Ciclo do Marabaixo começa neste sábado (16), na Favela

São pelos caminhos da Favela, Bairro de Santa Rita, que as caixas de marabaixo vão entoar seus primeiros toques de nosso ritmo tradicional, fazendo a abertura oficial de mais uma edição do Ciclo do Marabaixo.

Cumprindo o calendário litúrgico da igreja católica, os festejos em louvor à Santíssima Trindade começam neste Sábado de Aleluia,16 de abril, a partir das 17h, na avenida Duque de Caxias, 1203, no bairro de Santa Rita, no Barracão da Tia Gertrudes, com transmissão ao vivo pelas redes sociais e também presencialmente, com apresentação da carteira de vacinação contra a COVID-19.

Para este ano como parte da programação, na abertura do ciclo, os festeiros e promesseiros farão um debate com a “LIVE DOS BARRACÕES” tendo como temática “Ciclo do Marabaixo, valorizando o Patrimônio Imaterial do Amapá 2022” que será transmitido pelas redes sociais do Berço do Marabaixo.

Na Favela, o Ciclo do Marabaixo é uma herança deixada por Gertrudes Saturnino de Loureiro, que após a sua saída da frente da cidade, a pedido do governador da época, resolveu reconstruir sua história na Favela, onde criou seus filhos, filhas, netos e netas, deixando a eles e toda esta geração, o legado das festividades.

Esta manifestação realizada por famílias tradicionais dos bairros da Favela e do Laguinho, e na área rural de Macapá, em Campina Grande, começa no sábado de aleluia e tem seu encerramento no domingo, após o dia de “Corpus Christi”.

A neta de Gertrudes Saturnino, Valdinete Costa, marabaixeira, promesseira e festeira do ciclo do marabaixo, diz que “depois de dois anos sem a realização das atividades presenciais do ciclo do marabaixo, 2022 será um ano de reencontros e agradecimentos à Santíssima Trindade e ao Divino Espírito Santo pelas batalhas vencidas e de um recomeço para todos nós”

“Precisamos manter viva a tradição de nossos antepassados e preservar a memória de nossa gente que ajudou a construir nossa Macapá nos deixando a responsabilidade de darmos continuidade a este momento que une a nossa fé e a cultura” finalizou Valdi.

Serviço:

Texto: Cláudio Rogério
Fotos: Divulgação Berço do Marabaixo
Conteto: 99141-8420
Comunicação Berço do Marabaixo

ATL2022: ancestralidade e tecnologia se unem em Ato inédito ‘A Queda do Céu’

Brasília, 13 de abril – Unindo a ancestralidade dos povos indígenas e a tecnologia, o Ato ‘A Queda do Céu’ ocorrerá nesta quarta-feira (13/04), a partir das 18h, na Esplanada dos Ministérios, local onde muitas edições passadas do Acampamento Terra Livre (ATL), foram realizadas. A intervenção multimídia com o uso de drones e rituais indígenas é inédita no Brasil e pretende ecoar para o mundo as mensagens dos povos originários.

A concentração para o Ato irá iniciar no acampamento localizado na Funarte, às 16h, e segue para a Esplanada. Além disso, durante a intervenção lideranças indígenas, políticas e artistas irão discursar contra os Projetos de Lei que integram a agenda anti-índígena do Governo Federal. Um deles é o PL 191/2020, que libera a exploração de terras indígenas, incluindo locais onde vivem povos isolados e de recente contato e que tramita em regime de urgência no Congresso.

“Este é um momento de celebração e luta pelos nossos direitos. O Ato ‘A Queda do Céu’ é uma intervenção política e cultural que nunca ocorreu no país. Vamos utilizar da nossa ancestralidade e da tecnologia de 150 drones para levar para todos e todas as mensagens dos povos indígenas”, disse Sônia Guajajara, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

O Acampamento Terra Livre (ATL) é considerado a maior mobilização indígena do mundo. Realizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em 2022 o ATL voltou a Brasília com o tema ‘Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política’. Ao longo de nove dias de mobilização, mais de 8 mil pessoas de 200 povos indígenas das cinco regiões do país participam do ATL.

