Muito obrigado, Luiz Melodia!

Eu e o grande Luiz Melodia – Macapá – 2011

O cantor, compositor e músico carioca Luiz Carlos dos Santos, o Luiz Melodia, partiu hoje para outra vida. Ele morreu na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), aos 66 anos, em decorrência de complicações de um câncer que atacou a medula óssea. Com 46 de carreira, o “Pérola Negra” foi um ícone da Música Popular Brasileira.

Ah, apesar de estar entre os grandes nomes da música nacional, o cara era simpático e desprovido de estrelismo. Cara porreta e músico monstruosamente genial. Era realmente a melodia em pessoa.

Tive o prazer de conhecer o artista em 2011. Ele fez show aqui em Macapá naquele ano, na Chopperia da Lagoa. Aliás, uma bela apresentação!

Luiz Melodia foi um cara admirável. Um artista de repertório formado de MPB, Blues, Soul e, sobretudo, Samba refinado. Sem dizer que o homem tinha uma voz que era um dom divino. Sim, um cara de imenso talento e fantástico cantor. Aliás, nem fazia força para cantar, invejável.

A cultura brasileira fica um pouco mais pobre, mas o legado que o artista deixa para o Brasil e para o mundo é imensamente rico. Que siga em paz. Valeu, Luiz Melodia!

Elton Tavares

Salima, uma exemplo de vida, agora brilha em outros campos

Não tem como deixar de escrever sobre Salima, por tudo o que representa neste momento para mim e para dezenas de amigos e vizinhos. A conheci ainda muito criança, no colo da Tica Lemos e mesmo com o coração operado ainda bebê, tinha sempre com lindo sorriso sapeca no rosto, mostrando que veio pra lutar, a começar por sua sobrevivência. Brincou com meus filhos, e filhos de outros amigos, enquanto nós , pais e mães, nos reuníamos para desforrar as quilometragens de trabalho em algum cantinho onde houvesse uma mesa e uma lugar pra filharada brincar. Vi Salima cresce no Laguinho, aproveitando o melhor que bairro oferece, do samba ao marabaixo, das pessoas às esquinas para um bom papo. Cheia de amigos, Salima desde criança sempre teve uma porção de histórias pra contar.

Depois, quando ainda era muito jovem, deixou as vantagens da juventude para se dedicar à Natália, e onde quer que estivesse estava com o carrinho, ou com a criança no colo Não há quem não goste da Salima e Natália, duas crianças que andavam sempre juntas pelo bairro, entre risos e uma cumplicidade explícita, que chamava atenção, por ser a mãe tão jovem e dedicada, e ter abdicado e passado por cima de tantas coisas para cuidar da filha. Era comum vê-las nos ensaios de escolas de samba e rodas de marabaixo, Natália vestida com saias ou uma flor no cabelo, dançando e sorrindo, enquanto Salima a observava. Mesmo abatida ou um pouco debilitada, ela levava a criança pra roda, e se satisfazia com sua alegria.

Fiz inúmeras fotos das duas, assim que me viam registrando as festas, já abriam o riso e faziam a pose naturalmente, e depois, aquele recado que não precisava dar: “posta essa foto e me marca”. Era a persistência para a vida o que o sorriso retratava, não se deixava abater, nenhuma lágrima, só esperança. Depois Salima foi para o facebook, e de lá acenava, dava boa noite, pedia atenção, dava carinho, e mostrava o quanto seu coração, operado na infância, guardava amor, gratidão, perdão e outros bons sentimentos que dão dignidade à uma pessoa. Por lá, continuei a acompanhar Sassá sorrindo para vida, lutando por ela, e declarar um amor que eu sei que é infinito por sua filha querida.

É assim que lembrarei sempre das duas, agora separadas por espaço entre dois mundos, mas unidas pela força invisível de almas que se completam. Tenho certeza, que de onde a estrela Salima estiver, seus olhos protetores estarão por perto de Natália, sempre cuidando, protegendo e acolhendo essa criança adorável que a mãe, que partiu tão cedo, deixou entre nós, para que nunca esqueçamos de sua batalha, sua força e esperança. Que a família, dona Graça, Tica, Pablo, tenha o consolo necessário neste momento, e que o amor entre Salima e Natália sobreviva para sempre, porque é exemplo de dedicação e amizade entre mãe e filha.

Mariléia Maciel

Obrigado, tia Sônia!

