Engenheiro Paulo Bitencourt gira a roda da vida pela 46ª vez. Feliz aniversário, amigo!

Sou um cara de sorte, pois tenho muitos amigos longevos. São pessoas que posso passar tempos sem encontrar, mas se eu precisar, eles não me faltam. Alguns tenho um laço de afeto, amor e parceira há quase três décadas. Um deles é o Paulo Bitencourt, o nosso querido “Paulinho Boca Mole”, que gira a roda da vida neste sexto dia de julho e chega aos 46 anos. Por ser um cara fantástico, rendo homenagens a esse irmão de jornada.

Paulo é engenheiro civil, servidor público, religioso, professor, alquimista-astrólogo e meio cientista maluco amador, fã de Rock and Roll, flamenguista, bicolor, cozinheiro de mão cheia, ex-dançarino de boates, e velho companheiro de presepadas impublicáveis deste editor. Trata-se de um baita cara porreta, inteligente e fiel aos seus. Com toda a certeza, um figura paid’égua pra caralho!

O Boca também é um pai dedicado e amoroso para o Lucas, para a Maria Paula e para a Maria Beatriz; marido apaixonado pela Rose, e filho prestativo da dona Conceição e do seu Nazareno, melhor irmão do Franck, do Patrick e da Najara (sim, todos os irmãos de sangue dele gostam mais dele que dos outros; como já disse, ele é porreta). E, ainda, tio preferido de vários moleques bacanas.

O Paulo se tornou um exemplo de homem de família. Sobretudo, um homem do bem. É bonito ver como ele trata a Rosely , suas Marias lindas e o Lucas. Um marido e pai porreta.

Conheci o Paulinho em 1996, há 27 anos. Foi amizade ao primeiro goró. Na época, eu e meu irmão entramos para a “Cúpula do Trovão” (nossa antiga turma, que aprontou muito em Macapá nos anos 90 e grupo do qual sempre faremos parte). Sempre brinco ao dizer que estamos vivos porque Deus é bom. E tudo isso rendeu tanta história louca que batizamos aqueles tempos de Guerras Secretas (“Secrets War“, em alusão aos quadrinhos Marvel). Quem conhece um pouco dá risada só de lembrar (risos).

Paulo é um homem trabalhador, honesto, meio desconfiado, sempre calado, às vezes meio tímido, mas espirituoso e extremamente inteligente. O Boca (esse apelido o persegue desde que ele era moleque, nem eu sei direito porquê) é um cara PHODA em tudo que se propôs a fazer na vida.

É muito porreta conversar com o Boca. Ele manja de Rock and Roll, Política, História, Literatura, Cinema, Política e demais temas, pois possui vasta cultura geral. Me ferro quando ele entre em astrofísica e buracos negros, mas no todo, é sempre uma boa troca. Se o papo for molhado com cerveja, a gente vai longe. O cara é safo!

Paulinho zerou o jogo da vida, pois conseguiu se tornar um profissional de alto nível (ele sempre foi estudioso “CDF”) com estabilidade financeira e uma bela família. Enfim, o Boca é do caralho (como dizia Millor: “qual expressão traduz melhor a ideia de intensidade do que “do caralho”?).

Em resumo, tenho amigos que quero sempre junto a mim, pois eles energizam o ambiente e nos ajudam a enfrentar os amargores. Amizade é um bem precioso, portanto, cuide daqueles que lhes são caros. E o Boca Mole é um desses grandes caras que tive a sorte e honra de ter entre os meus irmãos de vida.

Paulo, velho amigo, que sigas sempre tua jornada com saúde e desse jeito: “impávido que nem Muhammad Ali, tranquilo e infalível como Bruce Lee“, como diria Caetano Veloso. Invejo isso em ti, pois sou o inverso. Não à toa, a gente (eu, Emerson, Patrick, Syd, Roberto, entre outros tantos) te ama, cara. Que teu novo ciclo seja ainda mais porreta, ainda mais sucesso. É uma honra ser teu amigo. Parabéns pelo teu dia, irmão. Feliz aniversário!

Elton Tavares

*Texto adaptado e atualizado, mas de coração.

Um dos grandes amores da minha vida, Maitê faz nove anos e agradeço a Deus. Feliz aniversário, princesa do tio!

Parece que foi ontem que ela pintou nas nossas vidas, mas já faz nove anos que um dos grandes amores da minha vida (aliás, das nossas) nasceu. Sim, Maitê Ferreira Tavares, a princesa deste tio babão aqui, gira a roda da vida neste quinto dia de julho e agradeço a Deus pela existência desse mocinha linda, educada, inteligente, que ilumina nossa existência.

Quem me conhece sabe que sou doido por aquela molequinha. Sempre perspicaz, ela vive com suas antenas ligadas. Apesar da pouca idade, Maitezinha é uma figura. Linda, sabida, cheia de traquinagem e com sacadas impressionantes para alguém que chegou um dia desses neste mundo.

Maitêzinha, amor do tio.