Serviço:

O quê: Ato ‘A Queda do Céu’
Quando: 13 de abril
Onde: Brasília (DF)
Horário: 16h concentração no acampamento | 17h marcha até esplanada dos ministérios | 18h Ato A queda do Céu

Ascom APIB
E-mail: [email protected].
Telefone: (61) 982124182

Cazuza faria 64 anos hoje – Viva o gênio! #RockBrasileiro #Cazuza

Se vivo, hoje Agenor de Miranda Araújo Neto, o “Cazuza”, completaria 64 anos de idade. Lembro bem daquele 7 de julho de 1990, quando ele morreu, pois estava de férias com minha família em Natal (RN). O gênio da poesia tinha somente 32 anos.

O artista, filho de João Araújo, produtor fonográfico, e de Lucinha Araújo, nasceu em berço de ouro e conviveu, desde muito cedo, com grandes nomes da cultura brasileira.

Ele foi influenciado por Cartola, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa e Dalva de Oliveira. Cazuza foi um privilegiado, por causa de seu pai, cresceu convivendo com grandes nomes da MPB, Gilberto Gil, João Gilberto, Novos Baianos, Caetano Veloso, Elis Regina e Gal Costa.

Cazuza apaixonou-se pelo rock and roll quando morou em Londres, em 1972. Passou no vestibular para Comunicação em 1976, mas abandou o curso, meses depois de começar a estudar. Cazuza participou de peças teatrais no Circo Voador, local que aglutinava a nata da cultura cênica e musical do Rio de Janeiro, na década de 80.

Logo depois, indicado pelo cantor Léo Jaime (que recusou os vocais do Barão), juntou-se a Roberto Frejat (guitarra), Dé Palmeira (baixo), Maurício Barros (teclados) e Guto Goffi (bateria). Nascia o Barão Vermelho, uma das maiores bandas do rock nacional.

O produtor musical Ezequiel Neves gostou do som da banda e convenceu o pai de Cazuza a lançar o Barão. Os maiores sucessos do Barão foram as canções “Todo Amor Que Houver Nessa Vida”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Maior Abandonado”, “Bete Balanço” e “Bilhetinho Azul”.

Sua carreira solo também foi fantástica; Cazuza flertou com a MPB, misturou-a ao rock e gravou as canções “Exagerado”, “Codinome Beija-Flor”, “Ideologia”, “Brasil”, “Faz Parte Do Meu Show”, “O Tempo Não Pára” e “O Nosso Amor A Gente Inventa”. O resto é história.

Literatura e cinema

Em 2004, foi lançado o filme “Cazuza – O tempo não pára”, baseado no livro “Só as mães são felizes”, de Lucinha Araújo, mãe do cantor – que, no longa foi interpretado pelo ator Daniel de Oliveira. O filme narra a vida de Cazuza pela ótica da mãe desde o início da carreira, até sua morte.

Em 1989, declarou ser soropositivo e a Aids o levou há 33 anos. Cazuza foi um dos maiores artistas da música brasileira. O cara é um símbolo de rebeldia, pelo seu talento e sua loucura. Este post é uma pequena homenagem ao gênio da poesia. Viva Cazuza!

Elton Tavares

O MEC vira um sorvedouro de ministros. Para dar jeito, só mesmo o Professor Bolsonaro

O Incorruptível: só ele para salvar o MEC, que virou praticamente o hospício do bolsonarismo

Então, é assim: caiu o ministro da Educação, Milton Ribeiro.

O Incorruptível não resistiu às pressões e, envergonhado de admitir que ele próprio é o principal mentor e personagem de mais uma história escabrosa de corrupção, acabou afastando o subalterno.

E assim, o MEC vai fazendo história como a casa de loucos do Bolsonarismo.

Ou como um sorvedouro de ministros.

Primeiro, foi Ricardo Vélez Rodríguez, o desparafusado.

Depois, veio Abraham Weintraub, que em verdade fugiu não do MEC, mas do Brasil.

Em seguida, veio Carlos Alberto Decotelli da Silva, o breve, que renunciou cinco dias após assumir o ministério, quando descobriram que suas titulações acadêmicas não eram autênticas.

Aí, foi a vez de escalarem esse Milton Ribeiro, o amigo de pastores que intermediaram verbas a peso de 1 quilo de ouro.

Que venha o próximo.

Se não tiver mais ninguém disponível, o Professor Bolsonaro, ele mesmo, poderá assumir a pasta, já que sabedoria, inteligência e alma pura, vocês sabem, não lhe faltam.

