Com telão para torcedores na orla, Guarda Municipal prepara esquema de segurança

A segurança da orla da cidade será reforçada pela Guarda Civil Municipal de Macapá (GCMM) e Polícia Militar neste sábado, 23. O reforço se deve à instalação de um grande telão para os torcedores acompanharem a final da Libertadores entre Flamengo e River Plate, que acontecerá às 17h, em Lima, no Peru.

O telão será colocado na bifurcação entre as ruas Binga Uchôa e Azarias da Costa Neto, no Centro, bem na esquina da praça Izaac Zagury. A estrutura será montada já nesta sexta-feira, 22. “São esperados mais de 3 mil torcedores. Por isso, montamos um esquema de segurança que inclui nossa unidade móvel de videomonitoramento e um trabalho em conjunto de guarnições a pé e motorizadas da PM e GCMM”, destacou o subcomandante da Guarda, inspetor Delcival Camarão.

Serão 50 guardas municipais e mais de 25 militares que farão um trabalho de policiamento preventivo e ostensivo. A unidade móvel da Guarda será instalada em frente ao Macapá Hotel, onde funcionará o posto fixo, das 16h às 21h. A partir das 12h até as 22h, o trânsito será bloqueado no perímetro do hotel até o prédio da OAB/AP. Além disso, a Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac) dará apoio no trânsito no perímetro.

Cássia Lima
Assessora de comunicação/GCMM

O último voo do Pavão – Crônica porreta de Fernando Canto sobre a história do homem do marabaixo

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Mestre Pavão – Foto: Chico Terra

Por Fernando Canto

Na segunda-feira, 11 de maio de 2009, o mestre Pavão bateu suas belas asas para nunca mais.

O homem do marabaixo partiu para encontrar-se com seus ancestrais, os mesmos que lhe ensinaram a tocar tão bem a caixa, o tambor que anunciava bons augúrios nas pavãotardes do Laguinho. Com ele Pavão comunicava a seus pares, os agentes populares do sagrado, que a festa do Divino e da Santíssima Trindade já tinha início. E todo um ritual deveria ser obedecido, desde o Domingo da Aleluia, passando pelos preparativos da seleção dos mastros nas matas do Curiaú, até a sua derrubada e escolha dos próximos festeiros no Domingo do Senhor. Com ele se foi um arcabouço cultural de grande valia para a memória do nosso patrimônio imaterial. Foi-se também a sabedoria dos que fazem acontecer as manifestações mais legítimas do povo. E restou apenas o espanto dos que ficaram. Doente, não mais participava ativamente dos eventos do marabaixo como nos velhos tempos, mas sempre dava um jeito de ir em sua cadeira de rodas aos mais importantes, para ouvir o rufar das caixas e ver as saias da negras velhas rodarem sob o ritmo intenso oriundo de além-mar.

pav3Pavão levava muito a sério o que fazia no marabaixo. Até brigava por ele. Seu amor pelo folclore certamente foi herdado do avô Julião Ramos, o grande líder negro, que na época da implantação do Território Federal do Amapá disseminou o ritmo e a dança para todo o Brasil. No domingo, véspera da sua morte, sua filha Ana perguntou-lhe se ia ao marabaixo do Dia das Mães na casa da Naíra – uma das festeiras desse ano no bairro do Laguinho. Ele disse que não ia porque estava indisposto, mas mandou todo o pessoal de sua casa para lá, pedindo que não deixassem a ”cultura morrer”. Mal sabiam todos de sua casa que a cultura do marabaixo, nele impregnada, estava morrendo um pouquinho com ele.

pav2Justo que consideramos a memória como o deciframento do que somos à luz do que não somos mais, a morte é o abismo que tudo leva e engole inclusive o segredo da identidade, aquilo que nos pertence social e culturalmente. Posto isto, quantas conversas não foram abruptamente cortadas numa gravação para um trabalho de conclusão de curso dessas tantas faculdades da capital? Assim sendo, o que restou de seus depoimentos, desse depósito memorial tão importante para que se analise o marabaixo? Ora, sabe lá quantos pesquisadores egoístas guardam suas fitas encarunchadas e vídeos empoeirados que nunca vão se abrir para ninguém?

Mestre Pavão a todos respondia com a maior paciência, paciência esta que aprendeu a ter com a doença intratável que lhe fez perder uma perna. Mestre Pavão dava a todos o seu conhecimento vívido e vivido intensamente em setenta e dois anos de repetição ritualística que a sua memória avivava e exprimia no vai-e-vem dos olhos.pav1

Aqui peço licença poética ao escritor moçambicano Mia Couto que escreveu o “Último Voo do Flamingo”, para parafraseá-lo, dizendo que o nosso pavão alçou seu último voo na tarde amena de maio. Um voo curto,é certo, porque pavões não voam quase nada, mas são aves do paraíso por excelência. Sua luxuriante plumagem em profusão de dourados, verdes e azuis à luz do sol reflete uma miríade de cores, onde o vermelho e o branco parecem estar presentes como se preparando para um desfile da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, a escola do coração do mestre. Convém lembrar aqui que o simbolismo do pavão carrega as qualidades de incorruptibilidade, imortalidade, beleza e glória, que por sua vez se baseia em outro aspecto além destes: a ave é predadora natural da serpente, e em certas partes do mundo, mesmo seu aspecto maravilhoso é creditado ao fato da ave transmutar espontaneamente os venenos que absorve do réptil. Este simbolismo de triunfo sobre a morte e capacidade de regeneração, liga ainda o animal ao elemento fogo.pav4

Fogo, sim, do marabaixo quente, do “Caldeirão do Pavão” com seu caldo revitalizador do carnaval que tanto o mestre amava e por isso se enfeitava nos áureos tempos dos desfiles da FAB. Vai em paz, Pavão, tua plumagem tem cem olhos para vigiar o que deixaste entre nós.

