo”.

O projeto de criação coletiva foi a primeira experiência mural de todos os estudantes do Curso de Ilustrador, pessoas em sua maioria afros e moradores de bairros periféricos. “A pintura interna foi realizada por quatro sagazes mulheres negras; na área externa os tons das peles foram propositalmente bem escuros”, finaliza a professora.

Pegando o gancho do protagonismo da mulher nas Artes, o Centro Cândido Portinari realizará nos dias 18 e 19 de dezembro sua tradicional Mostra de Artes, com obras dos estudantes e pela primeira vez terá como artista homenageada a pintora amapaense Irê Peixe, com exposição de suas obras e lançamento de livreto sobre sua carreira. Venham prestigiar!

Serviço:

O QUE? “Encantados na Cobra Coral” – muralismo contemporâneo
ONDE? Espaço multimídia do Museu Sacaca, Av. Feliciano Coelho.
QUANDO? Terça à domingo, 9h às 18h.
QUANTO? Gratuito

Assessoria de comunicação do Centro de Educação Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari
Fotos: Giordano Santana e Jenifer Nunes.

Mostra gratuita reúne mais de 200 trabalhos de alunos entre ilustrações e pinturas de tecidos

Mostra reúne obras feitas por estudantes da escola de artes — Foto: Centro de Artes Visuais Cândido Portinari/Divulgação

Por Caio Coutinho

Reunindo mais de 200 trabalhos de alunos do Centro de Educação Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari, a Mostra de Artes 2019 acontece gratuitamente nesta quarta-feira (18) e na quinta-feira (19). As atividades acontecem na sede provisória, no bairro Santa Rita, Zona Central de Macapá.

Quem visitar a mostra poderá participar de oficinas e apresentações, e desfrutar de obras feitas pelos estudantes dos cursos de artes visuais, serigrafia, ilustração, artesanato de pintura em tecidos, cartonagem e modelagem.

Segundo o diretor da escola, Edivan Nunes, a mostra é um evento tradicional que acontece desde a fundação do centro e representa a culminância dos trabalhos e atividades realizadas pelos alunos ao longo do ano. Em cada edição, um artista amapaense é homenageado.

“Este ano estamos enaltecendo a contribuição feminina de Irê Peixe para arte, que é filha do fundador da escola, o R. Peixe, que infelizmente não poderá comparecer. Todos os anos homenageamos um grande artista do Amapá, e este ano a Irê foi escolhida”, explica.

Além da homenagem, a programação também tem artistas convidados, entre eles está Ralfe Braga, artista plástico e ilustrador amapaense que mantém ateliê em Brasília (DF).

A instituição de ensino profissional foi criada em 1973. O local atendeu este ano mais de 1 mil estudantes em cursos técnicos e de pequena duração. O prédio próprio da primeira e única escola pública de artes do Amapá, que fica no Centro comercial de Macapá, está em obras desde 2013.

Prédio temporário da escola Cândido Portinari, no bairro Santa Rita — Foto: Caio Coutinho/G1

Confira a seguir a programação:

Mostra de Arte 2019 Cândido Portinari

Local: Centro Cândido Portinari (Av. Cônego Domingos Maltês, Santa Rita – entre as ruas Hildemar Maia e Santos Dumont)

Dia: 18 de dezembro (quarta-feira)

17h – Abertura
17h30 – Palavra da representante da artista homenageada
17h40 – Entrega da premiação do concurso de ilustração da mostra
18h – Ozy Rodrigues (música)
18h30 – Kassia Modesto (poesia)
19h – Jean Leitão e Elisângela (música)
19h30 – Erick Pureza (música)
20h – Desfile de estampas: coleção ‘Elemento da Natureza’
20h15 – Jackson Amaral (música)

Dia: 18 de dezembro (quinta-feira)

8h – Visitação pública
9h – Oficina de pinturas dinâmicas
10h30 – Batalha de desenhos
15h – Oficina de retrato com aquarela
16h45 – Encontro com artista Ralfe Braga
17h – Ozy Rodrigues (música)
18h – Andrea Lopes, Haian Chandra e Nega Áurea (poesia)
18h30 – Wendel Cordeiro e Fernanda Canora (música)
19h – Oficina de Naquim
19h20 – Companhia de Artes Tucuju (teatro)
20h – Banda Brega Pop (música)
21h – Encerramento

