Pleno do TJAP concede Mandados de Segurança a três candidatos impedidos de prosseguir nas etapas de concurso da PM por atingir limite de idade

O Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) realizou, na manhã desta quarta-feira (02), sua 737ª Sessão Ordinária do Pleno Judicial. Com quatro processos em pauta, três deles eram Agravos Internos e Mandados de Segurança nos quais os agravados/autores dos MS alegavam direito líquido e certo de prosseguir nas etapas de concurso realizado pela Polícia Militar do Amapá. Realizada de maneira híbrida (virtual e presencial), a Sessão pode ser visualizada no Canal do Poder Judiciário no YouTube.

Em todos os três casos ­– apenas dois deles contaram com sustentação oral dos advogados dos autores – os candidatos alegaram estar dentro do limite de idade determinado no edital no ato da inscrição (mínimo de 18 e máximo de 30 anos), mas foram impedidos de prosseguir por terem ultrapassado esta limitação quando convocados para outras etapas. Suas defesas argumentaram que embora a lei estadual seja omissa quanto à data de aferição da idade dos candidatos, as jurisprudências estabelecidas tanto no TJAP, quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF) são pacíficas no sentido de que a aferição deve ser no ato da inscrição.

O relator dos três processos, juiz convocado Adão Joel Carvalho, ressaltando que o parecer do Ministério Público foi favorável aos pedidos, votou pela concessão das ordens, no que foi acompanhado pela unanimidade dos vogais.

A 737ª Sessão Ordinária do Pleno Judicial foi conduzida pelo presidente da corte, desembargador João Guilherme Lages, com a participação dos desembargadores: Gilberto Pinheiro (decano), Carmo Antônio de Souza (corregedor-geral), Agostino Silvério Junior e Carlos Tork (ouvidor-geral), além dos juízes convocados Mário Mazurek e Adão Carvalho. Representando o Ministério Público do Amapá (MP-AP), participou o procurador de Justiça Nicolau Crispino.

Assessoria de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do Amapá
Central de Atendimento ao Público do TJAP: (96) 3312.3800

Poema de agora: O Elogio do Pé – (Fernando Canto para Ubiratan do Espírito Santo, o “Bira”, craque do futebol amapaense)

Foto: Camisa 33

O ELOGIO DO PÉ

I
Ainda que a mão guie
O rápido correr do atleta
O pé equilibra a perseguição da pelota e seu couro
Tal como o ouro em seu brilho
Desperta e arrisca o assombro à cobiça
No fado de explodir a bola
Num voo atômico em direção à rede.

II
O atleta – certeiro – atinge o alvo duas vezes
Pé e cabeça se harmonizam nesse objetivo
E mais vezes, mais os olhos se guiam à rede – incansável,
Mistura de inseto, soldado, animal de testa larga
Arranca cem vezes o grito da torcida enlouquecida.

III
É azul, preto e branco, vermelho
O gosto da loucura ecoante
De rugidos da selva, de cantares da alvorada
E de sangue guerreiro de norte a sul do Brasil:
É Bira de Nueva Andaluzia, paraoara,
Dos pampas, das alterosas,
Do espiritu sancto do gol, das vitórias domingueiras
Das tardes ensolaradas, crepúsculos festivos
Da tela não-pintada de Michelangelo
(Alegoria de Deus que entrega a bola a Adão
No leve tocar de dedos)
Como um contrato entre as partes no Éden tupiniquim.

IV
É Bira, príncipe da arte de chutar no gol
Viajante contumaz do oco da bola
Onde moram os querubins do futebol

V
No contato da chuteira e a bola
Centelhas rompem imperceptíveis aos olhos da torcida
Mas ali, na trajetória da pelota ensandecida
Girando em curva ou reta
Corre o chute mágico do atleta uBIRAtan
Que trave alguma, vento algum, goleiro algum,
É capaz de parar ante o fundo da rede, o seu destino.

VI
É certo que o tempo, implacável como o goleador
Também abre ruas no rosto em movimento
Ventos empoeirados surgem abruptos dos logradouros
Como quem logra a vida em ciclos imemoriais.

Foto: site Memória do Inter

VII
Onde se vê de novo o voo rasante dos quero-queros
Sobre verde do gramado?
Talvez no espelho da lembrança
Porque a fama, efêmera e fugaz
Faz da vida o templo da memória, onde se clama
O que ficou para trás
Onde os cantares se repetem em rituais
Para abençoar a glória dos que vencem
Em tempos que escrevemos nosso esquecimento.

VII
A voz grossa dos que torcem e glorificam
Deixam grandes silêncios na alma
Cobram-se cobranças, cobram-se castigos
A falta, a mão, o pênalti
E o gol, que para sempre é objetivo
Resta, então, a festa da massa em labaredas
Em gritos, confetes e bandeiras
(ou o desterro infausto em outros horizontes)
VIII
Entretanto o pé-de-ouro arrisca
Em balés de pés-de-lã/ pés-de-moleque
Pés-de-pato sob as gotas de um pé-d’água na neblina
Nas estações mais aziagas das paisagens-penitências

E realiza seu trabalho de cerzir o tempo e as camisas coloridas

IX
Ora, a inveja é um olhar sinistro
Que se movimenta sobre a dádiva
Ofertada aos talentosos
É um ovo só
Saído das entranhas da serpente,
Para reduzir a alma que alimenta com seu ranço