(*) Publicado No livro “Adoradores do Sol”, de Fernando Canto. Scortecci, São paulo, 2010. Minha homenagem a um dos mais importantes divulgadores do Marabaixo.

*Fotos encontradas nos sites do Chico Terra; Rostan Martins; Memorial Amapá (Neca Machado); Tribuna Amapaense e Federação Folclórica do Amapá e jornalista Mariléia Maciel. 

Operação Stone: PF combate comércio ilegal de armas de fogo no Amapá

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19/11) a terceira fase da Operação Stone, que visa coibir o comércio ilegal de armas e munições no estado do Amapá.

Cerca de 40 Policiais Federais dão cumprimento a dois mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão, nos municípios de Macapá/AP, Santana/AP e Serra do Navio/AP. Na capital, as ações concentram-se nos bairros do Laguinho, Renascer, Infraero e Araxá.

A investigação visa desarticular o grupo criminoso que atua na comercialização de armas de fogo de grosso calibre nesta capital, utilizando-se de redes sociais para oferecimento dos armamentos e munições.

A ação é um desdobramento das operações deflagradas no ano de 2018, quando foram cumpridos mandados de busca e foram apreendidas armas, drogas, balança de precisão e petrechos para o tráfico.

Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, comércio de arma de fogo e associação criminosa. Se condenados, poderão cumprir pena de até 17 anos de reclusão.

Comunicação Social da Polícia Federal no Amapá
[email protected] | www.pf.gov.br
(96) 3213-7500

Banca Rios Beer Cervejaria, o melhor local para sua confraternização de fim de ano

Final de ano chegando e a Banca Rios Beer, loja especializada em cervejas especiais, é o espaço propício para sua confraternização de final de ano. A cervejaria reúne o que há de melhor que existe quando o assunto é cerveja e em um ambiente intimista, aconchegante e descolado.

Reúna seu grupo e reserve um curso de introdução ao Universo Cervejeiro na Banca Rio’s beer. Conheça a história, os estilos, as harmonizações, e mergulhe nesse mundo de possibilidades que é a queridinha do Brasil, a nossa cerveja.

O mestre-cervejeiro à frente da casa é Igor Maneschy, com passagem pelas melhores escolas cervejeiras em São Paulo; especialista em estilos e harmonizações e mestre cervejeiro com formação pela Brauakademie. Inclusive, já ministrou vários cursos sobre a fabricação de cerveja artesanal em Macapá. Ele manja muito!

No cardápio, porções de petiscos deliciosos e bem elaborados por Austy Maneschy, cozinheiro de mão cheia. Ele é o cara que inovou com os tira-gostos refinados, novidade na Banca Rios Beer. Ou seja, é quem dá um toque todo especial nos quitutes e harmonizações.

Enfim, cerveja boa é pra apreciar em um bom lugar. E a Banca Rios Beer já virou referência de diversidade do produto, alem de oferecer conforto e excelente atendimento. Consulte agenda e feche uma data.

Serviço:

Banca Rios Beer
Horário de funcionamento: de 18h às 24h.
Endereço: na Avenida Henrique Galúcio, nº 1644.

Mais Informações:

Igor Maneschy: 96 98117-8839
Austy Maneschy: 91 98509- 2293
Instagram: @bancariosbeer
Facebook: https://www.facebook.com/bancariosbeer/?fref=ts

Elton Tavares

Música de agora: Up The Bracket (Em Cima do Colchete) – The Libertines

Up The Bracket (Em Cima do Colchete) – The Libertines

Eu vi dois homens obscuros na Estrada de Vallance
Eles disseram que me pagariam pelo seu endereço, oh eu fui tão destemido

Eu disse, você vê estes dois dedos frios
Estes dedos dobrados que eu mostro?
Um modo de dizer não

Bem eles não gostaram disso, eu posso te afirmar
Eles disseram: Querido, eu não queria estar no seu lugar

E eles me perseguiram por três lances de escadas
Me pegaram no elevador e como eu suspirei e disse
Olá, porque você é impossível

Mas é como se ele estivesse em outro mundo
Ele não vê o perigo se mostrando
Ele vai acabar como Joseph ensanguentado em um buraco

E é como ela estivesse em outro mundo
Como eles se merecem, oh
Mas você nunca chega perto
É impossível

Vi os mesmos dois homens na estrada de Cally
Eles disseram que dobrariam a oferta, eu fui tão destemido

Ao dizer ” Você vê estes dois dedos frios
Estes dedos dobrados que eu mostro?
Um modo de dizer não “

Mas é como se ele estivesse em outro mundo
Ele não vê o perigo se mostrando
Ele vai acabar como Joseph ensanguentado em um buraco

E é como ela estivesse em outro mundo
Como eles se merecem, oh
Mas você nunca chega perto
Não se pode parar

Mas é como se fosse um outro mundo
Como eles se merecem, oh
Mas você nunca chega perto
É perto demais!

Flip – Conto de Luiz Jorge Ferreira

Conto de Luiz Jorge Ferreira

Jesus não foi porque estava com catapora. Eu, Elzimar, fui. Fui arrastando o chinelo surrado cheio de calo dos meus calos. Saí pela porta como se fosse para o fim do mundo e eu ia só noutro povoado visitar nossa avó. Desci os degraus de terra batida. E pensei que hoje ia demorar mais de meia hora. E eu ia perder a hora do almoço.

A mesma lombrigueira roncando na barriga. Acima o sol tímido. Abaixo os toquinhos de capim furando e ferindo. O nosso cachorro me seguiu até a curva das grandes Oliveiras.

Depois se distraiu e começou a correr em círculos perseguindo a cauda. Eu chorei um pouco, por ir sem companhia. Mas lá adiante eu é que me distraí jogando pedras em uns pássaros pretos e correndo como se fosse alcançá-los e mais tarde corri para esconder-me de uma pancada rápida de chuva. Chuva de verão.

