Como será quando eu morrer – Crônica de Elton Tavares

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Às vezes me pego pensando: quando eu morrer vão lembrar de mim por quanto tempo? De que forma recordarão este jornalista? Vira e mexe penso que, após quatro décadas de vida intensa, desviver pode estar próximo de acontecer.

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Será que vão contar piadas sobre situações inusitadas ou presepadas que cometi? Sei não, talvez a família e os amigos mais próximos até sofram, mas logo esquecerão deste gordo, feio, chato e brigão. Quem sabe será melhor desta forma, assim não terá muito mimimi…É que nunca fui dado a dramas.

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Não sei se vou bater na porta de Deus ou do diabo (Não que eu tenha cultuado forças maléficas ou feito o mal a quem não procurou, mas ninguém sabe os critérios de avaliação da força que rege tudo isso aqui), se é que eles existem. Nada de exame de consciência, pois daria negativo.

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Não sei se a passagem pra outra vida é a entrada na fila da reencarnação para outra existência, dimensão, planeta ou realidade paralela.

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Não que eu esteja com pressa, mas penso mesmo no desencarne. Nada de finitude. É como dizem, todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer. Mas se rolar, minha estada por aqui valeu a pena. E como Valeu!

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E o caixão? Vão ter que pegar um guarda-roupa, tirar portas e gavetas pra caber este gordo. Só lembro do Sal, que uma vez me disse: “Porrudo, se tu morrer antes de mim, apesar de sermos brothers, não vou pegar na alça do teu caixão. É que não sou chegado a serviço pesado” (risos).

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Não sei onde e como acontecerá. Apenas suspeito. Acho que o cabo da matrix será puxado de repente, como um raio, um piscar de olhos. Tomara que assim seja. Esse negócio doido de morrer, que sabemos que vai acontecer, mas sempre nos surpreende é muita onda.

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Mas de volta ao tema principal, como será após eu subir no telhado. Falo dos meus familiares, amigos. Espero que sintam a saudade gostosa que tenho do meu pai, aquela sem nenhum ressentimento.

Tenho certeza que daria uma passada pelo Purgatório, afinal, já magoei um monte de gente e dei porrada noutro tanto. Isso quando mais jovem, mas pecados são pecados. Não tem jeito.

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Quero que na lápide seja escrito: “Godão, ardoroso partidário da causa hedonista, botou pra quebrar. Amou os seus, combateu os inimigos de forma limpa, viveu como quis e se divertiu a valer. Com um histórico imenso de confusões, vítima da sua própria sinceridade”.

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Aliás, desafetos é o que não me faltam. Talvez role até uma festa deles para comemorar meu embarque para Caiena. Quando eu morrer, se valer a pena, alguém pode escrever, eu autorizo. Mas se falar mal, volto, e minha mizura vai cobrir de porrada o autor da crítica.

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Dizem que quando a gente morre passa um filme. O meu será um mix de romance, drama, aventura, humor e comédia. Enfim, quando chegar a hora, como disse o mestre Nelson cavaquinho: “quando eu morrer, os meus amigos vão dizer que eu tinha um bom coração. Alguns até hão de chorar e querer me homenagear, mas depois que o tempo passar, sei que ninguém vai se lembrar”. É por aí mesmo. Por isso vivo o agora. Digo a quem amo que os amo e honro os meus com declarações de amor viscerais. Pois é assim que deve ser. Mas afinal, como será quando eu morrer?

Elton Tavares

 

MP-AP apresenta projeto “Gabinete nas Escolas” como ferramenta de controle e combate à práticas corruptivas

O Dia Internacional Contra a Corrupção é celebrado no dia 9 de dezembro em todo o Brasil. Um evento, que ocorreu na última segunda-feira (9), no Auditório do Sebrae-AP, com o objetivo de apresentar os trabalhos desenvolvidos pelos órgãos de controle e fiscalização, especialmente quanto ao Controle Social e Transparência Pública, debateu o tema.

O encontro foi realizado em conjunto entre a Superintendência da Controladoria Regional da União do Estado do Amapá (CGU/AP), Ministério Público do Amapá (MP-AP), Controladoria-Geral do Estado do Amapá (CGE), Secretaria do Tribunal de Contas da União do Amapá (TCU/AP) e Tribunal de Contras do Amapá (TCE/AP). Na ocasião, todas essas instituições foram representadas por seus mandatários ou representantes.

Na oportunidade, o MP-AP por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (PJDE), apresentou o projeto “Gabinete nas Escolas”, em execução desde 2018 nas escolas estaduais e municipais de Macapá, como ferramenta de controle e combate à práticas corruptivas.

A ação, que é coordenada pelo titular da PJDE o promotor de Justiça Roberto Alvares, consiste em conhecer de perto às necessidades enfrentadas cotidianamente por alunos, professores, técnicos e pais, além dos projetos exitosos, que podem inspirar novas iniciativas. Ao final de cada encontro são produzidos relatórios detalhados, que subsidiam as ações da Promotoria. Todas as providências que se fazem precisas são cobradas pelo MP-AP.

Ao todo, entre os anos de 2017 a 2019, a equipe da PJDE percorreu mais se 130 escolas da Rede Pública de Macapá. Conforme o promotor de Justiça, a meta é inspecionar as 248 instituições de ensino (estaduais e municipais), mais a Universidade Estadual do Amapá (UEAP). Na ocasião, Roberto Alvares agradeceu à procuradora-geral de Justiça do MP-AP, Ivana Cei, pelo apoio às ações e também se disse grato à sua equipe, pelo empenho em todas as incursões escolares.

“De acordo com a Resolução que criou a PJDE, é dever da Promotoria promover integração do MP-AP com os demais órgãos e é isto que estamos fazendo aqui, nos colocando à disposição de todos às instituições de controle e fiscalização, para interagirmos com o objetivo de, unidos, darmos as respostas sobre as mazelas encontradas no sistema”, comentou Roberto Alvares.

“Dentro das Escolas, se não existir um Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Associação de Pais e Mestres, presença dos Conselhos de Educação ou a fala comunitária em favor do sistema, a corrupção vai se alastrar bem mais. Percebemos que as nossas ações vêm apresentando resultados positivos, e isso nos motiva a buscar o melhor para essas escolas. Um ótimo sinal é que em todas as ações os gestores, alunos e instituições se fazem presente. Acredito muito na força do diálogo e na união de esforços para que a educação das nossas crianças e adolescentes seja colocada no mais alto nível de prioridade, não apenas no discurso, mas na prática”, manifestou o promotor de Justiça.

Além das ações do MP-AP, cada instituição envolvida apresentou seus respectivos projetos, como:

Ações da Controladoria-Geral da União; Aspectos jurídicos dos SESI e do SENAI e o Controle Externo; Estratégia Nacional de Prevenção à Fraude e à Corrupção; Corrupção como Fator Social; Controle Social e Transparência Pública e Aluno Auditor.

