O ROUBO DA BUNDA – Crônica de Juraci Siqueira

Foto encontrada no Blog Porta Retrato

À época eu trabalhava no açougue do João do Roque que também era dono de um matadouro localizado às proximidades da Fortaleza de São José, tempo em que a orla da cidade era povoada por palafitas que iam da fortaleza a baixada do Elesbão.

Era nesse aglomerado de barracas construídas na praia que se destacava o matadouro aonde o gado, chegado de canoa, era desembarcado com a maré alta e mantido em currais de madeira até o momento do abate.

Certa noite ouviu-se fortes mugidos vindos das bandas do curral, fato que ninguém deu muitas importância, já que era comum uma rês cair e ser pisoteada pelas outras na disputa pelo espaço. Mas como os gemidos continuaram noite a dentro o vigia resolveu verificar o que estava acontecendo.

Antigo Trapiche Eliezer Levi, em frente da capital amapaense (1966) – Foto: Acervo do meu amigo jornalista e estudioso da história do Amapá, Edgar Rodrigues.

Pegou a lanterna e dirigiu-se para o local de onde vinham os mugidos. O que viu foi simplesmente chocante: um novilho sobre uma poça de sangue debatia-se sem a metade da “bunda”, retirada à faca, provavelmente por um canoeiro, dos muitos que encostavam no trapiche do matadouro para embarque e desembarque de mercadoria.

*(Antonio Juraci Siqueira, Acontecências – crônicas da vida simples. Edições Papachibé, Belém, 2010).Contribuição de Fernando Canto.

QUANDO A GENTE SE GUIAVA PELAS ESTRELAS – Por @alcinea

“Olha! Olha!” Exclamava o menino apontando para o céu.

“Lá vai, lá vai”.

E todos olhavam e viam e falavam sobre o objeto que passava saltitante entre nuvens e estrelas.

Não. Não era um disco voador. Era simplesmente um satélite, provavelmente desses que ficam fotografando a Amazônia.

Diversão da meninada naquele tempo, quando a noite caía, era sentar na frente da casa e olhar o céu, caçar satélites e estrelas cadentes, procurar São Jorge na Lua e identificar constelações.

O telescópio era um canudo de cartolina.

Ah, tempo bom, quando a gente sabia se guiar pelas estrelas e sonhava ser astronauta para visitar outros mundos, brincar em outros planetas e, depois, voltar à Terra com as mãos transbordantes de estrelas.

Trazer também uns fiapos de nuvem para fazer algodão doce, pois que a vida, meu irmão, era uma doçura e plena de encantamento naquela rua sem asfalto, sem bangalôs, sem muros e sem televisão.

Alcinéa Cavalcante

bEIra RIO – Por Fernando Canto – @fernando__canto

Por Fernando Canto

onde passo ouço ossos estralando augúrios principalmente pelas alamedaszagurys e entre mesas vouvivendo maresias em tardes de Venta Niaa puta pisca e cisca o homo arrisca com lábios de felação e o jogador de basquete come um hamburguer na calçada à espreita de uma lua de queijo Ouço ainda arrotos coca-colas e vejo um fedegoso engolidor de fogo sobre cacos de vidros vindo em minha direção “apenas um real doutor tenho que tomar remédio contra azia” e aí ele parte como nave movida a querosene Todos voltam A garçonete cobra-me um fiado que não lembro e o Alonso como sempre chega para preparar o show dos repetidos bardos eletrônicos que fumam em encruzilhadas e lavam seus rabos-de-cavalos com xampu de capim comprado no iepa a noche chega com as andorinhas avoantes e as tesourinhas cagadoiras por isso o céu é um saloon de baile onde dançarinos negros movem-se pelo fundo azul-laranja-cobre que se fecha em contraluz ao poente
com(o) a noche surgem idiomas e dialetos inquietantes que fervilham em compressões obscuras Assuntos sustentáveis de gesso e notícias-bombardeios pela tela do Grande Irmão de George, o Orwell
absorvo crítica ferrenhas enquanto o engraxate dá um brilho de espelho no pisante ferracini do camarada revolution dono de todas as verdades e locador de todas as doses
A gente só vai embora desta mesa se a nuvem negra da saída da lua não se afastar com a Venta Nia “Não choverá” diz seguro o prefeito do pedaço
Toca o celular e o Mô avisa “pernas em frangalhos/ olhos em bugalhos/ vou aí mas não demoro/ umboraimbora” O papo vai michar praessa turma/ Bando de burgueses emergentes com cartão de crédito e uma senha na memória
Assistir ao jogo do Brasil é bom no bar onde um palavrão pronunciado na medida soa como carinho por toda a extensão da Beira Rio
Mô chega e quer logo se (me) mandar cansada pra caralho e pra outros sambitos zouck loves e merengues
Assistir ao jogo do Brasil repito é bom no bar onde um palavrão pronunciado soa como grito de paixão

