Sem dar nome aos bois – Crônica de Ronaldo Rodrigues para um mundo melhor

Crônica de Ronaldo Rodrigues para um mundo melhor

Daqui a alguns anos, muitos e muitos anos, quando tudo for passado, eu estarei sentado em minha cadeira de balanço, fazendo palavras cruzadas ou estourando plástico-bolha e, de vez em quando, estendendo meu olhar pelos jardins do asilo numa tentativa de lembrar alguma coisa, alguém, um rosto, uma palavra.

Há tempos que esqueci o nome de algumas pessoas (que bom!), mas lembro de certas coisas de suas personalidades. Não me importo com o que houve com elas, é só uma curiosidade que bate de vez em quando: onde estarão essas pessoas? O que aconteceu com suas vidas imbecis?

• “Inútil! A gente somos inútil!”, cantava aquele rebelde sem causa nos anos 1980 para, nos anos 2000, desafinar feio e mostrar que ele estava certo, se revelando mesmo um inútil. Realmente um fato ultrajante! Com ele, vários ícones de sua geração também reforçaram o refrão da decadência, sem a mínima elegância.

• Fazia belas ultrapassagens aquele piloto de Fórmula 1, conhecido também pelo seu humor azedo e sua voz um tanto fora dos padrões sonoros estéticos. Ele derrapou na reta final de sua vida e serviu de motorista a um sujeito que entrou de carona na direção do país, graças a milhares de desorientados que se deixaram guiar para o abismo de seus pensamentos e sentimentos anti-humanidade.

• E aquele jogador de futebol mimado que arrasava dentro de campo (quando não estava deitado na grama) e era um completo perna de pau fora das quatro linhas? Driblando possíveis condenações por sonegação de impostos, entrou no time do cara que se achava o dono da bola. Fora de campo, o nosso craque marcou inúmeros gols contra e espero que não tenha se afogado nos seus milhões de dólares. Mas o futebol é assim: salvando algumas honrosas exceções, por mais craque que o sujeito seja com a pelota, costuma ser ruim da cabeça. O próprio rei indiscutível desse esporte se revelava um tremendo pereba sempre que o assunto escapava de seus habilidosos pés.

• E aquele jogador de basquete, o maior de todos, que quando arremessava suas opiniões via-se que suas palavras não tinham o mesmo brilho que sua mão santa tinha em quadra.

• E o sujeito que quebrou a placa da rua em reação ao nome que estava escrito lá? Será que ele conseguiu, pelo menos, se tornar nome de um beco sem saída?

• E o assassino da atriz da novela das oito? Sei que ele se transformou em pastor evangélico e ergueu um altar para seu ídolo-mor.

• E por falar em pastor, que terá acontecido com todos aqueles impastores (pastores impostores), ladrões da fé alheia? Será que esses vendilhões do templo, detentores de concessões televisivas e internéticas, se entupiram de dinheiro e estouraram, desta vez de verdade, não na audiência de seus seguidores?

• E os tantos humoristas desengraçados, grosseiros, que perderam o ritmo, o timing, e chafurdaram em piadas de baixíssimo senso de humanidade?

• E os sertanejos, que já haviam conspurcado o verdadeiro sentido da música caipira, autêntica, de raiz? O que terá acontecido com esses glorificadores do agronegócio?

• E os meus ex-amigos artistas, que empunhavam lápis, tinta e papel e se viram seduzidos a fazer o sinal de arminha na mão? Será que foram devorados por sua mediocridade?

• E aquela gente que nunca havia se manifestado na vida, nem contra nem a favor de coisa alguma, que não hesitou em vestir a camisa verde e amarela de um patriotismo torto? E os que enveredaram por um anticristianismo, de exclusão e impiedade?

• E os produtores e disparadores de fake news? Onde estarão espalhando suas mentiras?

Será que alguém aí, que estiver lendo estas linhas, pode arriscar um palpite? Melhor não. Deixa esses merdas pra lá. Prefiro pensar que o tempo passou pra todos nós (que estivemos do outro lado) como um bálsamo e nos curou de todas essas doenças. Eu vou parar por aqui porque já estou sentindo asco de tentar lembrar dessa gente escrota (era gente mesmo aquilo?). E espero sinceramente, tomando emprestado um pequeno trecho da carta do chefe Seattle, que essa galera toda tenha sido sufocada pelos próprios dejetos.

Aos loucos, pirados pelo poder – (Crônica de Elton Tavares – do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica de Elton Tavares

Queria que esses loucos por poder fossem tomados por lucidez e bom humor. Que eles respeitassem nossas individualidades, fraquezas, escolhas e habilidades. Gostaria que estes canalhas avaliassem o profissional, a pessoa, o amigo, sem o sagaz desejo de domínio absoluto do ser e sem a mão pesada da tirania imbecil.

Queria que estes doidos por dinheiro nos deixassem escolher, questionar, discernir, pensar livremente. Queria que os insanos por status nos desse o direito de sermos sinceros, de vivermos com clareza, de acordo com nossas escolhas, sem ameaças ou tramas de desconstrução de nossas imagens.

Ficaria feliz com um pouco de reconhecimento pelo que foi feito, pelo que aconteceu, pelos bons e ilusórios tempos de brodagem. Também seria grato se os alucinados se tocassem que não possuem superpoderes, muito menos competência para “queimar” quem não atende seus desejos.

Queria que fossem menos incoerentes, estúpidos, insensatos e imorais. Uma pena que loucos maus conduzam cegos, entre eles, bons cegos.

