SOLIDÃO – Crônica de Evandro Luiz

Crônica de Evandro Luiz

Eu sempre quis ser uma pessoa simples. Despojado até na maneira de vestir. Um sapato esporte, uma calça lee e camisas com estampa de Charles Chaplin, Gandhi , Mercedes Sosa – Che GueVara não podia, mas eu tinha guardada uma em casa. Jovens assim não eram bem vistos pela maioria da população. Principalmente por aqueles que apoiavam quem estava no poder.

E essa maneira de se vestir, era um reflexo do meu interior, de uma chama que eu ainda não conseguia identificar. Ainda não estava claro por que havia esse conflito dentro de mim.

Foi só depois de entrar na faculdade que começou um novo olhar, um novo despertar. Quanto mais lia, mais buscava, mais era a sede do saber.

Foi aí então, que o meu meio mundo desmoronou. Não sabia o que fazer com aquele entulho de informações, que durante muito tempo norteou a minha vida.

O bom do desmoronamento veio à tona. Era como se fazia a manipulação, principalmente com a história oficial, aquela onde o ufanismo era o carro chefe da propaganda oficial. Isso ficou bem claro. E o que restou? Foi a descoberta de que havia um sistema perverso onde a burguesia se mantinha com regalias.

O financiamento de campanhas políticas era uma agressão. Não havia a menor possibilidade de um cidadão comum ganhar uma eleição de um candidato financiado pelas elites – tamanha a diferença orçamentária entre os candidatos.

Levou algum tempo para me refazer e, com o que sobrou da minha colcha de retalhos, fiz uma nova base política e aí pude sentir o calor de novos tempos.

Dos meus olhos, pude retirar as retinas manipuladas que me impediam exercer a minha cidadania. Mas esse exercício da cidadania, estava suspenso por ordem do planalto central. Foi aí então que percebi que agora eu estava no mundo real.

Imagine você ter que comprar livros escondidos. Tomar um chope na calçada do bar era proibido. Reuniões eram uma grave ocorrência; quem fosse preso, estava com o futuro comprometido. Não ter a liberdade de ir e vir.

E foi com essa nova postura politica que fui chamado a participar de reuniões com lideranças estudantis. Lá comecei a perceber como estávamos longe de ser uma democracia. Como conscientizar uma população carente de tudo? Só no corpo a corpo nas comunidades, se via algum resultado. No período da noite, as pichações; faixas eram estendidas em pontos estratégicos, além das barricadas nas favelas. Em uma madrugada, onde parecia tudo calmo, a nossa equipe estava com a responsabilidade de fazer uma ação na Beira Mar. Mas de repente, nos vimos cercado por militares. Lá mesmo passamos pela primeira sessão de tortura: foi muita porrada; chutes, tapas, joelhadas, murros. Fomos levados para um quartel do Exercito. Foram três meses sem poder falar com ninguém. Mas as torturas não falhavam, eu perdi 25 quilos. Fiquei irreconhecível. Mas foram os choques elétricos que deixaram sequelas irreversíveis.

Só fomos liberados depois de uma negociação que envolveu uma autoridade americana.

Já aparentando cansaço Paulo Wernek, 75 anos, perguntou: com esse material dá para você publicar em um jornal ? respondi que sim. Tinha um bom material.

Desliguei o gravador e ele, com certa dificuldade em se levantar, se apoiou em mim e disse: vou dormir um pouco. Fiz então uma ultima pergunta; Por que você resolveu contar essa história pra mim? Ele olhou para horizonte, como se estivesse buscando uma resposta para mim. Então ele falou: fui diagnosticado com Alzheimer. Daqui a pouco não lembrarei de nada. Serei apenas um numero para as estatísticas. Agora, com esse depoimento publicado, fica o meu legado.

Com passos lentos, saiu em direção ao quarto 44. O ex-militante das Diretas Já, dos movimentos estudantis, das grandes passeatas em favor da democracia se recolhia à solidão de quem vive em abrigo para idosos.

MP-AP reforça atuação nos 14 anos da Lei Maria da Penha

Desde a chegada do novo coronavírus, o Ministério Público do Amapá (MP-AP), tem buscado realizar ações de enfrentamento a violência doméstica contra a mulher durante a pandemia. Com uma forte atuação na proteção das vítimas.

Nesses 14 de anos de criação da Lei nº 11.340/06, também conhecida como Lei Maria da Penha, a Promotoria de Defesa da Mulher, desenvolveu um árduo trabalho de enfrentamento a essa violência, por meio de ações estratégicas nas áreas de maior concentração de violência doméstica na capital, como: a divulgação de campanhas educativas, a participação em webnários, e orientações jurídicas, tudo com o objetivo de executar um trabalho não apenas punitivo, mas principalmente preventivo, para a redução da violência.

