Poema de agora: Brincando de poesia – @KiaraGuedes

Brincando de poesia

porque eu vivo descalça
brincando o tempo todo
ao lado da imaginação
faço cabeças rimarem ventos
com pensamento,
resolveram me dar um nome
um nome e até um dia
quem diria!

e mesmo obediente
de algumas regras, tento escapar
fujo por exemplo
de ser enquadrada a correntes
digo a minha vózinha literatura
que disso continuo descrente

e como sou criança
pra pular pra fora das cabeças
peço sempre autorização
da minha mãezinha
a senhora Inspiração

mas agora, dêem-me licença
vou me embora
Hoje é meu dia
vou brincar de ser
ser Poesia.

(Kiara Guedes)

Crianças recitam poemas de grandes autores em espetáculo teatral no Amapá

Objetivo do espetáculo é incentivar a leitura entre crianças e adolescentes (Foto: Hayam Chandra/Arquivo Pessoal)

Por Carlos Alberto Jr

Poemas de Vinícius de Morais, Cecília Meireles, Mário Quintana e outros grandes escritores da literatura brasileira serão recitados por cinco crianças em um espetáculo que une arte e brincadeiras infantis. A peça teatral “Grandes Poemas em Boca Miúda”, acontece na sexta-feira (13), a partir das 15h, no Museu Sacaca, em Macapá. A programação é gratuita.

Com caráter lúdico, o espetáculo organizado pelo grupo de poesia Boca Miúda, tem como objetivo valorizar a leitura entre crianças e adolescentes. Para isso, os autores escolhidos foram aqueles que fizeram versos para os pequenos.

“Nossa literatura tem grandes nomes e versos, mas decidimos selecionar poemas que dialogam com o público infanto-juvenil. Assim eles vão encarar a leitura como algo mais agradável”, explicou Hayan Chandra, diretora do espetáculo.

Além da poesia, haverá brincadeiras e cantigas de roda, tudo para deixar o ambiente mais lúdico e confortável para as crianças. A atividade é uma extensão da programação do Museu Sacaca voltada para o Dia das Crianças, data celebrada na quinta-feira (12).

Serviço

Espetáculo “Grandes Poemas em Boca Miúda”
Data: 13 de outubro (sexta-feira)
Hora: 15h
Local: Museu Sacaca (Av. Feliciano Coelho, bairro Trem)
Entrada: franca

Fonte: G1 Amapá

Poema de agora: Memorial Macapá-Santana (1989-1990) – @juliomiragaia

Memorial Macapá-Santana (1989-1990)

I
Trapiche,
Madeira
Maré alta,
Vento regresso.

Museu das chuvas
Que adentrei.

Artéria.

Atas secretas.

Ossificação das águas.
Água-solidão.

Asa de extintos astros.

Tambor de coração:
Voador, pretérito.
E não identificado.

Memorial do fruto
Migratório,
Pedras e ventos
Na mochila.

Usuário das asas da chuva.
Cinzeiros de quase minério.

Estrada de ferro,
Borboletas,

O cajueiro
Na direção
Do Equador.

As linhas frias,
Afônica memória

Da velha morada de madeira.

II
O porto
E os ombros
De dejeto
Da cidade,

Correm
Na velocidade
Do barro.

O galo ossifica o dia
Com seu úmido DNA
De dezembro.

Desabrocham
Nesse tempo,
Do íntimo jardim,
Caminhadas
E árvores utópicas.

Júlio Miragaia

Segundo Luau na Samaúma atinge seu objetivo e é prestigiado por famílias de Macapá

Em parceria, o Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP) e a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) promoveram, nesta sexta-feira (6), o segundo Luau na Samaúma. O evento atingiu o objetivo de promover entretenimento e lazer com segurança para a família amapaense e teve ampla aceitação popular.

A segunda edição do evento foi marcada por música, exposições artísticas, artesanato e comidas típicas. Logo no fim da tarde, a Banda de Música da Guarda Municipal de Macapá abriu o Luau com canções instrumentais muito bem ensaiadas. Por sua vez, Joca Monteiro agradou as crianças e adultos com sua contação de histórias, onde contextualiza a crendice amazônica, o folclore nortista, tradições locais e a memória amapaense.

