Sobre o Dia das Crianças, minha infância e a nossa Maitê – Por Elton Tavares

12 de outubro é Dia das Crianças e nós festejamos nossos pequenos grandes amores. Também voltamos no tempo com fotos e muita memória afetiva. É impossível contabilizar os benefícios que recebemos de nossos pais, particularmente na infância. Quando moleques, papai (Zé Penha) e mamãe (Lucinha) deram a mim e ao meu irmão, Emerson, uma infância fantasticamente feliz. Meu coração bateu mais rápido só de lembrar daquela época.

Sinto saudades do futebol de botão, luzes e sons de fliperamas, jogar bola e brincar na piscina da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), entre centenas de coisas que fazia com meu irmão caçula. Hoje em dia, bebemos, viajamos e curtimos tudo que a vida permite juntos e rimos orgulhosamente do que vivemos.

De certa forma, continuo um moleque. Não por falta de responsa ou atitudes imbecis, mas pelos gostos dos tempos crianças. Ainda assisto desenhos animados, jogo videogame e amo brinquedos. Graças a Deus!

Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão…” – Bola de Meia, Bola de Gude
(Milton Nascimento).

História da data

A data visa homenagear as crianças e foi proclamada pela primeira vez durante em 1925, na Conferência Mundial para o Bem-estar da Criança, realizada em Genebra. A ONU reconhece o dia 20 de novembro como o Dia Mundial da Criança, por ser a data em que foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos da Criança em 1959 e a Convenção dos Direitos da Criança em 1989.

Na esquerda, eu, Bruna e Maitê. Na direita, a princesa e sua avó paterna, minha mais que maravilhosa mãe.

No Brasil, o dia das crianças foi solenizado em 12 de outubro somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a “Semana do Bebê Robusto” e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. Deu tão certo que, no ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção. A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos e doces no Brasil.

Nunca fui bom com crianças, nem com brincadeiras infantis com filhos de amigos. Na verdade, a primeira que gostou de mim foi a Sofia, minha primeira afilhada (já é uma moça linda). Também sou padrinho da Maria (pequena lindeza), a pequena fã de rock falante. elas duas são amadas por mim. Mesmo eu sendo, com o perdão do gerúndio, um dindo relapso e ausente. Mas se elas precisarem de mim, podem botar fé que farei o meu melhor.

Maitê, comigo e Bruna

Quando nasceu a Maitê, alguma coisa floresceu dentro de mim. Nunca vou esquecer-me daquele momento, quando conheci Maitê Ferreira Tavares, minha linda sobrinha, que na época tinha somente um mês e 11 dias de vida. Foi amor à primeira vista e eu queria estar perto dela hoje e sempre.

Depois disso, entendo os meus amigos que têm filhos, entendi o sentimento dos meus pais e olho diferente para crianças. E amo “a pureza da resposta das crianças”, elas são realmente um barato. Incrível como pequenos seres despertam os melhores sentimentos em nós, adultos de coração duro. Devem ser algum fio condutor de Deus para conosco. É, os pirralhos são mesmo mágicos, a magia do amor!

Portanto, que Deus abençoe todas as crianças!

Todas as pessoas grandes foram um dia crianças. Mas poucas se lembram disso”, disse o escritor Antoine de Saint-Exupéry, no livro Pequeno Príncipe.

Elton Tavares

Hoje é o Dia Mundial da Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado hoje, 10 de outubro. Esta data foi criada em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health).

O objetivo da data é chamar a atenção pública para a questão da saúde mental global, e identificá-la como uma causa comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticas ou socioeconômicas. Combater o preconceito e o estigma à volta da saúde psicológica é um outro objetivo do dia.

Hoje, 10 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Mas será que temos o que comemorar?

Por Janisse Carvalho

A questão da loucura sempre foi um tema desafiador para limitada compreensão do homem. Nos séculos XVIII/XIX, com advento das revoluções burguesas, o desenvolvimento do capitalismo na sua maneira mais perversa e sutil e os avanços da ciência moderna criou na cabeça de homens e mulheres a ilusão do saber sobre a loucura. Nesta época, havia uma necessidade quase que neurótica de domínio da razão sobre a “emoção”, ou paixões atribuídas a esse fenômeno. Nasce a psiquiatria e com ela infinitas técnicas de reabilitação que iam desde o confinamento total, a sangrias, banhos, choques elétricos, lobotomias e morte social.

Infelizmente essa ilusão fez com que milhares de pessoas ditas loucas fossem colocadas no lugar da não-existência, de anonimato total. Aprisionadas em grandes hospitais mais conhecidos como manicômios, essas pessoas parasitavam a vida. E o projeto psiquiátrico de cuidar do louco e reinseri-lo na sociedade foi se mostrando falho e incompetente para cumprir tal missão.

