MP-AP sedia X Encontro Nacional de Memoriais do MP nos dias 31 de outubro e 1º de novembro

O Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP) sediará, nos dias 31 de outubro e 1ª de novembro de 2019, na Procuradoria-Geral de Justiça – Promotor Haroldo Franco, o X Encontro Nacional de Memoriais do MP. O evento, voltado para representantes de Memoriais do Ministério Público, integrantes do Ministério Público e representantes de Centros de Memória, tem por objetivo promover o compartilhamento de informações e troca de experiências entre profissionais e instituições ligados às áreas de documentação e memória.

O simpósio, realizado com o apoio da Procuradoria-Geral de Justiça do MP-AP, contará com palestras de especialistas de temas relacionados ao resgate da memória institucional.

A abertura será no dia 31 de outubro, com a palestra “A Prática da História Oral no Âmbito do Ministério Público”, ministrada pelo pós-doutor em história oral, Gunter Axt, experiente na área de memória institucional. Em seguida, o Memorial do MP-AP será apresentado ao público pela procuradora-geral de Justiça MP-AP, Ivana Lucia Franco Cei, juntamente com o coordenador do MP-Memória/AP, procurador de Justiça do MP-AP, Márcio Augusto Alves, e o presidente da Comissão Memorial, o promotor de Justiça do MP-AP, Ricardo José Ferreira.

Já no dia 1º de novembro, a abertura do segundo dia do evento será com a palestra “Imagens e narrativas na construção da história do Ministério Público”, que será proferida pelos coordenadores do Memorial do MP/Espírito Santo, Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila.

Nos dois dias de programação ocorrerá visita ao Memorial do MP-AP, no Complexo Cidadão do Centro, a apresentação do memorial de outros MPs estaduais e, no encerramento, acontecerá uma visita turística a Mazagão Velho, cidade com diversas riquezas históricas e tradições.

MP-Memória

Instituído em 2005, o MP-Memória funciona na Avenida FAB, centro de Macapá, e tem a missão de resgatar a história da instituição no Amapá. Aberto ao público em horário comercial, é frequentemente visitado pela comunidade, especialmente alunos do ensino médio e acadêmicos de instituições de ensino superior. É possível acessar mais informações também pelo hotsite: http://www.mpap.mp.br/portais/memorial

O procurador de Justiça e coordenador do MP-Memória, Márcio Alves, foi designado no início de julho de 2017, pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para atuar como integrante do nível decisório do Comitê Gestor do Plano Nacional de Gestão de Documentos e Memória do Ministério Público (Coplaname). Com a nomeação, Márcio Augusto Alves passou a representar os MPs da Região Norte, tendo como suplente o promotor de Justiça Ricardo Ferreira, também do MP-AP.

Inscrições

As inscrições poderão ser efetuadas no período de 16 a 30 de setembro ou até o preenchimento das vagas disponíveis, por meio de formulário online disponibilizado na página eletrônica: https://www.eventbrite.com.br/e/x-encontro-nacional-de-memoriais-do-ministerio-publico-tickets-72264022637

Ao todo serão ofertadas 80 vagas, preenchidas por ordem cronológica de inscrição. Destas, 50 Vagas para os representantes de memoriais do Ministério Público, integrantes do Ministério Público, representantes de centros de memória e 30 Vagas para convidados (participação apenas no dia 31/10, pela manhã).

Confira a programação completa do Encontro aqui: http://www.mpap.mp.br/portais/memorial?view=article&id=8528&catid=136

SERVIÇO:

Elton Tavares
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Poema de agora: Puído – Luiz Jorge Ferreira

PUÍDO

Quem cava uma cova.
Esculpiria uma corcova
Cutucando as costas do destino.
Faria também um Jardim?
Não sei se dentro de mim.
Ou no reflexo do meu olhar.
Ou no dorso das minhas lágrimas…sedentas de amanhecer.

Não me impeçam de sonhar com torres inclinadas para o Leste, ou que eu destrua estranhas estátuas de ar gelado caminhando em direção contrária ao Sol.