X
Ora, o futebol não se limita a homens
Em seus campos de lama e de gramas aparadas
Há um árbitro, há rivais que se trajam de esperança
Oponentes opulentos em nervos eriçados
Quando a bola cintilante gruda ao pé do craque
E ele mergulha nas funduras do seu rio
Onde cardumes geram suas eternidades
E esperam uma coreografia não ensaiada
Para, enfim, soltar a voz contida em milênios de partida

Foto: site Arquibancada Colorada

XI
Ah, a pira dos deuses parece penetrar em águas abissais
De onde irrompe o grito final do campeão

XII
Quem não viu não mais verá. Nem ouvirá
O clamor dos ribeirinhos do Amazonas, o eco da baía de Guajará
O som ferrífero da serra do Curral e o brado dos gaúchos do Guaíba.
Quem não viu não sentirá
A poesia refletida na potência do olhar, da mira
Da luz mágica do Bira e seu bólido de vidro e luz
Transformando-se em espelho pela última vez.

XIII
E nós aqui tal degredados em nossa própria aldeia
Apenas com as imagens do passado e nosso orgulho
Fomos os pés, os pés do Bira
Quando o chute governava a bola
E a noite vigorava um brinde
A mais um campeonato ganho na história
Pelos pés do nosso ídolo
De sonho e de memória.

Fernando Canto

Bira e Fernando Canto – Foto: Facebook do Canto.

* Poema para Ubiratan do Espírito Santo, o “Bira”, craque maior do futebol amapaense.

Valeu, Lula. Até a próxima vez!

Eu e Lula, em 2015

Hoje perdi um velho e querido amigo. O cantor, compositor e instrumentista, pai de dois caras (um deles muito meu brother, o Brunão), Lula Jerônimo, partiu para as estrelas. O “cabra da peste” bruto, muitas vezes ranzinza e sincero ao extremo e “Painho” dos malucos, boêmios e músicos de Macapá, descansou neste primeiro dia de setembro aos 74 anos.

Lula, nos anos 80 e 90. Fotos encontradas nas páginas de Facebook do Thomé Azevedo e Pat Andrade

O velho marinheiro tocador pintou aqui há mais de 30 anos, com a viola nas costas e música nas mãos. Logo conquistou a admiração e respeito do povo daqui. Mas somente este ano, no último dia 4 de fevereiro, ganhou o título de Cidadão Macapaense, concedido pela Câmara Municipal ao velho cancioneiro. Só que o Lula, que nasceu em Recife (PE), já era daqui do meio do mundo há tempos, em nossos corações.

Lula em 2018, antes de adoecer. Foto: Sal Lima

Sempre guerreiro, Lula lutou muito pela vida. Em dezembro de 2018, ele foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). De lá pra cá, com a ajuda de sua família e amigos, fez tudo para se recuperar. Até teve uma melhora por um tempo, mas segundo o Brunão, seu filho, de uns tempos para cá, piorou bastante. E em decorrência dessa enfermidade, hoje pela manhã, virou saudade.

Niver do Lula na casa dele. Na foto estão: eu, Sal Lima, Chico Terra, Lula e Bruno Jerônimo, em 2018.

Lula era/é “cabra brabo” e muito gente boa. Humanista, militante de causas sociais e crítico visceral. Foi baita cara legal, trabalhador e guerreiro. Pernambucano de nascimento, ex-marinheiro e amapaense de coração, o artista escolheu Macapá como lar e por aqui viveu por décadas. E que vida!

Jerônimo foi também foi parceiro de boemia do meu falecido pai, José Penha Tavares. Papai nos apresentou em alguma farra do no início dos anos 90, quando comecei a frequentar a noite amapaense. Se duvidar, os caras formam lá do outro lado.

Eu e Lula, quando eu cobria um evento no Sebrae/AP, em 2019.

Me deu um certo arrependimento de não ter ido visitar o Lula em 2020. Mesmo antes da pandemia, não fui. Ele sempre me dava um esculacho por eu estar porrudo de gordo, mas depois voltava a ser o cara carinhoso que sempre foi comigo. A última vez que nos encontramos foi em 2019. E foi muito bom.

Lula com os filhos. Foto: Patrícia Andrade

Ao Bruno e seu irmão Felipe, minhas condolências. Desejo que Deus conforte seus corações. Ao músico da velha guarda que subiu hoje, minha homenagem e agradecimento.

Com o Lula, no bar e restaurante Norte das Águas, no início dos anos 2000

Mestre Lula, valeu pelas cervejas, pelas cantorias e tocadas. Pelos ralhos e pela amizade. Vamos sentir saudades. Eu e esse bando de doidos que te amam. Até a próxima vez, amigo!

Elton Tavares

Prefeitura de Macapá promove Semana da Amazônia com feiras, oficinas, exposições e distribuição de mudas

A Prefeitura de Macapá, por meio da Fundação Biopaque da Amazônia Arinaldo Gomes Barreto, e parceiros celebram a Semana da Amazônia com extensa programação, que vai de 4 a 7 de setembro. Dia 5 de setembro é comemorado o Dia da Amazônia, região com a maior biodiversidade do planeta.

Com o tema “Conhecer para preservar, proteger é nosso dever”, a ideia é promover espaços de mobilização da sociedade na defesa da Amazônia, assim como a interação com os micro produtores extrativistas, eixo gastronômico, instituições de ensino e pesquisa, dentre outros. “Além disso, o evento visa divulgar os produtos e atividades socioeconômicas de baixo impacto ambiental, fortalecer a cadeia produtiva sustentável, promover intercâmbio tecnológico, cultural e articulação interinstitucional”, diz o diretor-presidente do Bioparque da Amazônia, Richard Madureira.

