Festividade: Missas e live cultural marcam celebração do dia de São José na Diocese de Macapá

Igreja mantém a programação em honra ao santo padroeiro e reforça medidas para cumprimento de decretos – Andor de São José carregado por fieis – Foto: Willian Valério -Pascom

Para celebrar a solenidade litúrgica dedicada ao padroeiro São José, a Diocese de Macapá mantém para esta sexta-feira, 19, a programação prevista da festividade 2021 com três missas e uma live cultural com sorteios de prêmios na Catedral São José.

As celebrações acontecem às 7h30, às 11h e às 19h com a presença de fiéis limitada ao número de 300 pessoas dentro da Catedral em cada horário. A programação cultural também vai acontecer dentro do espaço da Igreja, a partir das 17h, com a apresentação dos artistas amapaenses Amadeu Cavalcante, Nani Rodrigues e Marcia Fonseca.

O acesso de fiéis para as celebrações se dará por ordem de chegada e após o limite permitido ser atingido não será possível acompanhar as missas dentro da Igreja. Para se evitar o deslocamento de grande público, todos os momentos do dia serão transmitidos pela internet nas redes sociais da Diocese de Macapá e da Catedral São José, bem como através da Rádio São José Fm 100.5.

Apesar das medidas adotadas pelo Governo do Estado através do decreto n° 0907/21 para menor circulação de pessoas, as atividades religiosas seguem permitidas de forma presencial neste período por serem consideradas essenciais, segundo a lei estadual 2531, 05/01/2021.

Dado ao fato do dia de São José constar no calendário litúrgico de preceito, os interessados também podem participar de celebrações organizadas nas demais Paróquias da Diocese que celebrarão a solenidade do santo padroeiro em horário próprio.

Para garantir o cumprimento das medidas de prevenção contra a covid-19, as Igrejas reforçarão o controle de público, uso de álcool em gel, obrigatoriedade de uso correto de máscara e higienização dos espaços físicos, além do distanciamento adequado dentro do ambiente nas celebrações do dia do padroeiro São José e nas demais missas do fim de semana.

Diocese de Macapá
Pastoral da Comunicação
Contato: 98414-2731

Concurso Internacional de Redação de Cartas comemora 50 anos

Estão abertas as inscrições para o Concurso Internacional de Redação de Cartas, que neste ano chega em sua 50ª edição. A iniciativa recebe inscrições de escolas públicas e particulares de todo o Brasil, no período de 22 de fevereiro a 26 de março de 2021.

O objetivo do certame é melhorar a alfabetização de jovens por meio da redação de cartas, incentivando a expressão da criatividade e o aprimoramento dos conhecimentos linguísticos de crianças e adolescentes. Para este quinquagésimo concurso, o tema da redação é: “Escreva uma carta a um familiar, contando sobre sua experiência da Covid-19”.

Promovido anualmente pela União Postal Universal (UPU), sediada em Berna, na Suíça, no Brasil o concurso é realizado pelos Correios e acontece em três fases: escolar, estadual e nacional. A quarta etapa – fase internacional – é realizada pela UPU.

A participação se dá por meio das escolas (rede pública e privada), que selecionam, entre as redações de seus alunos, até duas cartas para representá-las. A melhor redação de cada Estado passa para a fase nacional, quando é escolhida apenas uma carta, que irá representar o Brasil na fase internacional.

A escola e aluno(a) vencedores podem ganhar prêmios de até R$ 10,5 mil e R$ 10 mil, respectivamente.

Todas as informações sobre o concurso, como formulário de redação, ficha de inscrição e endereço para o envio dos documentos estão disponíveis no endereço https://www.correios.com.br/sobre-os-correios/educacao-e-cultura/concurso-internacional-de-redacao-de-cartas.

Cinco décadas despertando talentos – Em 2019, um estudante recém-formado no Ensino Médio, em uma escola pública de Rondônia, foi aceito em quatro universidades americanas, entre elas, as Universidades de Harvard e Columbia, duas das mais conceituadas nos Estados Unidos. Este aluno prodígio é Leonardo da Silva Brito, que ficou em 1º lugar no Brasil e 3º lugar no mundo no Concurso Internacional de Cartas de 2015.