Dados da Promotoria da Mulher revelam que em Macapá, desde o início da pandemia, essa violência continuou a ser registrada. Segundo a promotora de justiça Alessandra Moro, embora no final do mês de março, registrou-se uma queda no número de denúncias e pedidos de medidas protetivas, em relação ao ano passado, em meados de abril os números voltaram a subir: “O isolamento social, imposto como medida positiva do ponto de vista da saúde, trouxe também consequências negativas para as mulheres. O confinamento decorrente da pandemia, desencadeou um aumento dos conflitos dentro das casas, deixando as mulheres ainda mais vulneráveis”, destacou a promotora.

Segundo dados da Promotoria da Mulher, foram registradas durante a pandemia aproximadamente 300 novos pedidos de medidas protetivas de mulheres que foram agredidas por seus companheiros. Além disso, dois casos de feminicídios foram registrados, um em Macapá e outro em Santana.

“Criamos canais virtuais de atendimento às vítimas para facilitar o acesso ao atendimento da Promotoria, pois temos que investir em ações de encorajamento para que mulher vítima de violência doméstica, quebre o silêncio, denuncie seu agressor e se liberte do chamado ciclo da violência, onde ela sofre a violência psicológica, e física, e se a mulher não pedir ajuda a tempo, infelizmente poderá ser vítima do crime feminicídio. E o que é mais preocupante é que neste período de pandemia muitas mulheres estão com medo de sair de casa e adoecer, o que agrava mais ainda essa situação”, destacou a promotora.

A Lei Maria da Penha é um importante instrumento de enfrentamento a violência doméstica no brasil, e consolida a política nacional de prevenção e combate a violência doméstica contra a mulher, considerada umas das três melhores legislação do mundo pela ONU, entrou em vigor no dia 07 de agosto de 2006, trazendo muitos avanços para a sociedade, como a criação do juizado e varas especializadas, uma delegacia da mulher, uma promotoria de defesa da mulher e uma rede integrada de atendimento à mulher vítima de violência doméstica.

Durante o período da pandemia, o Ministério Público do Amapá ampliou os serviços disponíveis à mulher vítima de violência doméstica, que poderá denunciar através do endereço eletrônico: [email protected], telefone: (96) 3198-4256 e através da central 180.

SERVIÇO:

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Rica biodiversidade “Árvore no Bioparque da Amazônia” abriga mais de 300 orquídeas

O Bioparque da Amazônia é uma área muito bem preservada, no meio da capital do Amapá, rica em biodiversidade. O local ainda guarda um potencial enorme da flora e da fauna amazônica e muitas surpresas.

Recentemente, a árvore identificada como pacapeua foi descoberta por funcionários do Bioparque da Amazônia. Ela fica bem próximo ao muro da frente do parque, pela rodovia JK.

As mais de trezentas orquídeas, numa única árvore, foram uma delas. A olho nu, os biólogos do parque já identificaram apenas três – Catacetum, Oncidium e Epidendrum. As demais aguardam identificação.

Orquidário

O Bioparque da Amazônia possui um orquidário com 84 espécies de orquídeas catalogadas e quase 180 unidades em exposição. Desse total, 74 são nativas da Amazônia amapaense e 10 híbridas, ou seja, sofreram algum tipo de modificação pelo homem em laboratório. O espaço é um dos mais procurados no parque, especialmente pelos amantes da planta. A época é de floração das orquídeas e as flores exalam diferentes perfumes que contagiam e invadem todo o parque.

Fátima Santos é a gerente do orquidário do Bioparque da Amazônia. Ela conta que muitas pessoas procuram o espaço em busca de orientação sobre o cultivo, floração e tipos de insumos necessários para ter uma orquídea. “A orquídea não precisa de muita coisa. A planta precisa apenas de atenção”, observou.

Espécies

As orquídeas compõem a família Orchidaceae, uma das maiores famílias de plantas existentes. Elas despertam interesse de admiradores e colecionadores como nenhuma outra espécie de planta. Existem até os chamados “orquidófilos”. A orquídea é uma planta hospedeira, não é uma parasita. Existem milhares de espécies no mundo. Muitas são utilizadas para fins ornamentais, e algumas cultivadas pela sua utilidade: é o caso da espécie Vanilla, utilizada na produção de baunilha, e a perfumada Jumellea, utilizada na produção de perfumes.

