Amapaense João Amorim expressa melancolia do carnaval pandêmico no clipe de “Deusa”, seu terceiro single

Assim como tantos artistas mundo afora, o amapaense João Amorim (35) teve sua carreira duramente impactada pela pandemia da Covid-19. Expoente da cena musical que já deu ao Brasil nomes como Patrícia Bastos (indicada ao Grammy latino em 2017), o cantor e compositor tucuju se preparava para embarcar numa turnê por nove estados da Amazônia.

Ele planejava as filmagens do clipe de “Deusa”, seu terceiro single que fará parte do disco Festa Temporã, quando viu todos os seus planos e projetos profissionais interrompidos por tempo indeterminado. Além da angústia infligida pela pandemia e pelo isolamento, João vivenciou junto com milhares de amapaenses o apagão que deixou o estado sem luz e abastecimento de água por mais de um mês. “No apagão eu tive que esquecer que eu era artista. Eu era o pai de duas crianças de cinco anos que tinha que correr atrás de água e comida para manter a nossa casa”, conta ele.

O lançamento da Lei Aldir Blanc, no ano passado, possibilitou a retomada do trabalho para artistas em todo o país. No caso de João, foi a oportunidade para retomar o sonho de lançar “Deusa”, que chega ao Youtube na última quarta-feira de cinzas (17). A escolha da data não foi por acaso. O clipe, assim como a música composta em parceria com Danilo José, traduz a nostalgia de um carnaval no mundo sem pandemia.

A caprichada produção foi rodada no galpão da escola Maracatu da Favela, entre as alegorias do desfile de 2020, que serão destruídas nos próximos meses para dar lugar aos adereços do próximo carnaval. A atriz e bailarina Mariana Andrade interpreta a “Deusa” que inspira a canção.

VISUAL ARROJADO

A qualidade técnica e o visual arrojado trazem a marca do audiovisual amapaense, que já desponta entre as novas cenas emergentes do cinema brasileiro contemporâneo. Principal nome do cinema local, Célio Cavalcante Filho assina a direção geral e a direção de fotografia do clipe. “Criar esse mundo com a sua própria luz e realidade alternativa desse ano de não carnaval só foi possível graças a parceria com várias produtoras e profissionais incríveis da nossa cidade. A partir do momento em que se dispõe a se criar um mundo fictício, nesse caso, de um realismo fantástico, você tem que ter subsídios de linguagem que segurem a imersão do espectador, envolvido com a música e as imagens desse mundo louco da cabeça desse homem enfeitiçado, apaixonado, obcecado por essa Deusa”, explica o diretor.

Célio também é diretor de “Amanda”, primeiro longa-metragem comercial feito no Amapá, que tem previsão de lançamento para 2022. “Sinto até vontade de chorar quando penso nessa retomada. É uma coisa que eu tinha sonhado para o ano passado. Ficamos um ano na geladeira. Agora estamos saindo da geladeira com muito talento dessa equipe, com muita força, com muita alegria, todo mundo feliz em participar”, celebra João.

SERVIÇO:

Lançamento do clipe “Deusa”, de João Amorim
Disponível no Youtube a partir de 17 de fevereiro
Mais informações: [email protected] | (96) 98139-4322
www.joaoamorimartista.com.br

Foto: Dyego Bucchiery

SOBRE JOÃO AMORIM

João Amorim, cantor e compositor amapaense, desenvolve uma carreira autoral desde 2013, quando lançou seu primeiro álbum, “Nômade”. Sua música mais difundida é o single “Passa, Tchonga!” (João Amorim/ Paulinho Bastos), de 2018. Em 2020 lançou Festa Temporã, single composto com dois grandes nomes da música amazônica, Zé Miguel e Manoel Cordeiro. A canção dará título a um álbum de composições e arranjos regionais urbanos, que o músico lançará em 2021. Há cinco anos João realiza todos os domingos o projeto Roda de Bandaia, com repertório 100% tucuju, com muito Marabaixo, Bandaia e Zouk. Já subiu no pódio de festivais regionais e nacionais com suas músicas autorais, entre eles o FLIC, em Santa Catarina, onde alcançou o segundo lugar nacional com a música “Índia Waiãpi”. “Deusa” dá continuidade à sua missão de divulgar os ritmos latino-amazônicos por todo o planeta.

Foto: Dyego Bucchiery

SOBRE O DIRETOR

Célio Cavalcante Filho é diretor e roteirista amapaense, com formação em direção pelo The Mel Hoppenheim School of Cinema, Faculty of Fine Arts, Concordia University (2002), e assistente de direção, na McGill University (2003). Dirigiu e roteirizou a série “Brasileiros S/A” (Cinebrasil.TV), e a série “Mad Scientists – Cientistas que ninguém quis ouvir” (EBC), ambos contemplados pelas Chamadas Públicas do BRDE/FSA. Co-dirigiu o curta-metragem “Juliana Contra o Jambeiro do Diabo Pelo Coração de João Batista”, exibido no Festival de Cannes (2012), e “Ribeirinhos no Asfalto”, vencedor do Festival de Gramado nas categorias Melhor Atriz e Melhor Direção de Arte. Está em preparação de “Amanda”, sua estreia no longa-metragem.