Eu e Tia Sônia, em um encontro porreta regado a papo legal e risos. Vamos sentir saudades.

A gente nunca quer que ninguém que amamos, gostamos ou temos um mínimo de apreço se vá. Hoje uma grande amiga de minha família fez a passagem. Tia Sônia Brito está presente nas minhas memórias afetivas mais antigas. Seja quando eu, ainda moleque, ia pra casa dela brincar com o Júnior, seu filho. Ou nos lindos carnavais nas residências de nossas famílias, também em diversas reuniões lá na área de trás da casa de minha avó. Sempre gostei muito dela.

Quando precisamos da tia Sônia, ela fez valer, nos ajudou na época em que meu pai estava doente, mas ele perdeu a luta contra o câncer. Não pela falta de apoio dela, que aliás sempre esteve conosco naquele período tenebroso.

Jovial, expressiva, alegre, espirituosa, inteligente, sorridente e dona de um papo muito paid’égua, Sônia foi uma pessoa iluminada. Gente finíssima mesmo. A tia foi para nós e para muitos que tiveram o prazer de conviver com ela, um ser humano porreta. Pessoa amável e amiga dedicada. Prestativa e religiosa como poucos que vi nos meus 40 anos neste mundo.

Vez ou outra, a gente se encontrava, insones, onlines no Facebook, nas madrugadas. Conversávamos sobre a família, as minhas doidices e ela sempre me aconselhava e torcia por mim. Eu adorava aquela jovem senhora que foi tão boa pra gente.

Por outro lado, entendo que ela descansou após um longo período de viagens, cirurgias, tratamentos. Além disso, Sônia Brito teve o amor dos seus, que a acompanharam até hoje. Tenho certeza que a tia fez sua passagem em paz, pois ela transmitia isso para nós.

Que Deus dê o conforto necessário para a Cristina, Roca, Júnior, Taís e tio Aristarco. Além deles, nós também sentiremos saudades. Muito obrigado e até a próxima vez, tia Sônia.

Elton Tavares

“A morte sempre chega pontualmente na hora incerta” – Mário Quintana

Sobre o admirável Professor Munhoz

Como todos já sabem, o professor Antônio Munhoz Lopes fez a passagem. Não tive o prazer de ser seu amigo, mas o admirava. Ele era um homem inteligente, viajado, querido e alegre. Na verdade, falei com ele pessoalmente somente algumas vezes. Em uma delas o entrevistei, acho que em 2012.

Sabido, boa praça e bem humorado, foi um intelectual sem boçalidade. Um livre-pensador que abriu o caminho para quem veio depois. Foi uma grande figura humana e um exemplo de cidadão. Não conheço ninguém que não o admirava.

O Amapá perde um grande escritor e professor, além de um de homem de bem. A passagem de Antônio Munhoz deixa uma lacuna na Cultura local. A ele, meu respeito. Aos familiares e amigos do estimado professor, minhas condolências.

Elton Tavares

*Fotos encontradas nos blogs da Sônia Canto, Porta Retrato e Canto da Amazônia. 

Nota de Pesar


O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), consternado com o falecimento do professor de Literatura, ícone da cultura amapaense e amigo, Antônio Munhoz Lopes, externa suas condolências pela morte do poeta, folião, escritor e cidadão querido de Macapá. O educador morreu aos 85 anos em decorrência de problemas renais. Ele estava doente desde 2015.

Natural de Belém (PA), Antônio Munhoz chegou ao Amapá em outubro de 1959, trazido por Pauxy Nunes. Durante sua vida, se tornou cidadão do mundo, pois por conta de sua sede de cultura, viajou por vários países.

Isso quer dizer que Antônio Munhoz não só conquistou o povo amapaense, mas se tornou um de nós ao se entregar de corpo e alma a tarefa nada fácil de nos compreender culturalmente e ajudar a lapidar a juventude do Amapá para um futuro melhor.

Agradecemos pela imensa contribuição cultural, educacional e histórica do professor Munhoz para o Amapá. Ele cumpriu sua missão com louvor, já que centenas de estudantes, de diferentes gerações, aprenderam com o mestre que lecionou por décadas na capital amapaense.

Que ele faça sua passagem em paz. Todos nós, do mandato, nos solidarizamos com a dor de seus entes queridos. Fica aqui a nossa homenagem. Pedimos a Deus que conforte o coração de seus familiares e amigos enlutados.