Existem variedades de orquídeas aéreas, terrestres e aquáticas. Segundo Fátima Santos, o Amapá possui 242 espécies de orquídeas nativas catalogadas. No orquidário do Bioparque da Amazônia, estão em época de floração a micro orquídea Stelis Paraensis, nativa do Amapá; Catileia e Phalaenopsis, espécies híbridas, e a Brassia Chloroleuca, nativa da região do Maruanum.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Volnei Oliveira
Assessor de comunicação

Ao leitor do futuro – Crônica de Lulih Rojanski

Crônica de Lulih Rojanski

Eu quero ter leitores, muitos leitores no futuro. Quero ter leitores agora também, aos milhares, mas hoje, particularmente, penso no leitor do futuro, aquele que tomará o livro nas mãos como uma relíquia de um passado distante, e que me lerá, com especial estranhamento às frases líricas, à linguagem poética, ao modo pretensioso de dizer coisas que todo mundo sabe como se fossem grandes novidades.

Não vou arriscar maiores projeções para esse futuro, não sei como serão os automóveis, a arquitetura das cidades, o figurino das criaturas. Apenas imagino que um dia teremos que nos render às mais inimagináveis tecnologias, e que nesse tempo incerto, nenhum livro impresso em papel fará parte do inventário de quem quer que seja.

Quem sabe de algum colecionador propenso à nostalgia. Só. E se meus escritos fizerem parte de sua coleção, certamente terá sido por pura distração, pois a lista será composta por vencedores do Nobel de Literatura. E eu lá, plebeia e vulgar, no meio de Gabriel García Márquez, Faulkner, Bob Dylan…

Pois ao leitor do futuro eu quero dizer que aqui estamos, em 2017, crentes de que já vimos de tudo, e que tudo o que vier pela frente será variação sobre o mesmo tema. Que temos árvores em abundância, de todos os tamanhos e espécies, mas que as cortamos para dar espaço à construção de casas, edifícios e condomínios. Que temos rios imensos, povoados de milhares de espécies de peixes, mas que jogamos em suas águas grande parte do lixo que produzimos. Que hoje as ondas do Amazonas nos trazem frascos de bebidas, pacotes plásticos de alimentos, restos mortais de móveis domésticos. Que não nos interessamos mais pelo cultivo de jardins, e em cada quintal, em vez de arbustos e samambaias, há churrasqueiras nobres ou precárias, esculturas artísticas ou grosseiras. Que colocamos garças de cerâmica no lugar dos pássaros que costumavam voejar por entre os verdes. Que não sabemos e não procuramos saber reciclar quase nada. Que somos permissivos com quem destrói rios inventando barragens, com quem saqueia florestas nativas, com quem mata nascentes criando búfalos, com quem contamina águas e terras com resíduos de minério, com quem não reconhece a humanidade e a posse da terra dos povos indígenas…

Imagino que o leitor do futuro saiba exatamente tudo o que fizemos, mas talvez não saiba como nos sentimos. Pois saiba, leitor, que somos indiferentes. Na verdade, temos um magnífico discurso, de preservação, de sustentabilidade ambiental, escrevemos belos manifestos e os lemos publicamente, incitamos a atitude conservacionista, depois amassamos o papel e o jogamos ao pé da acácia que começa a florir, entramos no carro e rodamos por toda a cidade com o escapamento quebrado, distribuindo fumaça e panfletos e despertando ódio, lavamos o carro com a água tratada das torneiras, queimamos as folhas secas do quintal, jogamos fora as mangas caídas durante a noite, soltamos numa rua distante um pacote de gatos quase recém-nascidos, mandamos arrancar o jambeiro cuja raiz quebrou o concreto da varanda, espantamos os passarinhos que vêm comer os mamões, e finalmente vamos ao restaurante e comemos peixes de outra estação. À noite, temos a desfaçatez de dormir o sono dos justos.

Enquanto pensamos e escrevemos, espécies como o rinoceronte-de-java, o orangotango-de-sumatra, a tartaruga-gigante, o gorila-da-montanha e o tigre-siberiano estão dando seus últimos suspiros antes de desaparecer para sempre. Num futuro distante terão se conservado pelo menos as suas fotografias? Araucária, pau-brasil e jequitibá são árvores que não sobreviverão para dar sombra a gerações futuras.

Leitor do futuro, há coisas dessa sua época que você não entende? Pois seja o que for, saiba que faz parte do legado que lhe deixamos, nós, daqui do moderníssimo ano de 2018. Fizemos descobertas incríveis e talvez por isso você até esteja livre de doenças que conseguimos erradicar. Descobrimos a cura para males dos quais você só sabe pelos documentos históricos. Entretanto, nem todos os nossos feitos somados podem compensar o que destruímos e o que provavelmente continuaremos a destruir.

Estou longe de saber como será o planeta e a humanidade daqui a 500 anos… Mas diante do que exponho, não é difícil imaginar que cada gota de água será disputada, assim como cada palmo de boa terra e cada vão com ar puro. Por outro lado, quem sabe se os pequenos humanos já não recebam, ainda no ventre, uma injeção de consciência, um dos inventos do futuro, e cresçam sabendo se portar como seres evoluídos… Do tipo que saiba praticar as mais profundas teorias da preservação e da fraternidade. Aquelas que nestes tempos relegamos ao plano das ideias.