Não…a mim não resta muito tempo, toda a poeira que recolhi vaza entre meus dedos curvos na mão fechada.
Meu tempo é depois da terceira trovoada…
Um pouco antes do orvalho afogar as joaninhas nos jardins, e os vaga-lumes despidos incendiarem os Campos da gravura,e rasgarem os meses no Calendário da Pirelle.

Deus cochila olhando a maresia bulir com os mexilhões nas pedras.
Os deuses do igapó, nada fazem…
Eu nada tenho para ofertar ao tempo, a não ser uns poucos fios de cabelos, e alguns dentes que sobraram da primeira mordida no vazio.

Mas aguardo o terceiro trovão em cena.
Pronto para a Valsa insana de Chopin.
Já não retenho a areia no apertão das mãos sobre os dedos.
Sacrifico as veias…
Estrangulo as artérias…
Um sacrifício tolo que acabará exausto.

Em outra esquina o tempo sentado dentro de um carro mal estacionado…assobia Help…espera que os minutos se repetindo abram o farol.

Luiz Jorge Ferreira

* Do livro de Poemas “Nunca mais vou sair de mim sem levar as Asas” – Rumo Editorial – São Paulo.

Blues e Rock’n’roll: banda Canícula Blues se apresenta no Bar do Vila, neste sábado (28)

Neste sábado (28), partir das 22h, no Bar do Vila, vai rolar show da banda Canícula Blues. O power trio é formado por Ronilson (ex ManoBlues Bandd) é um monstro na guitarra, Luiz Sabioni (Ex O Sósia) manda muito bem no contrabaixo e da mesma forma o André Cantuária (que ainda toca também na banda O Sósia) ao meter o paus nos couros da bateria. Os caras são músicos talentosos e estão bem ensaiados. A apresentação terá a duração de mais ou menos 2h, com repertório porreta.

O grupo começou a tocar há cerca de dois anos. Eles se apresentaram na Universidade Federal do Amapá, Festival de Jazz 2019, no Norte das Águas e no Bar do Vila, no mês passado. Entre as influências e artistas que os quais a Canícula Blues executa as canções estão: Eric Clapton, Steve Ray Vaughan, BB king, Robert Johnson, Santana, Jimmy Hendrix, Raul Seixas e Fred king.

Quem faz música é foda. É o caso da Canícula Blues, que mistura o estilo musical que nomeia a banda com Rock’n’roll.

Dizem que “Ninguém consegue toca blues honestamente de barriga cheia”. Pois é, a banda está com fome de Blues e de Rock. E o faz com maestria. Irei e recomendo!

Serviço:

Show da banda Canícula Blues
Local: Bar do Vila, localizado na Avenida Mendonça Furtado, Nº 586, no centro de Macapá.
Data: 28/09/2019
Hora: a partir das 22h
Deve rolar um couvert artístico (por sinal muito justo).

Elton Tavares

Conselho de Segurança Pública discute reabertura de agência bancária em Pedra Branca

Durante reunião do Conselho Municipal de Segurança Pública de Pedra Branca do Amapari, realizada na tarde de hoje (26/9), foram debatidas pautas importantes, entre as quais a reabertura da agência do Banco do Brasil no município e as medidas que devem ser tomadas para reforçar a segurança dos funcionários e usuários do serviço bancário.

Segundo a prefeita Beth Pelaes, a Prefeitura vai garantir que a segurança seja reforçada a fim de que a agência retome suas atividades. “Vamos reforçar as rondas da Guarda Municipal, pedir o apoio das polícias Civil e Militar. Além disso, vamos instalar câmeras de segurança no entorno do prédio para garantir que o monitoramento do perímetro em qualquer horário esteja garantido”.

Entre os diversos prejuízos causados com a suspensão dos serviços da agência bancária, o setor do comércio está entre os que mais são prejudicados, devido à falta de dinheiro circulando na cidade. Por este motivo, diversos setores da sociedade buscam juntos soluções para a reabertura da agência.