Em seguida os amantes de poesia curtiram declamações feitas por membros da Associação Literária dos Escritores do Amapá (ALIEAP).

O Coral do MP executou canções religiosas por conta do período que antecede o Círio de Nazaré e emocionou os presentes. A festa foi fechada com grande show de Samba de Raiz. O grupo Os Moreiras tocaram sambas clássicos e de enredo, o que levantou o público.

O segundo Luau contou ainda com exposição de carros antigos, comidas típicas, food trucks, exposições artísticas realizadas pelas galerias ArteAmazon e Samaúma. O evento teve comercialização de livros, artesanatos e discos de vinil, o que agradou bastante a população, que teve a oportunidade de se divertir e adquirir uma lembrança da festa.

O prefeito de Macapá, Clécio Luís, se disse feliz com a realização do Luau e a participação da sociedade. “Essa parceria com o MP-AP possibilitou essa festa. Queremos que outras instituições abracem essa ideia e possamos promover eventos assim por toda a Macapá”, frisou.

O funcionário público Luiz Carlos, de 63 anos, elogiou a promoção do evento. “Macapá precisa de eventos assim, espero que este projeto seja duradouro, pois estou com minha esposa e parentes e estamos adorando o Luau. Viemos no primeiro, neste, e viremos nos próximos. Parabéns ao MP-AP e Prefeitura pela iniciativa”, destacou.

O procurador-geral de Justiça, Márcio Alves, participou da festa e destacou a satisfação com o sucesso deste segundo Luau a exemplo da primeira edição do evento.

“Estávamos em dúvida sobre a participação popular, pois estamos às vésperas do Círio de Nazaré, mas a sociedade mais uma vez se fez presente e aproveitou as atrações. É isso que queremos, fazer uma programação segura e multicultural para a população. Além de aproximar o cidadão do MP-AP, criamos uma nova opção de lazer para as famílias. Faremos mais dois Luais até dezembro, quando encerraremos com uma Cantata. Daremos uma pausa no período das chuvas e retomaremos este lindo projeto em julho ou agosto de 2018”, salientou o PGJ.

SERVIÇO:

Elton Tavares e Rafaela Bitencout
Fotos: Natália Rodrigues, Gilvana Santos, Kise Machado e Elton Tavares.
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Estado do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Poema de agora: Reminiscências (Jaci Rocha)

Reminiscências

Penso em ti
Não como o viajante que perdeu a viagem
Mas sim como um trem de rápida voltagem
Miragem, paisagem,
Tempestade de uns 1000 dias
No meu tempo singelo.

E daquela aventura de ser
Inteiramente corpo e emoção
Trouxe o coração molhado de afeto
Uns olhos marejados e inquietos
E uma alma marcada de paixão.

Depois,

Descobri no espelho a força de ser e sentir
E não guardei nada que não fosse bom
Aprendi as cores do meu próprio universo
Aceitei meus avessos e versos
Encontrei com a paz,

Em meio ao furação.

Jaci Rocha

Poema de agora: Recado (@cantigadeninar )

Recado

Humildade é dom que poucos possuem;
Antipatia é desnecessária, mas muitos assumem.
E a maioria dos que se julgam estrelas
Nem são a última Coca-Cola gelada do deserto:
São encontrados no minibox que estiver mais perto.
Não passam de glitter de qualquer papelaria,
Perdidos entre artigos baratos e velharias,
Entre promoções de queima de estoque.
Você não é tudo isso: se toque!
Lamento informar essa notícia de choque:

Ainda há várias bolachinhas restantes no pacote.

Lara Utzig

Poema de agora: NOTURNO – Obdias Araújo

NOTURNO

Sou um poeta
Solitário e triste.
Um vate macambuzio
Um menestrel repleno
De dor e de amargura.
No meu jardim
As flores já não cantam
E os pintassilgos
De celofane multicor
Olvidaram-me o florir.