Tinha 10 anos. Jesus tinha nove. Semana que vem, vamos visitar o templo. Abaixei-me, enchi a mão de terra que atirei para cima para vê-la se espalhar com a lufada do vento que soprava trazendo um cheiro de camelo. Tenho saudade de quando morávamos à beira do mar aonde colecionávamos conchas, aonde costumávamos passar horas ouvindo o mar falar conosco. Ele traduzia o que o mar dizia. Coisas como: “Estou com frio. Estou muito azul hoje”.

Adorava quando o primo chamava para que nos acariciássemos. As pequenas baleias que vinham até próximo à praia e se ele chegasse perto elas queriam lamber-lhes os pés. Havia também as tartarugas que se arrastavam até a areia para nos carregar e apostávamos corridas sobre elas ou íamos a passeio pelo mar e as ondas nos faziam voltar e caprichosamente desenhavam na areia nossos rostos.

Por diversas vezes o vira andar sobre o mar, correndo com as sandálias na mão. Desviando-se, os peixes pulavam por sobre meus ombros. Ou as algas que se prendiam nos seus pés como a adorná-los.

Dissipei meus pensamentos e comecei a descer a ravina em direção à escada de pedra que rodeava o pequeno desfiladeiro. Bastava atravessa-lo e já se avista a casa de vovó. Caso ele tivesse vindo com certeza estalaria os dedos e um par de águias nos içaria, e nos transportaria para o outro lado, poupando esta marcha cansativa por esta escada escorregadia esculpida nas pedras da rocha.

A mãe dele, minha tia, já o proibira de fazer estas coisas na frente das pessoas, mesmo escondido. Pois alguém poderia ver. Vovó também dizia: “Não, Não deve usar esta sua facilidade de lidar com as coisas para tornar menos difíceis suas tarefas. Quando está com sede, não deve fazer brotar água das pedras, quando está enfadado, não deve caminhar dormindo. Nem olhar o que vai acontecer daqui a alguns dias, por simples curiosidade, apenas fechando os olhos e se concentrando, E está terminantemente proibido de fazer reviver pássaros, cães, gatos, ou outros animais mortos, com peninha deles.”

“Isso – dizia ela – não é normal que as pessoas façam. E pare de voar para cima das árvores para apanhar os frutos mais maduros. E se eu ou sua mão ou seu primo ficarmos doentes ou nos ferirmos em alguma ocasião, não nos toque para nos curar, nem nos cicatrize”. Eu pensei porque eu não sei fazer isto. Somos primos. Embora algumas vezes tenha pedido para ele me ensinar. E ele tentasse. Certa ocasião me pôs a mexer as mãos para cima e para baixo sobre um corvo morto e em dois dias nada aconteceu.

Esculpiu uma vara de bambu e suado se abraçou com ela e me deu para que tocasse com força nas pedras e nada de brotar água. Mandou que eu passasse saliva como tantas vezes o fizera sobre uma borboleta e ela não ressuscitou. E dizia: “Pensa… pensa… pensa… pensa forte”. E eu pensava tanto que ficava com dor de cabeça e nada. No dia que tentei voar para cima de uma videira, e olha que era baixa, foi uma queda só. Não, primo. Desisto, eu disse. Não sei como você faz, vejo que é simples, não tem nem palavra mágica.

Então é isto. Abraçou-me sorrindo. Falta uma palavra mágica para você, primo. E se a gente inventar uma. Qual? Indaguei. Flip. Ele falou Flip. E eu, de repente, estava com um pé só em cima da videira. Titia nos viu e nos deu umas palmadas. Está proibido, terminantemente, de fazer qualquer uma das coisas que lhe proibi. Falou rispidamente. Inclusive com Elzimar, apontando para mim e dirigindo-se a ele. Até que fique um homem senhor da sua vida. Nem mesmo se curar pode, ouviu!

Ele a olhou em silêncio, com os olhos marejados. Vovó, quando me viu chegar sozinho, com cara de tristeza, suado, faminto, todo coberto de pó, perguntou-me: “Veio só?”. Vim – respondi. Jesus não veio. Jesus está com catapora.

* Do livro de Contos “Antena de Arame” – 2° Edição 2017 – Rumo Editorial. São Paulo. Brasil.

Frases, contos e histórias do Cleomar (Parte VI)

Tenho dito aqui, desde fevereiro de 2018, que meu amigo Cleomar Almeida é cômico no Facebook (e na vida). Ele, que é um competente engenheiro, é também a pavulagem, gentebonisse, presepada e boçalidade em pessoa, como poucos que conheço. Um maluco divertido, inteligente, gaiato, espirituoso e de bem com a vida. Dono de célebres frases como “ajeitando, todo mundo se dá bem” e do “ei!” mais conhecido dos botecos da cidade, além de inventor do “PRI” (Plano de Recuperação da Imagem), quando você tá queimado. Quem conhece, sabe. Na mesma linha da PRIMEIRA, SEGUNDA, TERCEIRA, QUARTA e QUINTA edições sobre seus papos no Facebook, mais uma vez selecionei alguns de seus relatos hilários na referida rede social.

Boa leitura (e risos):

Concessão

Se fecharem a Globo, sobra o quê, SBT, Record e Manchete. Não tenho condições de assistir Maria do Bairro e Ratinho no mesmo dia.

Chuva em novembro

Não se animem, isso não é chuva, é só um morisco.

Catita

Pior que encontrar uma catita no feijão é encontrar só metade dela. É-gu-a.

Paquera das antigas

Point dos melhores “tochas” das décadas de 80 e 90. Galera estacionava melhor do que se tivesse câmera de ré, tudo organizado, sem bagunça, cada um na sua, vez ou outra se baixava o vidro pra respirar ou jogar algo fora. Depois era só atravessar a rua, estacionar ao lado da Fubica do Neves, tomar duas latinhas e ir feliz da vida pra casa. Êh saudade!