Por fim, queria mesmo que esses malucos monsenhores boçais e seus vassalos, envenenados pelo poder, parassem de, a esta altura do campeonato, tentar dar um migué (fraco) para cima de quem os conhece bem. Chega, insanos, de tentar rezar a missa em latim de trás pra frente.

Afinal, ninguém é totalmente mau ou plenamente do bem, mas injustiça e perseguição gratuita é loucura. E como é! Ah, como eu queria que esses loucos fossem menos pirados por poder.

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em 2020.

Como os nossos pais – Crônica de Elton Tavares (do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Ilustração de Ronaldo Rony

O leitorado que acompanha este site sabe: vez ou outra, falo de minha família. Sim, aqueles que me são caros, é assunto sério para mim. Meu clã não são somente as pessoas da sala de jantar que dividem refeições, mas sim seres fantásticos, cheios de vida, personalidade e amor.

Sobre família, lhe digo, tenho mais dos meus pais do que pensava. Sim, mesmo que eu seja uma pessoa diferente deles, possuo características semelhantes de ambos. O que é ótimo!

Quando eu e meu irmão, Emerson, éramos crianças, tivemos uma base familiar sólida, na qual aprendemos valores como caráter, honra, a importância de trabalhar e honestidade. Além da importância de ser educado.

As características de nossos pais se desenvolveram em nós ao longo dos anos. Essa herança me serve como manual de sobrevivência, afinal, como disse Vinícius: “são tantos os perigos dessa vida”.

Ilustração de Ronaldo Rony

Sobre nossa criação e hereditariedade. Mamãe é responsável bem decidida e impetuosa. Possui temperamento forte, atitude, honestidade e é trabalhadora. Ensinou-nos a enfrentar as agruras da vida, a escolher e não ser escolhido. É dela que herdei minha força e sinceridade.

Já o pai era/é (ele fez a passagem em 1998) um cara brincalhão, sempre educado e querido por todos. Nos ensinou a sacar o melhor das pessoas, dizia que todos temos defeitos e virtudes, mas que devíamos aprender a dividir tais peculiaridades e valorizar a vida, vivê-la intensamente sem nos preocuparmos com coisas. Ah, tudo isso sem deslumbramento com poder ou riqueza.

Meu velho era/é coração e minha mãe a razão. As características se misturaram. Vejo em mim e no meu irmão virtudes e defeitos de ambos. Nunca fui dado a hipocrisias, verdades invertidas ou farsas reais. A personalidade forte é coisa da mãe. Em contrapartida, o carisma é coisa do pai.

Ilustração de Ronaldo Rony

Vejo pessoas que são “ótimas” com os outros, mas não valorizam nem um pouco suas famílias, mesmo sendo (com o perdão do gerúndio) totalmente dependente delas. Triste, mas é fato. Ainda bem que não somos como esses imbecis, graças aos nossos pais.

Como eles, penso positivamente e trabalho para criar oportunidades. É, graças a Deus, assim como possuo a capacidade de fazer amigos do meu pai, identifico cretinice a léguas de distância, como minha mãe. Não por acaso, somos pessoas boas, com defeitos, claro. Porém, mas em algum lugar do passado, entendemos que é preciso batalhar, respeitar, amar e, se preciso, brigar, bater e vencer.

Tenho orgulho de ser filho deles, ter um pouco (ou muito) de cada um. Na verdade, acho isso o máximo!

Elton Tavares

Foto: Flávio Cavalcante

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em  2020.

Discos que formaram meu caráter (parte 13) – Ozzy Osbourne – No More Tears (1991) – Por Marcelo Guido – Republicado por hoje completar 31 anos de lançamento deste álbum

Por Marcelo Guido

Muito bem amigos, voltando a nossa programação normal. Eis que estamos mais uma vez aqui para falar sobre música, ou melhor, sobre discos. Minha viagem ultrassônica pelo que resta de minha macabra memória nos leva a relembrar mais um clássico.

O disco em questão é mais um da valiosa safra de 1991 (já disse algo sobre esse belo ano) e atende pela alcunha de “No More Tears”, do famigerado Ozzy Osbourne.

Bom, como já disse, corria o ano de 1991 e a música, ou melhor, o rock estava em maré alta, o Nirvana quebrava tudo com “Nevermind” (já falei desse), o Pearl Jam dava seu recado com “Ten” (também sobre esse), o U2 se reinventava com o espetacular “Achtung Baby” (desse ainda vou falar), os Ramones mais vivos do que nunca com seu “Loco Live” e o Metallica só lançou o “Metallica” (o preto, caso não tenham entendido). É ou não é uma excelente safra de discos? Mas amiguinhos o Ozzy andava mal.

Mais lembrado por suas peripécias etílicas (para ficar só no álcool), como por exemplo, cheirar formigas, tomar mijo, comer cabeças de pombos e, claro abocanhar morcegos. O velho Osbourne via sua vida, sua carreira e todo seu legado indo para o ralo junto com ele.

Com uma tentativa de estrangulamento contra sua esposa, brigas com produtores importantes, acusações na justiça americana e o pior: vendo que seus antigos companheiros de Black Sabbath tinham recrutado o “Todo poderoso” Dio e estavam, como era de se esperar, fazendo algo contundente. Ozzy estava cada vez mais atolado em sua própria sujeira e vendo o tempo passar.

Ele não poderia deixar essa época passar, seus últimos trabalhos solos, posso ser chato e dizer que todos estavam longe da genialidade de “Blizard Off Ozz” (1980) e de “Diary Of Madman” (1981), é realmente Ozzy não era uma boa companhia naquela época. Ele precisou passar por muita merda para “dar um tempo” na onda se internar e realmente fazer oque sabia fazer de melhor. Ele sai de cena para voltar e nos presentear com essa excelente bolacha.