Senador Randolfe Rodrigues

MPF/AP quer que vítimas de escalpelamento recebam benefício do INSS

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP), quer que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reconheça vítimas de escalpelamento como pessoas com deficiência. A finalidade é que, em casos de impossibilidade de manter ou ter mantido seu sustento pela família, elas tenham direito a receber benefício de um salário mínimo mensal. A orientação consta em recomendação emitida na última quarta-feira, 3 de maio.

Escalpelamentos são comumente registrados na região amazônica, onde há expressivo contingente de população ribeirinha que utiliza embarcação como principal meio de transporte. O acidente, provocado por eixo descoberto que liga o motor à hélice da embarcação, resulta no arrancamento do couro cabeludo e, em alguns casos, de olhos, sobrancelhas e orelhas.

O tratamento médico consiste em frequente higienização e impede as vítimas de se expor ao sol devido ao risco de doenças, como o câncer de pele. Além das sequelas físicas, o escalpelamento costuma provocar doenças psicológicas, entre elas a depressão.

Segundo informações compartilhadas com o MPF/AP pela Defensoria Pública da União, a maioria das vítimas – cerca de 90% – é mulher. “Em razão de sua deficiência, essas mulheres enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho, tendo em vista que, em média, somente 8% das vítimas conseguem emprego, o que evidencia serem elas as principais afetadas pelo não recebimento do benefício, implicando clara discriminação de gênero”, destaca o procurador regional dos direitos do cidadão Rodolfo Lopes.

O MPF/AP entende que “os impedimentos – físico e mental – impostos às vítimas de escalpelamento funcionam como uma barreira social que obstrui a sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condição com as demais pessoas, o que denota estrita relação entre tais pessoas e a conceituação de pessoa com deficiência”.

Número de vítimas – A Associação das Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia tem hoje 140 associadas. A presidente, Rosinete Serrão, conta que, somente neste ano, duas meninas, de 5 e 12 anos, sofreram o acidente.

Ao saber da atuação do MPF/AP, ela disse estar emocionada por ser reconhecida como deficiente, uma luta travada desde 2007, quando foi criada a Associação. “A dor de perder um membro, não dói como perder o nosso couro cabeludo, não tem a consequência que a gente tem”, diz ela enfatizando o tratamento contínuo e os problemas de audição e de visão adquiridos depois do acidente.

Prazo – Ao INSS foi concedido prazo de 10 dias para se manifestar sobre o acatamento ou não da recomendação. Caso as orientações sejam descumpridas, providências judiciais podem ser adotadas.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Amapá
(96) 3213 7895

Aos 90 anos, morre Chuck Berry e nasce a lenda Chuck Berry

Chuck Berry, um dos “Guitar’s Heros”, morreu hoje (18), aos 90 anos de vida. E que vida! Segundo a BBC, ele foi encontrado sem sinais de vida em sua casa, em Missouri, nos Estados Unidos. A polícia local recebeu uma chamada de emergência, mas não chegou a tempo de salvá-lo. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Charles “Chuck” Berry nasceu em St Louis, Missouri, em 18 de outubro de 1926. Com sete décadas de carreira, o artista está entre os pioneiros que misturaram, Jazz, country music, Blues e R&B, ritmos afro-americanos e transformaram no melhor estilo musical entre as trilhas sonoras da vida, o Rock and Roll.

Não á toa, a revista Rolling Stone o escolheu como o 5º maior artista da música de todos os tempos e sétimo melhor guitarrista do mundo.

O precursor do rock ‘n’ roll támbém teve um talento incrível para se meter em confusão. Em 1959, no auge do seu sucesso, pegou quatro anos de prisão por ter levado uma índia apache de 14 anos do México para seu clube noturno em Saint Louis.

Também teve problemas com o Departamento do Tesouro dos EUA por receber seus shows em dinheiro e não declará-los. Foi acusado de evasão de divisas e pegou 100 dias de prisão. E, em 1988, pagou uma multa para dar fim a um processo de US$ 5 milhões que Marilyn O’Brien Boteler moveu contra ele.

Assim como Mark Knopfler, Kurt Cobain, Tom Morello, John Frusciante, Joe Satriani, Keith Richards, Jimi Hendrix, Jimmy Page, Neil Young, David Gilmour, Eddie Van Halen, B.B. King, John Fogerty, Brian May, Eric Clapton, entre outros iluminados, Chuck Berry é um herói da guitarra, um menestrel!