Assessoria de comunicação da Prefeitura de Pedra Branca do Amapari

SESC Amapá realiza apresentação “Patativas Tucujus”

O SESC Amapá promove hoje (27), às 19h, no Salão de Eventos (SESC Araxá), a apresentação “Patativas Tucujus” do grupo Companhia de Artes Tucujus. O evento tem como intuito resgatar e repaginar os trabalhos antigos do grupo, apresentando uma nova versão da performance poética Patativas Tucujus, baseando-se no espetáculo teatral “O Sertão por Patativa” e na versão antiga de “Patativa – Verbo Poético do Sertão”.

O trabalho artístico retrata momentos da vida do poeta Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, e apresenta seus poemas de forma teatralizada em formato de sarau, mesclando teatro e poesia, ao som de percussão, misturando a literatura nordestina com a literatura amazônica.

Sinopse

Uma pequena rádio representada no interior de uma cidade. Uma humilde casa composta por significantes símbolos de comunidades rurais. Um locutor que também é um sonoplasta. Um grupo de artistas da cultura popular, designados como os Patativas Tucujus. Neste ambiente, esse grupo formado por atores performers, apresentam quadros narrando a vida de Patativa do Assaré em sua humilde casa e seus poemas de forma teatral e do jeito de ser da vida nortista. Estão presentes na performance poética, poemas consagrados do poeta, tais como, “Cante lá que eu canto cá”, “Ispinho e Fulô” e “Triste Partida”. Mesclando teatro, poesia, música e dança.

Assessoria de comunicação do Sesc/AP

Hoje completam 50 anos do Abbey Road, disco antológico dos Beatles

Abbey Road foi o 12° álbum lançado pela banda britânica The Beatles. Foi lançado em 26 de setembro de 1969, e leva o mesmo nome da rua de Londres onde situa-se o estúdio Abbey Road. Há exatos 50 anos.

O disco foi produzido e orquestrado por George Martin para a Apple Records. Este álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.

Apesar de ter sido o penúltimo álbum lançado pela banda, foi o último a ser gravado. As músicas do último disco lançado pelos Beatles, Let It Be, foram gravadas alguns meses antes das sessões que deram origem a Abbey Road.

O álbum é considerado um dos melhores do grupo e parecia que os momentos de turbulências tinham passado e tudo havia voltado ao normal entre eles, mas na verdade o maior problema da banda começou a esquentar.

George Martin produziu e orquestrou o disco junto com Geoff Emerick como engenheiro de som, Alan Parsons como assistente de som e Tony Banks como operador de fitas. Martin considera Abbey Road o melhor disco que os Beatles fizeram.

O álbum é o mais bem acabado de todos, um dos mais cuidadosamente produzidos (comparável somente a Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band). Sua estrutura foi bastante pensada e discutida, e as visões discordantes dos integrantes da banda só contribuíram para a riqueza da criação final.

Também foi em Abbey Road que George Harrison se firmou como um compositor de primeira linha. Após anos vivendo sob a sombra de John Lennon e McCartney, ele finalmente emplacou dois grandes sucessos com este álbum: “Here Comes the Sun” e “Something”. Ambas foram regravadas incessantemente ao longo dos anos, sendo que Something chegou a ser apontada pela revista Time como “a melhor música do disco” e como a segunda música mais interpretada no mundo, atrás somente de “Yesterday”, também dos Beatles.

Este disco foi marcado pelo uso de novos recursos tecnológicos que estavam surgindo na época. Um deles foi o sintetizador Moog, que começava a ser utilizado em maior escala dentro do rock.

O sintetizador possibilitava que virtualmente qualquer som fosse gerado eletronicamente. O Moog pode ser notado claramente em músicas como “Here Comes the Sun”, “Maxwell’s Silver Hammer” e “Because”.

Por seu trabalho em Abbey Road, os engenheiros de som Geoff Emerick e Phillip McDonald ganharam o Grammy.

A rápida sessão de fotos em Abbey Road foi feita em 8 de agosto de 1969. Enquanto um policial parava o trânsito, o fotógrafo Iain Macmillan, contratado porque era amigo de Yoko Ono, imortalizava a cena com John, Ringo, Paul e George cruzando a rua. Macmillan, em cima de uma escada, teve 10 minutos para fazer o ensaio e, ao que se sabe, registrou 10 fotos dos quatro aguardando o momento da travessia e caminhando pela faixa de pedestres.