O leitor de 2517 se perguntará por que quisera eu ser lida por alguém de sua época. E eu tenho a responder que é unicamente para que ele tenha a singular satisfação de folhear um livro de papel e encontrar, lá pela página 80, uma pétala quase pulverizada da extinta rosa branca e um sincero e sentimental pedido de perdão.

Documentário Tatuagem da Cidade mostra grafite nas ruas de Macapá

Por Paula Monteiro

Você gosta ou tem curiosidade em saber mais sobre o grafite? Então, você precisa assistir ao documentário Tatuagem da Cidade. O curta traz depoimentos de dez grafiteiros, entre homens e mulheres, que contam a própria história, vivências e dificuldades que passam para fazer a arte urbana na capital amapaense.

Foto: Rogério Araújo/ Arquivo Pessoal.

O documentário possui pouco mais de 30 minutos de duração. Nele, grafiteiros que vivenciaram o início da arte urbana em Macapá e os novos talentos falam como é dar vida aos muros e paredes da cidade que está se verticalizando.

O filme nasceu por acaso, fruto do trabalho de conclusão do curso de Artes Visuais de Danrlei Santos (Jack) e Raimundo Brito (Ramones), ex-acadêmicos da Unifap e também grafiteiros. Motivados pela necessidade de popularizar a história do grafite local à sociedade, eles resolveram aproveitar as entrevistas e transformá-las em vídeo.

“Nossa ideia é apresentar e valorizar alguns artistas urbanos que fazem acontecer no grafite amapaense, mostrar suas motivações, origens e dificuldades, e não ficar só na parte escrita do trabalho. A edição ficou por conta de André Cantuária e da Jhenni Quaresma”, explicou Santos.

Foto: cena do documentário.

Ele, assim como a maioria dos grafiteiros entrevistados, acredita que o grafite ainda passa por muito preconceito e falta de incentivos. “Ainda tem muita gente que acha que grafitar é coisa de quem não tem o que fazer da vida. Ainda temos muita dificuldade para adquirir material de grafite, pois o que chega aqui ainda é muito caro. Sem contar a falta de incentivo do poder público e empresários”, desabafa.

Rogério Araújo (Nomed), é um dos entrevistados no documentário. Designer e ilustrador, ele conheceu o grafite por meio de matérias de jornais, TV e revistas. Ele conta que sempre admirou a estética do grafite e da pichação de São Paulo, principalmente.

Foto: cena do documentário.

“Como eu tenho interesse na ilustração, o grafite veio conciliar essa coisa da arte na cidade com desenhos e letras distorcidas. Antes, eu achava uma coisa muito perigosa de se fazer, arriscada e bonita ao mesmo tempo. Acho que foi por isso que eu me apaixonei pelo grafite”, conta.

Nomed gosta de personagens e letras mais simples com cores bem fechadas. Adota um estilo regional e às vezes com uma “pegada” de horror. “Eu tenho um personagem que é o Medinho, um demoninho de boa inspirado no Hellboy, e o Tentáculos que não é bem um personagem, é mais uma escrita, inspirado no Cthulhu, de Lovecraft”, conta.

Foto: Rogério Araújo/ Arquivo Pessoal.

Nomed conta que o grafite em Macapá sempre teve seus altos e baixos e, nos últimos anos, deu uma alavancada porque teve uma cena muito forte e importante das mulheres. Recentemente, Nomed teve seus trabalhos projetados em um prédio de Belém, por meio do projeto “Mostra Tua Arte”, uma campanha de financiamento coletivo durante a quarentena.

Fonte: Portal Égua, mano!

Começa nesta quinta-feira os testes de Covid-19 nos clubes de futebol do AP

A Federação Amapaense de Futebol (FAF) definiu um cronograma para realização das testagens nos atletas que estão em preparação para o retorno aos campos neste período pós-quarentena. Além dos clubes, os servidores da Federação também passarão por testagem para atuação nos campeonatos.

Essa etapa será executada por uma comissão de saúde definida pela FAF e mais de 400 atletas serão testados. O primeiro dia desse cronograma é nesta quinta-feira, 06/08, e atenderá o time sub-17 do Santos –AP. A testagem acontecerá no Centro de Treinamento do clube.

“Definimos que os clubes que tiverem Centro de Treinamento receberão nossa equipe de saúde em seus CTS, os demais serão atendidos na sede da Federação, guardadas todas as restrições de segurança, claro”, explicou Netto Góes, presidente FAF.

As testagens dos servidores da FAF acontece na sexta-feira, 07/08, no período da tarde.