Vamos a ela:

Começa com a sensacional “Mr Tinkertrain”, com seus riffs incríveis que fazem qualquer mortal levantar a cabeça e ter a noção de que o inferno está próximo, vai para “I Don`t Want To Change The World”, nessa faixa Ozzy mostra como está contente em ser ele mesmo. A sensacional “Mama, I`m Coming Home”, reflexão visceral sobre sua trajetória de excessos (próprio Lemmy contribuiu com versos para essa música), “Desire” para não se perder e cantar um belo refrão junto, “No More a Tears”, poderosa, faixa título, está na história do rock.

Em “S.I.N”, essa é para quebrar tudo, arrebentar com todos, “Hellraiser” Lemmy aparece de novo, para ajudar a contar essa história sobre a “vida na estrada”, “Time After Time”, o momento clássico de acender o isqueiro, “Zombie Stomp” para relembrar os gloriosos anos 80, “A.V.H” (ou melhor Alcohol, Vlium and Hashish), um verdadeiro estouro, a fórmula ideal com solos incríveis e refrão para todo mundo cantar e fechando com “Road To Nowere” para deixar os problemas realmente no passado. Na boa, um puta disco.

Reflexivo, porém fantástico. Clássico com letras garrafais.

Justo lembrar que essa bolacha eleva o patamar do “Hard Rock” e o velho Ozz estava muito bem acompanhado dos sensacionais Zakk Wilde nos solos e de Mike Inez no baixo, que depois iria para o Alice in Chains (Grande banda) e claro do Lemmy Kilmister (os fodas sabem quem é).

Esse disco devolveu o respeito para o “Príncipe das Trevas” e o tirou das profundezas da mesmice.

Ozzy Osbourne merece toda nossa consideração. E vai ser sempre lembrado. Para os jovens que o conhecem pelo personagem bonachão do seriado de TV, posso dizer que ele é muito mais que aquilo.

Vida longa, alteza!

*Republicado por hoje completar 31 anos de lançamento deste álbum

**Marcelo Guido é punk, jornalista, pai da Lanna e do Bento, maridão da Bia.

Missa de envio abre as peregrinações em preparação ao Círio de Nazaré 2022

A Diocese de Macapá realiza no próximo sábado (3/9) a Missa de Envio e Bênção das Imagens dando início às peregrinações em preparação ao Círio de Nazaré 2022. A celebração acontece às 19h na Catedral São José e vai reunir voluntários das equipes de serviço do Círio, representantes de instituições públicas ou privadas e famílias devotas da Virgem Maria.

Além do envio dos voluntários para atuação nas peregrinações e atividades preparatórias, durante a missa serão abençoadas as imagens que irão peregrinar por várias instituições, famílias e pelas paróquias de Macapá.

Os devotos, as instituições e as paróquias podem também levar no dia da missa a própria imagem de Nossa Senhora de Nazaré, altar ou andor para receber a bênção para a peregrinação.

Peregrinação

A peregrinação do Círio de Nazaré este ano vai acontecer com quatro imagens percorrendo toda a capital. O Palácio do Setentrião, Sede do Governo do Estado, será o primeiro órgão público a receber a equipe de peregrinação na próxima segunda-feira, 5, às 9h. Clique aqui e confira a lista completa dos locais de peregrinação.

A peregrinação é uma forma de preparação a grande celebração do 2º domingo de outubro, quando acontece a procissão do Círio de Nazaré. Através dela, os devotos podem participar de várias iniciativas nas famílias, instituições públicas ou privadas e paróquias em homenagem à Nossa Senhora.

Em 2022, além do cortejo realizado durante o deslocamento da imagem peregrina de um lugar ao outros, os fiéis também podem realizar em suas próprias casas, comunidades, empreendimentos e trabalho às atividades orientadas pelo material preparado pela Comissão Organizadora no Livro de Peregrinação e Encontros.

Preparativos

Na noite de sábado (27/8), durante a celebração do 22º domingo do Tempo Comum na Catedral São José foram homenageados benfeitores e patrocinadores da festividade em 2021. A missa foi presidida pelo pároco padre Rafael Donneschi. Confira aqui a galeria de imagem da celebração e os homenageados

Além deste momento, com o retorno da procissão do Círio em 2022, a Comissão Organizadora vem realizando uma série de encontros e reuniões preparatórias. Na última semana, os voluntários da equipe de sonorização no percurso realizaram o primeiro encontro para alinhar as ações de atuação no dia do Círio.

No dia 26 de agosto na sede da Capitania dos Portos, os coordenadores da Romaria Fluvial e representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Companhia Docas de Santana, Prefeitura Municipal de Santana e Marinha do Brasil estiveram reunidos para traçar estratégias para a programação deste ano. Em 2021 foram 43 embarcações credenciadas e autorizadas pela Capitania dos Portos no Amapá para participarem da romaria e a expectativa é que este ano o número de barcos acompanhando seja maior.

Diocese de Macapá
Pastoral da Comunicação: (96) 98406-1389

“The Sinner” – Resenha de Marcelo Guido.

Por Marcelo Guido

Impressões positivas sobre uma série que te convida a investigar a razão do crime, não o culpado.

A série policial investigativa é produzida desde 2017, e está com quatro temporadas disponíveis na Netflix, nela o espectador é convidado a encarar o dia-dia do detetive investigador Harry Ambrose, papel que caiu como uma luva para o veterano Bill Pulman.

Os crimes são realmente brutais e aparentemente cometidos sem razão alguma por pessoas comuns, ou seja, a trama não corre para saber quem é o assassino e sim o por quê.