A foto em Abbey Road ainda hoje é imitada por milhares de fãs em suas viagens a Londres.

Segundo uma lenda da beatlemania, a foto também indicava que Paul estaria morto, vítima de um acidente de carro em 1966. Há algumas “pistas” que deram força ao rumor: na foto, Paul está descalço (segundo ele, naquele dia fazia muito calor) e fora de passo com os outros. Paul está de olhos fechados, tem o cigarro na mão direita, apesar de ser canhoto, e a placa do fusca (em inglês, “beetle”) estacionado é “LMW”, referindo-se às iniciais de “Linda McCartney Widow” ou “Linda McCartney Viúva” e abaixo o “281F”, referindo-se ao fato de que Paul teria 28 anos se (“if” em inglês) estivesse vivo. E lá se vão cinco décadas (ou meio século) de amor que sentimos em relação a este maravilhoso disco e a essa sensacional banda.

Fonte: Wikipédia e Semiótica

MP-AP acompanha Correição Ordinária em cartórios de Macapá para verificar os serviços relacionados ao tabelionato

O Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP), por meio da 1º Promotoria de Justiça Cível de Macapá, está acompanhando a Correição Ordinária nos Cartórios Extrajudiciais da capital amapaense. A ação, executada no período de 23 a 26 de setembro, é realizada pela Corregedoria Permanente dos Cartórios do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). A medida consiste em uma inspeção realizada anualmente para verificar os serviços relacionados ao tabelionato.

A correição, executada pela corregedora permanente, juíza Liége Gomes, acompanhada pela promotora de Justiça do MP-AP, Eliana Mena, já foi realizada no Cartório do 3ª Ofício Victor Vales e no Cartório do 2º Ofício Cristiane Passos.

As correições também serão realizadas no Cartório do 1ª Ofício Jucá Cruz, nesta quarta-feira (25) e no Cartório Imobiliário Eloy Nunes, na próxima quinta-feira (26).

Já no Cartório do Distrito de Bailique, a Correição Ordinária ocorrerá durante a Jornada Itinerante Fluvial do TJAP, prevista para o período de 20 a 25/10/2019, em função da logística de deslocamento.

SERVIÇO:

Elton Tavares
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Poema de agora: Sigilo – Lara Utzig – (@cantigadeninar)

Sigilo

tenho uma coleção de silêncios
guardados
em pequenos frascos
segredos
prontos a serem contados

enumerados
cada caso cabe
em uma garrafa diferente
suco de uva
perfume
saquê
aguardente

as vezes que não perguntei
5 minutos antes do final da aula
as vezes que me calei
na hora de dizer amém na missa
as vezes que relevei
para não começar uma discussão
as vezes que não comi
e fui dormir com preguiça de cozinhar
as vezes que amei
mas não fui correspondida
as vezes que não amei
mas precisei corresponder

meus silêncios são embalados em potes
de todas as cores
e rótulos
e esperam sempre
o momento errado
para serem revelados

o anjo mau sobre meus ombros quer pagar pra ver
a reação
a explosão
o vômito
o despejar sem perceber
meus silêncios acabam se tornando gritos
com aqueles que sequer merecem saber

duas vezes ao ano
atiro os receptáculos no chão

vidros dilacerados
[nunca saio ilesa]
coração exposto
temporária loucura
fúria à mesa
pseudo alívio que não cura.

Lara Utzig

O Quadro – Conto de Luiz Jorge Ferreira

 

Conto de Luiz Jorge Ferreira

De Lisboa a Londres fui andando.

A nado fui de Belém a Macapá. Voando fui de João Pessoa a Quixadá. Hoje neste apartamento pequeno em que as paredes, pintadas de roxo, têm muitas manchas amarelas provocadas pela umidade Amazônica. É que sei que o tempo passou, enquanto eu calçava e descalçava os sapatos surrados. Manchou-me também.