Ainda durante o evento, a estudante amapaense Aléxia Isadora Menezes Pavão, de 8 anos de idade, aluna da 3º ano do ensino fundamental na Escola Bartolomea Capitânio, ficou entre os três melhores do Brasil na 11ª edição do Concurso de Desenho e Redação, realizada pela CGU, com o tema “Faça o que é certo, mesmo que ninguém veja”.

Ela recebeu a premiação do superintendente da CGU-AP, Tiago Machado, e na sequência a professora da aluna vencedora, Amanda Marla Brito de Sousa, recebeu o prêmio das mãos do promotor de justiça Roberto Alvares.

Sobre a data

O Dia Internacional Contra a Corrupção foi instituído em 9 de dezembro de 2003. O Brasil e mais 111 países assinaram a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção em evento realizado na cidade de Mérida, no México, em 2003. O texto foi aprovado pelo Congresso Brasileiro em maio de 2005.

Participaram do evento o superintendente da CGU-AP, Thiago Machado Pereira Monteiro; o diretor Jurídico do SESI/SENAI-DR/AP, Jean Alves Pereira Almeida; o secretário do TCU-AP, Edem Mendes Terra Junior; o conselheiro ouvidor do TCE-AP, Reginaldo Parnow Ennes; o controlador-Geral do Estado do Amapá, Joel Nogueira Rodrigues; o ouvidor-geral do Amapá, Magdiel Eliton Ayres do Couto, imprensa e sociedade civil organizada.

Serviço:

Elton Tavares
Contribuiu a fotojornalista Márcia do Carmo.
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Estado do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Coordenadores e pontos focais do ZEE do Amapá definem cronograma das atividades

Os coordenadores e a equipe de técnicos responsáveis pelo Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Estado do Amapá realizaram a primeira reunião de planejamento das atividades,  da última segunda-feira (9), no auditório da Embrapa Amapá, em Macapá. No encontro foi definido o pré-cronograma de ações operacionais e técnicas que deverão acontecer nos próximos dois anos e meio, prazo para conclusão do Zoneamento.

Foi uma oportunidade também para alinhar procedimentos quanto a licenciamentos, fluxo de aquisição de recursos materiais e definição de prazos. “Na operacionalização, vamos executar um modelo de gerenciamento compartilhado do projeto, entre a Embrapa, a Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan) e o Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), além das atividades de uma equipe técnica formada de especialistas em diversas áreas do conhecimento (fauna, flora, patrimônio cultural, solos e outros) que estamos chamando de pontos focais”, explicou o chefe-geral da Embrapa Amapá, Nagib Melém, ao lado do técnico da Seplan, Hebson Nobre; e do pesquisador Aristóteles Viana, do Iepa.

O ZEE servirá de instrumento para licenciamentos e investimentos do Governo do Estado, de investidores privados, órgãos de pesquisas, e outros segmentos nos meios rural e urbano. Em linhas gerais, o Zoneamento vai ordenar oficialmente o território do Amapá, contemplando os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Trata-se de um projeto a ser executado por meio de contrato de prestação de serviços entre a Embrapa, Governo do Amapá e Fundação Eliseu Alves (FEA). O documento foi assinado na última terça-feira, 03/12, na sede do Palácio do Governo, reunindo gestores da Embrapa Amapá, o governador Waldez Góes, diversos secretários estaduais e pesquisadores que atuam no projeto; e já foi publicado no Diário Oficinal da União.

Depois do planejamento, a etapa seguinte será o diagnóstico dos meios físico, social e econômico

A Embrapa vai coordenar as etapas do ZEE, desde o planejamento até a sua implementação efetiva. Também farão parte dos estudos, pesquisas e elaboração de documentos, equipes da Embrapa Territorial, sediada em Campinas (SP), e da Embrapa Amazônia Oriental, sediada em Belém (PA), como também técnicos de instituições estaduais de ensino e pesquisa como o Iepa, Universidade Federal do Amapá (Unifap), Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). Ainda neste mês de dezembro, o pesquisador Sérgio Gomes Tosto, da Embrapa Territorial, virá a Macapá para a segunda rodada de planejamento das atividades do ZEE.

Depois do planejamento, a etapa seguinte será o diagnóstico dos meios físico, social e econômico. “Com esse diagnóstico, que é o mapeamento, passaremos para a fase de prognóstico, onde termos uma síntese do uso destas informações e vamos determinar as zonas onde podemos ter a produção de determinadas culturas agrícolas, por exemplo”, explicou o chefe-geral da Embrapa Amapá, Nagib Melém.

O ZEE proposto para o Amapá será realizado em escala 1:250.000, elaborado segundo as diretrizes metodológicas do Ministério do Meio Ambiente para zoneamentos estaduais e atendendo aos critérios mínimos estabelecidos pela legislação em vigor. A legislação nacional determina a necessidade do ZEE nessa escala como instrumento de orientação para a formulação e espacialização das políticas públicas de desenvolvimento, ordenamento territorial e meio ambiente, assim como para as tomadas de decisões de investimentos dos agentes privados.

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Amapá
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Macapá/AP

Hoje a Cíntia Souza gira a roda da vida. Feliz aniversário, @hccintia !

Meu amigo Fernando Canto escreveu uma vez: “Lembrar também é celebrar. E quando se celebra se rememora, ou seja, se re-memora num tudojunto inebriante, pois o coração aguenta. E ao coração, como sabes , era atribuído o lugar da memória – re-cordis“. Pois é. Lembro de tudo de bom que vivi ao lado de figuras incríveis. Uma delas inicia um novo ciclo neste domingo, 8 de dezembro. Trata-se da cintilante Cíntia Souza.

Cíntia é a mãe amorosa do Hector e Zaion, diretora-proprietária da Agência Crível Comunicação e Cultura, jornalista, especialista em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais, cineasta, produtora, radialista, fotógrafa, redatora, editora, cronista, documentarista, roteirista (Ufa! Ela é Phoda mesmo), amante do rock and roll e broda do coração deste gordo, Cíntia Souza.

Já disse e repito: a Cíntia é uma mulher inteligente. Assim como eu, é movida por paixões. Louca por sua família e trampo. É dedicada e caprichosa em tudo que se propõe, sejam trabalhos, desafios ou amores. Ela tem um gênio forte e é safa. A menina manja das malandragens, mas ainda assim consegue ser doce. Adoramos os venenos mais fortes, os papos legais e ilegais. Também trabalhamos em uma mesma equipe há alguns anos.

Minha história com a Cíntia é cheia de encontros, desencontros e furos, não jornalísticos, mas dela comigo e da minha parte para com essa lindona . Nosso lance é amizade e amor, mesmo quando passamos uma temporada longe um do outro. A gente se gosta assim mesmo, de maneira desorganizada e nos entendemos, pois vivemos na vera, com tudo, de rocha!