A agenda de testagens segue diariamente até a próxima quinta-feira, 14/08. Confira:

· Quinta 6/8 – Santos-AP Sub17

· Sexta – Oratório (Sub17)

· Sábado- Ypiranga (Profissional)

· Sábado – Macapá (Profissional)

· Segunda – São Paulo-AP (Profissional)

· Terça – Santana (Profissional)

· Quarta – Trem (Profissional)

· Quinta 14/08 – Santos (Profissional)

Marcelle Nunes
Comunicação FAF
98106-4232

RAPADURA – Crônica de Flávio Cavalcante (@PedraDeClariana)

Foto: Tribuna Rural

Crônica de Flávio Cavalcante

Hoje, no sitio Macacos, distrito de Mangabeira, Município de Lavras da Mangabeira, visitamos um dos últimos engenhos de rapadura em funcionamento na região centro-sul do Ceará. Segundo o proprietário, senhor Gabriel Holanda Nunes, conhecido como Bié, de 79 anos, a “moagem” funciona desde à época do seu avô, quando ainda movida pela força animal, por juntas de boi. Dos 36 engenhos que funcionavam em Mangabeira, apenas o do sítio Macacos continua ativo, produzindo a tradicional e deliciosa rapadura.

Fotos: Tribuna Rural

Em meio roças, moendas e fornalhas, vários profissionais desempenham suas atividades na produção do saboroso tijolo, tais como os plantadores da cana, bagaceiro, caldeireiro e cacheador. Entre eles, o mestre, que, com sua experiência e prática, decide o momento exato em que o mel pode se transformar em rapadura.

Além dos conhecimentos práticos, adquiridos ao logo de séculos de observação e experiências, várias crenças e superstições envolvem o funcionamento do engenho. Uma delas consiste em parar toda a produção na primeira segunda-feira de agosto, pois esse dia é considerado de “má sorte” e pode causar um acidente ou uma pane nas máquinas.

No engenho dos Macacos, ao contrário de outras indústrias modernas, não há a adição de produtos químicos para aumentar o teor de sacarose na rapadura. Utiliza-se apenas as misturas tradicionais, como a cal, logo após a moagem da cana, que serve para limpar a garapa. No fim do processo, o mestre da rapadura também adiciona o sebo de gado, para endurecer o mel e fazer jus ao conhecido nome do produto final.

Ouvindo atentamente a explicação, meu tio Paulo Danúbio, professor aposentado, perguntou:

Seu Bié, o sinhô vende esse balde de Sebo de Gado?

– E o senhor vai botar um engenho de cana? – indagou o simpático proprietário da moagem.

– Não, seu Biê, quero ver se esse sebo serve pra endurecer outras coisa…

Força aos libaneses!

Guardadas as devidas proporções, as imagens de parte da zona portuária de Beirute, a capital do Líbano, emanando um cogumelo explosivo de proporções gigantescas só encontram equivalência nas assustadoras, terríveis, tenebrosas e inauditas imagens das Torres Gêmeas desmoronando, esfarelando-se diante dos olhos do mundo inteiro, naquele fatídico 11 de setembro de 2001.
Por que guardadas as devidas proporções?


Porque, há quase 19 anos, morreram 2.977 pessoas no atentado ocorrido com o uso de aviões em Nova York. Ontem, na tragédia libanesa, temos mais de 100 mortes confirmadas e cerca de 4 mil pessoas feridas.

Se recuarmos mais no tempo, as imagens que nos chegam do Líbano evocam os cogumelos atômicos erigindo-se dos solos de Hiroshima e Nagasaki, há 75 anos, naquela hecatombe que pôs fim à Segunda Guerra Mundial.

Crédito: Karim Sokhn / Instagram / Ksokhn + Thebikekitchenbeirut / via REUTERS

Infelizmente, ninguém – nem mesmo as autoridades libanesas – pode afirmar neste momento se o número de mortes vai subir um pouco mais ou avassaladoramente mais, eis que as condições para o início do monitoramento dos escombros ainda não são ideais.

De qualquer forma, é desalentador, é muito triste, é indescritivelmente horrendo sabermos que um País como o Líbano, com décadas – pelo menos desde os anos 1970 – de conflitos internos e agressões externas, está sendo palco de nova tragédia, e ainda mais num momento como este, em que a crise econômica já está sendo expressivamente agravada por esta pandemia.
Constrange e lancina a alma ouvirmos relatos de tanta gente – brasileiros, inclusive – que, vivendo no Líbano e sob o impacto dessa tragédia, prenuncia dias ainda mais difíceis para o País.


Força aos libaneses. Força, libaneses.Almejar isso para esse povo talvez seja até desnecessário, diante do histórico de conflitos que têm enlutado várias de suas gerações, há décadas.

De qualquer forma, o calor da solidariedade é o mínimo que podemos fazer, independentemente das distâncias que nos separam, para ajudar os libaneses a superar mais essa tragédia.