Calor de Macapá

Acho que a gente tem que olhar as coisas de forma positiva sempre, tipo, esse calor infernal de Macapá já serve como um preparatório pra o Juízo Final. Quando chegarmos lá, e observem que eu disse “chegarmos”, já que tenho certeza que encontrarei lá muitos de vcs meus caros amigos, tiraremos isso de letra. Tamo junto!

Polêmicas do Bozo

O povo pode reclamar do que quiser deste governo, menos de monotonia.

Brasil

Se o Brasil fosse no Japão, a gente já tava extinto. É bomba nuclear, tsunami, tufão. Brasileiro não se livra nem de dengue.

Luvas

Neguinho, se tivesse que inseminar uma vaca talvez não usasse luva, mas na hora de comer aquele hambúrguer gourmet já não come sem uma, isso sem falar no suco com leite no pote de palmito. Negócio tá ficando muito frescalhado, vou te contar!

Pra viagem

Morar em Macapá é ir num restaurante e se tu não deu conta de comer tudo, é de lei chamar o garçom e mandar embalar pra viagem sem nenhum constrangimento. Eu carrego mesmo!

Calor II

Hoje, vendo essa molecada andando de moleton nesse calor infernal, eu me lembrei que eu ia pra tertúlia do Babilônia com duas camisas. Também já fui aru.

Conselho Tutelar

Só de olho aqui, neguinho não cuida direito dos próprios filhos, pedindo voto pra ser Conselheiro Tutelar, te manca!

Prudência

Antes de descer da árvore que te deu abrigo, é bom verificar se vai dar pra subir de novo caso algo dê errado lá embaixo. Isso serve pra árvores, empregos, relacionamentos, festas open bar… Tem umas “paragem” que depois que se sai é complicado o retorno, isso quando já não tem outro no lugar da gente.

Ressaca divina

E nos primórdios, na luta entre o bem e o mal, eis que o Capeta diz: Inventarei a bebida.
Deus, do alto de sua sapiência lhe responde: Pois eu, inventarei a ressaca.
Em verdade eu vos digo, a ressaca veio pra disciplinar, Obrigado Senhor!

Loteria e pavulagem

Vai entender! Hoje, que a premiação máxima nas lotéricas era de 11 milhões não tinha ninguém apostando, o povo só quer de 120 milhões pra cima, quando tem que passar 3 horas na fila, nesse calor de lascar. Eu, como sou de hábitos simples e costumes baratos, até o Amapacap já me deixaria feliz.

Macapá

As vezes acho que Macapá é uma LOST da vida real, tipo, a gente já levou o farelo, só que ainda não sabe, aí fica só pagando penitência, tentando sair daqui. O avião não enguiçou mas a passagem é o preço de um rim, os Outros são a bandidagem tentando ferrar a gente o tempo todo, nossos políticos são a Iniciativa Dharma e nós, perdidos, sofrendo nesse calor da porra, achando que ainda vamos nos salvar.

Poema de agora: Ode à Ismália – (@cantigadeninar)

Ode à Ismália

Se Ismália pode enlouquecer
Também tenho o direito de pirar
Em todas as torres me aprisionar
E assim, por causa de amor, morrer!

Quando então, vier o anoitecer,
Na lua do mar quero afundar,
À lua do céu quero me elevar
Para ver se lá feliz posso ser.

Se por muitas vezes devaneio
É porque me inspira Ismália…
Para quê imprimir falso freio?

Um destino melhor? Pois eu creio
Mesmo com infinita represália!
Para que viver nesse podre meio?

Lara Utzig

Poema de agora: MÚSICA – Pat Andrade

MÚSICA

a música transborda
vai além das cordas
escorre pelos metais
migra do sopro
para além do corpo
devora acordes
em percussão
vem do ouvido
como canção


desliza quente
para os quadris
vem rolando até os pés
subverte percursos
e inverte caminhos
vai fazer festa no coração

Pat Andrade

No bairro Pedrinhas, passarela Marisol recebe serviço de revitalização

Nesta terça-feira, 5, a Prefeitura de Macapá fez a revitalização da passarela Marisol, localizada no bairro Pedrinhas. A obra está sendo executada por meio de emenda parlamentar do senador Randolfe Rodrigues, que beneficiará passarelas em quatro bairros da zona sul da capital.

A dona de casa Raimunda Alves, 80 anos, mora há 30 anos no local. A aposentada acompanhou a obra sentada em frente à sua casa. “Sou uma das primeiras moradoras daqui. Nós fizemos a ponte, mas já estava velha, muito quebrada, eu mal saía de casa. Mas, agora, está bonita. Agradeço a Deus, ao prefeito e ao senador Randolfe por olharem por nós. Agora, é só alegria”, relatou.

A revitalização da passarela Marisol beneficiou mais de 30 famílias. Nesta quarta-feira, 6, a equipe iniciará a revitalização da passarela Beco da Saudade, também localizada no bairro Pedrinhas.

“O trabalho na Marisol foi iniciado e concluído nesta terça. Serão vinte e duas pontes beneficiadas, todas em estado crítico estrutural. O período do verão auxilia na agilidade, já que as áreas de ressaca não estão com grande volume de água”, declarou o secretário de Obras de Macapá, David Covre.

Aline Brito
Assessora de comunicação/Semob
Contato: 98803-9633

Abertas inscrições para o II Simpósio de Desenvolvimento Regional da Unifap

O Programa de Pós-graduação / Mestrado em Desenvolvimento Regional (PPG/MDR), da Universidade Federal do Amapá (Unifap), realiza, no dia 14 de novembro, o II Simpósio de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Unifap: Interfaces do desenvolvimento regional na Amazônia. As inscrições para o evento iniciam nesta segunda-feira, 21, exclusivamente on-line, no link http://zw569.qr.ai.

O Simpósio ocorrerá no campus Marco Zero do Equador, em Macapá (AP), e tem como objetivo promover e estimular a construção e divulgação do conhecimento científico e suas interfaces sobre o desenvolvimento regional na Amazônia. A programação contará com palestras, mesas e apresentação de trabalhos. Os participantes receberão certificados (8h).