Ela me lembra uma frase da saudosa Fernanda Young: “Acho sim, que, às vezes, dou trabalho. Mas é como ter um Rolls Royce. Se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Passat“. Assim é a Cíntia Souza.

O nosso papo sempre fluiu sobre tudo. Seja atitude, música, artes, cinema, os outros ou agente, sempre com em comunicação entre as ondas cerebrais e o coração, e por aí vai. O que tento dizer neste texto é que a Cíntia é uma daquelas pessoas que faz a diferença. Ela têm algo de especial que é difícil definir.

Cíntia, “tu saaaaabes”. Que tu sigas desse jeito cintilante de ser. Que tenhas sempre saúde e sucesso junto aos teus amores. E que tu novo ciclo seja ainda mais produtivo e aprazível. Te amo!

Parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Skatista amapaense faz “vaquinha virtual” para participar de final do Campeonato Nacional Amador, em São Paulo (bora ajudar)

O skatista amapaense Gabriel Miranda, de 19 anos, se classificou, em seletiva realizada para a região Norte de skate, para a final do Campeonato Nacional Amador, que será realizado em São Paulo (SP), no dia 14 de dezembro de 2019. Entretanto, o atleta não possui apoio institucional e, sem dinheiro para a viagem, ele precisa fazer uma “vaquinha virtual” para ir até a capital paulista disputar a competição.

É sempre absurdo quando um caso destes vem a público e um atleta de alto nível precisa levantar dinheiro para representar o Amapá. Injusto, mas não incomum, infelizmente.

Gabriel relatou ao site Blog De Rocha que possui skate desde os 3 anos de idade e que, entre suas memórias afetivas, lembra que sempre admirou o esporte, mas que começou a “andar de carrinho” somente aos 11 anos.

Logo aos 12 anos, Gabriel começou a se destacar no skate e se desenvolver como atleta da modalidade. Ele contou ainda que sempre conseguiu boas colocações em campeonatos regionais. A seletiva amazônica para a competição nacional aconteceu em Belém (PA), no último dia 27 de outubro. Skatistas de vários estados participaram da fase classificatória, onde Miranda alcançou o segundo lugar. Ao todo, três competidores nortistas conseguiram o índice para o torneio nacional.

Miranda falou sobre os problemas da prática de skate no Amapá, como falta de pistas adequadas e o preconceito que os praticantes sofrem. “Várias vezes já tentaram me ofender com injúrias durante minha trajetória como skatista, mas nada muito grave”, comentou Gabriel, que sonha em ser um atleta profissional e incentivar os mais jovens.

“Estou na corrida pra me tornar profissional. Além de disputar o campeonato nacional, meu objetivo individual é crescer como atleta. Também pretendo instigar a prática dessa modalidade esportiva no Amapá, que está muito fraca no estado”, comentou Gabriel Miranda.

Na competição nacional estarão os 24 melhores skatistas da categoria no país. Na capital paulista, Gabriel ficará hospedado no alojamento cedido pela Federação Nacional de Skate, mas eles precisa custear passagens, alimentação e deslocamento na cidade.

Portanto, contamos com todos os que possam ajudar – com qualquer quantia – o skatista a representar o extremo norte do país em uma grande competição.

É bom ajudar! É raro um talento como o do Gabriel Miranda vingar sem apoio. Ele será o Amapá de skate em São Paulo.

Além disso, boas ações produzem sonhos felizes.

A vaquinha virtual pode ser acessada aqui: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/me-ajude-a-participar-da-final-do-campeonato-nacional-de-skate

Elton Tavares

Novos Bares, Velhos Ares – Por Lara Utzig (@cantigadeninar)

As luzes de mercúrio dos postes da praça Zagury e do Trapiche me lembram semáforos-de-entrada-e-saída-de-veículos. A cor que representa Macapá em minhas lembranças mais longínquas é esse amarelo.

A rotatividade das opções de lazer também é dinâmica e constante. Na minha época (que já passou), o point era o Liverpool. O Francês também teve dias de glória. Euda. Underground. Nego. Jaime como plano B. 220. Hoje Vila e Treta. E antes disso tudo, havia o Círculo Militar.

De quinta a domingo os jovens mais jovens que eu saem em procissão pelas diferentes fachadas dos estabelecimentos que abrem, trocam de endereço, fecham, reabrem com o mesmo dono e outro nome, reabrem com o mesmo nome e outro dono. Táxi. Mototáxi. Uber. 99. YetGo. Carona. Busão para voltar às 22h. Transportes para abandonar o apolíneo e abraçar o dionisíaco.

Novos lugares. Antigos rostos. Arcaicas alcunhas. Imutáveis rótulos.

O maconheiro. A cheiradora de pó. O cara de 30 anos que não terminou nenhuma faculdade e é sustentado pelos pais. A esquerdista do PSTU que brigou com a galera do PSOL. O militante que não fala com a esquerdista do PSTU por ser do PSOL. A corrupta que desviou dinheiro quando estava no cargo. O estuprador-macho-escroto. O macho-escroto-que-não-é-estuprador-mas-é-abusivo. A fotógrafa que dá calote. O tarólogo. A mística da yoga. O músico ruim. A acadêmica de Direito que ganhou um HB20 ao passar no Enem (porque mereceu). O vocalista da banda que vai tocar e pega menores de idade.

Não sei quantas etiquetas existem no rodapé da minha vida, placas invisíveis que são lidas por terceiros. Certamente hashtag sapatão-escrota faz parte da lista.

Quanto tempo demora para apagar uma imagem? E desconstruí-la? E reconstruí-la?
Para destruí-la, basta uma noite, uma comanda, um vacilo. E ele jamais será perdoado.

Quantos bares abrirão e fecharão até aceitarmos que é possível ser mais do que um adjetivo?
Para cada DJ que sobe no palco, uma playlist de acusações.

Quantas músicas de karaokê serão cantadas para de fato as masculinidades tóxicas se desfazerem?
Para desintoxicar, só uma droga ainda não inventada em laboratório.

Quantas denúncias existirão para interromper a prática de gente-que-não-aprende?
Para parar, não parar de apontar nunca permite pensar (?)

Quantos copos se partirão pra se somar aos cacos de nossas honras?
Para cortar os dedos indicadores alheios, talvez amputar os próprios braços.

Entre um litrão e outro, o garçom vem me atender. Olho para ele e vagamente recordo:
Esse não é o doido que gostava de mijar nas garotas durante o sexo há uns sete anos? Será que ele ainda curte fazer isso até hoje com a esposa e as filhas?