Já Laryssa da Silva Pinto, de Curitiba, foi a vencedora em 2016 do Concurso Internacional de Redação de Cartas no Brasil. Logo depois, no Modelo Internacional do Brasil (MIB 2018), assumiu uma grande responsabilidade: representar um país durante uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em Harvard, nos Estados Unidos, em um debate sobre conflitos de guerra. A ação foi uma simulação em que os alunos assumem o papel de embaixadores dos países envolvidos e são avaliados de acordo com a capacidade de mitigação dos conflitos, negociação, argumentação e contribuição para a equipe. Laryssa foi escolhida para ser a delegada do Brasil depois de se destacar no evento em nível nacional. O encontro reuniu 168 jovens de 19 estados brasileiros, em Brasília, para debater a resolução de um embate histórico: a Guerra dos Seis Dias.

Outra história de sucesso é a de Andréa Guimarães de Oliveira, que nasceu em Belo Horizonte (MG), em novembro de 1973. Em 1988, recebeu o 1º Prêmio do Concurso Internacional de Composições Epistolares para os Jovens, promovido pela União Postal Universal – Berna – Suíça (1º lugar mundial). A segunda brasileira a alcançar a primeira colocação internacional também escreveu o livro “A viagem de uma carta”, publicado pela editora RHJ. Formou-se em Administração de Empresas e fez pós-graduação em Gestão Estratégica de pessoas.

Concursos anteriores – Os Correios participaram de quase todas as edições desde 1972. O Brasil já ganhou 3 medalhas de ouro (1972 /1988/2006), 2 medalhas de prata (1978/1980), 2 medalhas de bronze (1992/2015) e recebeu menções honrosas na etapa internacional em 2009, 2012, 2016, 2017 e 2018. Na classificação internacional, o Brasil só é superado pela China (5 medalhas de ouro).

Vale lembrar que o concurso de 2020 foi cancelado no Brasil, em decorrência da pandemia de coronavírus, que desencadeou o fechamento de escolas.

Assessoria de Imprensa
Superintendência do Amapá
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(96) 3198-7208 / 98138-5712

Poeta e letrista de Macapá, Bruno Muniz lança segundo livro

Cantor da banda Beatos Cabanos mostra referências do cânone literário na coletânea “Depois vá ver o mar”, que traz poemas “destacáveis”

A troca de cartas entre personagens compõe o mais recente livro do poeta Bruno Muniz. Chamada Depois vá ver o mar — Cartas para lembrar se nada acontecer, a coletânea é editada pela Kelps. Muniz vive em Macapá e é letrista e cantor do grupo Beatos Cabanos, conhecido na cena artística local.

Das 240 páginas do livro, 61 são poemas destacáveis. O livro é acompanhado de dois envelopes e de um marcador de páginas. Os leitores podem destacar os versos e enviar como cartões postais. O livro também traz ilustrações do artista plástico Igum Djorge.

Em seu segundo livro, o autor mostra influência de poetas do cânone literário brasileiro e estrangeiro. “A experiência de ler Olavo Bilac aos nove anos de idade me impactou e quis conhecer outros poetas”, diz o autor, que em 2016 estreou com Cem versos putos sobre mim. “Aos 12, me apaixonei por Fernando Pessoa. Li a obra completa dele várias vezes e ainda é meu preferido. Outra referência é o francês Arthur Rimbaud.”

DEPOIS VÁ VER O MAR — CARTAS PARA LEMBRAR SE NADA ACONTECER
Bruno Muniz
Ilustrações: Igum Djorge
Kelps
240 págs.

Fonte: Rascunho.

Um ano de pandemia: a gente perde o chão quando falta saúde – Crônica de Elton Tavares

2020 não foi fácil pra ninguém. 2021 não está diferente. Cada um de nós perdeu um amigo, parente ou conhecido que gostava. Realmente a gente perde o chão quando falta saúde. Este mês fez um ano que estamos travando uma guerra desleal contra esse vírus. Este março está mais pesado para mim. Muitos amigos tratando de Covid-19 e uma muito amada familiar doente de Covid.

Continuo grato a Deus por nenhum dos que são do meu núcleo de amor ter partido por conta da pandemia e por eu mesmo ter driblado a doença até aqui. Me solidarizo com os que não tiveram a mesma sorte.

Estamos há um ano fazendo esforços. A maioria de irresponsáveis não quis fazer e não faz. Um ano de negação, torpeza e omissão criminosa do mito satânico e seus asseclas que plantam um jardim de lapides. Só lamento pelas estúpidas atitudes nestes tempos tão difíceis. Pagamos a penitência de ter colocado esses caras no poder, mas a esperança não morre sem ar.