Fonte: Espaço Aberto.

Poema de agora: Utopia – Lara Utzig (@cantigadeninar)

 

Utopia

Aumente o zoom
Consegue enxergar 100%?
Somos todos um.
Haverá um tempo
Em que não será preciso
Nenhuma lupa
Nem juízo
Pois não existirá culpa.

Aumente a mente
Consegue enxergar no total?
Somos todos gente.
Haverá um dia fatal
Em que não será necessário
Nenhum holofote
Nem ego exacerbado
Pois não existirá fraco ou forte.

Aumente a visão
Consegue enxergar bem?
Somos todos canção.
Haverá um dia também
Em que só se ouvirá uma voz
Nenhum semitom
Nem desafinação feroz
Pois não existirá falta de dom.

Aumente o panorama
Consegue enxergar com exatidão?
Somos todos raça humana.
Haverá uma época de revelação
Em que só se falará de abundância
Nenhuma terra infértil
Nem ganância
Pois não existirá tiro de projétil.

Aumente a perspectiva
Consegue enxergar com senso?
Somos todos massa viva.
Haverá uma era de consenso
Em que o foco será a mudança
Nenhum ócio contraproducente
Nem desejo de vingança
Pois a prioridade será o presente.

Aumente a lente
Consegue enxergar direito?
Somos todos esse presente.
Haverá um período de respeito
Em que o objetivo será a unidade
Nenhuma grade, cerca ou muro
Nem individualidade
Pois a intenção será construir o futuro.

Lara Utzig

MP-AP recomenda a presença obrigatória de farmacêutico em farmácias e fiscalização pelos órgãos competentes

Visando a proteção da saúde coletiva e o cumprimento da legislação, o Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Macapá (PJDS), recomendou aos proprietários de estabelecimentos farmacêuticos para que providenciem a presença obrigatória de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento de farmácias ou drogarias de Macapá, bem como a fiscalização dessa obrigatoriedade pelo Conselho Regional de Farmácias (CRF), Superintendência de Vigilância Sanitária Estadual (SVS) e Coordenadoria de Vigilância Sanitária Municipal.

A Recomendação nº 006/2020-2ª PJDS/MCP, subscrita pela promotora de Justiça da Saúde, Fábia Nilci, foi expedida no dia 22 de julho, embasada no Procedimento Administrativo nº 0001341-33.2016.9.04.0001, que tramita na Promotoria da Saúde, com o objetivo de regularizar e buscar melhorias no serviço prestado à população. O documento ressalta que, mesmo com as necessárias restrições durante a pandemia, o cumprimento da assistência farmacêutica integral continua sendo obrigatória durante o seu horário de funcionamento, conforme a Lei nº 5.991/1973, Lei 3.820/60, e Lei nº 13.021/2014.

Além da presença obrigatória, é necessária a comprovação técnica do profissional farmacêutico, com registro na entidade de classe e licenciado pelo órgão sanitário.

Em 2004, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta entre o MP-AP, Conselho Federal de Farmácias, a Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, o sindicato dos Farmacêuticos e o Instituto de Defesa do Consumidor (PROCON) com a finalidade de viabilizar o cumprimento da Lei Federal nº 5991/1973, que trata da obrigatoriedade de assistência farmacêutica em tempo integral nas farmácias e drogarias.

“Além de cumprir a Lei, a obrigatoriedade de assistência farmacêutica em tempo integral nas farmácias é indispensável à saúde pública. Esse é o papel do MP-AP na luta cotidiana em defesa da sociedade. Com essa Recomendação, visamos a garantia dos direitos da sociedade e proteger o coletivo”, pontuou a promotora de Justiça Fábia Nilci.

Para tal, o MP-AP requer:

I – Aos proprietários dos estabelecimento farmacêuticos que obedeçam o disposto nos artigos: 15, da Lei nº 5.991/73, e art. 24, da Lei 3.820/60; que determinam ao estabelecimento farmacêutico fazer prova da sua responsabilidade técnica, o que significa dizer, que tais estabelecimentos são obrigados a provar que possuem profissional farmacêutico habilitado com responsabilidade técnica na direção técnica de seu estabelecimento, durante todo o tempo de funcionamento. Ainda, determinam que devem realizar tal prova junto aos Conselhos Regionais de Farmácia, apresentando o instrumento constitutivo da empresa, bem como a indicação do horário da assistência do farmacêutico com responsabilidade técnica.

II- Ao Conselho Regional de Farmácia que proceda fiscalizações nos estabelecimentos farmacêuticos para verificar o cumprimento da obrigatoriedade de profissional farmacêutico habilitado durante todo o período de funcionamento.