Fonte: G1 Amapá

Hoje rola “Quarta de arte da Pleta”, edição Café com Notícias, no Sankofa

Hoje (18), a partir das 17h45, rola mais uma edição da Quarta de arte da Pleta, edição Café com Notícias. O programa de rádio que nomeia o evento será transmitido da Casa de Cultura Sankofa

Na ocasião, vai rolar Feiras das empreendedoras pretas, bate papo com Alzira Nogueira; Elaine Albuquerque e Mariana Gonçalves. Além de poesia de Kassia Modesto; Hayam Chandra; Pat Andrade; Rosa Rente e Preta Aurea.

As atrações musicais da noite serão: Deize Pinheiro, Fernanda Canora, Jessica Neves Laura do Marabaixo , Erick Pureza , Wendell Cordeiro Edu Gomes e banda Mister Zé. Ainda vai rolar exibição do Filme BACURAL, bate-papo com a cineasta Ana Vidigal e coleta de brinquedos

Serviço:

Data: 18/12/2019
Local: Sankofa, localizado na Rua Beira Rio 1488, Orla do Santa Inês, zona sul de Macapá.
Hora: a partir das 17h
Couvert: R$ 5,00
Mais informações pelo telefone: 98109-0563 (Andreia Lopes).

Mazagão Velho presente! – Por Gabriel Penha (sobre sua exposição no Luau na Samaúma)

Por Gabriel Penha

Mesmo depois de algum tempo, não podia deixar de agradecer a presença de todos/todas que compareceram à exposição fotográfica “Povo de Cultura e Fé”, na última sexta-feira, 13 de dezembro, dentro da programação do Luau na Samaúma, em Macapá. É sempre uma honra e uma responsabilidade mostrar ao público o rico calendário cultural de Mazagão Velho, a cidade que atravessou o Atlântico no século 18.

Sou o autor das imagens, mas quem aparece é quem de direto: os homens, mulheres e crianças que dão vida às tradições, os verdadeiros guerreiros. Como digo nos agradecimentos da revista: a comunidade Mazagão Velho é a única e verdadeira dona de todo esse patrimônio cultural. Meu trabalho é apenas o canal para que essa pujante identidade ecoe por outros cantos e recantos.

Encontrei pessoas maravilhosas, conhecidas e desconhecidas. A cada um/uma que contemplava as fotos ou que levava uma revista para casa – foram distribuídos 120 exemplares gratuitamente – a certeza de que toda a luta valeu, vale e sempre vai valer a pena. É pela comunidade!! É pelas memórias dos meus avós Agostinho e Nilza, dos meus tios Antônio (Coco), Agostinha (Duta), do meu primo Arelian (Liu); por Vavá Santos, Osmundo, Vavico Biló Nunes, Olga, Acendinno, Maria Barriga, Risoleta, José Espíndola, Macdowell, Tiago Araba, Pedrinho Ramos e tantos outros que doaram uma vida toda para que isso não se acabasse.

É pelos Penha, Jacarandá, Silveira, Barriga, Torres, Silva, Nunes e todas as famílias que trazem a tradição no sangue e no DNA. É pelas minhas filhas, Gabrielly e Olga. É por todos/todas que de alguma forma colaboram nessa nossa cruzada de divulgar a cultura e a história de um povo. Mesmo que às vezes sofrendo campanhas difamatória de quem sequer moveu uma palha para o desenvolvimento e crescimento dessa terra abençoada.

A palavra não pode ser outra senão gratidão. Gratidão a Deus Todo Poderoso, Energia Maior, Força Superior do Universo, pela vida e por permitir que façamos a nossa parte. Aos moradores de Mazagão Velho, especialmente aos que acreditam e respeitam o nosso trabalho, pois como sempre disse: carrego a nossa cultura no coração e não na carteira!