Fico triste e puto com os irresponsáveis que seguem quebrando as regras de prevenção e distanciamento social. É como diz o adágio popular: “a ignorância faz devotos”. A populaçao está há um ano assistindo a tudo numa calma quase hipnótica. Mas quem não acorda com a triste realidade, a gente surra com fatos.

Chegam telefonemas doloridos, mensagens assustadoras, posts terríveis sobre partidas nas redes sociais. As mortes somam mais de um quarto de milhão. Isso só no Brasil. Destes, são 1.181 no Amapá. Parece uma cruel uma realidade paralela. Uma distopia, um purgatório e, às vezes, um inferno contínuo. E sigo rezando pelos meus afetos, sobretudo os enfermos, para passarem por isso da melhor forma.

Nas melancólicas escuras e silenciosas horas da noite, resmungo, suspiro, oro, me indigno e choro. Algumas vezes, um pouco de álcool para flutuar na tormenta.

Seguimos obstinadamente lutando por nossas vidas. Continuo cauteloso, amedrontado, com cuidados e orações. E deixo um recado para os imbecis: parem. Não levem a culpa pela morte de seus pais ou avós. Pois a verdade é que a gente perde o chão quando falta a saúde de quem amamos. Pense nisso e cuide bem dos seus amores!

Elton Tavares

Sobre poesia e vida na quarentena – Crônica poética de Pat Andrade

Crônica poética de Pat Andrade

Não sei ao certo como é pra maioria dos poetas, mas a poesia é sempre válvula de escape pra mim. Através dela me manifesto, me sentencio, me absolvo. Me mato, morro e me ressuscito todo os dias.

Nesta quarentena, a poesia tem sido também tábua de salvação. Agarrei-me a ela como nunca; mas, às vezes, me escapulia. Não havia braços, mãos ou dedos que me fossem estendidos de volta. Aí, ficava sem escrever. Simplesmente não conseguia.

Talvez porque minha poesia tem inspiração no cotidiano; na vida pulsante e corrida; no universo que me cerca. De uma hora pra outra, tudo isso mudou. O universo reduziu-se à casa – que é minúscula; meu tempo continuou correndo – mas de um jeito diferente – e o cotidiano também se modificou profundamente. Ainda bem que a gente tem a capacidade inata de se adaptar. Ainda estou fazendo isso.

Sobrevivo da poesia. Não só da minha poesia, bem entendido. Mas de toda a poesia que me chega. Pela janela aberta do quarto, pelo livro ao lado do travesseiro, pela obra vendida nas redes sociais, pelo olhar do meu gato (que não é meu de verdade), pela risada do meu filho, pela doce palavra de um amigo querido ou por um gesto mais ríspido que a vida me reserva. O fato é que sobrevivo.

*Republicado por conta do Dia Nacional da Poesia. 

Poesia que não se esgota (Por Fernando Canto) – @fernando__canto

A poesia não se esgota no pensamento porque ela é o esforço da linguagem para fazer um mundo mais doce, mais puro em sua essência;

A poesia procura tocar o inacessível e conhecer o incognoscível na medida em que articula e conecta palavras e significados;

Cada imagem representada, projetada pelo sonho, pela imaginação ou pela realidade, é um símbolo que marca o que sabemos da vida e seus desdobramentos, às vezes fugidios.

Mas nem sempre é o poeta o autor dessa representação, pois tudo o que surge tem base social e comunitária, depende da vivência de realidade de quem propõe a linguagem e a criação poética.

Quando isso ocorre estamos diante da autenticidade do texto poético. E todos somos poetas, embora nem sempre saibamos disso. E ainda que nem tentemos sê-lo.

Fernando Canto

*Republicado por conta do Dia Nacional da Poesia. 

‘Diversidades’: MP do AP mostra a importância de denunciar o preconceito contra as diferenças

Por Karina Rodrigues e Ronaldo Brito

O Ministério Público (MP) do Estado lançou uma campanha para combater os casos de preconceitos contra as diferenças no Amapá. Um vídeo passou a ser divulgado nas redes sociais, espaço que é muito utilizado para promover descriminação e ofensas.

A campanha mostra para a população a importância de denunciar e combater todo e qualquer tipo de preconceito.