III- À Superintendência de Vigilância Sanitária Estadual, que proceda as devidas fiscalizações nos estabelecimentos farmacêuticos de manipulação e nas distribuidoras de medicamentos, a fim de certificar o cumprimento do comando legal previstos nos artigos: 15 da Lei 5.99/73 e 24 da Lei 3820/1960; devendo encaminhar relatório das fiscalizações a este órgão ministerial, no prazo de 45 dias.

IV- À Coordenadoria de Vigilância Sanitária Municipal que proceda as devidas fiscalizações nos estabelecimentos farmacêuticos da cidade de Macapá-AP, a fim de certificar o cumprimento do comando legal previstos nos artigos: 15 da Lei 5.99/73 e 24 da Lei 3820/1960; devendo encaminhar relatório das fiscalizações a este órgão ministerial, no prazo de 45 dias.

No documento, o MP-AP alerta que a não observância acarretará a adoção de todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis.

Serviço:

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Gerente de Comunicação – Tanha Silva
Núcleo de Imprensa
Coordenação: Gilvana Santos
Texto: Elton Tavares
Contato: [email protected]

Prefeitura de Macapá divulga lista de atrações habilitadas para o Macapá Verão Online

A Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) divulgou a lista de habilitados para o credenciamento de atividades artísticas e culturais para o Macapá Verão Online, que pode ser acessada pelo link: https://fumcult.macapa.ap.gov.br/editais/edital-de-chamada-publica-no-02-2020-fumcult-pmm/. Foram 111 atrações artísticas selecionadas, entre elas companhias, grupos, bandas e coletivos, que irão compor a grade de programação do Macapá Verão 2020.

Os projetos passaram por análise técnica, realizada por uma Comissão de Seleção de 6 curadores, que usaram critérios como excelência do conteúdo artístico, trajetória profissional comprovada, criatividade e inventividade, interação artística da atração com a diversidade cultural do Amapá e exequibilidade da proposta.

Segundo a diretora-presidente da Fundação Municipal de Cultura, aqueles que tiveram os projetos inabilitados terão até 5 de agosto para interpor recursos, que deverão ser formalizados via preenchimento de formulário disponibilizado pela Fumcult, o qual deverá ser encaminhado ao e-mail [email protected], para análise da Comissão de Seleção. “Os artistas devem observar o Artigo 33º, disponível no edital, preencher corretamente o formulário e enviar dentro do prazo estabelecido”, explica Marina Beckman.

O evento ocorrerá no período de 13 a 27 de agosto, de forma online, por conta da pandemia causada pela Covid-19, e isolamento social. Os recursos orçamentários e financeiros necessários para o desenvolvimento desta ação serão oriundos do Programa de Trabalho Viver Cultura e do Tesouro municipal. Os proponentes credenciados do edital de chamada pública poderão prestar serviços artístico/culturais nos eventos do Macapá Verão 2020 e serão remunerados por transferência bancária, em favor do representante legal das atrações e/ou do próprio proponente.

Programação:

Estação Lunar: 13, 20 e 27/08

Estação Samba: 14/08

Estação Rock: 15/08

Estação Verão: 16 e 23/08

Estação Criança: 16 e 23/08

Estação Juventude: 21/08

Estação Brega: 22/08

Secretaria de Comunicação de Macapá
Kelly Pantoja
Assessora de comunicação

Boletim oficial 04/08, às 16h: Amapá tem 36.999 casos confirmados de coronavírus; em Macapá são 15.640 casos e 581 óbitos em decorrência do Covid-19 #FicaEmCasa

O Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COESP) traz novo relatório com dados sobre a Covid-19 no Amapá com 195 novos casos confirmados sendo 49 em Macapá, 25 em Santana, 20 em Laranja do Jari, 14 em Oiapoque, 8 em Pedra Branca, 37 em Vitória do Jari, 3 em Itaubal, 4 em Tartarugalzinho, 1 em Ferreira Gomes e 34 em Calçoene.

Também há o registro de cinco novos óbitos no município de Macapá, ocorridos nos dias 15 e 16 de maio, 1º e 5 de junho e no dia 2 agosto. Entre as vítimas estão dois homens, um de 62 anos (hipertenso e diabético) e outro de 77 anos (cardiopata). Entre as três vítimas do sexo feminino, uma de 40 anos (com comorbidades relacionadas à obesidade e doença respiratória), uma de 52 anos (hipertensa e diabética) e outra de 92 anos (hipertensa).

Painel geral de casos pela covid-19:

Casos confirmados 36.999 (sendo: Macapá 15.640/ Santana 5.331/ Laranjal do Jari 3.750/ Mazagão 1.055/ Oiapoque 2.125/ Pedra Branca 2.350/ Porto Grande 975/ Serra do Navio 558/ Vitória do Jari 1.512/ Itaubal 260/ Tartarugalzinho 658/ Amapá 401/ Ferreira Gomes 513/ Cutias do Araguari 513/ Calçoene 1.061/ Pracuúba 297).