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Música de agora: Enjoy The Silence – Depeche Mode (versão Failure)

Enjoy The Silence – Depeche Mode (versão Failure)

Palavras são como a violência
Quebram o silêncio
Vem colidindo
Dentro do meu pequeno mundo
Doloroso para mim
Me perfurando por dentro
Você não pode entender
Minha Garotinha
Tudo que eu sempre quis
Tudo que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
As palavras são muito desnecessárias
Elas só podem prejudicar
Promessas são ditas
Para serem quebradas
Os sentimentos são intensos
As palavras são insignificantes
Prazeres permanecem
O mesmo acontece com a dor
As palavras são inexpressivas
E esquecíveis

MP-AP acompanha monitoramento da Marinha para detectar ameaça de contaminação de rios por mancha de óleo

A prevenção ao risco da invasão das manchas de óleo na costa do Amapá foi o motivo do sobrevoo militar feito pela Marinha do Brasil, na última semana, no litoral amapaense. Foram percorridos 300 km, da ilha Maracá/Jipioca até a foz do Amazonas em busca de sinais da grande mancha vinda do Nordeste e que, caso chegue em águas amazônicas, será a responsável por um desastre ambiental sem precedentes na região. O assessor técnico Mainar Vasconcelos, da Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público do Amapá (MP-AP), acompanhou o trajeto, onde não foram encontrados sinais da contaminação.

O sobrevoo faz parte da Operação Amazônia Azul, que monitora as águas brasileiras para conter e evitar crimes ambientais. Os integrantes da missão estavam a bordo de uma aeronave da Marinha do Brasil, e durante três horas buscaram vestígios de óleo. O estado de alerta iniciou no final de outubro, quando as primeiras manchas foram detectadas nas praias nordestinas, chegando até o Espírito Santo. O litoral do Piauí e do Maranhão, mais próximos da Amazônia, foram atingidos pela mancha, tornando urgente a missão na região Norte.

“Fizemos um sobrevoo longo e nada foi encontrado, mas isso não quer dizer que devemos nos despreocupar; ao contrário, temos que estar alertas. O Amapá está sob o comando do 4º Distrito Naval da Marinha, o que é uma segurança, porque estão vigilantes, e o MP-AP está acompanhando a operação Amazônia Azul, assim como a movimentação de órgãos ambientais que estão diretamente atuando”, disse Mainar Vasconcelos.

Últimas informações

As últimas notícias revelam que a mancha, de origem ainda desconhecida, alcançou o litoral do Rio Janeiro no final de semana, elevando para 11 o número de estados brasileiros atingidos. De acordo com a análise técnica, a macha é compatível com o material coletado no Nordeste. Os Ministérios Públicos dos estados atingidos pelo óleo acompanham o avanço da mancha. No Rio de Janeiro o MP está avaliando a necessidade de interdição para evitar contaminação de banhistas e população.

No Amapá, o MP-AP irá continuar o acompanhamento junto à Marinha, que busca todas as formas de informação, com monitoramento marítimo e aéreo, e apoio de ribeirinhos e pescadores de toda a região.

SERVIÇO:

Mariléia Maciel – Assessoria Operacional – CAOP/AMB
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Bar do Redondo – Conto de Luiz Jorge Ferreira

De onde estou posso vê-lo. Cercado de uma meia dúzia de pessoas, as quais eu não reconheço. Esta trajando laranja, cor que me lembra Yellow Submarine. Fala muito gesticula como se apanhasse uma mosca branca no ar. Os outros mais velhos o escutam com atenção.

Olho ao redor e encontro a mesa mais próxima. Puxo a cadeira e sento. Alguém pede um violão. Talvez ele cante Irene. Adoro Irene, penso enquanto aceno ao garçom. Que não encontra o violão. Plagiando a Irene que conheci em Belém do Pará. Das palavras dos gestos e dos planos loucos de democracia plena. No meio da vigilância noturna da polícia política, em meio a Festa de Arraial na Igreja de São Raimundo. Pichando muros.

Igreja Matriz de São Raimundo Nonato, padroeiro do Bairro da Aldeia e a Praça do Centenário. Fotografia do acervo de Edenmar da Costa Machado.

O bar está quase deserto. Afora as pessoas que estão com ele temos um casal sentado perto do palco, um tablado mais alto que o assoalho uns quinze centímetros. Atores. Ela vestida de abelha e ele de rei. Provavelmente o Rei da Escócia. Provavelmente vindos de uma peça.

O pano que cobre a mesa de Caetano tem a figura do Zodíaco. Talvez ele role os dados.

Estalo os dedos para o garçom, um velho conhecido dali mesmo, eu um solicitador frequente de seus serviços.

Chico! Sai um Gim! Chico parece não me escutar. O bar está às moscas. Mas o ar parece pesado. E ainda são duas e meia da manhã. As cerejas que carrego amassadas no bolso da japona espreitam no fundo do copo. O palito espetado, balança como fosse pêndulo, sem Norte.

Arranco a cutícula do dedo mínimo da mão direita. Não ergo a voz receio gritar desafinado e chamar a atenção deles. Batuco os dedos na mesa como um ritmo Caribenho. Eles me olham e sem dar importância voltam aos seus assuntos. Bebem vinho do Porto.

Abro meu livro de Saint Exupéry e finjo ler. Caetano está de safári e sandálias. Amarra os cabelos com um cordão de rastafári. Finjo ler por que logo levanto para ir ao banheiro. E passo bem perto deles. Discutem Joyce. O monólogo. Um dia apenas de setecentas páginas.

Volto, eles já se foram. Vinte anos depois, em 1988, no dia 8 de Agosto. Volto aqui. Só. Com medo da noite. Não da polícia política. Dos assaltadores. O bar cedeu duas metades esquerdas, uma para a cafeteira americana que serve café com hortelã e mostarda e a outra parte para que guardem carrinhos de amendoim e de vendedores ambulantes quer entopem o centro da cidade, com suas guloseimas inúteis.

Sento à mesa descascada que parece eternizar-se ali. Chamaria o Chico, garçom para que me trouxesse um Gim. Mas Chico morreu. Tento estalar os dedos para chamar o que se esforça para entre as mesas muito próximas rápido para chegar aos clientes, mas nada. Os dedos já não emitem som quando os estalo. Tento batucar com eles um som Caribenho, eles se contorcem sem êxito. Sai um som desafinado e sem definição.

O garçom chega e peço um guaraná diet. Puxo o cachecol. Sobra um medo, filho da revolução, e da sua polícia política. Um tremular de mãos agiganta-se. Herança ganha do exílio e das torturas físicas e psicológicas. Tudo tem um leve sabor amargo, distante. Parece que só me contaram. Tudo agora é historia com h minúsculo.

Bebo todo o copo de guaraná com duas pílulas coloridas. Esqueço o ritmo dos dedos. Parece que passo pela mesa. E ainda Joyce e agora outros que nas palavras que abortaram, perpetuaram-se, inclusive ele.

Vou ao banheiro devagar, entro retiro o tampão da sonda e solto a urina politicamente correta. Olho para a sonda alaranjada. Olho no espelho enquanto lavo as mãos. Há um senhor de idade refletido no espelho. Talvez seja ele que se lembre de Irene e não eu.