Dramas intrigantes da vida particular de Ambrose, são um destaque a parte em cada temporada da trama, sendo que o importante é a técnica desenvolvida para solucionar as questões.

“The Sinner”, consegue prender o espectador por misturar vários elementos como psicologia, filosofia, abandono , crise de meia idade além de claro um crime hediondo.

Não tenha medo de se aventurar em “maratonar” a série, como uma verdadeira antologia ela é carregada em laços bem amarrados que não deixam nem um capitulo sem o sentido necessário, é assistir o primeiro e querer ir até o fim.

O nome foi escolhido para homenagear o romance da autora alemã Petra Hammesfahr, que serviu de base para a primeira temporada, que de tão bem sucedida deu aval para a continuidade.

São 32 capítulos, 4 casos marcantes e muita adrenalina envolvida, sem dúvida um dos maiores dramas policiais disponíveis.

Vai valer muito a pena conferir.

*Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento e maridão da Bia.

1ª Exposição AP Quadrinhos encerra neste sábado (27), no Sesc Centro

Aberta no último dia 23 de agosto, a 1ª Exposição AP Quadrinhos,do Sesc Amapá, conta com 10 quadrinhistas amapaenses. O evento encerrará neste sábado (27). A mostra ocorre de de 9h às 20h, no Sesc Centro.

São dez artistas do grupo AP Quadrinhos divulgando seus trabalhos de alcance nacional e internacional para o público macapaense. O coletivo é formado por um grupo atuante de quadrinhistas, com a proposta de ajudar a distribuir, vender, divulgar e trocar experiências de produções de HQ’s no território amapaense e nacional. Desta maneira, procuram soluções para contornar os problemas relativos a essa produção no estado.

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A exposição é composta por histórias em quadrinhos (HQ’s), cartoons, charges, ilustrações e esculturas 3D. Expõem seus trabalhos os artistas:

Honorato Júnior: cartunista, chargista, caricaturista, quadrinista e ilustrador. autor do gibi Os Cabuçus e ganhador do 1ª e 2ª Salão do Artes Sesc;

Igum D’jorge: ilustrador, storyborder e quadrinhista, indicado ao troféu HQ Mix e ganhador do prêmio Mapinguari Nerd;

Israel Guedes: quadrinhista, colorista, professor de mangá, autor do T-hunter Mangá e vencedor de concurso da editora japonesa Kodansha;

Josiel Santos: empreendedor e quadrinhista, colaborador da revista Mixtureba;

Lucas Bittencourt: arquiteto, ilustrador e quadrinhista. Colaborador da revista Mixtureba;

Natália Muniz: ilustradora e designer gráfico;

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Ronaldo Rony: cartunista, chargista, quadrinhista e ilustrador; autor de Capitão Açaí;

Roberto Vanderley: ilustrador e quadrinhista, colaborador da revista Mixtureba;

Thai: arquiteta, ilustradora digital e quadrinhista;

Tieê Santos: ilustrador, quadrinhista, sócio da Black Eye Studio. indicado ao troféu HQ Mix, finalista do prêmio Jabuti e ganhador do prêmio Mapinguari Nerd;

No sábado, a partir das 14h, acontecerá oficinas de quadrinhos, jogos de tabuleiro, RPG, vendas de artigos geek, concurso de desenho e reprodução de filmes e documentários sobre HQ’s. A entrada é gratuita e o evento acontece no Espaço Bem Estar do Sesc Centro.

SERVIÇO:

1ª Exposição AP Quadrinhos no Sesc
DATA: 23 a 27 de agosto HORA: 9h às 20h
LOCAL: Espaço Bem Estar do Sesc Centro
Assessoria de Comunicação e Marketing – 3241-4440, ramal 235
E-mail: [email protected]
Central de Atendimento – 3214-1335, ramal 203 (Sesc Centro)
WhatsApp: (96) 99152-5961

Senadores lançam livro sobre bastidores da CPI da Covid e pré-venda está disponível na internet

Já está disponível na internet a pré-venda do livro “A política contra o vírus: bastidores da CPI da Covid”, escrito pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE). Os parlamentares atuaram na linha de frente das investigações que revelaram escândalos de corrupção e o descaso do Governo Federal diante da maior tragédia sanitária da história do Brasil.

O lançamento oficial da obra irá ocorrer em 15 de outubro. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi um agente fundamental na mobilização de setores pró-democracia e de combate ao negacionismo.

No livro, os senadores contam em detalhes articulações e estratégias desde a coleta de assinaturas para a instalação da CPI da Covid até às discussões que levaram à produção do relatório final. O documento pediu o indiciamento de 78 pessoas e 2 empresas, além de responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por pelo menos 9 crimes.

“A comissão foi instalada num cenário de total descaso e negacionismo no país e foi essencial para a tomada de medidas de combate ao vírus, além de ter sido um instrumento da sociedade civil na luta pela vida”, destacou Randolfe Rodrigues.

Link de pré-venda do livro: https://www.amazon.com.br/dp/6559211290/ref=redir_mobile_desktop?_encoding=UTF8&qid=&ref_=tmm_pap_swatch_0&sr=

Assessoria de comunicação do senador Randolfe Rodrigues

Sociólogo e professor Patrick Bitencourt gira a roda da vida pela 43ª vez. Feliz aniversário, brother!!

É 20 de agosto e um dos grandes amigos que fiz nessa jornada gira a roda da vida pela 43ª vez. Patrick Bitencourt não é um cara qualquer, é um irmão, um parceiro de onda e um ombro amigo na hora que o bicho pega. Ele faz parte do seleto grupo de pessoas que sei que posso contar quando a merda vai na palheta e uma das melhores companhias que tenho quando o assunto é endoidar.