Recuperados: 25.139
Óbitos: 581

Casos confirmados hospitalizados: 76

Sistema público: 65 (21 em leito de UTI / 44 em leito clínico)
Sistema privado: 11 (11 em leito de UTI / 0 em leito clínico)

Casos suspeitos hospitalizados: 31

Sistema público: 10 (0 em leito de UTI / 10 em leito clínico)
Sistema privado: 21 (0 em leito de UTI / 21 em leito clínico)

Total em isolamento hospitalar: 107

Isolamento domiciliar: 11.203
Em análise laboratorial: 2.762
Descartados: 22.486

Casos suspeitos declarados pelos municípios:
Macapá: 1.721
Santana: 876
Laranjal do Jari: 0
Mazagão: 222
Oiapoque: 381
Pedra Branca do Amapari: 12
Porto Grande: 375
Serra do Navio: 40
Vitória do Jari: 167
Itaubal: 10
Tartarugalzinho: 681
Amapá: 67
Ferreira Gomes: 8
Cutias do Araguari: 633
Calçoene: 76
Pracuúba: 38

Total: 5.307.

Assessoria de comunicação do GEA

Poema de agora: Tinturas e Texturas – Lara Utzig (@cantigadeninar)

Tinturas e Texturas

Conheci no meio do caos
as madeixas da cor do sol
que afastaram espíritos maus
e todo o agouro da volta do anzol.

Vi em meio à biblioteca
as mesmas madeixas solitárias
e hoje minha sorte não seca:
ocupa mil hectares e áreas.

As madeixas agora são acobreadas
e as vejo sempre espalhadas pela minha memória
como se cada fio fosse uma linha deixada
para manter-me ebriamente sóbria.

Ela possui todas as cores
e nos olhos uma imensidão
que afasta todas as dores
e se infinita em meu coração.

Lara Utzig

Os sete pecados capitais- Parte I – Invidia – Crônica de Rebecca Braga (@rebeccabraga)

Crônica de Rebecca Braga

A inveja por definição, uma delas pelo menos, é a sensação ou vontade indomável de possuir o que pertence à outra pessoa. Pecado capital, tipificado como vício, figura como num tratado para seguir os preceitos cristãos dos Dez Mandamentos. Não se pode desejar o que o outro tem, aquilo que lhe falta, aquilo que você não alcança. A inveja é personificada como demônio através do Leviatã, que por vezes aparece na figura de um peixe, um crocodilo, um dragão marinho, uma serpente, um kraken.

Dito tudo isso, preciso admitir que sou uma pessoa invejosa. Eu simplesmente morro de inveja de quem dorme. Não, não é de quem tem sono. Sono eu tenho muito. O tempo todo. Tenho inveja dos que dormem.

Aquela gente que deita pra ver um filme e de repente dorme. Aquela gente que dorme no ônibus de tão cansado voltando do trabalho, que dorme a sesta da tarde, aquela gente que dorme suada depois de fazer amor.

Tenho inveja de quem estende o corpo em uma espreguiçadeira na beira da praia e acorda vermelho queimado de sol. Bem verdade é que, em tempos de pandemia, eu tenho inveja de qualquer pessoa que durma na beira da praia, igarapé, cachoeira, piscina. Mas só dos que estão longe das aglomerações, caso contrário, meu pecado capital é a Ira. Mas dessa, falemos em outro momento.

Esse demônio que me habita, tem inveja de quem dorme oito horas seguidas, de quem tem a consciência pesada e põe a cabeça no travesseiro e mesmo assim dorme tranquilo e leve, de quem não deseja desesperadamente pelo dia seguinte.

Tenho inveja de quem não tem a cabeça a mil rotações por minuto e não precisa levantar de madrugada para fazer aquilo que pode esperar o amanhã. Inveja de quem não se consome pela ansiedade.

Já me receitaram de tudo. Chá de camomila, leite morno, esquecer o celular, marijuana, alprazolam (e tantos outros medicamentos do tipo), uma taça de vinho, um livro. Mas dormir pra mim continua sendo um artigo de luxo, digno de loja de antiguidades ou de hospital particular.

Leviatã deve estar em algum lugar me vendo de noite revirando na cama e rindo da minha cara. Cada um com os seus demônios. O meu é esse, entre tantos outros.

Tenho uma amiga que sempre chegava em casa depois do almoço dizendo:

-Amiga, vou dar uma deitada no teu quarto cinco minutinhos…

Deitava e roncava enquanto eu olhava pra ela como quem olha pra algum achado absurdo.

Ela levantava depois de vinte ou trinta minutos de sono, acordava sem despertador com a cara de nova em folha e voltava para o trabalho.

Vai se foder! Dormir devia pertencer a todo mundo.