Vinha aqui para curtir a solidão desde a época do cursinho. Hoje parece que ela nunca deixou de ser minha. Vinte anos depois imagino que este lugar ainda esta lotado. Mas não está. Volto, eles já se foram. Todos se foram. Inclusive Irene de Belém do Pará, a que fingia me namorar encostando-se à parede enquanto pichava. Abaixo a Ditadura.

Eu saio como entrei. Calado. Nem a garoa, me acompanha. Na banca. Há uma manchete no jornal que diz que Fidel Castro foi operado. Está solitário, doente, e muito mal.

Até ele?

Luiz Jorge Ferreira

*Do livro de Contos “Antena de Arame” – 2° Edição 2017 – Rumo Editorial. São Paulo. Brasil.

Projeto Piloto de Mutirão Ambiental da 2ª Vara Cível de Macapá alcança 100% de acordos em seu primeiro dia

O Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da Faculdade Estácio Amapá serviu de base para o projeto piloto do Mutirão de Ações Ambientais da 2ª Vara Cível e de Fazenda Pública da Comarca de Macapá, na manhã da última segunda-feira (25). Conduzida pela titular da unidade, juíza Elayne Cantuária, a ação conta com parceria do Ministério Público Estadual, representado pelo promotor de Justiça Marcelo Moreira; da Defensoria Pública do Estado do Amapá (DPE-AP), com o defensor Pedro Pedigoni Gonçalves, além da coordenadora do NPJ, professora Ester Almeida. A ação acontece ao longo de três dias (25 a 27/11), das 08 às 11h30.

A juíza Elayne Cantuária explicou que as ações ambientais são de competência da 2ª Vara Cível, e o mutirão veio como ferramenta de um planejamento maior, envolvendo seu retorno à unidade, após mandato eletivo de três anos na presidência da Associação dos Magistrados do Amapá (AMAAP). “Para efeito de prioridade, selecionamos as ações civis públicas e outras ações de maior impacto, juntamos processos envolvendo desde danos ambientais a poluição sonora, chamando os envolvidos para resolver a questão, extinguindo o processo e saindo com a sentença na mão. Além disso, também saem com a obrigação do cumprimento de medidas compensatórias – inclusive constatamos que muitas partes já haviam cumprido essas obrigações”, complementou.

Defendendo que uma pronta resposta da Justiça é um fator essencial para que os envolvidos não voltem a agir com prejuízo ao meio ambiente, a magistrada esclarece que um total de 42 audiências foram marcadas para esta programação, com 100% de comparecimento e composição no primeiro dia – 25 ações. “Estamos muito felizes com o resultado e este piloto já é um sucesso desde o primeiro dia. Com certeza é algo a ser repetido em breve”, concluiu a magistrada.

O promotor de Justiça Marcelo Moreira registrou que o mutirão foi muito positivo, não só pelo resultado processual, mas também pela união interinstitucional – exaltando especialmente a importância de tal iniciativa ocorrer em ambiente universitário, de formação de novos advogados. “Nesta união de esforços conseguimos dar muita celeridade a processos, resolvendo inclusive alguns que tramitavam desde 2014, tratando uma grande variedade de matérias que repercutem em um efetivo impacto na defesa do meio ambiente”, acrescentou.

Mas o que mais chamou a atenção do promotor foi a parceria formada mesmo com os réus. “Um cidadão que chegou aqui como réu, por meio deste trabalho saiu como parceiro na proteção do meio ambiente, tema tão caro à nossa sociedade, declarando-se muito feliz com o resultado”, concluiu o promotor.

O defensor Pedro Pedigoni, do Núcleo Cível da Defensoria Pública do Estado, relata que foi um primeiro dia muito positivo, com 100% de acordos fechados em todos os processos em que atuou. “As pessoas saíram satisfeitas, com os processos solucionados e extintos, lembrando que todos os valores de indenizações serão revertidos para a sociedade, com aquisição de equipamentos para uso do Centro de Integração de Operações de Defesa Social (CIODES)”, complementou.

A professora Ester Almeida, coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Estácio Amapá (FAMAP), ressaltou que a participação dos acadêmicos de Direito é uma experiência edificante para todos por servir de aplicação prática do conteúdo aprendido em sala e nos livros da disciplina de Direito Ambiental. “É um mutirão de três dias e aborda temas de foco ambiental, como poluição sonora, transporte irregular de madeira e ocupação irregular de área de proteção, e esta oportunidade é muito importante para o aprendizado de todos eles”, explicou.

“Neste mutirão, todos os envolvidos, sejam pessoas físicas ou jurídicas, podem resolver os conflitos por meio de técnicas de conciliação e mediação, chegando a acordos e oportunizando também esta prática aos estudantes, que acabam abordando não só os ritos do processo ordinário como as práticas de composição de acordos”, concluiu.

Assessoria de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do Amapá

Poesia de agora: POEMA DE SEGUNDA – Pat Andrade

POEMA DE SEGUNDA

e viva o amor na segunda-feira:
o abraço mais apertado
o beijo mais quente
o olhar mais atrevido…
e viva a vida na segunda-feira:
o comentário mais ácido
o sorriso mais doce
a resposta mais atrevida…
e viva a própria segunda-feira:


o humor mais afiado
a cara mais cínica
a cerveja mais gelada…
porque é justamente
na segunda-feira
que a vida tem mais cara de vida!

PAT ANDRADE

Flamengo Libertador – Por @Urublog (Textaço sobre o Flamengo no topo da América)

Foto: República Paz e Amor

Por Arthur Muhlenberg

Uma coisa precisa estar bem clara logo de saída para evitar qualquer mal entendido. Nós nunca mais seremos os mesmos. E digo nós com toda a abrangência e amplitude que o pronome comporta. Depois da tarde mágica no Monumental de Lima a vida de todos nós, rubro-negros e anti-rubro-negros, foi profundamente modificada.

A correlação de forças mudou, a balança da justiça pendeu mais um pouco para o nosso lado e o Flamengo deu mais um passo firme e decidido para se tornar uma potência dominante do futebol mundial. Tem muita gente no Brasil que não vai concordar, o que é a melhor parte de da história toda. Estamos cagando pra eles. A tão temida hegemonia rubro-negra que vai acabar com a competitividade do futebol brasileiro chegou. Quem zuou, zuou. Quem não zuou não zoa mais. Acabou a palhaçada.

Esta nova Era Flamengo, tempos de aço e dominação, foi oficialmente inaugurada ontem em Lima — quando o time todo, medalhas no peito, ergueu a cobiçada Libertadores, fulminando uma inhaca de 38 anos e liberando quatro gerações de rubro-negros de uma sina maldita. O Flamengo, reeditando com talento, casca grossa e uma sorte do caralho as grandes conquistas históricas dos seus predecessores, rompeu os pesados grilhões que o prendiam e atrasavam. O Flamengo estava livre. O Flamengo estava liberto. O Flamengo liberto é senhor da América.