Nunca fui bom com crianças, nem com brincadeiras infantis com filhos de amigos. Mas quando nasceu a Maitê, alguma coisa floresceu em mim. Meu coração bateu mais rápido só de lembrar daquele momento, em julho de 2014. Foi amor a primeira vista e eu queria estar perto dela hoje. Porém, Maitê tá sempre comigo na tela do meu celular, tatuada na minha pele, na minha cabeça e no meu coração.

Toda vez que falo com ela me apaixono de novo pela pequena lindeza e pela vida. Sim, quando a gente conversa, esqueço dos amargores da jornada e reforço minha esperança no futuro. Ela transforma coisas simples do cotidiano em memórias afetivas que carrego, sempre na sua delicada forma de existir.

Na esquerda, eu, Bruna e Maitê. Na direita, a princesa e sua avó paterna, minha mais que maravilhosa mãe.

Maitê é uma bênção. Uma mistura de bom humor, gaiatice, doçura, inocência (claro), desconfiança (quando não manja das pessoas e lugares), inteligência, sapequice e ternura. Já disse e repito: ela é amada e reflete isso – com aquela luz que só o amor sabe dar.

Sim, a Maitê é um daqueles amores raros que iluminam toda nossa existência. Nossa princesa desperta o que há de melhor de nós e reforça ainda mais nossos laços de amor.

Maitê sempre comigo. Na tela do meu celular, tatuada na minha pele, na minha cabeça e no meu coração.

Não existem palavras que descrevam tudo que a princesa já trouxe de bom e o quanto tocou infinitamente nossos Universos. A gente se conhece há nove anos nessa existência, mas certamente nosso amor vem de muitas outras estações.

Aprendi com nosso saudoso pai, o Zé Penha (A LENDA), que a vida é muito curta para não dizermos a quem amamos que os amamos. Pois é, amo a minha sobrinha como uma filha e sei que sou correspondido. Agradeço a Deus a honra de ser seu tio e padrinho.

Nosso último encontro com a princesinha, em abril de 2023. Eu, minha Bruna, mamãe, Enilton (marido da mamãe) e seus pais, minha cunhada Andresa e meu irmão (e melhor amigo), Emerson.

Portanto, meus parabéns, Maitêzinha. Titio ama-te mais que tudo. Feliz aniversário!

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Elton Tavares (mas também escrevi pela vó Lúcia, vô Enilton e tia Bruna)

A “Síndrome de Hardy Har” (minha crônica sobre reclamões e pessimistas) – *Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”

Crônica de Elton Tavares

Lembram-se do Hardy Har Har? A hiena que era puxa saco do Lippy, o leão. Pois então, tem muita gente que sofre de “Síndrome de Hardy Har Har”. O personagem, ao contrário de todo o resto de sua raça, que vive rindo de tudo, é infeliz, uma figura negativa em todos os sentidos. Hardy ficou famoso pela frase: “Oh dia! Oh azar! ”

Conheço muitos Hardy Har Hars, alguns são invejosos, outros fofoqueiros e ardilosos, mas todos têm algo em comum, são insatisfeitos. Essas pessoas acham que suas felicidades sempre dependem de outra ou de outro lugar. Nunca estão 100% com a vida, vivem doentes ou acham que merecem muito mais do que suas pífias existências lhe oferecem.

Sempre se acham a vítima, suas histórias parecem novelas mexicanas regadas a lágrimas por tudo. Não satisfeitos, ventilam sua infelicidade aos quatro cantos, se queixam para amigos, colegas de trabalho e família. Haja saco para aturar os Hardy Har Hars.

Eles sempre foram mais felizes no passado, “antes é que era legal, pois eu era isso, eu fazia aquilo”.

 Pôtaqueparéu!

Ah, os Hardy Har Hars são sempre coadjuvantes ou figurantes da história. Alguns tem até talento, mas se escondem, com a desculpa de descrição. São aqueles que sempre dizem amém. São abestados, pois derrotam a si mesmos.

Ah, são ótimas escadas para os mais espertos. Eu prefiro ser tipo o Lippy, o leão que sempre dizia: “Hardy, sorria! A esperança é a última que morre!”.  E a hiena: “É, mas morre”.

Tanta gente passando por dificuldades reais, com muita dignidade e você, Hardy Har Har, enchendo o saco de todo mundo com suas pequenezas. Portanto, se tens saúde, emprego e família, por gentileza, se toque.

Tenho um conselho para os Hardy Har Hars, saibam separar tiros de festim dos de metralhadora. Voltem a ser hienas (no bom sentido, claro) e a sorrir. Parem com as lamúrias e vivam suas vidas. Os supostos algozes podem não ser os verdadeiros vilões que foram pintados. Pensem nisso.

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020″.