Com apoio da Rede Amazônica, a iniciativa é da Promotoria de Defesa de Direitos Constitucionais e Fundamentais. O órgão recebe diariamente várias denúncias de conteúdos de intolerância racial, religiosa e descriminação de gênero, idade e contra a pessoa idosa.

Denúncias de crimes contra a honra podem ser feitas de forma presencial ou pelo número 127, que é da ouvidoria do MP.

Assista aqui ao vídeo da campanha: 

Fonte: G1 Amapá.

Obra organizada por pesquisadores da UNIFAP e UFMT apresenta estudos e pesquisas sobre o campo da Cultura

Pesquisadores do Grupo de Pesquisa Estudos Interdisciplinares em Cultura e Políticas Públicas (CNPq/Unifap), vinculado ao Curso de Especialização em Estudos Culturais e Políticas Públicas, em conjunto com pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Comunicação e Cidade (Citicom-UFMT), apresentam o livro Estudos de Cultura: Abordagens e perspectivas.

Os organizadores são os professores Drº. Antônio Sardinha, Drº. David Júnior de Souza Silva, da UNIFAP, e Drº. Yuji Gushiken (Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT), com publicação pela Editora da Universidade Federal do Amapá.

A obra contou com a participação de pesquisadores brasileiros de Universidades das regiões Norte, Centro-oeste e Nordeste, além de pesquisadores estrangeiros da Guiana, Guiana Francesa, Suriname e de duas universidades europeias – Universidade Livre de Amsterdã e University of Twente Enschede, Países Baixos.

A obra resulta da cooperação, iniciada em 2018, entre o Curso de Especialização em Estudos Culturais e Políticas Públicas da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e o Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

“O que procuramos com esta publicação foi conectar perspectivas, abordagens, preocupações e visões de mundo que permeiam as investigações no campo de estudos de cultura. O processo de curadoria do livro acentua dois caminhos: a formação e consolidação de parcerias com pesquisadores em universidades brasileiras e a ampliação de possibilidades de cooperação e investigação com pesquisadores da Amazônia Caribenha”, destacam os organizadores da obra.

O livro contou com avaliação de um comitê ad hoc convidado exclusivamente para avaliar a produção dos autores. Foram 19 pesquisadores de 13 instituições de ensino superior, todos doutores e com experiência de pesquisa para a avaliação das contribuições enviadas pelos colaboradores da obra. Essa decisão permitiu um trabalho marcado pela produção coletiva capaz de tornar o próprio processo de concepção, produção e editoração do livro em uma experiência de aprendizagem.

Cooperação e internacionalização

A publicação resulta de um esforço de cooperação entre pesquisadores situados em territórios distintos: Amazônia, Cerrado, Pantanal, sertões e a Amazônia Caribenha, na América do Sul. “Observamos aqui um mapa das margens ou das franjas do amplo território brasileiro e sul-americano (amazônico-sertanejo-pantaneiro-cerradeiro), investido do poder de perguntar o que sabemos de nós mesmos e o que estamos fazendo para simplesmente saber, por meio das práticas e processos de pesquisa dos textos aqui publicados, ensejar algumas faíscas na produção de conhecimento sobre o que é e o que pode ser o amplo campo da cultura”, destacam os organizadores.

Como acessar a obra

A obra está disponível para acesso gratuito nos endereços abaixo:

Editora UNIFAP

Estudos de Cultura: Abordagens e Perspectivas

Ascom Unifap, com informações do Observatório da Democracia, Direitos Humanos e Políticas Públicas/Unifap.

Minhas dezenas de fitas K7 e a nostalgia – Crônica de Elton Tavares – (Republicado em homenagem a Lou Ottens, inventor da fita K7, que morreu dia desses).

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica de Elton Tavares

Certa vez, há alguns anos, ao procurar meus livros dentro do armário do quarto, dei de cara com minhas duas caixas de sapatos repletas de fitas cassete. Constituída por dois carretéis de fitas magnéticas, a fita cassete é popularmente abreviada como K7. Esse tipo de “tecnologia” foi desenvolvida pela empresa Phillips, em 1963, para substituir a fita de rolo e o formato 8-track, que eram semelhantes, mas muito menos práticos e mais espaçosos.