Foto: Dyego Bucchiery

FICHA TÉCNICA
Argumento: João Amorim
Interpretando a Deusa: Mariana Andrade
Direção e Direção de Fotografia: Célio Cavalcante Filho
Operador de Câmera: Nildo Costa Preto
Assistente de Câmera: Naldo Sousa Costa
Eletricista: Marivaldo Rocha
Maquinista: Damião Muniz
Assistente de Elétrica e Maquinaria: João Victor Muniz
Direção de Arte: Jami Gurjão e Moka Negreiros
Assistente de Arte: André Pinheiro
Maquiagem e Figurino: Lobotomy
Produção de Set: Vevel Silva
Direção de Produção: Rosana Oda
Assistente de Produção de Arte: Leandro Nascimento
Montagem e Color: Célio Cavalcante Filho
Finalização e Efeitos: Richard Monteiro
Still e Making Of: Dyego Bucchiery
Motorista: Cesar Farias
Seguranças: Eliezer Tavares e Gerson Brandão
Pirofagia: Abismomento, Guilherme Del Castillo e Lobotomy
Coreografia Pole Dance: Dani Amaral

Composição: João Amorim e Danilo José
Voz: João Amorim
Baixo e Bateria: Hian Moreira
Piano e Teclados: Robson Costa
Violão: Fabinho Costa
Trombone: Geová Boner
Trompete: Jonathan Soares
Masterização: Alécio Costa
Produção: João Amorim e Hian Moreira
Gravado no Hian Moreira Home Studio

Produção Executiva: Miroma Produções
Produção: Duas Telas Produções
Produtora e Projetista Cultural: Susanne Farias
Diretor de Arte: Renato Carvalho
Produtor e Diretor Cultural: Josimar Barros

Foto: Dyego Bucchiery

AGRADECIMENTOS
André Uchoa
Beatriz Soutelo
Damião Muniz
Eduardo Spíndola
Elson de Oliveira da Gama
Jackson Brito de Oliveira
Jones Barsou e Ana Caroline (Casa Circo)
Nagib Richene
Paulo Madeira
Toninho Duarte

Foto: Dyego Bucchiery

PARCERIAS
AMAZÔNIA FILMES
AMORA FILMES
ANDARALUNA
FilaDELfia
IMPACTO COMUNICAÇÃO
NAGIB COMUNICAÇÃO
SET FILMES

A música “Deusa” foi produzida e será distribuída em todas as plataformas digitais com o patrocínio do Prêmio Edital 004 Fumcult/PMM Lei Aldir Blanc. O videoclipe musical de “Deusa” foi produzido com o patrocínio do Edital de Fomento Lei Aldir Blanc 003/Secult.

João Amorim
[email protected]
www.joaoamorimartista.com.br
(96) 98139-4322

Rafhael Barbosa
(82) 9904-7770
[email protected]

Prefeito de Santana nomeia membros do Conselho Municipal de Cultura

Na última quinta-feira, 18, o prefeito de Santana, Bala Rocha, acompanhado da vice-prefeita, Isabel Nogueira, nomeou os novos membros efetivos do Conselho Municipal de Cultura. Eles terão a responsabilidade de decidir como serão aplicados os recursos, frutos de emendas, que serão alocados junto à Fundação Municipal de Cultura, órgão responsável em receber os investimentos.

O Conselho Municipal de Cultural é composto por 12 membros efetivos mais quatro suplentes; oito são escolhidos através de eleição junto à sociedade civil e os outros oito são escolhidos pela administração municipal. São representantes de diversos segmentos como dança, música, teatro, quadra junina, literatura, entre outras.

“Estamos aqui, nomeando os novos membros efetivos do Conselho Municipal de Cultura. Fazem parte de diversos segmentos com muita história pelo município. Estamos construindo uma política de fortalecimento da cultura, pois sabemos que se trata de um elemento ativo da economia. Vamos investir e com a ajuda de todos”, disse o prefeito Bala Rocha.

Desde o início da gestão, o prefeito Bala tem dialogado com representantes de vários segmentos culturais, na busca de acolher as ideias para a valorização do setor no município. A vice-prefeita, Isabel Nogueira, afirmou que este é um momento histórico e que a união do movimento cultural poderá resultar em grandes conquistas para Santana.

“Estamos firmando um pacto de aliança pelo desenvolvimento cultural do município. Ouvimos todos os anseios e, de mãos dadas, vamos lutar cada vez mais para fortalecer a nossa cultura”, finalizou a vice-prefeita.

Comunicação / Prefeitura de Santana

Clubes filiados aprovam mudança estatutária em assembleia geral da FAF

A Federação Amapaense de Futebol (FAF) reuniu filiados nesta sexta-feira, 19, para uma assembleia geral extraordinária convocada para aprovação do novo organograma da instituição. A proposta aprovada foi protocolada pelo Trem Desportivo Clube e pedia pela extinção do cargo de 2º vice- presidente, até então ocupado pelo saudoso Paulo Rodrigues, dirigente que faleceu vítima da Covid-19 em dezembro de 2020.