A abertura do evento será às 9h30, com a palestra “Ciência, tecnologia e desenvolvimento regional na Amazônia”. O palestrante e professor do Mestrado em Desenvolvimento Regional, Daniel Chaves, debaterá sobre inovação e uma agenda para formulação estratégica institucional para a área.

“Discutir Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Regional, no Simpósio do PPG/MDR, significa o vislumbrar público, amplo e coletivo do potencial da academia como engrenagem determinante para uma economia do conhecimento competitiva. Ou seja, ao entender que CT&I são forças-motrizes do conhecimento como valor, debatê-las estrategicamente à luz do desenvolvimento regional é um caminho que toda sociedade tomou um dia para ser mais desenvolvida”, avalia Daniel Chaves.

Submissão de trabalhos – A comissão organizadora do Simpósio receberá a inscrição de trabalhos até o dia 4 de novembro, pelo link http://zw569.qr.ai. A apresentação dos trabalhados selecionados será por meio de pôster e resumo (Caderno de Resumo/Anais), que deve ser enviado no ato da inscrição no evento.

Os pôsteres serão expostos durante a realização do evento. Cada inscrito poderá submeter apenas uma proposta de trabalho, sendo permitido uma coautoria. Todos os autores que assinam a comunicação deverão apresentar o trabalho no Simpósio e efetuar o pagamento da taxa de inscrição da modalidade.

Confira a programação do II Simpósio:

MANHÃ

8h – Credenciamento
9h15 – Abertura
9h40 – Palestra “CIÊNCIA, TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL NA AMAZÔNIA”
Palestrante: Prof. Dr. Daniel Santiago Chaves Ribeiro
10h45 – MESA 1: EMPREENDIMENTOS TERRITORIAIS E LOGÍSTICOS NA AMAZÔNIA
Debatedores:
Prof. Dr. Ricardo Angelo Pereira de Lima (PPGEO/Unifap)
Prof. Dr. Jondison Rodrigues (Pós-doutorando/PPGMDR/Unifap)
Prof. Dr. José Francisco Ferreira (PPGMDR/Unifap)

TARDE

14h – Apresentação dos Pôsteres
15h45 – MESA 2: ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO ESTADO DO AMAPÁ
Debatedores:
Prof. Msc. Charles Achcar Chelala (Unifap)
Prof. Dr. Jodival Maurício Costa (PPGMDR/Unifap)
Dra. Ana Margarida de Castro Euler (Embrapa)
17h15h – Palestra “O MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL NA UNIFAP: PERSPECTIVAS E DESAFIOS”
Palestrante: Prof. Dr. Antônio Sérgio Monteiro Filocreão (PPGMDR/Unifap)
18h – Encerramento
O II Simpósio de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional é uma realização do curso de Pós-graduação / Mestrado em Desenvolvimento Regional (PPG/MDR) da Unifap, com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Serviço

II Simpósio de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional: Interfaces do desenvolvimento regional na Amazônia
Dia 14 de novembro de 2019, no campus Marco do Equador (Rod. Juscelino Kubitschek, Km 02, bairro Jardim Marco Zero, Macapá-AP). Público alvo: acadêmicos de graduação e pós-graduação em Desenvolvimento Regional e áreas afins. Inscrições: de 21 de outubro a 13 de novembro, no link http://zw569.qr.ai. Taxas de inscrição: R$ 5 (ouvintes) e R$ 10 (apresentação de trabalhos). Informações: http://zw569.qr.ai e [email protected].

Texto: Divulgação

MP-AP abre X Encontro Nacional de Memoriais do MP

O Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP) abriu, nesta quinta-feira (31), na sede da Procuradoria-Geral de Justiça – Promotor Haroldo Franco, o X Encontro Nacional de Memoriais do MP. O evento, que encerrará nesta sexta-feira, 1° de novembro, visa apresentar e debater questões relacionadas à gestão cultural, com foco na defesa e na proteção do patrimônio histórico e documental da instituição, bem como trocar experiências sobre o trabalho de preservação da memória. O simpósio, realizado com o apoio da PGJ do MP-AP, conta com palestras de especialistas no assunto.

O encontro conta com a presença de representantes de Memoriais do Ministério Público nacional, integrantes do Ministério Público e representantes de Centros de Memória de todo país. Os trabalhos foram abertos pelo subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Administrativos e Institucionais do Ministério Público do Amapá (MP-AP), Nicolau Crispino, que representou a PGJ do MP-AP, Ivana Cei, e deu boas-vindas ao público.

“Em nome da procuradora-geral de Justiça do MP-AP, Ivana Cei, agradeço a presença de todos. Agradecemos também aos responsáveis por este evento, o procurador de Justiça Márcio Alves, capitaneador do resgate da história do Ministério Público do Amapá, ao promotor de Justiça, Ricardo Ferreira, presidente do Memorial e à Comissão envolvida na organização do encontro, e ainda, ao nosso secretário-geral do Ministério Público, promotor Paulo Celso, que deu o apoio necessário para a realização deste simpósio. Como também faço parte da Universidade Federal do Amapá (Unifap), tenho sido testemunha do estudo da história do Amapá e de sua importância local e nacional. Que todos aproveitemos esta oportunidade”, frisou Nicolau Crispino.

O presidente do Memorial do MP-AP, promotor de Justiça Ricardo José Ferreira, fez um breve histórico do trabalho de construção do setor no órgão ministerial amapaense, e enfatizou a importância de todas as instituições criarem e aparelharem seus centros de memória.

“Espero que este evento possa dar frutos e chamar a atenção, não só do Ministério Público, mas de outros órgãos também, para que possam fazer e manter a preservação do seu acervo, isso eu acho que é muito importante”, comentou o presidente.

O subprocurador-geral de Justiça Militar e presidente da Associação do Ministério Público Militar, António Pereira Duarte, enalteceu a realização do evento e parabenizou o MP-AP pelo Encontro.