Por tudo que fez e representa para a cultura mundial, rendo homenagens ao velho músico doido. Certamente, tocará no céu (ou no inferno, com B.B. King e Jimmy Hendrix). Go, go, Chuck Berry, siga pelas estrelas e muito obrigado!

Elton Tavares, com informações de sites, revistas e mais de 30 anos escutando e lendo sobre Rock and Roll.

COMUNICADO


Comunicamos com muito pesar o falecimento da matriarca VERÔNICA DE OLIVEIRA GATO, na manhã de sábado (04/03), no Hospital Beneficente Portuguesa na capital paulistana, esposa do pioneiro JARBAS GATO, mãe de Marola, Ranolfo, Wanja, Estela, Carmen, Luíza e Margarida. O Velório será realizado a partir de segunda feira pela parte da tarde na capela Sta. Rita (Mendonça Furtado) e o sepultamento está marcado para as 10h no Cemitério São José.

A família. 

*Publicado a pedido do amigo Ranolfo Gato. 

Nota de pesar

O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) externa suas condolências aos familiares e amigos da pioneira de Macapá, Senhora Verônica Oliveira Gato, que faleceu neste sábado (4), aos 85 anos, em decorrências de complicações de uma cirurgia.

Dona Verônica Gato foi comerciante, pioneira e esposa do ex-deputado Jarbas Gato, com quem teve sete filhos. Que ela faça sua passagem em paz e que Deus conforte o coração de seus familiares e amigos enlutados.

Senador Randolfe Rodrigues
.

Batalha de Confetes da Confraria Tucuju não será realizada


Informamos que após anos de tradição do carnaval no Largo dos Inocentes, neste ano não haverá a folia pública, que estava marcada para o próximo domingo, 26 de fevereiro.

O motivo é a falta de recursos da entidade, que não tem fins lucrativos, e de apoiadores, diante da crise financeira, que sempre destinaram investimentos para este carnaval, esperado e conhecido por ser tradicional e voltado para as famílias.

Lamentamos a notícia, porém não há mais nada que possa ser feito para a realização da Batalha de Confetes da Confraria, e esperamos que a partir de 2018 a festa volte a ser promovida.

Telma Duarte – Presidente

Uma piscadela. E uma foto que já é histórica.

A foto de Dida Sampaio, do Estadão, já emblemática.
E histórica.
E fantástica.
E rica em mil e um significativo, ao gosto de mil e um fregueses.
A imagem mostra uma piscadela de Alexandre de Moraes para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Edison Lobão (PMDB-MA), na sessão desta terça-feira (21) que aprovou por 19 votos contra 7 o nome do jurista indicado pelo presidente Temer para o Supremo Tribunal Federal.
Lobão, envolvido até o talo na Lava Jato, pode vir a ser réu no Supremo.
Se o for, será julgado inclusive por Moraes.
Esse sistema de preenchimento de cargos em tribunais superiores e no próprio Supremo é excrescente, né?
Devia acabar e ser sepultado sem choro nem vela.
Porque enseja que um fortíssimo componente político se integre aos procedimentos de escolha.
E acaba nisso: qualquer piscadela, e todo mundo já fica pensando em mil coisas.
Que gente maldosa!

Fonte: Espaço Aberto

A vida é feita de ciclos e o meu no TRE-AP, encerrou. Muito obrigado aos que me ajudaram nestes 4 anos!

Onde trabalhei e trabalho, cheguei à convite. Foi assim nas duas gestões no Governo do Amapá (GEA), Prefeitura de Macapá (PMM) e duas administrações do Tribunal Regional do Amapá (TRE). Meu ciclo no TRE se encerra hoje. Fui convidado para atuar na assessoria de comunicação do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP).

Vim somar no TRE a convite do então presidente do órgão, desembargador Raimundo Vales, em 2014. Agradeço a ele e ao presidente atual, desembargador Carlos Tork, pela confiança depositada.

Nestes quatro anos de TRE, fiz grandes amigos que levarei para a vida toda. Portanto, Vales, Nira, Seixas, Paulo, Daniel, Berna, Vandi, Cláudio, André, Mylene, Rinaldo, Zelina, Michela, Tânia, Ana Bela, Lílian, Veridiano, Kelly, Orlando, Boca, Elayne, Marconi, Cássius, Leo, Evandro, Gérson, Heverton, Raimundo, Hugo, Aloísio, Plácido, Socorro, Fernando, Allan, Verinha, entre tantos outros que me deram apoio, muito obrigado mesmo!