A tecnologia desse artefato traz uma fita de áudio de 3,15 milímetros de largura, que rodava a uma velocidade de 4,76 centímetros por segundo. Antigamente a gente ouvia tudo na fita K7, no vinil e, muito depois, CD. Hoje, apesar de alguns ainda usarem o “Compact Disc”, quase tudo é no MP3 e MP4.

Minhas caixas, com quase 40 fitas, têm de tudo: Sony, Maxell, Bulk, Basf, Phillips e TDK, de 40, 60 e 90 minutos. A maioria não possui mais capa, mas as que ainda têm estão com os nomes das músicas ordenadamente anotadas no papel interior da fita.

Naquela época, nós caçávamos sons novos como as bruxas eram perseguidas durante a Inquisição, ou seja, incansavelmente. Época de micro system Sanyo (Alguém aí se lembra do que é “rewind”?), walkman Sony e festas de garagem.

Dentro das caixas os velhos companheiros: Depeche Mode, The Smiths, New Order,The Cure, Iron, U2, A-ha, David Bowie, Queen, Pearl Jam e Nirvana (muito Nirvana) Titãs, Ira!,Paralamas, Legião Urbana (muito Legião), Barão Vermelho, Engenheiros… todos esses e outros heróis da juventude. Além de umas do velho Chico Buarque.

Fizeram sucesso no final de 80, todos os 90 e início dos anos dois mil. Não tenho vergonha de ser tão antiquado. Meu brother André fala sempre, em tom pejorativo, que todo mundo já gravava CDs em 1999 e eu fitas. Bons tempos!

Aliás, gravar fitas era porreta. Quando curtia muito um som, todo um continha somente uma música (podia ser 30 ou 45 minutos de cada lado, com a mesma canção). Às vezes, ficava com o dedo no tape deck, esperando o locutor da FM calar a boca e soltar o som para que eu o tomasse. Oh, saudades!

Enrolar e desenrolar fitas com lápis ou caneta, sem falar em limpar cabeçotes do tape deck, isso sim é nostalgia.

A fita cassete não voltou como o vinil, que hoje é objeto cult. No máximo, estão em forma de adesivos de smarthfones (que acho legal pra cacete).

Minhas fitas. Tenho dezenas até hoje. Sei que são inúteis, mas é o apego notálgico.

É, minhas velhas e empoeiradas caixas de sapato não estão somente repletas de fitas cassete, mas de ótimas lembranças. Eu as olhei por dezenas de minutos e as guardei novamente no armário, na memória e no coração…

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bençãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria,lançado em setembro de 2020. A obra tá linda e está à venda na Public Livraria ao preço de R$ 30,00 ou comigo. Contato: 96-99147-4038.
**Republicado em homenagem a Lou Ottens, holandês inventor da fita K7, que morreu no último sábado (6), aos 94 anos.

17ª edição do Festival Imagem-Movimento no Amapá será on-line; inscrições estão abertas

Por Núbia Pacheco

As inscrições para a 17ª edição do Festival Imagem-Movimento (FIM) de audiovisual estão abertas no Amapá. Com as restrições por causa da pandemia de Covid-19, as exibições dos filmes serão feitas totalmente de forma on-line, entre 24 e 27 de junho.

Os interessados podem concorrer em duas categorias: a tradicional, conhecida como “Mostra Fôlego”, recebe inscrições até 11 de março. A novidade de 2021, a “Mostra Despintada”, é voltada para estudantes da rede pública e recebe produções até 11 de abril.

Acesse o regulamento do festival
Acesse o formulário de inscrição

O FIM, que já acontece desde 2004 em Macapá, é tradicionalmente marcado pelas exibições nas praças da cidade, em especial a ‘Mostra Muralha” que acontece na Fortaleza de São José de Macapá. Neste ano, será completamente on-line através das redes sociais do festival.

A premiação será de R$ 2,5 mil na “Mostra Fôlego”, onde participam filmes de seleção geral do festival, e R$ 1,5 mil na “Mostra Despintada”, na qual poderão participar alunos da rede pública de ensino com produções estudantis.

Tradicional projeção na muralha da Fortaleza de São José, uma das marcas do FIM, será substituída por exibições na web — Foto: Divulgação/FIM

A inscrição é gratuita para os estudantes amapaenses e para os demais participantes será no valor de R$20. Podem participar apenas realizadores, produtores ou representantes legais dos filmes.

O Festival Imagem-Movimento recebe inscrições de forma permanente, mas, para participar da 17ª edição do festival, interessados devem se habilitar respeitando os prazos estabelecidos no regulamento do evento.