Agradecimentos à equipe da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que tornou possível a presença a exposição no evento. Aos meus colegas de trabalho, na pessoa do secretário Aluizo de Carvalho, pelo apoio incondicional. Aos artistas Wagner Ribeiro e Claudete Nascimento, pelo apoio e solidariedade na montagem das fotografias. Aos colegas de imprensa, pelo espaço de sempre nos seus veículos de comunicação. Respeito máximo a vocês!

Agradecimentos mais do que especiais a todos que compareceram – gente que eu esperava e gente que foi uma grata surpresa. Aos que não puderam ir, mas mandaram mensagens positivas. E que possamos dar continuidade nessa caminhada, em nome de nossa comunidade.

E viva Mazagão Velho. Sempre!

* Gabriel Penha é um competente jornalista, exímio fotógrafo, repórter dos bons, premiado produtor cultural, sobretudo, de Mazagão e ilustre cidadão mazaganense (além de meu primo de 6 ou 7º Grau).

Já disse algumas vezes e repito: é preciso aplaudir e reconhecer o amor de Gabriel Penha por Mazagão (o novo e o velho), seu grandioso trabalho pela manutenção do município e valorização da cultura daquela cidade.

**Fotos: Amilton MatsunagaWilander Silva e Flávio Cavalcante

“O CEU nos trouxe qualidade de vida”, diz macapaense no aniversário de 5 anos do CEU das Artes

“Desde que o CEU inaugurou, comecei a frequentar. Aproveitamos esse espaço ao máximo com o grupo de quadrilha junina e agora estamos fomentando a comunidade com a zumba. O espaço nos trouxe qualidade de vida”, frisou a dona de casa Irene Dias dos Santos, 54 anos. Ela é uma das frequentadoras do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU das Artes), que completou 5 anos neste domingo, 15.

A programação de aniversário ocorreu a partir das 17h com Joca Monteiro, que levou contação de história para a criançada. Em seguida teve capoeira, dança e aulão de zumba para a comunidade.

“O CEU completa cinco anos de atividades como um centro multicultural, com uma gestão compartilhada pelo poder governamental, no caso a Prefeitura de Macapá, e com a participação ativa da população. Temos um espaço de cultura, conhecimento e lazer que leva qualidade de vida para toda a comunidade do entorno”, destacou a diretora-presidente da Fundação de Cultura de Macapá, Marina Beckman.

O CEU das Artes foi inaugurado em 15 de dezembro de 2014, no bairro Infraero 2, na zona norte da capital. O local possui duas salas multiuso, cineteatro, auditório, telecentro para inclusão digital, biblioteca e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), além de espaços de esporte e lazer: quadra poliesportiva, parque e pista de skate.

A comunidade da zona norte usa o CEU atualmente para treino de times organizados de futsal feminino e masculino, vôlei, projeto de karatê, capoeira, zumba organizada pelo grupo Axé Só Quebrança, projeto social de dança, prática de exercício físico, pista de skate para jovens, kpop, break, hip-hop, toada e exibição de cinema semanalmente.

Cássia Lima
Assessora de comunicação/Fumcult
Fotos: Nayana Magalhães

Luau na Samaúma, edição de Natal, encerra temporada 2019 com gastronomia, oportunidades de negócio e shows musicais

Com arte, gastronomia, oportunidades de negócio e shows musicais, o Luau na Samaúma edição de Natal, encerrou na noite da última sexta-feira (13), a sua temporada 2019. O evento multicultural, realizado na Praça Samaúma, em frente à Procuradoria-Geral de Justiça – Promotor Haroldo Franco – do Ministério Público do Amapá (MP-AP), cumpriu a promessa de fomentar a economia criativa; ocupar o espaço público pela população e promover lazer e cultura.

O Luau na Samaúma é promovido pelo MP-AP, Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AP) e Governo do Amapá, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A parceria com esses entes, que já ocorre desde as edições anteriores, contribuiu mais uma vez na consolidação do evento, oferecendo uma programação variada que agradou ao público presente.

A noite foi literalmente iluminada pelas luzes instaladas do prédio do MP-AP a Praça Samaúma, chamando a atenção das famílias que vieram apreciar a programação recheada pela música, arte e gastronomia amapaense. Cumprindo um papel de motivador da economia local, o Luau também reuniu empreendedores e ajudou mais uma vez a aquecer a geração de renda no fim de ano.