Todos os esquecíveis e amargos 38 anos de espera na fila imensa foram se condensando a medida em que a multidão mulamba, de avião, de barco, carro, trem e motocicleta foi pacificamente invadindo e dominando a capital peruana. Muito antes da bola rolar já era tudo nosso. Quando o jogo começou, toda revolta, tristeza e recalque estocados em 38 anos se comprimiam perto da saída, para serem despejados, exorcizados e esquecidos durante os 90 minutos.

Mas, independente da fé, quem é flamenguista sabe que quando dois ou mais se reúnem em nome do Flamengo o perrengue está entre eles. E foi exatamente assim que se desenrolou o drama rubro-negro no gramado limeño. Um roteiro emocionante, cheio de suspense, viradas, peripécias e plot points. Enquanto a bola rolava uma voz soava sem parar nos fundos da minha cabeça. Era a voz do Galvão Bueno dizendo “teste pra cardíaco”, “teste pra cardíaco”, “teste pra cardíaco”.

Até os 14 minutos do primeiro tempo o jogo foi só lazer. O Flamengo serelepe de sempre, o River aparentemente acuado, mas encurtando espaços, com um jogo extremamente físico, duro e meio desleal, ou seja, absolutamente em conformidade com a regra não escrita da Libertadores. Quem não quer contato físico que jogue vôlei. Tudo corria dentro da normalidade até que correu o primeiro sangue. E foi nosso, com Rodrigo Caio se dando mal num quebra-coco com um riverense qualquer.

Medicado, sangue estancado, Rodrigo Caio voltou ao gramado e daí pra frente só deu River. Os caras foram chegando, apertando, tocando muito rápido a bola, marcando alto e não deixando o Flamengo nem dominar direito as bolas. Nossos jogadores estavam sempre cercados por dois argentinos, dificultando o passe e nos afastando da grande área. Arrascaeta tava descendo até a lateral pra tentar armar jogadas.

O gol deles nasceu num vacilo clássico, um deixa que eu deixo de pelada. A bola não interceptada pelos nossos defensores caiu no pé do cara bom deles, que mandou o sapato no contrapé do Diego Alves e abriu o placar. 1×0 pros alemão com nosso time levando porrada e sufoco. Mais Flamengo, impossível. O River nem tentou disfarçar, depois do gol fez como o time da padaria, se reagrupou em bolo e defendeu em massa.

Mas como é um time bom, levava perigo nos contra ataques supervelozes e nuns chutes de meia-distância perigosíssimos daquele Palácios. Verdadeiras pedradas que do nada iam em direção ao nosso gol. Nessas horas, em que a Nação em desespero roía as unhas e fazia contas apressadas dos investimentos naquela Libertadores, nós não percebíamos, mas a sorte do caralho indispensável aos campeões já operava a nosso favor.

No primeiro tempo os nossos craques não conseguiam driblar sem que um argentino se atirasse sobre eles e parasse o jogo. O River dava uma aula de futebol argentino resultadista. Jesus, de colete, parecia calmo e controlado. Só impressão, é que ele prestava atenção na aula do River. No vestiário o papo deve ter sido forte, porque o time, como sói acontecer, voltou com outro desenho dentro de campo.

Mais solto, aparecendo com mais perigo no ataque, mas sem a contundência necessária pra furar o bloqueio gallina, o Flamengo começou a cavar a vala que engoliria o bicho-papão das Américas. Que jogava tranquilão, e tinha motivos. O 1×0 muquirana no placar, com nossos talentos individuais manietados em uma marcação extremamente rigorosa e bem executada, era obviamente uma goleada para eles. O River mostrou muita disciplina tática se defendendo e extrema letalidade quando atacou. Mas esse jogo deles tem um custo físico alto, com o tempo passando a marcação foi se afrouxando, o Flamengo foi chegando.

Mas chegar não é suficiente, você não pode dizer que foi a um determinado lugar só porque chegou na porta. É preciso entrar. E às vezes não querem que você entre, a porta então deve ser arrombada. Não tem outro jeito, nunca teve e nunca terá. É nessas horas que a camisa é içada por mãos invisíveis. A invicta torcida do Flamengo percebe a sua deixa e entra em campo.

Os cantos flamengos ecoavam no Monumental, criando uma atmosfera sufocante e assustadora para quem não é fechado com o certo. 40 milhões de Monumentais espalhados pelo mundo emanavam ondas de energia que iam sendo absorvidas em campo pelos nossos. Quando em um sistema há energia em excesso pode ocorrer que um ou outro componente não aguente a carga e pife. Foi o que aconteceu com Gerson. Jesus então coloca Diego. A substituição chega a assustar aos mais sensíveis, que não percebiam que não era Diego que Jesus colocava em campo e sim a invencível camisa 10 da Gávea. Sem a qual o Flamengo jamais venceu um grande título. Sinais. Forte sinais.

Foto: República Paz e Amor

Aos poucos, a técnica, que é mato entre nossos craques, foi sendo substituída pela raça, ofício de fé da Nação. Era o ingrediente que faltava para por aquela porta abaixo. Chegamos perto do gol em linda jogada aos 30 minutos. E em outra mais aos 36. A partir dos 43 minutos do segundo tempo o Flamengo arrombou as portas do River, rompeu aquelas correntes e libertou seu povo para despejar em apenas dois minutos toda a tensão acumulada em 38 anos.

Até nas frugais artes culinárias mulambas dois minutos é um espaço de tempo muito curto, não dá nem pra fazer um Miojo al dente. Mas o Flamengo só precisou de dois míseros minutos pra matar, depenar, esfolar, temperar e assar a gallina riverplatense na final de Libertadores mais maluca de todos os tempos. Os fatos ocorridos naquele quadrilátero relvado entre os minutos 43 e 46 do segundo tempo resumiram de forma Exorbitante e operística tudo que o futebol possui de mais intenso, belo e animal.

A esta altura o Flamengo jogava como quem não tinha mais nada a perder. A Libertadores estava deitada com a cabeça no colo de Marcelo Gallardo, que lhe fazia cafuné. O Flamengo era fera ferida, no corpo, na alma e no coração. Animal arisco, no gol de empate os talentos de Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol se combinaram em perfeita sincronia para iludir os hermanos.

Quando a bola balançou a rede foi como uma explosão atômica, que foi se irradiando de Lima para o mundo, colocando a nação em transe extático. Um gol comemorado com muita alegria com muito extravasamento, mas com a certeza tranquila de que iriamos jogar uma prorrogação de 30 minutos e continuar lutando pelo título. Só que não, o Flamengo nem deixou a gente comemorar direito o gol de empate.