Fonte: Espaço Aberto.

“Eu sou a lenda:” Will Smith dá tapa em Chris Rock no Oscar 2022 – Égua-moleque-tu-é-doido!!

Ator Will Smith dá tapa no rosto de Chris Rock após piada durante a premiação do Oscar 2022 – Neilson Barnard/Getty Images

Uma cena no Oscar 2022 deixou o público de queixo caído. O ator Will Smith subiu ao palco para dar um tapa no comediante Chris Rock, que apresentava parte da cerimônia.

O tapa, apesar de parecer cenográfico, não estava no roteiro da premiação. Na ocasião, Will Smith exclamou palavrões, algo terminantemente proibido em eventos ao vivo na TV americana.

Will Smith reagiu a uma piada de Chris Rock sobre sua mulher, a atriz Jada Pinkett Smith, em tratamento contra uma doença autoimune chamada alopecia, que gera calvície. No palco, Chris Rock comparou Jada à personagem G.I. Jane, interpretada pela atriz Demi Moree no filme “Até o limite da honra” (1997). No longa, a personagem tem o cabelo raspado porque faz parte da Marinha.

Reação do público, na hora do tapa, no Oscar 2022: Imagem reprodução via rede social Twitter

Deixe o nome da minha mulher fora da p**** da sua boca”, gritou o ator, após dar o tapa na cara de Chris Rock e voltar para a plateia. Na sequência, Jada e Denzel Washington conversaram com Will Smith e o acalmaram. Ambos trocaram palavras sobre o ocorrido enquanto Jada se ajoelhava, em tom de desespero, diante do marido.

Imagem reprodução via rede social Twitter

Eu sei que em nossa profissão temos que ser capazes de aceitar abuso, ouvir loucuras, ouvir pessoas nos desrespeitando, sorrir e fingir que está tudo bem. Então Denzel Washington me disse, e eu adorei ouvir isso, que “nos meus melhores momentos, preciso ter cuidado, pois é aí que o diabo vem” — contou Will Smith, chorando, após a confusão. — Quero ser um caminho para o amor.

Meu comentário: Eu, que já era fã do Will, agora sou muito mais. Égua-moleque-tu-é-doido!!

Fonte: Exame.

A infinitude da pressão estética: porque nunca vamos ser bonitas o “suficiente”

Por Fernanda Fonseca

Acho que muitas pessoas já devem ter escutado ou lido algo sobre o Mito de Sísifo, mas para aqueles que não estão familiarizados com o nome, vou tentar resumir a história: Sísifo era um rei da Grécia que após desafiar os deuses repetidamente (incluindo Zeus e a própria Morte), foi condenado a empurrar uma pedra até o cume de uma montanha por toda a eternidade – e eu falo em “eternidade” porque toda a questão desse mito é que quando Sísifo achava que estava chegando ao topo, a pedra rolava para baixo novamente. O que os deuses queriam era castigar Sísifo com uma tarefa fútil e sem sentido, já que não importava o que o rei fizesse, a pedra sempre rolaria para a base da montanha e ele teria que começar tudo de novo, dia após dia.

Esse mito pode ser usado como uma alegoria para várias coisas: relações de trabalho, capitalismo e etc., mas hoje eu quero falar de como a pressão estética também tem muito a ver com Sísifo e sua pedra.

Para começar, pressão estética é (resumidamente) os padrões de beleza que são impostos às pessoas – principalmente mulheres – de como sua aparência deveria ser. Esse falso ideal de beleza cria uma imagem do peso, pele, cabelo e altura desejáveis, tendo como referência o que está sendo disseminado pela mídia. Como eu já mencionei em um texto anterior sobre o livro O Mito da Beleza, da escritora americana Naomi Wolf, diariamente somos bombardeados por essas imagens de beleza que dizem como a nossa aparência deveria ser e o que devemos fazer para chegar lá. Dietas, remédios, cirurgias e produtos estéticos são apresentados como salva-vidas milagrosos capazes de sumir com todas as imperfeições que você nem sabia que tinha. E isso não tem fim. Constantemente, somos apresentados a novas tendências estéticas que dizem o que é bonito e o que deixou de ser, convencendo-nos a novamente sair em busca de algum padrão recém inventado.