Inventário das Minhas Grandes Invejas – Crônica de Renivaldo Costa – @renivaldo_costa

Caricatura do artista plástico Wagner Ribeiro

Crônica de Renivaldo Costa

Inveja infinita de quem toca um sax alto durante o ano, e no Carnaval toca em alguma pequena orquestra somente para dar uma força à turma;
Inveja de certos homens que ficam sentados uma manhã inteira, olhando para o tempo, uma tarde inteira, olhando para o vento, e chegam à noite com os olhos ainda virgens;
Inveja de quem sabe contar piadas, como o Paulinho Lopes, mas não passa a noite enchendo os amigos de piadas;
Inveja do Roberto Souza, que consegue beber a noite toda, amanhecer o dia, e não ficar porre;
Inveja de quem não tem medo de altura;
Inveja de quem ganha de presente cadernos de papel reciclado e canetas bico-de-pena;
Inveja de quem tem um Fusca 68 azul e nunca o bateu em um Honda Civic;
Inveja de todos os jogadores de futebol que já entraram no Remo e foram saudados pela torcida do Payssandu, em qualquer época da humanidade;
Inveja de quem nunca foi dono de bar;
Inveja total de quem chuta com as duas pernas e sabe cabecear bem;
Inveja de quem sabe usar a linguagem dos sinais e usa, sem ser surdo-mudo;
Inveja de quem assistiu a um show ao vivo da Elis Regina;
Inveja de quem tem uma casa própria, embora miúda;
Mais inveja ainda de quem tem uma casa própria no Laguinho;
Inveja de quem sabe recitar os próprios poemas para os amigos, e, especialmente, para a mulher que ama;
Inveja de quem recebeu um adiantamento da editora para escrever seu próximo livro, e vai passar seis meses só no fulozô;
Inveja de quem está viajando hoje para Paris e depois Itália;
Inveja de todos os textos de Fernando Canto, o maior escritor do Norte, que escreveu “O bálsamo” e “Equino(cio)”;
Inveja de quem sabe dançar bem e tem disposição para dançar bem, como Caroline;
Inveja de quem tem um programa de rádio, de madrugada, coloca músicas lindas e lê as cartas enviadas pelos desconhecidos;
Inveja de quem conheceu a América Central numa longa viagem, cheia de amigos;
Inveja de quem toma um porre e se lembra de guardar os óculos num lugar seguro;
Inveja de quem não fica nervoso para falar em público;
Inveja de quem passou a tarde hoje num bar, conversando com seu melhor amigo ou amiga;
Inveja de quem anota na agenda a data do aniversário dos melhores amigos, e lembra de telefonar no dia certo;
Inveja de quem tem disposição para fazer seu próprio aniversário;
Inveja de quem tem paciência para escolher e comprar roupas;
Inveja de quem toca “Carinhoso” no sax ou em qualquer instrumento;
Inveja de quem sabe cantar uma música de Lupicínio Rodrigues bem afinado;
Inveja de quem sabe o nome das plantas e flores, como o saudoso Sacaca;
Inveja de quem conheceu Alcy Araújo, Carlos Cordeiro Gomes e Hélio Pennafort, mas no Bar do Abreu;
Inveja de quem tem uma máquina fotográfica manual e tira fotos dos amigos, crianças e velhos há muitos anos;
Inveja de Silvio Leopoldo, pelo “Evocação a Macapá”;
Inveja de quem salta de paraquedas e fica gritando lá do céu um monte de palavrões;
Inveja de quem foi feliz na infância;
Inveja de quem encontrou seu amor tranquilo;
Inveja de quem conviveu muito tempo com os avós;
Inveja de quem sabe recitar os poemas de Manuel Bandeira;
Inveja de quem tomou um porre com Antônio Maria;
Inveja de quem sabe o nome de todas as pontes da BR-156;
Inveja de quem vai passar o sábado inteiro numa rede, lendo algo maravilhoso;
Invejas, simplesmente algumas invejas.

As memoráveis férias de julho em Macapá e a babaquice de quem não sabia curtir

Começou o mês de julho. Em outra época, o período mais aguardado pelos jovens amapaenses. A galera que não viajava tinha a oportunidade de rever os amigos. A maioria deles, estudantes que moravam em vários estados do Brasil. Era aí que rolava a troca de informações culturais e a indignação. Nós inventávamos festas divertidíssimas, com muito rock e birita barata. Oh “ajuntamento” paidégua aquele.

Alguns amapaenses, mais exigentes e com a memória fraca, ficavam mordidos com o fato de Macapá não mudar. Eles falavam que não tinha isso ou aquilo, que a cidade onde moravam era o máximo, que todos lá eram legais e blá, blá, blá. Era aquele velho papo para encher os olhos e ouvidos de quem nunca saia daqui, era mais para aparecer, pois a maioria terminou os estudos e voltou para cá, onde as oportunidades ainda são grandes.

Mas também tinha a galera que notava todos os contras de nossa terra, mas não dava importância, pois estavam felizes de estar com a família e amigos. A mudança de comportamento dessas pessoas era de acordo com sua personalidade, os legais saíram daqui e voltaram cheios de novidades, ideias e muita vontade de mudar Macapá para melhor.