Só no final do século XIX inicio do XX que começam a surgir, dentro e fora da própria psiquiatria, experiências que privilegiam a pessoa que sofre. Na década de 1960 surge na Itália a psiquiatria democrática, que recebe este nome por acreditar que é na relação médico-paciente que se encontra a semente de uma grande transformação. Este projeto propunha colocar a doença mental, como era denominada a loucura naquela época, entre parêntese, e olhar a pessoa na sua amplitude, isto é, dar ênfase não mais a doença, mas às potencialidades de cada sujeito.

Este foi outro termo cunhado a partir desta experiência: sujeito. Não mais paciente, aquele que espera, mas sujeito, aquele que atua. Para tanto, o médico (hoje o psicólogo, o assistente social, o enfermeiro, etc) deveria se abster de seu mandato social de principal detentor do saber sobre a loucura e compartilha-lo, democraticamente, com os sujeitos atendidos. Dito de outra maneira, no cuidado em saúde mental, eu e meu cliente estamos em pé de igualdade no que diz respeito ao sofrimento. Eu aprendi a caracteriza-lo, classifica-lo, ele o vive. E quem vive, saber falar muito bem porque sente.

Esta e outras mudanças propôs Franco Basaglia, idealizador desta reforma e que influenciaram a construção da política de saúde mental brasileira. Hoje, nós, militantes do movimento da reforma psiquiátrica recebemos muitas as críticas, que na sua grande maioria se fundamentam na necessidade imediata de pessoas que convivem com o problema dentro de casa. Contudo é mister fazer hoje uma suspensão dessa urgência, para entender que quem sofre com uma pessoa acometida por transtorno mental ou por dependência química dentro de casa por exemplo, e não encontra serviços disponíveis para o atendimento, possui uma necessidade urgente inscrita num contexto historicamente construído, ou seja, o problema precisa encontrar respostas imediatas, porém sua resolução é processual e implica numa série de transformações culturais, econômicas, políticas e sociais.

A solução não é só internar e remediar. A solução deve ser construída. A solução não é tão pouco criar CAPS e diminuir leitos somente. A solução, infelizmente, não está “debaixo do nosso nariz”. Não há soluções prontas para a solução!

Mesmo porquê, se a loucura é hoje para nós um problema, muito se deve ao histórico e epistemológico sobre a ela. E nesse processo, existem muitos outros interesses em jogo do que o simples ato de internar ou não internar.

Falar de democracia num contexto onde até os que se acham sãos não conseguem vivencia-la, parece realmente ser uma missão impossível. Felizmente, a reforma avança, aos trancos e barrancos, mas realmente, temos muito o que se comemorar e muito mais ainda para avançar.

A resposta de Pinel ao desacorrentar os loucos e transformar o sofrimento mental em objeto de estudo, levou a humanidade pagar um preço muito alto em nome de uma cura que nunca veio. Já é tempo de ao invés de tentar controlar, silenciar, banir de nossas vidas as experiências da loucura, buscarmos compreende-la realmente. Essa é utopia que vivo, esse é o horizonte que me faz caminhar!

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” – Eduardo Galeano.

Janisse Carvalho, psicóloga, ex colaboradora (que continua colaborando) e querida amiga deste jornalista.

Adoro velhos malucos – Por Elton Tavares (Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Resistir, fazer beicinho ou ficar chateado não adianta nada, todos envelhecemos. Lutar contra isso é uma guerra inútil, de fato. Acho legal a coroada que leva isso na boa, principalmente os velhos malucos. Adoro velhos malucos. Conheço uma porrada deles.

Os velhos malucos não se resumem a cuidar de netos, jogar xadrez ou cartas com outros velhotes encarangados. Não. Eles frequentam os bares das esquinas, falam besteira, tocam, dançam, namoram, bebem… Ou seja, vivem!

Os velhos malucos fazem de tudo por uma vida menos ordinária. Ou o que pelo menos resta dela. Entre as coisas das quais me gabo, está o fato de ser amigo de músicos, escritores, poetas e artistas em geral. Vários deles, coroas doidaços que curtem a vida como aos 20.

Falo de todos que estão acima dos 65 e ainda possuem o espírito inquieto e se recusam a ficarem mergulhados no tédio. Alguns são somente porretas, outros são paid’éguas, loucos varridos. E não pensem que falo somente de quem ainda curte a noite ou toma cachaça.

Admiro os que vão ao cinema no meio da semana, que viajam quando dá na telha, que sabem que já contribuíram bastante para suas famílias e sociedade para agora se dedicarem a viver tudo que quiserem.

Quem sou eu para dar conselhos a senhores que sabem muito mais da vida. Mas ser um velhote maluco deve ser bem mais feliz que viver numa cama, no fundo de uma rede, num sofá ou em uma cadeira de balanço à espera do “único mal irremediável”. Principalmente quando o senhor ou senhora vive na solidão.

Claro que meus velhos companheiros doidões não abdicam de seus afazeres corriqueiros, mas também não colocam tanto peso em cima de algo tedioso que não lhes dá prazer. E acho isso o máximo!