Já que a vida é feita de ciclos, é necessário compreender que eles são diferentes, podem nos agregar experiências novas e também transformadoras. O convite é um reconhecimento profissional e um desafio. Só posso dizer que nessa nova etapa da carreira, serei como sempre fui, verdadeiro. Trabalharei com o afinco e a seriedade de sempre.

Darei tudo de mim no novo desafio, como sempre foi na minha vida de jornalista e assessor de comunicação. Se errei algumas vezes, peço desculpas, mas foi com o objetivo de acertar, sempre com boa vontade, respeito, honestidade, franqueza, seriedade, ética e sinceridade. É isso!

Elton Tavares

Nota de Pesar da AMAAP pela morte do Ministro do STF, Teori Zavascki

Ministro do STF, Teori Zavascki

A Associação de Magistrados do Amapá (AMAAP), em nome dos magistrados amapaenses, externa profunda consternação pelo trágico falecimento, ocorrido na data de hoje, em acidente aéreo, do Ministro TEORI ZAVASCKI do Supremo Tribunal Federal.

Magistrado de indiscutível saber jurídico, dono de uma cultura jurídica invejável, destacava-se por seu trabalho destemido, discreto e revestido de extrema retidão de caráter, honrando toda a magistratura brasileira.

Comungamos com o sentimento de luto e dor de todos os familiares e amigos.

ELAYNE DA SILVA RAMOS CANTUÁRIA
PRESIDENTE DA AMAAP

Morreu Zygmunt Bauman, o sociólogo da “modernidade líquida”

O polaco, filho de judeus que fugiram para a União Soviética, tinha 91 anos e morreu em Leeds depois de uma carreira a pensar e criticar a globalização e o consumismo

Foi um dos mais importantes sociólogos europeus da contemporaneidade: pensou (e criticou) a globalização, o Holocausto, e a modernidade a que chamou “líquida”. Zygmunt Bauman tinha 91 anos. Morreu nesta segunda-feira em Leeds, Inglaterra.

Autor de Modernidade e Holocausto, onde refere o extermínio de judeus pelos nazis não como o colapso da modernidade mas como consequência dela, escreveu mais de 50 livros. Entre eles contam-se Amor Líquido e Modernidade e Ambivalência, ambos publicados em Portugal pela Relógio d’Água. O seu conceito de “modernidade líquida” – introduzido em 2000 no livro homónimo – refere-se a um mundo de fluxos onde as pessoas perdem as raízes e as referências.

Bauman nasceu numa família de judeus polacos que fugiram ao Holocausto partindo para a União Soviético. Chegou a ser acusado de ter pertencido às forças de Estaline que eliminavam opositores ao regime comunista, e reconheceu-o, embora tenha afirmado não ter feito mais do que trabalho de secretária.

Depois de servir o exército soviético na Segunda Guerra Mundial, ainda regressou à Polônia, para ensinar na Universidade de Varsóvia, de onde, depois de ter sido expulso do Partido Comunista, partiria para Telavive, apesar de ter sido um forte crítico à forma como Israel trata a questão palestiniana. Por fim, instalar-se-ia na Universidade de Leeds, Inglaterra, que hoje tem um instituto com o seu nome, dedicado ao estudo de questões como a globalização ou o consumismo.

Foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias em 2010. Antes tinha já recebido o Prémio Europeu Amalfi para Sociologia e Ciências Sociais em 1992 e o Prémio Theodor W. Adorno em 1998.

Fonte: DN Artes

Liquidez nas relações

De acordo com Bauman, nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos nas sociedades tendem a ser menos frequentes e menos duradouras. Uma de suas citações poderia ser traduzida, na língua portuguesa, por “as relações escorrem pelo vão dos dedos”. Devido ao conceito de ” relações líquidas” formulado por Bauman em livros como Amor Líquido, onde as relações amorosas deixam de ter aspecto de união e passam a ser mero acúmulo de experiências, ou em Medo Líquido, onde a insegurança é parte estrutural da constituição do sujeito pós-moderno, o autor é descrito frequentemente como pessimista, mas seu propósito é seguir a contracorrente. Se há cientistas, poetas e artistas exaltando as virtudes do capitalismo, por que não expôr exatamente o contrário, sua face desumana?

Meu comentário: pensador inconformado, teórico fértil (como comentou o Fernando Canto) e genial personagem da história, Bauman deixa um legado ímpar. Que ele siga em paz.