E é nesse ponto que mora a similaridade com o Mito de Sísifo: a continuidade de uma tarefa que não tem fim e que mesmo depois de nossos esforços, obriga-nos a começar de novo. O que a pressão estética faz é se reinventar conforme o período e as mudanças do próprio mercado. Durante a década de 50, por exemplo, as revistas femininas enchiam suas páginas com anúncios de maquiagens, mostrando modelos extremamente produzidas e as associando com os ideais de feminilidade que eram esperados das mulheres nessa época. Hoje, o que a mídia anuncia são rostos com “menos” produtos, aplaudindo uma suposta beleza natural que se restringe apenas àqueles com a pele sem nenhum resquício de imperfeições – sem acne, sem manchas e sem falhas. E é através dessa narrativa que o ciclo da pressão estética se retroalimenta, desbloqueando novas inseguranças e alimentando um mercado que irá lucrar com esse processo.

E coisas novas surgem o tempo todo. Você navega pelas redes sociais e descobre novos padrões de beleza a serem almejados e o que fazer para conquistá-los (e geralmente esse processo de conquista envolve dinheiro, poder de compra e tempo). Lembro de quando vi numa rede social que a nova característica física que estava na “moda” eram os chamados “fox eyes” (olhos de raposa), que incluía truques de maquiagem e até cirurgia para dar um aspecto mais alongado aos olhos. Além de todo o debate sobre racismo e apropriação de traços comuns em pessoas asiáticas pela mídia mainstream, a questão é que esse também é um exemplo de como o mercado está constantemente a procura de novas características para usar como um padrão estético a ser desejado. E a mídia é central em todo esse processo: segundo o site da revista Vogue, em 2020, vídeos com a hashtag “fox eyes” geraram mais de 74 milhões de visualizações para a plataforma do TikTok e o mesmo fenômeno também pode ser visto no YouTube, com tutoriais de maquiagem e vídeos que incentivam o procedimento cirúrgico reunindo milhares de curtidas e visualizações.

Constantemente, esses novos padrões aparecem na mídia e tentam nos convencer de que precisamos alcançá-los: ter aquele corpo, pele, cabelo, etc. Isso movimenta o mercado e também aprisiona as mulheres e todos aqueles que sofrem com a pressão estética em algum grau. Ela nos faz acreditar que se nos esforçarmos o suficiente – comprando produtos, fazendo regimes, etc. – vamos chegar lá, conseguindo, enfim, levar a pedra até o topo da montanha. Mas ficar presa em uma rotina que consiste em se esforçar para alcançar um padrão de beleza, para logo em seguida ter que começar novamente por que algo novo apareceu, é cansativo, desgastante e caro.

Então, assim como Sísifo, voltamos repetidamente para a base da montanha, olhando para o cume e imaginado se um dia vamos conseguir quebrar esse ciclo. Mas até lá, seguimos empurrando nossas pedras.

*Fernanda Fonseca é amapaense e acadêmica da Jornalismo na UnB.

Fonte: Escrevi Elas.

Improir leva Museu Gertrudes Saturnino para o Bioparque da Amazônia

Exposição acontece no espaço do Guia do Meio do Mundo | Foto: Arquivo/PMM

Com o intuito de resgatar, expor e disseminar a história da população negra amapaense, o Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir) iniciou nesta quarta-feira (23), no Bioparque da Amazônia, uma exposição itinerante do Museu do Negro. A atividade acontece no espaço do Guia do Meio do Mundo com acesso pela trilha Pau-Brasil.

“Esta é uma ótima oportunidade para quem ainda não conhece o Museu e seus artefatos. No Bioparque estamos aliando turismo ecológico ao conhecimento histórico”, diz a diretora-presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro.

Com um misto de museu e de espaço sagrado, cerca de duzentas obras entre pinturas, esculturas, documentos, manuscritos, fotografias, livros e objetos históricos, integram a mostra em uma representação da história do Amapá.

Além disso, o Museu do Negro também abriga, registros litúrgicos, peças das Louceiras do Maruanum, indumentárias, instrumentos musicais de percussão do batuque do Marabaixo e da capoeira, santidades de religiões de matrizes africanas que, no sincretismo religioso, dão alusão aos santos ligados ao catolicismo, entre outros elementos que remetem a cultura afroamapaense.