O Flamengo não estava disposto a jogar prorrogações. O Flamengo dentro de campo queria ganhar a Libertadores tanto quanto o Flamengo do lado de fora queria. Só que com mais pressa. E Diego, do interior da mística camisa 10 arrumou um balão, um balão mágico, superfantástico, daqueles que fazem o mundo bem mais divertido e que muita gente chama de lançamento.

O balão, ou lançamento, como queiram, chegou em Gabigol, que disputou a jogada com os dois beques que tinham sido um pé no nosso saco durante 88 minutos. Disputou e ganhou, com uma leve ajuda do barbudinho Pinola. Gabigol, investido de todos os poderes do mundo livre, mete a canhota na bola com tamanha convicção, tamanha verdade, tamanha certeza de que a nossa hora tinha chegado que nem esperou ela bater na rede para começar a tirar a camisa e correr pro abraço com o eterno.

Notem que Gabriel não tirou a camisa pra comemorar o gol, Gabriel ao tirar o Manto Sagrado estava, na verdade, se desarmando para se apresentar com a humildade devida aos pés do Olimpo rubro-negro e pedir permissão para subir. Permissão dada no mesmo instante pelos 40 milhões de guardiões de nosso panteão. O Flamengo voltava ao topo do mundo e Gabigol puxava a fila dos heróis de 2019 aos quais foi concedido o privilegio da imortalidade.

Mesmo promovido a semideus Gabriel não perdeu a oportunidade de continuar fazendo boas ações. Arrumou uma expulsão das mais necessárias ao dar uma expressiva balangada nos documentos em direção ao nojento banco do River e à sua hinchada mais nojenta ainda. E ainda deu um último olé num prego que deixou o desubicado governador no vácuo. Gabigol é matador, artilheiro da América e humilha mesmo. É pra isso que nós vemos futebol, pra ver os adversários serem ridicularizados. Pra ver eles se cumprimentado ao fim dos jogos nós assistiríamos tênis.

As nossas vidas mudaram, mas nossos objetivos continuam os mesmos. Honrar o Flamengo e esfregar na cara dos secadores toda o nosso orgulho de vencedor. Como será essa era flamenga de aço e dominação ainda não sabemos. A única certeza é que se já tava ruim pra eles, agora vai ficar muito pior. Nós, os vencedores, os dominadores, os opressores, estamos oficialmente autorizados a sermos insuportáveis. Talvez nem seja difícil para a maioria de nós.

Flamengo ergue a taça de campeão da Libertadores — Foto: Reuters

A América está mais uma vez a nossos pés. O Flamengo está de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Missão cumprida com êxito. E esta é apenas a segunda Libertadores que conquistamos. Nós ainda nem começamos. Eu poderia me estender muito mais sobre a significância dessa primeira conquista da nova Era Flamengo. Mas o Flamengo não deixa, nem quando está de folga, nem comemorando a Libertadores conquistada no sábado, esse time para de ganhar tudo. Já tem um Heptacampeonato do Brasil fazendo o maior esporro na nossa porta e bagunçando o nosso domingo. Vamos ter que dar alguma atenção a ele. Afinal, as peladinhas que nos faltam podem ser um ótimo treino pra pegar o freguesão Liverpool em Doha.

Mengão Sempre

Fonte: República Paz e Amor

Prefeitura de Macapá inicia obras do maior Plano de Mobilidade Urbana da capital amapaense

A Prefeitura de Macapá lançou neste sábado, 23, a maior obra de mobilidade urbana da capital, na zona sul da cidade, que possibilitará a melhor trafegabilidade de veículos, ciclistas e pedestres, sendo a primeira de estruturação do novo sistema de mobilidade urbana da cidade. Os serviços iniciaram na Rua Claudomiro de Moraes, principal eixo de ligação entre Centro e zona sul do município. A articulação do presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, foi decisiva para a liberação do financiamento junto à Caixa Econômica Federal. A obra totaliza nesta primeira etapa o valor de R$ 43.098.905,98, mais contrapartida do Município, de R$ 6 milhões.

Segundo o prefeito Clécio Luís, a obra é para toda cidade e ficará marcada como uma das grandes e maiores de mobilidade urbana da capital. “Quero agradecer ao senador Davi, que foi decisivo na liberação dos recursos da agência financiadora, que é a Caixa; aos senadores Randolfe Rodrigues e Lucas Barreto, que foram também fundamentais. Esse eixo contará com drenagem profunda, iluminação, canteiro ecológico horizontal, será uma obra completa. Além disso, a Claudomiro de Moraes será grande eixo de mobilidade urbana de Macapá, uma verdadeira transformação com seis grandes eixos de corredores para o transporte coletivo”.

“Todas as vias receberão calçadas padronizadas, drenagem profunda e superficial, meio-fio. Desde 2013, a gestão trabalha para a execução desse projeto. O plano de mobilidade irá melhorar a trafegabilidade de nossa população. Nos seis eixos serão investidos 131 milhões de reais. A prefeitura entrará com 19 milhões de reais de contrapartida. Desse montante, na primeira etapa, serão 43 milhões de reais e 6 milhões de reais de contrapartida da prefeitura”, explicou o prefeito Clécio.

Ele ressaltou ainda os investimentos para a zona sul da cidade. “Essa região da cidade tem reformas de quatro UBS’s e mais uma em andamento, nova Feira Maluca, Creche Tia Chiquinha, muitas dessas obras com emendas do senador Randolfe Rodrigues. Temos ainda os residenciais São José e Açucena, construção de passarelas de concreto e madeira, Centro Profissionalizante e agora esse grande eixo de mobilidade urbana”, disse.

O senador Davi Alcolumbre destacou que a unidade política das conquistas está fazendo a diferença. “Agradecer a toda equipe da prefeitura, que é totalmente empenhada e comprometida com os projetos. Quero agradecer essa conquista também aos vereadores, pois esse empréstimo passou pela aprovação da câmara. Fico muito feliz em ajudar o nosso estado. Macapá, nosso apoio tem sido incondicional. Mesmo neste momento de crise, estamos conseguido nos destacar. O Amapá tem avançado e todas as prefeituras estão sendo atendidas com o nosso apoio em Brasília. Fico muito feliz da nossa capital estar sendo beneficiada com nosso esforço, e somado ao esforço do prefeito Clécio, que tem colaborado. Temos crescido e feito muita coisa”, comemorou.

A obra está dividida em seis eixos. Nesta primeira etapa, os trabalhos serão executados na Rua Claudomiro de Moraes, abrangendo as vias 13 de Setembro, Clodovio Coelho, Santos Dumont e Hildemar Maia, que receberão serviços de pavimentação, calçadas, sinalização, drenagem, ciclovia, paisagismo, ciclofaixa, iluminação e abrigo de passageiros.