Dentro desse contexto, acontecerão oficinas sobre o uso de plantas medicinais para a produção de remédios caseiros e cosméticos naturais, reutilização de pneus e papel. Além disso, haverá também multiplicação de colmeias e implementação de melgueiras para o Projeto Mel do Parque e minicurso de identificação de serpentes peçonhentas e não peçonhentas.

A programação envolve também ação de limpeza no entorno do Bioparque, campanha de educação ambiental com as comunidades vizinhas, com foco na prevenção às queimadas e o desmatamento, exposições científicas, de biocamping, e de espécies da fauna silvestre, além de contação de história sobre a preservação da natureza. Todas oficinas e minicursos serão gratuitos, mas a entrada no parque será cobrada. O ingresso custa 10 reais inteira. A programação acontecerá das 8h às 18h.

A partir do segundo dia de evento, no pátio externo do Bioparque, acontecerá a 1ª Feira da Sociobiodiversidade, com exposições e comercialização de produtos naturais, agrícolas orgânicos, artesanatos, biojoias, plantas ornamentais, medicinais e gastronômicas. A feira ainda terá espaço gastronômico e apresentação cultural.

Durante os quatro dias de programação, haverá distribuição de mudas aos visitantes, com destaque para o Pedágio Bacabeira, no sábado, dia 5 e setembro, quando 500 mudas da planta símbolo de Macapá serão distribuídas para quem passar pela frente do parque.

Paralelamente a programação da Semana da Amazônia, o Bioparque estará funcionando normalmente com todas as atividades internas, com destaque para esportes de aventura, orquidário, contemplação, lazer e entretenimento.

Programação:

Dia 04/09

– 7h às 12h – Ação de limpeza do Ramal do Alemão e campanha de educação ambiental com as comunidades do entorno do Bioparque;
– 9h – Abertura da Semana da Amazônia com oficina presencial sobre “A importância das plantas medicinais para a saúde”, com Domingos Gomes, agricultor da APA da Fazendinha, com apresentação de Volnei Oliveira, no espaço Multiuso do Bioparque;
– 9h às 17h – Programação normal do Bioparque com funcionamento de todas as atividades;
– 15h às 17h – Oficina presencial e sobre “Cosméticos naturais para uso pessoal” com Fabrícia Monteiro, apresentação de Volnei Oliveira – Espaço Multiuso;
– 10h – Multiplicação de colmeias e implementação de melgueiras Projeto Mel do Parque – Meliponário;
– Exposição Científica – Instituto Nacional Leva Ciência. (Bio vaso e A do Lápis);
– Entrega de Kits Plantio – Durante todo o dia na saída do Bioparque.

Dia 05/09

– 8h às 18h – 1ª Feira da Sociobiodiversidade com exposição e comercialização de produtos naturais, agrícolas orgânicos, artesanais, biojóias, plantas ornamentais e medicinais, gastronomia, distribuição de mudas e apresentação cultural no pátio externo do Bioparque;
– 9h às 12h – Oficina Reutilização de pneu para fabricação de Biopuff – Com Ezequiel Amoras (parte I) – Biotenda na área do Slackline;
– 9h às 16h – Exposição do Exército, Corpo de Bombeiros e Batalhão Ambiental com foco na prevenção a queimadas e desmatamento na proteção a vida – Ecótono;
– 9h às 16h – Exposição de barracas e programação para o Biocamping com pré-inscrição para o acampamento de Aniversário do Bioparque – Área do Biocamping;
– 8h às 10h – Pedágio Bacabeira – Distribuição de 500 mudas de Bacaba – Em frente ao Bioparque;
– 9h às 12h – Minicurso Identificação de Serpentes Peçonhentas e Não Peçonhentas – Equipe Técnica Bioparque – Espaço Multiuso;
– 14h às 17h – Oficina Reciclart (Reutilização de papel) – Parte I – Biotenda na área do Slackline;
– 14h às 17h – Exposição de espécies da Fauna Silvestre – Espaço Multiuso.

Dia 06/09

– 8h às 18h – 1ª Feira da Sociobiodiversidade com exposição e comercialização de produtos naturais, agrícolas orgânicos, artesanais, biojóias, plantas ornamentais e medicinais, gastronomia, distribuição de mudas e apresentação cultural no pátio externo do Bioparque;
– 9h às 12h – Oficina Reutilização de pneu para fabricação de Biopuff – Com Ezequiel Amoras (parte II) – Biotenda na área do Slackline;
– 9h às 16h – Exposição do Exército, Corpo de Bombeiros e Batalhão Ambiental com foco na prevenção a queimadas e desmatamento na proteção a vida – Ecótono;
– 9h às 16h – Exposição de barracas e programação para o Biocamping com pré-inscrição para o acampamento de Aniversário do Bioparque – Área do Biocamping;
– 10h e 15h – Contação de história sobre a preservação da natureza, com apresentação lúdica para crianças – Espaço Casa da Jaguatirica – Casa da Jaguatirica;
– 14h às 17h – Oficina Reciclart (Reutilização de papel).

Parte II – Biotenda na área do Slackline

– 9h às 17h – Exposição de espécies da Fauna Silvestre – Espaço Multiuso;
– Distribuição de Mudas da Flora Amazônica, florísticas, frutíferas e medicinais – Durante todo o dia na saída do Bioparque.