São materiais que retratam a energia, vitalidade, diversidade sociocultural, ancestralidade e representatividade.

A gerente de projetos e pesquisas Beatriz Priscila, de 23 anos, mora no bairro da Fazendinha e visitou a exposição. Ela conta que o acervo do museu é uma das formas de conhecer mais sobre a cultura afroamapaense. “Foi como viajar no tempo e conhecer de perto os costumes, tradições e toda a história do meu estado”, diz.

O chefe de divisão do Museu, Fábio Bernardo, destaca a importância do projeto itinerante que o Improir tem enquanto meio de conexão com a tradição e herança negra.

“Um museu capaz de colaborar na construção de um Estado mais justo, democrático e igualitário do ponto de vista social. É um espaço aberto a pluralidade e ao reconhecimento da diversidade no plano cultural, mas também capaz de reatar os laços com a diáspora negra, promovendo trocas entre a tradição e a herança local”, ressalta.

Afroempreendedorismo no Bioparque

Além do acervo do Museu do Negro, as afroempreendedoras estão com um espaço para a comercialização dos seus produtos como bonecas, grafismos, brincos, chaveiros, anéis, colares feitos de sementes e várias vestimentas de estampas afro, além de uma variedade de artigos que remetem a cultura local. Os produtos das artesãs também ficaram disponíveis para venda até o próximo domingo (27).

Serviço:

O Bioparque da Amazônia está localizado na rodovia Josmar Chaves Pinto, antiga JK, e a exposição do Museu do Negro acontece até o domingo (27), das 13h às 17h.

Alexssandro Lima
Ascom do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Seleção para o curso de Mestrado em História está com inscrições abertas

A Coordenação do Programa de Pós-graduação em História (PPGH) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) informou que estão abertas as INSCRIÇÕES para a seleção no mestrado em história, turma de 2022, até o dia 1 de abril. Serão ofertadas 12 vagas para a turma de 2022. O PS será composto por quatro etapas: análise do projeto de pesquisa, memorial, entrevista e prova de títulos. O início da seleção ocorre no dia 22 de abril com a divulgação do resultado dos aprovados nos projetos de pesquisa.

O curso tem como área de concentração a História Social e está estruturado em duas linhas de pesquisa: história Social do Trabalho; e Poder, Memórias e Representações. O objetivo do PPGH/ UNIFAP consiste em formar mestres capazes de realizar pesquisas históricas com competência e alto nível acadêmico através de criterioso uso de fontes, conceitos e métodos oriundos do campo da História Social.

A divulgação do resultado da seleção deve ocorrer até 10 de junho. O prazo para conclusão do curso de Mestrado em História é de 24 meses, com dedicação em tempo integral (manhã, tarde e noite). Acesse o EDITAL para informações mais detalhadas.

Ascom Unifap

Honraria da Câmara de Vereadores levará o nome de “Tia Biló”

Foto: Gabriel Penha

É de autoria do vereador Claudiomar Rosa, o projeto de Decreto Legislativo nº 112/2021, que dispõe sobre o nome da honraria “Mérito Personalidade Negra” que passará a ser intitulado como: “Mérito Personalidade Negra Tia Biló”.

Este decreto foi aprovado na manhã de hoje, 22 de março, durante a 5ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Macapá, contando com votos unânimes dos vereadores e vereadoras.

Benedita Guilherma Ramos, conhecida popularmente como Tia Biló, nasceu em 10 de fevereiro de 1925, no antigo Território do Estado do Amapá, filha de Januária Simplícia Ramos e Julião Tomaz Ramos o “Mestre Julião”, uma das maiores personalidades negras do Amapá, quando o assunto é marabaixo.

E foi a partir deste legado de Julião Ramos, que Tia Biló deu continuidade às tradicionais rodas de marabaixo nos campos do Laguinho. Mulher negra que sustentou seus filhos e netos, desenvolvendo suas funções na labuta da roça, como lavadeira, quituteira, depois se tornando funcionária pública no governo Janary Nunes.

Tia Biló, matriarca da família Ramos, assumiu a responsabilidade de salvaguardar, perpetuar e valorizar esta manifestação cultural e toda sua ritualística, a pedido de seu pai no leito de morte, onde tomou a responsabilidade de repassar aos seus filhos, netos e bisnetos.