Com ele, eu – que tenho quase 46 verões – já vivi, no mínimo, um século de ondas firmes entre situações hilárias, emocionantes e memoráveis. Sim, o “Urso” é um grande cara. Não somente pela largura, mas de alma nobre e atitudes positivas, sempre (tá… às vezes ele escorrega e dá uma “malacada”, mas faz parte).

Patrick é pai da linda Manu, mestre-jedi/sith do João e filho do Nazareno (nosso amigo “Bode”) e da dona Conceição, irmão do Frank, Boca e Najara, namorado da Karinny. Eu e Emerson, meu irmão de sangue, também somos irmãos dele. Sim, a gente ama esse cara.

Sociólogo, bacharel em Direito e professor do Estado, o cara equilibra bem responsa e curtição – pois é assim que deve ser. A gente não pode negligenciar o trampo nunca, já que é o que paga a nossa vida louca (risos). Todos nós temos isso bem claro e assim o fazemos – que é o certo.

Patrick é inteligente, divertido, bem-humorado, espirituoso, coerente, sensato, irreverente, viajado, dono de vasta cultura geral, impetuoso, criativo (vocês precisam ouvir quando a gente se junta pra falar merda, rs), competente profissional da educação, pai exemplar e amigo prestativo.

Sócio fundador da Cúpula do Trovão, flamenguista convicto, maçom, praticante de artes marciais, assíduo frequentador de missas dominicais, boêmio, bicolor, pirata da batucada, ex- patrulheiro das ruas, roqueiro das antigas, fã de cinema, apreciador de quadrinhos e desenhos animados, velho aliado da batalha anual chamada de “A Banda” (evento ao qual sempre sobrevivemos, mas não sei até quando).

E também, antigo aliado de vitoriosas batalhas contra uma vida ordinária e contra pregos em geral. Patrick é um dos melhores caras que tenho a honra de chamar de AMIGO, literalmente ao pé da letra e em caixa alta, pois o cara é Phoda!

Com o Patrick, e um seleto grupo de brothers, acumulo uma memória afetiva diversa e rica em cagadas porretas que nos moldaram. Quando a gente se junta é só alegria. Como diz o escritor Fernando Canto: “de um tempo que fomos para sermos o que somos”. Juntos, temos muitas aventuras e desventuras pra contar – mas a maioria é impublicável, fazem parte das “Guerras Secretas”. Já disse e repito: nosso arquivo renderia um roteiro porreta para um filme dos anos 90, violento e muito doido, mas com uma trilha sonora paid’égua demais.

Patrick, mano velho, podes contar com o gordão aqui pra qualquer coisa. Seja pra gente curtir um show de rock, seja pra consolar e dar apoio em um momento difícil. Seja pra tomar uma gelada ou quebrarmos todos eles no soco (me lembra a reza de Conan para Crow). Tu saaaabes, vitória na guerra sempre!

Brincadeiras à parte, meu irmão, que teu novo ciclo seja ainda mais porreta. Agradeço por te ter por perto, manão. Saúde, ainda mais sucesso e vida longa é o que eu e a Cúpula do Trovão queremos pra ti. Volto a dizer: a gente te ama. Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

Discos que Formaram meu Caráter (Parte 55) – Def Leppard …“Hysteria” (1987) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Salve moçada que curti o bom e velho Rock and roll, o viajante das letras, riffs esta de volta, e já estaciona sua nave muito louca trazendo na bagagem mais histórico e inquestionável super disco que com certeza mudou a minha vida e também a de muitos de vocês, sem muito lari –lari vamos conversar sobre:

“Hysteria”, o quarto trabalho dos caras do Def Leppard, palmas pra ele.

Então estamos agora nos anos 80, e o hard rock estourado no mundo inteiro, era em propaganda de cigarro, bebida e ate em absolvente intimo feminino, realmente parecia que a brilhantina tinha ficado mais pesado.

Neste contexto, bandas do mundo inteiro se aventuravam e faziam bons sons e discos excelentes, e o Def  Leppard estava surfando e bem os bons momentos que seus excelentes trabalhos já haviam proporcionado, meu destaque vai para o excelentíssimo “Pyromania” de 1983 (prometo revisitar esse, ele também é formador), sendo assim a banda excursionava a valer e usufruía do seu prestigio por varias partes do mundo.

Integrantes assíduos do movimento NWOBHM , “New Wave of British Heavy Metal” (A nova onda do heavy metal britânico, literalmente) , os caras nunca esconderam que o objetivo era nada mais nada menos que estourar nos EUA, o que gerou uma certa antipatia lá pelas bandas da terra da Rainha, uma ilha tão legal que já tinha nos dado o Queen e Iron Maiden  por exemplo, mas a molecada queria estar no epicentro da coisa, ou seja fazer sucesso na terra do Tio Sam era sim um sonho a ser alcançado.

Assim sendo, deixaram o velho mundo e com seus penteados marcantes chegaram com tudo nas paradas americanas que já fervilhava neste novo som. A MTV era novidade e um dos primeiros clipes de Heavy Metal foi nada mais nada menos que “Photograph”, presente no já citado “Pyromania”, que desbancou nada mais nada menos que “Beat It” do Michael Jackson, este formador disco, vendeu milhões de copias no seu seu ano de estreia, sendo apenas superado por “Thriller”, que quem manja de som sabe do que estou falando.

 

Mas então, muito sucesso nos EUA, e um fracasso comercial na Inglaterra, os caras eram adorados nas américas e nem cheiravam o top 10 no velho mundo, coisa de inglês.