Já os pregos, chegavam torcendo o nariz e (pasmem) até mudavam sua forma de falar, com sotaques e vícios de linguagem das respectivas cidades onde moravam. Sabemos que, em alguns casos, é normal que pessoas absorvam o linguajar do local onde moram, mas a maioria deles era pura falta de personalidade mesmo.

Tinha cada figura. Nós éramos rotulados de loucos, pois escutávamos rock e fazíamos o que dava na telha. Fomos alvo de uma moçada “careta” que fazia o tipo politicamente correta. Até esses patetas irem estudar fora do Amapá. Foi um choque para eles, teve santa que virou loucona, teve prego que virou safo. E vice-versa, etc.

Alguns, que eram babacas, viraram caras legais e outros, que eram legais, se tornaram chatos esnobes. Parecia muito com o papo do Douglas, aquele personagem do ator Bruno Garcia, no filme “Lisbela e o Prisioneiro”.

Douglas era um pernambucano, que se esforçava para falar com sotaque carioca, pois tinha passado um tempo no Rio de Janeiro e ao voltar para sua cidade natal, desdenhava de tudo, pois as coisas boas se passavam no “Rio di janêiro”. A grande febre dos anos 90, na capital amapaense, foram as boites e barzinhos. A noite ficava mais agitada, todos estavam afim de diversão (é incrível, mas tinham mais opções que hoje).

Foi uma época em que a vida noturna local era muito mais badalada (não sei se essa opinião é a confirmação de que estamos ficando velhos). O mais legal eram as festas. Rolavam muitas festinhas nas casas, reuniões de amigos, regadas a rock e vinho barato.

Já tivemos “julhos memoráveis”, eventos marcantes como o Dia Mundial do Rock, noites no antigo Mosaico e quando inventamos o Lago do Rock (para combater a micareta), som legal e companhia paidégua. Nostálgico!

Casos e mais casos engraçados. Conhecemos tanta gente assim, mas o melhor das férias de julho, quando não viajávamos, era rever os amigos, a maioria deles não era como as que citamos neste texto. Eles amam este lugar tanto quanto nós e ficavam felizes em estar conosco, os provincianos enraizados por vontade própria (risos).

Elton Tavares

*Crônica de 2010, republicada por ser julho.

Mais vida, menos grana – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Crônica hedonista de Elton Tavares

Certa noite , ao conversar com amigos e dizer que não guardo um vintém do que ganho com o meu suado trabalho, eles ficaram assombrados. Disseram que é loucura, que ‘issos’ e ‘aquilos’, especialmente sobre reservas econômicas para possíveis emergências. Eu disse que prefiro mais vida e menos grana.

Não, não é que eu não goste de dinheiro. Claro que gosto, mas tudo que ganho, no batalho e sempre honestamente, é repassado para custos operacionais e caseiros. O restante é gasto e muito bem gasto em vida. E não sobra nadica de nada para acumular.

Além da minha incorrigível falta de perspicácia financeira, nunca ganhei somas consideráveis com meus trampos, seja neste site, na assessoria de comunicação ou escritos (sim, vivo literalmente de palavras). Mas o que entrou no meu bolso, apesar de eu não conhecer essa tal de economia, jamais foi desperdiçado.

Eu bebo e não é pouco. Gosto de viagens e dos momentos em que fiz um monte de merdas legais com os meus brothers. Isso tudo custa caro. Em nem todo o dinheiro do mundo poderia comprar aqueles dias de volta. Ou seja, mais vida, menos grana.

Quando não usei minha grana pra curtir a vida com amigos, ajudei pessoas. E essa é a melhor forma de torrar os trocados. Como disparou outro gordo louco no passado: “não quero dinheiro, eu só quero amar”. Grande Tim!

Falando em citações (amo usar frases de ídolos), uma vez o Belchior disse: “e no escritório em que eu trabalho e fico rico, quanto mais eu multiplico, diminui o meu amor“, na canção “Paralelas”. Boto fé nisso.

Algumas pessoas que conheci no passado, amigos e até familiares, após se estribarem, ficaram um tanto pavulagem demais e com suas vidas muito menos divertidas.

E isso me recorda o bom e velho Johnny Cash, que certa vez pontuou: “às vezes eu sou duas pessoas. Johnny é o legal. O dinheiro causa todos os problemas. Eles lutam”.

Ou os Paralamas do Sucesso, na canção “Busca a vida”: “…Ele ganhou dinheiro, ele assinou contratos, e comprou um terno e trocou o carro. E desaprendeu a caminhar no céu …e foi o princípio do fim!“.

Aos que desaprenderam o caminho, deixo a canção-poema : “Desejo que você ganhe dinheiro, pois é preciso viver também. E que você diga a ele pelo menos uma vez quem é mesmo o dono de quem“.

No meu caso, sigo dando mais valor em viver do que em poupar para um futuro incerto. Menos grana, mais vida, meus amigos.

É isso!

Elton Tavares

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Sobre o extinto Bar da Euda (texto republicado) – Crônica de Elton Tavares

Vez ou outra, gosto de reviver momentos ou lembrar de locais marcantes de Macapá, meu lugar no mundo. Afinal, “relembrar é rememorar”, como diz o poeta Fernando Canto.