“Com o trabalho que é executado no cotidiano de nossas atribuladas missões, não podemos deixar, e isso é um compromisso que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) assumiu, de uniformizar e de fomentar, em todo o Ministério Público Brasileiro, essa semente para que perseverem, não marginalizem o tema nos planejamentos estratégicos de cada instituição. Nossa expectativa é que o nosso país possa melhorar cada vez mais ao observar a sua história e sua trajetória ao longo do tempo. Portanto, parabenizo o MP-AP pela realização do Encontro”, salientou Antônio Duarte.

Palestras

A palestra de abertura, com o tema “A Prática da História Oral no Âmbito do Ministério Público”, foi proferida pelo pós-doutor em história oral, Gunter Axt, experiente na área de memória institucional.

A programação seguiu com explanação da Comissão de Execução do “Projeto Memorial do Ministério Público do Estado do Amapá”, formada pelas professoras doutoras da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Simone Almeida, Cecília Bastos e Daguinete Brito. Elas discorreram sobre todo o trabalho executado por meio de imagem, som, publicações e acervo documental.

No mesmo dia, na parte da tarde, o assessor de Estudos e Pesquisa Jurídica do MPF/PA, Lucivaldo Vasconcelos Barros, ministrou a palestra “Gestão documental e memória institucional do MPF: a experiência da Procuradoria da República no Estado do Pará”.

Na sequência, o coordenador do Memorial do Ministério Público do Paraná (MP/PR), Alexandre Galvão da Silva, palestrou com o tema “REConto – a memória do Ministério Público do Paraná contada por quem ajudou a construir sua história”.

O evento também contou com a apresentação musical de Zé Miguel, um dos ícones da música amapaense, e exposição de arte “Cores da Amazônia”, da Galeria ArtAmazon.

Visitas guiadas

Ainda durante a programação deste primeiro dia de encontro, os participantes fizeram uma visita guiada. Eles tiveram a oportunidade de conhecer a Fortaleza de São José de Macapá e a Casa do Artesão da capital amapaense.

Autoridades presentes

Estiveram presentes no evento o governador do Amapá em exercício, Jayme Nunes; procuradores e promotores de Justiça do MP-AP; o desembargador do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), Eduardo Contreras; o Comandante da Polícia Militar do Amapá (PM/AP), Coronel Paulo Matias; membros do MP de várias unidades do Brasil; servidores do órgão ministerial amapaense; historiadores e acadêmicos de História.

SERVIÇO:

Elton Tavares
*Contribuíram os fotógrafos Sal Lima e Márcia do Carmo.
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
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Sobre a palestra “O livro impresso e o livro digital na contemporaneidade, de Fernando Canto, ministrada ontem na Unifap

Ontem (30), durante a Semana do Livro da Universidade Federal do Amapá (Unifap), no auditório da Biblioteca da Unifap, o sociólogo, professor, Doutor, poeta e escritor, entre muitos outros talentos que o cara possui, ministrou a palestra “O livro impresso e o livro digital na contemporaneidade”.

Imortal membro da Academia Amapaense de Letras (AAL), e escritor “imparável, Fernando Canto possui 16 obras publicadas.

Nos textos abaixo quero fazer o contraponto sobre este assunto. O primeiro deles reflete o que eu pensava há cerca de dez anos (texto esse que foi publicado no meu blog “Canto da Amazônia” e em um jornal da local, em 2010) e o segundo surge me influenciando a aderir os livros digitais, mas sem pressão, afinal sou um escritor, um produtor de textos, e não um comerciante de produtos eletrônicos.

A título de orientação, causada pelo convite a uma palestra onde o livro impresso e o digital são os elementos principais, coloquei no segundo texto referências diversas que se encontram entre aspas, mas sem fonte, pois foi o pensamento de outros autores que me fizeram contextualizar o tema, por isso resolvi colocá-los aqui.

1. ADORADORES DO LIVRO IMPRESSO

Desde o surgimento dos computadores pessoais que ouço falar no fim do livro impresso. E já se vão anos.

Cientistas falam de um mundo novo, de substituição de tecnologias, e apontam como exemplo a revolução sem igual na história que foi a invenção do livro impresso por Gutenberg, pois antes disso só havia livros copiados, manuscritos que valiam fortunas.

Jornalistas e especialistas em C&T falam sobre o assunto, enfatizando a informação de que a revolução citada acima já acabou há cerca de 20 anos, “quando a internet começou a crescer para valer”, e que ela passaria uma borracha na história do papel impresso e começaria outra. Uma revista cita que “os 7 milhões de volumes que a Universidade de Cambridge mantém hoje nos 150 quilômetros de prateleiras de suas várias bibliotecas caberiam em quatro discos rígidos de 500 bytes. Só quatro. Sem falar que ninguém precisaria ir até Cambridge para ler os livros”.

Mas apesar disso tudo a internet não mudou muito a história dos livros. Permanece um mistério inexplicável. O livro não foi morto nem enterrado. A revista Superinteressante diz que o segundo negócio online que mais deu certo (depois do Google) é uma livraria, a Amazon. E informa também que o mercado de livros eletrônicos deslanchou nos E.U.A com vendas em torno de 350 milhões de dólares em 2009, sendo que em 2008 elas atingiram um patamar inferior a 150 milhões.

Concordo que ler um livro no computador é um negócio ruim, até mesmo insuportável, porque ler por horas numa tela é o mesmo que ficar olhando uma lâmpada acesa. Não há quem aguente. Porém, já apareceu (há dez anos) o primeiro livro realmente viável: o Kindle, da Amazon, que cabe 1.500 obras e só pesa 400 gramas. Tem tela monocromática e pequena. Ele não emite luz e a tela é feita de tinta, preta para as letras e branca para o fundo. Depois apareceu o iPad, da Apple, que segundo a revista citada, “tudo o que o Kindle tem de péssimo este tem de ótimo: tela enorme, colorida, páginas que você vira com os dedos, sem botão como se estivesse com um livro normal, mas a tela é de LCD. Não dá para ler um romance inteiro nele”.