Uma rede de trabalhadores e artesãos locais, cadastrados previamente, tiveram espaço para a comercialização de seus produtos. O fomento da economia criativa e independente é uma das marcas fortes do evento desde a sua concepção e tem propiciado muitas possibilidades de negócio, fazendo o público conhecer os artigos e serviços oferecidos no Estado.

Literatura e programação infantil

O Luau dedicou uma programação especial para as crianças, que com muita alegria e entusiasmo assistiram contações de histórias de Natal e o espetáculo infantil “Buiando na Antranet”, além de participarem de oficina de MiniChef. Em um momento muito especial da noite, o Papai Noel chegou para fazer a alegria de centenas de crianças.

Sempre abrindo espaço para a literatura e a poesia amapaense, nessa edição o Luau contou com uma tenda literária com exposições e comercialização de livros e declamações poéticas, recebendo um grande público visitante desses trabalhos. O poeta e promotor de Justiça Mauro Guilherme também aproveitou a programação do evento para lançar o seu livro “Poesia de Rio”.

Feiras, exposições e gastronomia

Com a ajuda dos parceiros do evento foram montadas feiras e exposições, possibilitando aos expositores a comercialização de seus trabalhos e produtos. Fizeram parte da atividade a feira afro e o “Projeto Mulheres que Fazem”, discos de vinil e sons retrô, exposições de artes plásticas, feira de plantas e feira de produtos do campo.

A gastronomia do luau foi muito variada, atendendo todos os gostos, com Food Trucks, feira gastronômica, coquetelaria e muitos outros.

Atrações musicais

O Coral Anjos da Guarda, da Banda da Guarda Civil Municipal de Macapá fez a abertura das atrações artísticas da noite. Com canções de natal chamaram a atenção do público que já se fazia presente e também os passantes que começavam a lotar a Praça Samaúma. Na sequência, a Banda Mirim do Exército e a Orquestra das Forças Armadas emocionaram com músicas natalinas.

Os músicos Nonato Santos, João Amorim, Amadeu Cavalcante e banda Sambarte completaram a noite de festa com músicas que reuniram muitos amigos e familiares em torno do palco, sendo uma das principais missões do evento organizado pelo Ministério Público do Amapá.

O show do cantor amapaense Amadeu Cavalcante teve uma homenagem especial ao álbum “Sentinela Nortente”, obra de Osmar Júnior e interpretada pelo cantor amapaense. Esse ano o CD completou 30 anos de lançado, sendo um marco da música regional, com músicas que ainda hoje fazem sucesso com o público.

Assim como nas três edições anteriores, a sociedade amapaense compareceu ao Luau de Natal e reforçou o evento no calendário cultural de Macapá.

“Ficamos felizes em realizar esse lindo evento e ver as famílias frequentando a Praça da Samaúma. Essa é a nossa finalidade. Isso só foi possível com a união de forças entre MP-AP, PMM, Sebrae/AP e Secult, que resultou nessa linda programação que tanto agradou ao público”, manifestou Ivana Cei.

Nossa equipe da Assessoria de Comunicação do MP-AP. A gente trampa muito e o resultado tá aí em cima. Valeu, gente! Foto: Sal Lima.

Serviço:

Elton Tavares
Assessoria de comunicação do MP-AP
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Enrico Di Miceli apresenta para o público amapaense o disco Todo Música em festa na Prainha

O ano encerra com um show que vai fazer a diferença, e uma noite dançante está programada para marcar o lançamento do disco Todo Música, de Enrico Di Miceli, que após ser apresentado na Guiana Francesa e Belém, ancora no meio do mundo. O lançamento será hoje (14),  na Prainha de Fazendinha, com Enrico e os convidados Patrícia Bastos, Nilson Chaves e Brenda Melo, que serão acompanhados de uma banda formada por um grande elenco de músicos, e uma discotecagem com repertório escolhido a dedo. O show inicia às 20h, é um evento organizado por Clícia Vieira Di Miceli em parceria com as Duas Telas Produções