Isso dentro do meu estilo de vida, pois amo a boemia. Hoje falarei um pouco sobre o extinto Bar da Euda, estabelecimento comercial que foi meio restaurante (durante o dia) e boteco raiz no centro da capital amapaense.

Hoje é domingo, dia de tomar uma e de lembrar do Bar da Euda, estabelecimento que ficava localizado no centro de Macapá. Foi desde os anos 70, até 2013 (dona Euda faleceu em 2013 e seu filho, Miguel, conseguiu manter o bar até 2014) um espaço democrático para os halterocopistas se deliciarem com cervejas enevoadas, a tradicional cachaça de cravinho, tira gostos variados e a especialidade da casa, o “tempurá de camarão”, uma iguaria sem igual.

Lá éramos muito bem tratados pela saudosa dona Euda, o preço era justo e os frequentadores eram quase todos amigos. O Bar possuía bom atendimento, não tinha garçom de mau humor e banheiros sempre limpos. Ah, o bar não era sofisticado, tinha o modelo clássico de boteco, com mesas que invadem as calçadas.

Saudades de beber lá com o jornalista Tagaha Soares (que também virou saudades), o escritor Fernando Canto, meu herói literário tucuju ou gênio dos botecos Fernando Bedran (meu irmão diz que ele é melhor para tomar cerveja do que tira-gosto de charque), era festa!

Conheci figuras que molhavam a palavra por lá há mais de 30 anos. O Bar foi frequentado por biriteiros brancos, pretos, intelectuais, pseudointelectuais, religiosos, ateus, políticos, apolíticos, etc. Todos sempre de bem com a vida.

Enfim, o Bar da Euda foi um local aconchegante e sem frescura. Por lá, conversávamos sobre cultura, política, filosofia e sacanagem. Alguns até traçavam planos mirabolantes para dominar o mundo. Devaneios comuns nos botecos.

Muitas saudades da dona Euda, do bar e do bate papo descompromissado com a galera depois do trabalho, quando afogávamos o stress com boa bebida e companhia porreta, em um bar paidégua!

“Há certas memórias que são como pedaços da gente, em que não podemos tocar sem algum gozo e dor, misturas de que se fazem saudades” – Machado de Assis.

Elton Tavares

Hoje é Dia/Noite de São João! (sobre o santo e a festa junina)

SÃO-JOÃO-BATISTA

Hoje é o Dia de São João. De acordo com a história, João Batista (Judeia, 2 a.C. — 27 d.C.) foi um pregador judeu do início do século I, citado pelo nos Evangelhos da Bíblia. Ele é considerado o santo mais próximo de Cristo, pois além de ser seu parente de sangue, Jesus foi batizado por João nas margens do rio Jordão.

O Evangelho de Lucas (Lucas 1:36, 56-57) afirma que João nasceu cerca de seis meses antes de Jesus; portanto, a festa de São João Batista foi fixada em 24 de junho, seis meses antes da véspera de Natal. Este dia de festa é um dos poucos dias santos que comemora o aniversário do nascimento, ao invés da morte, do santo homenageado.

Segundo a narração do Evangelho de Lucas, João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e é considerado, principalmente pelos cristãos, como o “precursor” do prometido Messias.

Em sua missão de adulto, ele pregou a conversão e o arrependimento dos pecados manifestos através do batismo. João batizava o povo. Daí o nome João Batista, ou seja, João, aquele que batiza.

Aliás, ele batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão, e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adaptados pelo cristianismo.

São João Batista é muito importante no Novo Testamento, pois ele foi o precursor de Jesus, anunciou sua vinda e a salvação que o Messias traria para todos. Ele era a voz que gritava no deserto e anunciava a chegada do Salvador. Ele é também o último dos profetas. Depois dele, não houve mais nenhum profeta em Israel.

Outras religiões

Para alguns Espíritas, Elias reencarnou como João Batista. Mais tarde, teve outras experiências reencarnatórias como sacerdote druida entre o povo celta, na Bretanha. Depois como o reformador Jan Hus (1369-1415), na Boêmia. Na França foi Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), o qual utilizava o pseudônimo Allan Kardec como codificador do Espiritismo. Sua última existência corpórea se deu no Brasil, nascido dia 23 de Fevereiro de 1911 com o nome de Oceano de Sá, mais tarde chamado de Yokaanam:. (fundador da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal), reconhecido como tal por diversas escolas sérias e reconhecidas mundialmente, embora o mesmo não assumisse publicamente pois nunca achou necessário e não queria tirar proveito algum de tal reconhecimento.

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João Baptista é venerado como messias pelo mandeísmo, também considerado pelos muçulmanos como um dos grandes profetas do Islão. Na Umbanda, este santo é sincretizado como uma das manifestações do orixá Xangô, responsável por um agrupamento de espíritos que trabalha para a saúde e o conhecimento, que congrega médicos e cientistas. Já no Islamismo, é reverenciado pelos muçulmanos sunitas como sendo um dos seus profetas. O santo também é o padroeiro da Maçonaria (por conta da criação da entidade, em 24 de junho de 1717).