Agora dezenas de empresas estão trabalhando para unir o que os dois têm de melhor, até chegarem ao livro eletrônico perfeito. A Phillips, por exemplo, desenvolveu o protótipo Liquavista, com tela de tinta colorida e a Pixel Qi um com LCD sensível ao toque, mas que não emite luz, de acordo com a informação da Superinteressante. Outra forma de ler livros, como se sabe bem, são os que estão nos aplicativos de livros digitais, por meio de smartfones, tablets e e-readers (Um e-reader é nada mais do que um leitor de livros digitais. Um pequeno aparelho que tem como função principal mostrar em uma tela para leitura o conteúdo de livros digitais (e-books) e outros tipos de mídia digital. Ele possui a melhor tecnologia disponível para leitura de livros digitais).

Mas enquanto o “livro perfeito” não vem, vou fazendo como os adoradores de livros impressos o fazem sem pestanejar: curtir meu afeto por eles.

Quantas pessoas, apaixonadas ou não, já não guardaram dentro deles flores, folhas, e até mechas de cabelos que lhes trazem boas lembranças, de amores e de desilusões? Folheá-los pode significar o encontro com algumas cédulas de real guardadas por acaso para uma ocasião e esquecida sem querer. Arrumá-los na estante é um trabalho que nunca dá preguiça. Lê-los, é, sobretudo, apreender e conhecer o legado da Humanidade. No livro eletrônico essas historinhas bobas de quem ama os livros não seriam possíveis. Há alguns senões, como o acúmulo de poeira nos livros mais antigos e não manuseados que fazem um estrago nos leitores que têm rinite alérgica. Mas isso faz parte do negócio de quem gosta de ler.

Quando recebo um novo livro meu da editora que o publicou, confesso do prazer de senti-lo ao tocar sua capa e abrir suas páginas, de ver impresso um trabalho de anos, da satisfação de tê-lo nas mãos e de saber que iria compartilhar com meus queridos leitores viagens imaginárias, informações e opiniões que deixei escritas em um objeto vivo, que todos podem, como eu, acariciar e carregar nas mãos. Mas eu sei do carinho que tenho por todos os outros que estão na minha biblioteca. E olhe que não são poucos. Conheço cada um deles, afinal me acompanham sempre. Uns de muito tempo e outros mais recentemente. Alguns foram roubados outros não encontraram a volta, mas certamente serviram de guia para quem não devolveu. Ler e escrever, para mim, é um processo litúrgico, um ritual de imaginação criativa.

Que venha o livro digital com suas facilidades. Tudo muda, mas o livro impresso ainda é “o cara”.

2. A CONTEMPORANEIDADE E OS LIVROS

Estamos hoje passando pela chamada 4RI, ou Quarta Revolução Industrial. Viajamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.

A economia passou por três processos anteriores: a primeira com a Revolução Industrial surgida na Inglaterra entre 1780 e 1830, a segunda aparece na segunda metade do século 19, com a invenção do motor à explosão, o uso do petróleo, o telégrafo, da produção em série e em massa. A terceira ocorre nos meados do século 20, com as telecomunicações, os computadores eletrônicos, a internet e a digitalização de dados. O Banco mundial chama a terceira Revolução Industrial de Revolução da Informação. Na definição da Entidade, a 4RI também poderia ser chamada de segunda Revolução da Informação. Há quem diga, entretanto, que as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial por três grandes razões: a velocidade, o alcance e o impacto. Por isso a velocidade dos avanços não tem precedentes na história e está interferindo em quase todos os países.

Fiz este preâmbulo para adentrarmos na contemporaneidade, ou seja na mesma época em que vivemos, como se verdadeiramente não ficássemos pasmos com a velocidade das descobertas científicas e as novas tecnologias que surgem em todos os fazeres humanos. Afinal, foram necessários milhares de anos para que fosse inventada a escrita e as formas de sua conservação. Agora tudo caminha em nossa frente com acesso relativamente fácil, principalmente nos sistemas de ensino.

Porém, devemos dizer que essa facilidade também limita o aprendizado por causa da velocidade da informação e ainda pelo seu reducionismo, nas notícias que recebemos da televisão, do Rádio e dos sites, onde o capitalismo respira a sua máxima de que “tempo é dinheiro”. Muito mais ainda é a indolência dos usuários das redes sociais, que, aliás, somos todos nós que as utilizamos para nos comunicar nesta época. Com isso também adveio não só a redução das palavras como um verdadeiro assassinato do idioma português, que por estar assim torna nossa identidade mais vulnerável no seu aspecto cultural.

Arnaldo Niskier, acadêmico da Academia Brasileira de Letras, conta que em recente evento educacional no Rio de janeiro o engenheiro e doutor em Ciências da Computação da UFPE, Sílvio Meira, disse que “O principal inimigo do livro impresso não é livro digital, mas os games e as redes sociais que faturam hoje bilhões de dólares”. Mostrou que a procura por games dobrou de 2011 para cá, chegando a 142 horas por ano por pessoa. Afirmou ser decrescente o faturamento em livros impressos e que os digitais constituem um instrumento precioso de sustentação do fenômeno da leitura. O programa que mais cresce é o chamado “Angry birds”, com 30 milhões de jogadores por dia, e o Facebook é um ambiente com 1 bilhão de usuários. São números extraordinários, que tendem a crescer quando for lançado, até o Natal, o Kindleda Amazon, um sistema inteiro que irá balançar o livro tradicional. Não terá propriedade intelectual e entrará livremente nas bibliotecas das escolas. A previsão de Sílvio Meira, é de que muitas livrarias, a partir daí, poderão quebrar, embora os livros de conteúdos, com funcionalidade, devam ter uma grande sobrevida.