Neste contexto, os rapazes foram desafiados a nada mais nada menos, converterem o novo disco que ainda seria gravado em uma espécie de “Thriller” do estilo, ou seja pelo menos 7 musicas do disco teriam que estourar nas paradas, oque era de fato muita responsabilidade, sendo assim depois de toda pompa e promoção, os caras se mandaram para a Irlanda e se deram a trabalhar.

Mas nem tudo eram flores e trabalhos, como se é de praxe muita onda também rolava, isso começou a atrasar as coisas e o clima foi ficando pesando, era gente desistindo e o processo criativo ficando caro, os caras desistiram de vir ao Brasil no primeiro Rock In Rio em 85, cederam o espaço para o geniais bichos do Whitesnake, e a gente sabe a história.

Para piorar, na virada do ano o baterista Rick Allen, conhecido como “The Thunder”, sofreu um grave acidente de carro, resultando na amputação de seu braço esquerdo, que merda para um baterista. Seria o fim, mais estamos falando de Heavy Metal porra, e a turma se recusou a mudar de baterista e o cara se superou.

Sendo assim entram em estúdio quatro anos depois de estourados e ficam na historia da musica com lagrimas, superação e muita onda este verdadeiro marco na longa trajetória do heavy metal. Vamos a ela:

Dissecando a bolacha:

O disco começa com “Women”, vai para “Rocket”, chega em “Animal”, “Love Bites”, “Pour Some Sugar on Me”, “Armageddon It”, “Gods of War” “Don’t  Shoot Shotgun”, “Run Riot”, “Hysteria”, “Excitable” e “Love and Affection”.

Primordial em todas as musicas, excelente em tudo com letras marcantes que falam em vitória, paixões, lutas diárias. Misturadas com a mais pura vontade de fazer realmente um disco foda, Joe Elliot no vocal, Rick Allen na bateria, Phil Collen e Steve Clarck nas guitarras e Rick Savage no baixo, fizeram historia e reconstruíram as bases do estilo.

Já em 88 venderam 3 milhões de copias, arrebentaram com tudo na ilha do príncipe Charles e chegaram com tudo nas terras do Pato Donald.

O objetivo inicial de fazer um super disco foi alcançado, esta bolacha esta listada em as 200 obras definitivas do Rock and Roll of Fame. E ela tem que estar obrigatoriamente na tua estante se tua inda sonhar com uma medalha de foda.

“Hysteria”, apareceu para mim nos anos 90, e ainda hoje esta presente na minha vida, sem duvida alguma me fez olhar com mais seriedade para o rock and roll por ser um disco profundamente respeitado.

O Heavy Metal passou a ter outra cara depois dele e por isso é um disco singular e atemporal mesmo quase 40 anos de seu lançamento.

O Def Leppard como banda nos ensina ter o orgulho exato da excelência no que se faz, e que nenhum desafio é grande que não possa ser superado.

Menção honrosa para versão nacional de “Love Bites” feita pelo Yahoo.

Uma puta banda, um puta disco. Recomendo ouvir no máximo e foda se a surdez.

Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento, maridão da Bia. 

Há um novo bar restaurante na cidade. Poucas novidades e velhas canalhices – Crônica de Elton Tavares

Crônica de Elton Tavares

Há um novo bar restaurante na cidade. Também a velha mania de parar por qualquer evento diferente, tipo coisa do interior. Mas até aí tudo bem, faz parte da fuga por coisas novas.

Também há muita insatisfação, descrédito e pouca esperança. Também jovens ávidos por uma chance, um emprego e velhos professores aflitos pelo retorno de benefício salarial ou os novos, pela falta de um reajuste justo.

Há crianças se prostituindo e velhos coronéis ainda no poder. Há gente morrendo nos hospitais e alguns ainda dizem que tudo está no seu lugar. Há caos, desordem e desonestidade à rodo. Há má vontade…

Há sonhos engavetados e paixões idiotas. Há muita grana a ser gasta com a massa de manobra por interesses obscuros. Há medo!

Há pessoas assistindo a tudo sem fazer nada. Uns por egoísmo, outros por conveniência. Há ameaças, chantagens, acordos e punições. Há violência. E de toda forma. Corpórea e moral. Há assédio, mas todos chamam de “Lei do mais forte”.

Há casamentos, separações, mortes e nascimentos. Há loucos impetuosos e covardes acomodados. Há muita alienação e burrice colorida. Há canalhas demais!

Há muita beleza natural, muita gente do bem, tanto por fazer e amores (sur)reais. Mas há poucas novidades e velhas canalhices, mas todo mundo só pensa na porra do novo bar restaurante na cidade.

Elton Tavares

Discos que Formaram meu Caráter (parte 54) – Legião Urbana … “A Tempestade ou O Livro dos Dias” (1996) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Muito bem moçada estamos de volta, de dentro de nossa nave com muitos sons, riffs e melodias para todos vocês, amantes do velho e bom rock and roll.

Este viajante foi até os derradeiros anos adolescentes e trouxe na bagagem mais um excelente míssil sonoro para o deleite geral, estamos falando nada mais nada menos de “ A Tempestade ou O Livro dos Dias”, derradeiro álbum de Renato Russo e dos caras da Legião Urbana, palmas pra ele.

Já corria o ano de 1996, a retomada do rock nacional já era uma constante, tinha uma turma muito boa tocando nas rádios e a turma da geração 80 tinha tomado um gás e estava fazendo muito para retornar aos caminhos da relevância.