Dia 07/09

– 8h às 18h – 1ª Feira da Sociobiodiversidade com exposição e comercialização de produtos naturais, agrícolas orgânicos, artesanais, biojóias, plantas ornamentais e medicinais, gastronomia, distribuição de mudas e apresentação cultural no pátio externo do Bioparque;
– 9h às 17h – Programação normal do Bioparque com funcionamento de todas as atividades;
– 9h às 12h – Oficina Pinte o 7 – Com Ezequiel Amoras (parte II) – Biotenda na área do Slackline;
– 9h às 16h – Exposição do Exército, Corpo de Bombeiros e Batalhão Ambiental com foco na prevenção a queimadas e desmatamento na proteção a vida – Ecótono;
– 9h às 16h – Exposição de barracas e programação para o Biocamping com pré-inscrição para o acampamento de Aniversário do Bioparque – Área do Biocamping;


– 9h às 17h – Exposição de espécies da Fauna Silvestre – Espaço Multiuso;
– 10h e 15h – Contação de história sobre a preservação da natureza, com apresentação lúdica para crianças – Espaço Casa da Jaguatirica – Casa da Jaguatirica;
– Distribuição de Semente de Moringa – Durante todo o dia na saída do Bioparque;
– 18h Encerramento das atividades da Semana da Amazônia.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Volnei Oliveira
Assessor de comunicação

MP-AP e Procon alinham medidas para que a CEA retome cobranças pela energia elétrica sem prejuízo ao consumidor

O Ministério Público do Amapá (MP-AP) reuniu, na última sexta-feira (28), na sede da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Macapá (Prodecon), com gestores da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Durante o encontro foram discutidos e alinhados pontos acerca do retorno dos serviços da CEA, como as medidas a serem adotadas para arrecadação, junto à população, pelo serviço de fornecimento de energia elétrica durante a pandemia do coronavírus.

Durante este tempo foram evitadas as cobranças e cortes em razão de inadimplência, devido ao período de pandemia, e consequente paralisação dos serviços presenciais. As contas foram geradas através da média do consumo e com a retomada das atividades, a concessionária busca alternativas para fazer a arrecadação, visto 85% de amapaenses estão inadimplentes, mas ressalta que os cortes/cobranças estarão suspensos para os cidadãos de baixa renda.

Essas medidas ficarão em vigor até dezembro de 2020, seguindo orientação da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

De acordo com a gestão da CEA, existem propostas para a atuação da instituição. A sugestão é fazer o atendimento de forma organizada, através de uma central de atendimento, onde será agendado o suporte ao consumidor. Desta forma, serão feitos 70 atendimentos ao dia, totalizando 50 para Macapá e 20 para Santana.

Uma segunda alternativa, seria o consumidor enviar sua leitura, caso não queira ir até a CEA, ou o parcelamento acima de 30% da última fatura, assim haveria o pagamento de parcelas em até oito vezes, a partir do dia 01/09/2020.

A concessionária justificou as faltas de energia, alegando estarem relacionadas à saída da Eletronorte e disse que está preparada para o retorno das atividades presenciais, a partir desta terça-feira (1), para que não haja aglomeração.

Participaram da reunião o presidente do Procon/AP, Eliton Franco, e a assessora jurídica do órgão, Eliane Albuquerque. Pela CEA, participaram o procurador-geral e o subprocurador da companhia, Pedro Reis e Vitor Hugo Cavalcante, respectivamente, além do diretor de Gestão e Relacionamento Institucional, Arnaldo Santos Filho, e da gerente de Relacionamento com o Consumidor, Chiara do Carmo.

“Reunimos no intuito de buscar assegurar os direitos dos consumidores, para que, com a retomada dos serviços da CEA de forma presencial, os respectivos não sejam lesados. A pedido da Companhia, decidimos reunir com outros órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, para apresentar medidas que possam beneficiar e assegurar que os compromissos e os direitos sejam respeitados”, manifestou o promotor de Justiça Luiz Marcos.

Serviço:

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Gerente de Comunicação – Tanha Silva
Núcleo de Imprensa
Coordenação: Gilvana Santos
Texto: Elton Tavares e Halanna Sanches
E-mail: [email protected]

Moradia Legal: Prefeitura de Macapá inicia cadastro social das famílias de São Joaquim do Pacuí

A Prefeitura de Macapá iniciou no fim de semana a realização do cadastro social das famílias na comunidade de São Joaquim do Pacuí. A atividade é etapa preparatória do projeto piloto Moradia Legal para regularização fundiária e os serviços são coordenados pelas secretarias municipais de Habitação e Ordenamento Urbano e de Assistência Social. As atividades aconteceram em dois turnos, na sexta, 28, e sábado, 29, onde também foram realizados cadastros do CadÚnico e Bolsa Família.

O secretário municipal de Habitação e Ordenamento Urbano, Luiz Otávio Campos, ressaltou sobre a relevância do levantamento para a consolidação do projeto. “Cumprimos mais uma importante etapa do cronograma de ações do Moradia Legal, realizando o cadastramento social das famílias das comunidades de São Joaquim do Pacuí. O cadastro é fundamental, pois, assim, poderemos classificar a modalidade do projeto. Aqueles que estiverem dentro dos critérios que foram estabelecidos legalmente serão beneficiados com a regularização fundiária urbana de interesse social”, pontuou.