*Do livro “Equino CIO – Textuário do meio do Mundo”. Ed. Paka-Tatu, Belém, 2004.

Há seis anos, morreu Rubin Carter, o “Hurricane” (Furacão), símbolo de liberdade

Rubin Carter, o Furacão – Foto: Estadão

Há exatamente seis anos, em Toronto (Canadá), morreu o ex-boxeador Rubin Carter, o “Hurricane” (Furacão). Ele tinha 76 anos e lutava contra um câncer de próstata. O cara foi um símbolo de liberdade.

Em junho de 1966, ele era um forte candidato ao título mundial de boxe, mas foi preso no mesmo ano, acusado de assassinato em primeiro grau de três pessoas brancas.

Quando as três pessoas foram assassinadas num bar em Nova Jersey (EUA), Hurricane passou, de carro, próximo ao local do crime. Carter foi erroneamente preso como um dos assassinos e condenado à prisão perpétua, por motivação racista: os jurados eram brancos. Anos mais tarde, o Furacão publicou um livro chamado “The 16th round”, em que conta todo o caso.

Rubin Carter e Muhammad Ali (foto: reprodução Geledes)

A obra inspirou um adolescente do Brooklyn e três ativistas canadenses a juntarem forças com Rubin para lutar por sua inocência.

Ele foi declarado inocente e libertado em 1985. A Associação de Defesa das Vítimas de Erros Judiciais (AIDWYC), da qual “Hurricane” Carter foi diretor executivo de 1993 a 2005, afirmou em seu comunicado sobre o falecimento do Furacão: “Descansa em paz Rubin, teu combate terminou, mas nunca será esquecido”.

Música e Cinema

Bob Dylan visita Furação na prisão.

Depois de ler a autobiografia publicada enquanto Carter ainda estava preso, Bob Dylan escreveu em 1975 a canção “Hurricane” sobre a vida de Carter, que virou um símbolo da injustiça. Bob Dylan foi processado pela Patty Valentine, por ter usado seu nome na música.

A história também inspirou um filme do diretor Norman Jewison, “Hurricane: O Furacão” (1999), com a atuação brilhante de Denzel Washington como Rubin Carter, rendeu ao astro do cinema o Globo de Ouro de melhor ator e uma indicação ao Oscar.

Além do filme e canção, a história rendeu alguns livros.

Hurricane foi campeão mesmo não disputando o cinturão. Ele lutou contra algo muito mais poderoso, que assola não só o seu país, mas o mundo.

O racismo está presente sempre e são caras como Rubin Carter que nocauteiam tais idiotices. É, o Furacão foi um grande cara. É isso.

Fontes: Estadão, UOL e minha cachola.