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Sobre a festa junina de São João

A festa se originou na Idade Média na celebração dos chamados Santos Populares (Santo António, São Pedro e São João. Os primeiros países a comemorá-las foram França, Itália, Espanha e Portugal. Anteriormente os festejos ocorriam por conta do solstício de verão, as quais marcavam o início da colheita. Nelas, ofereciam-se comidas, bebidas e animais aos vários deuses em que o povo acreditava. Um deles era Juno, esposa de Júpiter, que era considerada a deusa da fecundida. Nessas festas, chamadas “junônias”, as pessoas dançavam e faziam fogueiras para espantar os maus espíritos.

Os jesuítas portugueses trouxeram os festejos joaninos para o Brasil. As festas de Santo Antônio e de São Pedro só ccomeçaram a ser comemoradas mais tarde, mas como também aconteciam em junho, passaram a ser chamadas de juninas.

Nunca gostei de festas juninas, mas sei da importância delas na cultura brasileira. Gosto de algumas comidas típicas do período (vatapá então…nossa!), assim como adorava as bombas. Na época de moleque, era obrigado a dançar quadrilha. Aí ficava mais puto ainda com o mês de junho. Na foto, ali em cima, tô com meu irmão, Emerson Tavares, alegre por ter acabado a tortura infantil do “taran ran ran, taran ran ran”.Hoje em dia, até vou, mas só se for a trabalho, para cobrir o evento.

Bom, o Dia de São João é celebrado com festas recheadas de muita dança, comida e alegria. Neste sábado, nas cidades nordestinas, onde a tradição é mais forte, as quadras ferverão ao som do forró (For All). Aqui no Norte, as fogueiras serão acesas também, com quadrilha e brocas legais. Enfim, para quem curte, é onda bacana.

Portanto, minhas homenagens ao santo e uma ótima festa aos amantes da quadra junina. Viva São João!

Elton Tavares
Fontes: Wikipédia, CruzTerraSanta e Calendarr Brasil.

Sobre domingos de quando eu era moleque

Quando eu era moleque, nas manhãs de domingo, acordava com a MPB rolando no toca-discos de vinil, meu pai já tomando uma e minha mãe cozinhava (isso quando não íamos comer fora). O cheiro porreta da broca já exalava na casa. Meu irmão ainda tava na parte de cima do beliche, desmaiado. Eu o acordava pra começarmos a brincar, azucrinar e dominar o mundo.

Papai, sempre carinhoso, nos abraçava e cheirava. Mamãe, também amorosa, mas mais comedida, dava um beijo em cada um dos moleques. Uma vida vivida no amor. É assim até hoje, mas sem o velho Zé Penha. Que saudades!

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez” – Trecho do poema “Filtro Solar”.

Elton Tavares

Pela janela azul do manicômio – Crônica paid’égua de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Um mundo ainda não corrompido se estende pelas ramificações da cidade, em alamedas de flores, que atravessam o grande oceano. É o mundo não corrompido que vejo pela janela azul do manicômio.

Um mundo desprovido de césares e eunucos, de tédio e de policiais. Onde foram abolidas todas as penas, de morte e de vida. Em cujas praças, esquinas e avenidas olhares se atrevem, se atravessam e se comunicam com os segredos da vida, sem colisão de pensamentos. Esse mundo quer existir para todas as pessoas através de mim. Esse mundo me quer como mensageiro de sua paz cotidiana, de respeito mútuo, de fraternidade.

Eu necessito urgentemente de uma caneta para descrever esse mundo, anotar sua fórmula. Corro em direção à escrivaninha em busca de caneta. Quero deixar registrado esse mundo fabuloso, que me acena na noite, pela janela azul do manicômio. Quero dizer que esse mundo existe e pode ser por nós alcançado.

Abro as gavetas, uma por uma. Reviro os papéis na escrivaninha e não encontro caneta, lápis, qualquer coisa com que se possa escrever. Não acredito! Não pode ser! Nunca fiquei sem caneta em toda a minha vida e justo agora que mais preciso…

Começo então uma busca frenética. Remexo pastas. Violo armários. Coloco pelo avesso os bolsos de todas as roupas. Atropelo objetos. Mas tudo é inútil! Não encontro uma caneta sequer e o mundo ainda não corrompido aguarda lá fora, navegando na noite.

Lembro que na esquina da rua do manicômio azul há um boteco onde poderei comprar uma caneta ou quantas eu quiser ou puder ou precisar. Abro a porta do quarto, desço as escadas, pulo a janela do andar térreo e saio correndo pela rua em direção ao boteco. Os enfermeiros de plantão logo são avisados e partem em meu encalço. Não há tempo para explicar a eles que não se trata de uma fuga. Eles não entenderiam a urgência de se comprar uma caneta em plena madrugada.