Hoje corro descalço, olhando de suas janelas que dão para a Av Ernestino Borges, as da frente. A da cozinha, abrem-se para a Rua Iolanda Marcucy. A do banheiro, dela se vê a Rua 14 de Março, e a da cozinha tem a paisagem da rua Cel Lisboa, com o telhado descorado da casa do Braz.

Estou em meus oitenta anos. A cabeça já funciona aos solavancos e os cabelos, estão úmidos, produto desta fina garoa, que teimosamente chove sobre mim. Ela me abriga a usar permanentemente um guarda chuva aberto, mesmo dentro do apartamento.

Caminho devagar, entre os dias e as noites. São seis aparelhos de televisão ligados, cada um em um canal. Oito rádios sintonizados nas oito maiores capitais do mundo que enchem a casa de um barulho estéril de Mandarim, Russo, Árabe, Japonês, Hebreu, Grego, Inglês e Italiano. Tenho dois sois, um amarelo e outro castanho, que se reflete em um jogo de espelhos, que dependurei entre a cômoda e a estante cheia de bíblias sempre movimentadas as suas paginas por um amontoado de ventiladores, que mantem a temperatura da sala quase meio grau abaixo de zero.

Caminho devagar entre as esculturas Maias e Incas que coabitam comigo na sala, entre cabeças empalhadas de orangotangos e chimpanzés. Por isso perco com facilidade meus chinelos. E quando vou pé ante pé para o local em que guardo meus discos e os ponho na vitrola em trinta e oito rotações por minutos rangem as tabuas do assoalho.

Fazem dueto com os estalos de minhas articulações, quase enferrujadas. Ouço Mario Lanza em um dueto estranho com minhas próprias barulheiras. Abro as janelas muitas vezes e o ar de fora bate na minha própria umidade e volta criando um pequeno ciclone que apelidei de “Equadorzinho”.

Um dia lendo uma das dezenove Enciclopédias e fazendo cálculos com uma régua fisiogeográfica percebi que os trópicos de Câncer e Capricórnio cruzam-se aqui, talvez por isso, este prurido que me castiga determinados dias do mês, e que me fez ficar amigo de uns pelicanos, que também se coçam.

Eles pousam na janela, aquela que abre para a Avenida Ernestino Borges, em alguns dias do mês. Comecei a morar aqui quando fiquei viúvo. Ela morreu e deixou um enorme vazio que preenchi com garrafas de Rum e desenhei sua silhueta.

Para formar o par de peitos foram necessárias mais de cinqüenta garrafas. Era uma mulher abastada que deu-me dezoito filhos e pretendia dar-me mais se não se houvesse tocado fogo lixando tanto as unhas. Quando fiquei só pretendia mudar-me o mais cedo possível, mas a amizade com as águas vivas do lago do Ibirapuera e a admiração pelas borboletas do Pacoval foram prolongando minha estadia.

Hoje sou parte deste Quadro. E olhando a pintura de um quadro feito por Salvador Dali, dependurado no vão entre a porta do nosso quarto e o inicio da escada que nunca subi, nem sei aonde vai dar. É que percebo que envelheci.

Não tenho mais vontade para trocar de roupa e agora me cubro, com pelos espessos e longos cabelos, que pouco molho, mas estão sempre úmidos.

Como muito pouco e durmo quase nada. Quando a saudade aperta abraço-me a imagem dela feita de garrafas e assim fico por um tempo.

O que tem me cortado demais o peito e o púbis. Mas eu não ligo. O que me incomoda são os filhos. Estes que estão empalhados pelo corredor entre as cabeças empalhadas de Orangotangos e Chimpanzés.

Amanha irei para Osasco aonde enterrarei o Quadro.

* Do livro de Contos Antena de Arame – Rumo Editorial II Edição – São Paulo – 2017.