Secult-AP prorroga prazo de inscrição online do Edital “Circula Amapá” por mais 30 dias

A Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult/AP) prorrogou o período de inscrição para o Edital “Circula Amapá”, lançado no dia 18 de março de 2020. A Chamada pública tem o objetivo de selecionar e premiar 137 projetos, programas e ações de agentes da cadeia produtiva da cultura e das artes. Com o novo prazo, as inscrições no site – www.secult.ap.gov.br – encerram no dia 30 de maio.

Essa medida faz parte do programa de valorização e fortalecimento da cultura protagonizado pela Secult/AP e os participantes devem obrigatoriamente estar cadastrados no Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais – SEIIC. A ideia da pasta é reconhecer o trabalho desenvolvido por artistas, produtores, grupos, companhias, bandas, grupos musicais e demais empreendedores da cultura do Estado que favorecem a circulação de bens, produtos e serviços artísticos e culturais em âmbito local, estadual, nacional e internacional.

Os recursos para o Edital são provenientes de emenda federal articulada pelo senador do Amapá, Davi Alcolumbre, com o objetivo de apoiar e incentivar os segmentos artísticos e culturais do Estado. O certame irá contemplar múltiplas vertentes artísticas como a cultura popular, tradicional e identitária; teatro; arte circense; dança; artes visuais e/ou plásticas; artesanato; audiovisual; livro, leitura, literatura e biblioteca; e música.

Os participantes devem comprovar no ato da inscrição o tempo de atuação dos proponentes nos segmentos onde se inscreveram (no caso do segmento categoria popular, tradicional e identitária a comprovação ocorre por meio dos movimentos culturais, com o reconhecimento de todos os proponentes do tempo de atuação mínima). Podem participar Microempreendedores Individuais (MEI) e pessoas jurídicas de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos e os valores das premiações variam entre cinco e dez mil reais.

A Secult/AP disponibiliza em seu site vídeos explicando aos interessados sobre o funcionamento do Edital e como proceder no ato da inscrição, além disso, os técnicos da Secretaria também estarão à disposição dos artistas e produtores culturais para sanar quaisquer dúvidas sobre o certame, por meio de ligações e WhatsApp no número – (96) 98808-0736. O acesso também pode ser via o e-mail da Secult/AP: [email protected].

Uma leitura da Divina Commedia (Inferno) de Dante Alighieri – Por @yurgelcaldas

Por Yurgel Caldas

Talvez seja Dante Alighieri (1265-1321) quem inaugure uma grande tradição na história da literatura ocidental, que tem como foco o Inferno e suas imagens por demais sedutoras. Daí teríamos como derivadas obras como a conhecida trilogia das Barcas, de Gil Vicente, donde se destaca o auto da Barca do Inferno (1517); o poema épico Lost Paradise (1667), de John Milton, e a tragédia Faust, de Goethe (versão completa da primeira parte em 1808; versão completa da segunda parte em 1832). Nesses exemplos, temos a figuração do inferno como elemento que chama atenção do leitor e, mais do que isso, provoca uma leitura atrativa justamente pela descrição que os escritores fazem desse espaço de danação que sempre causou indagações, curiosidades e toda sorte de fantasias no mundo cristão.

Esse é o caso da Divina Commedia, de Dante, longo poema épico escrito em versos decassílabos (a chamada medida nova italiana) durante a primeira vintena do século XIV, que tem como título original apenas a palavra Commedia, mas que, como aponta Anna Maria Chiavacci Leonardi, durante o século XVI, ganha o atributo de “divina” de seus próprios leitores e, a partir de então, as edições subsequentes adotam o atributo como parte do título do poema, tal qual o conhecemos hoje.

A narrativa da Divina Commedia atravessa todo o Universo ptolomaico (em vigor nos tempos de Dante), desde sua fundação arquitetônica (o centro mesmo da Terra), até o limite conhecido àquele momento: o Empíreo. Trata-se, portanto, de um Universo circular perfeita e harmoniosamente desenhado, tal como o concebia o mundo grego (LEONARDI, Anna Maria Chiavacci, “Introduzione” a La Divina Commedia: Inferno, 2005, p. XV).