Continuo correndo em direção ao boteco, o último, o único aberto na noite, em todo o planeta. Acelero a marcha porque o sonolento dono do boteco, sem desconfiar da importância daquele ato, fecha va-ga-ro-sa-men-te a porta antes que eu consiga alcançá-la. Inutilmente, fico batendo desesperado na porta do boteco que abriga vários e vários pacotes de caneta.

Os enfermeiros chegam, trazendo uma camisa de força. Eu me rendo e sou conduzido de volta ao quarto. Me aplicam um tranquilizante e eu fico inerte na cama, observando pela janela azul do manicômio um mundo ainda não corrompido se dissipando na noite.

Poeta Carla Nobre abre pré-venda de seu novo livro “Variações do Infinito”

Nesta segunda-feira(12), Dia dos Namorados, data propícia para o amor, a poeta Carla Nobre abre a pré-venda de seu mais novo livro “Variações do Infinito”, com uma oportunidade a mais para seus leitores.

Com toda a potência poética do amor e a saborosa intensidade de tudo o que vive, Carla Nobre traz para as páginas de seu novo livro, um mergulho no universo das palavras. É o cosmo infindo de suas vivências registrado em “Variações do Infinito”.

A capa e as ilustrações internas do livro são assinadas pela talentosa ilustradora Carla Antunes, a revisão é do Professor Mestre Kerllyo Barbosa Maciel e o prefácio, do Professor Doutor Yurgel Caldas. Para Yurgel, “O público que tem a experiência de ver e ouvir Carla Nobre em sessões de recitais e performances em grupos de poesia e outros eventos, e que permite esse tipo de trânsito (do livro ao corpo, passando pelo corpo da escrita), vale a pena imaginar os poemas do livro Variações do Infinito.” A obra permite essa conexão emocional entre escritora e leitor.

Na contracapa temos a referência da primeira leitura do livro feita pelos Poetas Azuis, Pedro e Thiago, que afirmam: “… Quando o livro vai ganhando aquele gosto de pôr-do-sol, é como se o infinito de Carla e o infinito do universo fossem um só, são infinitos descritos com tudo que a poesia pode oferecer …”

O livro tem lançamento previsto para 31 de agosto, deste ano.

Este projeto foi contemplado pelo Edital n°. 003/2020 – SECULT-AP

A tiragem da obra é de 300 exemplares, deste número, 30% é a contrapartida da Secult, cuja distribuição será destinada, gratuitamente, às bibliotecas de instituições públicas de ensino.

Promoção de pré-venda

A compra antecipada garante o valor promocional de R$30 (trinta reais), o exemplar.

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Assessoria de comunicação

A foto do comandante Guerreiro – Crônica de Fernando Canto

Foto: Arquivo pessoal de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Contemplo a foto aérea tirada no ano de 1948 pelo comandante Guerreiro, piloto e instrutor de vôo do Aeroclube de Macapá, e gentilmente cedida pelo também piloto Paulinho Lopes.

Lá embaixo, depois do retilíneo trapiche Eliezer Levy, está a velha fortaleza de São José, encravada sobre a terra bruta, além das falésias de granito que a separam do grandioso rio. Ao lado dela a praia de areia branca, um dos pouquíssimos lugares da cidade privilegiados com a bela paisagem natural do Amazonas, junto ao Araxá, a vacaria e o Aturiá, que também se espraiam no horizonte. Árvores circundam a estrela de cinco pontas concebida por Gallucio e abrigam um lugar ainda sem o círculo militar, construído 20 anos depois.

A cidade parece puxá-la de dentro do rio, procurando trazê-la para mais perto do coração, mas ela resiste: é o próprio coração da cidade a pulsar ofegante em sua pujante trajetória de amor e de proteção a esta terra. A preamar mostra que ela se situa em uma península dividindo a orla em duas pequenas baías e não há dúvida que abarca o sonho territorial de mais de dez mil almas ávidas de progresso e bem estar, contidos nos inflamados discursos janaristas da “Mística do Amapá”. É ela o único vínculo que temos com o passado. É o legado arquitetônico que simboliza o desenvolvimento da cidade, apesar da igreja de São José ser mais antiga. Único elo, enfatizo, posto que gerações anteriores se omitiram da necessidade de preservar nossa memória e nossas referências dentro da cidade. Posto que por muito tempo ela quase era engolida pelo mato e um dia foi até curral de bois num tempo de degredos e segredos revelados pelos entes do rio-mar.

A frente da cidade jaz, ali, gravada na fotografia do comandante Guerreiro e até o rio é uma massa estática sob um trapiche sem embarcações observado pela pedra do Guindaste, antes de ser quebrada e abrigar o santo protetor. O velho Macapá Hotel espera imponente novos rostos que se aproximam à procura de trabalho e exibe orgulhoso o seu recente corpo construído para receber os visitantes. À sua direita o estaleiro emite os barulhos do calafetar os barcos que partirão para suprir novas necessidades. Casas se escondem sob as árvores frutíferas em bairros ainda desabitados e a asa do avião do comandante plana em vôo sobre a cidade que cresceria sob a égide do sol e a energia que brota diariamente entre a água e a luz.