O escritor Muniz Sodré, que foi presidente da Biblioteca Nacional. Especialista em Comunicação, demonstrou que “do impresso nasceu uma nova economia do tempo de aprendizagem”. Quando a oralidade era predominante, não se precisava do livro para pensar e debater. Passou pelo conceito de hipertexto (é a complementaridade dos textos) e classificou a internet como a realização tecnológica do intertexto, “onde leitor é incitado o tempo todo à livre navegação dos bytes, ao veloz nomadismo do hipertexto, sem contas a prestar ao autor.”

Para ele, não se está assistindo ao fim da forma-livro, mas à sua continuidade em outro suporte material, como assinala Umberto Eco, para quem o livro é uma invenção definitiva. Com o digital abrem-se outras possibilidades para a interatividade. Muniz defende a existência de uma “ciberliteratura”, criticou os nossos escassos índices de leitura e revelou a existência, no Brasil, de um descompasso pedagógico frente à ascensão dos novos modos de ler, que incidem justamente sobre as práticas juvenis de interpretação de textos no âmbito de escrita digital.

Ficou no ar a convicção de que o livro não morrerá, mas ganhará novos e ampliados contornos.

“Mas como vivemos uma era extremamente digital, hoje, quase tudo em nossas vidas – principalmente para as crianças que nasceram nesta geração – se alinha tecnologicamente com algo. Não poderia ser diferente com a leitura. Partindo desse entendimento, uma pergunta surge na mente de educadores e pais: qual é a melhor opção para as crianças e adolescentes, livro digital ou impresso?

Antes de responder a essa questão, é preciso entender que temos não apenas livros, como também quadrinhos, jornais e revistas, em versões digitais.

Pensando nisso, vamos partir da ideia de que leitura é leitura, independentemente do modo como é praticada. Quando se trata dessa atividade, não existe pior ou melhor, afinal, os resultados da leitura dizem respeito ao ato de ler e não ao meio utilizado para isso” (Blog Árvore de Livros).

Ler um livro é uma atividade que mexe com todos os sentidos, recupera memórias afetivas e nos leva para outro lugar. Por isso, para algumas pessoas a leitura é um ritual, e por isso, por ter sequência lógica, finita e definida de instruções que devem ser seguidas para executar uma tarefa, trata-se de um algoritmo, algo que está em toda parte, inclusive no nosso cotidiano, sem mesmo que o percebamos.

Tudo isso nos leva a reflexões sobre a questão da cultura política quando transferimos para essas inteligências artificiais o que somos e o que queremos na realidade, pois cada revolução industrial trouxe melhorias na qualidade de vida em relação ao passado, aumentando, inclusive nossa expectativa de vida. Agora depende de nós, seres humanos, seres leitores em busca de lazer e de conhecimento, descobrir aonde queremos chegar e como a gente quer chegar. Da minha parte eu parto para a leitura do mundo, seja lá como for, de forma digital ou impressa, vou ler e refletir como um velho filósofo pitagórico.

(*) Subsídios para uma palestra na Biblioteca Central da UNIFAP em 30 de outubro de 2019, por ocasião da Semana do Livro.

 

MP-AP sedia X Encontro Nacional de Memoriais do MP nos dias 31 de outubro e 1º de novembro

O Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP) sediará, nos dias 31 de outubro e 1ª de novembro de 2019, na Procuradoria-Geral de Justiça – Promotor Haroldo Franco, o X Encontro Nacional de Memoriais do MP. O evento, voltado para representantes de Memoriais do Ministério Público, integrantes do Ministério Público e representantes de Centros de Memória, tem por objetivo promover o compartilhamento de informações e troca de experiências entre profissionais e instituições ligados às áreas de documentação e memória.

O simpósio, realizado com o apoio da Procuradoria-Geral de Justiça do MP-AP, contará com palestras de especialistas de temas relacionados ao resgate da memória institucional.

A abertura será no dia 31 de outubro, com a palestra “A Prática da História Oral no Âmbito do Ministério Público”, ministrada pelo pós-doutor em história oral, Gunter Axt, experiente na área de memória institucional. Em seguida, o Memorial do MP-AP será apresentado ao público pela procuradora-geral de Justiça MP-AP, Ivana Lucia Franco Cei, juntamente com o coordenador do MP-Memória/AP, procurador de Justiça do MP-AP, Márcio Augusto Alves, e o presidente da Comissão Memorial, o promotor de Justiça do MP-AP, Ricardo José Ferreira.

Já no dia 1º de novembro, a abertura do segundo dia do evento será com a palestra “Imagens e narrativas na construção da história do Ministério Público”, que será proferida pelos coordenadores do Memorial do MP/Espírito Santo, Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila.

Nos dois dias de programação ocorrerá visita ao Memorial do MP-AP, no Complexo Cidadão do Centro, a apresentação do memorial de outros MPs estaduais e, no encerramento, acontecerá uma visita turística a Mazagão Velho, cidade com diversas riquezas históricas e tradições.

MP-Memória

Instituído em 2005, o MP-Memória funciona na Avenida FAB, centro de Macapá, e tem a missão de resgatar a história da instituição no Amapá. Aberto ao público em horário comercial, é frequentemente visitado pela comunidade, especialmente alunos do ensino médio e acadêmicos de instituições de ensino superior. É possível acessar mais informações também pelo hotsite: http://www.mpap.mp.br/portais/memorial

O procurador de Justiça e coordenador do MP-Memória, Márcio Alves, foi designado no início de julho de 2017, pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para atuar como integrante do nível decisório do Comitê Gestor do Plano Nacional de Gestão de Documentos e Memória do Ministério Público (Coplaname). Com a nomeação, Márcio Augusto Alves passou a representar os MPs da Região Norte, tendo como suplente o promotor de Justiça Ricardo Ferreira, também do MP-AP.

Confira a programação completa do Encontro aqui: http://www.mpap.mp.br/portais/memorial?view=article&id=8528&catid=136

SERVIÇO:

Elton Tavares
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]