São nove céus (ou círculos, como aparecem descritos na própria obra) perfeitamente concêntricos onde não há corrupção; mas o problema é que no seu interior existe o homem – mortal, falível e, ao contrário do mundo que o abriga, corruptível. De fato, o homem é um problema exposto na narrativa dantesca, mas também é a solução para que haja a narrativa em si. Sem o homem, a Divina Commedia não teria nenhum sentido. Afinal, o livro narra a viagem de redenção do próprio Dante (personagem falível e mortal), que se encontra no Inferno e busca ascender ao Paraiso tendo como guia o poeta Virgilio (também falível e também mortal), sem o qual seria impossível sequer a esperança de reencontrar a amada Beatrice (metáfora do amor medieval como veículo ao Paraiso – tal como mostraram as tradições trovadorescas provençais e galego-portuguesas, entre os séculos XII e XIII na Europa).

Dante, o personagem do Inferno – espaço por excelência da obscuridade (como se encontra no início do Canto I: “Nel mezzo del cammin di nostra vita/ mi ritrovai per una selva oscura”) – procura sempre a luz, seja a da razão e da poesia (Virgilio), seja a luz da libertação e do amor (Beatrice). E Dante procura a luz porque quer salvar a si próprio em um mundo ainda maniqueísta, tal como o trovador das cantigas de amor na tradição galego-portuguesa. Esse trovador não louva a beleza da mulher amada (a dona, a dama, a mulher cuja beleza é sem par no mundo) pelo mero fato da beleza ímpar em si; mas sim porque o trovador é consciente de sua falibilidade, e encontra no ato de amar uma dama perfeita – não só em termos físicos, mas também morais e espirituais – a forma excelente de acessar a possibilidade de se salvar. O amante excelente e humilde poderia salvar sua alma se amasse fielmente sua dama – único meio estético de não ir para o Inferno.

Dante é assim: busca na visão iluminada e iluminadora de Beatrice (como a Terra Prometida por Deus a Abraão e seus seguidores hebreus) a única possibilidade de sair de um espaço infernal e encontrar a luz. A Commedia dantesca pode ser lida também como a narrativa de uma viagem, um percurso, um destino – tanto de seu personagem Dante, que vaga num espaço sem tempo que é o próprio Inferno, quanto de seu leitor que assume a condição de viajante e peregrina pelo quadro medieval e terrivelmente cristão pintado pelo poeta fiorentino. A viagem, aliás, que é tema central nas narrativas homéricas ena Eneida de Virgilio, o guia de Dante através do Inferno, não deixa de ser uma metáfora da condição de todo leitor de textos literários.

*Contribuição do amigo Yurgel Caldas, que é professor de Literatura da Unifap e do Programa de Pós-graduação em Letras (PPGLET) da mesma instituição.

Cinquentando na Quarentena: em comemoração ao seu aniversário, cantora Patrícia Bastos se apresenta em live, neste sábado (18)

Hoje (18), a partir das 20h30, a cantora Patrícia Bastos comemorará seus 50 anos de vida com um show on-line. A live, denominada Cinquentando na Quarentena, será transmitida pelos perfis da artista nas redes sociais Instagram (https://www.instagram.com/patricia_bastoss/) e Facebook (https://www.facebook.com/patricia.bastos.5209).

A ideia inicial da cantora para a comemoração dos seus 50 anos, seria um grande show em Macapá, neste mês de abril. Mas como a pandemia do novo coronavírus fez o mundo parar, Patrícia Bastos festejará via internet, mas bem pertinho do coração de seus familiares, amigos e fãs.

Filha da cantora Oneide Bastos, irmã e mãe de músicos e compositores, Patrícia Bastos é uma das grandes vozes do cenário nacional. Não à toa, a artista já concorreu, com nada menos que Zizi Possi e Maria Bethânia, ao Prêmio de Melhor Cantora de MPB do Brasil em 2017. No mesmo ano, foi uma das indicadas ao Grammy Latino, na categoria Raízes Brasileiras, concorrendo como Melhor Álbum com Batom Bacaba.