Todo Música é um trabalho esculpido com sensibilidade e ousadia, mistura de poesia, canções inéditas e antológicas, que foi temperado com a diversidade de identificações, novas batidas e ousadia na fusão de estilos. Do pop ao marabaixo, do funk ao jazz, e tudo mais de ritmos que se entrelaçaram com muita criatividade e o talento de parceiros com sofisticação musical, que foram despertados dos mais diversos cantos, como os amapaenses Joãozinho Gomes, Cleverson Baia e Osmar Júnior, o nordestino José Inácio Vieira de Melo, os roraimenses Eliakin Rufino e Zeca Preto, e os paraenses Jorge Andrade e Leandro Dias.

A junção de talentos em torno do disco o traduziu com linguagem única, universal, e ao mesmo tempo mostrou que os ritmos do Amapá, batuque e marabaixo, casam perfeitamente com outros sons sem perder suas raízes. E as doze faixas serão detalhadas no show de lançamento, com a presença da banda formada por Alan Gomes, direção musical e baixo, Edson Fabinho, violão e guitarra, Jeffrei Redig, teclado, Miguel Neto, sax e flauta, Hian Moreira, bateria, e Nena Silva, percussão. Para compor com Nena Silva, de Belém vem o percussionista Paturi, que participou da gravação do disco.

O lançamento de Todo Música em Macapá segue o padrão inovador que é marca da produção e obra. Antes mesmo do disco ser colocado no mercado, o público conheceu o carro-chefe Encontro dos Tambores no ano de 2018, em um clipe que foi gravado durante a Semana da Consciência Negra, e que inspirou a canção, chamando atenção para o que viria em seguida. E veio o lançamento, que fugiu do tradicional e surpreendeu com o Pocket Show para imprensa e influenciadores digitais, e distribuição em plataformas digitais e canais web. O primeiro show ao vivo com Enrico e a banda foi em Belém, no período do Círio de Nazaré, e em seguida o comboio musical seguiu para a Guiana Francesa, oficializando a comunhão musical entre as fronteiras.

Para Macapá, a produção novamente surpreende e chama o público para uma grande festa em uma praia, em clima de final de ano, ao ar livre, sintonizando música e natureza. O público será recepcionado pela discotecagem do Jhafro DJ que traz a batida da música popular brasileira, passando pelo samba rock e soul brasileiro e MPA serão tocadas em versões dançantes. Em seguida, Enrico Di Miceli, faz o lançamento de Todo Música, recebendo Patrícia Bastos, Nilson Chaves e Brenda Melo. A festa encerra com uma viagem musical do DJ Paulinho Lendário que nos leva do Amapá a Guiana-Caribe, e nesse cenário tropical, a Fazendinha se banha de ritmos com muito merengue, kassekó e zouke pra encerrar a produção de lançamento de Todo Música.

O público terá disponível atendimento de excelência no lançamento de Todo Música, e as parcerias foram fechadas com empreendimentos reconhecidos pela prestação de serviços. No bar serão oferecidos drinks, cervejas e gengibirra; o serviço de cozinha terá variedade de petiscos de boteco; será montada ainda uma choperia para quem preferir, e para combinar com o ambiente de praia, terá também o tradicional camarão no bafo de Fazendinha. As repentinas chuvas de dezembro não serão problema, a produção irá cobrir a área do show.

Serviço:

Lançamento Todo Música – Enrico Di Miceli
Data: 14 de dezembro
Hora: 20h
Local: Prainha de Fazendinha
Mesas 100,00
Ingressos individuais 20,00
Norte Rock (Vila Nova Shopping)
La’ Bart Restaurante (Complexo do Araxá)
Informações 991887262/999131818

Mariléia Maciel

Por meio de credenciamento artístico, Secult/AP apoia cinco eventos neste final de semana

Nesse segundo final de semana de dezembro, uma vasta programação cultural ocorrerá na capital e no interior do Amapá. A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) apoiará, com o seu credenciamento artístico, cinco eventos com grande estimativa de público. Iniciando nesta quinta-feira (12), com o aniversário do município de Laranjal do Jari, a programação de eventos vai até a segunda (16) com a Festividade de Nossa Senhora da Conceição, Luau da Samaúma, Festival da Banana e Natal Solidário.