A presidente da Associação dos Moradores do Congós, Mara Menescal, em seu pronunciamento, agradeceu. “Estamos muito felizes, é uma grande obra para todos nós. Só temos a agradecer. A zona sul terá mais um investimento que beneficiará toda a população”. “O empenho é válido, a unidade do Senado, bancada federal, tem sido fundamental para avançarmos no Amapá. Feliz por poder estar junto e comemorar este momento”, pontuou o senador Lucas Barreto.

O trabalho de pavimentação ganhará um reforço com a tecnologia israelense, denominada Geogrelha, que tem como objetivo dar mais resistência à massa asfáltica. E o canteiro localizado na Rua Claudomiro de Moraes será transformado em um grande jardim, com a inclusão de ciclovias. O trabalho dá continuidade ao serviço de melhorias implantado na cidade pela prefeitura, entre elas a licitação inédita do transporte público, que irá selecionar empresas para concessão dos serviços do sistema de transporte coletivo urbano da capital.

Ao final, o prefeito e o senador Davi Alcolumbre andaram pela Claudomiro de Moraes para acompanhar o andamento da obra. Participaram do evento o presidente da Câmara Municipal de Macapá, Marcelo Dias, acompanhado pelos vereadores Nelson Souza, Japão Baía, Cláudio Góes, Caetano Bentes, Rinaldo Martins, Diego Duarte e Odilson Nunes; o deputado estadual Paulo Lemos; deputado federal Acácio Favacho; presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amapá, Michel Houat e os conselheiros do TCE, Amiraldo Favacho e Regildo Salomão; o superintendente regional da Caixa Econômica Federal no Amapá, Clemilson Andrade, secretários municipais e sociedade civil.

Lilian Monteiro
Assessora de comunicação/PMM
Contatos: 98409-3733/ 98805-5931
Fotos: Max Renê e Gabriel Flores

Com o objetivo de promover a conscientização para prevenção, MP-AP co-realiza 4ª Corrida Contra o Câncer

O Ministério Público do Amapá (MP-AP) foi co-realizador da 4ª Corrida Contra o Câncer, realizada neste domingo (24), em Macapá. A prova, realizada pela ONG Carlos Daniel, teve como objetivo promover a conscientização para prevenção do câncer e arrecadar recursos para que a organização não governamental execute suas ações de combate à doença.

A ONG Carlos Daniel ajuda crianças e adolescentes na luta contra o câncer e visa estimular ações solidárias, destacando a importância dessas atitudes para a construção de uma sociedade melhor, menos desigual e mais justa. Além da corrida, o evento contou com uma ação de saúde, ofertando serviços de vacinação e testes rápidos, buscando proporcionar à população uma manhã de lazer e prevenção à saúde.

O presidente da ONG e organizador do evento, Agenilson Pereira, agradeceu o apoio do MP-AP como co-realizador da corrida. “Esse evento é um momento de saúde, esporte e lazer e o mais importante que é o combate ao câncer. Agradeço o apoio do Ministério Público e demais parceiros, que abraçaram a causa”, frisou Agenilson Pereira.

O evento contou com a participação do campeão da Corrida de São Silvestre de 1997, Émerson Iser Bem, apoiador do evento. O pai do corredor triatleta especial, Gabriel Rocha – também conhecido como Biel -, o maratonista Rodrigo Rocha, salientou a importância da prova. “Para cada lugar que a gente vai, é uma corrida diferente, uma sensação diferente e nessa além da competição temos a ação social pela causa contra o câncer. Estamos felizes em participar de uma prova com um objetivo tão importante”, comentou Rodrigo Rocha.

A procuradora-geral do MP-AP, Ivana Lúcia Cei, esteve presente no evento acompanhada do secretário-geral do Ministério Público do Amapá, promotor de Justiça Paulo Celso Ramos. A PGJ a iniciativa da ONG de incentivar a prática de atividades físicas por meio da corrida e na luta contra o câncer. “O combate ao câncer no estado do Amapá é de suma importância para o Ministério Público, onde a Promotoria de Saúde teve a iniciativa de fazer essa parceria de co-realizarmos esta corrida. Em 2020, o MP-AP seguirá parceiro da prova, com o um apoio mais forte ainda”, destacou Ivana Cei.

Ao final da corrida, alguns kits de frutas que o MP-AP distribuiu aos participantes da prova, foram doados para o abrigo São José.

Também apoiaram o evento a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) e a Vara de Execuções Penais do Poder Judiciário. O contador e maratonista Paulo Penha Tavares elogiou a iniciativa e reforçou a importância da prática esportiva.

“O exercício físico é sinônimo de saúde e a corrida incentiva isso. Aqui no Amapá há uma necessidade de que os órgãos públicos apoiem esse tipo de iniciativa, pois como ainda não existe um apelo comercial para a essa prática esportiva, não conta com o apoio empresarial. Com o envolvimento das entidades públicas, a iniciativa privada perceberá a importância dente incentivo. Portanto, parabéns aos agentes públicos pelo apoio na realização”, comentou o maratonista.

Corrida, percurso e premiação

A corrida saiu do Parque do Forte (Lugar Bonito), percorreu a Avenida Beira Rio, seguindo pela Rua Jovino Dinoá, passando pela Avenida Desidério Antônio Coelho, e volta para a Avenida Beira Rio finalizando no ponto de largada. Ao todo, cerca de 900 corredores participaram da prova.

As premiações ficaram designadas como: Geral, Cadeirante e Deficiente Visual. Para a corrida Geral, o 1° colocado ganharam R$ 800 mais troféu, o 2° lugar recebeu R$ 600 mais troféu e o 3° colocado foi premiado com R$ 400 mais troféu. Nas categorias Cadeirante e Deficiente Visual, os prêmios são os mesmos para os respectivos 1°, 2° e 3° lugar.

Vencedores da 4° Corrida Contra o Câncer

Cadeirantes masculino:

1 – Ralberdan Nascimento Rodrigues
2 – Aristeu Ferreira dos Santos
3 – Josean Abreu da Silva

Cadeirantes feminina

1 – Erilene Gomes Paiva
2 – Irene dos Santos Gomes

Deficiente visual masculino:

1 – Gilson Machado Silva
2 – Cleison Afonso Silva Almeida
3 – Rudinei da Silva e Silva

Deficiente visual feminino:

1 – Edinelza Brito Amorim
2 – Elisangela da Silva e Silva
3 – Marcia Cristina de Almeida Olivira

Classificação Geral Masculino:

1 – Lucas Santos dos Santos
2 – José Maria Arruda de Almeida
3 – Thiago Henrique Matias
4 – Rosivaldo Moreira da Silva
5 – Antônio Cosmo Silva Oliveira

Classificação Geral feminino:

1 – Risonete dos Santos Moura
2 – Adriana Lopes Farias
3 – Rosilda Pereira Brito
4 – Deuzicleia dos Santos Araújo
5 – Cleidiane Gama Pereira

SERVIÇO:

Elton Tavares – Diretor de comunicação
Texto: Vanessa Albino e Nelson Carlos
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]