Sobre Patrícia Bastos

Patrícia Christiane Guedes Bastos é macapaense, formada em administração e cresceu rodeada de músicos que fazem parte da história do Amapá. Ela começou a cantar aos 18 anos, quando entrou para a Banda Brinds. Na década de 90, já tinha uma carreira solo, cantando em bares de Macapá. Depois vieram as participações em festivais e editais do governo federal para realizar shows pelo país.

Após gravar cinco discos voltados para a música regional – Pólvora e Fogo (2002); Sobre Tudo (2007); Eu Sou Caboca (2009); Zulusa (2013) e Batom Bacaba (2016) – com as mais diversas parcerias com compositores e músicos geniais do Amapá e de fora do Estado, ela se tornou a cantora amapaense de maior projeção no Brasil e no exterior.

Com a querida Patrícia Bastos, em um encontro de trabalho, em 2018.

Não sou próximo da fantástica cantora, mas sou um dos incontáveis fãs dessa caboca e divulgador de sua bela obra. Ela enche a todos nós, amapaenses, de orgulho.

Patrícia, a ti desejo todo o amor que houver nesta vida, muita saúde e ainda mais sucesso. Feliz cinquentada e obrigado por nos trazer arte na quarentena.

Elton Tavares, com algumas informações da jornalista Mariléia Maciel

Hoje rola live do cantor, músico e compositor amapaense, Zé Miguel

Zé Miguel – Foto: Aílton Leite

O cantor, músico e compositor amapaense, Zé Miguel, fará uma apresentação on-line nesta sexta-feira (17), a partir das 20h. A LIVE será transmitida pelos perfis do artista nas redes sociais instagram (https://www.instagram.com/zemigueloficial/?r=nametag) e Facebook (https://www.facebook.com/zemiguelz).

Para quem quiser contribuir voluntariamente com a arte, basta transferir qualquer valor para o artista. O número da Agência é 2825-8 e a Conta Corrente 106891-1, Banco do Brasil.

Trata-se de uma alternativa de entretenimento na quarentena e uma maneira de valorizar um dos maiores ícones da música amapaense, já que nestes tempos de pandemia os shows presenciais estão suspensos.

Sobre Zé Miguel

Zé Miguel é um artista reconhecido dentro e fora do Estado. Tem como marca as composições sobre a terra onde nasceu, o Amapá. A paixão pela música surgiu na igreja durante a infância. Aos 16 anos começou a tocar violão e guitarra, passando por várias bandas até o início dos anos 90.

Ele, que foi guitarrista da banda Setentrionais, possui oito discos gravados e mais de 400 letras que falam da Amazônia. Já lançou vários CDs, DVDs e tem em seu currículo shows no Canecão (RJ) e na Alemanha. É um dos maiores da música amapaense.

Prestigie nossa cultura!!!

Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares

Festival Solidário “Live Cult Tucuju”: hoje, a partir das 19h, rola live do cantor Amadeu Cavalcante

Hoje (17), a partir das 19h, o Festival Solidário “Live Cult Tucuju” tem sequência com live/apresentação de Amadeu Cavalcante. O show será transmitido pela página do Facebook do artista: https://www.facebook.com/amadeu.cavalcante.54

“Nossa intenção é de ajudar amigos músicos que estão passando por dificuldades neste momento de quarentena… Queria pedir o apoio no compartilhamento de nossa live para que possamos alcançar o maior número de pessoas e, quem sabe, apoiadores através do aplicativo Vakinha”, comentou o músico Fineias Nelluty – idealizador do festival – que abriu o evento no último dia 10 de abril.