Foto: Allumé Fotografia

O suporte disponibilizado pela Secult atenderá a programações culturais em três municípios do Estado: Macapá, Laranjal do Jari e Tartarugalzinho. A pasta confia no potencial artístico e econômico dessas atividades, que gerarão mais de 80 empregos diretos de técnicos e artistas credenciados, além de indiretamente ajudar na comercialização de produtos e serviços nessas regiões.

Foto: Mariléia Maciel

Com esse aporte nas atividades culturais realizadas no Estado, a Secretaria de Cultura garante mais qualidade às programações, atraindo maior público espectador e trazendo retorno para a comunidade e os seus realizadores.

Foto: Prefeitura de Laranjal do Jari

Aniversário de Laranjal do Jari

Com uma programação de 12 a 16 de dezembro, o 32º aniversário do município de Laranjal do Jari, localizado ao sul do Estado, contará com o apoio da Secult, por meio de um acordo firmado com a Prefeitura no valor de R$ 250 mil reais.

Criado no dia 17 de dezembro de 1987, o município atualmente é o terceiro mais populoso do Estado, com cerca de 50 mil habitantes. Na programação de aniversário haverá atrações gospel, casamento comunitário, rally e motocross, exposições artísticas, concurso das rainhas e shows com bandas de vários estilos para animar o público.

Foto: Mariléia Maciel

Festividade em Louvor à Nossa Senhora da Conceição

Como parte da devoção à Nossa Senhora da Conceição, comemorada no dia 8 de dezembro, a comunidade quilombola do Curiaú, Zona Norte de Macapá, realizará uma programação festejada tradicionalmente, há 70 anos, pela família “Gorgia”. O evento acontece na sexta-feira (13), a partir das 20 horas, e contará com a apresentação do Grupo Folclórico São José do Mata Fome, que faz parte do credenciamento de atividades culturais da Secretaria de Cultura.

Luau da Samaúma

Na sua 3ª temporada, o Luau da Samaúma – Especial de Natal –, acontece nessa sexta-feira (13), a partir das 17 horas, na Praça da Samaúma (Rua do Araxá, em frente ao prédio do Ministério Público Estadual). Essa edição será realizada pelo MP-AP, com o apoio do Sebrae, GEA e Prefeitura de Macapá, encerrando as atividades culturais organizadas pelo órgão em 2019.

A partir do credenciamento, a Secult abrilhantará a programação com as exposições artísticas “Memórias, ancestralidades e resistência”, de Claudete Machado; “Povo de Cultura e Fé”, de Max Gabriel; o espetáculo de teatro infantil “Buiando na Antranet”; e as atrações musicais com os músicos João Amorim, Nonato Santo e Amadeu Cavalcante, além da banda Sambarte.

14º Festival da Banana

O município de Tartarugalzinho estará em festa, de sexta (13) a segunda (16), com a 14º edição do Festival do Banana. Para que a comunidade da região aproveite a festa, a SECULT disponibilizará estrutura de palco, camarim, camarote, tendas e banheiro químico para a programação que terá culinária, esporte, dança e shows musicais.

Foto: Maksuel Martins

Natal Solidário

Dentro do calendário oficial do Governo do Estado do Amapá, a programação do “Natal Solidário” será promovida pela Secult no sábado (14), na Escola Jesus de Nazaré, a partir das 15h.

Esse evento destinado à comunidade dos bairros Laguinho e Jesus de Nazaré, contará com vasta programação cultural disponibilizada pela Secretaria de Cultura por meio de artistas credenciados. Além das atrações, haverá distribuição de brinquedos, lanches, brincadeiras, pintura facial, pula-pula e a presença do papai Noel.

Foto: Paulo Rocha

Os grupos de dança Axé Só Quebrança e os de teatro Açaideia e Entrei na Roda, credenciados pela Secult, serão as atrações especiais do evento.