Atualmente a FAF possui 37 filiados, entre clubes profissionais, amadores e ligas desportivas em todo o Amapá. A proposta foi apreciada e aprovada com uma abstenção e um voto contrário.

Para manter as medidas restritivas necessárias pelo período da pandemia, a assembleia ocorreu de forma híbrida, com 20% dos participantes presentes e os demais conectados por videochamada.

Imortal

Segundo o presidente da FAF, Roberto Góes, a extinção do cargo de 2º vice- presidente altera o estatuto vigente da Federação e imortaliza o nome de Paulo Rodrigues na missão que ocupava quando veio a falecer.

“Paulo Rodrigues empenhou 20 anos de sua vida pelo futebol do Amapá na nossa Federação, entendemos que seu nome e seu legado não podem ser apagados e muito menos substituídos. Aprovamos a proposta de extinção do cargo e assim, tornamos simbolicamente vitalícia a nomeação do Paulo em nossa diretoria”, ressalta o presidente.

A mudança do organograma aprovada em assembleia entra em vigor imediatamente e a FAF tem o prazo de 60 dias para o registro em cartório.

Marcelle Nunes
Comunicação FAF

Alcinéa Cavalcante gira a roda da vida. Feliz aniversário, querida amiga! – @alcinea

Me gabo de ser amigo de muita gente Phoda! Alcinéa Cavalcante é uma dessas pessoas fantásticas, que tenho a honra de ter a amizade, respeito e amor, e sei que é recíproco. Neste décimo nono dia de fevereiro, ela gira a roda da vida e eu rendo-lhe homenagens.

Alcinéa Cavalcante é uma brilhante jornalista, escritora premiada, uma das maiores poetas amapaenses, ativa militante cultural, respeitada blogueira, fotógrafa, numismática, apreciadora da Lua, experiente e perspicaz repórter (aí sabe apurar um fato), imortal da Academia Amapaense de Letras (AAL), membro da Maracatu da Favela (pávula, quando o assunto é a sua verde rosa), esposa do gentil Soeiro, mãe do meu querido amigo Márcio Spot, avó amorosa da Alice, amante de carnaval, degustadora de Chandon e minha amada amiga.

Com sua caligrafia verde esperança, a bem amada do Tio Alcy Araújo faz a diferença em tudo que toca. Papel com a Alcinea vira passarinho, mágicos origamis que espalham poesia pela cidade. Palavra vira poema ou notícia, informação coesa e responsável, pautada pela sua marca pessoal, a credibilidade. Dia a dia vira retrato de uma paisagem antiga, que a gente não quer esquecer.

Sabem, eu lia a Alcinéa no passado e sempre tive admiração pelo trabalho dela como jornalista. Depois, como poeta. Mas, para mim, ela é ainda mais importante como amiga, conselheira, incentivadora, confidente e protetora (sim, ela protege e é extremamente fiel aos seus).

Já escrevi alguns textos sobre a Alcinéa Cavalcante e sempre repito: Néa é um misto de doçura e acidez. Quando jornalista, suas colocações inteligentes, com pontos de vista diferenciados, o leve humor negro e a abordagem refinada sobre qualquer tema, fascina leitores. Quando poeta, desperta as melhores sensações em quem lê ou escuta seus lindos poemas, pura ternura.

Adoro quando vou até ela e a gente fica batendo papo no escritório de sua casa, uma mistura de biblioteca e sala de estar aconchegante. Quando passo tempos sem ir, dentro da normalidade, fora desse triste período pandêmico, ela me ameaça e fala que irei para seu caderninho de ex-amigos. Logo dou um jeito de dar as caras, colocar a conversa em dia e rir bastante em sua companhia.

Nea, como carinhosamente a chamamos, é uma pessoa sensacional. Uma mulher do bem, mas que combate o mal com força (e ela é forte pra caramba, pensem numa caneta pesada). Não à toa, nós, seus amigos, a amamos. E é impossível ser diferente.

Alcinéa, tô com saudades de ti e tu sabes. Que teu novo ciclo seja repleto de luz, saúde, harmonia e paz. Que tua vida seja longa. Que sigas alegrando nossas vidas com teus poemas, sacadas, ironia fina e amor. Sou feliz pela tua existência orbitar a minha. Agradeço sempre pelo apoio contínuo e aprendizado. Que sigas, por pelo menos mais uns 100 fevereiros, com essa alegria, energia e força contagiantes.

Parabéns pelo seu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

A longevidade dos jogos de vídeo game – Por Gabriel Cavalcante Leão Dias – Design de Games

Team Fortress 2

Gabriel Cavalcante Leão Dias – Design de Games

Quanto tempo dura um jogo? Por quantos meses ou anos um jogo consegue se manter na mente das pessoas até eventualmente cair no esquecimento? A resposta não é tão simples como um número já pré-determinado. Existem diversos fatores que influenciam no tempo de vida de um jogo.