Os velhos malucos não estão mais atrás de sonhos impossíveis ou de tesouros. O que eles querem é viver bem com o que possuem e em paz com os seres humanos que se tornaram. Suas experiências e histórias rendem bons causos e conselhos. A gente se diverte com tanta prosa poética.

Falo de exemplos como o de Carter Chambers (Morgan Freeman) e Edward Cole (Jack Nicholson), no filme “Antes de partir”. Se meu pai estivesse vivo hoje, faria 70 anos e tenho certeza que o saudoso Zé Penha seria um velho maluco.

Tomara que eu, se me tornar um velho gordo de barbas e cabelos brancos, seja um coroa maluco e saiba aproveitar o número de anos vividos da melhor forma possível. Que como hoje, tenha muito mais alegrias que tristezas. Que também tenha desenvoltura para bater papo e entrevistar outros velhotes doidões ou jovens com corações ávidos por aventura, ambos sedentos de vida.

Eu queria mesmo é que a velhice não impedisse ninguém de ser feliz. É isso!

Os velhos malucos são mais malucos que os jovens” – Duque de La Rochefoucauld ( François Poitou).

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em 2020.

Se vivo, John Lennon faria 83 anos hoje – Happy birthday, John Lennon #JohnLennon

John Lennon foi um músico, compositor e cantor brilhante e um ativista fervoroso. Um artista original, que fazia questão de expressar o que pensava e sentia, ainda que várias vezes caísse em contradição ou criasse confusão com isso. O cara foi, além de talentosíssimo, muito polêmico.

Se estivesse vivo, John faria 83 anos hoje e com toda certeza seria ainda maior do que é e do que representa para todos que admiram ótimas ideias, belas músicas e atitude.

Além da trajetória com os Beatles, teve uma carreira solo consistente e recheada de sucessos inesquecíveis, como a canção “Imagine”. Sim, ela transformou suas alegrias e tristezas em música, de forma sublime.

Em 14 de novembro de 2015, a banda Pearl Jam fez um show no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Eu tava lá. O grupo americano homenageou, de uma só vez, os mortos nos atentados terroristas em Paris (FRA), ocorridos na noite anterior ao show, e John Lennon (o falecido Beatle completaria 75 anos em 2015). O Pearl Jam tocou “Imagine” e todos no estádio do Morumbi acenderam seus celulares, pois a luz da esperança nunca apaga. Foi emocionante e lindo!

Sim, o velho Lennon sabia das coisas. Certa vez ele disse:

Eu acredito em Deus, mas não como uma coisa única, um velho sentado no céu. Eu acredito que o que as pessoas chamam de Deus, está dentro de cada um de nós. Eu acredito que Jesus ou Maomé ou Buda e todos os outros estavam certos. Foi só a tradução que foi feita errada” – John Lennon.

Um relato para finalizar: certa vez, um colega jornalista (daqueles chegados num pagode, micaretas e afins) me perguntou o motivo de ser “tão fã” de Lennon. Nem me dei ao trabalho, só disse: “realmente preciso explicar?” (risos).

Fonte: Revistas, filmes, discos, livros, sites, papos com os amigos nos bares da vida e minha imensa admiração por John Lennon.

Elton Tavares

Há sete anos, foi extinto o Orkut, o nosso primeiro hospício virtual

O Google matou (desativou) o Orkut em 30 de setembro de 2016. Há exatamente sete anos e oito dias. O site, criado em janeiro de 2004, pelo engenheiro de software turco Orkut Büyükkökten, foi uma febre no Brasil, assim como o Facebook e Instagram. Aliás, os brasileiros foram os recordistas de adesão. Em dezembro de 2011, ele foi substituído pelo “Feice”, que deu as caras por aqui em português. Em 2014, ninguém mais usava a velha plataforma.

Aí, por causa dessa parada, fui ao meu antigo “profile” Orkut salvar fotos velhotas. Bateu logo saudades. A nostalgia foi um misto de alegria e tristeza. Amigos que já partiram para outro plano, outros que não são mais amigos e aqueles que foram embora de Macapá. Momentos felizes eternizados nas imagens, manifestações de carinho, etc. Coisa louca saporra de lembrança virtual que mexe com a memória afetiva.

Lembro que para entrar no Orkut, ainda em inglês, era preciso um convite de um amigo. Depois traduziram a rede social e você já podia criar um perfil sem ser convidado. Fui expulso do site três vezes. O motivo? Discutia nas comunidades, me divertia com a polêmica dos assuntos banais que rolavam nas comunidades mais inusitadas.

Só que o Orkut não era só guerrinha pra tirar barato com as minhas idiotices e futilidades (minhas e dos outros), mas também umas paradas bacanas. Para encontrar pessoas então, era uma espécie de Interpol.

Lá, escrevi e recebi “scraps” (recados) de amor, amizade, elogios e “testimonials” (depoimentos) bacanas. Muitas juras para sempre (que sempre acaba).