Foi também sócia fundadora da Associação Raimundo Ladislau, entidade criada com o intuito expandir, valorizar e realizar os festejos relacionados ao ciclo do marabaixo, em louvor ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade.

Benedita Guilherma Ramos, nos deixa em 18 de setembro de 2021, aos 96 anos, deixando um silêncio nos tambores do batuque e marabaixo, com um imenso vazio no Bairro do Laguinho e em todo o Estado do Amapá.

“Hoje rendemos esta homenagem à Tia Biló, e é com muito orgulho que apresento este decreto, e a partir desta aprovação, Tia Biló terá seu nome guardado para sempre na história, na memória e no coração do povo amapaense”, disse o vereador Claudiomar Rosa.

Comunicação
Vereador Claudiomar Rosa
96 99141-8420

Hoje é Dia de São José. Viva o santo padroeiro do Amapá!

Hoje é o Dia de São José de Nazaré, esposo de Maria, pai de Jesus Cristo e padroeiro do Amapá. Por conta da profissão do santo, hoje também é Dia do Carpinteiro e Dia do Marceneiro. São José, que também é padroeiro dos trabalhadores e padroeiro da Bélgica.

Amo o Amapá e Macapá. Nasci e me criei aqui. Por isso, peço a “São Jusa” que interceda para resolver os problemas do nosso povo. São tantas mazelas para uma capital tão pequena.

São José não protege somente a nós, amapaenses, mas todos que para cá vem viver e contribuir para a melhoria de nossa terra. Pena que, como santo, ele não pune os que só sugam, saqueiam e ainda desdenham deste nosso lugar no mundo.

São José de Macapá, em cima da Pedra do Guindaste – Foto: Márcia do Carmo

O feriado

Desde a criação de Macapá, São José sempre foi o padroeiro da capital amapaense, mas uma Lei Estadual de 2012 oficializou o santo padroeiro do Amapá, o que fez do dia 19 de março feriado em todo o Estado.

São José é o santo que nunca cansou de ficar de pé na Pedra do Guindaste, de frente para o Amazonas, sempre “vigiando” a nossa capital, contra maldades exteriores.

Enfim, não sou muito religioso, mas respeito a crença de todos. Como diz o poetinha Osmar Junior: “Ô São José da Beira Mar, protegei meu Macapá…”.

Viva o santo carpinteiro, valei-me meu São José!

Elton Tavares

Há 24 anos, morreu o genial Tim Maia #TimMaia

Hoje completou 24 anos que Sebastião Rodrigues Maia, o talentoso músico, cantor e compositor, produtor musical e pai do Soul nacional, Tim Maia, subiu. Em 15 de março de 1998, a voz rouca e poderosa do artista calou-se. Ele tinha 55 anos de idade e a causa da morte foi um colapso do organismo causado por infecção generalizada, decorrente das doses cavalares de drogas e álcool que ele consumiu ao longo da vida.

Tim foi uma força da natureza, descrita no livro “Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia”, do jornalista e amigo do cantor, Nelson Motta. Li a obra há oito anos e fiquei fascinado. A publicação serviu de base para o filme exibido nos cinemas brasileiros em 2014.

@amarildocharges

Ah, o Tim Maia era louco? Sim, era. Um genial doido varrido. Viveu do jeito que quis e nunca se preocupou em ser exemplo. Sou fã de gente assim. Canções como “Azul da Cor do Mar” e “Primavera”, entre tantas outras músicas maravilhosas, são a prova do que foi o cantor e compositor.

A obra de Tim fala de alegria e amor. O artista não seguiu as regras, foi debochado, esquentado, brigão, malandro, egoísta, porra louca (como não rolar uma identificação?), entre outros tantos rótulos que nada são perto do tamanho do talento e do que o cara representou para a música brasileira.

Elton Tavares

“Anastácia Livre”: Linn da Quebrada e Big Brother Brasil

Por Fernanda Fonseca

“Se a gente não discute o amor e ele não sai desse terreno do ‘intocável’ (…) não percebemos porque alguns corpos são mais amados que outros (…) corpos gordos, negros, trans, de pessoas com deficiência, a gente nem pensa nessas pessoas quando pensamos em amor”. Essa fala foi dita em um dos reality shows mais assistidos da América Latina e por uma travesti preta.