O primeiro fator que influencia a vida de um jogo é obviamente a sua recepção inicial. Afinal, qualquer jogo que não faz sucesso no lançamento quase nunca consegue se manter relevante depois de uma má primeira impressão. Vou citar novamente o Cyberpunk 2077 que era um dos jogos mais esperados da década e 2 meses depois do lançamento pouco se escuta falar sobre o jogo, digo até mesmo que esse jogo já caiu no subconsciente de muita gente, que só se lembram que esse jogo existe, quando mencionado. Se um jogo não começar com pelo menos uma base de jogadores ativa é muito improvável que continue recebendo suporte após alguns meses, o que me leva para o próximo tópico.

Team Fortress 2

Suporte do desenvolvedor é o segundo fator que eu gostaria de falar e talvez o mais importante, especialmente se o jogo for um multijogador online, jogos como Overwatch, League Of Legends ou World Of Warcraft necessitam de atualizações frequentes para manter seus jogadores. Estes são só alguns exemplos de jogos que não possuem muita variedade na jogabilidade, comumente possuem um modo de jogo principal com uns 2 ou 3 outros modos diferentes para que o jogo tenha uma certa variedade. É necessário que os desenvolvedores criem atualizações constantes para que os jogadores não fiquem entediados, afinal, jogar a mesma coisa depois de alguns dias já começa a ficar previsível e eventualmente vai perdendo aquela sensação de algo novo e emocionante. Uma maneira comum de manter interesse é com a adição de personagens, mapas ou modos de jogos novos, eventos sazonais(eventos de natal, halloween, etc.) também ajudam a manter jogadores. Também é preciso ressaltar que nem só porque o jogo ainda tem suporte contínuo isso é uma coisa boa, muitas jogos já acabaram porque os desenvolvedores não tinham certeza da direção que o jogo deveria tomar e às vezes parecia até mesmo que não sabiam o que atraiu seus jogadores, mudando mecânicas que começaram como o maior diferencial fazendo com que a maior parte dos jogadores abandonassem o jogo. Mudanças ruins são piores do que não fazer nada.

O terceiro ponto que gostaria de falar são os próprios jogadores. Mesmo com uma base de jogadores relativamente pequena um jogo ainda consegue se manter vivo se possuir uma base de jogadores constantemente ativa. Team Fortress 2 é um jogo que já tem quase 15 anos e graças aos jogadores conseguiu atrair jogadores novos mesmo anos depois de seu lançamento. O jogo oferece a liberdade para os jogadores criarem modos de jogo e mapas próprios, o que oferece virtualmente uma quantia infinita de formas de aproveita-lo.

O site steam charts permite ver quantos jogadores estão ao mesmo tempo no jogo. No exemplo de Team Fortress 2, no dia deste post havia 102.879 jogadores ao mesmo tempo dentro de 24 horas e o número máximo de jogadores do jogo foram 146.887. Então dá pra ver que o jogo manteve uma playerbase bem constante desde seu lançamento em 2007.

Fonte: Repiquete no Meio do Mundo.

Obra “Depois vá ver o mar” de Bruno Muniz tem poemas que podem ser destacados

Foto: Reprodução

Por Pérola Pedrosa

O autor e poeta amapaense Bruno Muniz está lançando sua nova obra de prosa e poesia, “Depois vá ver o mar”. Com 240 páginas, os poemas são destacáveis, acompanham envelopes e marcador, e as ilustrações são em aquarela.

Devido à pandemia, não houve coquetel de lançamento e as vendas estão ocorrendo por delivery (entrega em casa), pelo valor de R$40,00 reais. Os pedidos devem ser feitos nas mensagens da rede social do autor.

Bruno Muniz e sua nova obra literária. Foto: Acervo Pessoal/Bruno Muniz

Bruno Muniz é escritor, poeta, compositor e músico integrante do grupo Beatos Cabanos. Ele se declara apaixonado por grandes poetas da Língua Portuguesa e já tem outros trabalhos literários como “Cem versos putos sobre mim” (Ed. Kelps, 2016) e “Depois vá ver o mar” (2020).

Bruno diz que foi inspirando quando ainda era criança e se apaixonou por poesia. “A experiência de ler Olavo Bilac aos nove anos de idade me impactou e quis conhecer outros poetas. Aos 12, me apaixonei por Fernando Pessoa. Li a obra completa dele várias vezes e ainda é meu preferido. Outra referência é o francês Arthur Rimbaud”, conta.

*O livro “Depois vá ver o mar”, custa R$ 40,00, e só pode ser adquirido diretamente com o autor, através do Instagram ou Facebook @poetabrunomuniz

Fonte: Café com Notícias. 

O gato e as suicidas – Miniconto de Lulih Rojanski (republicado por conta do Dia Mundial do Gato)

Miniconto de Lulih Rojanski

Um gato do avesso no canto do sofá testemunhou, com um olho só, o curioso voo da poetisa Ana Cristina Cesar do oitavo andar.

Do lado de fora de uma janela de vidros, um gato, impávido, sentiu o penúltimo suspiro da poeta Sylvia Plath diante da válvula de gás.

Um gato que ressonava sob uma árvore no campo ouviu o revolver das águas que engoliram o corpo esquálido e vestido de pedras da escritora Virginia Woolf.

O frasco dos barbitúricos que adormeceram para sempre a poetisa Florbela Espanca despencou do criado mudo, despertando o gato do longo sono da tarde.