O Orkut foi o nosso primeiro hospício virtual. Foi um lance paid’égua, apesar de dizerem que a “orkutização” seja uma grande babaquice, todos nos divertimos (e muito) por lá. Sim, aquela parada foi legal pra caramba. Valeu!

Elton Tavares

Hoje é o Dia do Anjo da Guarda

Este site possui a sessão “Datas curiosas” , a qual escrevo sobre curiosidades dos dias do ano. Hoje, 2 de outubro, é o Dia do Anjo da Guarda. A celebração da data começou na Espanha (ESP), no final do ano 400, propagando-se por toda a Europa em poucos séculos, o dia 02 de outubro foi fixado em 1670, pelo Papa Clemente X.

De acordo com a Igreja Católica, no dia do batismo, cada cristão é confiado a um anjo que o acompanha e o guarda em sua caminhada para Deus, iluminando-o e inspirando-o. Nosso Anjo da Guarda é pessoal e exclusivo, cuja função é de nos proteger. Ele nos ampara e nos defende dos perigos.

Argumenta-se que a Bíblia sustenta em algumas ocasiões a crença do anjo da guarda: “vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei“. (Êxodo 23, 20).

Com minha mãe, Maria Lúcia, meu anjo da guarda.

Sabe, não sou tão religioso, mas acredito em Deus. Também sei que existem espíritos de luz e de trevas. Não sei se realmente existem Anjos da Guarda, mas segundo a doutrina espírita, cada um de nós reencarna com um espírito parceiro. Ou seja, ele tem a incumbência de cuidar, proteger, enfim, zelar por nós.

Portanto, acredito que este seja nosso verdadeiro Anjo da Guarda. No meu caso, que tenho vários anjos (irmão, alguns parentes e alguns amigos) e demônios (desafetos) sei muito bem quem é o meu Anjo da Guarda. Pessoa que cuida de mim, nunca desistiu deste jornalista e que sempre acreditou que um dia eu seria alguém (de acordo com as normas sociais). Ele atende pela alcunha de Maria Lúcia Vale Cardoso, a minha amada mãe. Obrigado, dona Lucinha. Amo-te, minha anja!

Elton Tavares

Hoje é o Dia Nacional do Rádio

Hoje, 25 de setembro, é o Dia Nacional do Rádio. A data lembra o nascimento de Roquete Pinto, considerado o “Pai do Rádio Brasileiro”. A primeira transmissão radiofônica no Brasil aconteceu no dia 7 setembro de 1922, na comemoração do centenário da independência brasileira.

Essa modalidade de comunicação não é para qualquer um. O radialista faz locução, apresentação, sonoplastia, produção de programas, direção e outras atividades. É preciso ter talento e responsabilidade, além de boa voz, claro.

O radialista não transmite apenas notícias, mas sim informações repletas de sentimentos humanos, pessoas que se tornam próximas de uma maneira nada convencional.

Conheço e respeito muitos radialistas. Meu falecido amigo, Leonai Garcia, era doido pra me levar para o rádio. Nunca topei. Há uns 13 anos, o renomado Humberto Moreira me perguntou se eu não queria fazer uma experiência na área, também agradeci e disse que meu negócio são os bastidores e redações mesmo. Um dia, quem sabe. É que gosto mesmo é de escrever.

Portanto, parabenizo os amigos Ana Girlene, Marcelo Guido, José Menezes, Ricardo Medeiros, Liliam Monteiro. Márcia Fonseca, Marcelo Guido, Paulo Silva, Luiz Melo, Cléber Barbosa, Arms Souza, Heraldo Almeida, entre tantos outros brothers. E, é claro, a todos os radialistas do Amapá. Sem eles, o nosso trabalho nas assessorias seria inviável. Sobretudo aos amigos, que são muitos. Palmas para vocês!

Elton Tavares

*Datas curiosas

Só uma coisinha, essa sessão de Datas Curiosas deste site incomoda alguns, que chegaram a reclamar de tais registros. Ainda bem que todo dia é dia de alguma profissão ou atividade. Desse jeito dá pra elogiar os familiares e amigos. Acreditem, tem gente que não gosta. Mas são somente os amarguinhos que encontramos pela vida.

Hoje é o Dia do Contador – Meus parabéns aos profissionais (principalmente aos contadores da minha família)

Hoje (22) é o Dia de Contador. A data é celebrada em 22 de setembro por conta da criação do curso de Ciências Contábeis no Brasil, instituída em vinte e dois deste mesmo mês de 1945, por meio do decreto nº 7988, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas. A comemoração entende-se também ao apóstolo, São Mateus (festejado em 21/09), que foi cobrador de impostos e, por isso, é considerado o padroeiro da profissão.

O conceito de Contabilidade diz: “Ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo, registrando os fatos e atos de natureza econômico-financeira que o afetam e estudado suas consequências na dinâmica financeira. Tais profissionais possuem conhecimentos avançados de matemática financeira, organização, precisão e leis tributárias. De acordo com a doutrina oficial brasileira, organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade, a contabilidade é uma ciência social, da mesma forma que a economia e a administração. História Fabricação de cerveja no Egito antigo, com escriba registrando o número de garrafas produzidas.