Fonte: G1 Amapá.

Projeto abre seleção para 820 vagas para inglês e francês

O projeto de extensão Jovem Bilíngue abriu inscrições para preenchimento de 820 vagas imediatas e formação de cadastro reserva do curso de idiomas nível I e nível II, 60 horas, inglês ou francês. As vagas são para o segundo semestre do projeto que tem 12 meses. A iniciativa é do Departamento de Letras e Artes (DEPLA), integrado ao Programa de Formação, Capacitação, Aperfeiçoamento e Idiomas (PROFID), para a oferta de cursos básicos à distância, gratuitamente, aos jovens da comunidade amapaense.

Inscrições

As inscrições serão online, gratuitas para os cursos de inglês e francês nível I e de inglês e francês nível II, realizadas por formulário eletrônico nos dias 08, 09 e 10 de março de 2021. Para os cursos de inglês e francês nível II, os candidatos deverão comprovar, no ato da inscrição, documento que comprove a conclusão do nível I. O formulário eletrônico estará disponível somente nos dias programados e o acesso será na página do processo seletivo, no endereço https://www2.unifap.br/profid/processos-seletivos/.

Segundo o coordenador do Projeto e Diretor do DEPLA, Prof. Melque da Costa Lima, a oferta de cursos livre de idiomas é uma demanda da juventude do Amapá. “A UNIFAP, no que lhe concerne, pretende garantir o acesso desses jovens ao estudo das línguas inglesa e francesa, de forma gratuita, em vários municípios”, explica. O projeto será expandindo para mais municípios nesse segundo semestre. Serão 1.170 pessoas atendidas entre os cursos de inglês, francês e libras.

Vagas

Das vagas, 450 são para o curso de inglês, 250 são para francês nível I, 60 para o curso de inglês e 60 para francês para o nível II, no período de abril a julho de 2021.

Documentação

Para efetivação da inscrição, os candidatos devem preencher o formulário de inscrição on-line, apresentar cópia digital do RG (frente e verso) ou documento com foto; cópia digital do CPF e comprovante de endereço. Todos os documentos devem ser anexados ao formulário.

Os candidatos podem acompanhar todo processo seletivo na página do DEPLA https://www2.unifap.br/depla/ ou do Programa de formação, capacitação, aperfeiçoamento e idiomas https://www2.unifap.br/profid/processos-seletivos/. O resultado da seleção será publicado no dia 18 de março.

Ascom Unifap

Festival Imagem-Movimento inicia período de inscrições para XVII edição

Mostra Despintada”, voltada para produções estudantis e R$ 4.000,00 em prêmios são a novidade deste ano. Inscrições vão até 11 de abril.

Vai começar mais uma edição do festival de cinema mais antigo da região norte do país! E, para dar a largada na XVII edição do Festival Imagem-Movimento (FIM), anunciamos o início do período de inscrições para este ano.

Sob o mote “A cura está nas margens”, o festival será realizado no formato online, a fim de obedecer às normas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus (Covid-19) e de resguardar a saúde e integridade tanto da equipe do festival, quanto dos realizadores e do público.

As inscrições

Nesta edição, os realizadores de todo o país interessados em participar com suas produções têm que ficar atentos a duas datas: o dia 11 de março é a data limite para quem quiser ter seu trabalho audiovisual exibido pelo festival, incluindo aí os realizadores amapaenses que participam da Mostra Fôlego, que é competitiva e esse ano oferecerá o prêmio de R$ 2.500,00 à produção vencedora do Prêmio Gengibirra de Audiovisual.

A novidade fica por conta da “Mostra Despintada”, cuja data limite para inscrições é 11 de abril. Essa é a primeira edição dessa mostra que também é competitiva e, segundo os organizadores do evento, busca estimular o surgimento de novos realizadores entre o público estudantil do estado do Amapá. A produção vencedora da “Mostra Despintada” receberá a premiação de R$ 1.500,00.

Em todos os casos, as inscrições devem ser feitas apenas pelo/as realizadore/as, produtore/as ou representantes legais dos filmes, conforme consta no Regulamento.

Para inscrever o filme, os/as realizadores/as devem preencher o formulário online e realizar o pagamento, conforme as instruções do regulamento. As inscrições para a Mostra Despintada são gratuitas. Nesse caso, quando o estudante for menor de idade, precisará enviar também a autorização de pais ou responsáveis, para que sua inscrição seja validada pelo festival.