“Já os que não se enquadrarem, por meio do cadastro será identificado e eles poderão buscar a sua regularização por outros instrumentos que não seja o de interesse social. Então, esse cadastro feito no fim de semana é que nos dará as diretrizes para podermos separar os que serão beneficiados e aqueles que não. Dessa forma, finalizarmos o projeto de regularização fundiária”, acrescentou o secretário.

“Considero que, para nós, vai ser bom, pois ainda não temos documento nenhum. Isso nos dará uma tranquilidade e a certeza de que o terreno é nosso”, relatou Rosiane Ramos, que mora há mais de 20 anos na localidade. “Eu moro aqui [em São Joaquim do Pacuí] há 44 anos, desde que eu nasci. A partir de agora, teremos a segurança de que o terreno será nosso de maneira legal”, declarou o morador Elionai Brito Ramos.

O prefeito de Macapá, Clécio Luís, assinou a Lei n° 2.405/2020, que declara de interesse social as áreas de São Joaquim do Pacuí, Vila São Tomé, comunidade do Corre Água, Vila Santa Luzia do Pacuí e Vila Liberdade, na última sexta-feira, 28. Desta forma, as áreas urbanas destas cinco localidades passarão pelo processo de regularização fundiária para, assim, garantir o direito à moradia de quem habita a região.

O objetivo é declarar como Áreas de Interesse Social para a Regularização Fundiária Urbana – na modalidade Reurb-s, em adesão ao Programa Moradia Legal, nos termos da Lei Federal nº 13.465/2017. A assinatura desta lei municipal é uma das etapas que concretiza o programa de cooperação do Tribunal de Justiça do Amapá com a Prefeitura de Macapá, que beneficiará mais de 350 famílias no distrito do Pacuí.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Cliver Campos
Assessor de comunicação
Contatos: 98126-0880 / 99175-8550
Fotos: Max Renê

Belchior e nós, sujeitos de sorte – Por Marco Antônio Costa

Por Marco Antônio Costa

Sim, presentemente podemos nos considerar sujeitos de sorte. Por óbvio, não pelos atropelos e enormes questões que 2020 trouxe, mas somos de gerações que podem contemplar a obra do grande artista brasileiro Antônio Carlos Belchior, o nosso Belchior, que nos últimos anos ganhou novo impulso e está fazendo a cabeça de muitos jovens brasileiros, e essa é, sem dúvidas, uma boa notícia: Belchior está fazendo um sucesso danado!

Em um momento como esse, me parece que nos cabe deixar de lado qualquer pedância ou ciumeira e comemorar que um poeta tão querido por alguns, seja agora reencontrado por milhares e milhares – quiçá milhões -, que estão conhecendo ou reconhecendo o Bardo do Nordeste.

Do nosso ponto de vista, há diversas razões para essa descoberta e vamos conversar sobre elas, mas adianto a que considero ser a principal: a poesia, a música, a interpretação e a mensagem visceral de Belchior, dialogam com nossos tempos.

Senão, me digam o que pode ser mais a cara de 2020 do que “Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte / Porque apesar de muito novo, me sinto são e salvo e forte / Tenho comigo pensado Deus é brasileiro e anda do meu lado / E assim já não posso sofrer no ano passado / Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro / Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”?

É claro que “sujeito de sorte” ganhou o excelente impulso de ter sido sample da música “Amarelo”, do rapper Emicida com participação de Majur e Pablo Vittar. Talvez menos popular, mas não menos forte, também há uma versão da música assinada por Chico Chico, filho de Cássia Eller, que junto com um parceiro soltam a voz à plenos pulmões – como se não houvesse amanhã -, rompendo com o minimalismo dominante na MPB atual.

A morte de Belchior, em abril de 2017, os anos de refúgio e silêncio antes de falecer, a imagem de cabelão e grandes bigodes, lhe dão uma aura misteriosa, peculiar, e certamente isso ajuda para que chame atenção.

Também Belchior consegue popularizar poesia, misturar referências, referindo-se ao que já conhecemos ou já ouvimos, de forma discreta, respeitosa e bem encaixada. Quantas vezes eu não fiquei com a sensação de já conhecer algo ouvindo a música e depois redescobrir na literatura?

Por exemplo, em “Divina comédia humana” ele cita Bilac e seu lindo poema “Ora direis, ouvir estrelas” (Meu poema favorito), sem perder o senso e nos dando uma mensagem, no entanto, de que “enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não”, ele canta.

Ele percorre os clássicos e debate com gente grande. Em uma única canção, “Velha Roupa Colorida”, Belchior consegue fazer referência aos Beatles, Bob Dylan e Edgar Alan Poe. Quando fala no pássaro preto, refere-se ao “O Corvo”, e dá ele mesmo, uma pequena versão do poema, tão forte que mereceu a tradução para o francês por Baudelaire e para o português de Machado de Assis.

João Cabral de Melo Neto visita sua obra com frequência, desde referências mais diretas e “a palo seco”, até “Galos, noites e quintais”, que parece mesmo ter a sombra do poeta pernambucano. Mas seria difícil ficar aqui reparando de citação em citação, ou supondo o que cada verso quereria nos dizer. Fato é que suas letras nos remetem a um universo rico, de quem está envolto em ideias e referências múltiplas.