Então, Foi Assim? – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Arte de Ronaldo Rony

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Há 22 anos vivendo em Macapá, esta cidade e, por conseguinte, todo o estado do Amapá não só virou meu lar como meu campo de observação e pesquisa. Sempre que posso e a ocasião se apresenta, absorvo o máximo da história deste lugar. Recentemente caiu em minhas mãos o novíssimo livro Então, Foi Assim? Os Bastidores da Criação Musical Brasileira, volume dedicado à música amapaense. O livro do paraense Ruy Godinho é resultado de uma pesquisa de fôlego (fôôôôlego!) e noto o cuidado com que ele se debruçou sobre a produção musical daqui e o respeito pelas tradições e pelas pessoas mantenedoras dessas tradições.

Pois bem. Através de seu bem escrito livro, Ruy Godinho vai aumentando meu conhecimento sobre a terra que me abrigou com tanta generosidade, abrindo perspectivas e levantando novos aspectos dessa arte que é parte fundamental da vida de todos nós: a música.

Entre confirmações do que eu já sabia e surpresas que o livro revela, me deparei com várias informações que agora passo a quem se interessar. Ei-las:

– Aprendi que “ladrão” de marabaixo é algum fato engraçado ou vexatório da vida de alguém relatado pelo canto, um “roubo” daquela situação, que deixa de ser particular para fazer parte do anedotário da comunidade. Pode ser uma “tiração de sarro”, uma crítica ou uma homenagem. A informação anterior que eu tinha (que não deixa de ter fundamento) é que se chama “ladrão” o verso cantado de improviso entre o refrão, sendo que um cantador “rouba” para si a vez de cantar.

– Aprendi que as músicas Bacabeira e Mandala a Mandela foram feitas num encontro etílico-criativo de vários dias entre Enrico Di Miceli, Cléverson Baía e Joãozinho Gomes. Encontro este cuja pauta era a criação de um jingle para campanha eleitoral. O jingle foi feito em outro momento, novo encontro etílico-criativo. O final da história é que o cancioneiro popular amapaense ganhou duas belas músicas e o horário eleitoral ganhou um jingle legal, que ajudou a popularizar o nome do candidato e fez parte de uma campanha vitoriosa.

– Aprendi que a letra da música Mal de Amor (que eu considero ambas, letra e melodia, verdadeiras obras-primas) foi escrita de uma só vez. Joãozinho Gomes, ouvindo a música composta por Val Milhomem, foi tomado pela necessidade de escrever que não teve tempo nem de sentar, se acomodar. Saiu uma letra linda, com o poeta escrevendo em pé mesmo.

– Aprendi que o fato acima relatado é uma exceção no processo criativo de Joãozinho Gomes, que prefere sentar e burilar as palavras, pacientemente, num trabalho em que a transpiração ocupa muito mais espaço que a inspiração e o transforma num poeta artífice de sua arte. Mas o que me chamou atenção no processo criativo desse letrista que é, com toda justiça, o mais requisitado para vestir uma melodia com a maestria das palavras, é o uso de um violão. Como não toca o instrumento, o violão serve para Joãozinho procurar os acordes imaginários (que se tornarão reais nas mãos de um instrumentista) que suas palavras indicam. É o violão “psicológico”: real, físico, mas usado como emissário da imaginação de Joãozinho. Interessante.

– Aprendi que o primeiro LP gravado no estado do Amapá foi em 1973. O nome do disco é Marabaixo e foi gravado pelo grupo Os Mocambos, liderado pelo violinista Hernani Vitor Guedes.

– Tive a confirmação de que Osmar Junior, além de grande poeta musical, é o elemento aglutinador e catalisador do Movimento Costa Norte. E o disco Sentinela Nortente, de Amadeu Cavalcante com as músicas do Osmar, é o marco inicial do movimento, que este ano completa 30 anos.

Poderia citar várias informações que o livro me trouxe, mas me contento em ficar por aqui. Não sem antes apontar algumas derrapadas do autor que, como pesquisador, é humano, portanto falível. Lá vão:

– O nome da fundação que antecedeu a Secretaria de Cultura é FUNDECAP e não FUNDACAP.