Neste contexto a turma da Legião que andava meio sumida, não lançava nada desde o excelentíssimo “Descobrimento do Brasil” de 93 (procura aí, já escrevi sobre esse disco), os fãs não tinham muita notícia dos caras, e Russo já tinha brindado o público com os excepcionais “The Stonewall Celebration Concert” de 94 e “ Equilíbrio Distante” de 95, mas o mesmo já tinha assegurado que a Legião não tinha acabado e que estava fazendo algo muito legal, vide entrevista no Vídeo Show da Globo.

Como já disse, ninguém sabia muito sobre a banda, mas hoje em dia através de livros e entrevistas as coisas não andavam nada bem com Fontman, o abismo linear construído por Renato com a bebida e outras já não estava muito largo, e o cara já começava a pagar um preço.

Assim sendo a turma se reuniu para gravar o álbum, e entre janeiro e setembro existiram as incursões ao estúdio, nasceria como uma ideia inicial de um disco duplo, mas pelo estado do cantor a tal trama foi logo abortada.

O trabalho viaja por vários estilos, como soul, blues e o velho e bom punk rock que lembra  a Legião do comecinho, Renato foi poucas vezes ao estúdio, gravou tudo de primeira e voltou apenas para gravar “A via Láctea”, realmente ele não estava bem.

São melodias e letras tortuosas, a cara do momento dele e realmente acredito ser o disco mais pessoal do vocalista.

Vamos dissecar essa bela bolacha e deixar de papo furado:

O disco começa com a porrada na cara chamada “Natalia”, que trata toda esperança e hipocrisia. “L`Avventura” titulo de um filme de Michelangelo Antonioni. “ Musica de Trabalho” , o dia dia constante a alegria que se tem com pequenas vitórias. “Longe do Meu Lado”, melancólica tradução de uma paixão. “A Via Lactea” soa como uma despedida, foi regravada por Ricky Martin. “ Música Ambiente”, experimental. “Aloha”, sofrimento excessivo. “Soul Parsifal”, leveza constante. “ Dezesseis”, pesada trata de suicídio, com direito a trechos dos besouros de Liverpool. “Mil Pedaços”, reconstrução . “Leila”, sem dúvidas uma das mais descontraídas. “ 1º de Julho”, composta para a Cássia Eller. “Esperando por Mim”, um reencontro, perdão e desculpas. “ Quando Você Voltar”,  o fim, despedida. “O Livro dos Dias”, descanso.

Que puta disco bom bichos, na moral se tu não conhece não perde tempo. Não teve show, nem turnê promocional e mesmo assim vendeu pra caralho. Tua medalha de foda corre um sério risco, vai atrás.

Ah, gravaram uma versão de “Dezesseis” em inglês, mas o técnico de som apagou. Infelizmente.

Este disco foi realmente muito importante pra mim e sem dúvidas para muitos de vocês que estão lendo sobre ele agora. Solidão, passado, amor, intolerância, injustiça e saudade tudo isso misturado como sentimento puro e colocados em letras e melodias, sinceramente apesar das circunstâncias não tinha como dar errado.

Renato Russo se recusou a tirar fotos para o encarte, o disco  teve a participação foda do Carlos Trilha que é algo realmente singular.

Apesar de não conter “Urbana Legio Omnia Vincit” a Legião Urbana venceu mais uma vez. E mesmo sem o lembrete, é obrigatório ouvir no volume máximo.

Parte das vendas foram doadas para instituições de caridade e grupos de auto ajuda, Dona Penha a cozinheira do estúdio teve o privilégio único de ouvir a capela “ Là Soletude”, cantada por um Renato, já muito fraco.

 Renato Russo partiu desse mundo 21 dias após o lançamento do disco, no dia 11 de outubro de 1996.

Deixou belos trabalhos como esse nesse país que é o Brasil, uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus.

Hoje é o Dia do Estudante e do Garçom

Além do Dia do Advogado, explicado em outra publicação desta quarta-feira (11), hoje também é o Dia do Estudante e o Dia do Garçom. Não encontrei a origem da data para os queridos servidores de mesas, mas o importante é lembrar desse profissional que sempre nos trata com atenção e carinho. Já para os que estudam, o motivo tem a ver com a data em que foram criados os dois primeiros cursos de nível superior no país: Ciências jurídicas e Ciências sociais. Isso ocorreu no ano de 1827, por decreto de D. Pedro I.

Eu, na faculdade de Administração e Marketing, antes de cursar jornalismo.

Nunca fui um bom estudante. Na verdade, sempre fui um aluno relapso, irresponsável e vadio, mas tive que me espertar depois de adulto e estudar para “ser alguém”. Bom, acho que tá deu certo.  Portanto, hoje saúdo a todos os que correm atrás na difícil missão de estudar. Muitos viram noites, aturam professores chatos (a maioria dos mestres são legais, mas tem cada “abençoado” otário)  e devoram livros para serem profissionais e viver seus sonhos.

Já os valorosos e fundamentais garçons são especiais. Falarei um pouco sobre este admirável profissional. Dou valor neles, de fato. Se for gente fina então, gosto mais ainda. Muitas vezes com atendimentos personalizados, esses profissionais se tornam personagens “folclóricos” na história de um bairro, comunidade ou mesmo cidade. “Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda”, como disse o escritor Antonio Prata, “gostamos de trocar ideia no boteco, até mesmo com estes nobres trabalhadores”.

Arte de Ronaldo Rony.

Naqueles espaços democráticos chamados de bares – antenas sociais, segundo o amigo Fernando Canto – em que nós, halterocopistas convictos, nos deliciamos com cervejas enevoadas, garçons são anjos. Se forem do tipo que dão o “choro” da bebida destilada, não roubam na hora do bêbado pagar a conta e, às vezes, ainda dão aquela cerva “de ganho”, com certeza viram brothers e ainda  asseguram a assiduidade e amizade dos clientes.