Da varanda de uma antiga casa de praia, um gato sonolento viu as altas águas do mar embalando o corpo transbordante de amor e amargura da poeta Alfonsina Storni.

 

*Republicado por conta do Dia Mundial do Gato.

Temporada de caça – Conto de Lulih Rojanski – Republicado por conta do Dia Mundial do Gato

Conto de Lulih Rojanski

Assim que Hamingway partiu com seus cães farejadores para a temporada de caça, os gatos invadiram a casa, rasgaram as cortinas, urinaram nos tapetes, abriram fendas nos sofás, de onde brotaram esponjas encardidas, derrubaram do aparador o cristal, rasgaram livros raros, espojaram-se nas camas por dias inteiros, e por noites inteiras lançaram do telhado as telhas, de modo que choveu muito dentro da casa.

Deixaram as janelas abertas para que entrassem os ventos da estação, e num rompante de inspiração, atearam fogo aos colchões, no quintal. Foi a sua homenagem aos felinos que chegariam caçados.

*Do livro Gatos Pingados.
**Republicado por conta do Dia Mundial do Gato.

Sobre a quarta-feira de cinzas

Hoje é quarta-feira de cinzas. Trata-se do primeiro dia da Quaresma (quarenta dias antes da Páscoa, sem contar os domingos) no calendário Cristão ocidental (Católico). Neste dia, os católicos rezam, silenciam, pagam alguma penitência, fazem caridade e até jejum. Os carolas, claro.

As cinzas que os Cristãos Católicos recebem neste dia, durante uma missa, são um símbolo para a reflexão sobre conversão, mudança pra melhor e ponderação sobre a fragilidade da vida humana em relação à morte.

A data que inicia a Quaresma varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. Pode ser do começo de fevereiro até a segunda semana de março. Sempre depois do carnaval.

Sabem, não sou religioso. Mas acredito na força de codinome Deus, que rege tudo isso aqui. Tenho muitos amigos que se dizem ateus. Respeito a opinião deles. E outros que são religiosos em demasia. Assim como Rubem Alves, “eu achava que religião não era para garantir o céu, depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos.”

Quem for à missa hoje receber suas cinzas, boa reza. Afinal, cada um de nós deve rezar, orar ou proceder como lhe aprazia.

Para mim, hoje é o dia que o Carnaval acabou (sei que esse ano não teve Carnaval, mas dentro de mim rolou sim).O ano começou de fato e com ele a realidade cotidiana, após alguns dias distante dela.

Ainda bem que a Semana Santa não demora a chegar, graças a Deus!

Elton Tavares

Quarta-feira (que já foi) de cinzas – Crônica de um estranho Carnaval de Ronaldo Rodrigues

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica de um estranho Carnaval de Ronaldo Rodrigues

Nesta quarta-feira (que já foi) de cinzas, abro a janela para o dia e não estou cansado de ter sambado na Banda. Este ano a Banda não passou e deixou meu coração folião ressacado de saudade. E olha que nem sou um folião fanático. Apenas, de vez em quando, deixo meu espírito se fantasiar e saio a bailar ao som de qualquer batucada ou mesmo embalado pela tradição de grandes sambas que o Brasil ostenta. Isto me tira um pouco do trauma que é não saber sambar sendo do País do Carnaval. Desculpa aí, gente! Já me basta a carga de ser do País do Futebol e não ter a mínima intimidade com a redonda. E antes que me perguntem você samba de que lado, de que lado você samba, você samba de que lado, de que lado você samba, de que lado, de que lado, de que lado você vai sambar, já adianto que o samba está em mim de todo lado, pois meus domingos infantis e juvenis tiveram a trilha sonora de Paulinho da Viola, João Nogueira, Clara Nunes, Alcione. Como ficar imune ao feitiço desse gingado e dessas letras que vão fundo no que é mais profundo?

Porque é Carnaval e não é Carnaval, o samba vem à tona. Em qualquer esquina eu paro, em qualquer botequim eu entro. O samba é revolucionário e rebelde, porque ouço samba no som de Sérgio Sampaio e Tom Zé (e se for além, em Raul também). Então o samba me leva, me eleva e, a quem pergunta onde estou, diz que fui por aí. E desde que o samba é samba é assim.

Mesmo sendo um cara um tanto do rock, minha alma batuca numa caixinha de fósforos, onde cabe toda uma bateria de escola de samba. Alcanço até os acordes de um tamborim que me arrebatam os sentidos. O pandeiro estica no couro a malemolência de quem me diz para não deixar o samba morrer, não deixar o samba acabar. O samba pulsando no asfalto, nos vozeirões dos Jamelões, intérpretes de samba-enredo das escolas de samba deste meu Brasil, que me faz tirar o chapéu para Cartola e abraçar a Vila de Martinho e Noel.

O Carnaval não deixou de rolar, pois é possível celebrar a vida em qualquer situação, ainda mais nesta onda de pandemia que decretou o nosso não encontro com o Rei Momo. A caixa de som do celular me acompanhou por todo o período que seria do Carnaval e ainda agora, nesta quarta-feira (que já foi) de cinzas, ela dispara os ritmos carnavalescos que não devem silenciar até o fim da semana, porque nessas horas sou meio de Salvador, meio de Olinda e levo o folguedo até as últimas consequências.