O festival já teve apresentação dos cantores e compositores Osmar Júnior, no último sábado e Nivito Guedes, no Domingo de Páscoa. Naldo Maranhão, Brenda Melo e Alan Gomes, e Nani Rodrigues se apresentaram ao longo da semana. Você pode acompanhar, através deste link, o quanto já foi arrecadado e fazer sua doação: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/live-cult-tucuju-em-prol-dos-profissonais-que-vivem-exclusivamente-do-trabalho-musical

Sobre Amadeu Cavalcante

O cantor e compositor Amadeu Cavalcante tem 57 anos, e 39 deles dedicados à música amapaense. Ele iniciou a carreira profissional cantando nos bares da capital, em 1980. Em 1989, lançou o primeiro disco da carreira, à época, um LP chamado ‘Sentinela Nortente’.

Em 1991, Amadeu lançou o segundo disco ‘Estrela do Cabo Norte’, ‘Tarumã’ (1996). No ano seguinte, em 1997, passou a integrar o quarteto Senzalas, junto com os músicos Zé Miguel, Val Milhomem e Joãozinho Gomes, quando lançaram o CD ‘Dança das Senzalas’. Desde então, não parou mais.

Programação completa do Festival:

– Sexta dia 10: Fineias Nelluty e Bia Nelluty
– Sábado dia 11: Osmar Junior
– Domingo dia 12: Nivito Guedes
– Segunda dia 13: Naldo Maranhão
– Terça dia 14: Brenda Melo e Alan Gomes
– Quarta dia 15: Rambolde Campos
– Quinta dia 16: Nani Rodrigues
– Sexta dia 17: Amadeu Cavalcante
– Sábado dia 18: Poetas Azuis
– Domingo dia 19: Val Milhomem
– Segunda dia 20: Joãozinho Gomes
– Terça dia 21: Enrico Di Miceli
– Quarta dia 22: Nonato Santos.

Prestigie nossa cultura!!!

Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares

“Diabo Assado” – Por Fernando Canto

Por Fernando Canto

Aos 30 dias do mês em curso, na Delegacia de Ordem Social e de Bons Costumes Tradicionais, onde se achava presente o senhor Bacharel e doutor Degelado, digo, Delegado, o escrivão do seu cargo ao final assassinado, digo, assinado, e o acusado, este confessou que na noite anterior dançou uns bregas num lupanar denominado “Casa do Calipso” e depois pegou um táxi acompanhado de sua namorada, a menor N.E.M. de 16 anos, a quem convidou para dormir em sua casa, sita à rua Maria Eudóxia, s/nº, bairro dos Prazeres. O indivíduo acusado que tem a alcunha de “Diabo Assado” é um perigoso meliante que tem inúmeras entradas nesta Delegacia por assalto à mão armada e lesões corporais. Ele disse ao titular da DOSBCT que achava que não morava gente na casa do lado da sua e que resolveu se refrescar tomando um banho de piscina em companhia de N.E.M. às 3:00h da madrugada. “Diabo Assado” disse ainda que a noite estava quente e escura por isso resolveu ficar nu, e se caso alguém aparecesse não iria notar. Tomou então quatro garrafas de “duelo”, digo, garrafas de cachaça “duelo”, e viveu momentos de rei com sua namoradinha menor de idade.

Também disse que acordou meio “coiote” de tanto “goró” e com uma arma apontada para seu nariz. Reclamou que levou um chute no meio das pernas de um policial violento e que até o presente momento dói muito. Falou ao doutor Delegado que não se arrepende do que fez, e que seus vizinhos são uns burgueses chatos e metidos a bestas e até humilham os vizinhos pobres com aquele casarão bonito e quase desocupado, mas que quando sair daqui vai acertar as contas. O doutor Delegado perguntou por que ele matou a namorada N.E.M, e ele, surpreso, respondeu que achava que não tinha sido ele porque gostava muito dela e que só lembrava de tê-la jogado na piscina para ver se ela aprendia a nadar como um boto.