Após o período de inscrições, os filmes serão analisados pela curadoria do FIM, para garantir que preenchem todos os requisitos exigidos no regulamento. A lista de filmes selecionados será divulgada no site festivalfim.blogspot.com e nas redes sociais do festival em data a ser definida.

Festival online

Com a realização do FIM em formato online, os/as realizadores/as que tiverem seus filmes selecionados, devem estar atentos ao Termo de Exibição, que precisará ser preenchido autorizando a exibição online da respectiva obra audiovisual no festival.

Segundo o regulamento, os filmes que farão parte da programação devem ficar por 24 horas em exibição no canal do Youtube do FIM. Após este período, serão excluídos da plataforma.

O mais antigo do norte

O FIM acontece em terras amapaenses, anualmente, desde 2004, consolidando-se, ao chegar a sua XVII edição, como o festival de audiovisual mais antigo da região norte do país. Esse ano, o evento conta com recursos provenientes da Lei Aldir Blanc de emergência cultural captados através de editais da Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult-AP) e, além de sua tradicional equipe de realizadores independentes, essa edição é assinada também pela Oca Produções. Para mais informações, acesse o site festivalfim.blogspot.com e as nossas redes sociais!

XVII Festival Imagem-Movimento
Período de Inscrições
Seleção Geral e Mostra Fôlego: até 11 de março

Mostra Despintada: até 11 de abril

Inscrições: festivalfim.blogspot.com
Ver Regulamento

Ver Formulário online

Mais informações: festivalfim.blogspot.com e redes sociais

Festival Imagem-Movimento
http://festivalfim.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/festivalfim
Inscreva-se

Coordenação de Comunicação Festival Imagem-Movimento
Alexandre Brito (96) 98118-3510
Lívia Almeida (96) 99168-2464
Hilário Monteiro (96) 99164-1847

27 anos da morte de Charles Bukowski, o genial velho safado! – Por Elton Tavares

O saudoso escritor marginal, bebum e pervertido em tempo integral, também conhecido como “velho safado”, Charles Bukowski, subiu há exatos 27 anos. Ele morreu em 9 de março de 1994, em decorrência do excesso de goró, vítima de pneumonia, na cidade de San Pedro. O genial poeta sacana tinha 74 anos e é considerado o último escritor “maldito” da literatura norte-americana.

Henry Charles Bukowski Jr. nasceu em 16 de agosto de 1920, na cidade de Andernach, na Alemanha, filho de um soldado americano e de uma jovem alemã. Ele foi levado, aos três anos de idade, para morar nos Estados Unidos. Espancado pelo pai, viciado em birita desde adolescente e formado na marginalidade de Los Angeles, onde morou por mais de 50 anos, Buk escreveu sobre sua própria e longa vida (boemia e desgraça).

Obsceno como poucos, Buk fez a alegria de muita gente, pois possui milhões de fãs ao redor do mundo. Seus livros são cheios de situações inusitadas e chocantes, sempre com muita birita, aflições, jogos de azar, sexo e putaria. Vários devaneios e realidade do dia-a-dia dos malucos.

Há anos, minha prima Lorena me apresentou ao poeta e romancista americano. Sua obra tarada, anticonvencional e ofensiva a moral e bons costumes é genial. Sobretudo para fãs da literatura sacana e escrachada como eu. Li somente quatro livros do velho Buk, “Numa Fria”, “Misto-quente”, “Hollywood” (1989) e “Pulp”. Mas me deleitei com vários artigos e crônicas do cara.

O que se pode dizer? Citar Bukowski é trazer todos aqueles bares pelos quais passou, seus bêbados e seus problemas que eles afundam no copo. Como ele mesmo gosta de se vangloriar em suas histórias, um médico disse que, se ele não parasse de beber, morreria em trinta dias: nada aconteceu. Depois desse episódio, Bukowski deu a guinada na sua vida literária, começando a escrever poesia. Dizer Bukowski invoca ao leitor o sabor de cerveja, vinho e outras coisas; citá-lo nesta lista não é uma obrigação, é uma honra.

Claro que o goró estimula a criatividade, é só lembrar dos fascinantes papos que batemos durante uma simples reunião etílica. Ainda não sou escritor, quem sabe no futuro? Mas sou um biriteiro assumido e já que berber e escrever tem tudo a ver, sigo na esperança de um dia publicar um livro (risos). Um brinde ao velho safado, esteja ele onde estiver!