Vamos segurando a onda este ano para que tenhamos Carnavais com mais saúde e com mais futuro, com mais encontros etílicos ou somente na base da sagrada água, a bebida mais forte, que nutre e abençoa. Porque é hoje o dia da alegria (todos os dias) e a tristeza nem pode pensar em chegar.

Para compor esta crônica, me vali de várias citações: Samba de lado (Chico Science) / Diz que fui por aí (Hortêncio Rocha e Zé Keti) / Desde que o samba é samba (Caetano Veloso) / Não deixe o samba morrer (Edson Conceição e Aloísio Silva) / É hoje – Samba-enredo da escola de samba União da Ilha (RJ), 1982, (Didi e Mestrinho).

IPHAN cede prédio para ser utilizado por escola municipal de Santana

O Termo de Cessão de Posse foi assinado na última terça-feira, 16, no gabinete da Prefeitura de Santana. O documento autoriza a Secretaria Municipal de Educação (SEME) a utilizar um prédio localizado no Ramal da Olaria, bairro Elesbão, pela Escola de Ensino Fundamental Sara Pires, que atende 272 alunos.

“O prédio era para ser utilizado por filhos de carpinteiros para aprenderem a construir barcos, mas o projeto perdeu objeto. Portanto, tivemos de dar uma finalidade a ele. E agora, estamos passando para a Prefeitura dar um fim social e cuidar, mas que durante a noite possa funcionar também como centro cultural comunitário”, explicou o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Haroldo Oliveira.

A cooperação já existia, mas informalmente. Agora, com a parceria oficializada, o prédio receberá intervenções do município para melhorar o atendimento educacional no local.

“Assinamos o termo de cessão que tem a duração de 10 anos. Agora estamos com a responsabilidade de cuidar do prédio e fazer acontecer uma boa educação aos estudantes da região do Elesbão”, disse o prefeito de Santana, Bala Rocha.

A Escola Municipal Sara Pires funcionava em prédio alugado, em região ribeirinha. Por diversas vezes, a comunidade escolar, que achava o local insalubre, procurou o Ministério Público para denunciar as condições do espaço. O órgão chegou a recomendar que a escola fosse retirada do local onde funcionava.

A secretária municipal de Educação, Cristiane Vilhena, explicou que a SEME fará o possível para melhorar o ambiente.

“Já estamos buscando os meios para que possamos construir, em divisórias, duas outras salas de aulas. Lá já existem seis. Já pedimos ao secretário de Obras para que faça um projeto. Com o aumento de salas, vamos garantir o atendimento da Sara Pires em sua totalidade”, explicou a secretária.

Comunicação / Prefeitura de Santana

Alan Yared gira a roda da vida. Feliz aniversário, brother! 

Alan Yared – Foto: Elton Tavares

Tenho alguns companheiros (brothers e brodas) com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. É o caso do Alan Yared.  Ele é músico, cantor e incentivador da cultura. O cara gira a roda da vida neste décimo sétimo dia de fevereiro e fico feliz pelo seu ano novo particular, pois o figura é porreta!

Alan é um pai dedicado, marido apaixonado, brother das antigas, empresário autônomo do ramo de gastronomia e artista talentoso . Conheço Yared desde moleque e fiz amizade há muito tempo.

Eu, Alan Yared e Black Sabbá – 16/02/2015 – Foto: Fernando França

Nos anos 80, Alan é foi um dos precursores do movimento de rock na capital amapaense com a banda Ura, na década seguinte, integrou a banda Flor de Laranjeira. Depois iniciou a carreira de compositor no ano 2000, em 2004, realizou uma turnê pelo Estado com o show Tributo a Legião Urbana. Em 2005 integrou o grupo Imã e ganhou o festival “Sescanta”, promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc/AP). O cara também se apresentou no festival autoral “O Grito do Rock em 2006 e lançou o CD single “Sai fora Tio Sam”, a música foi executada em rádios de São Paulo (SP) e Belém (PA).

Enfim, gosto do Alan. É um cara que curte o meu trabalho e é recíproco. Sem falar que toda vez que nos encontramos é festa.  Yared, brother, dou valor no senhor. Que seu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que a Força esteja com você e que tenha sempre saúde e sucesso junto aos seus amores. Meus parabéns pelo seu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

Uma breve análise geográfica da obra “O passeio de Dendiara”

Capa da obra “O passeio de Dendiara”

Por Gutemberg de Vilhena Silva

Há poucos dias tive o prazer em receber da amiga de longa data Ana Beltrame seu primeiro livro: “O passeio de Dendiara” (Tema Editorial, 2020) . Ana é diplomata de carreira, tendo servido em vários países no mundo. Um de seus postos mais recentes foi o de cônsul-geral em Caiena, na Guiana Francesa, de 2008 a 2013. Ao longo de seus anos de trabalho em plena floresta amazônica, foi possível a ela ter contato com grandes temas que permeiam os estudos amazônicos e, certamente, a atividade garimpeira foi um que deixou marcas nas suas mais profundas memórias

A procura por metais preciosos, em especial do ouro, é um dos temas socioeconômicos e geopolíticos mais antigos e duradouros na e sobre a região amazônica. Outros temas como a preocupação com a degradação ambiental, os problemas sanitários e as ilegalidades generalizadas que nos garimpos ocorrem, como a prostituição infantil e o tráfico de seres humanos por exemplo, são questões que perfilam na literatura especializada há apenas algumas décadas, fruto de empenhos individuais e coletivos na luta por um mundo seguro, com justiça social e ambientalmente adequado.