Nestes termos lavro o presente interrogatório que vai por mim assassinado, digo, assinado, nestes dias de dicífel, digo, difícil convivência pacífica entre vizinhos.

*Do livro “Equino CIO – Textuário do meio do Mundo”. Ed. Paka-Tatu, Belém, 2004.

Poema de agora: Maru e Anum – @ManoelFabricio1

Maru e Anum

Da metade + 1
Queria da um pulo contigo
Lá no Maruanum

Me embalar, até o punho
Rasgar
Cair no chão
Rir pra ñ chorar

Levantar e ir colher o lírio roxo
Pelos campos l1
Deixando os sentidos pelo caminho

Registro do nome pela oralidade
Feijão cozido na louça de barro
Da um gosto de saudade

Preta índia
Índia preta
Ñ há registro de mulher mais linda
na literatura do planeta

Manoel Fabrício

‘Patrulha Musical’ da PM leva som e melodia a moradores na quarentena em Macapá

Patrulha musical da PM do Amapá — Foto: José Baía/Secom

Por John Pacheco

As armas, coletes e escudos deram lugar aos instrumentos de sopro e percussão. Já a orientação para manter o isolamento social e ficar em casa foi em forma de música.

De uma forma diferente, mas com o mesmo caráter de conscientização, a “patrulha musical” da Polícia Militar (PM) levou música para moradores do conjunto habitacional São José, na Zona Sul de Macapá, na noite desta quarta-feira (15).

Ação levou clássicos da MPB, regionais e internacionais — Foto: José Baía/Secom

A leveza de clássicos da MPB, regionais, entre outros sons, foi tocada e cantada como forma de reduzir o incômodo do recolhimento domiciliar obrigatório. No conjunto, formado por moradias populares, a resposta da população veio da cantoria através de portas e janelas.

Com o tema “A Polícia canta da rua, você canta de casa”, a ação vai se repetir em outros conjuntos ao longo da semana. Levando ritmos variados, a patrulha serviu de distração para os moradores.

Dona de casa Maria da Silva acompanhou apresentação de casa — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“Achei uma boa ideia, porque a gente vive o dia a dia aqui já preocupado, não pode sair, preocupado de pegar uma doença. Não tenho como estar saindo e isso é uma boa ideia, anima a gente”, disse a dona de casa Maria da Silva.

O comandante-geral da PM do Amapá, coronel Paulo Matias, conta que a ideia foi inspirada em ações semelhantes de outros estados, com proposta de desestressar em tempos de confinamento.

“Trouxemos para o estado da forma mais lúdica possível. Para atingir todos os públicos. Crianças, idosos e a sociedade de forma geral”, disse.

Ao longo de semana, o som da banda será levado para outros habitacionais, como o Macapaba e o Mucajá.

Coronel Paulo Matias, comandante-geral da PM do Amapá — Foto: José Baía/Secom

“Os conjuntos são escolhidos porque as pessoas ficam nos seus apartamentos de forma que não causa aquela aglomeração de pessoas para assistir. Cada um no seu devido o apartamento. É uma forma também da gente dar a nossa parcela de contribuição”, completou.

Fonte: G1 Amapá

Aos 94 anos, morre Rubem Fonseca

Rubem Fonseca: a luta vã por uma árvore no Leblon | Foto: Divulgação

Por Lauro Jardim

Morreu no início da tarde no Rio de Janeiro um dos maiores escritores do Brasil, Rubem Fonseca.

A menos de um mês de completar 95 anos, Fonseca sofreu um infarto hoje, perto da hora do almoço, em seu apartamento, no Leblon. Foi levado imediatamente ao hospital Samaritano, onde morreu.

Talvez o maior contista brasileiro da segunda metade do século XX, Rubem Fonseca é autor, entre outros, de “Feliz ano novo” (1976), “A cólera do cão” (1963), “O cobrador” (1979). Seu último livro de contos inéditos foi lançado há dois anos, “Carne crua”.

Fonte: O Globo