Há relatos de que as primeiras manifestações contábeis datam de cerca de 2.000 a.C, com os sumérios. Num mercado baseado na troca de mercadorias, a contabilidade servia para definir quanto alguém possuía de uma determinada mercadoria e qual o valor de troca dessa mercadoria em relação a outra. Mas a contabilidade só foi reconhecida como ciência propriamente dita no início do século XIX. Por longo período sua história se confundiu com os registros patrimoniais de organizações mercantis e econômicas e até os dias de hoje é possível se notar alguma confusão entre a ciência contábil e a escrituração de fatos patrimoniais”.

Família de contadores

Minha família possui seis profissionais da área. Eles fazem os registros contábeis, cuidam de documentação, abertura e fechamento de empresas; prestam assessoria, fazem declarações de imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas; Escriturações; Demonstrações contábeis; Análises de balanços, etc. Tudo muito difícil para mim, sou somente um contador de histórias (risos).

Mas eles manjam. E muito, pois todos são bem sucedidos, graças a Deus e ao talento de cada um.

Portanto, hoje rendo homenagens ao meu irmão mais que maravilhoso, Emerson Tavares, meus primos, Adriano e Marcelo e meus tios Maria , Paulo e Dacivone. Todos profissionais respeitados e competentes. Não sou eu que digo isso, são os clientes e a ótima reputação deles dentro do mercado que atuam.

Em nome dos contadores de minha família, congratulo essa tão importante categoria profissional para a sociedade. Que vocês sigam contabilizando sucesso e que no fechamento o balanço seja positivo sempre. Parabéns!

Elton Tavares

Hoje é o Dia da Tia (Parabéns e obrigado, tia Maria)

Este site possui uma sessão denominada “Datas Curiosas”. Então, hoje, 21 de setembro, é o Dia da Tia. Não achei o motivo da data, mas que é algo comemorado há pouco tempo. Tenho algumas tias muito legais e outras nem tanto. Sempre fui amarradão na Maria Penha (tia Maria). Também gosto muito de outras tias, mas com a tia Maria é algo diferente, pois a amei a vida toda e fui correspondido.

Tia Maria sempre foi uma de minhas mães. Além disso, é hiper responsável, excelente profissional e amiga fiel. Sempre lutou por ela e pelos seus, com muita honestidade e boa vontade. Sim, tia ajudou a todos nós, os Tavares. Quando gitinho, era agarradão com ela, que me ensinou muito sobre valores, música, sobre pessoas e como lidar com as agruras que aparecem pela frente. Ela é o maior exemplo de filha que já vi na vida.

Aliás, dos meus tios irmãos do meu pai, ela é a que sempre me ajudou, me defendeu, me alegrou e me deu amor. E é a que sempre estarei ao lado, em qualquer situação.

E lá se vão 47 anos de uma amizade que vem de outras vidas e será em outras jornadas. Enfim, em nome da tia Maria, minha tia predileta, feliz resto do Dia da Tia, pois somente agora o trampo me deixou registar aqui. É isso. Te amo, titia Maria. Feliz Dia da Tia!

“Ser tia é reconstruir a infância de igual para igual, partilhar loucuras, ser cúmplice da ingenuidade, ser companheira da tolice…”

Elton Tavares

Hoje é o Dia do Baterista – Minha homenagem aos instrumentistas #baterista #batera

Hoje (20) é o Dia do Baterista, aquele cara ou menina que fica na cozinha, mandando porrada com baquetas nos couros e nos ferros. O baterista é percussionista, músico que dá o ritmo pra música. Sua pegada é o mais importante (depois da experiência), pois define o ritmo da canção. Eles viram bicho no bumbo, surdo, chimbau, caixa e pratos, com as mãos e pés. Não encontrei a origem da data, mas este site possui uma sessão denominada “Datas Curiosas”, portanto está valendo!

Tenho uma inveja branca de quem toca, compõe ou canta. Quem faz Música é gênio! É, pessoas que fazem a trilha sonora da vida, sejam nas madrugadas em bares enfumaçados, teatros, boites ou palcos ao ar livre precisam ser festejadas. A bateria é um instrumento que exige muita concentração e principalmente coordenação motora.

Eu poderia falar do lendário John Bohan (Led Zeppelin) ou Ringo Starr (The Beatles), entre tantos outros bateristas históricos, mas prefiro homenagear os bateras amigos.

Portanto, meus parabéns aos batuqueiros: Marcelo Redig, Beatrice Alencar, Arley Costa, Rubens Ferro, Rato (Fábio Mont’Alverne – In Memorian), Valério De Lucca, Thomaz Brito, Anderson Coutinho, Júnior Caxias, Markinho Sansi, João Batera, Richard Ribeiro, Carlos Eduardo, Túlio Joelhinho, Lenilda e Magrão. Vocês são Phoda. Parabéns!