“O passeio de Dendiara”, obra de ficção baseada em fatos reais, narra problemas enfrentados por uma criança brasileira de 10 anos que migrou para a Guiana Francesa e lá viveu breve, mas intensamente, as agruras relacionadas a garimpos. Dendiara, nome fictício claro, tornou-se prostituta, contraiu diversas doenças, engravidou – mesmo muito jovem – e engrossou as estatísticas da prostituição infantil. A nosso ver, contudo, a obra tem uma envergadura maior: é um relato sobre a dura vida clandestina de brasileiros nos garimpos (imensa maioria ilegais) da Guiana Francesa. Não é meu papel aqui contar de ponta a ponta o percurso de Dendiara narrado por Ana. Eu quero me dedicar – como fiz no texto anterior que publiquei aqui no Blog DeRocha sobre o livro “Então, foi assim?” (https://www.blogderocha.com.br/geografia-e-musica-os-bastidores-da-criacao-musical-brasileira-amapaenses-por-gutemberg-de-vilhena-silva/), a alguns aspectos geográficos do livro. Identifiquei na obra de Ana Beltrame ao menos dois temas transversais de grande interesse geográfico: o ambiental e o da conectividade de fixos e de fluxos.

O tema ambiental

Desde os anos 1970 a preocupação com o uso racional do meio ambiente tomou conta de parte da agenda das nações, embora somente nos anos 1990 em diante este tema tenha se tornado sólido nas discussões e fóruns internacionais. A Amazônia certamente não é o pulmão do mundo, mas é certo também que ela cumpre um papel central na regulação do clima, fruto de sua rica biodiversidade – uma das maiores e mais importantes do mundo. Ana Beltrame mostra com perspicácia o “viver” na Amazônia. A autora, sem perder de vista o fio condutor da obra, aproveita partes de seu livro para descrever o meio ambiente da região, seu clima, as características de seu relevo, solo, as formas como os rios serpenteiam a floresta e a importância das comunidades indígenas como ‘guardiões’ da floresta. Ana Beltrame ainda descreve com bastante clareza os efeitos nocivos da ação antrópica nos garimpos e aqui destacamos dois: o desmatamento e o uso do mercúrio.

Ilustração: Ronaldo Rony

Os garimpeiros limpam a área que será explorada com o uso de motosserras, cortando o que veem pela frente, depois entra em cena a retroescavadeira para arrancar o que não foi possível retirar na etapa anterior. Em seguida usam-se bombas hidráulicas para injetar água e mercúrio, sob pressão, diretamente no solo. O mercúrio aglutina o ouro, gerando pepitas maiores. Com isso, destaca Ana Beltrame, ele se torna um insumo tão vital para o garimpeiro quanto o combustível que abastece as máquinas. Quando se separa o mercúrio do ouro, na última fase, aquecendo-o acima de trezentos e cinquenta e cinco graus Celsius, ponto em que evapora, o gás é lançado à atmosfera sem qualquer tratamento e, quando se esfria, na própria corrutela, nome dado à moradia dos garimpeiros, contamina todo ambiente inclusive pequenos moluscos no fundo dos rios e, a partir deles, toda a cadeia alimentar, até chegar nos seres humanos, sejam eles garimpeiros ou não.

O tema da conectividade de fixos e de fluxos.

A Conectividade entre fixos (lugares concretos) e fluxos (a informação) é um dos fundamentos elementares da geografia. Pessoas se deslocam e com elas a informação circula ou, em razão da tecnologia, também se propaga por meio das ondas sonoras dos rádios, objeto este fundamental para o funcionamento dos garimpos da Guiana Francesa. É por meio deles que os garimpeiros sabem o que está ocorrendo “no mundo”, com informações repassados pelos controladores dos equipamentos em Oiapoque, e é também como estes se atualizam sobre o que ocorre nos garimpos.

“O passeio de Dendiara” mostra uma hierarquia de relações territorialmente localizadas, mas espacialmente pulverizada no mundo, desde a extração até a venda do ouro nos mercados internacionais, passando por diversas pessoas ou empresas que compõem essa ‘trama’ de conectividades de fixos e de fluxos. Eis algumas partes das conexões: O Putanic, um barco-puteiro que faz pit stop de garimpo em garimpo, é parte dessa engrenagem. Os catraieiros que – quando atuam para levar equipamentos, pessoas e/ou mantimentos nos difíceis rios da Guiana Francesa, chamam-se pilotos, são outra parte daquele universo. Os operadores das rádios comunitárias dos garimpos e aqueles que recebem e transmitem as informações em Oiapoque, também são partes de destaque. Todos eles, que de alguma maneira interagem, são “figuras” importantes na conectividade estabelecida entre a extração e a venda do ouro, seja para o atravessador, seja para outra pessoa ou empresa que consiga “legalizar” aquele metal precioso. Após ser “legalizado”, entram em cena outras tantas ‘tramas’ e agentes que amplificam a conectividade de fixos e de fluxos daquela atividade.