Adoro fazer amizade com garçom. De chamar pelo nome mesmo e, se der, que ele beba comigo no final de seu trampo. Esses caras regam nossos papos, enquanto rola a velha difusão de ideias, devaneios porretas, ou mentiras engraçadas. Sim, molhar a palavra depende desses figuras.

Acredito que o bom humor e paciência são fundamentais para esses ilustres profissionais. Já conheci muitos garçons nesses meus 31 anos de birita. Alguns folclóricos e outros ranzinzas.

Meus parabéns e homenagens a eles, funcionários exemplares na arte de servir aos boêmios gorozeiros. Amigos, aquele abraço!

Elton Tavares

Que sorte me apaixonar por um amigo – Por Bruna Cereja (@cerejaverso)

Com a colega de trampo Bruna Cereja, em 2011.

Por Bruna Cereja

Virei namorada de um amigo de longa data. Daqueles de idas e vindas na amizade. A reciprocidade de gênios se transformou na sintonia de sentimentos a mais.

Nos conhecemos em 2011, quando trabalhamos no governo da época. Apesar de trabalharmos na mesma área, estávamos em ambientes diferentes e o que nos unia eram as mesas de amigos em comum.

Demorou muito pra gente “colidir”, com as palavras dele. Esses ensaios sobre o derriço iniciaram em 2014, quando recebi uma mensagem: “Vamos sair, bater um papo?”. Eu não estava de muitos amores nesse ano e o “enrolei”. Sempre fico pensando que foi a melhor coisa não ter aceitado aquele convite naquele dia, naquele ano. Algo maravilhoso nos reservava.

Com a Bruna em 2014.

Passou muito mais tempo. Eu namorei, ele namorou. Eu me desapontei, ele se decepcionou. Eu aproveitei, ele pintou e bordou. Nesse meio tempo, já éramos amigos de mesa de bar. Começamos a compartilhar histórias e conhecer o lado divertido e obscuro de cada um. Era aquela coisa: “melhor não mexer com quem tá quieto, não vamos estragar nossa amizade”.

Eu ouvia de amigos e inimigos de um tudo sobre ele. Recebia informações dos dois lados, mas nunca tive segundas intenções. Às vezes, grudava em happy hours sem fim e por muito, me distanciava e passeava por outras mesas. De repente, vivíamos saindo juntos sempre. E, também de repente, nem nos falávamos. Era difícil até mesmo para pessoas da nossa seara saber se estávamos “de bem” ou não.

2018

Não vou mentir que um interesse foi surgindo com o tempo. Em alguns momentos eu o desdenhava, o achava arrogante, mas depois a gente vai percebendo que é sobre autoconfiança. Nesses aprendizados, eu comecei a perceber outras virtudes, aquelas fora da caixinha de simples encontros entre amigos.

Então um dia eu resolvi me deixar levar. E enfim nos beijamos, em 2020. Fiquei muito empolgada, mas no dia seguinte tivemos uma briga homérica, que despertou gatilhos em nós dois. Nos distanciamos mais uma vez e dessa vez, com razão. Um pouco depois de presos em lockdown nos encontramos em uma grande turma que frequentava o mesmo lugar. Apliquei o golpe da carona e conversamos muito. Briguei e chorei porque ainda sentia uma dorzinha, uma pontada, um nó, de algo que eu queria muito e se esvaiu.

Em 2018 e 2019.

Mais uma vez ficamos sem nos falar por um longo período. Eu só sabia de algumas histórias e sentia pequenas doses de ciúmes, vez ou outra ou pequenas doses de ódio, quase sempre.

Foi então que eu fui trabalhar no mesmo lugar que ele. Eu ficava imaginando como seria o climão. “E se a gente brigar?”, “E se a gente nem se falar?”. Eu sempre penso o pior, sim!

Foi ali que eu conheci o lado do Elton que eu não tinha noção. Muito sério no trabalho, muito organizado, muito cuidadoso com as informações e educado e polido com os colegas. E isso, meus amigos, é o que me cativa. Foi ali que ele me ganhou, sem saber.

Colidimos em 2022 (risos).

Assim, eu comecei o investimento: todo convite para happy hour, lanche, jantar, almoço eu aceitava, mas ele ainda estava arredio. Até que há 30 dias atrás eu pensei: “hoje vai ser o último dia da minha tentativa em ficar com ele” e finalmente consegui. Ele se virou e disse: “há muito tempo quero ficar contigo e tenho notado que também queres, mas somos geniosos e pode não dar certo” e eu respondi: “vai dar certo, sim”. E deu.

Adoro falar com ele sobre livros, sobre músicas, sobre planos e muita merda. A gente passa horas rindo das besteiras que contamos e a gente conta porque sabe que o outro vai rir de doer a barriga.

Um mês felizão.

Apesar de sermos um amor de “adultos”, parecemos dois adolescentes no início da vida amorosa, como se estivéssemos começando uma relação pela primeira vez, com todas aquelas vontades de um “pra sempre”, mas não inconsequentes, pq já temos uma carcaça cheia de cuidados depois de muitas águas fervidas. Agora, de quente mesmo, só o amor tórrido que segue.

Meu comentário: a gente ainda se surpreende com tudo isso relatado acima. E tá muito firme mesmo. Sorte nossa, a evolução dessa amizade para um relacionamento tão porreta. Foi o fim do “Feitiço de Áquila”. Sigamos felizes, Bruna! É isso (Elton Tavares).