– Alguns erros de grafia, perdoáveis (ou não?) no conjunto da obra: Hobin Hood em vez de Robin Hood e Haroldo Pedrosa, em vez de Aroldo Pedrosa (não sei se este vai perdoar!). E um erro de atenção na letra da música Igarapé das Mulheres: “as Joanas, Marias, Deusas, Margaridas…”, que virou “as Joanas, Marias, Creusas (ui!), Margaridas…”.

Mas no final deu tudo certo e a iniciativa está de parabéns. Percebi respeito e admiração do autor pelos artistas da música, pela história de cada um. E me despeço com uma frase pinçada do livro, pertencente ao meu compadre Paulinho Bastos: “A gente não nasce sabendo. A gente nasce aprendendo”. É isso!

Carteira de projetos do MP-AP é apresentada para a Bancada Federal do Amapá

Com o objetivo de captar recursos de emendas parlamentares para execução de projetos que visam aprimorar o combate à criminalidade, bem como o fortalecimento da atuação para a garantia dos direitos coletivos, a procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Amapá (PGJ/MP-AP), Ivana Cei, acompanhada do assessor especial da PGJ, promotor de Justiça Vinicius Carvalho, da assessora técnica Alcilene Cavalcante e do diretor do Departamento de Tecnologia da Informação (DTI/MP-AP), Rodinei Paixão, apresentou a Carteira de Projetos de 2020 da instituição para integrantes da Bancada Federal do Amapá. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (18), na sala de reunião Artur da Távola, da Câmara dos Deputados, em Brasília-DF.

O coordenador da Bancada Amapaense, deputado André Abdon (PP), o senador Lucas Barreto (PSD) e os deputados Luiz Carlos (PSDB) e Camilo Capiberibe (PSB) participaram da reunião com o MP-AP, onde foram detalhados os projetos para captação de recursos. A assessoria do senador Randolfe e assessores que tratam de emendas dos parlamentares também estiveram na reunião.

Na apresentação foi feito o detalhamento dos cinco programas que englobam as principais necessidades da instituição, com destaque para a carência de recursos orçamentários e financeiros para modernização do parque tecnológico que visa dar suporte às atividades de investigação e para implantar uma solução de banco de dados investigativo, bem como para dar suporte às ações itinerantes, que disponibilizam serviços dentro das comunidades, facilitando o acesso do cidadão aos serviços do MP-AP.

“As demandas apresentadas nessa carteira de projetos irão permitir suporte e rendimento no trabalho efetivo do Ministério Público do Amapá, visando alcançar a democratização ao acesso à Justiça, a garantia dos direitos coletivos e o combate e prevenção a diversos tipos de crimes”, sustentou a PGJ.

SERVIÇO:

Gilvana Santos
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Veja as vagas de emprego do Sine Amapá para o dia 19 de setembro

O Sistema Nacional de Emprego no Amapá (Sine-AP) oferece vagas de empregos para Macapá. O número de vagas está disponível de acordo com as empresas cadastradas no Sine e são para todos os níveis de escolaridade e experiência.

Os interessados podem procurar o Sine, localizado na Rua General Rondon, nº 2350, em frente à praça Floriano Peixoto. Em toda a rede Super Fácil tem guichês do Sine e neles é possível obter informações sobre vagas em Macapá e Santana.

Para se cadastrar e atualizar os dados, o trabalhador deverá apresentar Carteira de Trabalho, RG, CPF e comprovante de residência (atualizado).

Veja as vagas disponíveis de acordo com as solicitações das empresas:

Eletricista -1 vaga
Ajudante de eletricista – 1 vaga
Auxiliar de gesseiro – 1 vaga
Bombeiro hidráulico – 1 vaga
Eletroeletrônico – 1 vaga
Montador – 1 vaga
Caseiro – 1 vaga
Empregada doméstica – 1 vaga
Pedreiro de acabamento – 1 vaga
Pintor industrial – 1 vaga
Soldador – 1 vaga
Professor de inglês – 1 vaga
Serralheiro de alumínio – 1 vaga
Vendedor pracista – 48 vagas
Vagas para Portadores de Necessidades Especiais (PCD)

Lavadeira – 2 vagas

Fonte: G1 Amapá