A leitura do livro de Ana Beltrame obviamente não se limita a destacar apenas estes dois temas que tratei, pois percorre vários outros aspectos sensíveis da atividade garimpeira que foram se entremeando na obra por meio de inúmeras narrativas sobre o cotidiano da jovem Dendiara. A autora, em seu primeiro livro – digno de virar documentário ou um longa-metragem, já mostra toda sua sagacidade com a escrita e com a forma fácil, hábil e clara ao tratar de variados assuntos importantes no transcorrer de seu livro.

*Gutemberg é professor Doutor na Universidade Federal do Amapá onde atua na Graduação e na Pós Graduação, além de desenvolver pesquisas sobre a região das Guianas.

O trajeto da A Banda através do tempo e antigos pontos de referência (minha crônica saudosista)

Foto: Maksuel MArtins

Durante mais de 20 anos, sai na Banda pelas ruas de Macapá. Eu e meus amigos esperamos a terça-feira gorda o ano todo, pois a marcha louca e feliz sempre foi um dos dias mais felizes. Como disse minha amiga Rejane: “o coração batuca na esperança de ver a Banda voltar a passar”. Republico essa crônica por motivos de saudades: 

A Banda, maior bloco de sujos do Norte do Brasil, tem o mesmo trajeto nestes 56 anos de existência (caso a passeata alegre fosse às ruas hoje, mas sabemos que não irá por conta da pandemia), mas o que ficou pelo caminho do tempo nestas mesmas ruas de Macapá? Fiz uma espécie de resgate (um tanto desordenado) de vários locais que povoam a memória afetiva do macapaense. Deixa suas lembranças agirem e vamos lá:

O ponto de partida do bloco, o mais popular dos festejos de Momo no Amapá, é na esquina da lanchonete Gato Azul e a loja Clark. Os foliões seguirão pela frente da loja A Pernambucana, dobrarão na esquina do Banco Bamerindus (pois “o tempo passa, o tempo voa…); Farmácia São Benedito; Moderninha e da Banca do Dorimar. As pessoas se trombam ao redor dos trios e carros de som. Todos molhados de suor, ou chuva.

A folia desce a Rua Cândido Mendes e o trajeto passa em frente também da Irmãos Zagury – Concessionária da Ford; Farmácia Modelo; do Banap; lojas São Paulo Saldo; Esplanada; Cruzeiro; Hotel Mercúrio; Casa Estrela; Casa Marcelo; Setalar; Tecidos do povo; Tecidos do Sul; A Acreditar; Casa Estrela; Beirute na America, ponte do Canal; Banco Econômico e Farmácia Serrano. Pelo caminho, muitos se juntarão a multidão.

Os foliões passarão em frente a Fortaleza de São José de Macapá, dobrarão na esquina da Yamada, subindo pela lateral da Feira do Caranguejo, em frente a boate Freedom e subirão a ladeira até o supermercado Romana, na esquina, a curva do Santa Maria. Sempre com os ritmos levantam nosso astral.

A marcha alegre seguirá pela Feliciano Coelho, onde a maioria já estará possuído pela cerveja, passará pelo Urca Bar; Leão das Peças; Cine Veneza e Farmatrem. A Banda chegará à Esquina do Barrigudo, na Leopoldo Machado. Continuará a passar em frente a Acredilar, lanchonete Chaparral, Casa Nabil, Hotel Glória e Baby Doll. Na brincadeira terá folião de toda idade, a maioria na maior curtição, sempre driblando os poucos que querem confusão.

A Banda é sempre cheia de colombinas faceiras, pierrôs malucos, palhaços embriagados, piratas sorridentes, enfermeiras enxeridas, bailarinas cambaleantes, diabos bonzinhos, anjos não tão angelicais, etc. O importante é alegria de quem vive a emoção de estar lá ou somente ver a banda passar.

A Banda dobrará na Avenida Fab, no canto do CCA (o couro continuará comendo); passa pela Prefeitura de Macapá; Palácio do Governo; Esporte Club Macapá; Praça da Bandeira; lanchonete Táxi Lanches; Bar do Abreu e novamente a Cândido Mendes até a Praça do Barão, onde as bandas Placa Luminosa e Brind’s farão um som até mais tarde.

Nunca saberemos quantos fantasmas carnavalescos seguem conosco na Banda, mas se assim for, que sigam pela luz e brilho do encanto deste sublime momento (entre o ontem e o hoje).

*Hoje seria dia de cair na folia na marcha alegre ou ver a Banda passar. Mesmo a gente com saudades da passeata louca e feliz, o importante é prevenir, combater a Covid-19 e ter esperança para que, em 2022, nos encontramos na Banda. É isso!

Elton Tavares