A gente devia encher a cara hoje, depois a gente fala mal dos inúteis que se acham super importantes” – Charles Bukowski

Elton Tavares

 


Como ser um grande escritor, por Charles Bukowski

você tem que trepar com um grande número de mulheres
belas mulheres
e escrever uns poucos e decentes poemas de amor.

não se preocupe com a idade
e/ou com os talentos frescos e recém-chegados;

apenas beba mais cerveja
mais e mais cerveja

e vá às corridas pelo menos uma vez por
semana

e vença
se possível.

aprender a vencer é difícil –
qualquer frouxo pode ser um bom perdedor.

e não se esqueça do Brahms
e do Bach e também da sua
cerveja.

não exagere no exercício.

durma até o meio-dia.

evite cartões de crédito
ou pagar qualquer conta
no prazo.

lembre-se que nenhum rabo no mundo
vale mais do que 50 pratas
(em 1977).

e se você tem a capacidade de amar
ame primeiro a si mesmo
mas esteja sempre alerta para a possibilidade de uma derrota total
mesmo que a razão para esta derrota
pareça certa ou errada

um gosto precoce da morte não é necessariamente uma cosa má.

fique longe de igrejas e bares e museus,
e como a aranha seja
paciente
o tempo é a cruz de todos
mais o
exílio
a derrota
a traição

todo este esgoto.

fique com a cerveja.

a cerveja é o sangue contínuo.

uma amante contínua.

arranje uma grande máquina de escrever
e assim como os passos que sobem e descem
do lado de fora de sua janela

bata na máquina
bata forte

faça disso um combate de pesos pesados

faça como o touro no momento do primeiro ataque

e lembre dos velhos cães
que brigavam tão bem?
Hemingway, Céline, Dostoiévski, Hamsun.

se você pensa que eles não ficaram loucos
em quartos apertados
assim como este em que agora você está

sem mulheres
sem comida
sem esperança

então você não está pronto.

beba mais cerveja.
há tempo.
e se não há
está tudo certo
também.

Mais um dia: Ronaldo Rodrigues se sentindo um pouco Charles Bukowski

Ronaldo Rodrigues & Charles Bukowski

Mais um dia. Acordo com uma puta vontade de mandar tudo à merda. Vontade de abrir a janela e mandar todo mundo se foder. Mas é muito esforço para minha combalida figura. E a humanidade, decididamente, não vale a pena. A humanidade vai continuar aí, venerando dinheiro, trabalhando duro para meia dúzia de filhos da puta. A humanidade vai continuar fedendo pelo longo dos anos. Até acabar a merda da areia da ampulheta. Foi assim por todos esses malditos anos. Será assim pelo terceiro milênio afora. Duvido que haja um quarto milênio para a humanidade purgar.

Mais uma cerveja na companhia desses idiotas que infestam a festa nefasta deste bar. Um bar cheirando a mijo. Mas é preciso ser social (leia-se hipócrita) de vez em quando. Tanto faz morrer de tédio em casa ou na mesa do bar. Posso até fingir que assisto a uma decadente sessão de cinema.

Poesia para todos! Pérolas aos porcos! Os especialistas de coisa nenhuma estão pontificando. É impressionante. Eles conseguem me provar que não basta saber coisas interessantes para se tornar alguém interessante. Todos têm algo a dizer, muito a dizer. Só que suas palavras rebuscadas e, geralmente, equivocadas não têm nada a dizer. Antes que tudo isso me enlouqueça, aperto o gatilho na minha testa e descubro que o outro lado da vida é do mesmo jeito que este. Então era isso? A condenação já tinha começado? Droga!

*Bebedeiras fazem parte da vida de um escritor. Tá, tudo bem! Nem de todo escritor. Eu, que me sinto escritor (às vezes) e beberrão (sempre), curto a embriaguez de ser um escritor beberrão. Muitos sabem que gosto de me sentir Charles Bukowski. Quer dizer: poucos sabem e quase ninguém se importa, mas sempre que leio Bukowski recebo a entidade Bukowski e as únicas coisas que me interessam nesses momentos são uma garrafa de cerveja ou vinho barato, um cigarro mais barato ainda e uma puta bem puta mesmo.

Ronaldo Rodrigues