Lina, ou mais conhecida pelo público como Linn da Quebrada, entrou na casa mais vigiada do Brasil há 6 semanas e nesse curto período dentro do reality já fez história. Sim o programa ainda tá longe de acabar, mas a presença de Lina é tão marcante que parece que ela já está há anos na minha televisão, conversando com os outros confinados como se estivesse falando comigo e com o Brasil inteiro.

Lina é a segunda pessoa trans a participar do programa. A primeira foi Ariadna, em 2011, que também foi a primeira eliminada da sua edição. Na época, Ariadna foi vítima de constante transfobia, principalmente por parte da mídia que a acusava de “esconder” sua transexualidade. Recentemente, Ariadna desabafou em sua conta do Twitter sobre se sentir acuada com os ataques e ofensas que sofreu nesse período: “Quando alguém falar: Ariadna foi eliminada porque escondeu que era trans… olha o que faziam comigo na época! Apenas uma das milhares de capas de jornais que eu era humilhada…”.

Onze anos depois, Linn da Quebrada entra no BBB22 estampando em sua blusa a figura emblemática de Anastácia, mulher negra escravizada cujo rosto preenche os livros de história até hoje. Mas o que chamou atenção foi que a Anastácia que ilustrava a camisa de Lina estava livre, sem a mordaça que simbolizou por anos o legado cruel da escravidão no Brasil. Coincidentemente, na mesma semana tive que ler um texto para uma aula de comunicação e gênero na faculdade e, novamente, lá estava ele: o rosto de Anastácia, mas dessa vez com o instrumento que a silenciou por anos de sua vida. O livro era Memórias da Plantação, da escritora Grada Kilomba, e entre os vários temas da obra, o capítulo inicial intitulado “A Máscara: Colonialismo, Memória, Trauma e Descolonização” traz esse instrumento – a máscara usada por Anastácia – como “o símbolo das políticas coloniais e de medidas brancas sádicas para silenciar a voz do sujeito negro durante a escravização”:

“Oficialmente, a máscara era usada pelos senhores brancos para evitar que africanas/os escravizadas/os comessem cana-de-açucar ou cacau enquanto trabalhavam nas plantações, mas sua principal função era implementar um senso de mudez e de medo, visto que a boca era um lugar de silenciamento e de tortura. Neste sentido, a máscara representa o colonialismo como um todo. Ela simboliza políticas sádicas de conquista e dominação e seus regimes brutais de silenciamento […].”

“O que poderia o sujeito negro dizer se ela ou ele não tivesse sua boca tapada?” e “O que o sujeito branco teria de ouvir?” são alguns dos questionamentos que guiam a análise da escritora nessa primeira parte do livro. Invocando a figura da máscara de Anastácia, Kilomba reflete sobre esse medo apreensivo de que se o sujeito escravizado falar, o colonizador terá que ouvir. Ou seja, seria forçado a encarar as verdades que o tirariam de sua posição confortável de ser o único permitido a criar uma narrativa.

Durante toda a minha leitura pensava em Lina e em sua presença avassaladora dentro do programa. Quando Grada discorre sobre a importância da fala que obriga os outros a encarar verdades desconfortáveis, essa ideia pode ser estendida para todos os grupos minoritários que sofreram e sofrem com o silenciamento até os dias de hoje. Quando Lina entra em um dos reality shows mais assistidos da América Latina e constantemente reafirma suas vivências enquanto travesti e negra, ela se coloca nesse lugar de sujeito que fala e que merece ser ouvida.

Agora, completado um mês do BBB22, Lina é uma das pessoas que mais se comunica dentro da casa. Desde depoimentos no ao vivo, explicando para todo o Brasil o uso correto dos seus pronomes, até conversas com amigas sobre amor e rejeição, Lina falou e continua falando. E entre erros e acertos, Linn da Quebrada se humaniza quando fala, e acaba humanizando todos a sua volta também.

E agora fica o questionamento: quem são as pessoas que nos acostumamos a ouvir quando o assunto é amor? E amizade? E autoestima?

Chega de monólogos com as mesmas perspectivas de quem, ao longo da história, sempre teve o privilégio de ser ouvido.

*Fernanda Fonseca é amapaense e acadêmica da Jornalismo na UnB.
Fonte: Site EscreviElas.