Elton Tavares

Sobre o meu 47ª dia 14 de setembro (um pequeno balanço deste incrível milagre de eu estar vivo)

Pois é, “caras como eu estão ficando velhos”. Na verdade, já sou. Um pouco menos Gordão, rosto de 45 (apesar da barba e cabelos brancos) e corpitcho de 95, faço 47 anos hoje. Essa idade parecia tão distante e eu achava que estaria mais velho de espírito, mais maduro, mais coerente, mais sensato, muito mais responsável. Além disso, é impressionante chegar há mais de quatro décadas vividas diante das centenas de “bocas cercadas” e “fogueiras puladas”. Ainda bem que o fígado é um órgão que se regenera.

“Batidas na porta da frente… É o tempo. Eu bebo um pouquinho pra ter argumento…”. E não é que aquele moleque doido sobreviveu até aqui. Largura e não foi pouca não.

É, apesar do trabalho que dei ao meu anjo da guarda, deu tudo certo (acho eu). Aniversários são especiais para mim e estou muito feliz de rodar o calendário mais uma vez. São quatro décadas e sete anos com poucos arrependimentos, muitas bênçãos e amigos. Sobretudo, amor e suporte familiar.

Claro que fiz uma porrada de merdas, mas também acertei muito. Já toquei fogo em muitos circos, mas nem um palhaço morreu queimado (no máximo cego ou aleijado). Já provei poderosos venenos e doces antídotos. Costumo brincar ao dizer que graças a Deus, tenho uma sorte dos diabos.

Com a Maitê (sobrinha) e Bruna (namorada), amores da minha vida.

Não tenho do que me queixar. Muita gente me ama e também muita gente me odeia, mas estes últimos por serem quem são, prefiro assim. Sobre eles, deixo somente as palavras do amigo Fernando Canto: “não falo de inimigos, pois como os ex-amigos, eles não merecem a minha ira. Apenas desprezo o que não quero prezar”. Alguns me acham encrenqueiro, mas estouro para não implodir, somente ação e reação, simples assim. Confesso que às vezes exagero, mas sou assim e isso me faz feliz.

Com uma mistureba rock’n roll, MPB, MPA, marabaixo e Samba, ando por aí com um ar meio maldito, sempre de preto, meio Johnny Cash-sem-talento-musical-gordo-negão. Já fui tão doido que o fotógrafo Sal Lima disse que eu era o Tim Maia sem talento musical (risos). A verdade é que sou chato esquisitão bem humorado, mas antissocial que finge ser sociável e tranquilo. Menos inteligente do que muitos pensam e menos burro do que alguns poucos imaginam (“É um duplo prazer enganar a quem engana” – Nicolau Maquiavel).

Com minha mais que maravilhosa mãe e melhor amiga da vida toda, Maria Lúcia.

São 47 anos de muita batalha e de incontáveis vitórias. Profissionais e pessoais. Consegui sucesso, notoriedade e respeito em uma profissão competitiva, cheia de gente muito talentosa e boa. Sobre isso, nunca me reinventei, mas aprendi e aprimorei os métodos, melhorei o trato e fortaleci velhas parcerias. Há tempos, descobri que respeito é o segredo. Ah, arrisquei várias vezes. Claro, rolaram algumas pisadas de bola e frustrações. Faz parte.

Namorei um bocado; amei e desamei; viajei muito; vi shows de rock; sai na porrada várias vezes; comemorei mundiais da seleção brasileira; títulos do Flamengo; desfilei e fui campeão pelo Piratão; frequentei rodas chiquentas e os botecos mais vagabundos; decepcionei alguns; fiz muitos felizes, enfim, vivi uns 60 anos nestes intensos 47 setembros.

Com o Emerson, meu irmão e melhor amigo da vida toda.

Apesar de um monte de doidices, consegui me tornar o Elton Tavares que é escritor, jornalista e editor deste site. E gosto de quem sou. Amo as minhas pessoas e elas sabem quem são, pois sempre deixo isso bem claro, apesar de minhas esquisitices. E agradeço sempre pela minha vida e por todos que sempre me apoiam. Também por me aturarem, mesmo com a incoerência e insensatez de alguns momentos.

A vida profissional acabou com minha postura marginal, pois foi necessário. Afinal, como diz o ditado popular: “Papagaio que come pedra, sabe o cu que tem“. Mas isso não quer dizer que não sinto saudades disso, às vezes. Porém, quem me conhece sabe que aqui não existe falta de atitude. Hoje renovo minhas esperanças nas pessoas e em mim mesmo. A gente tá aqui para aprender e tentar evoluir. Só que uma piradinha vez ou outra faz com que esse processo seja menos tedioso.

O mais legal é que consegui o que muitos não alcançam: SER EU MESMO. Enfim, é realmente um milagre eu estar vivo.