Sesc Amapá realiza exposição Releituras

Com esculturas, aquarelas e artesanatos os alunos do curso de Artes Visuais (PCG) apresentarão os trabalhos desenvolvidos no período do curso.

Realizando mais uma exposição dos trabalhos do curso de Artes Visuais (Programa de Comprometimento e Gratuidade), o Sesc Amapá apresenta a mostra Releituras composta por telas em acrílico, esculturas em alto relevo, aquarelas, artesanato com jornal, painéis coletivos, desenhos a nanquim e a grafite. A exposição será aberta hoje (13), a partir das 19h, na Galeria de Artes Antônio Munhoz Lopes, localizada no Sesc Araxá.

A exposição é fruto do aprendizado desenvolvido durante todo o curso, tendo por objetivo despertar a sensibilidade artística dos alunos, apresentar as técnicas aprendidas por eles ao longo do ano, de acordo com a faixa etária e o nível de cada um, e estimular sua percepção visual e a imaginação criadora, mostrando a importância da arte no cotidiano das pessoas e como ela modifica o meio em que vivemos.

O curso de Artes Visuais – PCG, desenvolvido pelo Sesc Amapá, é um Programa de Comprometimento e Gratuidade que tem como público alvo os comerciários, dependentes, alunos de escolas públicas e comunidade em geral. O curso é composto por aulas teóricas e práticas sobre diversas técnicas artísticas. O intuito do projeto é proporcionar que os alunos se capacitem artisticamente e tenham acesso a várias linguagens da arte, tais quais: desenho, pintura e artesanato.

Serviço:

Marcel Ferreira
Contato: (96) 98407-9956
Assessoria de Comunicação – (Celular e WhatsApp)

Discos que Formaram meu Caráter (Parte 35) – “Lado B Lado A” …O Rappa (1999) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Muito bem moçada Rocker que nos acompanha nessa linda, longa e salutar viagem muito louca pelas ondas sonoras e discos revolucionários! Diretamente de sua nave, o viajante da música vem trazer mais um grande e indiscutível clássico. Apresento a vocês:

Lado B lado A – terceiro trabalho do Rappa.

Palmas pra ele!

Corria o ano de 1999 e a boa turma d’O Rappa, colhia os bons frutos conquistados com o esplendoroso “Rappa Mundi” (Já falei desse por aqui) e encontravam-se tranquilos já extremamente consolidados como banda de respeito no cenário nacional.

Visto isso, a intenção não seria de relaxamento; pelo contrário, Yuka, Falcão, Lauro, Xandão e Lobato, estavam cada vez mais se esmerando no discurso de ordem e procurando uma evolução musical que talvez nunca tenha sido vista por essas bandas. Não era hora daquele disco experimental que geralmente as bandas fazem para continuar um “tour” eterno falando sempre mais do mesmo.

Os caras preparavam uma surpresa para os fãs da banda; algo que além de ser ouvido, pudesse ser pensado. Nada muito progressivo, para ser chato e não tão difícil nas letras, para não passar batido. Era um disco para se viver, sentir.

Mesmo sendo reconhecidamente uma banda rock, os caras nunca esconderam suas influências ligadas ao Hip Hop, samba e afins; o que para muitos poderia parecer uma heresia, a rapaziada conseguia unificar e assim fazer algo próprio. As letras, magnificamente bem dosadas e falando do cotidiano fantástico do cidadão comum, que vive nas inúmeras comunidades cariocas e, por que não, nos muitos “brasis” que se espalham por todo nosso território.

Eu tinha 19 anos quando tive contato com este disco, e realmente pirei com os grooves e batidas eletrônicas misturadas a baixo, guitarra e bateria – muito bem trabalhados pelos caras. A poesia de Yuka, estava afiada e não teria como dar errado.