Mas meu derradeiro poema
Ainda traz em si
A majestade sublime
Das pedras.

Obdias Araújo

Poema de agora: 30 de Setembro (Jaci Rocha)

Foto: Gilvana Santos

30 de Setembro

Vem, amor!
Beber a liquidez do dia
Seguir o rastro encantado de fogo
das borboletas amarelas!

Viver o sol de Setembro
– Que cai
Enquanto a tarde vai
enfeitada de nós dois…

O vento espalha o equinócio
Luz alaranjada!
E emana o néctar
da maré adocicada

( A natureza viva
Dança
Sob o dia tropical…)

Vamos assoprar o sol
E acender a lua
Brincar com o agora
Tomar um porre

de Amazonas!

Jaci Rocha

*Originalmente publicado no blog A Lua não dorme.

Poema de agora: ANFITEATRO DE SOMBRAS (Marven Junius Franklin)

CANDIDO PORTINARI, Retirantes (Retirantes), 1944 Óleo s/ tela 190 x 180 cm. Col. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand São Paulo, Brasil

ANFITEATRO DE SOMBRAS

Sobre a cabeça
Mégatonnes de incertezas [vozes crepusculares que jazem em
Meu jardim de girassóis petrificados]
Urros equidistantes
A fazer assombradas as esquinas
Desalumiadas de Oiapoque
Punhais de injustiça dilacerando
A carne puída do aldeão [cantos de guerra
Que se ouve em aldeias equidistantes]
Ah, marasmos e luas mortas
Valas comuns de incertezas [sorrisos amarelados de saltimbancos tristonhos]
Oh, maldita sensação de morte
Essa que amanhece comigo
Quando os primeiros raios de sol
Adentram sem cerimônia meu anfiteatro de sombras!

Marven Junius Franklin.

Poema de agora: AROMA DE TEMPO PARADO (Marven Junius Franklin)

Fotografia surreal de Josephine Cadin.

 

AROMA DE TEMPO PARADO

ah, insensato desejo!
esse que emana e parte
oscilando como maré
em rios de incertezas
(que ao fim do dia
deixa no ar o aroma
de tempo parado)
ah, insensato desejo!
esse que arde e esfria
correndo em extrema vibração
pelos cabos de eletricidade
(que ao meio dia
deixa rastro
no asfalto quente)
esse desejo
que experimenta
porres homéricos
em bares de fim de mundo

Marven Junius Franklin

Poetas Azuis neste sábado (23), no Macapá Shopping

A poesia musical dos Poetas Azuis chega sábado, 23, no Macapá Shopping. O grupo apresenta o Recital do Abraço, show que estreou em abril e desde então vem circulando pela capital amapaense.

No repertório, poemas autorais e de poetas consagrados como Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana. A Apresentação esta marcada para começar às 19h, no piso L2. Está é a primeira vez que o grupo leva um show completo para dentro de um shopping. “As expectativas são as melhoras em relação poder alcançar um novo público com a nossa poesia”, desta Pedro Stkls.

Poetas Azuis é o nome do grupo lítero-musical de Macapá (AP), criado pelos poetas Pedro S. e Thiago Soeiro em parceria com o produtor musical Igor de Oliveira. Lançado oficialmente em 15 de junho de 2012, com a participação especial da atriz e declamadora Elisete Jardim.

Saiba mais:
Site: http://poetasazuis.com
Instagram: @poetasazuis
Facebook facebook.com/poetasazuis
E-mail: [email protected]

Poema de agora: Elogio da ciranda de você (@juliomiragaia )

Elogio da ciranda de você

O céu desmoronava
Num terremoto solar
Na manhã forte e seca
De setembro

Como se abrisse um livro
E aprendesse a ler
Naquele instante
Sorri para o horizonte

A mata seca e os frutos
Guardavam consigo
Horas e ventos
De anos inteiros

E desenhava em cada
Pensamento
Sentimentos indecifráveis
De águas e cirandas encantadas

Júlio Miragaia