Agradeço não somente hoje, mas todos os dias para Deus, Morgan Freeman, Universo ou seja lá o nome da Força que comanda tudo por aqui pelo amor da minha mãe, irmão, sobrinha, namorada, avó (in memoriam) tios, tias, primos, amigos e o carinho de uma porrada de gente. Sou grato mesmo. Muito obrigado!

“A vida passa muito depressa, se não paramos para curti-la, ela escapa por nossas mãos” – Ferris Bueller’s, no filme Curtindo a Vida Adoidado.

Elton Tavares – Jornalista, escritor e maluco da antiga.

Hoje é o Dia da Nacional da Cachaça #diadacachaca

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Hoje (13)  é o Dia Nacional da Cachaça, portanto, vamos ao nosso momento “Manguaça Cultural”:

Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.

Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.

No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.

Resultado: o ‘azedo’ do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome ‘PINGA’.

Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de ‘ÁGUA-ARDENTE’

Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

Não basta ser pinguço, tem que conhecer!

… A gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando que também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão...” – Meu Caro Amigo – Chico Buarque de Hollanda

Fonte: Museu do Homem do Nordeste.

 

11 de setembro: A Torre e o Dragão da Contemporaneidade (22 anos do atentado) – Por @fernando__canto

“Quando o Terror chegar (e ninguém nega que ele chegará)/ degradando, exaltando/ quando a terra tremer/ e as montanhas se desmoronarem/ convertidas em pó disperso,/ então serás três grupos – Companheiros da Direita, Companheiros da Esquerda e os Vencedores (“Alcorão”. LVI, 1-55).

Por certo os prédios do World Trade Center não foram inspirados nos zigurates mesopotâmicos, que por sua vez inspiraram a torre de Babel. Os zigurates eram construções que simbolizavam a pretensão dos homens em igualar-se aos deuses, e que se imaginavam capazes de subir ao céu por meios materiais. Algumas dessas construções chegavam a cem metros de altura, elevando-se em até sete patamares cada vez mais estreitos. Elas facilitariam tanto a descida dos deuses à terra como a subida dos homens ao Céu. O simbolismo do zigurate tem relação com a montanha onde o peregrino que nela sobe busca a purificação espiritual gradual até encontrar a luz.

A torre de Babel foi construída com betume e tijolo cozido, mas apesar da aparente fragilidade sua fundação prolongava-se solo adentro, representando ainda a união de três “mundos”: Céu, Terra e Mundo Subterrâneo. Babel é a “Porta do Céu”, talvez a maior entre as tantas torres que dominavam as cidades babilônicas. Como eram sinais de politeísmo foram condenadas pelo monoteísmo hebraico. E foi Jeová, que a partir daí acabou com a uniformidade universal da língua dos homens, para confundi-los e dispersa-los no espaço, formando o caos da comunicação entre eles.

A Nova Iorque cosmopolita que abrigava o World Trade Center absorvia diariamente milhões de frases em centenas de idiomas, embora nas famosas torres gêmeas a linguagem prevalecedora tenha sido sempre a dos computadores vorazes, a do dinheiro e a do poder.

Nessa ótica, Babel existia na modernidade substituindo a necessidade de buscar o divino pela procura do poder incomensurável, aquele que decide a vida de milhões de seres humanos do planeta, no simples digitar de códigos num teclado de computador.

Os tristes episódios que marcaram a vida americana pelo terrorismo em 11 de setembro não só representam uma assumida “morte” simbólica do capitalismo e do poder bélico universal, como também apontam para uma espécie de tentativa de “frear” ações heréticas do ocidente em que tentam “igualar-se” a Deus, quando o homem ocidental constrói para a infinitude do Céu.

Como cada moeda tem duas faces, o outro lado da destruição das torres é a arma que a destruiu: o avião. Para Jung, nos sonhos dos homens contemporâneos os aviões substituem os animais fabulosos e os monstros dos tempos remotos. O avião pode ser o Pégaso, o cavalo alado dos mitos gregos que está relacionado à água e cuja significação simbólica leva em conta no seu eixo interpretativo ser “a nuvem portadora da fonte fecunda”.

O avião, ao decolar (no sonho), conduz ao êxtase, à “la petite mort”, antiga expressão coloquial que as mulheres usavam para o “orgasmo total”. Entre tantos aspectos analíticos, digamos, bastante complexos, o avião elevando-se também se assemelha ao comportamento da vida, sua aventura iniciática, tendo ou não carga ou combustível e mesmo ao chocar-se com outro avião ou obstáculo.. Nesse caso a análise revela tendências opostas ou choque de contrários. É Dialética, é ideologia povoando o inconsciente e o significado do “sonho”, registrado na memória histórica dos homens.

O avião, por pertencer ao domínio do ar, pertence ao domínio das ideias, do espírito e do pensamento. Quem nele vai pertence a Terra (Matéria) e quer se lançar em sonho ao Céu (Espírito). Ele tem a força materializada no elemento ar.