A juventude, o coração estudantil, o nordeste, as dificuldades da cidade grande, o protesto político e os amores são a pauta do nosso Bob Dylan nordestino. Belchior é fantástico e que bom, repito, que está sendo tão revisitado. Se estava mesmo, e acredito que sim, traduzindo para o popular a comédia de Dante, gostaria muito de lê-la. Mas gostaria mais ainda, acredite, de bater um papo com Belchior, de conversar sobre poesia, literatura e futebol. Nos dias de hoje, certamente, ambos evitaríamos a política. Mas isso, na verdade, acho que já faço toda vez que coloco “Alucinação” pra tocar. Cada música é uma conversa com ele, e com todos os nossos.

Com coração selvagem, meu bem, mil vivas à Belchior!

Poema de agora: PERIPATÉTICA – Obdias Araújo

PERIPATÉTICA

Esta é uma canção
dos tempos da vovó.

Cantochão gregoriano
Entoado em afresco
vocal monofônico.

Lembra até uma comprida
fila de monges monódicos
atrás do órganon ritual
da liturgia católica
apostólica romana.

Esta modinha
é antiga.
Tao velha quanto
o Vico.

Antiga feito a saca
do Velho Congó.

Antiga feito o berro
do Barba Chata mandando
apagar a poronga.

Obdias Araújo

Procura-se um pen drive – Conto de Alcinéa Cavalcante – @alcinea

Conto de Alcinéa Cavalcante

– Hedynus vai lançar um CD, mas ainda é segredo. Confidenciou José a Dona Maria.

No dia seguinte, Dona Maria já tinha espalhado na aldeia toda que Hedynus ameaçava lançar um CD.

Uns ficaram torcendo para que o “evento cultural” não tardasse a acontecer naquela aldeia carente de programações culturais. E sonhavam com um grande show em praça pública, sorteio de CDs e apresentação do cantor Mascarado – que anos atrás animou um comício político e fez todo mundo rir com suas palhaçadas no palco.

Um fã de carteirinha até lembrou das palavras de Hedynus na abertura do show: “Eu canto porque o momento existe e só depende de você ser alegre ou triste”. Uau!

Outros ficaram preocupados diante da ameaça de ouvir dia e noite nas emissoras de rádio aquele tipo de música. Fora isso, o CD tocaria a todo volume nas domingueiras dos clubes e rodaria a aldeia de madrugada nos carros dos pleiboizinhos.

Um crítico musical, numa rodada de cerveja no bar do turco, perguntou:

– Não se oferece nada que preste aos jovens dessa aldeia?

Foi aplaudido por uns e contestado por outros.

As opiniões na aldeia se dividiam. “Aquilo não é arte“, diziam uns. “Deixa o cara cantar, tem gosto pra tudo”,diziam outros. E tinha aqueles que falavam “é ruim pra ouvir, mas é bom pra dançar.” E não faltava quem dissesse que era uma boa sugestão de presente para o inimigo.

Pois bem, durante algum tempo na pequena aldeia a ameaça ou anúncio de um novo CD de Hedynus era assunto em todas as rodas.

Depois outros assuntos entraram na pauta e o CD caiu no esquecimento.

Mas eis que de repente o assunto volta à baila.

Foi numa manhã chuvosa. Quem ligou o rádio de manhã cedinho, ouviu o cantor chorando copiosamente informando que um pen drive com suas músicas inéditas (as tais músicas do próximo CD) tinha sumido da sua casa.

E todo mundo começou a especular.

– Isso é jogada de marketing
– Ele tem uns amigos larápios, vai ver que foi um desses amigos que roubou
– É isso que dá andar mal acompanhado
– Graças a Deus estamos livre da ameaça
– Dizem que a polícia confundiu com droga e apreendeu.

Foi tanta coisa que falaram. Chegaram até a suspeitar de uma autoridade. Lá mesmo, no bar do turco, um maledicente disse que o sonho da tal autoridade era ser cantor de sucesso, aparecer no Fantástico e no Faustão, por isso inventou uma tal de operação que invadiu a casa do astro com a desculpa de investigar uma denúncia, mas na verdade era para afanar o pen drive de músicas inéditas para se apropriar delas e quando se aposentar sair por aí, por esse Brasilsão fazendo shows nos melhores teatros e quiçá na Europa.
Todos se calaram quando adentrou o bar do turco um fã de Hedynus com o rosto molhado de lágrimas.


O moço contou que as paredes do seu quarto são cobertas com posters do cantor. “Mais jovem, porém com a mesma boniteza”, ressaltou. E propôs, ali mesmo no bar, que fosse feita a campanha “Devolve o pen drive”. Pregariam cartazes com essa frase em todos os postes, árvores, muros, escolas, mercearias e bares da aldeia.

Ninguém contestou. Não porque apoiasse a campanha, mas porque o amor do fã pelo seu ídolo deixou todos emocionados. Um vereador, para animar o fã, disse: “Se fosse comigo eu diria: me tirem o mandato, a honra, a vida, se preciso, mas devolvam meu pen drive.”

E enquanto o fã, munido de pincel atômico e cartolina, preparava os cartazes, o ídolo se embalava tristemente numa rede folheando um surrado exemplar de “Quem mexeu no meu queijo”, obra que por muito tempo foi seu livro de cabeceira.

Luiz Sabioni gira a roda da vida pela 37ª vez. Feliz aniversário, amigo!

Luiz, Saraya e filhos. Gosto desse casal de malucos legais. Foto: Facebook da Saraya Guedes

Sempre digo que tenho alguns companheiros (brothers) com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. É o caso do Luiz Alberto Sabioni. Hoje é aniversário do cara, que gira a roda da vida pela 37ª vez, neste vigésimo sétimo dia de agosto.