O disco é pancada do começo ao fim. Deixando o papo furado, vamos logo ao que interessa e dissecar este disco:

Começamos com uma batida suave que vai para uma porrada sonora em “Tribunal de rua”, uma batida policial intimidante, todos do bairro já conhecem essa lição. “Me Deixa”, estar de bobeira querendo apenas se divertir, deixar de lado o que te oprime. “Cristo e Oxalá”, o encontro de suas entidades positivas, falando a verdade, mostrando que o que salva é realmente a cultura e a fé. “O que sobrou do céu”, o dia-a-dia de quem é realmente excluído, vítima de uma opressão. “Se não avisar o bicho pega”, o sempre ‘Estar ligado’ para não ficar para trás. “Minha Alma (a paz que eu não quero)”, o comodismo, aquilo que não te atinge, não faz parte do teu cotidiano, não te interessa. “Lado B Lado A”, as incertezas diárias, desafios diários, a necessidade de ter o corpo fechado ou ser um guerreiro para poder passar por isso. “Favela”, ode a todas as comunidades, da onde pulsa o sangue e movimenta a cidade, homenagem aos grandes do samba. “O Homem Amarelo”, a ida para o desconhecido, mas central do ‘buzum’ fala outra língua.

“Nó de Fumaça”, a esperteza e sagacidade necessária para sobreviver às dificuldades. “A todas as Comunidades do Engenho Novo”, um samba rock, estilo Jorge Ben, um abraço nas comunidades, onde tem coisa boa e ruim. “Na palma da Mão”, o silêncio constrangedor depois de um tiroteio.

Uma bolacha realmente fantástica, onde crítica social e brasilidade são recorrentes em todas as letras e sons, sem o vitimismo geralmente exacerbado neste tipo de obra.

Medalha de ouro na categoria disco foda.

Este foi o trampo que consolidou Marcelo Yuka como um dos maiores letristas críticos desse país e mostrou o total comprometimento da banda com as causas sociais.

Eleito pela revista Rolling Stone como um dos cem maiores discos de música brasileira.

Um disco ímpar, que rendeu duas obras primas, se formos falar de clipe. Os vídeos de “O que eu sobrou do céu” e “Minha Alma” levaram o Brasil a outro patamar quando o assunto é esse.

Se você não conhece esse este trabalho, não tem gabarito para empunhar a medalha de foda, fique na sua e saia fora.

Por que no TRIBUNAL DE RUA da vida, você não pode dizer ME DEIXA, muito menos esperar por CRISTO E OXALÁ, ou o que vai te restar é somente O QUE SOBROU DO CÉU, meu brother SE NÃO AVISAR O BICHO PEGA, e MINHA ALMA, não é LADO A LADO B da vida, ela é de FAVELA. Sou HOMEM AMARELO dou muito NÓ DE FUMAÇA nas dificuldades da vida e agradeço de coração A TODAS AS COMUNIDADES DO ENGENHO NOVO, tendo levar minha história na PALMA DA MÃO.

Este texto é dedicado a João Moraes, Ramon Lamoso, Fabricio Ofuji, Fábio Evangelista, Gustavo Sousa Cruz, Rodrigo Ramthum, Alex Rodrigues, Eduardo Nicholas e Vinicius Loures. Todos meus irmãos de Brasília.

* Marcelo Guido é Jornalista. Pai da Lanna Guido e do Bento Guido e Maridão da Bia.

Exposição fotográfica “Povo de Cultura e Fé” estará presente na última edição do Luau na Samaúma de 2019

“Povo de Cultura e Fé”, é um projeto que mostra as festas tradicionais e celebrações da vila de Mazagão Velho, e estará presente na última edição de 2019 do Luau na Samaúma, que acontece nesta sexta-feira (13), em frente ao prédio da Procuradoria-Geral de Justiça-Promotor Haroldo Franco, no bairro do Araxá.

O Luau é uma realização do Ministério Público do Amapá (MP-AP), em parceria com a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AP), e pelo Governo do Estado do Amapá, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult).

O projeto é fruto de um trabalho de registro que durou mais de dez anos, e traz para o Luau 22 fotos e quatro painéis fotográficos, além da distribuição gratuita de 100 exemplares da revista-catálogo da exposição.

A exposição tem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), onde o projeto está devidamente credenciado. Venha conhecer um pouco sobre da cultura de Mazagão Velho, e se divertir no Luau na Samaúma.

SERVIÇO:

Elton Tavares – diretor de Comunicação
Texto: Nelson Carlos
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]