O avião é um dragão. O dragão é o guardião dos tesouros ocultos. Como símbolo do mal e das tendências demoníacas identifica-se com a serpente. Na realidade é um símbolo ambivalente. Para a doutrina hindu ele é o Princípio. Produz o soma, que é a bebida da imortalidade. Para os chineses os dragões voadores são Montaria de Imortais, eles os elevam até o Céu. É, ainda, associado ao raio (cospe fogo) e à fertilidade (traz a chuva), trata das funções e ritmos da vida que garantem ordem e prosperidade. Enquanto relâmpago simboliza o espírito e o esclarecimento da inteligência: é a fonte da verdade. Quando é raio desencadeado representa a cólera de Deus, a punição, o castigo, a autoridade ultrajada: é o justiceiro.

Obviamente que o fato ocorrido nos EUA. proporcionou uma grande soma de interpretações. Não é demais juntar a elas mais uma informação para se somar aos motivos gerais que moveram os suicidas na destruição do WTC e do Pentágono. É bem verdade que o mundo ainda está atônito com o acontecimento. Quem sabe um dragão não está imbricado nessa história, posto que faz parte de todas as culturas e religiões conhecidas, aparecendo das mais variadas formas, inclusive no materialismo dialético, simbolizando a luta de classes.

A torre foi destruída, mas o dragão é feito do elemento ar. Pode ressurgir. Do mesmo modo a nação atingida e suas aliadas também ousarão quando vestirem a armadura e a lança de São Jorge na eterna luta do bem contra o mal.

*Texto de Fenando Canto. O escrito também faz parte do livro de crônicas “Adoradores do Sol”, Ed. Scortecci, 2010.

**Republicado por conta dos 22 do atentado. 

Hoje é o Dia do Gordo – Meu texto/relato bem humorado sobre nós, os gordos

Hoje (10) é o Dia do Gordo. Li que o principal objetivo da data é a conscientização sobre a importância de se manter o respeito por aqueles que estão acima do peso, ou mesmo aquelas pessoas que apenas possuem uma estrutura corporal mais avantajada. Como sabemos, a obesidade pode ser prejudicial à saúde. Porém, não significa que a pessoa que apresenta uma constituição física maior tenha necessariamente alguma enfermidade. Afinal, existem pessoas magras que convivem com diversos problemas de saúde, e nem por isso são vistas com desprezo.

Portanto, o Dia do Gordo visa desconstruir preconceitos, alterar os padrões de beleza estereotipados e combater a gordofobia, que recai principalmente sobre as mulheres.

Sobre o adiposo estado, era porrudo desde 1998, quando deixei de ser uma garrafa e virei um freezer de cerveja. Costumo dizer que engordei muito, mas fiquei mais esperto. Ainda bem que, para muitos, o feio bonito lhe parece.

Sem qualquer tipo de apologia à obesidade, admiro gordos bem resolvidos. Eu não sou assim, mas também não me esforço como deveria para melhorar minha forma física. Sigo feliz ignorando preconceitos e cobranças. Mas confesso, é duro não poder usar algumas roupas ou bater bola com os amigos (só lembro do Bussunda, humorista gordo que morreu ao jogar uma pelada com amigos, em 2006).

A maioria dos gordos são alvo de piadas ofensivas, o que enche o saco de qualquer um que não é um babaca. Minha autoestima só não é mais abalada pela forma de geladeira por conta da sorte que sempre tive, depois de arredondar, com as mulheres. Disso posso me gabar. Afinal, gordo tem que se garantir!

Ah, uma coisa é fato, gordo só faz gordice. Somos desajeitados, gulosos, calorentos, engraçados, entre outras coisas. Sei que é preciso maneirar, pois a saúde cobra caro. Quem dera diminuir de ultramegagordo para somente gordo, mas isso é um processo dolorido e exige sacrifícios.

E os apelidos? Já fui chamado de rolha-de-poço, barriga de lama, corpo de pipo, corpo de coxinha, sargento Garcia, entre tantos outros. O que pegou mesmo foi “Godão”. E eu até gosto desse apelido.

Já tive um corpinho bonito, que enterrei embaixo de toneladas de comidas deliciosas, aliadas a zero prática esportiva. Eu adoro quando um gordão ganha de um figura metido a maromba e quando a gordinha gente fina é mais interessante que a rata de academia sem cérebro.

Enfim, feliz Dia do Gordo a todos os que sofrem com a tiração de barato, encaram com bom humor e muitas vezes conseguem ser mais fodas que muitos idiotas magros ou bombados. Viva nós!

Elton Tavares

*OBS: em fevereiro de 2022, fiz uma cirurgia bariátrica. Não por estética, mas sim saúde, pois eu tava grande demais e com o pé na cova. Mesmo sofrimento no pós operatório, faria novamente, pois perdi mais de 55 kg e a vida melhorou. Se não fosse para voltar a ser saudável, seguiria gordo de boas. Não que eu seja magro. Longe disso, mas estou muito menos porrudo. Força pra gente, pois o mundo só gosta de gente magra ou sarada.