Luiz nasceu no sul, mas elegeu essa cidade no meio do mundo como lar. Sabioni é veterinário, servidor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap), músico, fã de Rock, Reggae e MPB (principalmente do Belchior), contrabaixista das bandas O Sósia e Canícula Blues (Quem faz música é foda. E ele manda muito bem no baixo, seja no Blues ou no Rock’n’roll).

Luiz Sabioni – Foto: Fanpage da banda Canícula Blues

Além de maluco demais gente boa.  O cara é ainda melhor como pai dedicado, amoroso e exemplar de três crianças e marido apaixonado pela Saraya. Pelo menos é essa a imagem familiar que tenho do cara.

Conheci o Sabioni há sete anos. Ele é sempre calado, observador, coerente e muito gente fina. Um figura com quem nunca fui de andar junto, mas que sempre foi bom de encontrar, tomar umas, ouvir um som maneiro e trocar odeias. Confesso que, por ser muito desconfiado, demorei a sacar que o cara é porreta, de fato. Mas já tem tempo que o Luiz é considerado pelo gordão aqui.

Rebecca Braga, eu, e Luiz Sabioni – Underground Rock Clube – Setembro de 2014

Em resumo, pelo cara muito porreta que Luiz é, hoje rendo homenagens a ele pelo seu novo ciclo. Sabioni, mano velho, que sigas com sabedoria, coragem e talento em tudo que te propões a fazer. Que a Força sempre esteja contigo. Saúde e sucesso sempre, amigo. Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

Bioparque da Amazônia passa a fazer parte do roteiro turístico de Macapá

A capital do Amapá acaba de ganhar mais um belo e importante atrativo turístico, não só para o visitante que chega à cidade, mas também para o amapaense que precisa conhecer e valorizar as riquezas da terra tucuju. Reinaugurado há quase um ano, o Bioparque da Amazônia Arinaldo Gomes Barreto, na rodovia JK, passa agora a integrar o roteiro turístico de Macapá.

Esta semana, agentes de viagem e guias de turismo fizeram uma visita técnica no Bioparque para conhecer os atrativos do local. A ideia é comercializar as mais de trinta atrações do parque nos pacotes turísticos oferecidos pelas agências de viagens.

Participaram da visita técnica representantes das agências de viagens Poroc Turismo, Life Turismo, Cunani Turismo e Cupuaçu Turismo. “Iremos incluir o Bioparque no pacote de serviços de turismo receptivo de Macapá. O turista vai poder comprar a entrada da Bioparque na própria agência de viagem”, disse Sandro Borges, da agência de viagem Cunani Turismo.

Atrativos

O Bioparque da Amazônia possui uma área de 107 hectares de florestas, no meio do centro urbano de Macapá. O espaço é formado por ecossistemas que integram floresta de terra firme, cerrado e campos inundados (áreas de ressaca). Oferece muitas atrações e uma rica biodiversidade, com exposições de espécies da flora e da fauna amazônica.

Circuito da Bioaventura ganhou novas modalidades radicais e isto tem sido o grande atrativo de visitantes. Além da tirolesa, a trilha está composta agora por Arborismo (escalada em árvore), parede de escalada, Arvorismo (trilha suspensa nas árvores) e passeio caboclo (canoagem). O espaço ainda oferece a trilha da bike, onde o visitante faz o agendamento, leva a sua bicicleta e pode se aventurar pelo meio da floresta.

Diferenciado

O pacote de serviços de turismo receptivo de Macapá inclui a Casa do Artesão, Fortaleza de São José de Macapá, Mercado Central, orla da cidade, Museu Sacada e o monumento Marco Zero do Equador. É o conhecido city tour – passeio pelos principais pontos turísticos da cidade. Segundo as agências de viagem, o Bioparque da Amazônia vai compor um pacote diferenciado.

“Iremos oferecer o Bioparque como um produto voltado mais para o turismo ecológico e de aventura. Temos muitos atrativos aqui, onde o turista pode passar de três a quatro horas de visitação. Faremos o descritivo de todos os atrativos do parque e oferecer essa maravilha aos nossos clientes”, ressaltou Sandro Borges.

Bioempreendedorismo

Para o diretor do Bioparque, Richard Madureira, um dos objetivos do espaço é fomentar e desenvolver o bioempreendedorismo, por meio da cadeia do turismo, gerando oportunidades, emprego e renda. Neste sentido, o Bioparque da Amazônia se coloca como um instrumento para fomentar a economia local, além de revelar as belezas naturais que temos em nossa capital.

O parque é hoje um dos principais pontos turísticos e de visitação de Macapá. “É importantíssimo esse atrativo fazer parte do roteiro turístico de Macapá. De outubro de 2019 a fevereiro de 2020, o Bioparque recebeu cerca de 112 mil visitantes, tanto locais quanto de outros estados e países. Todos interessados em conhecer a nossa rica biodiversidade”, destacou Richard.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Volnei Oliveira
Assessor de comunicação

O Milagre – Conto de Mauro Guilherme

Conto de Mauro Guilherme

O pastor chegou no velório acompanhado de inúmeros fiéis da igreja, todos vestidos de preto. Pediu para que todos os presentes rezassem junto com ele, pois iria ressuscitar o morto. O alvoroço foi grande. Alguns protestaram, outros ficaram meio que atordoados, e o cochicho só terminou quando o pastor gritou: “Ó homens de pouca fé!” Então se fez silêncio.