*Crônica escrita em 2009. 

Relato de um detetive – Crônica de Fernando Canto – @fernando__canto

Crônica de Fernando Canto para Paulo Jânio, boêmio sempre

Dia 1º “– Chegou e se sentou na cadeira do balcão. Ficou olhando em volta. Não bebeu. Fumou duas cigarrilhas.
Dia 2 – Chegou abruptamente e pediu uma cerveja em lata. Olhou para um lado e para o outro e pareceu não ver o que queria. Deixou fiado e partiu.
Dia 3 – O filho da puta não veio.
Dia 4 – Não veio de novo.
Dia 5 – Soube que mandou um recado para o dono do bar. Algo sigiloso que preciso descobrir.


Dia 6 – Abriu a porta do táxi, pôs o chapéu de palha panamá. Entrou de terno preto. Parecia um boto meio vampiro. Voltou para dentro do táxi placa VOW-6161.
Dia 7 – Sequer apareceu, o safado.
Dia 8 – Foi visto na praia com uma mulher.
Dia 9 – Sumiu de novo. Ninguém o viu.


Dia 10 – Apareceu com uma ninfeta. Estava bêbado e armado. Tomou catorze doses de Natu, o mais barato. Fez discurso e declamou poemas até de madrugada. Mostrou a arma, uma pistola. Não disparou nenhum tiro.
Dia 11 – Não fui.
Dia 12 – Chegou cambaleante. Sozinho. Chorou e foi embora para a Beira-Rio. Disseram coisas escabrosas do cara. Falavam muito mal dele.
Dia 13 – Desapareceu mesmo.
Dias 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20 – Sumiu faz uma semana. Não faltei ao serviço.


Dia 21 – Foi solto da cadeia. Chegou e bebeu doze copos de cachaça e tirou gosto com moela guisada.
Dia 22 – Continua bebendo pinga com moela.
Dia 23 – Ganhou todo mundo no jogo de porrinha. Bebeu uma garrafa de vodca e saiu rindo. Entrou num taxi Vow-6262. Quase o mesmo do dia 06.

Dia 24 – Não bebeu neste dia. Parecia ter algum medo. Foi o que me contaram. Mas pediu dinheiro emprestado e jogou cartas com amigos. Fumou quatro cigarrilhas.
Dia 25 – Chegou sorrindo no mesmo táxi do outro dia, com quatro mulheres louras oxigenadas, muito gostosas. Eu saquei que ele me viu de longe e pareceu me cumprimentar. Não dei bola, mas observei suas acompanhantes.
Dia 26 – Parece que ganhou no bicho e voltou. Agora só com duas mulheres morenas e muito sedutoras. Foi embora com elas. Na saída se despediu de mim.


Dia 27 – Lá estava ele de novo com aquelas mulheres lindas. Declamou um poema e se emocionou. Todos aplaudiram. Ele me viu de longe e me cumprimentou.
Dia 28 – Chegou acompanhado de dois policiais fardados. Beberam Campari e cerveja. Ele contou piadas e relatou casos policiais engraçados. Riram e logo depois se despediram.

Ele ficou, me viu e me chamou. Eu fui. Bebemos até às 24h00. As mulheres chegaram e nos saímos juntos. Foi a melhor noite da minha vida.
Dia 29 – Espero por ele e por elas. Ele me garantiu que o programa de hoje seria bem diferente do de ontem. Hoje mesmo rasgo essa porra de relatório”.

11 meses de “Controada” e feliz convivência

Sempre que chega dia 9 de todo mês, a gente fica feliz por nos conhecermos melhor e completarmos mais um pequeno ciclo juntos. Sim, eu e Bruna Cereja demos uma “Controada”, como diz o amigo poeta e escritor Fernando Canto 9 em julho de 2022. Hoje completamos e comemoramos 11 meses dessa colisão após mais de uma década de amizade e seguimos curtindo coisas legais, trabalhando e sonhando conjuntamente.

Ela suporta minhas crises de humor e eu as rabugens dela. Somos o grude, o enjoo e amor um do outro. Mesmo com mistura incrível e incendiária, temos a de nos reinventarmos e nos reerguermos depois das crises. E é verdadeiramente bonito.

A gente transcendeu a linha entre a amizade e a parceria. Escolhemos protagonizar o amor romântico. Às vezes nada convencional, sempre clichê, charmoso e piegas. Quem diria?

Como já disse em outro texto, também em um dia 9: amanhã não nos pertence, e ninguém que conheço saca de futurologia, a única coisa que peço pra mim e para ela é que sigamos juntos, pois eu amo viver com a Bruna, minha namorada linda, inteligente, divertida, entre outras tantas qualidades que faz dela uma mulher fantástica.

Sim, foram 11 meses intensos. Feliz dia 9, de novo. Te amo, Cereja!

Elton Tavares