Bons tempos do “Pai Véio e Pai D’Égua” – Crônica de Elton Tavares (Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”) – Republicada por hoje ser o Dia Mundial do Rádio

Ilustração de Ronaldo Rony.

Quando eu era moleque, na Macapá dos anos 80, ia para a escola com meus pais ou na Kombi do “Seu Raimundo”, ao som do programa de rádio “Pai Véio e Pai D’Égua”. O radiofônico contava com os radialistas Osmar Melo, o “Pai Véio”, e Hermínio Gurgel, como “Pai D’Égua”.

O programa tinha um formado diferenciado para a época. Consistia em informação misturada com humor. Os dois apresentadores interagiam de forma espirituosa e irreverente. Eles foram pioneiros do rádio moderno no Amapá, utilizando o improviso com muito equilíbrio.

“Herminio Gurgel, o Pai D’Égua, apresentava o programa ‘Alvorada Sertaneja’, de segunda a sexta-feira, através da Rádio Difusora de Macapá, emissora que já havia contado com seu concurso antes da instalação da televisão em Macapá.

A dupla formada por ele e pelo Osmar Melo fazia a alegria de muitos e causava raiva aos adversários políticos do então governador Annibal Barcellos. Hermínio Gurgel comandava o programa e Osmar Melo fazia as reportagens. Ambos já faleceram, mas deixaram muita saudade” – professor Nilson Montoril.

Foto: Blog Porta Retrato

Não conheci pessoalmente Hermínio Gurgel, falecido em 1994. Já Osmar Melo, que partiu em 2007, era amigo do meu pai, Zé Penha, e do meu tio, Itacimar Simões.

Todos eles já viraram saudades.

E como eram bons aqueles tempos.

É como diz o poeta: “Haja hoje para tanto ontem”.

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

**Republicado hoje por ser Dia Mundial do Rádio.

Fortaleza de São José recebe investimento de R$ 30 milhões para restauração e requalificação do patrimônio

Foto: Richard Ribeiro

No ano em que completa 240 anos, a Fortaleza de São José de Macapá, localizada no Centro da capital, foi contemplada, na sexta-feira (4), com um projeto de revitalização, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado do Amapá (Gea), Banco Nacional do Desenvolvimento e a Associação Pró Cultura e Promoção das Artes (APPA). O projeto conta com mais de R$ 30 milhões em recursos.

A assinatura contou com a participação do governado do estado Waldez Góes, o presidente do BNDES Gustavo Montezano, o presidente da APPA, Felipe Xavier, o senador Davi Alcolumbre e o titular da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AP) Evandro Milhomem, que ratificou o comprometimento da pasta com a preservação da história e dos patrimônios do Amapá.

Foto: Irineu Ribeiro

“A iniciativa do governo é fundamental para assegurar a importância histórica da Fortaleza. O monumento representa todo um povo e, assim como em outros trabalhos, a Secult não medirá esforços para preservá-lo”, falou o secretário.

O projeto também foi incluído no Programa Resgatando a História, lançado pelo Banco em 2021 para a captação de recursos da iniciativa privada. O trabalho será executado pela APPA. Estão previstas obras de recuperação das estruturas e construções da Fortaleza, até a adaptação de espaços para atrair empreendimentos como restaurantes, além da revitalização do paisagismo.

Foto: Irineu Ribeiro

A agenda da iniciativa é firmar novas parcerias, como protocolo de intenções para execução do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) de Resíduos Sólidos e o Contrato para Revitalização da Fortaleza de São José de Macapá.

Fortaleza de São José

Foto: Manoel Raimundo Fonseca

É a maior fortificação construída pelos portugueses na América do Sul durante o período colonial, entre 1764 e 1782 para proteger as fronteiras do Cabo Norte, como era conhecido à época o território que viria a ser o Amapá.

Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na década de 50 e foi indicada para receber a outorga do título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Foi reconhecida como uma das “Sete Maravilhas do Brasil”, concurso promovido pela Revista Caras e Banco HSBC em 2008, a Fortaleza de São José é um dos 19 monumentos históricos de defesa do sistema colonial e imperial implantado no território brasileiro, que garantiram a definição das fronteiras marítimas e fluviais do Brasil, integrantes do “Conjunto de Fortificações Brasileiras”.