O pastor começou uma oração fervorosa, segurando uma Bíblia. Os seus acompanhantes rezavam com ele, mas os outros presentes estavam mudos, estupefatos com o que estava ocorrendo. Em sua prece citava os milagres de Jesus, especialmente o referente a Lázaro, e lembrava que Jesus ressuscitara no terceiro dia. Depois ele começou a falar em outras línguas.

De repente, alguém disse que vira o morto se mexer. Foi quando luz se apagou. Algumas mulheres desmaiaram, outras correram, de modo que a confusão se estabeleceu. Quando a energia voltou, o corpo não estava mais no caixão, nem o pastor estava mais no velório.

A polícia foi chamada, mas não conseguiu descobrir como o corpo sumira, até porque os testemunhos eram na maioria muito estranhos, havendo gente que dissera que vira o finado sair caminhando pela porta, e outros que o viram subir numa carruagem de fogo ao céu.

No outro dia o templo do pastor estava lotado, com cinco vezes mais pessoas do que o habitual. O pastor curou um cego de nascença, fez um mudo falar e tirou o demônio de uma pessoa. Nunca o templo arrecadou tanto em um só dia de pregação.

Cantor Felipe Sena lança novo single “Match” – @lipesenaoficial

Por Paula Monteiro

O cantor Felipe Sena, de 23 anos, está em contagem regressiva para o pré-lançamento do sexto single da sua carreira ‘Match’. O brega funk fala da paquera virtual e será lançado durante uma live direto da Bahia, nesta quinta-feira (27), pelas redes sociais.

O artista se apresentará ao lado de outros cantores nos dias 24, 26, 27 e 28 de agosto. “Será minha primeira apresentação fora do Amapá. Embora no formato diferenciado, será uma oportunidade incrível do Brasil conhecer o meu trabalho”, disse entusiasmado.

Felipe possui cinco anos de estrada. “Aos 17 anos, me lancei profissionalmente como cantor de reggaeton, latino, com a música autoral ‘Vem Comigo’. Época em que a música “Despacito” estava bombando”, relembra.

O trabalho mais recente do cantor amapaense é “La Respuesta”, sua primeira canção na língua espanhola. Felipe é conhecido por apresentações dançantes, cheias de gingado e energia.

“Ainda canto reggaeton, mas incluí no meu repertório forró, sertanejo, canções internacionais, brega funk, e funk. Meu show é muito ‘pra cima’ e o objetivo é colocar todo mundo pra dançar”, avisou.

Felipe se inspira em artistas que fazem sucesso dentro e fora dos palcos, a exemplo de Anita, que “dá aula” quando o assunto é estratégia de publicidade e marketing.

Suas músicas autorais são: Vem Comigo- Mamacita- Quero ver quicar- Dona da Pista- La Respuosta e, brevemente, ‘Match’.

Trajetória

Felipe descobriu o amor pela música ainda criança. “Comecei a cantar com 6 anos e sempre tive o apoio dos meus pais e familiares. Ao longo da infância, fui me especializando, fazendo aulas de canto e shows intimistas. Alguns anos depois, passei a me apresentar em bares e festas particulares”, conta.

Com a maioridade, ele assinou o seu primeiro contrato com um barzinho de Macapá, onde apresentava-se aos fins de semana. Logo, Felipe foi ganhando o carinho e a admiração do público, e passou a fazer shows nas principais casas noturnas da cidade.

Fonte: Portal Égua, mano!

Catita, mamãe! – Conto de Heluana Quintas

Conto de Heluana Quintas

Minha mãe sempre foi implacável com as catitas. Todas as madrugadas em que uma catita se apresentou num intervalo de sono da minha mãe, a agilidade miúda da bichinha perdeu para a perseverança robusta do matriarcado Quintas. Sem negociação, a gente de toda a casa levantava, empunhava rodo e vassoura num limbo de sonolência e gritaria.

Apresentavam-se, a contragosto, os deselegantes cavaleiros da remela por volta das duas da manhã, madrugando por tempo indeterminado à espreita da espreita do minúsculo ratinho. Alvo eliminado, às vezes a batalha se prolongava no sonho do sono curto, por que a noite mal dormida é o afago da angústia, a gêmea siamesa do pesadelo. Nessas ocasiões, a praga reaparecia ainda que a matasse mil vezes. E assim, o rato roía as horas do rádio-relógio.

Em mais uma noite, lá estávamos eu de um lado do fogão e mamãe do outro. Eu de rodo, ela de vassoura, ele franzino e de pelo cinza claro, escondido silenciosamente debaixo do Electrolux branco de seis bocas. Minha perna já formigava quando o animal fez uma breve e destemida corrida na minha direção, parou e me fitou profundamente. Me vi gigante nos olhos do ratinho. Paralisada com terror de mim mesma, o ratinho de repente crescia na minha frente.

O rodo já não servia para acuá-lo senão para me proteger. Esqueci o formigamento e permanecemos sustentados pela mira um do outro. O rato e eu moramos na iminência do ataque e da clemência, dois pontos pulsantes de luz vermelha no rádio-relógio da cozinha. Naquela madrugada nada avançava. Até que eu desisti. Abandonei a insistência em compreender se o rato pretendia ou não me atacar e aceitei que ele me vencesse pelo blefe. Soltei o rodo no chão e a trava do relógio. O rato correu pelo canto da parede e alcançou a porta rumo a liberdade. A derrota fez um sono tranquilo.